Fisiologia Cardiovascular PDF
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FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR
Raquel Barcelos
BFF I – MED107
Fisiologia (P2)
CONTRATILIDADE CARDÍACA
O fluxo cardíaco é sempre unidirecional. O sangue tem que chegar pelas veias cavas, passar pela
válvula tricúspide para chegar ao VD. A movimentação do sangue ocorre por diferença de pressão.
Essa diferença é gerada através dos mecanismos de contração cardíaca. O fluxo é unidirecional pela
existência das válvulas. As válvulas semilunares (aórtica e pulmonar) se abrem por pressão e se
fecham por refluxo. Essas válvulas possuem cúspides que se fecham por refluxo. Já as válvulas
atrioventriculares (mitral e tricúspide) se abrem e fecham pela diferença de pressão.
Estenose = a valva não se abre como deveria, passa menos sangue, gera aumento de pressão nos
átrios.
Insuficiência valvar = a valva não se fecha corretamente. Ex.: aorta, pressões muito divergentes. Na
sístole a pressão se eleva muito e na diástole fica muito baixa (200/40 mmHg).
*As doenças valvares geram sopro. Comunicações entre os dois átrios. Sopro = sangue passa onde
não deveria ou não passa onde deveria.
CONDUÇÃO ELÉTRICA
Marca-passo do coração
A contração do coração é intercalada entre os átrios e os ventrículos. O PA fica “preso” por um tempo
no nó atrioventricular (possui menos junções).
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Fisiologia (P2)
Platô = canais lentos de cálcio. Impede somação e tetania.
O nó sinusal (nó sinoatrial) possui quatro vias internodais, três vão para o nó atrioventricular e uma
vai para a periferia do átrio esquerdo. Isso ocorre para que os átrios possam contrair ao mesmo tempo.
O nó sinusal possui o menor limiar de excitabilidade, para que seja o primeiro a despolarizar e
comandar o ritmo cardíaco.
O Trypanosoma cruzi destrói o feixe de Hiss, ou ramos do feixe de Hiss, assim a comunicação
atrioventricular é destruída. Tratamento = marcapasso.
Despolarização nas células autoexcitáveis = canais rápidos de cálcio voltagem dependente. Cálcio
despolariza e sódio vaza. Potássio repolariza.
Células contráteis: precisam de estímulo. Quando o limiar é atingido se abrem três canais: rápidos de
sódio voltagem dependentes, de potássio e lentos de cálcio. Isso gera o platô. Sódio despolariza e
cálcio gera platô. Potássio repolariza.
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Fisiologia (P2)
MODULAÇÃO SIMPÁTICA
O coração bate sozinho, mas pode ser modulado por outras situações (SNAS e SNAP). A estimulação
simpática aumenta o ritmo cardíaco (vazamento de cálcio para as células autoexcitáveis, mais fácil de
atingir o limiar de excitabilidade). Exercícios físicos. Aumenta a força de contração de toda a
musculatura cardíaca. Noradrenalina = aumenta a FC. Facilita a despolarização das células auto-
rítmicas, bem como favorece a força de contração, maior disponibilidade deCa+2. Efeito cronotrópico
positivo (aumenta a FC). Efeito inotrópico positivo (aumenta a força de contração).
MODULAÇÃO PARASSIMPÁTICA
Aumenta o tempo entre os PA = diminui a
frequência cardíaca com o estímulo
parassimpático. Ocorre vazamento de potássio,
célula mais negativa, mais difícil de atingir o limiar.
Não há relação com a força de contração da
musculatura cardíaca. Acetilcolina = redução da
FC. Efeito cronotrópico negativo (reduz a FC).
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Fisiologia (P2)
CICLO CARDÍACO
Átrios: recebem o fluxo sanguíneo de grandes veias e 75% do sangue fluem para os ventrículos na
diástole. A contração atrial é responsável por jogar os 25% de sangue restante nos ventrículos.
Ventrículos: grandes responsáveis pela ejeção do sangue.
Sístole atrial
Se inicia com o fechamento de valvas atrioventriculares (mitral e tricúspide). Gera a primeira bulha
cardíaca (TUM).
