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Nossa Senhora

Rosa Mística

ISBN
978-65-86681-06-2
1ª Edição
São Paulo
ACNSF
2022

2
Coordenador:
Agostinho da Silva Cidrão

Texto:
Ricardo Campos Mendonça

Projeto artístico:
Ricardo Campos Mendonça

Diagramação:
Henrique de Souza Pereira

Capa:
Nossa Senhora Rosa Mística - Iglesia Sam Pedro Perú de Lima
foto: Gustavo Kralj.

Associação Cultural Nossa Senhora de Fátima


Rua Francisca Júlia, 290 - Santana - CEP 02403-010
São Paulo-SP / (11) 2971-9040
acnsf@acnsf.org.br / www.salvaimerainha.org.br
@acnsf - @salvai.me.rainha.de.fatima

3
Nossa Senhora
Gustavo Kralj

Rosa Mística
( Prefácio )

Queridos leitores:

Desde os primeiros tempos da Igreja, os cristãos


veneravam a Santa Mãe de Deus como a obra-prima do
Criador.
Para eles, Nossa Senhora já era comparada à rosa,
a rainha das flores: bela no harmonioso conjunto de
suas perfeições e virtudes, que mereceram gerar no seu
ventre imaculado o próprio Filho de Deus, assim como
as pétalas da linda flor se organizam para guardar, no seu
interior, o mais excelente perfume.
Nos primeiros séculos do cristianismo a figura da
rosa era associada à Virgem das Virgens, enaltecendo a
formosura espiritual e a beleza física com que, segura-
mente, foi a Eleita de Deus ornada para ser a Mãe d’Ele.
Virgem Florida, Rosa sem Espinhos, Rosa de Saron,
Vara de Jessé, e outros títulos semelhantes podem ser
encontrados em passagens do Antigo Testamento, refe-
rindo-se à criatura excelsa e bela que um dia traria o Filho
de Deus ao mundo.
Ao longo dos séculos, a figura da rosa associou-se
cada vez mais à devoção a Nossa Senhora. Aparições
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privadas, pinturas e obras de artistas sacros, e mesmo
a revelação do Santo Rosário, contribuíram para que a
Virgem Santíssima fosse invocada como Nossa Senhora
das Rosas, e, na Ladainha Lauretana, como a Rosa
Mística.
Maria é, sem dúvida, a mais bela flor do jardim da
Criação. Ela é a Eleita de Deus, a cheia de graça, imacu-
lada e sempre Virgem, adornada de todas as virtudes e
privilégios que somente a Mãe do Criador poderia ter.
E, como a mais pura rosa, Maria esparge seu avelu-
dado perfume, feito de bondade e misericórdia, sobre
todos os que d’Ela se aproximam. Um aroma que nos
convida a imitá-La na sua santidade e no seu amor a
Deus.
Com alegria, contemplemos a beleza dessa Rosa
Mística. Com inteira confiança de filhos, voltemos
nossos corações para essa Flor paradisíaca, e suplique-
mos sua constante proteção sobre nossos caminhos, até
estarmos junto a Ela, no Céu.

Com estima, desejo a todos uma boa leitura!

