Inscrição Na Ordem Dos Advogados Do Brasil - OAB

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5.

Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

Ética Profissional para a 1ª Fase do Exame


de Ordem (OAB)
Prof. Priscila Ferreira

5 Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB


Documento última vez atualizado em 10/06/2024 às 20:26.

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Índice
5.1) Inscrição na OAB (Advogado) 3

5.2) Cancelamento e Licenciamento 33

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Inscrição na OAB (Advogado)

A inscrição na condição de advogado na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) exige o


preenchimento de requisitos legais contidos no artigo 8º, da EAOAB, os quais destacamos:

Escute um áudio sobre inscrição do advogado:

 Para ouvir ao áudio correspondente, acesse o LDI.

Neste sentido, vamos ao estudo dos requisitos legais acima mencionados:

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Capacidade Civil: A capacidade civil plena é adquirida aos 18 anos de idade, sendo
que aquele reputado como incapaz não se tornará apto a se inscrever nos quadros de
advogados da OAB.

No entanto, se o advogado for acometido por incapacidade superveniente e permanente


terá o cancelamento de sua inscrição. Em contrapartida, ter-se-á o licenciamento quando a
situação acometida a ele for provisória, nos termos do artigo 11, V, do EAOAB.

Diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino


oficialmente autorizada e credenciada: A condição para se inscrever nos quadros da
OAB como advogado é ser bacharel em direito, tendo, ainda, apresentado diploma ou
certidão de graduação em direito;

Título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro: O título de eleitor e a


quitação com o serviço militar para homens são essenciais para que possa se inscrever
perante a OAB;

Aprovação em Exame de Ordem: A exigência do Exame da Ordem foi tida como


constitucional, pelo pleno do STF, para o exercício profissional;

Não exercer atividade incompatível com a advocacia: O exercício de atividades


incompatíveis com a advocacia impedem a inscrição na OAB.

Neste sentido, são consideradas atividades incompatíveis pelo EAOAB:

Art. 28. A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as seguintes atividades:

I - chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus substitutos legais;

II - membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos de


contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de todos os que
exerçam função de julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração pública
direta e indireta; (Vide ADIN 1.127-8) [1]

III - ocupantes de cargos ou funções de direção em Órgãos da Administração Pública direta ou


indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de serviço
público;

IV - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do


Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro;

V - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade policial de


qualquer natureza;

VI - militares de qualquer natureza, na ativa;

VII - ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arrecadação ou


fiscalização de tributos e contribuições parafiscais;

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VIII - ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive


privadas.

§ 1º A incompatibilidade permanece mesmo que o ocupante do cargo ou função deixe de


exercê-lo temporariamente.

§ 2º Não se incluem nas hipóteses do inciso III os que não detenham poder de decisão
relevante sobre interesses de terceiro, a juízo do conselho competente da OAB, bem como a
administração acadêmica diretamente relacionada ao magistério jurídico.

§ 3º As causas de incompatibilidade previstas nas hipóteses dos incisos V e VI do caput deste


artigo não se aplicam ao exercício da advocacia em causa própria, estritamente para fins de
defesa e tutela de direitos pessoais, desde que mediante inscrição especial na OAB, vedada a
participação em sociedade de advogados. (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022) [2] (Vide
ADI 7227) [3]

§ 4º A inscrição especial a que se refere o § 3º deste artigo deverá constar do documento


profissional de registro na OAB e não isenta o profissional do pagamento da contribuição anual,
de multas e de preços de serviços devidos à OAB, na forma por ela estabelecida, vedada
cobrança em valor superior ao exigido para os demais membros inscritos. (Incluído pela Lei
nº 14.365, de 2022) [4] (Vide ADI 7227) [5]

Idoneidade Moral: A idoneidade moral está intimamente ligada com a boa reputação
daquele que pretende se inscrever na OAB. Veja que a OAB traz uma presunção relativa
de idoneidade moral de todos aqueles que requeiram a sua inscrição perante os quadros
da instituição, mas possível torna-se que qualquer cidadão, anônimo ou não, suscite a
inidoneidade moral de um candidato a inscrição. Nesta hipótese, ter-se-á a suspensão da
inscrição até que ocorra o julgamento do incidente de idoneidade moral pelo Conselho
Seccional.

A inidoneidade moral será declarada mediante decisão mínima de dois terços dos votos de
todos os membros do Conselho Seccional.

Vamos resolver uma questão para fixar o tema?

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Questão 2018 | 4000000621

Lúcio pretende se inscrever como advogado junto à OAB. Contudo, ocorre que ele passou
por determinada situação conflituosa que foi intensamente divulgada na mídia, tendo sido
publicado, em certos jornais, que Lúcio não teria idoneidade moral para o exercício das
atividades de advogado.

Considerando que Lúcio preenche, indubitavelmente, os demais requisitos para a


inscrição, de acordo com o Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa
correta.

A inidoneidade moral apenas poderá ser suscitada junto à OAB por advogado inscrito e
A) deve ser declarada por meio de decisão da diretoria do conselho competente, por
maioria absoluta, em procedimento que observe os termos do processo disciplinar.

A inidoneidade moral poderá ser suscitada junto à OAB por qualquer pessoa e deve ser
declarada por meio de decisão de, no mínimo, dois terços dos votos de todos os
B)
membros do conselho competente, em procedimento que observe os termos do
processo disciplinar.

A inidoneidade moral apenas poderá ser suscitada junto à OAB por advogado inscrito e
C) deve ser declarada por meio de decisão, por maioria absoluta, de todos os membros do
conselho competente, em procedimento que observe os termos do processo disciplinar.

A inidoneidade moral poderá ser suscitada junto à OAB por qualquer pessoa e deve ser
D) declarada por meio de decisão, por maioria simples, do Tribunal de Ética e Disciplina do
conselho competente, em procedimento que observe os termos do processo disciplinar.

Solução

A inidoneidade moral poderá ser suscitada junto à OAB por qualquer pessoa e
deve ser declarada por meio de decisão de, no mínimo, dois terços dos votos
Gabarito: B)
de todos os membros do conselho competente, em procedimento que
observe os termos do processo disciplinar.

A questão trata dos requisitos para inscrição como advogado. Eles estão presentes
principalmente no art. 8º do Estatuto da Advocacia e da OAB:

Art. 8º, EAOAB. Para inscrição como advogado é necessário:

I - capacidade civil;

II - diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino


oficialmente autorizada e credenciada;

III - título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro;


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IV - aprovação em Exame de Ordem;

V - não exercer atividade incompatível com a advocacia;

VI - idoneidade moral;

VII - prestar compromisso perante o conselho.

Inicialmente, trata-se de um rol taxativo. Um novo requisito, para ser exigido, deverá ser
incluído no art. 8º por meio de lei. Vamos analisar abaixo cada um dos incisos.

Quanto à capacidade civil, o Código Civil prevê que ela é adquirida aos 18 anos, salvo se
emancipado (art. 5º CC). Mas o Estatuto prevê que o advogado poderá licenciar-se no
caso de doença mental curável.

Continuando, em regra, para a inscrição, leva-se o diploma de graduação em Direito.


Somente no caso de não ter sido ainda confeccionado é que se aceita a Certidão de
Graduação.

Em relação ao título de eleitor, veja que não há a obrigação da quitação eleitoral. Mas se
exige a quitação do serviço militar, o que é exigido somente para homens (art. 143,
caput e § 2º, CF/88).

A aprovação no Exame da Ordem deve ocorrer tanto nas provas objetivas quanto nas
discursivas. O STF já declarou que essa exigência é constitucional (STF, Plenário. RE
603.583/RS. Rel. Min. Marco Aurélio. Julg. 26/10/2011).

A pessoa que deseja realizar a inscrição não pode exercer qualquer atividade
incompatível com a advocacia. Elas estão previstas no art. 28 do Estatuto.

Deve também comprar a sua idoneidade moral. Ela diz respeito à boa reputação que a
pessoa tem perante a sociedade. Nesse ponto, o EAOAB traz uma presunção relativa de
idoneidade, que pode ser questionada por qualquer pessoa, advogado ou não. Para
isso, veja o que dispõe o art. 8º, §§ 3º e 4º do EAOAB:

Art. 8º, § 3º, EAOAB. A inidoneidade moral, suscitada por qualquer pessoa, deve ser
declarada mediante decisão que obtenha no mínimo dois terços dos votos de todos os
membros do conselho competente, em procedimento que observe os termos do
processo disciplinar.

§ 4º. Não atende ao requisito de idoneidade moral aquele que tiver sido condenado por
crime infamante, salvo reabilitação judicial.

Por fim, deve-se prestar compromisso perante o respectivo Conselho. Esse compromisso
está disposto no art. 20 do Regulamento Geral da OAB:

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Art. 20, RGOAB. O requerente à inscrição principal no quadro de advogados presta o


seguinte compromisso perante o Conselho Seccional, a Diretoria ou o Conselho da
Subseção:

“Prometo exercer a advocacia com dignidade e independência, observar a ética, os


deveres e prerrogativas profissionais e defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado
Democrático, os direitos humanos, a justiça social, a boa aplicação das leis, a rápida
administração da justiça e o aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas”.
A letra A está incorreta. INCORRETA

Conforme o art. 8º, § 3º do EAOAB, não é necessário ser advogado para suscitar a
inidoneidade de quem pretende se inscrever como advogado. Além disso, a inidoneidade é
declarada por voto de 2/3 dos membros do Conselho, e não por maioria da diretoria.

