Confabulando - SD Fábulas

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Unidade 3

Confabulando
Para começo de conversa
Hoje vamos começar a conhecer mais sobre as
Durante nossa confabulação, você
fábulas! Esse gênero de histórias é muito, muito
lerá muitas fábulas e saberá em que
antigo. Tão antigo que é do tempo em que os
situações elas eram contadas, como
animais e outros seres falavam! Você não acredita? se modificaram com o tempo e de
Acredite, pois estamos falando daquelas pequenas que diferentes maneiras podem ser
histórias conhecidas por ter animais que falam! escritas.
Mas esta é apenas uma das características dessas Também estão previstas produções
histórias! escritas que depois poderão ser
A partir de agora, vamos confabular, trocar ideias dramatizadas e gravadas para
compor o acervo multimídia da sala
sobre tudo o que possa nos ajudar a entender
de leitura de sua escola. A turma
melhor esse tipo de história, que existe há mais de
poderá optar ainda por montar
2 mil anos! Já imaginou quanta coisa há para
um livro de fábulas.
saber sobre elas?
Vamos confabular?

língua portuguesa • 4 O ANO 81


ATIVIDADE 1 Reconhecendo fábulas

Vamos começar conversando um pouco a respeito do que você sabe sobre


as fábulas! Observe estas ilustrações com algumas das mais famosas
personagens das fábulas:

FIGURA 1

FIGURA 2

82 cadernos de apoio e aprendizagem · SmESP


FIGURA 3 FIGURA 4

Ilustração de Gustave Doré (1832-1883)

1. Converse com toda turma sobre essas ilustrações, com base nas questões
a seguir.
a) Quem são as personagens que aparecem?
b) O que parece estar acontecendo em cada ilustração?
c) Quais as diferenças no jeito (estilo) de desenhar e pintar em cada
ilustração?
d) Que ilustração parece ser mais realista? Por quê?
2. Essas ilustrações se referem a diferentes fábulas. Assinale o título de cada
uma dessas fábulas, considerando as personagens que aparecem.
( ) A vida da raposa ( ) A força dos pequenos
( ) A raposa e as uvas ( ) O leão e o rato
( ) A cigarra e a formiga ( ) O lobo e o cordeiro
( ) A diversão da cigarra ( ) O encontro às margens do rio
a) De acordo com as escolhas que vocês fizeram, o que se observa sobre
como costumam ser os títulos das fábulas?

língua portuguesa • 4 O ANO 83


3. Que tal vocês imaginarem a história de uma delas? Vejam como esta fábula
foi contada por um quadrinista, que a produziu como uma história em
quadrinhos.

84 cadernos de apoio e aprendizagem · SmESP


4. Com base na leitura da história em quadrinhos, como você e seus colegas
contariam a fábula que envolve essas personagens?
Dica importante: a fábula termina da seguinte maneira:

Moral: uma boa ação ganha outra.

ATIVIDADE 2 Senta que lá v em a fábula


1. Agora, você vai assistir a uma versão adaptada de Esopo para a fábula
“O leão e o rato” e depois vai reescrevê-la. Durante a exibição, procure
observar:
a) As falas das personagens aparecem destacadas da voz do narrador ou só
o narrador fala?
b) Compare a versão a que você assistiu com a que foi contada pelos
quadrinhos.

língua portuguesa • 4 O ANO 85


ATIVIDADE 3  ara saber mais sobre as fábulas -
P
pesquisando suas origens

1. Leia, com seu professor, o texto a seguir, que aborda um pouco da origem
das fábulas. Durante a leitura, sublinhe os trechos do texto que se referem
às seguintes informações:
●● Quando surgiram as fábulas
●● Quem foi o fabulista responsável por divulgá-las
●● Onde e quando ele viveu
●● Para que a fábula era usada

De onde vieram as fábulas?


Você deve estar curioso para saber mais Segundo os estudiosos
sobre esse gênero de texto que tem cerca de do assunto, as fábulas
2.800 anos, não? vieram do Oriente – mais
precisamente da Índia (por
Pois, então, vamos começar essa história volta do século VIII a.C.).
do começo... De lá teriam seguido para a
Pérsia, a China e o Japão.
Contar histórias é uma das formas mais antigas de
Somente no século VI a.C.
comunicação conhecida entre nós. Já se contavam
elas teriam chegado à Grécia
histórias antes mesmo da invenção e a Roma, por meio de Esopo.
da escrita. Contamos histórias para entender
melhor o mundo em que vivemos, para refletir sobre as nossas
experiências e as dos outros. As histórias contadas pelos homens ao longo
dos tempos sempre dizem um pouco sobre a época em
que são inventadas. Conhecendo essas histórias podemos aprender
sobre o que as pessoas pensam ou pensavam e no que
acreditam ou acreditavam.
As fábulas foram um dos primeiros jeitos de contar histórias de que
se tem notícia. São tão antigas que ninguém sabe, ao certo, onde e
quando surgiram. Mas sabemos que foi Esopo, que viveu na Grécia no
século vi a.C. (antes de Cristo), o responsável por levar a fábula para a
Grécia antiga, e, segundo alguns estudiosos, o primeiro a registrá-la por