Agostinho da Silva Cidrão

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A mais bela flor da Criação
Bendito o dia que viu Nossa Senhora nascer, benditas
as estrelas que A viram pequenina; bendito o momento em
que veio ao mundo a criatura virginal destinada a ser Mãe
do Salvador!
Assim exclama o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, grande
devoto de Maria, ao considerar o aparecimento de Nossa
Senhora no mundo.
De fato, mil vezes bendito o dia em que Maria surgiu no
jardim da Criação como a mais bela flor saída das mãos do
Criador. Ela é a obra-prima do Altíssimo, a criatura humana
mais perfeita e santa, abaixo do próprio Filho de Deus.
Destinada à Maternidade Divina, Nossa Senhora tinha
de ser a mais formosa das filhas de Adão, inteiramente santa
e livre de qualquer mancha de pecado.
Assim como a rosa é a rainha das flores em beleza e
aroma, assim é Maria, a esplendorosa Rainha de todo o
universo criado, sem rugas nem espinhos, toda feita de suavi-
dade e pureza.
Desde o primeiro instante de seu ser, no ventre materno
de Santa Ana, Deus fez Maria isenta da mácula original e A
cumulou de todos os dons, no mais alto grau de excelência,
para que em tudo fosse a perfeita Mãe d’Ele.
E quando Maria nasceu para o mundo, alegrou-se todo
o universo criado com a sua eleita, a sua soberana, Aquela
que iria gerar para o mundo o nosso Redentor.
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Como conceber tamanha beleza?
Os santos se calaram depois de esgotar todos os
elogios e considerações que podiam ter feito a respeito
de Nossa Senhora.
Cheia de graça
Quando, no dia da Anunciação, Maria recebeu a
visita de São Gabriel, o Anjo saudou-A como sendo “a
cheia de graça”. Como afirma o Beato Pio IX na procla-
mação do Dogma da Imaculada Conceição, Deus enri-
queceu Maria maravilhosamente com todas as graças
do Céu, de maneira que Ela possuísse a plenitude de
inocência e de santidade que, depois do próprio Deus,
não se pode conceber maior.
“Vós sois toda formosa!”, exclama Santo Agosti-
nho diante de Maria Santíssima. E acrescenta: “Sois
toda agradável, toda amável, toda gloriosa. Vós sois sem
mácula nem ruga; estais adornada de toda beleza e enri-
quecida de toda santidade.
“Sois mais santa em vossa carne virginal que todas
as virtudes do Céu. Sobrepujais a todas as mulheres na
formosura de vosso corpo e a todos os espíritos angéli-
cos na excelência de vossa santidade. Vosso rosto é todo
angélico, assim como vossa alma”.
Toda a natureza se apresentou ao Espírito Santo,
diz outro piedoso autor, no momento da concepção
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de Maria, para recolher todas as belezas que estavam
esparsas nas criaturas e uni-las na Rainha do Universo: a
sabedoria se ofereceu para organizar seu corpo; a pureza,
para A revestir de si; a graça para animá-La; a prudência
para Lhe dispor o cérebro; a caridade, para pôr seu trono
no coração; o pudor, para lhe cobrir a fronte;
a doçura, para se colocar em seus lábios;
a modéstia e a virgindade para Lhe
adornar o corpo com uma beleza e
uma santidade sem igual.