A letra B está correta. CORRETA

O art. 8º, § 3º do EAOAB prevê que qualquer pessoa pode suscitar a inidoneidade de quem
pretende se inscrever na OAB. Mas ela só será declarada pelo voto de 2/3 dos membros do
Conselho

A letra C está incorreta. INCORRETA

Não é necessário ser advogado para suscitar a inidoneidade de quem pretende se inscrever
como advogado (art. 8º, § 3º, EAOAB). Ademais, a inidoneidade é declarada por voto de 2/3
dos membros do Conselho, e não por sua maioria absoluta.

A letra D está incorreta. INCORRETA

A decisão para declarar a inidoneidade de quem pretende se inscrever na OAB se dá pelo


voto de 2/3 dos membros do Conselho, e não de maioria do Tribunal de Ética e Disciplina.

Neste sentido, tome nota dos preceitos contidos no EAOAB:

“Art. 8º Para inscrição como advogado é necessário:

(...)

§ 3º A inidoneidade moral, suscitada por qualquer pessoa, deve ser declarada mediante
decisão que obtenha no mínimo dois terços dos votos de todos os membros do conselho
competente, em procedimento que observe os termos do processo disciplinar.

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§ 4º Não atende ao requisito de idoneidade moral aquele que tiver sido condenado por
crime infamante, salvo reabilitação judicial.”

Apesar do conceito subjetivo que envolve o aspecto da idoneidade moral, já que é ligado à
honra, à dignidade, aos bons costumes etc., o EAOAB é taxativo ao trazer que aquele que
pratica crime infamante não atenderá ao requisito da idoneidade moral. Contudo, há a
possibilidade de REABILITAÇÃO JUDICIAL, esta sendo um benefício judicial concedido ao
condenado, depois de dois anos de extinção da pena, e que o tornará apto a preencher o
quesito da idoneidade moral.

Segundo Hélio Vieira, o crime infamante pode ser conceituado como aquele que causa
repúdio à comunidade em geral, assim como ocorre nos crimes de estelionato e homicídio
qualificado, por exemplo.

Prestar compromisso perante o conselho: Nos termos do artigo 20 do RGEAOAB,


observa-se que o requerente à inscrição principal no quadro de advogados presta
compromisso perante o Conselho Seccional.

O compromisso possui natureza solene e personalíssima, logo, é indelegável o compromisso a


ser realizado!

Em resumo, tome nota de quem não poderá se inscrever nos quadros da OAB:

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 Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI.

Assista ao vídeo para fixar os conceitos já estudados:

 Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI.

Questão 2023 | 4000009840

Pedro, cidadão brasileiro, graduou-se em Direito em renomada instituição norte-


americana. Caso deseje exercer no Brasil a profissão de advogado, Pedro deverá solicitar
inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil.

Sobre a hipótese, assinale a opção que indica o requisito que, em tal ocasião, Pedro
estará dispensado de apresentar.

A) Revalidação do título de graduação em Direito.

B) Aprovação em Exame de Ordem.

C) Ter sido admitido em estágio profissional de advocacia.

D) Prestação de compromisso perante o conselho.

Solução

Gabarito: C) Ter sido admitido em estágio profissional de advocacia.

A alternativa correta é a letra C

Por fim, quanto ao advogado estrangeiro, devemos tecer algumas considerações quanto
a sua atuação como advogado no Brasil.

Advogado Estrangeiro (sem inscrição) para atuação profissional no Brasil:

a) A autorização da Ordem dos Advogados do Brasil, sempre concedida a título precário,


ensejará exclusivamente a prática de consultoria no direito estrangeiro correspondente ao
país ou estado de origem do profissional interessado;

b) O advogado estrangeiro possui vedação quanto ao o exercício do procuratório judicial


e a consultoria ou assessoria em direito brasileiro, ainda que esteja em parceria com

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advogado / sociedade de advogados nacionais.

c) O exercício de atividade de consultoria depende de REQUERIMENTO perante o


Conselho Seccional correspondente ao local do exercício profissional. Neste sentido, em
havendo “autorização”, esta perdurará por até três anos, sendo renovável a cada novo
interregno de três anos.

Advogado Estrangeiro ou brasileiro com formação no exterior para advogar no Brasil,


deverá:

a) Observar os requisitos legais do Artigo 8º do EOAB, como: (a) capacidade civil; (b)
diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino
oficialmente autorizada e credenciada; (d) aprovação em Exame de Ordem; (e) não
exercer atividade incompatível com a advocacia; (f) idoneidade moral; e (g) prestar
compromisso perante o conselho.

Desta forma, com exceção do título de eleitor e a quitação do serviço militar, todos os
demais quesitos legais deverão ser cumpridos para que a atuação do advogado com
formação no exterior seja legítima no Brasil.

b) Quando a graduação do advogado tiver ocorrido no exterior, nesta situação,


necessário se tornará a revalidação de seu diploma por meio de prova específica.

Observe o que dispõe a literalidade do artigo 8º do Estatuto da OAB:

Art. 8º Para inscrição como advogado é necessário:


I - capacidade civil;
II - diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino
oficialmente autorizada e credenciada;
III - título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro;
IV - aprovação em Exame de Ordem;
V - não exercer atividade incompatível com a advocacia;
VI - idoneidade moral;
VII - prestar compromisso perante o conselho.

§ 1º O Exame da Ordem é regulamentado em provimento do Conselho Federal da OAB.

§ 2º O estrangeiro ou brasileiro, quando não graduado em direito no Brasil, deve


fazer prova do título de graduação, obtido em instituição estrangeira, devidamente
revalidado, além de atender aos demais requisitos previstos neste artigo.

Portanto, não se exige a admissão em estágio profissional de advocacia, razão pela qual
a alternativa correta a ser assinalada é a letra C.

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Questão 2012 | 4000001950

Sávio, aluno regularmente matriculado em Escola de Direito, obtém a sua graduação e,


logo a seguir, aprovação no Exame de Ordem. Por força de movimento grevista na sua
instituição, o diploma não pode ser expedido.

A respeito da inscrição no quadro de advogados, consoante as normas do Regulamento


Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta.

A) O diploma é essencial para a inscrição nos quadros da Ordem dos Advogados.

O bacharel, diante do impedimento de apresentar o diploma, deve apresentar declaração


B)
de autoridade certificando a conclusão do curso.

A Ordem, diante do movimento grevista comprovado, poderá acolher declaração de


C)
próprio punho do requerente afirmando ter obtido grau.

O bacharel em Direito deve apresentar certidão de conclusão de curso e histórico


D)
escolar autenticado.

Solução

O bacharel em Direito deve apresentar certidão de conclusão de curso e


Gabarito: D)
histórico escolar autenticado.

A questão trata das sanções disciplinares. No caso, ela está relacionada aos requisitos
para inscrição como advogado. Eles estão presentes principalmente no art. 8º do Estatuto
da Advocacia e da OAB:

Art. 8º, EAOAB. Para inscrição como advogado é necessário:

I - capacidade civil;

II - diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino


oficialmente autorizada e credenciada;

III - título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro;

IV - aprovação em Exame de Ordem;

V - não exercer atividade incompatível com a advocacia;

VI - idoneidade moral;

VII - prestar compromisso perante o conselho.

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Inicialmente, trata-se de um rol taxativo. Um novo requisito, para ser exigido, deverá ser
incluído no art. 8º por meio de lei. Vamos analisar abaixo cada um dos incisos.

Quanto à capacidade civil, o Código Civil prevê que ela é adquirida aos 18 anos, salvo se
emancipado (art. 5º CC). Mas o Estatuto prevê que o advogado poderá licenciar-se no
caso de doença mental curável.

Continuando, em regra, para a inscrição, leva-se o diploma de graduação em Direito.


Somente no caso de não ter sido ainda confeccionado é que se aceita a Certidão de
Graduação, acompanhada de histórico escolar. É o que afirma o art. 23 do Regulamento
Geral da OAB:

Art. 23, RGOAB. O requerente à inscrição no quadro de advogados, na falta de diploma


regularmente registrado, apresenta certidão de graduação em direito, acompanhada de
cópia autenticada do respectivo histórico escolar.

Em relação ao título de eleitor, veja que não há a obrigação da quitação eleitoral. Mas
se exige a quitação do serviço militar, o que é exigido somente para homens (art. 143,
caput e § 2º, CF/88).

A aprovação no Exame da Ordem deve ocorrer tanto nas provas objetivas quanto nas
discursivas. O STF já declarou que essa exigência é constitucional (STF, Plenário. RE
603.583/RS. Rel. Min. Marco Aurélio. Julg. 26/10/2011).

A pessoa que deseja realizar a inscrição não pode exercer qualquer atividade
incompatível com a advocacia. Elas estão previstas no art. 28 do Estatuto, a exemplo do
ocupante de cargo vinculado ao Poder Judiciário (art. 28, IV, EAOAB), como os oficiais de
justiça.

