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MISSA

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A missa explicada

por Padre Pio


Padre Pio era o modelo de cada padre. Não se Nós nos unimos (rapidamente!) a Jesus em Seu
podia assistir “à sua Missa”, sem que nos aprisionamento, em Sua atroz flagelação, na
tornássemos, quase sem perceber, Sua coroação de espinhos e Seu caminhar com
“participantes” desse drama que se vivia a cada a cruz nas costas, pelas ruelas de Jerusalém e,
manhã sobre o altar. Crucificado com o no “Memento”, olhando todos os presentes e
Crucificado, o padre revivia a Paixão de Jesus aqueles pelos quais rezamos especialmente.
com grande dor, da qual fui testemunha
privilegiada, pois o ajudava na Missa. 5. A consagração:

Ele nos ensinava que só poderíamos obter Nos dá o Corpo entregue agora, o Sangue
nossa salvação se, em primeiro lugar, a cruz derramado agora. Misticamente, é a própria
fosse plantada na nossa vida. Dizia: “Creio que crucifixão do Senhor. E é por isso que Padre
a Santíssima Eucaristia é o grande meio para Pio sofria atrozmente neste momento da Missa.
aspirar à Santa Perfeição, mas é preciso Nós nos uníamos em seguida a Jesus na cruz,
recebê-La com o desejo e o engajamento de oferecendo ao Pai, desde esse instante, o
arrancar, do próprio coração, tudo o que Sacrifício Redentor. Esse é o sentido da oração
desagrada Àquele que queremos ter em nós” litúrgica, que segue imediatamente à
(27 de julho 1917). consagração.

Explicou, também, que durante a Celebração 6. “Por Cristo com Cristo e em Cristo”:
da Eucaristia, era preciso colocar em paralelo
a cronologia da Missa e da Paixão. Trata-se, Corresponde ao grito de Jesus: “Pai, nas Tuas
antes de tudo, de compreender e realizar que Mãos entrego o Meu Espírito!”. Desde então, o
o padre, no altar, é Jesus Cristo. Desde então, sacrifício é consumado pelo Cristo e aceito
Jesus, em seu padre, revive indefinidamente a pelo Pai. Daqui por diante, os homens não mais
mesma Paixão. estão separados de Deus e se encontram de
novo unidos. É a razão pela qual, nesse
Etapas da Santa Missa instante, recita-se a oração de todos os filhos:
“Pai Nosso…”.
1. Do sinal da cruz inicial até o ofertório:
7. A fração da hóstia:
É preciso encontrar Jesus no Getsêmani, é
Indica a Morte de Jesus.
preciso segui-Lo na Sua agonia, sofrendo
diante deste “mar de lama” do pecado. É
8. A intinção:
preciso unir-se a Jesus em Sua dor de ver que
a Palavra do Pai, que Ele veio nos trazer, não é
Instante em que o padre, tendo partido a
recebida pelos homens, nem bem nem mal. A
hóstia – símbolo da morte –, deixa cair uma
partir dessa visão, é preciso escutar as leituras
parcela do Corpo de Cristo no cálice do
da Missa como sendo dirigidas a nós,
Precioso Sangue. Esse ato marca o momento
pessoalmente.
da ressurreição, pois o Corpo e o Sangue estão
de novo reunidos, e é o Cristo Vivo que vamos
2. O ofertório:
comungar.
É a prisão, chegou a hora…
9. A bênção do padre:
3. O prefácio:
Marca os fieis com a cruz, ao mesmo tempo
como um extraordinário distintivo e como um
É o canto de louvor e de agradecimento que
escudo protetor contra os assaltos do maligno.
Jesus dirige ao Pai, e que lhe permitiu, enfim,
chegar a esta “hora”.