86 cadernos de apoio e aprendizagem · SmESP


escrito. No século I d.C. (depois de

wikipedia.org
Cristo), Fedro (um ex-escravo romano)
reescreveu as fábulas de Esopo, usando
a escrita em versos.
Depois de muitos séculos, elas foram
reelaboradas muitas outras vezes por
diversos escritores do mundo inteiro.
Já no século xvii, ao reescrevê-las,
o grande escritor francês Jean de La
Fontaine deu a elas uma “cara nova”:
assim como Fedro, optou por
Esopo, nascido no século Vi a.C.,
redigi-las em versos, e, além disso, viveu como escravo por muito tempo e,
deu-lhes características mais poéticas. graças à sua inteligência, conquistou
a liberdade. Viajou pelo mundo para
No Brasil, um dos mais famosos
trocar ideias com os filósofos até se
escritores que reescreveram as fábulas
instalar junto do rei da Babilônia,
de Esopo e de La Fontaine foi Monteiro quando conquistou o reconhecimento
Lobato, o criador do Sítio do Picapau de todos com quem conviveu. Voltou a
Amarelo. Depois dele, muitos outros viajar, dessa vez para Delfos, onde fez
fizeram a mesma coisa, sempre inimigos que o condenaram à morte
mudando alguma coisa aqui e ali. e o jogaram em um precipício. Para
cada situação de conflito que vivia ou
Mas o que será que as fábulas têm presenciava (até mesmo no momento
de especial para perdurarem tanto? de sua morte), Esopo tinha pronta uma
E o que leva os escritores a fazer fábula que, por sua moral, muitas vezes
modificações nesses textos? Para expressa como um provérbio, procurava
entender melhor tudo isso, vamos ensinar, exemplificar, aconselhar ou
começar discutindo um pouco o que criticar as atitudes, os sentimentos e os
comportamentos humanos.
vem a ser, afinal, uma fábula. Isso vai
exigir muita leitura e discussão, com
alguma diversão, é claro!
Bom trabalho!

2. Depois da leitura, compartilhe o que você aprendeu sobre a origem das


fábulas.
Com seus colegas e professor, discuta cada trecho sublinhado.

língua portuguesa • 4 O ANO 87


ATIVIDADE 4 Senta que lá v em mais fábula

1. Esta fábula é bastante conhecida e envolve uma cigarra e uma formiga.


Mas, antes, converse um pouco com os colegas:
●● Vocês conhecem alguma característica desses dois insetos?
●● Que tipo de problema (conflito) pode acontecer em uma história em que
aparecem essas duas personagens?
Assista atentamente à animação para depois conferir se o que vocês e seus
colegas pensaram apareceu ou aconteceu na história.
2. Depois de ver a animação da fábula “A cigarra e a formiga”, acompanhe
com o professor e seus colegas a leitura do texto, na versão do fabulista
Jean de La Fontaine e responda às questões apresentadas:

A CIGARRA E A FORMIGA
Depois de passar o verão inteiro cantando, a

wikipedia.org
cigarra ficou sem nada para comer no inverno; não
havia nem uma migalha em lugar nenhum, nem
um pedacinho de minhoca ou de mosca.
Morrendo de fome, ela foi correndo bater à porta
da vizinha, a formiga, pedir alguma coisa para
comer e sobreviver ao inverno, só até a primavera Jean de La Fontaine viveu
chegar, e disse: no século XVII (1621-1695).
Reelaborou as fábulas de
— Pagarei tudinho antes do outono, com juros e
Esopo (século VI a.C.) e do
tudo, dou-lhe a minha palavra.
romano Fedro (século I d.C.).
A formiga perguntou, então, à cigarra pedinte: Considerado um dos mais
importantes escritores da
— E o que você fez durante o verão? França, ficou conhecido
— Cantei, para todos ouvirem, noite e dia. por modernizar as fábulas,
aproximando-as da poesia.
Espero que não se incomode.
— Cantou? Eu trabalhei de sol a sol! E você
simplesmente cantou? Então que passe o inverno dançando!

88 cadernos de apoio e aprendizagem · SmESP


a) E então: qual é a história da cigarra e da formiga?

b) Pelo que se pode entender do texto, o que a formiga fazia enquanto a


cigarra cantava?

c) A cigarra passa por qual dificuldade?

d) O texto termina com a fala da formiga “— Cantou? Eu trabalhei de sol a


sol! E você simplesmente cantou? Então que passe o inverno dançando!”.
Como pode ser entendida esta última fala? A formiga ajudou a cigarra?
Por quê?

e) Pensando na vida real desses insetos, seria possível que uma cigarra
pedisse ajuda a uma formiga? Por quê?

língua portuguesa • 4 O ANO 89


3. Observe a ilustração e descreva o que está vendo.

Ilustração de Gustave Doré (1832-1883)

a) Por que você acha que o ilustrador usou a imagem de pessoas para
ilustrar a fábula “A cigarra e a formiga”?

b) A que momento da história essa ilustração poderia estar relacionada?

90 cadernos de apoio e aprendizagem · SmESP


Pausa para anotar
Considerando o que foi
discutido, anote nas páginas
finais do estudo das fábulas
o que mais você descobriu
sobre elas.