Sístole ventricular
Primeira fase da sístole ventricular é a contração isovolumétrica: o volume do ventrículo não muda,
todas as válvulas estão fechadas. Continua até que a pressão dentro dos ventrículos se torne maior
do que na aorta e na artéria pulmonar. Então, quando a pressão é maior, as válvulas são abertas e o
sangue é ejetado nas artérias. À medida que o sangue vai sendo ejetado, a pressão na aorta vai
aumentando e nos ventrículos vai diminuindo. Quando a pressão na aorta fica maior do que no
ventrículo há a tendência do sangue a voltar para o ventrículo, então as válvulas se fecham por refluxo.
O fechamento das válvulas aórtica e pulmonar representa o final da sístole (TÁ).
Diástole ventricular
Há um relaxamento isovolumétrico (sem alteração de volume). Quando a pressão nos ventrículos fica
menor do que nos átrios (abertura passiva das valvas atrioventriculares), o sangue presente nos átrios
enche rapidamente os ventrículos (enchimento rápido) (75% do sangue).
Sístole atrial
Os átrios contraem e os 25% restantes de sangue vão dos átrios para os ventrículos. Pressão nos
ventrículos maior do que nos átrios, fechamento das valvas atrioventriculares.
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Fisiologia (P2)
Não tem contração sem evento elétrico (PA).
A sístole começa com fechamento das válvulas atrioventriculares (pressão no ventrículo maior do que
nos átrios). Semilunares já estão abertas e atrioventriculares se fecham. Os ventrículos vão sendo
contraídos para que a pressão ventricular seja maior do que a aórtica (contração isovolumétrica).
Então, o sangue é ejetado dentro da aorta. A ejeção do sangue reduz a pressão ventricular. A válvula
aórtica se fecha quando a pressão ventricular fica menor do que a pressão aórtica. A sístole é
encerrada pelo fechamento da válvula aórtica e válvula pulmonar. A diástole inicia com o fechamento
da válvula aórtica, mas nesse momento a pressão no ventrículo esquerdo ainda está muito mais
elevada do que a pressão no átrio esquerdo. Ocorre o relaxamento isovolumétrico para reduzir essa
pressão. Quando a pressão ventricular se torna menor do que a atrial há a abertura passiva das valvas
atrioventriculares, com o afluxo rápido (enchimento rápido do sangue). Depois ocorre o enchimento
lento do sangue (o sangue escorre lentamente dos átrios para os ventrículos). Ao fim desse período
ainda restam 25% de sangue nos átrios e ocorre a sístole atrial para que esse sangue passe para os
ventrículos.
Volume sistólico = quantidade de sangue que é ejetado pelo ventrículo na aorta em cada sístole.
Volume sistólico final = volume que sobra no ventrículo após a sístole (não pode ultrapassar 40 mL)
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Fisiologia (P2)
Ondas: R: despolarização dos ventrículos P: despolarização dos átrios
A frequência cardíaca e o volume sistólico são regulados por nervos autônomos e por mecanismos
intrínsecos do sistema cardiovascular.
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Fisiologia (P2)
Todo o volume de sangue que chega ao coração é bombeado sem que haja represamento do mesmo
no sistema venoso, até o limite fisiológico do coração.
A temperatura corporal aumentada, como ocorre quando alguém tem febre, provoca elevação muito
importante da frequência cardíaca às vezes até ao dobro do valor normal.
A redução da temperatura provoca queda da frequência, caindo até a poucos batimentos por minuto,
quando a pessoa está próxima à morte por hipotermia, com a temperatura corporal entre 15 e 21°C.
+ temp = + FC
- temp = - FC
O aumento da pressão na aorta não reduz o débito cardíaco até que se atinja o valor de pressão
arterial média de 160 mmHg (sistólica em torno de 200 mmHg). A longo prazo, hipertensão arterial
crônica, ocorre hipertrofia cardíaca, pois o coração precisa exercer mais força para superar a pressão
da aorta.
A determinação do débito cardíaco é feita quase inteiramente pela facilidade com que o fluxo
sanguíneo escoa através dos tecidos corporais que, por sua vez, controlam o retorno venoso do
sangue ao coração.