Deve também comprar a sua idoneidade moral. Ela diz respeito à boa reputação que a
pessoa tem perante a sociedade. Nesse ponto, o EAOAB traz uma presunção relativa de
idoneidade, que pode ser questionada por qualquer pessoa, advogado ou não (art. 8º,
§§ 3º e 4º, EAOAB).

Por fim, deve-se prestar compromisso perante o respectivo Conselho. Esse compromisso
está disposto no art. 20 do Regulamento Geral da OAB:

Art. 20, RGOAB. O requerente à inscrição principal no quadro de advogados presta o


seguinte compromisso perante o Conselho Seccional, a Diretoria ou o Conselho da
Subseção:

“Prometo exercer a advocacia com dignidade e independência, observar a ética, os


deveres e prerrogativas profissionais e defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado
Democrático, os direitos humanos, a justiça social, a boa aplicação das leis, a rápida
administração da justiça e o aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas”.

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A letra A está incorreta. INCORRETA

A falta de diploma pode ser suprida pela apresentação de certidão de graduação, conforme
o art. 23 do RGOAB.

A letra B está incorreta. INCORRETA

Não basta uma simples declaração da autoridade. Não sendo possível apresentar o diploma,
o art. 23 do RGOAB admite a entrega de certidão de graduação acompanhada de histórico
escolar.

A letra C está incorreta. INCORRETA

Na falta do diploma, Sávio não poderá entregar declaração de próprio punho. O art. 8º, II do
EAOAB exige o diploma ou, em sua falta, a certidão de graduação.

A letra D está correta. CORRETA

É o que prevê o art. 23 do RGOAB. Não sendo possível entregar o diploma, é possível a
apresentação de certidão de graduação acompanhada de histórico escolar autenticado.

Só uma observação, a título de curiosidade. Como os funcionários da instituição estão em


greve, de que forma ser possível a expedição da certidão?

Por todo o exposto, questiono:

Qual o local da inscrição principal do advogado?

Antes de mais, escute o áudio:

 Para ouvir ao áudio correspondente, acesse o LDI.

Inicialmente, devemos observar que o advogado pode ter uma inscrição principal e outra
suplementar, sem qualquer prejuízo. No entanto, observe as seguintes premissas acerca da
INSCRIÇÃO:

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INCRIÇÃO PRINCIPAL – A inscrição principal deve ser realizada no Conselho Seccional


ou na Subseção da OAB em que o advogado pretende ter domicílio profissional (sede
principal da atividade de advocacia). Diante da dúvida ou ausência e domicílio
profissional, deve-se utilizar o domicílio pessoal.

OBS.: A inscrição do estagiário deve acontecer no Conselho Seccional onde esteja


localizado o seu curso jurídico.

Neste ponto, você deveria se questionar do seguinte:

Pode o advogado atuar fora da jurisdição de sua inscrição?

Sim! O advogado poderá atuar em até 05 causas ao ano em outro estado-membro, a qual a sua
jurisdição não alcance por tratar-se de outro estado-membro.

Neste sentido, observem o teor do artigo 10 do EAOAB:

“Art. 10. A inscrição principal do advogado deve ser feita no Conselho Seccional em cujo
território pretende estabelecer o seu domicílio profissional, na forma do regulamento geral.

§ 1º Considera-se domicílio profissional a sede principal da atividade de advocacia,


prevalecendo, na dúvida, o domicílio da pessoa física do advogado.

§ 2º Além da principal, o advogado deve promover a inscrição suplementar nos Conselhos


Seccionais em cujos territórios passar a exercer habitualmente a profissão considerando-se
habitualidade a intervenção judicial que exceder de cinco causas por ano.

§ 3º No caso de mudança efetiva de domicílio profissional para outra unidade federativa, deve
o advogado requerer a transferência de sua inscrição para o Conselho Seccional
correspondente.

§ 4º O Conselho Seccional deve suspender o pedido de transferência ou de inscrição


suplementar, ao verificar a existência de vício ou ilegalidade na inscrição principal, contra ela
representando ao Conselho Federal.”

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Questão 2011 | 4000002091

Semprônio reside no Estado W, onde mantém o seu escritório de advocacia, mas requer
sua inscrição principal no Estado K, onde, em alguns anos, pretende estabelecer
domicílio. No concernente ao tema, à luz das normas estatutárias, é correto afirmar que

A) o advogado pode eleger qualquer seccional para inscrição principal ao seu arbítrio.

o Conselho Federal pode autorizar a inscrição principal fora da sede do escritório do


B)
advogado.

C) na dúvida entre domicílios, prevalece o da sede principal do exercício da advocacia.

D) a inscrição principal está subordinada ao domicílio profissional do advogado.

Solução

Gabarito: D) a inscrição principal está subordinada ao domicílio profissional do advogado.

Análise do Caso

A questão trata da inscrição do advogado, mais precisamente sobre as inscrições


principal e suplementar e a transferência de inscrição. De qualquer forma, devemos saber
que o advogado pode exercer sua profissão em todo o território nacional. Veja:

Art. 7º, EAOAB. São direitos do advogado:

I - exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional;

Pois bem, a inscrição principal deve ser feita no Conselho Seccional ou na Subseção da
OAB em que o advogado pretenda ter domicílio profissional. É o que afirma o art. 10,
caput, do Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei 8.906/94). Veja:

Art. 10, EAOAB. A inscrição principal do advogado deve ser feita no Conselho Seccional
em cujo território pretende estabelecer o seu domicílio profissional, na forma do
regulamento geral.

Observe que a referência é o domicílio profissional do advogado. Somente quando houver


dúvida será considerado o seu domicílio pessoal, como estabelece os arts. 70 e 71 do
Código Civil. O § 1º do artigo acima traz o conceito de domicílio profissional:

Art. 10, § 1º, EAOAB. Considera-se domicílio profissional a sede principal da atividade
de advocacia, prevalecendo, na dúvida, o domicílio da pessoa física do advogado.

Já a inscrição suplementar ocorre quando o advogado exerce habitualmente a profissão


em território não abrangido por sua jurisdição. Ocorrendo, ele deverá recolher a anuidade

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5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

também nesta Seccional da OAB. A habitualidade é presumida quando há a intervenção


judicial em mais de 5 causas por ano. Atente:

Art. 10, § 2º, EAOAB. Além da principal, o advogado deve promover a inscrição
suplementar nos Conselhos Seccionais em cujos territórios passar a exercer
habitualmente a profissão considerando-se habitualidade a intervenção judicial que
exceder de cinco causas por ano.

Interpretando-se a norma acima, percebe-se que o causídico pode atuar em até 5 causas
por ano em território diferente da sua inscrição sem que seja necessária a inscrição
suplementar. O art. 26 do Regulamento Geral da OAB tem dispositivo em sentido
semelhante:

Art. 26, RGOAB. O advogado fica dispensado de comunicar o exercício eventual da


profissão, até o total de cinco causas por ano, acima do qual obriga-se à inscrição
suplementar.

Por fim, a transferência de inscrição deve ocorrer quando o advogado mudar


efetivamente seu domicílio profissional para outra unidade federativa. Nesse caso, ele
deverá requerer a sua inscrição para o Conselho Seccional correspondente, sem a
necessidade de nova aprovação no Exame da Ordem. Veja:

Art. 10, § 3º, EAOAB. No caso de mudança efetiva de domicílio profissional para outra
unidade federativa, deve o advogado requerer a transferência de sua inscrição para o
Conselho Seccional correspondente.

Por fim, se a inscrição principal estiver com algum vício ou ilegalidade, o pedido de
transferência ou de inscrição suplementar deverá ser suspenso pelo Conselho Seccional.
Observe:

Art. 10, § 4º, EAOAB. O Conselho Seccional deve suspender o pedido de transferência ou
de inscrição suplementar, ao verificar a existência de vício ou ilegalidade na inscrição
principal, contra ela representando ao Conselho Federal.
A letra A está incorreta. INCORRETA

A inscrição principal do advogado deve ocorrer perante o Conselho Seccional cuja base
territorial ele pretenda ter domicílio profissional (art. 10, EAOAB)

A letra B está incorreta. INCORRETA

A sede do escritório do advogado é onde ele possui domicílio profissional e, portanto, onde
deve possuir a inscrição principal (art. 10, EAOAB). Não há previsão de autorização do
Conselho Federal para que a inscrição principal possa ser feita em outro local.

A letra C está incorreta. INCORRETA

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5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

Segundo o art. 10, § 1º do EAOAB, havendo dúvida sobre qual o domicílio profissional do
advogado, deve prevalecer o seu domicílio de pessoa física, e não da sede principal do
exercício da advocacia.

A letra D está correta. CORRETA

É o que prevê o art. 10 do EAOAB. A inscrição principal deve ocorrer onde o advogado
pretenda estabelecer seu domicílio profissional.

INCRIÇÃO SUPLEMENTAR – Quando o advogado exercer habitualmente a profissão,


seis ou mais ações judiciais, em território não abrangido por sua jurisdição, deverá
requerer a inscrição suplementar. Nesta hipótese, o advogado recolherá anuidade também
no estado-membro ao qual solicitou a inscrição suplementar.

Não confunda a exigência de intervenção judicial em seis ou mais causas por ano para
fins de obrigatoriedade de requerimento da INSCRIÇÃO SUPLEMENTAR com o
requisito legal para caracterização do EFETIVO EXERCÍCIO DA ADVOCACIA (ART. 1º,
do EAOAB).