ATIVIDADE 5 Os provérbios nas fábulas

Você já deve ter ouvido alguém dizer frases feitas como “Água mole em pedra
dura, tanto bate até que fura”, ou “Em casa de ferreiro o espeto é de pau”.
Esses tipos de frases são chamadas de provérbios e costumam encerrar
muitas fábulas.
1. Volte à versão de La Fontaine da fábula “A cigarra e a formiga” e observe
com atenção.
a) Há algum provérbio no fim do texto?
b) Você acha que esse texto apresenta alguma “moral da história”?
c) Leia, a seguir, uma lista de provérbios e selecione aquele que poderia ser
colocado no fim desta fábula, como moral da história:
( ) Quando um não quer, dois não brigam.
( ) Em briga de marido e mulher ninguém mete a colher.
( ) Quem ama o feio, bonito lhe parece.
( ) Os preguiçosos colhem o que merecem.

d) Considerando o provérbio escolhido, responda: como a cigarra é vista


pela formiga?

e) E você? O que pensa sobre a cigarra?

língua portuguesa • 4 O ANO 91


2. Agora, pense com o grupo!
Por que muitas fábulas terminam com um provérbio como moral? Para
refletir um pouco sobre isso, vamos recorrer a nossos conhecimentos sobre
os usos dos provérbios.

a) Observem os provérbios dos quadros e conversem sobre o que eles


querem dizer.

A
Mais vale um pássaro
na mão do que dois
voando.

C
Devagar e sempre
se vai ao longe.

D
Trate os outros
tal como deseja
ser tratado.

B
Quem trai os amigos
pode estar cavando
a própria cova.

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b) Indiquem (usando A, B, C ou D) qual dos provérbios se encaixaria
em cada uma das situações a seguir:
( ) Um amigo diz a outro que está meio desanimado porque está
demorando muito para conseguir fazer amizade com a menina de
quem gosta.
( ) Um de seus vizinhos está sendo ignorado por todas as crianças da
rua porque espalhou um segredo de um amigo para todo o bairro.
( ) Você vê uma amiga sua ser muito chata e grosseira com seu irmão
mais novo.
( ) Um menino chupava um sorvete, enquanto olhava doces
maravilhosos na vitrine de uma doceria. Como não tinha mais
dinheiro, ficou só olhando, com muito desejo! Estava tão distraído
que não percebeu que seu sorvete começou a derreter e caiu no
chão! Então chorou.
c) Se vocês conseguiram escolher um provérbio adequado para cada uma
das situações, poderíamos dizer que eles tiveram nas circunstâncias
acima a mesma finalidade que a moral das fábulas tem. Qual seria essa
finalidade?
( ) A moral das fábulas serve para tornar o texto mais fácil e mais
engraçado para os leitores.
( ) A fábula precisa ter uma moral para mostrar aos leitores que o autor
sabe do que está falando por experiência própria.
( ) A moral expressa a intenção do autor de demonstrar, aconselhar ou
criticar atitudes, comportamentos e sentimentos humanos.
( ) A moral só serve para encerrar o texto de uma forma diferente.

língua portuguesa • 4 O ANO 93


3. O que cada provérbio discutido defende como comportamentos,
sentimentos e valores desejáveis e indesejáveis?
a) Complete o quadro de acordo com o exemplo dado.

Comportamentos, Comportamentos,
Provérbios sentimentos e valores sentimentos e valores
desejáveis indesejáveis

Mais vale um
Sentir-se satisfeito com o Ganância
pássaro na
que se tem.
mão
do que dois
voando.

Quem trai os
amigos pode
estar cavando
a própria
cova.

Devagar e
sempre
se vai ao
longe.

Trate os
outros
tal como
deseja
ser tratado.

94 cadernos de apoio e aprendizagem · SmESP


Para pesquisar
b) Consulte seus parentes, colegas ou vizinhos e apresente mais três
provérbios conhecidos. Depois, preencha o quadro como fez na questão
anterior.

Comportamentos,
Comportamentos,
sentimentos
Provérbios sentimentos e
e valores
valores desejáveis
indesejáveis

língua portuguesa • 4 O ANO 95


Atividade 6  s diferentes v ersões das fábulas
A
e suas morais

1. Você se lembra da fábula “A cigarra e a formiga”?


Pois bem! Agora, vamos ver outras versões criadas por escritores brasileiros,
como Monteiro Lobato e José Paulo Paes. Acompanhe a leitura feita por
seu professor.

SEM BARRA
Enquanto a formiga
carrega comida
para o formigueiro,
a cigarra canta,
canta o dia inteiro.
A formiga é só trabalho.
A cigarra é só cantiga.
Mas sem a cantiga
da cigarra
que distrai da fadiga,
seria uma barra
o trabalho da formiga!

PAES, José Paulo. Olha o bicho. São Paulo: Ática, 2008.

A CIGARRA E AS FORMIGAS
I – A FORMIGA BOA

Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé de um


formigueiro. Só parava quando cansadinha; e seu divertimento então era
observar as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas.
Mas o bom tempo afinal passou e vieram as chuvas. Os animais todos,
arrepiados, passavam o dia cochilando nas tocas.

96 cadernos de apoio e aprendizagem · SmESP


A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco e metida em grandes
apuros, deliberou socorrer-se de alguém.
Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formigueiro.
Bateu – Tique, tique, tique...
Aparece uma formiga friorenta, embrulhada num xalinho de paina.
— Que quer? – perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama e a
tossir.
— Venho em busca de agasalho. O mau tempo não cessa e eu...
A formiga olhou-a de alto a baixo.
— E que fez durante o bom tempo, que não construiu a sua casa?
A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois de um acesso de tosse:
— Eu cantava, bem sabe...
— Ah!... – exclamou a formiga recordando-se. — Era você então que
cantava nessa árvore enquanto nós labutávamos para encher as tulhas?
— Isso mesmo, era eu...
— Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que
sua cantoria nos proporcionou. Aquele chiado nos distraía e aliviava o
trabalho. Dizíamos sempre: Que felicidade ter como vizinha tão gentil
cantora! Entre, amiga, que aqui terá cama e mesa durante todo o mau
tempo.
A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias
de sol.
[...]
Os artistas – poetas, pintores, músicos – são as cigarras da humanidade.
[...]