Bendito o dia em que veio


ao mundo a mais bela flor
da Criação, Maria, a Rosa
Mística
Henrique Pereira
Esplendor da Rosa no Natal
Eleita para ser a Mãe do Filho de Deus, essa Rosa
puríssima e toda bela floresceu de modo especial na
noite santa de Belém, quando trouxe ao mundo o Salva-
dor.
Desde os antigos tempos, Nossa Senhora era anun-
ciada pelos profetas como a “Virgem Florida”, Aquela
da qual brotaria a Flor das Flores, o Cristo Senhor.
E por Virgem Florida entendem os santos e teólo-
gos tratar-se de uma referência ao grande privilégio de
Maria, que deu à luz ao Filho de Deus, permanecendo
Virgem antes, durante e depois do parto.
É com esse título que os devotos celebram Maria
no Pequeno Ofício da Imaculada Conceição, afirmando
essa verdade de Fé, de que da Rosa das rosas nasceu
a verdadeira Flor, Nosso Senhor Jesus Cristo. Ela O
concebeu e gerou, permanecendo sempre Virgem.
Ouçamos o eloquente testemunho do grande São
Bernardo:
“A Mãe de Deus é essa Virgem Florida, e seu filho
a Flor. Flor pura e vermelha, eleita entre mil, flor em
que os Anjos desejam espelhar-se, flor cujo perfume
ressuscita os mortos; flor que nasce no campo, sem
concurso algum do homem. Por ninguém é semeada
nem tratada com adubos. Assim as entranhas intactas e
castas de Maria, como prado de eterno verdor, produ-
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ziram a flor cuja formosura não sofrerá corrupção e cuja
glória dura para sempre”.
Ó Virgem, rosa sublime, que se eleva até o trono do
Senhor da Majestade! – conclui o Santo.
Rosa Mística: oculta aos olhos dos homens
Ao considerar a beleza de Nossa Senhora, o beato
Cardeal John Newman A retrata como a flor mais linda
já vista no mundo espiritual. Afirma ele que, pelo poder
da graça de Deus, neste mundo árido e hostil em que
vivemos brotaram inúmeras flores de virtude e de glória,
ou seja, os santos e santas canonizados pela Igreja.
Ora, Maria é a Rainha de todas essas flores e,
portanto, é chamada de Rosa, pois é esta a mais bela
de todas as flores. Além disso, acrescenta o Cardeal
Newman, Maria é a Rosa Mística ou Oculta, pois
“mística” significa oculta.
Ela foi a Rosa escondida dos olhares humanos, a fim
de ser inteiramente preparada para a sublime missão que
Lhe estava reservada: a de ser a Mãe do Homem-Deus.
Maria foi protegida desde o seu nascimento até as
núpcias com São José, educada por seus pais no santo
ambiente doméstico e, mais tarde, nas dependências do
Templo de Jerusalém.
Essa Rosa desabrochou por inteiro na noite santa
do Natal, para logo depois recolher-Se novamente nas
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Maria, a Rosa Mística, desabrochou-Se por
inteiro na noite de Natal, quando, permanecendo
sempre Virgem, deu à luz o nosso Salvador
Gustavo Kralj
terras estrangeiras do Egito. Em seguida, abrigou-se com
sua Sagrada Família na casa de Nazaré, onde espargiu
seus mais excelentes perfumes na educação do Filho de
Deus, preparando-O para a grande missão de redimir o
gênero humano.
Nossa Senhora foi a Rosa Mística dolorosa e compas-
siva, quando partilhou com o Filho os sofrimentos da
Paixão, para nos salvar.
Nossa Senhora foi a Rosa Mística, solitária aos pés
da Cruz, onde Nosso Senhor no-La deu oficialmente
como Mãe e onde Ela nos abraçou a todos, desde aquele
momento, com seu indizível afeto materno.
Esplendor da Rosa Mística no início da Igreja
Maria Santíssima foi também a Rosa Mística,
sempre humilde e prudente, sábia e caridosa, que esteve
junto aos Apóstolos e discípulos do Senhor no momento
em que a Igreja nascia e dava seus primeiros passos rumo
à sua gloriosa história neste mundo.
Por isso mesmo, desde os primórdios do Cristia-
nismo, a rosa já era um símbolo da Virgem Maria. Nas
catacumbas de Roma, onde os cristãos perseguidos se
reuniam para manter viva a chama da Fé, encontram-se
até hoje vestígios de pinturas de rosas, como símbolos dos
mártires e também da Santíssima Mãe de Deus.

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No século V, Nossa Senhora era louvada como a
“Rosa entre os espinhos”, a única que não teve mancha
alguma de pecado, totalmente pura, cujo divino perfume
purifica igualmente a todos que A veneram.
Mais tarde, novamente São Bernardo exaltará Nossa
Senhora, ao lembrar que “Eva era um espinho, ferindo,
trazendo morte a todos; em Maria, porém, vemos uma
rosa, acalmando nossas feridas, devolvendo o destino da
salvação a todos”.
Invocada nas ladainhas e hinos marianos
Ao contemplarmos uma rosa, admiramos o harmo-
nioso conjunto de suas pétalas, sobrepondo-se umas
às outras, envolvendo um perfume que se torna mais
intenso à medida que se encerra no interior da flor. É
um símbolo do modo afável e acolhedor com que Nossa
Senhora nos envolve a cada um de nós, seus filhos, abra-
çando-nos com carinho, nos protegendo a todos sob
seu manto que recende ao suave perfume da santidade
imaculada da Mãe.
E tal qual a rosa desabrocha e cresce nas suas péta-
las abertas, assim a divina proteção da Rosa Mística se
expande sobre nós, ao longo dos séculos da Igreja, sempre
invocada e venerada pelos filhos que d’Ela esperam sua
solicitude e amparo incansáveis.