4. Da oração eucarística até a


consagração:
Como participar liturgicamente
da Santa Missa?
Para que a nossa participação na Santa Missa
seja consciente, ativa e frutuosa, é necessário Quando falamos em seguir as normas
conhecermos bem o que celebramos. Contudo, litúrgicas previstas, não estamos falando de
muitos católicos não receberam uma formação coisas sem importância, mas de unidade
adequada acerca da liturgia da Santa Missa, e eclesial. A liturgia não é nossa, mas sim um
seguem aquilo que lhes foi ensinado sem tesouro da Igreja. Celebrar segundo as
questionamento algum. prescrições significa, também, criar comunhão
com o Corpo Místico de Cristo.
A Igreja quer manter sempre a sua unidade.
Não são várias Igrejas Católicas, mas uma Ninguém tem autoridade para modificar ou
única Igreja. Por isso mesmo, é necessário que variar os textos litúrgicos. Muitos tem
haja uma unidade na liturgia, e aqueles que transformado as celebrações litúrgicas em
presidem as celebrações são os primeiros que verdadeiros espetáculos de mau gosto.
devem vivenciar aquilo que celebram em plena Desfiguraram tanto o rosto da Santa Missa,
unidade com a Igreja em todo o mundo. Por que chegam a confundi-la, muitas vezes, com
isso mesmo, todo presbítero deve ser o um culto neopentecostal.
primeiro a aceitar e praticar as normas
litúrgicas que regulam a liturgia. Triste é “Contudo, o sacerdote deve estar lembrado de
observarmos que, em muitos casos, o rito da que ele é servidor da Sagrada Liturgia e de
celebração foi totalmente desfigurado por que não lhe é permitido, por própria conta,
acréscimos que visam apenas inflar o ego de acrescentar, tirar ou mesmo mudar qualquer
quem preside. Lembramos com carinho a frase coisa na celebração da Missa” (Instrução Geral
de Adélia Prado: “A Missa é como um poema, do Missal Romano, 24).
não suporta enfeite nenhum”.
“Cesse a prática reprovável de que sacerdotes
Participação da assembleia ou diáconos, ou mesmo os fieis leigos,
modificam e variem, à seu próprio arbítrio, aqui
na Santa Missa ou ali, os textos da sagrada Liturgia que eles
pronunciam. Quando fazem isso, trazem
Criou-se, em muitos lugares, o costume de a instabilidade à celebração da sagrada Liturgia
assembleia rezar junto com o sacerdote as e não raramente adulteram o sentido autêntico
orações que são próprias de quem preside a da Liturgia” (Redemptionis Sacramentum, 59)
Santa Missa. Algumas orações são próprias de
quem preside. A assembleia tem a sua Seis dicas para participar bem
participação em momentos próprios:
da Santa Missa
“Para fomentar a participação ativa,
promovam-se as aclamações dos fieis, as 1. A fé:
respostas, a salmodia, as antífonas, os
cânticos, bem como as ações, gestos e atitudes Cremos que “o Nosso Salvador, na última Ceia,
corporais. Não deve deixar de observar-se, a instituiu o sacrifício eucarístico do Seu Corpo e
seu tempo, um silêncio sagrado” Sangue, com o fim de perpetuar através dos
(Sacrosanctum Concilium, 30). séculos, até à Sua vinda, o sacrifício da cruz e,
deste modo, confiar à Igreja, Sua amada
“Sem dúvida, o povo participa sempre Esposa, o memorial da Sua Morte e
ativamente e nunca de forma puramente Ressurreição” (Instrução Geral do Missal
passiva: ‘associa-se ao sacerdote na fé e com o Romano, n.2). Ter fé no que se celebra é
silêncio, também com as intervenções fundamental, pois acreditamos com toda a
indicadas no curso da Oração Eucarística, que Igreja no único e eterno sacrifício de amor de
são: as respostas no diálogo do Prefácio, o Jesus Cristo celebrado na Missa, com a certeza
Santo, a aclamação depois da consagração e a de que “a Eucaristia é o resumo e a suma de
aclamação ‘Amém’, depois da doxologia final, nossa fé” (CIC. 1327). Nisto, não basta somente
assim como outras aclamações aprovadas pela ser batizado e estar inserido na Igreja, mas
Conferência de Bispos e confirmadas pela também é preciso que creiamos no que
Santa Sé’” (Redemptionis Sacramentum, 54). celebramos em cada Liturgia.

