Constituição Do Estado de São Paulo
Constituição Do Estado de São Paulo
Constituição Do Estado de São Paulo
Nesta parte do nosso curso, estudaremos regras afetas à natureza, estrutura, funções e
organização do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.
Sabe-se que o Tribunal de Contas não é órgão do Poder Judiciário, tampouco do Poder
legislativo. Segundo Asseverou o Min. Celso de Mello “os Tribunais de Contas ostentam
posição eminente na estrutura constitucional brasileira, não se achando subordinados, por
qualquer vínculo de ordem hierárquica, ao Poder Legislativo, de que não são órgãos
delegatários nem organismos de mero assessoramento técnico.
A competência institucional dos Tribunais de Contas não deriva, por isso mesmo, de delegação
dos órgãos do Poder Legislativo, mas traduz emanação que resulta, primariamente, da própria
Constituição da República”. (ADI 4190/2010)
Artigo 111 - A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes
do Estado, obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade,
razoabilidade, finalidade, motivação, interesse público e eficiência. (NR) – LIMPEFRIM
*:
Finalidade: segundo esse princípio, a norma administrativa deve ser interpretada e aplicada
da forma que melhor garanta a realização do fim público a que se dirige. Deve-se ressaltar
que o que explica, justifica e confere sentido a uma norma é precisamente a finalidade a que
se destina.
Razoabilidade: Consiste em agir com bom senso, prudência, moderação, tomar atitudes
adequadas e coerentes, levando-se em conta a relação de proporcionalidade entre os meios
empregados e a finalidade a ser alcançada, bem como as circunstâncias que envolvem a
pratica do ato
Interesse público: as atividades administrativas são desenvolvidas pelo Estado para benefício
da coletividade. O interesse público não pode ser visto como o interesse de uma maioria,
pois fere e marginaliza os interesses das minorias. Sua abordagem é, na realidade,
qualitativa, entendido como o interesse coletivo abstratamente considerado com base nos
valores constitucionais.
Motivação: determina que a autoridade administrativa deve apresentar as razões que a
levaram a tomar uma decisão.
Artigo 126 - O Regime Próprio de Previdência Social dos servidores titulares de cargos
efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do Estado de São Paulo,
de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas , observados critérios que preservem
o equilíbrio financeiro e atuarial. (NR)
§ 1º - Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão
aposentados: (NR)
1 - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando
insuscetível de readaptação, hipótese em que será obrigatório realizar avaliações periódicas
para verificar a continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na
forma da lei; (NR)
Além disso, é importante que você saiba que a aposentadoria por incapacidade permanente
do servidor público não tem carência.
Significa dizer que não importa quantas contribuições foram feitas ao sistema antes da
incapacidade, para ter acesso ao benefício. Diferentemente do que ocorre aos trabalhadores
na iniciativa privada, que precisam ter cumprido carência de 12 meses.
Portanto, os requisitos são:
a) ser servidor público;
b) estar incapacitado física ou mentalmente;
c) não ser possível a readaptação em atividades compatíveis com a limitação, qualificação e
habilitação do servidor
2 - compulsoriamente, nos termos do artigo 40, § 1º, inciso II, da Constituição Federal; (NR)
A CE/SP, alinhada ao que dispõe a CRFB (inciso II, do § 1º, do art. 40), prevê que os
servidores serão aposentados compulsoriamente em duas possíveis situações:
B.1) Aos 70 anos de idade;
B.2) Aos 75 anos de idade na forma de lei complementar federal
A LC n. 152/2015 dispõe sobre a aposentadoria compulsória por
idade. Veja-se:
Art. 2º Serão aposentados compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade:
I - os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações;
II - os membros do Poder Judiciário;
III - os membros do Ministério Público;
IV - os membros das Defensorias Públicas;
V - os membros dos Tribunais e dos Conselhos de Contas
Importante: o servidor será aposentado compulsoriamente por idade (70 anos ou 75 anos)
com proventos proporcionais.