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A Rosa Mística, oculta aos olhos dos homens,
Francisco Lecaros

espargiu seus perfumes mais preciosos na


formação do Homem-Deus em Nazaré
A invocação à Rosa Mística aparece de modo tocante
no conhecido hino “Akathistos Paraklesis”, das igrejas do
Oriente, desde os primeiros séculos da Igreja. É consi-
derado o mais belo hino mariano da antiguidade, seme-
ado de poesia e de filial devoção à Mãe de Deus. É uma
espécie de salmodia, onde se repete o louvor: “Maria, Tu,
Rosa Mística, da qual saiu Cristo como milagroso
perfume”.
Do século V em diante,
Nossa Senhora será especialmente
lembrada pelo símbolo da rosa. Muitas
gravuras e ícones marianos orientais
representam a Mãe Imaculada com o
Filho nos braços e uma rosa na mão.
O Ocidente deu outras expressões
a essa iconografia mariana. Sob
o título de "Nossa Senhora da
Rosa" foram executadas diver-
sas obras para adornar vários
santuários dedicados a Maria
no mundo.
Em meados do século
XVI, a invocação Rosa
Mística aparece na Ladai-
nha Lauretana, recordando
as excelsas qualidades de
Desde os tempos da Igreja nascente, Nossa Senhora
era venerada como a Rosa perfeita, a Mãe do Senhor
Nossa Senhora, Rainha da Criação e, de modo particular,
a sua Pureza Virginal, que permaneceu imaculada antes
do parto, no parto e depois do parto de Nosso Senhor
Jesus Cristo.
O Rosário
A identificação de Nossa Senhora com a simbologia
da rosa deu origem, na piedade popular, a muitas práti-
cas devocionais que tomaram o nome dessa flor. A mais
importante e conhecida de todas, o Santo Rosário.
A palavra Rosário significa “Coroa de Rosas”.
Segundo narram visões particulares, mais de um santo
foi visto em êxtase, recitando a Ave-Maria diante de uma
aparição da Santíssima Virgem. E a cada prece rezada,
uma rosa era colocada sobre a fronte de Nossa Senhora,
tecendo sobre ela uma coroa de flores.
A oração do Santo Rosário surgiu aproximadamente
no século IX, entre os monges que costumavam rezar
150 Pai-nossos e outro tanto de Ave-marias, em louvor
à Santíssima Virgem.
Séculos depois, por volta de 1214, Nossa Senhora
apareceu a São Domingos de Gusmão, que combatia a
heresia albigense, no sul da França. Maria entregou-lhe o
piedoso instrumento do Rosário, e recomendou ao santo
que pregasse aquela devoção, através da qual conquistaria
a conversão dos hereges e dos pecadores.
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O Rosário é a devoção mariana mais importante que
associa Nossa Senhora ao simbolismo da rosa
Desde então, a devoção ao Rosário se propagou rapi-
damente em todo o mundo, alcançando graças e milagres
que se multiplicaram ao longo dos tempos.
Aparição de Nossa Senhora das Rosas
Além das práticas e exercícios piedosos que recor-
dam o simbolismo da rosa aplicado a Maria Santíssima,
duas dessas devoções merecem particular referência
Primeiro, a devoção a “Nossa Senhora das Rosas”,
que teve início no século XV e está ligada a dois fatos
extraordinários, ocorridos na região da Brescia, na Itália.
Era noite de 3 para 4 de janeiro de 1417, quando
dois mercadores dirigiam-se de Brescia rumo a Bergamo,
e acabaram se perdendo em um bosque perto do vilarejo
chamado Albano. Estavam a oito quilômetros do seu
destino, mas viram-se completamente desorientados em
meio à densa floresta, expostos a uma tempestade de neve
e ao frio bastante intenso.
Naquele momento de aflição, pediram fervorosa-
mente auxílio ao Senhor, invocando a ajuda e intercessão
da Virgem Maria. Fizeram o firme propósito de erguer
uma capela em honra da Mãe de Deus, caso Ela os liber-
tasse daquela situação desesperadora.
Foi quando, de súbito, um raio de luz desceu do
céu, rompeu a escuridão e indicou aos dois mercadores
o caminho até a entrada de Bergamo.
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A aparição de “Nossa Senhora das Rosas”
Karl_von_Blaas_Rosenwunder / commons.wikimedia
Com ânimo renovado, sentiram eles grande alívio e
imensa alegria diante do maravilhoso prodígio.
Na cidade, procuraram a igreja matriz, para ali dar
graças aos Céus pelo que lhes tinha ocorrido. Porém, a
igreja estava fechada, e eles ajoelharam ali mesmo, ao
relento, para elevar suas preces. Então sucedeu outro
milagre, ainda maior: a Virgem Imaculada lhes apareceu,
sentada sobre um trono de nuvens, rodeada de rosas.
Tinha no colo o Menino Jesus, que também trazia na
mão um buquê de rosas.
Ao amanhecer, a notícia difundiu-se rapidamente
junto ao povo, assim como junto ao Bispo de Bérgamo,
que ouviu dos próprios comerciantes o que havia acon-
tecido.
Tanto o Bispo, como São Bernardino de Siena,
santo franciscano que se encontrava na cidade naquele
momento, deram acolhida aos relatos dos mercadores,
e consideraram o fato como uma grande bênção e um
especial favor de Nossa Senhora para aquela região.
Com a aprovação de todos, os comerciantes então
construíram uma capela em honra a Nossa Senhora das
Rosas em Bergamo, no lugar da primeira aparição, no
bosque de Albano, em um terreno que compraram.
A devoção a Nossa Senhora das Rosas atravessou os
séculos e reascendeu-se por ocasião da difusão da epide-
mia de cólera, em 1855. O pároco de Albano não só
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exortou a população a recorrer à Virgem das Rosas, mas
fez um voto de erigir no local onde estava a capela, um
santuário em sua homenagem, caso cessasse o contágio.
A epidemia terminou em 20 de setembro de 1855,
iniciando-se a construção do santuário, sob a jubilosa
aclamação do povo.
Nossa Senhora das Rosas é celebrada no dia 4 de
Janeiro, conforme decreto pontifício firmado em 1877
pelo Papa Beato Pio IX.
Aparições da Rosa Mística
A segunda devoção
que mais se relaciona à Rosa
Mística tem sua origem em
meados do século XX.
O fato aconteceu em
1947, em Montechiari,
situada a alguns quilôme-
tros de Bréscia, no norte
da Itália. Ali, uma enfer-
meira chamada Pierina
Gilli, encontrava-se num
quarto do hospital onde
trabalhava, quando teve
uma visão de uma belíssima
Senhora vestida com uma Pierina Gilli