O efetivo exercício da advocacia para fins de sua comprovação é verificado pela


participação anual do advogado em pelo menos cinco atos privativos, dentre os
previstos no artigo 1º, do EAOAB. Perceba que, nesta hipótese, não me referi quanto à
atuação em ações judiciais, mas tão somente em atos privativos, judiciais ou
extrajudiciais, como consultoria.

O efetivo exercício da advocacia é exigido em algumas situações, como se observa para


o ingresso na carreira da Magistratura e Ministério Público por meio de concurso
público.

Questão 2012 | 4000001977

Esculápio, advogado, deseja comprovar o exercício da atividade advocatícia, pois


inscreveu‐se em processo seletivo para contratação por empresa de grande porte, sendo
esse um dos documentos essenciais para o certame. Diante do narrado, à luz das normas
do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, o efetivo exercício da
advocacia é comprovado pela participação anual mínima em

5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 18/43


5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

A) seis petições iniciais civis.

B) três participações em audiências.

C) quatro peças defensivas gerais.

D) cinco atos privativos de advogado.

Solução

Gabarito: D) cinco atos privativos de advogado.

A questão trata da atividade da advocacia. Porém, para respondê-la, devemos


correlacionar o Estatuto da Advocacia e da OAB ao Direito Constitucional. Nesse sentido,
veja o que dispõe o art. 133 da CF/88:

Art. 133, CF/88. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo


inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.

De acordo com Pedro Lenza (Direito Constitucional Esquematizado. 21 ed. São Paulo:
Saraiva, 2017. p. 995), podemos extrair duas regras do dispositivo acima:
indispensabilidade do advogado, que não é absoluta; e imunidade do advogado, que
também não é irrestrita, devendo observar os limites definidos no Estatuto da Advocacia
e da OAB.

Segundo os professores Priscila Ferreira e Rosenval Júnior (Curso de 1ª Fase em Ética


Profissional para o XXXII Exame da OAB), "os advogados, como defensores do Estado
Democrático de Direito, assim serão reconhecidos quando possuírem inscrição na
Ordem dos Advogados, sendo, ainda, denominados como advogados privados, ou
advogados públicos".

O art. 1º da Lei 8.906/94 (EAOAB) prevê as atividades privativas da advocacia, com o


seguinte teor:

Art. 1º, EAOAB. São atividades privativas de advocacia:

I - a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais;

II - as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas.

Inicialmente, o STF declarou inconstitucional o termo "qualquer" na ADI 1.127. Segundo a


Corte Suprema, há diversos atos em que a presença do advogado pode ser dispensada.
De qualquer forma, regra geral, a capacidade postulatória pertence ao advogado. Mas há
algumas exceções, consoante os professores citados acima:

1. Habeas Corpus ("art. 1º, § 1º, EAOAB. Não se inclui na atividade privativa de advocacia
a impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal.")

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5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

2. Juizado Especial Cível, em causas de até 20 salários-mínimos (Lei 9.099/95).

3. Juizado Especial Federal Cível, em causas de até 60 salários-mínimos (Lei


10.259/2001).

4. Ação de Alimentos;

5. Processo Administrativo Disciplinar - "A falta de defesa técnica por advogado no


processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição." (Súmula Vinculante nº 05);

6. Jus postulandi na seara trabalhista ("art. 791, CLT. Os empregados e os empregadores


poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas
reclamações até o final.")

Já as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas dizem respeito a outras


atuações diferentes da postulação em juízo, mas que requerem conhecimento jurídico.

Ainda em relação à atividade advocatícia, o art. 5º do Regulamento Geral da OAB


assevera que o efetivo exercício da advocacia está configurado quando há a
participação mínima de 5 atos privativos de advogado, conforme visto acima. Seu
parágrafo único traz as formas de demonstração dessa participação. Observe:

Art. 5º, RGOAB. Considera-se efetivo exercício da atividade de advocacia a participação


anual mínima em cinco atos privativos previstos no artigo 1º do Estatuto, em causas ou
questões distintas.

Parágrafo único. A comprovação do efetivo exercício faz-se mediante:

a) certidão expedida por cartórios ou secretarias judiciais;

b) cópia autenticada de atos privativos;

c) certidão expedida pelo órgão público no qual o advogado exerça função privativa do
seu ofício, indicando os atos praticados.

Essa comprovação é importante, por exemplo, para concursos públicos que exigem
atividade jurídica.
A letra A está incorreta. INCORRETA

Não são seis atos por ano, e sim cinco, conforme o art. 5º, caput do RGOAB.

A letra B está incorreta. INCORRETA

Na verdade, o art. 5º, caput do RGOAB exige pelo menos cinco processos por ano para
comprovação da atividade advocatícia, e não três.

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5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

A letra C está incorreta. INCORRETA

Conforme o art. 5º, caput do RGOAB, são cinco atos por ano, e não quatro.

A letra D está correta. CORRETA

Consoante o art. 5º, caput do RGOAB, considera-se efetivo exercício de atividade


advocatícia a atuação em pelo menos cinco atos privativos de advogados.

Questão 2013 | 4000001897

Christiana, advogada recém-formada, está em dúvida quanto ao seu futuro profissional,


porque, embora possua habilidade para a advocacia privada, teme a natural instabilidade
da profissão. Por força dessas circunstâncias, pretende obter um emprego ou cargo
público que lhe permita o exercício concomitante da profissão que abraçou. Por força
disso, necessita, diante dos requisitos usualmente exigidos, comprovar sua efetiva
atividade na advocacia.

Diante desse contexto, de acordo com as normas do Regulamento Geral do Estatuto da


Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta.

O efetivo exercício da advocacia comprova-se pela atuação em um processo por ano,


A)
desde que o advogado subscreva uma peça privativa de advogado.

O efetivo exercício da advocacia exige a atuação anual mínima em cinco causas distintas,
B)
que devem ser comprovadas por cópia autenticada de atos privativos.

A atividade efetiva da advocacia, como representante judicial ou extrajudicial, cinge-se a


C)
dois atos por ano.

O advogado deve comprovar, anualmente, a atuação em atos privativos, mediante


D)
declaração do Juiz onde atue, de três atos judiciais.

Solução

O efetivo exercício da advocacia exige a atuação anual mínima em cinco


Gabarito: B) causas distintas, que devem ser comprovadas por cópia autenticada de atos
privativos.

A questão trata da atividade da advocacia. Porém, para respondê-la, devemos


correlacionar o Estatuto da Advocacia e da OAB ao Direito Constitucional. Nesse sentido,
veja o que dispõe o art. 133 da CF/88:

5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 21/43


5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

Art. 133, CF/88. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo


inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.

De acordo com Pedro Lenza (Direito Constitucional Esquematizado. 21 ed. São Paulo:
Saraiva, 2017. p. 995), podemos extrair duas regras do dispositivo acima:
indispensabilidade do advogado, que não é absoluta; e imunidade do advogado, que
também não é irrestrita, devendo observar os limites definidos no Estatuto da Advocacia
e da OAB.

Segundo os professores Priscila Ferreira e Rosenval Júnior (Curso de 1ª Fase em Ética


Profissional para o XXXII Exame da OAB), "os advogados, como defensores do Estado
Democrático de Direito, assim serão reconhecidos quando possuírem inscrição na Ordem
dos Advogados, sendo, ainda, denominados como advogados privados, ou advogados
públicos".

O art. 1º da Lei 8.906/94 (EAOAB) prevê as atividades privativas da advocacia, com o


seguinte teor:

Art. 1º, EAOAB. São atividades privativas de advocacia:

I - a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais;

II - as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas.

Inicialmente, o STF declarou inconstitucional o termo "qualquer" na ADI 1.127. Segundo a


Corte Suprema, há diversos atos em que a presença do advogado pode ser dispensada.
De qualquer forma, regra geral, a capacidade postulatória pertence ao advogado. Mas há
algumas exceções, consoante os professores citados acima:

1. Habeas Corpus ("art. 1º, § 1º, EAOAB. Não se inclui na atividade privativa de advocacia
a impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal.")

2. Juizado Especial Cível, em causas de até 20 salários-mínimos (Lei 9.099/95).

3. Juizado Especial Federal Cível, em causas de até 60 salários-mínimos (Lei


10.259/2001).

4. Ação de Alimentos;

5. Processo Administrativo Disciplinar - "A falta de defesa técnica por advogado no


processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição." (Súmula Vinculante nº 05);

6. Jus postulandi na seara trabalhista ("art. 791, CLT. Os empregados e os empregadores


poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas
reclamações até o final.")

5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 22/43


5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

Já as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas dizem respeito a outras


atuações diferentes da postulação em juízo, mas que requerem conhecimento jurídico.

Ainda em relação à atividade advocatícia, o art. 5º do Regulamento Geral da OAB


assevera que o efetivo exercício da advocacia está configurado quando há a
participação mínima de 5 atos privativos de advogado, conforme visto acima. Seu
parágrafo único traz as formas de demonstração dessa participação. Observe:

Art. 5º, RGOAB. Considera-se efetivo exercício da atividade de advocacia a participação


anual mínima em cinco atos privativos previstos no artigo 1º do Estatuto, em causas ou
questões distintas.