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Fisiologia (P2)
VARIÁVEIS IMPORTANTES
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Fisiologia (P2)
Quando o limiar é atingido os canais de cálcio são abertos. Depois,
a célula é repolarizada e hiperpolarizada pela saída de potássio, que
também entra pelos canais If (canais abertos, funcionam de acordo
com a concentração).
- Nó sinusal
- Fibras internodais
- Nó atrioventricular
- Feixe atrioventricular
- Fibras de Purkinje
Despolarização = contração
Nó SA - Despolarização atrial –
contração atrial – gera ritmo sinusal.
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Fisiologia (P2)
Fisiologicamente, o nó sinusal garante 72 bpm.
REGULAÇÃO INSTRÍNSECA
Mecanismo de Frank-Starlang
RV = retorno venoso / DC = débito cardíaco / DC = volume sistólico x FC, 5L por minuto / efeito
inotrópico = aumento da força, relacionado ao volume. Se chega mais volume, a força de ejeção
aumenta/ Gera distanciamento e o ponto ótimo de distanciamento entre actina e miosina.
Distensão atrial
O estiramento leva a abertura dos canais de cálcio – influxo de cálcio - a despolarização é acelerada
– aumenta a FC em 10 a 20% - aumenta do DC pelo número de vezes que o coração bateu ao longo
de um minuto – efeito cronotrópico.
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REGULAÇÃO EXTRÍNSECA
Cronotrópico negativo.
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Fisiologia (P2)
ELETROCARDIOGRAMA
Quando uma onda elétrica se move através do coração diretamente para o eletrodo positivo, a onda
do ECG move-se para
cima. Se o movimento
resultante de cargas
pelo coração dirigir-se
para o eletrodo
negativo, o traçado
move-se para baixo.
Se a onda elétrica se
posiciona mais para o
lado positivo, a onda
sobe. Se é para o
negativo, desce.
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Fisiologia (P2)
O ECG é uma avaliação externas de muitas células, não um PA.
Intervalo entre P e R (ou P Q) = tempo entre a geração do impulso elétrico no nó sinusal e chegada
do impulso elétrico no septo ventricular (intervalo entre início da despolarização dos átrios e dos
ventrículos). Intervalo maior significa um bloqueio atrioventricular (mais que 4 quadradinhos).
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Fisiologia (P2)
DERIVAÇÕES BIPOLARES
Triângulo de Einthoven = isósceles com o vértice apontado para baixo. Esse triângulo inscreve o
coração.
Derivação D1: eletrodo negativo no braço direito e eletrodo positivo no braço esquerdo. Registra
onda positiva.
Derivação D2: eletrodo negativo no braço direito e eletrodo positivo na perna esquerda. Registra
onda positiva.
Derivação D3: eletrodo negativo no braço esquerdo e eletrodo positivo na perna esquerda. Registra
onda positiva.
A lei de Einthoven afirma que se os ECGs forem regsitrados simultaneamente nas três derivações dos
membros, a soma dos potenciais registrados nas derivações D1 e D3 é igual ao potencial da derivação
D2. D1 + D3 = D2.
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DERIVAÇÕES PRECORDIAIS
V1, V2, V3, V4, V5 e V6 - informa a comunicação dos eletrodos próximos ao coração.
V3 = entre V2 e v4.
1. Frequência cardíaca
2. Ritmo cardíaco (regular/sinusal ou irregular)
3. Velocidade de condição (tempo e mV)
4. Condução elétrica no tecido cardíaco
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Fisiologia (P2)
ECG: MILIVOLTAGEM PELO TEMPO
5 quadrados = 1 segundo = 25 mm
Todo o corpo é nutrido na sístole, mas o coração se nutre na diástole pela anatomia das artérias
coronárias curvadas em 45°. O coração se nutre na onda T (repolarização do ventrículo). Quanto
menor for o intervado do QRS até o T, menor é o tempo de relaxamento, menos o coração se nutre,
FC alta, sinal de infarto.
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Fisiologia (P2)
O intervalo RR diz a FC. Dividir 60 pelo valor do RR (quadrados multiplicados por 0,04). Também é
possível calcular dividindo 1500 pelo número de quadradinhos.