LOBATO, Monteiro. Fábulas. São Paulo: Globo, 2008.


© Monteiro Lobato sob licença da Monteiro Lobato Licenciamento, 2008.

língua portuguesa • 4 O ANO 97


Converse com seu grupo e anote:
1. Compare essas duas versões em relação à primeira e preencha o quadro.
Versão 1 – página 82

Como a cigarra é vista pela formiga?

Como é a formiga?

O que acontece no fim da história?

É escrita em versos ou em prosa?


Versão 2 – página 90

Como a cigarra é vista pela formiga?

Como é a formiga?

O que acontece no fim da história?

É escrita em versos ou em prosa?


Versão 3 – páginas 90-91

Como a cigarra é vista pela formiga?

Como é a formiga?

O que acontece no fim da história?

É escrita em versos ou em prosa?

98 cadernos de apoio e aprendizagem · SmESP


2. Assinale as afirmativas com verdadeiro (v) ou falso (f):

( ) O provérbio “Os preguiçosos colhem o que merecem” poderia ser


usado para encerrar o texto “Sem barra”.
( ) A versão de José Paulo Paes defende valores parecidos com os que são
defendidos na versão de Monteiro Lobato.
( ) Os valores e as atitudes defendidos na versão de Lobato são diferentes
dos valores e atitudes defendidos na versão da página 88.
( ) Na fábula de Monteiro Lobato a intenção é valorizar o que a cigarra
faz como um trabalho tão importante quanto o da formiga.

Os diferentes jeitos de contar relação às características das


(estilos) dos fabulistas personagens, demonstrando,
assim, maior preocupação com
Esopo escrevia suas fábulas de
a estética (a beleza) do texto.
forma mais breve (sintética),
Mas é importante dizer que,
em prosa, destacando muito
em suas versões, La Fontaine
a moral e o ensinamento
continuou a se preocupar com
que se podiam perceber na
a moral das histórias, que
história. Já La Fontaine fez
passou a ter um valor mais
um trabalho de reelaboração anotar
das fábulas clássicas,
crítico. Pausa para
que
notações
dando-lhes características Outros autores também têm Volte às a cobriu
z sob re o que des
mais literárias próprias da jeitos diferentes de contar as já fe s
das fábula
poesia. Ele trabalhava com fábulas, como vimos ser feito a respeito
nte o que
versos rimados e com a por José Paulo Paes e Monteiro e acresce
agora.
apresentação de detalhes em Lobato. aprendeu

ATIVIDADE 7 O lhando as fábulas “por dentro”

Quando um escritor cria um romance, um conto, um poema ou uma fábula,


usa certos “ingredientes” para produzir seu texto. Muitos desses ingredientes
são semelhantes, mas também aparecem “misturados” e “temperados” de
modos diferentes em cada forma de apresentar o texto.

língua portuguesa • 4 O ANO 99


Agora você participará de uma brincadeira que envolve a “receita para fazer
fábulas” que criamos. Acompanhe a leitura do professor, leia a “receita” e
discuta com os colegas que dicas ela dá sobre como se pode fazer uma fábula
para depois “colocar a mão na massa”.

a fa ze r u m a fá b u la tradicional
Receita par
Ingredientes oe
de rá es ta r es cr ita ou escondida no text
história que po
●● 1 moral da ou crítica.
se ja mos trar um a lição, ensinamento
cuja intenção
as
●● 2 ou 3 pe
rsonagens apresentad
alidades ou
rapidamente, com qu
ntes, sempre
atitudes bem difere
humanas.
ligadas a situações

●● 1 problem
a (conflito) de rápida
solução.
m
●● Tempo e
lugar meio vagos, se
.
muito detalhamento

●● 1 voz de
narrador.
s a gosto.
●● Falas das personagen

●● 1 sequên
cia de ações.
criticar.
exem pl ifica o qu e se quer ensinar ou
ou
●● 1 fim que surpreende
r
(Um) Modo de faze descreva
a, pe gu e a vo z do narrador e, com ela,
en
Em uma fôrma pequ in ic ia l, acrescentando tem
po e
da um a sit ua çã o
de forma curta e rápi lh id as . Em seguida, coloque
essas
as person ag en s es co
lugar meio vagos e s e vá regando
ua ção de co nfl ito . Acrescente as açõe
personagens na sit r as vozes das person
agens durante
Vo cê po de rá in cl ui
tudo com intenção. qu e expresse bem a in
tenção
o, ac re sc en te o fim
o preparo. Por últim
escolhida. a-a nas
s vo cê te rá um a fá bula tradicional. Sirv
ha
Pronto! Em poucas lin to dela.
der tirar mais provei
situações em que pu

100 cadernos de apoio e aprendizagem · SmESP


Observe uma fábula feita com essa receita e repare nos “ingredientes”:

O tempo vago. 2 ou mais personagens,


A voz do narrador.
(impreciso) sem muitas descrições.