Parágrafo único. A comprovação do efetivo exercício faz-se mediante:

a) certidão expedida por cartórios ou secretarias judiciais;

b) cópia autenticada de atos privativos;

c) certidão expedida pelo órgão público no qual o advogado exerça função privativa do
seu ofício, indicando os atos praticados.

Essa comprovação é importante, por exemplo, para concursos públicos que exigem
atividade jurídica.
A letra A está incorreta. INCORRETA

Na verdade, o art. 5º, caput do RGOAB exige pelo menos cinco processos por ano para
comprovação da atividade advocatícia.

A letra B está correta. CORRETA

Consoante o art. 5º, caput do RGOAB, considera-se efetivo exercício de atividade


advocatícia a atuação em pelo menos cinco atos privativos de advogados. O parágrafo único,
"b" do mesmo artigo prevê que uma das formas de comprovação dessa atividade se dá com
cópia autenticada de atos privativos.

A letra C está incorreta. INCORRETA

Não são dois atos por ano, e sim cinco, conforme o art. 5º, caput do RGOAB.

A letra D está incorreta. INCORRETA

Inicialmente, não há que se falar em declaração do juiz para comprovar os atos privativos do
advogado. Ademais, não são três atos judiciais por ano, mas sim cinco (art. 5º, caput,
RGOAB).

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5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

Questão 2016 | 4000001641

Victor nasceu no Estado do Rio de Janeiro e formou-se em Direito no Estado de São


Paulo. Posteriormente, passou a residir, e pretende atuar profissionalmente como
advogado, em Fortaleza, Ceará. Porém, em razão de seus contatos no Rio de Janeiro, foi
convidado a intervir também em feitos judiciais em favor de clientes nesse Estado,
cabendo-lhe patrocinar seis causas no ano de 2015.

Diante do exposto, assinale a opção correta.

A inscrição principal de Victor deve ser realizada no Conselho Seccional de São Paulo, já
que a inscrição principal do advogado é feita no Conselho Seccional em cujo território
A) se localize seu curso jurídico. Além da principal, Victor terá a faculdade de promover sua
inscrição suplementar nos Conselhos Seccionais do Ceará e do Rio de Janeiro, onde
pretende exercer a profissão.

A inscrição principal de Victor deve ser realizada no Conselho Seccional do Rio de


Janeiro, pois o Estatuto da OAB determina que esta seja promovida no Conselho
B) Seccional em cujo território o advogado exercer intervenção judicial que exceda três
causas por ano. Além da principal, Victor poderá promover sua inscrição suplementar nos
Conselhos Seccionais do Ceará e de São Paulo.

A inscrição principal de Victor deve ser realizada no Conselho Seccional do Ceará. Isso
porque a inscrição principal do advogado deve ser feita no Conselho Seccional em cujo
território pretende estabelecer o seu domicílio profissional. A promoção de inscrição
C)
suplementar no Conselho Seccional do Rio de Janeiro será facultativa, pois as
intervenções judiciais pontuais, como as causas em que Victor atuará, não configuram
habitualidade no exercício da profissão.

A inscrição principal de Victor deve ser realizada no Conselho Seccional do Ceará.


Afinal, a inscrição principal do advogado deve ser feita no Conselho Seccional em cujo
D) território ele pretende estabelecer o seu domicílio profissional. Além da principal, Victor
deverá promover a inscrição suplementar no Conselho Seccional do Rio de Janeiro, já
que esta é exigida diante de intervenção judicial que exceda cinco causas por ano.

Solução

A inscrição principal de Victor deve ser realizada no Conselho Seccional do


Ceará. Afinal, a inscrição principal do advogado deve ser feita no Conselho
Seccional em cujo território ele pretende estabelecer o seu domicílio
Gabarito: D)
profissional. Além da principal, Victor deverá promover a inscrição
suplementar no Conselho Seccional do Rio de Janeiro, já que esta é exigida
diante de intervenção judicial que exceda cinco causas por ano.

5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 24/43


5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

A questão trata da inscrição do advogado, mais precisamente sobre as inscrições


principal e suplementar e a transferência de inscrição.

A inscrição principal deve ser feita no Conselho Seccional ou na Subseção da OAB em


que o advogado pretenda ter domicílio profissional. É o que afirma o art. 10, caput, do
Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei 8.906/94). Veja:

Art. 10, EAOAB. A inscrição principal do advogado deve ser feita no Conselho Seccional
em cujo território pretende estabelecer o seu domicílio profissional, na forma do
regulamento geral.

Observe que a referência é o domicílio profissional do advogado. Somente quando houver


dúvida será considerado o seu domicílio pessoal, como estabelece os arts. 70 e 71 do
Código Civil. O § 1º do artigo acima traz o conceito de domicílio profissional:

Art. 10, § 1º, EAOAB. Considera-se domicílio profissional a sede principal da atividade
de advocacia, prevalecendo, na dúvida, o domicílio da pessoa física do advogado.

Já a inscrição suplementar ocorre quando o advogado exerce habitualmente a profissão


em território não abrangido por sua jurisdição. Ocorrendo, ele deverá recolher a anuidade
também nesta Seccional da OAB. A habitualidade é presumida quando há a intervenção
judicial em mais de 5 causas por ano. Atente:

Art. 10, § 2º, EAOAB. Além da principal, o advogado deve promover a inscrição
suplementar nos Conselhos Seccionais em cujos territórios passar a exercer habitualmente
a profissão considerando-se habitualidade a intervenção judicial que exceder de cinco
causas por ano.

Interpretando-se a norma acima, percebe-se que o causídico pode atuar em até 5 causas
por ano em território diferente da sua inscrição sem que seja necessária a inscrição
suplementar. O art. 26 do Regulamento Geral da OAB tem dispositivo em sentido
semelhante:

Art. 26, RGOAB. O advogado fica dispensado de comunicar o exercício eventual da


profissão, até o total de cinco causas por ano, acima do qual obriga-se à inscrição
suplementar.

Por fim, a transferência de inscrição deve ocorrer quando o advogado mudar


efetivamente seu domicílio profissional para outra unidade federativa. Nesse caso, ele
deverá requerer a sua inscrição para o Conselho Seccional correspondente, sem a
necessidade de nova aprovação no Exame da Ordem. Veja:

Art. 10, § 3º, EAOAB. No caso de mudança efetiva de domicílio profissional para outra
unidade federativa, deve o advogado requerer a transferência de sua inscrição para o
Conselho Seccional correspondente.

5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 25/43


5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

Por fim, se a inscrição principal estiver com algum vício ou ilegalidade, o pedido de
transferência ou de inscrição suplementar deverá ser suspenso pelo Conselho Seccional.
Observe:

Art. 10, § 4º, EAOAB. O Conselho Seccional deve suspender o pedido de transferência ou
de inscrição suplementar, ao verificar a existência de vício ou ilegalidade na inscrição
principal, contra ela representando ao Conselho Federal.
A letra A está incorreta. INCORRETA

Consoante o art. 10, caput, do EAOAB, a inscrição principal deve ser feita no Conselho
Seccional onde o advogado pretende estabelecer o seu domicílio profissional, e não onde
se localiza o curso jurídico. Ademais, a inscrição suplementar deve ser feita (ou seja, não é
uma faculdade) se o advogado atuar em mais de 10 causas por ano na localidade (art. 10, §
2º, EAOAB).

A letra B está incorreta. INCORRETA

A inscrição principal de Victor deve ser feita onde pretende estabelecer seu domicílio
profissional (no Ceará), segundo o art. 10, caput do EAOAB, e não onde ele exercerá
intervenção. No último caso, ele deverá promover sua inscrição suplementar (ou seja, no
Rio de Janeiro).

A letra C está incorreta. INCORRETA

A inscrição principal realmente deve ser no Ceará (art. 10, caput, EAOAB). Mas a inscrição
suplementar no Rio de Janeiro é obrigatória, pois Victor atuará em mais de cinco causas por
ano (art. 10, § 2º, EAOAB).

A letra D está correta. CORRETA

É exatamente o que prevê o art. 10, caput e § 1º, do EAOAB. A inscrição principal é feita no
Conselho Seccional que abrange o território em que o advogado terá domicílio profissional
(no caso, Ceará). Já a inscrição suplementar, no caso, é obrigatória, pois ele atuará em mais
de 5 causas por ano, e deve ser feita no Rio de Janeiro.

TRANSFERÊNCIA DA INSCRIÇÃO – Quando o advogado mudar definitivamente o seu


domicílio profissional, nesta hipótese, terá que realizar a transferência da sua inscrição,
nos termos do artigo 10, §3º, do EAOAB.

5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 26/43


5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

Atenção: Inscrição Especial - Após uma atualização, o EAOAB passou a prever que as
causas de incompatibilidade previstas nas hipóteses dos incisos V e VI não se
aplicam ao exercício da advocacia em causa própria, estritamente para fins de defesa
e tutela de direitos pessoais, desde que mediante inscrição especial na OAB, vedada a
participação em sociedade de advogados.

No entanto, os ministros do STF formaram maioria para declarar inconstitucionais as


alterações no Estatuto da Advocacia (lei 8.906/94) que autorizaram o exercício da
advocacia em causa própria por policiais e militares na ativa.