Sobre o § 11 do art. 126 da CE/SP, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, em
06/08/2020, que o teto constitucional remuneratório deve incidir sobre a soma do benefício
de pensão com a remuneração ou os proventos de aposentadoria recebidos pelo servidor
público. A decisão, por maioria de votos, ocorreu no julgamento do Recurso Extraordinário
(RE) 602584, com repercussão geral (Tema 359):
Tese: Ocorrida a morte do instituidor da pensão em momento posterior ao da Emenda
Constitucional nº 19/1998, o teto constitucional previsto no inciso XI do artigo 37 da
Constituição Federal incide sobre o somatório de remuneração ou provento e pensão
percebida por servidor. (RE 602584 RG, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado
em 06/08/2020).
A Fundação de Previdência Complementar do Estado de São Paulo (Prevcom) foi criada pela
Lei 14.653, de 22 de dezembro de 2011, com a atribuição de administrar o Regime de
Previdência Complementar de servidores públicos de São Paulo e, desde 2017, tem
autorização para gerir planos de outros estados e municípios da federação (Lei nº 16.391).
A Prevcom é uma entidade fechada, sem fins lucrativos e com autonomia administrativa,
financeira, patrimonial e de gestão de recursos humanos. É regida por Estatuto Social e
administrada conjuntamente por um Conselho Deliberativo, um Conselho Fiscal e uma
Diretoria Executiva.
O Regime de Previdência Complementar do Estado de São Paulo fixou um limite máximo
para a concessão de aposentadorias e pensões pagas pelo Regime Próprio igual ao do teto
do Regime Geral de Previdência Social (RGPS).
Por meio da Prevcom o servidor pode contribuir mensalmente com um percentual do seu
salário e contar com a contrapartida do Estado para a formação de sua reserva financeira. O
objetivo fundamental é garantir um benefício seguro de aposentadoria aos seus
participantes
§ 13 - Ao agente público ocupante exclusivamente de cargo em comissão declarado em lei de
livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário - inclusive aos detentores de
mandato eletivo - ou de emprego público, aplica-se o Regime Geral de Previdência Social.
(NR)
§ 14 - O Estado, desde que institua regime de previdência complementar para os seus
respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderá fixar, para o valor das
aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o limite
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o
artigo 201 da Constituição Federal. (NR)
§ 15 - O Regime de Previdência Complementar de que trata o § 14 oferecerá plano de
benefícios somente na modalidade contribuição definida, observará o disposto no artigo 202
da Constituição Federal e será efetivado por intermédio de entidade fechada de previdência
complementar. (NR)
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser
aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato
de instituição do correspondente regime de previdência complementar. (NR)
§ 17 - Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no
§3° serão devidamente atualizados, na forma da lei. (NR)
§ 18 - Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo
regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os
benefícios do regime geral de previdência social de que trata o artigo 201 da Constituição
Federal, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.
(NR)
§ 19 - Observados os critérios a serem estabelecidos em lei, o servidor titular de cargo
efetivo que tenha completado as exigências para a aposentadoria voluntária e que opte por
permanecer em atividade poderá fazer jus a um abono de permanência equivalente, no
máximo, ao valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade para
aposentadoria compulsória. (NR)
§ 20 - Fica vedada a existência de mais de um Regime Próprio de Previdência Social para os
servidores titulares de cargos efetivos e de mais de um órgão ou entidade gestora desse
regime, abrangidos todos os Poderes, os órgãos e as entidades autárquicas e fundacionais,
que serão responsáveis pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros e a
natureza jurídica definidos em lei complementar federal. (NR)
§ 21 - O rol de benefícios do Regime Próprio de Previdência Social fica limitado às
aposentadorias e à pensão por morte. (NR)
§ 22 - O servidor, após noventa dias decorridos da apresentação do pedido de aposentadoria
voluntária, instruído com prova de ter cumprido os requisitos necessários à obtenção do
direito, poderá cessar o exercício da função pública, independentemente de qualquer
formalidade. (NR)
Artigo 127 - Aplica-se aos servidores públicos estaduais, para efeito de estabilidade, o
disposto no artigo 41 da Constituição Federal.
Segundo o STF, como regra geral, os empregados públicos não fazem jus à estabilidade
prevista no art. 41 da CF, salvo aqueles admitidos em período anterior ao advento da EC
19/1998
É importante deixar claro que o STF, excepcionalmente, só reconhece estabilidade aos
empregados públicos (CLT) que a adquiriram até a entrada em vigor da Emenda
Constitucional nº 19/1998. Antes dessa Emenda, o texto do art. 41 da CRFB era:
“Art. 41 – São estáveis, após dois anos de efetivo exercício, os servidores nomeados em
virtude de concurso público.”