A sequência
de ações: os Certo dia, o leão saiu para caçar com três
leões saíram outras feras, e os quatro pegaram um O problema
para caçar; veado. Com a permissão dos outros, o (conflito) com
pegaram um leão se encarregou de repartir a presa e rápida resolução:
veado; um dividiu o veado em quatro partes iguais.
os leões caçaram
dos leões Porém, quando os outros foram pegar
um animal e
dividiu-o em seus pedaços, o leão disse:
tinham de dividir
quatro partes; — Calma, meus amigos. Este primeiro a presa.
este leão pedaço é meu, porque é o meu pedaço.
decidiu ficar O segundo também é meu, porque sou
com todas o rei dos animais. O terceiro, vocês vão Espaço vago:
as partes. me dar de presente para homenagear considerando
minha coragem e o sujeito maravilhoso a situação,
A fala da que eu sou. imaginava-se
personagem. E o quarto... Bom, se alguém aí quiser uma selva.
disputar esse pedaço comigo na luta,
pode vir que eu estou pronto. Logo, logo
O final
a gente fica sabendo quem é o vencedor!
surpreendente:
só um leão fica Moral:
com todos os Nunca forme uma sociedade sem primeiro
pedaços. saber como será a divisão dos lucros.

Moral da história, com


intenção de ensinar algo.

língua portuguesa • 4 O ANO 101


1. Agora, com toda a turma, descubra se os “ingredientes” da
receita para fazer uma fábula tradicional foram usados nos trechos a seguir,
analisando se algum deles seria parte de uma fábula.

TRECHO 1
. A aveia ainda
mo é be la a vid a do ca mpo! Estávamos no verão
Ah, co
já começa a amarelar. [...]
estava verde, mas o trigo
do por um fosso
ado de so l, via -se ao lon ge o velho castelo, rodea
Banh uma estreita
. En tre as pe sad as mu ral has e o canal, estendia-se
profundo rdanas.
ra, tod a tom ad a po r um a verdadeira floresta de ba
língua de ter
[...]
ava os ovos,
seu ninho. Enquanto choc
Foi ali que uma pata fez esperando que as
estar ali há tanto tempo,
sentia-se aborrecida por [...]
ma solidão que dava dó.
cascas se rompessem, nu

TRECHO 2
Um urso passava o tempo contando com
o gostava dos homens.
— Não vou lá perturbar nem estraçalhar
os homens quando eles morrem –
disse ele.
A raposa respondeu com um sorriso:
— Eu ia ficar mais convencida de sua bon
dade se você não costumasse
comer os homens vivos!
Moral:
Mais vale ter pena dos vivos que respeito
pelos mortos.

102 cadernos de apoio e aprendizagem · SmESP


2. Vamos seguir a receita! Os ingredientes escolhidos estão no quadro abaixo.
Basta que vocês se concentrem no Modo de fazer para produzir uma
fábula. Esta será a fábula da turma – a que abrirá o livro de fábulas (ou o
CD de fábulas) que vocês farão. Então caprichem!

Ingredientes
A intenção expressa na moral:
●●

Cuidado quando um inimigo dá conselho amigo!


As personagens:
●●

Um lobo e uma cabra.


●● O conflito:

O lobo quer enganar a cabra para comê-la.


●● O espaço:

Uma pastagem no alto de um rochedo.


●● O tempo:
Indefinido.
●● A voz do narrador para contar a história
●● As falas das personagens, com uso de diálogo.
Fim surpreendente:
●●

A cabra não se deixa enganar pelo lobo.

Mesma receita, mas bolos diferentes!


Mesmo quando seguimos a mesma receita, nunca temos um bolo igual
ao outro. Quando resolvemos mudar a ordem ou substituir um dos
ingredientes, aí então é que alteramos mais ainda o gosto do bolo.
Mas não importa, desde que fique gostoso, não é? Assim também acontece
com as fábulas! Dependendo de quem escreve, as fábulas se tornam
diferentes. Se forem produzidas em épocas distintas, então, nem se fala...
Há coisas que não podem faltar quando escrevemos uma fábula.
Mas isso não significa que não possamos dar a ela nosso “toque” pessoal.
Vá pensando no seu “toque”, porque logo chegará a sua vez de
produzir uma fábula, certo?

língua portuguesa • 4 O ANO 103


ATIVIDADE 8 C onhecendo mais de perto
as personagens e os conf litos

Chegou a hora de saber mais sobre as personagens e os conflitos em que


elas se envolvem. Você já reparou que as características dos animais que são
personagens de uma fábula sempre ajudam a elaborar a história, certo?
Também já deve ter percebido que todas as fábulas lidas até aqui
têm animais como personagens, não? Mas será que podemos encontrar
outros tipos de seres como personagens de uma fábula? Será que qualquer
ser ou qualquer coisa pode ser personagem de uma fábula? Como
eles são escolhidos?
Será sobre todas essas perguntas que vamos pensar um pouco a partir de
agora!
1. A seguir, será proposta a leitura da fábula “A lebre e a tartaruga”. Mas,
para aproveitá-la melhor, primeiro discuta com todos os colegas da turma
o que está proposto nestas questões:
a) Do que vocês acham que pode falar uma história na qual aparecem uma
lebre e uma tartaruga? Esses animais serão amigos ou não?
b) Será que alguém vai se dar mal nessa história ou tudo acabará bem? Se
vocês acham que alguém vai se dar mal, quem será? Por quê?
2. Agora, com um colega, leia a fábula, prestando atenção nas personagens
escolhidas e observando se suas características são importantes para o que
acontece na história.