De acordo com o Supremo, a advocacia simultânea, mesmo em causa própria, exercida


por policiais e militares põe em risco a boa administração da Justiça, privilegiando estes
servidores relativamente aos demais advogados (ADI 7.227).

Questão 2017 | 4000001469

O advogado Gennaro exerce suas atividades em sociedade de prestação de serviços de


advocacia, sediada na capital paulista. Todas as demandas patrocinadas por Gennaro
tramitam perante juízos com competência em São Paulo. Todavia, recentemente, a
esposa de Gennaro obteve trabalho no Rio de Janeiro. Após buscarem a melhor solução,
o casal resolveu que fixaria sua residência, com ânimo definitivo, na capital fluminense,
cabendo a Gennaro continuar exercendo as mesmas funções no escritório de São Paulo.
Nos dias em que não tem atividades profissionais, o advogado, valendo-se da ponte
área, retorna ao domicílio do casal no Rio de Janeiro.

Considerando o caso narrado, assinale a afirmativa correta.

O Estatuto da Advocacia e da OAB impõe que Gennaro requeira a transferência de sua


A)
inscrição principal como advogado para o Conselho Seccional do Rio de Janeiro.

O Estatuto da Advocacia e da OAB impõe que Gennaro requeira a inscrição suplementar


B)
como advogado junto ao Conselho Seccional do Rio de Janeiro.

O Estatuto da Advocacia e da OAB impõe que Gennaro requeira a inscrição suplementar


C)
como advogado junto ao Conselho Federal da OAB.

O Estatuto da Advocacia e da OAB não impõe que Gennaro requeira a transferência de


D)
sua inscrição principal ou requeira inscrição suplementar.

5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 27/43


5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

Solução

O Estatuto da Advocacia e da OAB não impõe que Gennaro requeira a


Gabarito: D)
transferência de sua inscrição principal ou requeira inscrição suplementar.

A questão trata da inscrição do advogado, mais precisamente sobre as inscrições


principal e suplementar e a transferência de inscrição.

A inscrição principal deve ser feita no Conselho Seccional ou na Subseção da OAB em


que o advogado pretenda ter domicílio profissional. É o que afirma o art. 10, caput, do
Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei 8.906/94). Veja:

Art. 10, EAOAB. A inscrição principal do advogado deve ser feita no Conselho Seccional
em cujo território pretende estabelecer o seu domicílio profissional, na forma do
regulamento geral.

Observe que a referência é o domicílio profissional do advogado. Somente quando houver


dúvida será considerado o seu domicílio pessoal, como estabelece os arts. 70 e 71 do
Código Civil. O § 1º do artigo acima traz o conceito de domicílio profissional:

Art. 10, § 1º, EAOAB. Considera-se domicílio profissional a sede principal da atividade
de advocacia, prevalecendo, na dúvida, o domicílio da pessoa física do advogado.

Já a inscrição suplementar ocorre quando o advogado exerce habitualmente a profissão


em território não abrangido por sua jurisdição. Ocorrendo, ele deverá recolher a anuidade
também nesta Seccional da OAB. A habitualidade é presumida quando há a intervenção
judicial em mais de 5 causas por ano. Atente:

Art. 10, § 2º, EAOAB. Além da principal, o advogado deve promover a inscrição
suplementar nos Conselhos Seccionais em cujos territórios passar a exercer
habitualmente a profissão considerando-se habitualidade a intervenção judicial que
exceder de cinco causas por ano.

Interpretando-se a norma acima, percebe-se que o causídico pode atuar em até 5 causas
por ano em território diferente da sua inscrição sem que seja necessária a inscrição
suplementar. O art. 26 do Regulamento Geral da OAB tem dispositivo em sentido
semelhante:

Art. 26, RGOAB. O advogado fica dispensado de comunicar o exercício eventual da


profissão, até o total de cinco causas por ano, acima do qual obriga-se à inscrição
suplementar.

Por fim, a transferência de inscrição deve ocorrer quando o advogado mudar


efetivamente seu domicílio profissional para outra unidade federativa. Nesse caso, ele
deverá requerer a sua inscrição para o Conselho Seccional correspondente, sem a
necessidade de nova aprovação no Exame da Ordem. Veja:

5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 28/43


5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

Art. 10, § 3º, EAOAB. No caso de mudança efetiva de domicílio profissional para outra
unidade federativa, deve o advogado requerer a transferência de sua inscrição para o
Conselho Seccional correspondente.

Por fim, se a inscrição principal estiver com algum vício ou ilegalidade, o pedido de
transferência ou de inscrição suplementar deverá ser suspenso pelo Conselho Seccional.
Observe:

Art. 10, § 4º, EAOAB. O Conselho Seccional deve suspender o pedido de transferência ou
de inscrição suplementar, ao verificar a existência de vício ou ilegalidade na inscrição
principal, contra ela representando ao Conselho Federal.
A letra A está incorreta. INCORRETA

Não há que se falar em transferência da inscrição de Gennaro, pois o seu domicílio


profissional continua sendo em São Paulo (art. 10, caput, EAOAB). Houve apenas a mudança
da sua residência.

A letra B está incorreta. INCORRETA

Gennaro não precisa fazer inscrição suplementar (art. 10, § 2º, EAOAB) no Rio de Janeiro
pois, como afirma o enunciado, ele continua "exercendo as mesmas funções no escritório de
São Paulo". Ou seja, ele não atua no Rio de Janeiro.

A letra C está incorreta. INCORRETA

Inicialmente, a inscrição suplementar, se fosse necessária, não ocorreria no Conselho


Federal, e sim na Seccional (art. 10, § 2º, EAOAB). Contudo, no caso narrado, não há que se
falar em inscrição suplementar, pois Gennaro não passou a atuar no Rio de Janeiro,
continuando com domicílio profissional em São Paulo.

A letra D está correta. CORRETA

Como Gennaro não mudou seu domicílio profissional tampouco passou a exercer a
advocacia no Rio de Janeiro, não há que se falar em inscrição suplementar ou mesmo em
transferência, podendo continuar somente com sua inscrição principal em São Paulo (art. 10,
caput, EAOAB).

Questão 2012 | 4000002003

Caio, próspero comerciante, contrata, para prestação de serviços profissionais de


advocacia, Mévio, que se apresenta como advogado. O cliente outorga a devida
procuração com poderes gerais para o foro. Usando o referido instrumento, ocorre a
5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 29/43
5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

propositura de ação judicial em face de Trácio. Na contestação, o advogado do réu alega


vício na representação, uma vez que Mévio não possui registro na OAB, consoante
certidão que apresenta nos autos judiciais. Diante de tal circunstância, é correto afirmar
que

A) os atos praticados pelo suposto advogado não ofendem qualquer dispositivo legal.

verificada a ausência de inscrição profissional, deverá ser outorgado prazo para sua
B)
regularização.

os atos praticados por Mévio são nulos, pois foram praticados por pessoa não inscrita na
C)
OAB.

D) a declaração de nulidade dos atos processuais esgota o rol de atos sancionatórios.

Solução

os atos praticados por Mévio são nulos, pois foram praticados por pessoa não
Gabarito: C)
inscrita na OAB.

Análise do Caso

A questão trata da atividade da advocacia. Porém, para respondê-la, devemos


correlacionar o Estatuto da Advocacia e da OAB ao Direito Constitucional. Nesse sentido,
veja o que dispõe o art. 133 da CF/88:

Art. 133, CF/88. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo


inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.

De acordo com Pedro Lenza (Direito Constitucional Esquematizado. 21 ed. São Paulo:
Saraiva, 2017. p. 995), podemos extrair duas regras do dispositivo acima:
indispensabilidade do advogado, que não é absoluta; e imunidade do advogado, que
também não é irrestrita, devendo observar os limites definidos no Estatuto da Advocacia
e da OAB.

Segundo os professores Priscila Ferreira e Rosenval Júnior (Curso de 1ª Fase em Ética


Profissional para o XXXII Exame da OAB), "os advogados, como defensores do Estado
Democrático de Direito, assim serão reconhecidos quando possuírem inscrição na
Ordem dos Advogados, sendo, ainda, denominados como advogados privados, ou
advogados públicos". Esse raciocínio é extraído do art. 3º do EAOAB:

Art. 3º, EAOAB. O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a


denominação de advogado são privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB).

Já o art. 1º da Lei 8.906/94 (EAOAB) prevê as atividades privativas da advocacia, com o


seguinte teor:

5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 30/43


5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

Art. 1º, EAOAB. São atividades privativas de advocacia:

I - a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais;

II - as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas.

Inicialmente, o STF declarou inconstitucional o termo "qualquer" na ADI 1.127. Segundo a


Corte Suprema, há diversos atos em que a presença do advogado pode ser dispensada.
De qualquer forma, regra geral, a capacidade postulatória pertence ao advogado. Mas há
algumas exceções, consoante os professores citados acima:

1. Habeas Corpus ("art. 1º, § 1º, EAOAB. Não se inclui na atividade privativa de advocacia
a impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal.")

2. Juizado Especial Cível, em causas de até 20 salários-mínimos (Lei 9.099/95).

3. Juizado Especial Federal Cível, em causas de até 60 salários-mínimos (Lei


10.259/2001).

4. Ação de Alimentos;

5. Processo Administrativo Disciplinar - "A falta de defesa técnica por advogado no


processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição." (Súmula Vinculante nº 05);
e

6. Jus postulandi na seara trabalhista ("art. 791, CLT. Os empregados e os empregadores


poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas
reclamações até o final.")