Compreendendo a liturgia 2. A preparação:


celebrado; e que até o tato não desvie nossa
É necessária uma preparação em todos os atenção ao utilizar objetos que não estão
sentidos para participar bem do momento relacionados ao momento Eucarístico. Que
ápice que é a Missa. Lucas 22,7-13 narra que todo o nosso ser esteja voltado para a Liturgia
Jesus mandou preparar uma grande sala celebrada. Que toda nossa postura seja
quando ia celebrar com Seus discípulos a ceia adequada à sacralidade da Missa.
pascal em que instituiu o sacrifício do Seu
Corpo e Sangue. Sobre essa passagem bíblica Tudo isso para que todos formem um só corpo,
que mostra toda uma preparação, “a Igreja quer ouvindo a Palavra de Deus, quer
sempre julgou dirigida a si esta ordem, participando nas orações e no canto. Pois essa
estabelecendo como preparar as pessoas, os é uma unidade que se manifesta em beleza nos
lugares, os ritos e os textos para a celebração gestos e atitudes corporais que os fieis
da Santíssima Eucaristia” (IGMR, n.1). observam todos juntamente. (Cf. IGMR, n.96).

Dessa forma, diante do grande mistério de 5. Guardar o silêncio:


amor que se apresenta a nós na Missa,
devemos preparar o nosso coração com Antes do início da celebração, é louvável
antecedência, para bem vivê-lo. Já bem antes observar o silêncio na Igreja, na sacristia e nos
da celebração, é importante tentar administrar lugares mais próximos, para que assim haja
as possíveis agitações interiores, as uma devida preparação para celebrar, devota
preocupações vãs, as ansiedades, as e dignamente, os ritos sagrados. Na Missa,
confusões e tudo o que é secundário em deve-se guardar nos momentos próprios, o
relação ao essencial, que será a Celebração silêncio sagrado como parte da celebração, em
Eucarística. que, no ato penitencial e ao convite à oração, o
silêncio destina-se ao recolhimento interior;
3. A disposição: nas leituras e homilia, o silêncio é para uma
breve meditação sobre o que se ouviu; e depois
A Missa é central para o católico, e todos da comunhão, o silêncio favorece a oração
devem direcionar-se com disposição e interior de louvor e ação de graças. (Cf. IGMR,
liberdade a este momento. Ir por simples n. 45).
obrigação à Missa é privar-se dos vários
benefícios que ela proporciona, porque Deus 6. Atenção à liturgia:
espera de nós atos de amor e fé, e não só uma
presença preceitual, que também deve ser É importante que toda a assembleia, povo de
observada. Na Celebração da Missa, centro de Deus, participe integralmente da Missa,
toda vida cristã, encontra-se o ápice da ação observando cada parte que são: os ritos
pela qual Deus santifica o mundo em Cristo, e o iniciais, a liturgia da palavra, a liturgia
culto que os homens oferecem ao Pai por Eucarística e o rito de conclusão. Outro ponto
adorar o Filho Jesus. (Cf. IGMR, n.16). Portanto, é ter a clareza do Tempo Litúrgico que a Igreja
precisamos alimentar nossa disposição para está celebrando, que são os ciclos do Tempo
estarmos na Missa e participarmos bem dela Comum, Advento, Natal, Quaresma e Páscoa.
com tudo o que somos, e prestarmos o culto ao
Pai no Filho com alegria e gratidão. Com isso, a realização litúrgica da Missa, por
meio de sinais sensíveis, que alimenta,
4. Os gestos e postura do corpo: fortalece e exprime a fé, deve suscitar em cada
pessoa o desejo intenso de participar ativa e
A Igreja ensina que “os gestos e posições do plenamente. Pois, “pela Celebração Eucarística,
corpo tanto do sacerdote, do diácono e dos já nos unimos à liturgia do céu e antecipamos
ministros, como do ‘povo’ devem contribuir a vida eterna, quando Deus será tudo em
para que toda a celebração resplandeça pelo todos” (CIC. 1326).
decoro e nobre simplicidade, compreenda-se a
verdadeira e plena significação de suas O Papa Francisco, na sua catequese do dia 8
diversas partes, e se favoreça a participação de novembro de 2017, disse: “Não vos esqueçais:
de todos” (IGMR, n. 42). participar na Missa é viver, mais uma vez, a
paixão e morte redentora do Senhor”. Portanto,
É imprescindível que o nosso corpo, mente e a vivência deste sublime mistério de amor,
coração estejam em conformidade com o que sempre nos conduzirá ao próprio Cristo, que
se está celebrando. Que a visão esteja focada se entregou e se entrega a cada um de nós no
no altar e no sacerdote; que a audição absorva hoje da sua Páscoa celebrada na Missa.
os sons que ajudam a vivenciar o mistério

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