A LEBRE E A TARTARUGA
A lebre vivia se gabando da própria velocidade.
— Nunca fui derrotada, ninguém corre mais que eu quando uso a minha
velocidade máxima. Desafio qualquer um aqui a competir comigo.
A tartaruga respondeu tranquilamente:
— Aceito o desafio.

104 cadernos de apoio e aprendizagem · SmESP


— Ah, mas que piada! – disse a Lebre — Posso dançar à sua volta até a
chegada!
— Deixe para contar vantagem depois que me derrotar – respondeu a
tartaruga. — Vamos correr?
Decidiram, então, a extensão do trajeto e deram a largada. A lebre sumiu
de vista, tamanha era sua velocidade, mas, pouco depois, parou e, para
demonstrar seu desdém pela tartaruga, deitou-se para tirar um cochilo.
Enquanto isso, a tartaruga vinha, naquele passinho bem lento que é
típico das tartarugas. Quando a lebre acordou, viu a tartaruga pertinho
da faixa de chegada e não conseguiu chegar a tempo de ganhar a corrida.
E foi obrigada a dizer:
— Devagar se vai ao longe!

LA FONTAINE, Jean de. A lebre e a tartaruga.

língua portuguesa • 4 O ANO 105


3. Esta fábula também termina com uma moral. Releiam-na e escolham
outra moral que poderia ser apresentada para destacar o comportamento
da lebre.
( ) A pressa é inimiga da perfeição.
( ) Antes tarde do que nunca.
( ) A vaidade é o espelho dos tolos.
( ) No mundo tudo é vaidade.
4. Agora, observe as personagens de algumas fábulas e relacione-as com
as características importantes para desenvolver a história:

a. O lobo e a cabra

b. A raposa e a cegonha

c. A lebre e a tartaruga

d. O leão e o rato

e. A cigarra e a formiga

106 cadernos de apoio e aprendizagem · SmESP


( ) A primeira é conhecida por cantar e a segunda por não parar de
procurar e carregar alimento.
( ) O primeiro é conhecido por ser carnívoro e feroz e o segundo, por ser
um animal mais dócil e frágil.
( ) A primeira é muito rápida e a segunda, muito lenta.
( ) O primeiro é muito feroz e grande e o segundo é um roedor pequeno.
( ) A primeira tem focinho curto e a segunda tem bico longo.

5. Chegou a hora de conhecer uma fábula que apresenta personagens


humanas: “O menino e o lobo”.
Acompanhe a leitura do professor e anote o que discutir com a turma
sobre o texto.

O MENINO E O LOBO
O menino pastor, que cuidava de muitas ovelhas, gostava de brincar
com as pessoas que viviam naqueles campos distantes, gritando:
— Socorro! Ai, socorro, me ajudem! O lobo está vindo! Ele vai atacar
minhas pobres ovelhas. Socorro!
Não havia quem não corresse para ajudar o pastor! Os habitantes
do povoado chegavam e... O que encontravam? O menino a rir e
a rir do esforço de todos.
Por algumas vezes, a brincadeira deu certo e o menino divertiu-se
com isso.
Um dia, o lobo apareceu de verdade. O pastorzinho gritou,
desesperado, mas as pessoas, achando que se tratava da brincadeira
de sempre, não deram atenção.
O lobo devorou quantas ovelhas quis, sem ser perturbado.

Moral da história:
Ninguém acredita no mentiroso, mesmo quando fala a verdade.

língua portuguesa • 4 O ANO 107


a) Que característica o menino tem que é muito importante para o
desenvolvimento da história? Explique essa importância.

6. Você viu que toda personagem que aparece nas fábulas, seja animal, pessoa
ou objeto, tem um jeito de ser, com características diferentes. No quadro
abaixo, há uma lista de animais ou objetos que poderíamos usar em uma
fábula. Sua tarefa é apresentar as características que eles têm que poderiam
ser destacadas em uma fábula, como foi feito com o urso e com o gato.
Depois, pense em outros animais e amplie a lista.

Animal, objeto Características que lhes são próprias ou que


ou planta lhes são atribuídas pelo homem

URSO Forte, grande e feroz

GATO Esperto, manhoso

PORCO

URUBU

MACHADO

VIDRO

TOURO

108 cadernos de apoio e aprendizagem · SmESP


Animal, objeto Características que lhes são próprias ou que
ou planta lhes são atribuídas pelo homem

7. Considerando a lista feita pela turma, formem, agora, dois pares de


personagens que poderiam estar juntas em uma mesma fábula. Lembrem-se
de que muitas vezes os animais de uma mesma fábula apresentam
características contrastantes ou opostas (forte-fraco; belo-feio; grande-
-pequeno; corajoso-covarde...).

8. Que tal você e seu colega produzirem uma nova versão da fábula
“O menino e o lobo”? Vocês eliminarão as personagens humanas que
aparecem no texto, sem alterar o conteúdo da história ou a moral. Basta
que as personagens principais passem a ser um cachorro, uma ovelha de um
rebanho e um lobo.
Antes de começarem a escrever, pensem sobre:
●● Qual seria o papel do cachorro em um rebanho de ovelhas?
●● Que personagem assumiria o papel do menino que mentia?

língua portuguesa • 4 O ANO 109


O quadro de critérios abaixo ajudará vocês durante e depois da produção.