Continuando, como visto, os atos privativos da advocacia só podem ser praticados por
quem é inscrito na OAB. Nesse sentido, o art. 4º do Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei
8.906/94) prevê que os atos praticados por pessoa não inscrita na OAB são nulos.
Igualmente, seu parágrafo único inclui como também nulos os atos praticados por
advogado impedido, suspenso, licenciado ou quando exerce atividade incompatível
com a advocacia. Veja:

Art. 4º, EAOAB. São nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não
inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas.

Parágrafo único. São também nulos os atos praticados por advogado impedido - no
âmbito do impedimento - suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade
incompatível com a advocacia.

Como sansão penal, o não inscrito na OAB que praticar atos privativos da advocacia
poderá responder pelo exercício ilegal da profissão (art. 47, Lei de Contravenções Penais).
Já civilmente poderá responder por eventuais danos que seus atos venham a promover.

5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 31/43


5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

A letra A está incorreta. INCORRETA

Como a postulação a órgãos do Poder Judiciário é atividade privativa da advocacia (art. 1º, I,
EAOAB), quem a pratica deve ser inscrito na OAB, sob pena de nulidade (art. 4º, EAOAB).

A letra B está incorreta. INCORRETA

Não há que se falar em prazo para regularização. Como Mérvio não é inscrito na OAB, ao
praticar atos privativos da advocacia eles serão considerados nulos (art. 4º, EAOAB).

A letra C está correta. CORRETA

É exatamente o que dispõe o art. 4º do EAOAB. Atos privativos de advogado praticados por
quem não é inscrito na OAB são considerados nulos.

A letra D está incorreta. INCORRETA

Segundo o art. 4º do EAOAB, além da nulidade do ato, o indivíduo que o pratica poderá
responder civil, penal e administrativamente.

Revise através do mapa mental:

5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 32/43


5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

Cancelamento e Licenciamento

Faça a introdução do conteúdo através do seguinte áudio:

 Para ouvir ao áudio correspondente, acesse o LDI.

O EAOAB aponta algumas hipóteses em que o advogado poderá ter o cancelamento ou o


licenciamento da incrição. Assim, nos termos do Art. 11 e 12, do EAOAB, tome nota das
hipóteses de CANCELAMENTO E LICENCIAMENTO:

CANCELAMENTO DA Art. 11. CANCELA-SE a inscrição do profissional


INSCRIÇÃO que:

(Artigo 11, do EAOAB) I - assim o requerer;

Nesta hipótese, o ato praticado pelo titular do


direito é IRRETRATÁVEL, logo, não passível de
Caso o interessado realize novo retificação.
pleito de inscrição na OAB,
desnecessário se tornará a Em havendo novo pedido de inscrição para fins de
aprovação em nova prova do exercício da atividade profissional, o advogado terá
Exame de Ordem. um novo número de OAB, não sendo
reaproveitado ou restaurado o anterior.

II - sofrer penalidade de exclusão;

Em caso de exclusão, o novo pedido de inscrição


dependerá de ser acompanhado de provas de
reabilitação (Artigo 11, §3º e 41 do EAOAB).

5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 33/43


5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

III - falecer;

IV - passar a exercer, em caráter definitivo,


atividade incompatível com a advocacia;

Ex.: Advogado que se torna concursado em cargo


como o da magistratura.

V - perder qualquer um dos requisitos


necessários para inscrição.

Ex.: Advogado acometido de uma doença mental


incurável.

Art. 12. LICENCIA-SE o profissional que:

LICENCIAMENTO DA I - assim o requerer, por motivo justificado;


INSCRIÇÃO

(Artigo 12 do EAOAB)
Veja que o motivo deve ser relevante e apto a
impedi-lo de exercer a advocacia.

Refere-se ao afastamento II - passar a exercer, em caráter temporário,


temporário em que o advogado atividade incompatível com o exercício da
fica isento do pagamento da advocacia;
anuidade.

Nos termos do artigo 28 do EAOAB, observa-se:

“A advocacia é incompatível, mesmo em causa


própria, com as seguintes atividades:

I - chefe do Poder Executivo e membros da Mesa


do Poder Legislativo e seus substitutos legais;

II - membros de órgãos do Poder Judiciário, do


Ministério Público, dos tribunais e conselhos de
contas, dos juizados especiais, da justiça de paz,
juízes classistas, bem como de todos os que
exerçam função de julgamento em órgãos de
deliberação coletiva da administração pública
direta e indireta;

5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 34/43


5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

III - ocupantes de cargos ou funções de direção


em Órgãos da Administração Pública direta ou
indireta, em suas fundações e em suas empresas
controladas ou concessionárias de serviço público;

IV - ocupantes de cargos ou funções vinculados


direta ou indiretamente a qualquer órgão do Poder
Judiciário e os que exercem serviços notariais e
de registro;

V - ocupantes de cargos ou funções vinculados


direta ou indiretamente a atividade policial de
qualquer natureza;

VI - militares de qualquer natureza, na ativa;

VII - ocupantes de cargos ou funções que tenham


competência de lançamento, arrecadação ou
fiscalização de tributos e contribuições parafiscais;

VIII - ocupantes de funções de direção e gerência


em instituições financeiras, inclusive privadas.”

III - sofrer doença mental considerada curável.

Ex.: Se o advogado for acometido por uma doença


mental curável, nesta hipótese, o seu afastamento
perdurará até que se apresente laudo probatório
de sua recuperação.

 Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI.

Assim, em resumo...

Cancelamento:

5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 35/43


5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

Licença:

 Para assistir ao vídeo correspondente, acesse o LDI.

Questão 2023 | 4000009448

O advogado Alex encontra-se licenciado junto à OAB, Assinale a opção que,


corretamente, apresenta uma causa para o licenciamento de Alex.

O requerimento de licenciamento, independentemente de motivação, formulado por


A)
Alex.

B) O fato de Alex passar a sofrer de doença física incurável.

C) O exercício por Alex, de forma definitiva, de atividade incompatível com a advocacia.

5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 36/43


5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

D) O fato de Alex passar a sofrer de doença mental curável.

Solução

Gabarito: D) O fato de Alex passar a sofrer de doença mental curável.

A alternativa correta é a letra D.

A questão demanda conhecimento da literalidade do art. 12 da Lei nº 8.906/94 (Estatuto


da Advocacia), que trata das hipóteses de licenciamento. Vejamos: “Art. 12. Licencia-se o
profissional que: I - assim o requerer, por motivo justificado; II - passar a exercer, em
caráter temporário, atividade incompatível com o exercício da advocacia; III - sofrer
doença mental considerada curável.”

A licença da inscrição pode ser compreendida como uma autorização para que o
advogado se afaste provisoriamente do exercício da profissão. Ao fim do período de
licenciamento, o advogado retornará ao quadro com o mesmo número de ordem.

Pertinente destacar que a licença não se confunde com as hipóteses de cancelamento,


previstas no Art. 11.

Delimitado o panorama, da leitura dos incisos do art. 12, elimina-se a letra “a”, por conta
da expressão “independentemente de motivação”, pois contraria o inciso I, destacado
acima. A letra “b”, por sua vez, é incompatível com o inciso III. Por fim, a letra “c” contém
como erro a expressão “de forma definitiva”, divergindo do inciso II.

Por fim, a assertiva “d” é a correta, já que reproduz o teor do inciso III do art. 12.

Questão 2023 | 4000009454

Lucas, estagiário de Direito, descobre que Patrícia, advogada que o supervisiona, teve
sua inscrição na OAB cancelada. Na intenção de auxiliar Patrícia a restabelecer o
exercício da advocacia, Lucas passa a estudar a legislação que disciplina o tema. Sobre o
cancelamento da inscrição, Lucas concluiu, corretamente, que

A) deve ter motivo justificado, caso seja solicitada pelo profissional.

B) a aplicação de penalidade de exclusão impossibilita um novo pedido de inscrição.

deve ser promovido, de ofício, pelo conselho competente, caso decorra do exercício de
C)
atividade incompatível com a advocacia.

D) será restaurado o número cancelado, caso seja feito um novo pedido de inscrição.

Solução

5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 37/43


5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

deve ser promovido, de ofício, pelo conselho competente, caso decorra do


Gabarito: C)
exercício de atividade incompatível com a advocacia.

A alternativa correta é a letra C.

A questão demanda conhecimento acerca da literalidade do art. 11, que trata do


cancelamento da inscrição do advogado. Vejamos:

“Art. 11. Cancela-se a inscrição do profissional que: I - assim o requerer;II - sofrer


penalidade de exclusão; III - falecer; IV - passar a exercer, em caráter definitivo, atividade
incompatível com a advocacia; V - perder qualquer um dos requisitos necessários para
inscrição.
§ 1º Ocorrendo uma das hipóteses dos incisos II, III e IV, o cancelamento deve ser
promovido, de ofício, pelo conselho competente ou em virtude de comunicação por
qualquer pessoa.
§ 2º Na hipótese de novo pedido de inscrição - que não restaura o número de inscrição
anterior - deve o interessado fazer prova dos requisitos dos incisos I, V, VI e VII do art. 8º.
§ 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o novo pedido de inscrição também deve ser
acompanhado de provas de reabilitação.