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FISIOLOGIA DA CIRCULAÇÃO
Vênulas: coletam o sangue dos capilares e coalescem, formando veias progressivamente maiores.
Veias: Condutos para o transporte de sangue das vênulas de volta ao coração; atuam como
importante reservatório de sangue extra. Paredes são finas, mesmo assim, são suficientemente
musculares para se contrair e expandir, agindo como reservatório controlável para o sangue extra.
As artérias transportam o sangue em alta pressão para os tecidos, por isso possuem uma camada
muscular maior do que a das veias (contração – ejeção – alta pressão, alta velocidade). Já as veias
são reservatórios de sangue, transportando-o para o coração.
A área de secção transversa das artérias aumenta ao longo da circulação. Assim, na aorta, o sangue
passa com muito mais pressão do que nas arteríolas. Dessa forma, a pressão e velocidade do
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sangue diminui ao longo do trajeto da circulação. Apesar da aorta possuir um maior calibre, a
soma das arteríolas e capilares é maior, representando uma maior área de secção transversa. Os
capilares não recebem o sangue ao mesmo tempo, ocorre
de acordo com a necessidade de nutrição do corpo (abertura
e fechamento intermitente).
A pressão no VD é muito menor do que no VE. Assim, as pressões dos vasos que seguem os
ventrículos possuem essa mesma lógica. Nas curvas há incisuras pelo refluxo, na aorta pela valva
aórtica e na pulmonar pela valva pulmonar. Os picos de maior pressão ocorrem na contração (sístole)
atrial. Nas grandes artérias há uma maior flutuabilidade de pressão pela elasticidade da parede desses
vasos (com a redução de calibre ocorre a redução de pressão).
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Fisiologia (P2)
FLUXO SANGUÍNEO POR UM VASO É DETERMINADO PELOS FATORES:
1. Diferença de pressão sanguínea entre as duas extremidades do vaso (vai de maior para a menor
pressão).
2. Resistência vascular (quanto o vaso dificulta a passagem de sangue)
Lei de Ohm
Para que ocorra o fluxo sanguíneo é necessário que haja diferença de pressão.
Movimento de fluidos: laminar (paredes alinhadas, fluido passa fazendo uma parábola inicial. A
camada de sangue mais próxima da parede sofre atrito, deslocando-se mais lentamente, já as
próximas fluem cada vez mais rápido sendo a do centro com velocidade maior. Quanto mais camadas
existirem, com mais velocidade vai fluir a camada central) ou turbilhonar/turbulento (as camadas ficam
bagunçadas).
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Fisiologia (P2)
Quando mais Reynolds, maior a chance de um fluxo turbulento. Esse
número determina se o fluxo é turbulento ou laminar.
Re: número de Reynolds
v: velocidade do fluxo sanguíneo
d: diâmetro do vaso
p: densidade do sangue
n: viscosidade do sangue.
Quando mais viscoso, fluxo mais laminar (inversamente proporcional ao Reynolds). Quanto maior a
velocidade do fluxo, diâmetro do vaso, densidade do sangue ou calibre do vaso, maior a chance de
fluxo turbulento.
Por isso em situações de aneurisma e estenose o fluxo é turbulento.
Quando o vaso dilata o fluxo é aumentado.
Pressão: força exercida pelo sangue contra qualquer unidade de área da parede vascular.
Comumente expressa em mmHg, mas na clínica em cmH2O.
1 mmHg = 1,36 cmH2O.
Resistência: impedimento ao fluxo sanguíneo pelo vaso. Deve ser calculada pelas medidas do fluxo
e da diferença de pressão entre dois pontos no vaso.
Resistência em toda a circulação sistêmica: resistência periférica total = 1 unidade de resistência
periférica (URP).
Condutância é o inverso da resistência, é a facilidade que o vaso coloca para a passagem do sangue.
LEI DE POISEUILLE
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Fisiologia (P2)
RESISTÊNCIA VASCULAR EM SÉRIE OU EM PARALELO
VISCOSIDADE SANGUÍNEA
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Fisiologia (P2)
Complacência é a capacidade de um vaso de receber
volume sem aumentar a pressão. Quanto mais
complacente é um vaso menor é a resistência.