Nota-se que sob a vigência desse texto, não havia distinção entre empregados e estatutários
para obtenção de estabilidade. Com o advento da EC 19/1998, o texto passou a ser:
"Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo
de provimento efetivo em virtude de concurso público.".
Tal redação limitou a estabilidade aos servidores estatutários efetivos.
O rol do § 1º do art. 41 da CRFB prevê que o servidor perderá o cargo em virtude de sentença
judicial transitada em julgado. Seria melhor que se tivesse utilizado a expressão “decisão”,
pois a perda do cargo pode decorrer também de acórdão transitado em julgado (condenação
em segunda instância após absolvição na primeira, p.ex.); e a condenação pode ocorrer na
esfera penal (crime contra a administração pública, p. ex.) ou cível-administrativa
(improbidade administrativa).
A segunda hipótese se refere a processo administrativo, em que lhe seja assegurada ampla
defesa. O processo administrativo disciplinar está regulado na Lei n. 8.112/1990, nos arts.
143/182, para os servidores públicos federais, e na Lei n. 10.261/1968, nos arts. 274 ao 311,
para os servidores públicos paulistas.
O terceiro caso previsto no artigo 42 decorre de inabilitação em procedimento de avaliação
periódica de desempenho, na forma de lei complementar.
Trata-se de uma forma de implementar o princípio da eficiência, tornando possível à
Administração exonerar (pois essa perda do cargo não tem caráter punitivo) o servidor que,
estável, não mais corresponda às atribuições exigidas para o cargo.
Sobre a temática, três enunciados de Súmulas do STF se destacam:
Súmula 19: É inadmissível segunda punição de servidor público, baseada no mesmo processo
em que se fundou a primeira.
Súmula 20: É necessário processo administrativo com ampla defesa, para demissão de
funcionário admitido por concurso.
Súmula 21: Funcionário em estágio probatório não pode ser exonerado nem demitido sem
inquérito ou sem as formalidades legais de apuração de sua capacidade.
Caso a demissão do servidor estável seja invalidada por sentença judicial, ele será reintegrado
na administração pública, conforme previsão contida no art. 136 da CE/SP.
Artigo 136 - O servidor público civil demitido por ato administrativo, se absolvido pela Justiça,
na ação referente ao ato que deu causa à demissão, será reintegrado ao serviço público, com
todos os direitos adquiridos.
Na hipótese de reintegração o servidor receberá os vencimentos devidos:
a) desde a data do ajuizamento da ação, em caso de impetração de mandado de segurança
(MS 200600801481 - STJ); ou
b) desde a data de demissão/exoneração, em caso de ajuizamento de ação ordinária que
obedeça o rito comum
(AgRg no AI nº 640138 - STJ)
Artigo 128 - As vantagens de qualquer natureza só poderão ser instituídas por lei e quando
atendam efetivamente ao interesse público e às exigências do serviço.
Artigo 129 - Ao servidor público estadual é assegurado o percebimento do adicional por
tempo de serviço, concedido no mínimo por quinquênio, e vedada a sua limitação, bem
como a sexta-parte dos vencimentos integrais, concedida aos vinte anos de efetivo exercício,
que se incorporarão aos vencimentos para todos os efeitos, observado o disposto no artigo
115, XVI, desta Constituição.
Parágrafo único - O disposto no “caput” não se aplica aos servidores remunerados por
subsídio, na forma da lei. (NR)
Artigo 132 - Os servidores titulares de cargos efetivos do Estado, incluídas suas autarquias e
fundações, desde que tenham completado cinco anos de efetivo exercício, terão computado,
para efeito de aposentadoria, nos termos da lei, o tempo de contribuição ao regime geral de
previdência social decorrente de atividade de natureza privada, rural ou urbana, hipótese
em que os diversos sistemas de previdência social se compensarão financeiramente,
segundo os critérios estabelecidos em lei. (NR)
- Artigo 132 com redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
Artigo 133 - Revogado.