Cabe acrescentar que o cancelamento implica a perda de seu número. Todavia, com
exceção da hipótese de falecimento, é possível ao advogado o retorno aos quadros da
OAB, por meio de novo requerimento de inscrição.

A alternativa A está incorreta, já que não consta a expressão “motivo justificado” no


inciso I do art. 11 da Lei nº 8.906/94: “Art. 11. Cancela-se a inscrição do profissional que: I -
assim o requerer;”.

A alternativa B está incorreta, nos termos do § 3º c/c inciso II, do Art. 11. da Lei nº
8.906/94: “Cancela-se a inscrição do profissional que: [...] II - sofrer penalidade de
exclusão; [...] § 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o novo pedido de inscrição também
deve ser acompanhado de provas de reabilitação.”

A alternativa C está correta. Possui como fundamento o inciso IV do art. 11 da Lei nº


8.906/94, que trata do cancelamento. Vejamos: “Art. 11. Cancela-se a inscrição do
profissional que: [...] IV - passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível
com a advocacia; [...] § 1º Ocorrendo uma das hipóteses dos incisos II, III e IV, o
cancelamento deve ser promovido, de ofício, pelo conselho competente ou em virtude de
comunicação por qualquer pessoa.”

A alternativa D está incorreta, pois diverge do §2º do art. 11 da Lei nº 8.906/94, a seguir
transcrito: “§ 2º Na hipótese de novo pedido de inscrição - que não restaura o número de
inscrição anterior - deve o interessado fazer prova dos requisitos dos incisos I, V, VI e VII
do art. 8º.”

5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 38/43


5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

Questão 2021 | 4000005318

Carlos é aluno do primeiro período do curso de Direito. Vinícius é bacharel em Direito, que
ainda não realizou o Exame da Ordem. Fernanda é advogada inscrita na OAB. Todos eles
são aprovados em concurso público realizado por Tribunal de Justiça para o
preenchimento de vagas de Técnico Judiciário.

Após a investidura de Carlos, Vinícius e Fernanda em tal cargo efetivo e, enquanto


permanecerem em atividade, é correto afirmar que

Carlos não poderá frequentar o estágio ministrado pela instituição de ensino superior em
A)
que está matriculado.

Vinícius preencherá os requisitos necessários para ser inscrito como advogado na OAB,
B)
caso venha a ser aprovado no Exame da Ordem.

Fernanda deverá ter sua inscrição na OAB cancelada de ofício ou em virtude de


C)
comunicação que pode ser feita por qualquer pessoa.

Fernanda deverá ter sua inscrição na OAB suspensa, restaurando-se o número em caso
D)
de novo pedido.

Solução

Fernanda deverá ter sua inscrição na OAB cancelada de ofício ou em virtude


Gabarito: C)
de comunicação que pode ser feita por qualquer pessoa.

Análise do Caso

A questão exigiu o conhecimento das hipóteses de incompatibilidade para o exercício da


advocacia, notadamente, os arts. 8º, inc. IV; 11, inc. IV e §1º e 28, inc. IV da Lei nº
8.906/94 (Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil):

Art. 8º Para inscrição como advogado é necessário:

V - não exercer atividade incompatível com a advocacia;

Art. 11. Cancela-se a inscrição do profissional que:

IV - passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a advocacia;

§ 1º Ocorrendo uma das hipóteses dos incisos II, III e IV, o cancelamento deve ser
promovido, de ofício, pelo conselho competente ou em virtude de comunicação por
qualquer pessoa.

Art. 28. A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as seguintes


atividades:
5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 39/43
5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

IV - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão


do Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro;

Deste modo, Carlos, Vinícius e Fernanda não poderão obter a inscrição junto à OAB
porque a advocacia é incompatível com o exercício de cargo ou função vinculado direta
ou indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário.
A letra A está incorreta. INCORRETO

Não há óbice a que Carlos frequente o estágio ministrado pela instituição de ensino superior
em que está matriculado.

A letra B está incorreta. INCORRETO

Se aprovado no Exame da Ordem, Vinícius preencherá um dos requisitos para ser inscrito
como advogado na OAB, porém, o outro requisito está previsto no art. 8º, inc. V da Lei nº
8.906/94 (Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil) - "não exercer
atividade incompatível com a advocacia". Porém, nos termos do art. 28, inc. IV do Estatuto, o
exercício da advocacia é incompatível com o exercício de cargo ou função vinculado direta
ou indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário. Logo, Vinícius não poderá se
inscrever como advogado na OAB.

A letra C está correta. CORRETO

Nos termos do art. 11, inc. IV e §1º da Lei nº 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e a Ordem dos
Advogados do Brasil), cancela-se a inscrição do profissional que passar a exercer, em caráter
definitivo, atividade incompatível com a advocacia, que deverá ser promovido, de ofício,
pelo conselho competente ou em virtude de comunicação por qualquer pessoa. Logo,
Fernanda deverá ter sua inscrição na OAB cancelada de ofício ou em virtude de
comunicação que pode ser feita por qualquer pessoa.

A letra D está incorreta. INCORRETO

Nos termos do art. 11, inc. IV da Lei nº 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e a Ordem dos
Advogados do Brasil), cancela-se a inscrição do profissional que passar a exercer, em
caráter definitivo, atividade incompatível com a advocacia.

Questão 2012 | 4000001953

José da Silva, advogado renomado, é acometido por doença mental considerada pela
unanimidade dos médicos como incurável, perdendo suas faculdades de discernimento e
sendo considerado absolutamente incapaz por sentença judicial.

5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 40/43


5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

Nos termos das regras estatutárias, sua inscrição como advogado será

A) suspensa até laudo médico sobre a doença portada.

B) cancelada diante da incurabilidade da doença.

C) extinta por decisão de junta médica convocada para tal fim.

D) suspensa temporariamente para avaliação pelo Conselho Seccional.

Solução

Gabarito: B) cancelada diante da incurabilidade da doença.

A inscrição do advogado na OAB pode sofrer cancelamento ou suspensão. Conhecer e


diferenciar suas hipóteses de ocorrência é fundamental para a aprovação no exame da
ordem. Vamos analisar cada um deles, seguindo os ensinamentos dos professores Priscila
Ferreira e Rosenval Júnior (Curso de 1ª Fase em Ética Profissional para o XXXII Exame da
OAB). Desde já adianto que, em ambos os casos, é desnecessária aprovação em nova
prova do exame da ordem.

Iniciaremos pelo cancelamento, previsto no art. 11 do Estatuto do Advogado e da OAB


(Lei 8.906/94):

Art. 11. Cancela-se a inscrição do profissional que:

I - assim o requerer (trata-se de ato irretratável, logo, não passível de retificação. O novo
pedido de inscrição para fins de exercício da atividade profissional deverá ser
acompanhado de novo número de OAB);

II - sofrer penalidade de exclusão (novo pedido de inscrição dependerá de ser


acompanhado de provas de reabilitação, consoante os arts. 11, § 3º e 41 do EOAB);

III - falecer;

IV - passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a advocacia (por


exemplo, tomar posse em cargo de magistratura);

V - perder qualquer um dos requisitos necessários para inscrição (como no caso de adquirir
uma doença mental incurável, em que perderá a capacidade civil).

Já os casos de licenciamento da inscrição estão no art. 12. Trata-se de afastamento


temporário, em que o advogado fica isento do pagamento da anuidade. Atente:

Art. 12. Licencia-se o profissional que:

5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 41/43


5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

I - assim o requerer, por motivo justificado (observe que, a requerimento, poderá ocorrer
tanto o cancelamento quanto a licença, sendo que este exige motivo justificado);

II - passar a exercer, em caráter temporário, atividade incompatível com o exercício da


advocacia (as atividades incompatíveis estão dispostas no art. 28 do EAOAB; lembre-se que
se o exercício for definitivo teremos uma hipótese de cancelamento - art. 11, IV);

III - sofrer doença mental considerada curável (o seu afastamento perdurará até que se
apresente laudo probatório de sua recuperação)
A letra A está incorreta. INCORRETA

Sendo o advogado considerado absolutamente incapaz, o caso será de cancelamento de


inscrição (art. 11, V, EAOAB), e não de suspensão.

A letra B está correta. CORRETA

É o que dispõe o art. 11, V do EAOAB. Como, nesse caso, o advogado perderá sua capacidade
civil, requisito indispensável para a inscrição na OAB (art. 8º, I, EAOAB), sua inscrição será
cancelada.

A letra C está incorreta. INCORRETA

Não há que se falar em extinção da inscrição do advogado. O caso é de seu cancelamento


(art. 11, V, EAOAB) por conta de falta de capacidade civil, requisito necessário para inscrição
(art. 8º, I, EAOAB).

A letra D está incorreta. INCORRETA

Não se trata de suspensão temporária para avaliação pelo Conselho Seccional (não há,
sequer, essa previsão no EAOAB). Temos um caso de cancelamento da inscrição (art. 11, V,
EAOAB).

A seguir, disponibilizo um mapa mental:

5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 42/43


5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB

Referências e links deste capítulo

1 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=1597992

2 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14365.htm#art2

3 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6457940

4 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14365.htm#art2

5 https://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=6457940

5. Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil - OAB 43/43

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