Na insuficiência aórtica a válvula aórtica não fecha adequadamente. Maior ejeção de sangue no
ventrículo, maior variação de pressão.
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Fisiologia (P2)
O sangue é ejetado pelo ventrículo na aorta formando frentes de
onda. Por isso é possível contar o pulso arterial. Cada frente de
onda representa uma contração do VE.
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VEIAS
As varizes ocorrem pela insuficiência das válvulas venosas, ocorre a dilatação das veias dos membros
inferiores. Falência das válvulas = o sague acumula, dilatando as veias = varizes. Meias compressivas
são utilizadas para prevenir as varizes (pessoas que ficam muito tempo em pé).
Síndrome da classe econômica: longas distâncias com as pernas na mesma posição, favorece a
formação de trombo.
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Fisiologia (P2)
MICROCIRCULAÇÃO E O SISTEMA LINFÁTICO
Esfíncteres pré-capilares = musculo liso que contrai e relaxa permitindo a entrada/saída de sangue no
capilar. Metarteríola: mistura de arteríola e capilar.
Há mais capilares chegando nas vênulas do que nas arteríolas. As pressões reduzem à medida que
os capilares de aproximam das vênulas.
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Fisiologia (P2)
incluindo proteínas plasmáticas, podem passar do sangue para os tecidos hepáticos. Os poros, nas
membranas capilares gastrointestinais, apresentam um tamanho intermediário entre os poros dos
músculos e os do fígado. Nos glomérulos capilares renais, muitas pequenas aberturas ovais,
chamadas fenestrações, atravessam pelo meio as células endoteliais, de modo que enormes
quantidades de substâncias iônicas e moleculares muito pequenas (e não as grandes moléculas das
proteínas plasmáticas) podem ser filtradas pelos glomérulos, sem ter de passar pelas fendas entre as
células endoteliais.
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Fisiologia (P2)
EFEITO DA DIFERENÇA DE CONCENTRAÇÃO SOBRE A INTENSIDADE EFETIVA DA DIFUSÃO
ATRAVÉS DA MEMBRANA CAPILAR
A filtração e a absorção através dos capilares acontecem pela diferença de pressão. Depende de um
conjunto de forças (forças de Starling).
Forças de Starling
Se a soma dessas forças – a pressão efetiva de filtração – for positiva, ocorrerá filtração de líquido
pelos capilares. Se a soma for negativa, ocorrerá absorção de líquido. A pressão efetiva de filtração
(PEF) é calculada por:
Essas quatro forças, juntamente com o coeficiente com o coeficiente de filtração capilar determinam
a intensidade do fluxo (para o interstício ou para a luz).
O líquido intersticial possui uma pressão hidrostática negativa pelo bombeamento contínuo do
sistema linfático. Mantem os tecidos aderidos ao corpo.
A pressão coloidosmótica (oncótica) nos vasos é causada pelas proteínas plasmáticas. Essas
proteínas são ânions que atraem cátions que geram uma pressão osmótica adicional (efeito Donnan).
28 mmHg. Favorece a reabsorção.
A pressão coloidosmótica no interstício é muito menor do que no plasma, por ter menos proteínas. 8
mmHg.
Apenas a pressão hidrostática do capilar varia rápido. Extremidade arterial = filtração. Extremidade
venosa = reabsorção. Contração e dilatação dos capilares (pulsação).
A pressão média nas extremidades arteriais dos capilares é 15 a 25 mmHg maior que nas
extremidades venosas.
O líquido é “filtrado” para fora dos capilares, nas extremidades arteriais, mas nas extremidades
venosas o líquido é reabsorvido de volta para os capilares.
A soma das forças na extremidade arterial do capilar resulta em pressão efetiva de filtração de 13
mmHg.
Cerca de 1/200 do plasma no sangue que flui seja filtrado para fora das extremidades arteriais dos
capilares em direção aos espaços intersticiais cada vez que o sangue passa pelos capilares.
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Fisiologia (P2)
ANÁLISE DA REABSORÇÃO NA EXTREMIDADE VENOSA DO CAPILAR
A baixa pressão sanguínea na extremidade venosa do capilar altera o balanço das forças em favor da
absorção.