Artigo 135 - Ao servidor público titular de cargo efetivo do Estado será contado, como
efetivo exercício, para efeito de aposentadoria e disponibilidade, o tempo de contribuição
decorrente de serviço prestado em cartório não oficializado, mediante certidão expedida
pela Corregedoria-Geral da Justiça. (NR)
- Artigo 135 com redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
Artigo 136 - O servidor público civil demitido por ato administrativo, se absolvido pela
Justiça, na ação referente ao ato que deu causa à demissão, será reintegrado ao serviço
público, com todos os direitos adquiridos.
Artigo 137 - A lei assegurará à servidora gestante mudança de função, nos casos em que for
recomendado, sem prejuízo de seus vencimentos ou salários e demais vantagens do cargo
ou função-atividade. – MUDANÇA DE FUNÇÃO NÃO SE CONFUNDE COM MUDANÇA DE
CARGO.
Dos Servidores Públicos Militares
Artigo 138 - São servidores públicos militares estaduais os integrantes da Polícia Militar do
Estado.
§1º - Aplica-se, no que couber, aos servidores a que se refere este artigo, o disposto no
artigo 42 da Constituição Federal.
§2º - Naquilo que não colidir com a legislação específica, aplica-se aos servidores
mencionados neste artigo o disposto na seção anterior.
§3º - O servidor público militar demitido por ato administrativo, se absolvido pela Justiça, na
ação referente ao ato que deu causa à demissão, será reintegrado à Corporação com todos
os direitos restabelecidos.
§4º - O oficial da Polícia Militar só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do
Oficialato ou com ele incompatível, por decisão do Tribunal de Justiça Militar do Estado.
§5º - O oficial condenado na Justiça comum ou militar à pena privativa de liberdade superior
a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no
parágrafo anterior.
§6º - O direito do servidor militar de ser transferido para a reserva ou ser reformado será
assegurado, ainda que respondendo a inquérito ou processo em qualquer jurisdição, nos
casos previstos em lei específica.
E os integrantes do Corpo de Bombeiros Militar de São Paulo? Eles não são considerados
militares do Estado?
Para respondermos essa pergunta, vamos nos valer das disposições previstas no art. 4º da
Lei Complementar nº 1.257, de 6 de janeiro de 2015, que institui o Código Estadual de
Proteção Contra Incêndios e Emergências e dá providências correlatas.
Vejamos:
Artigo 4º - O Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo – CBPMESP,
instituição permanente, organizada com base na hierarquia e na disciplina, em
conformidade com as disposições previstas na legislação vigente, destina-se a realizar
serviços e atividades de bombeiros no território do Estado de São Paulo.
Tem-se, assim, que o Corpo de Bombeiros paulista, como órgão estatal, integra da Polícia
Militar do Estado de São Paulo e compartilham do mesmo regulamento disciplinar, gestão de
pessoal, folha de pagamento etc.
Possui como missão primordial a execução de atividades de defesa civil, prevenção e
combate a incêndios, buscas, salvamentos e socorros públicos no âmbito do estado de São
Paulo. É atualmente o maior Corpo de Bombeiros do Brasil e da América Latina em termos
de efetivo.
O CBPMESP é Força Auxiliar e Reserva do Exército Brasileiro, e integra o Sistema de
Segurança Pública e Defesa Social do Brasil. Assim como os demais membros da Polícia
Militar do Estado de São Paulo, os integrantes do CBPMESP são denominados Militares dos
Estados, em razão do disposto pela Constituição Federal de 1988. Vejamos a previsão da
CE/SP
Artigo 142 - Ao Corpo de Bombeiros, além das atribuições definidas em lei, incumbe a
execução de atividades de defesa civil, tendo seu quadro próprio e funcionamento definidos
na legislação prevista no §2º do artigo anterior.
Em 23 de outubro de 2014, ganhou autonomia em relação a Polícia Militar passando a
reportar-se diretamente ao Secretário da Segurança Pública, sobre temas relacionados às
operações.
A corporação já tinha autonomia financeira e logística, como na aquisição e propriedade de
veículos. Como visto, a própria CE/SP assegura ao CBPMESP um quadro próprio de pessoal.
Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, adotando um conceito moderno, “o poder de polícia é a
atividade do Estado consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em benefício
do interesse público”.