Critérios para revisar e avaliar Precisa corrigir


Sim ou Não
a produção ou melhorar
A reescrita da fábula tem:
Um narrador?
Personagens com características que
ajudam no desenvolvimento da história?
Todas as ações importantes para
entendermos a história?

A moral, em algum lugar do texto?

O texto está ortograficamente correto?

ATIVIDADE 9 As fábulas de ontem e as fábulas de hoje


Chegou a hora de conhecer uma fábula moderninha que foi baseada em
outra, clássica. Mas, antes de ouvi-la, observe a sequência de desenhos das
duas versões – a clássica e a atual.

110 cadernos de apoio e aprendizagem · SmESP


1. Agora, leia o texto da versão atual de “A tartaruga e o coelho” para
compará-la com a versão clássica.

A TARTARUGA E O COELHO
A tartaruga ganhou do coelho na corrida
e ficou rica. Um dia, ela se encontrou com
o pardal e começou a rolar uma discussão sobre
dinheiro: “Eu sou rica, carrego muito dinheiro no
meu casco-cofre, e você?”.
O pardal respondeu: “Eu sou pobre, não tenho
casco nem cofre, mas sou leve e posso voar”.
A tartaruga respondeu: “Se quiser, posso comprar
uma asa igual à sua. O dinheiro consegue
tudo”. E foi o que ela fez. Chegou o dia do voo.
Com as asas postiças, a tartaruga ajeitou
o casco-cofre, subiu num precipício enorme e...
(assovio)... Começou a cair feito uma pedra.
As asas não faziam efeito! Aí, ela teve a ideia
de jogar o casco-cofre pelos ares e, como
num passe de mágica, as asas começaram a
funcionar!... Que alívio! E que alegria poder voar
como um passarinho! Quando chegou à terra,
a tartaruga estava pobre, mas feliz. Na hora de
voltar para casa, o coelho apareceu e emprestou
o dinheiro do táxi.

FRATE, Dilea. A tartaruga e o coelho. In: Histórias para acordar.


São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1996, p. 59.

língua portuguesa • 4 O ANO 111


Vamos observar, discutir e anotar:
2. Comparando as duas versões, preencha o quadro a seguir:
A lebre e a tartaruga

Quais as personagens e suas características?

Qual a história?

Qual a moral?

A tartaruga e o coelho

Quais as personagens e suas características?

Qual a história?

Qual a moral?

112 cadernos de apoio e aprendizagem · SmESP


Levando em conta as informações do quadro:
a) Sublinhe alguns trechos da versão mais moderna que indicam que ela foi
produzida depois da versão clássica.
b) Comente: as personagens que se repetem nas duas fábulas têm as
mesmas características nas duas histórias?

3. Seria possível formular uma moral para a segunda fábula? Se a resposta for
positiva, como essa moral poderia ser?

4. Considerando que uma fábula “dialoga” com a outra, indique o que há de


diferente entre elas. Depois, escreva o que uma quer “dizer” de diferente em
relação à outra.

Para terminar...
Antes de partirmos para a produção da fábula, será importante reunir
tudo o que você conseguiu aprender sobre esse gênero de texto. Toda
a turma fará um último registro para compor as anotações finais e
compará-las com as feitas no início das sequências deste assunto.
Será muito bom perceber quanto vocês ficaram craques em falar sobre a
fábula e, melhor ainda, saber o que precisarão fazer para produzir uma
fábula nota 10! Então, mãos à obra!

língua portuguesa • 4 O ANO 113


ATIVIDADE 10 L eitura e seleção de fábulas para
reconto oral

1. Até aqui você já leu e conheceu muitas fábulas, não? Que tal selecionar
uma para recontá-la a seus pais, irmãos ou a algum vizinho? Você também
poderá selecionar uma nos livros da sala de leitura. Para prender a atenção
de seus ouvintes, você terá de se preparar muito bem!
Para facilitar essa tarefa, reúna-se com mais dois colegas. Preparem-se,
colaborem uns com os outros, certo?
Antes de qualquer coisa, é importante selecionar o texto que vocês querem
recontar. Selecionem um único texto e sigam as orientações do professor e
bom trabalho!

2. Texto selecionado:
3. Chegou o momento de se prepararem! Treinem, contando a fábula
escolhida uns aos outros.
Depois, façam a experiência de recontar a fábula para um conhecido e em
seguida compartilhem as impressões com o restante da turma!

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ATIVIDADE 11 O que garanti r na produção
da fábula - revisão

1. O assunto, agora, é a construção do texto! Para pensarmos um pouco


nisso, em relação à fábula, precisaremos retomar o que foi estudado e
definir o que é necessário incluir no texto para que ele seja, ao mesmo
tempo, considerado uma fábula e tenha sentido.
O quadro a seguir apresenta essas definições. Portanto, será muito
importante entender bem tudo o que aparece aqui.

A fábula
Aspectos importantes em relação à proposta
e ao sentido do texto está precisa
adequada melhorar
Há personagens com características
e comportamentos humanos?
Apresentam-se no texto atitudes e valores
coerentes com as personagens escolhidas?
Apresenta uma moral ou reflexão sobre valores
que combina com a história?

Apresenta um conflito (problema a ser resolvido)?

É curta?

Desenvolve-se bem, sem esconder (omitir)


ou contrariar informações ou ações?

Apoiados nesses critérios, vamos fazer uma atividade de revisão de um texto


escrito por um aluno que também estava estudando as fábulas, usando
como referência os itens desse quadro, certo?