A diferença de 7 mmHg é a pressão efetiva de reabsorção nas extremidades venosas dos capilares.
Nove décimos do líquido que foi filtrado para fora nas extremidades arteriais, são reabsorvidos nas
extremidades venosas.
O sistema linfático serve para levar a quantidade de líquido que sobra (após a filtração, que não é
absorvido). Se o sistema linfático parar de funcionar, em um dia sobram aproximadamente 3 litros de
líquido no corpo que não foi absorvido (2ml por min).
FILTRAÇÃO EFETIVA
Ligeiro excesso de filtração, que consiste no líquido que deve retornar para a circulação pelos
linfáticos.
A intensidade normal da filtração efetiva em todo o corpo, não incluindo os rins, é de apenas 2 mL/min.
Raquel Barcelos
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Fisiologia (P2)
SISTEMA LINFÁTICO
Via acessória, por meio da qual o líquido pode fluir dos espaços intersticiais para o sangue.
Os linfáticos transportam para fora dos espaços teciduais proteínas e grandes partículas, que não
podem ser removidas por absorção direta pelos capilares sanguíneos.
Ducto torácico é um grande vaso linfático que drena a linfa de grande parte do corpo (80% de toda
linfa). O restante da linfa é drenada pelo ducto linfático direito.
FORMAÇÃO DA LINFA
Após refeição rica em gorduras, a linfa do ducto torácico chega a conter por vezes até 1% a 2% de
lipídios.
Grandes partículas, como bactérias, podem passar através das células endoteliais e entrar nos
capilares linfáticos e desse modo chegar à linfa. À medida que a linfa passa pelos linfonodos, essas
partículas são quase inteiramente removidas e destruídas.
Raquel Barcelos
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Fisiologia (P2)
INTENSIDADE DO FLUXO LINFÁTICO
Cerca de 100 mL de linfa fluem por hora pelo ducto torácico do humano em repouso.
Aproximadamente outros 20 mL fluem para a circulação a cada hora por outros canais, perfazendo o
total estimado do fluxo linfático de cerca de 120 mL/h, ou 2 a 3 L por dia.
Qualquer fator que aumente a pressão do líquido intersticial também aumenta o fluxo linfático
se os vasos linfáticos estiverem funcionando normalmente.
São eles:
Chega um momento em que o aumento do fluxo linfático não é suficiente fisiologicamente para evitar
edemas.
Resumo dos Fatores que determinam o Fluxo Linfático: (1) a pressão do líquido intersticial (2) a
atividade da bomba linfática.
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Fisiologia (P2)
CONTROLE LOCAL E HUMORAL DO FLUXO SANGUÍNEO DOS TECIDOS
A maioria dos tecidos apresenta a capacidade de controlar seu próprio fluxo sanguíneo, em proporção
às suas necessidades metabólicas específicas.
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Fisiologia (P2)
EXEMPLOS ESPECIAIS DO CONTROLE “METABÓLICO” AGUDO LOCAL DO FLUXO SANGUÍNEO
Raquel Barcelos
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CONTROLE DO FLUXO SANGUÍNEO TECIDUAL PELOS FATORES DE RELAXAMENTO E DE
CONSTRIÇÃO DERIVADOS DO ENDOTÉLIO
Endotelina, grande peptídeo com 27 aminoácidos que requer apenas quantidades minúsculas
(nanogramas) para causar forte vasoconstrição.
Aumento da liberação de endotelina contribui para a vasoconstrição quando o endotélio é lesado pela
hipertensão.
Fármacos que bloqueiam receptores de endotelina, têm sido usados no tratamento de hipertensão
pulmonar.
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BFF I – MED107
Fisiologia (P2)
REGULAÇÃO DO FLUXO SANGUÍNEO A LONGO PRAZO
Agentes Vasoconstritores:
Angiotensina II
AGENTES VASODILATADORES
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Fisiologia (P2)
Histamina: liberada em praticamente todos os tecidos corporais se o tecido for lesado, tornar-se
inflamado, ou se passar por reação alérgica. A maior parte da histamina deriva de mastócitos nos
tecidos lesados e de basófilos no sangue.
1. Aumento da concentração de íons cálcio provoca vasoconstrição. Isso resulta do efeito geral do
cálcio de estimular a contração do músculo liso.