Assim, podemos distinguir:
a) polícia administrativa lato sensu; - limitações do estado em caráter individual em
beneficio da coletividade
b) polícia de segurança, dividida em:
b.1) polícia administrativa (polícia preventiva, ou ostensiva): atua preventivamente,
evitando que o crime aconteça. Não deve confundir-se com a ideia de poder de polícia lato
sensu do Estado; e
b.2) polícia judiciária (polícia de investigação): atua repressivamente, depois de ocorrido o
ilícito penal.
Segundo o art. 144 da CF/88, a segurança pública, dever do estado, direito e
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital
*ROL TAXATIVO norma reprodução obrigatoria.
Da Segurança Pública
SEÇÃO I
Disposições Gerais
Artigo 139 - A Segurança Pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é
exercida para a preservação da ordem pública e incolumidade das pessoas e do patrimônio.
§1º - O Estado manterá a Segurança Pública por meio de sua polícia, subordinada ao
Governador do Estado.
§2º - A polícia do Estado será integrada pela Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de
Bombeiros.
§3º - A Polícia Militar, integrada pelo Corpo de Bombeiros é força auxiliar, reserva do
Exército.
SEÇÃO II
Da Polícia Civil
Artigo 140 - À Polícia Civil, órgão permanente, dirigida por delegados de polícia de carreira,
bacharéis em Direito, incumbe, ressalvada a competência da União, as funções de polícia
judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.
§1º - O Delegado-Geral da Polícia Civil, integrante da última classe da carreira, será nomeado
pelo Governador do Estado e deverá fazer declaração pública de bens no ato da posse e da
sua exoneração.
§2º - Aos integrantes da carreira de delegado de polícia fica assegurada, nos termos do
disposto no art. 241 da Constituição Federal, isonomia de vencimentos.
- § 2º, em sua redação original, em virtude da declaração de inconstitucionalidade da
Emenda Constitucional nº 35, de 03/04/2012, em controle concentrado, pelo Supremo
Tribunal Federal, nos autos da ADI nº 5522.
- Referência ao artigo 241 da Constituição Federal de 1988, em sua redação original.
§3º - A remoção de integrante da carreira de delegado de polícia somente poderá ocorrer
mediante pedido do interessado ou manifestação favorável do Colegiado Superior da Polícia
Civil, nos termos da lei.
§4º - Lei Orgânica e Estatuto disciplinarão a organização, o funcionamento, os direitos,
deveres, vantagens e regime de trabalho da Polícia Civil e de seus integrantes, servidores
especiais, assegurado na estruturação das carreiras o mesmo tratamento dispensado, para
efeito de escalonamento e promoção, aos delegados de polícia, respeitadas as leis federais
concernentes.
§5º - Lei específica definirá a organização, funcionamento e atribuições da Superintendência
da Polícia Técnico-Científica, que será dirigida, alternadamente, por perito criminal e médico
legista, sendo integrada pelos seguintes órgãos:
I - Instituto de Criminalística;
II - Instituto Médico Legal.
- §§ 3º, 4º e 5º, em sua redação original, em virtude da declaração de inconstitucionalidade
da Emenda Constitucional nº 35, de 03/04/2012, em controle concentrado, pelo Supremo
Tribunal Federal, nos autos da ADI nº 5522.
SEÇÃO III
Da Polícia Militar
Artigo 141 - À Polícia Militar, órgão permanente, incumbe, além das atribuições definidas em
lei, a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública.
§1º - O Comandante-Geral da Polícia Militar será nomeado pelo Governador do Estado
dentre oficiais da ativa, ocupantes do último posto do Quadro de Oficiais Policiais Militares,
conforme dispuser a lei, devendo fazer declaração pública de bens no ato da posse e de sua
exoneração.
§2º - Lei Orgânica e Estatuto disciplinarão a organização, o funcionamento, direitos, deveres,
vantagens e regime de trabalho da Polícia Militar e de seus integrantes, servidores militares
estaduais, respeitadas as leis federais concernentes.
§3º - A criação e manutenção da Casa Militar e Assessorias Militares somente poderão ser
efetivadas nos termos em que a lei estabelecer.
§4º - O Chefe da Casa Militar será escolhido pelo Governador do Estado entre oficiais da
ativa, ocupantes do último posto do Quadro de Oficiais Policiais Militares.
Artigo 142 - Ao Corpo de Bombeiros, além das atribuições definidas em lei, incumbe a
execução de atividades de defesa civil, tendo seu quadro próprio e funcionamento definidos
na legislação prevista no §2º do artigo anterior.