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túnica vermelha e com um véu branco cobrindo-lhe a
cabeça. Em seu peito estavam encravadas três espadas e
seu celestial rosto tinha feições muito tristes.
Reconhecendo na visão a Mãe de Deus, a vidente
relata que a Virgem chorava e lhe dizia: “Oração, Peni-
tência e Expiação”.
Numa segunda aparição, Nossa Senhora apresenta-
-se de branco e, em lugar das três espadas, traz no peito
três rosas: uma branca, uma cor-de-rosa e outra dourada.
A Virgem disse a Pierina que o Senhor a enviara espe-
cialmente para ajudar os sacerdotes e as ordens religiosas,
favorecendo o florescimento de vocações.
Nossa Senhora pedia, ainda, que o dia 13 de julho
de cada ano fosse dedicado à “Rosa Mística”.
Nessa aparição, Nossa Senhora explicou também
que as espadas simbolizavam a escassez das vocações reli-
giosas e as deficiências dos que as abraçavam. Quanto
às rosas, a branca simbolizava o espírito de oração; a
vermelha, o espírito de expiação e sacrifício; a dourada,
o espírito de penitência.
Para outros intérpretes, a rosa branca indica-nos
que Maria é a filha puríssima de Deus Pai, é imaculada
e sede de sabedoria.
A rosa vermelha é o símbolo da Mãe do Filho de
Deus, Mãe das Dores e da Misericórdia.