5. Os ânions com efeitos significativos sobre os vasos sanguíneos são o acetato e o citrato, e ambos
acarretam graus leves de vasodilatação.
Grande parte dos vasodilatadores e vasoconstritores exerce pouco efeito a longo prazo no
fluxo sanguíneo, a menos que alterem a intensidade metabólica dos tecidos.
Raquel Barcelos
BFF I – MED107
Fisiologia (P2)
REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
REGULAÇÃO RÁPIDA DA PA
Fatores de resistência:
- Raio do vaso
- Viscosidade sanguínea
Envolvimento do SNC nesse processo: é o SNC que está diretamente envolvido no controle a curto
prazo. No bulbo há uma área de controle cardiovascular, um conjunto de neurônios especializados
em identificar os problemas cardiovasculares (centro de controle cardiovascular). Altera-se a
capacidade de bombeamento cardíaco e a resistência vascular periférica.
Raquel Barcelos
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Fisiologia (P2)
VIA EFERENTE: SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
Uma atividade simpática estimula os receptores beta1-adrenérgicos, com maior influxo de sódio e
cálcio, aumentando a velocidade de despolarização e aumento da FC.
A diminuição de atividade simpática reduz a FC, por isso não há sempre a necessidade de aumentar
a atividade parassimpática, apenas de reduzir a simpática.
Uma atividade parassimpática libera acetilcolina e ativa os receptores muscarínicos das células
autoexcitáveis, aumentando o efluxo de potássio e diminuindo o influxo de cálcio. As células ficam
hiperpolarizadas e a FC diminui.
Adrenalina e noradrenalina se ligam aos receptores beta1-adrenérgicos (proteína G inativa que fica
ativa ao se ligar), então o sistema de segundo mensageiro do AMPc. Isso gera a abertura dos canais
de cálcio dependentes de voltagem que ficam abertos por mais tempo, gerando maior entrada de
cálcio na célula. Aumenta-se a capacidade de armazenamento de cálcio pelo retículo sarcoplasmático
e aumenta-se também a força da contração a cada sístole ventricular (efeito inotrópico). Além disso,
os receptores AMPc também geram a atividade de uma molécula chamada fosfolambam. Quando ela
ganha atividade aumentam-se a atividade das bombas de cálcio que o devolvem para dentro do
retículo. Então, o cálcio sai do citoplasma gerando encurtamento do tempo de ligação do cálcio-
troponina, menor duração da contração (efeito cronotrópico).
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Fisiologia (P2)
Dessa forma, a adrenalina e noradrenalina proporcionam efeito inotrópico e cronotrópico positivos.
ANESTESIA
BARORRECEPTOR
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Fisiologia (P2)
Os barorreceptores são ativados através do estiramento do vaso, pois são mecanicamente abertos.
O estiramento significa PA alta.
1° alteração de PA.
SISTEMA HIPOTENSOR
SISTEMA HIPERTENSOR
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Fisiologia (P2)
Aumenta-se a atividade simpática e diminui a atividade parassimpática. Efeito cronotrópico e
inotrópico positivos. Aumento do DC e aumento da resistência periférica – aumento da PA.
O sistema cardiovascular é influenciado por outros sistemas, a função cardiovascular não pode parar,
e por isso, tenta mecanismos de compensação para que haja regulação, e chegue circulação ao
cérebro.
Sistema quimiorreceptor: receptores sensíveis a algumas moléculas, como ao oxigênio. Eles são
acionados sempre que diminui a quantidade dessas moléculas nos vasos. Estão presentes no arco
da aorta (oxigênio distribuído para o corpo) e no corpo carotídeo (oxigênio distribuído para o cérebro).
Síncope vasovagal = desmaio. Uma resposta de luta e fuga, aumento da atividade parassimpática e
diminuição da simpática, resultando em uma baixa da frequência cardíaca + vasodilatação.
O cérebro interpreta o medo de forma que o coração fica lento, os vasos dilatados e a PA cai
abruptamente. Ocorre desmaio para que a distribuição sanguínea seja facilitada (é mais fácil para o
corpo distribuir deitado do que em pé). Hipotensão postural gravíssima. Resposta extrínsecas.