Artigo 143 - A legislação penitenciária estadual assegurará o respeito às regras mínimas da
Organização das Nações Unidas para o tratamento de reclusos, a defesa técnica nas
infrações disciplinares e definirá a composição e competência do Conselho Estadual de
Política Penitenciária.
Das Finanças
Artigo 169 - A despesa de pessoal ativo e inativo ficará sujeita aos limites estabelecidos na lei
complementar (LRF) a que se refere o artigo 169 da Constituição Federal.
Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total
com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não
poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados:
I – União: 50% (cinquenta por cento);
II – Estados: 60% (sessenta por cento);
III – Municípios: 60% (sessenta por cento).
No que diz respeito ao limite de gasto com pessoal nos municípios, o percentual é de 60%,
quando 54% é o relativo de gastos com pessoal do executivo municipal, e 6% é de gastos com
pessoal do legislativo.
II - na esfera estadual:
a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Estado; (Vide
ADI 6533)
b) 6% (seis por cento) para o Judiciário; (Vide ADI 6533)
c) 49% (quarenta e nove por cento) para o Executivo; (Vide ADI 6533)
d) 2% (dois por cento) para o Ministério Público dos Estados; (Vide ADI 6533)
I - na esfera federal:
a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de
Contas da União;
b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;
c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por cento) para o Executivo, destacando-se 3%
(três por cento) para as despesas com pessoal decorrentes do que dispõem os incisos XIII e XIV
do art. 21 da Constituição e o art. 31 da Emenda Constitucional no 19, repartidos de forma
proporcional à média das despesas relativas a cada um destes dispositivos, em percentual da
receita corrente líquida, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente anteriores
ao da publicação desta Lei Complementar;
Parágrafo único - A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação
de cargos ou a alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão de pessoal, a
qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive
fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público, só poderão ser feitas:
1 - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de
pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
2 - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as
empresas públicas e as sociedades de economia mista.
Artigo 170 - O Poder Executivo publicará e enviará ao Legislativo, até trinta dias após o
encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária.
§1º - Até dez dias antes do encerramento do prazo de que trata este artigo, as autoridades
nele referidas remeterão ao Poder Executivo as informações necessárias.
§2º - Os Poderes Judiciário e Legislativo, bem como o Tribunal de Contas e o Ministério
Público, publicarão seus relatórios, nos termos deste artigo.
Artigo 171 - Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os
créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário,
do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês,
em duodécimos, na forma da lei complementar a que se refere o artigo 165, § 9º, da
Constituição Federal. (NR)
- Artigo 171 com redação dada pela Emenda Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
Artigo 172 - Os recursos financeiros, provenientes da exploração de gás natural, que
couberem ao Estado por força do disposto no § 1º do artigo 20 da Constituição Federal,
serão aplicados preferencialmente na construção, desenvolvimento e manutenção do
sistema estadual de gás canalizado.
Artigo 173 - São agentes financeiros do Tesouro Estadual os hoje denominados Banco do
Estado de São Paulo S/A e Caixa Econômica do Estado de São Paulo S/A.
Artigo 174 - Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão, com observância dos preceitos
correspondentes da Constituição Federal:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
§1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá as diretrizes, objetivos e metas da
administração pública estadual para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para
as relativas aos programas de duração continuada. (MÉDIO PRAZO).
Importante: O Governador enviará à Assembleia Legislativa, até 15 DE AGOSTO DO PRIMEIRO
ano do seu mandato, o projeto de lei dispondo sobre o plano plurianual. (art. 174, §9º,
número 1)
§2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração
pública estadual, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente,
orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação
tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
REDAÇÃO DA CF - § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades
da administração pública federal, ESTABELECERÁ AS DIRETRIZES DE POLÍTICA FISCAL E
RESPECTIVAS METAS, EM CONSONÂNCIA COM TRAJETÓRIA SUSTENTÁVEL DA DÍVIDA
PÚBLICa, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na
legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de
fomento. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
§3º - Os planos e programas estaduais previstos nesta Constituição serão elaborados em
consonância com o plano plurianual.
Importante: O Governador enviará à Assembleia Legislativa, até 30 DE ABRIL, anualmente, o
projeto de lei de diretrizes orçamentárias (art. 174, §9º, número 2).