2. Para começar, leia o texto com dois outros colegas e discutam o que
acharam dele e se vocês já percebem algo que deveria ser melhorado ou
corrigido, sem se preocuparem com o quadro.

língua portuguesa • 4 O ANO 115


O rato e a raposa que
ndo pe la flo res ta. Est ava sendo perseguido e viu
Um rato estava anda
era só a raposa.
— Olá, raposa.
— Olá, rato.
quenino.
e vo cê est ava me pe rse guindo? – perguntou o pe
— Porqu
ta.
pe rse gu ind o, eu só est ava caminhando pela flores
— Eu não estava te
queijo.
qu e no s en co nt ram os, que tal dividirmos o seu
Mas já
nós dois.
ito pequeno, não dá para
— Mas o meu queijo é mu
meses. – disse a raposa.
— É que eu não como há
— Está bem.
A raposa
rti u o pe qu en o pe da ço de queijo e deu para ela.
Então o rato pa iou sua fome e
em um a mo rdi da ter mi nou o queijo, mas não sac
só comer o rato”. O
: “E u ain da estou co m fome, bem que eu poderia
pensou hou o pobre
av a ter mi na nd o o qu eijo, quando a raposa abocan
ratinho est o do rato.
ap rov eitou e co me u o pequeno pedaço de queij
animal e então
Moral:
.
Os mais fortes prevalecem

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a) Agora que vocês já leram o texto, acompanhem com toda a turma a
revisão coletiva, prestando atenção nos itens do quadro.

b) Depois de perceber o que precisa ser revisado, compare o modo como ele
ficou após a revisão. Para ficar mais visível e ajudar na discussão, sublinhe
os trechos diferentes.

O rato e a raposa
Um dia, um rato estava andando pela floresta com um pedaço de queijo
na mão, até que notou que estava sendo perseguido, olhou para trás e viu
que era uma raposa. Como era corajoso e rápido para fugir das garras de
seus inimigos, não se preocupou muito.
— Olá, raposa.
— Olá, rato! – falou manso a raposa, fingindo ser amigável para não
correr o risco de ele fugir.
— Por que você estava me perseguindo? – perguntou o pequenino.
— Eu não estava te perseguindo, eu só estava caminhando pela floresta.
Mas, já que nos encontramos, que tal dividirmos o seu queijo?
— Mas o meu queijo é muito pequeno, não dá para nós dois – disse,
desconfiado.
— É que eu não como há meses! – lamentou a raposa com olhar triste.
— Está bem – disse o rato, baixando a guarda.
Então o roedor partiu o pequeno pedaço de queijo e deu para ela.
A raposa, só em uma mordida, terminou o queijo e, antes que o rato,
distraído, comesse o seu pedaço, a farsante abocanhou o pobre animal e
ainda comeu o pequeno pedaço de queijo do rato.
Moral: Os mais fortes prevalecem.

língua portuguesa • 4 O ANO 117


ATIVIDADE 12 Produção de uma fábula

1. Vamos começar a planejar a escrita da fábula para a leitura dramatizada


ou para compor o livro de fábulas da turma. Você poderá decidir por
apresentar uma nova versão de uma das fábulas lidas até agora (como
Dilea Frate fez com “A tartaruga e o coelho”, na página 111) ou criar outra,
tendo como base um dos seguintes provérbios:

Quem ama o feio, bonito lhe parece.

Em casa de ferreiro o espeto é de pau.

De grão em grão a galinha enche o papo.

Quando a cabeça não pensa, o corpo padece.

Devagar se vai longe.

Quem tudo quer, tudo perde.

É na necessidade que se conhece o amigo.

Caso não se identifique com nenhum destes, selecione outro provérbio


e pense na situação da fábula e na sua finalidade.

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2. Caberá a você decidir muitas coisas sobre os “ingredientes” de sua fábula.
a) Qual será a moral com a intenção de ensinar ou criticar algo?

b) Quais serão as personagens ideais para sua história? (Lembre-se das


características opostas.)

c) Qual será o problema (conflito)?

d) As falas das personagens serão com uso de diálogo ou só o narrador vai


contar tudo?

e) Onde e quando vai se passar a história?

f) Qual será o final surpreendente?

3. Além de decidir quais “ingredientes” comporão a história, pense em como


vai organizar tudo isso! (O modo de fazer, lembra-se?!)
a) A moral vai aparecer no texto ou ficará “escondida”?
b) A fábula será escrita em verso ou em prosa? Lembre-se de que, se decidir
escrevê-la em verso, terá de tentar usar algumas palavras que rimem no
fim de cada um deles!
4. Faça vários rascunhos, ensaie bastante, para garantir uma boa produção,
certo? E não perca de vista, durante a revisão, os critérios para a produção de
uma boa fábula. Será de acordo com esses critérios que tanto você quanto
o seu professor avaliarão a necessidade de correções, levando em conta o
quadro que você vai preencher e destacar para entregar a ele.

língua portuguesa • 4 O ANO 119


ATIVIDADE 13  reparação do livro ou da leitura
P
dramatizada da fábula

A fábula está pronta? Bem revisada? Então é hora de preparar o texto para o
livro ou para a leitura dramatizada que poderá ser gravada ou feita ao vivo.
Siga as orientações do professor, e um excelente trabalho final para você!

Registre, nas linhas


abaixo, suas
principais descobertas
sobre as fábulas.

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