Raquel Barcelos
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Fisiologia (P2)
Na hipotensão por baixa de volume, o soluto sobra, e o hipotálamo busca mecanismos de ter mais
água dentro do corpo (beber mais água / urinar menos), regulando o volume, levando a diminuição da
pressão arterial.
Hidratação é gerada por beber água aos pouquinhos – faz com que o corpo absorva (ingesta de água).
REFLEXO ATRIAL
O aumento da pressão atrial provoca também aumento da FC as vezes por até 75%. Pequena parte
desse aumento é causada pelo efeito direto do aumento do volume atrial que estira o nó sinusal (até
20%). Aumento adicional de até 60% da FC decorre do Reflexo de Bainbridge
RELFEXO DE BAINDRIDGE
Raquel Barcelos
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Fisiologia (P2)
Soro: se aumenta o volume rapidamente, ocorre maior aumento da PA de forma brusca. Por isso deve
ser analisado a quantidade de administração.
1. Incapacidade do fluxo lento de sangue eliminar o CO2 do centro vasomotor do tronco encefálico; 2.
Estimulação das áreas de controle nervoso vasomotor simpático no bulbo; 3. Resposta isquêmica do
SNC; 4. Pode elevar a PAM, de maneira espantosa, por até 10 minutos a níveis muito elevados de
até 250 mmHg; 5. A resposta isquêmica do SNC é um dos mais importantes ativadores do sistema
vasoconstritor simpático; 6. Sistema de emergência de controle da PA para impedir maior diminuição
da PA, quando o fluxo sanguíneo cerebral diminui até valor muito próximo do nível letal.
REAÇÃO DE CUSHING
Aumento da pressão no encéfalo. Tipo especial de resposta isquêmica do SNC, resultante do aumento
da pressão do líquido cefalorraquidiano (LCR).
REAÇÃO MUSCULOESQUELÉTICA
Papel dos nervos e músculos esqueléticos no aumento do débito cardíaco e da pressão arterial.
Contração muscular gera compressão do circuito venoso. Inclusive a veia cava inferior. Uma
compressão dos reservatórios venosos do abdome.
ONDAS RESPIRATÓRIAS NA PA
A taquipneia gera uma sensação claustrofóbica no centro respiratório. Por isso, respirar lentamente e
profundamente ajuda o indivíduo a sair de um ataque de pânico.
1. Muitos dos “sinais respiratórios”, produzidos pelo centro respiratório do bulbo, “extravasam” para o
centro vasomotor a cada ciclo respiratório.
2. Cada vez que a pessoa inspira, a pressão na cavidade torácica fica mais negativa, fazendo com
que os vasos sanguíneos no tórax se expandam. Isso reduz a quantidade de sangue que retorna para
Raquel Barcelos
BFF I – MED107
Fisiologia (P2)
o lado esquerdo do coração, e, assim, diminui momentaneamente o débito cardíaco e a pressão
arterial.
3. As variações da pressão causadas nos vasos torácicos pela respiração podem excitar receptores
de estiramento vasculares e atriais.
ADH = vasopressina
- Rim: nos túbulos renais diminui a reabsorção de sódio. O sódio é eliminado (natriurese). Diminuição
do volume sanguíneo – diminuição da PA. Arteríola eferente dilata e aumenta a taxa de filtração
glomerular. O rim recebe 33% do DC (volume). A arteríola eferente também atua diminuindo a renina
(renina tende a aumentar a PA).
CORRELAÇÕES CLÍNICO-FUNCIONAIS
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Fisiologia (P2)
- Resposta ao aumento no volume e pressão: Hipervolemia + Hipertensão
Como a hipervolemia e a hipertensão arterial são revertidas através dos reflexos homeostáticos?
Rim - responsável pela maior parte da excreção do Na+. Há a necessidade de vias de equilíbrio de
Na+, mas o controle para esse controle e indireto, porque não são associadas ao controle dos níveis
de Na+, mas são associadas ao controle do volume sanguíneo pressão arterial.
Raquel Barcelos
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Fisiologia (P2)
SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA (SRA)
RESUMO:
Raquel Barcelos
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