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A Rosa Mística
Francisco Lecaros
A rosa amarela, por sua vez, é o símbolo da Esposa
do Espírito Santo, Rainha do Céu e da Terra e Mãe da
Igreja, que acolhe no seu Coração Imaculado, como em
precioso vaso de cristal, torrentes de luz, de graça e de
amor.
Nas aparições seguintes, Nossa Senhora insiste na
necessidade de uma vida de oração intensa e de se fazer
penitência pelos pecados dos homens que ofendem a
Deus.
Numa sexta aparição, Maria expressou o desejo de
que em Montechiari Ela fosse venerada sob a invocação
de “Rosa Mística”, unida à veneração de seu Coração
Imaculado, especialmente nos conventos e institutos
religiosos.
Ainda uma sétima vez Nossa Senhora apareceu a
Pierina. Sorrindo, Maria disse: “Eu sou a Imaculada
Conceição, sou a Mãe da Graça, Mãe de meu Divino
Filho, Jesus Cristo. Quero que ao meio-dia de cada 8
de dezembro seja celebrada a ‘hora da graça’ por todo
o mundo e prometo que mediante esta devoção serão
alcançadas graças para a alma e para o corpo”.
Depois destes acontecimentos, Pierina passou vários
anos em Bréscia, como ajudante em um convento de
religiosas. Em fevereiro de 1966 começou outro ciclo
de aparições, quando a Virgem anunciou à vidente que
alcançaria graças especiais aos que rezassem a Ela junto
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a uma fonte numa gruta no bairro de Fontanelle, em
Montechiari.
De fato, o local passou a ser frequentado pelos
devotos da Virgem, e ali ocorreram várias curas físicas
e espirituais.
Embora sejam aparições de caráter privado, sem uma
aprovação oficial da Igreja, a Rosa Mística de Montechiari
se tornou conhecida pelo mundo todo, de tal maneira que
fora da Itália existem, além de várias paróquias, 4 santu-
ários associados a essa devoção: no Brasil (em Jambeiro,
SP), na Venezuela, no Líbano e na China.
O perfume da Rosa Mística em nossa vida
Voltemos nossos olhos e corações para a divina Rosa
Mística, a Mãe de nosso Salvador, Maria Santíssima.
Contemplemos as insondáveis perfeições com que
Deus ornou o corpo e a alma de sua flor eleita, a obra-
-prima da Criação.
E pensemos que essa Rosa de beleza e perfume
incomparáveis deseja que nós, seus filhos e devotos,
sejamos também flores belas e perfumadas a povoar o
jardim do Céu. Ela nos aguarda para, uma vez salvos,
completarmos na eternidade o canteiro de almas santas
e justas que enfeitam seu trono de Rainha do Universo.
Olhemos para esse nosso admirável modelo, e
procuremos imitá-La em todas as virtudes, evitando os
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espinhos dos defeitos e pecados que nos afastam do ideal
de santidade a que todos somos chamados.
Peçamos sempre à nossa Rosa Mística, com humil-
dade e inteira confiança, que nos ajude a sermos cada
vez mais semelhantes a Ela, livres das ervas daninhas
deste mundo, expandindo e desabrochando nossas almas
rumo ao Céu.
Que Ela, Flor perfeita do Criador, estenda em todos
os momentos seu manto de proteção e desvelo sobre
nós, amparando-nos em nossas dificuldades espirituais
e materiais.
Que Ela nos guie continuamente pelos bons cami-
nhos nesta vida, atraindo-nos com sua divina fragrância
para o Jardim paradisíaco de Deus, onde A louvaremos
junto com toda a corte celestial.

31
Consagração a
Nossa Senhora Rosa Mística
Ó Maria Santíssima, Senhora Rosa Mística,
eu me consagro inteiramente a Vós. Consagro-Vos
o meu entendimento, para que eu possa sempre Vos
amar. Consagro-Vos a minha língua, para que eu
possa sempre Vos louvar. Consagro-Vos o meu coração,
para que eu seja totalmente vosso. Recebei-me, ó Mãe
incomparável, no ditoso número de vossos servos.
Acolhei-me debaixo de vossa proteção, socorrei-me
em minhas necessidades temporais e espirituais e,
sobretudo, na hora da minha morte.
Abençoai-me e fortalecei a minha fé para que,
amando-Vos nesta vida, eu possa contemplar para
todo sempre a vossa face, no Céu. Amém.
Fontes consultadas:

Santo Afonso Maria de Ligório, Glórias de Maria, Vozes, Petró-


polis, 1957.
São João Eudes, A Infância Admirável da Santíssima Mãe de
Deus, Bogotá: San Juan Eudes, 1957.
Mons. João Clá Dias, Pequeno Ofício da Imaculada Conceição
Comentado, ACNSF, São Paulo, 2010.
Pe. Juan Rey, S.J., Retratos de Nossa Senhora, Porto, Livraria
Apostolado da Imprensa, 1957.
www.paroquiarosamistica.org
www.arquisp.org.br

33
nº 40

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