UNID 01 e 02 - Teoria Geral Dos Recursos
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1.1. Conceito:
Recurso, numa acepção técnica e restrita, é o meio idôneo para provocar a impugnação
e, consequentemente, o reexame de uma decisão judicial, com vistas a obter, na
mesma relação processual, a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração
do julgado.
O recurso não se confunde com ação, uma vez que, por meio dele, não se forma novo
processo, há apenas um prolongamento da relação processual. Constitui o recurso
apenas uma etapa do procedimento, seja no processo de conhecimento ou de execução.
Nessa parte, inclusive, o recurso difere de outros meios de impugnação das decisões
judiciais, por exemplo, a ação rescisória (que visa à desconstituição de decisão judicial
sobre a qual se operou a coisa julgada), o mandado de segurança e os embargos de
terceiro.
- Apelação;
- Agravo de Instrumento;
- Agravo Interno;
- Embargos de Declaração;
- Recurso Ordinário;
- Recurso Especial;
- Recurso Extraordinário;
- Agravo em Recurso Especial ou Extraordinário;
- Embargos de divergência.
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Os recursos, por terem como objetivo a impugnação e o reexame de uma decisão judicial,
relacionam-se intimamente com o princípio do duplo grau de jurisdição, segundo o qual se
possibilita à parte que submeta matéria já apreciada e decidida a novo julgamento, por
órgão hierarquicamente superior.
1.3.2. Taxatividade:
1.3.3. Singularidade:
1.3.4. Fungibilidade:
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Desse modo, sendo interposto recurso por determinado motivo, o órgão julgador só pode
alterar a decisão hostilizada nos limites em que ela foi impugnada, não podendo ir além.
1.3.6. Voluntariedade:
Conforme afirmado em linhas anteriores, a parte não está obrigada a interpor recurso
contra a decisão que lhe for desfavorável. Contudo, se não o fizer, arcará os ônus
respectivos.
1.3.7. Dialeticidade:
A parte que pretender impugnar o ato decisório deve fazê-lo dentro do prazo previsto em
lei. Se a decisão é publicada e a parte vencida entende que deve interpor recurso de
apelação, terá 15 dias úteis (art. 219) para preparar a peça recursal. Se, no entanto, já no
dia seguinte à publicação da decisão ela interpõe o recurso, não pode posteriormente
complementar as razões recursais, ainda que dentro do prazo, exceto na hipótese
prevista no § 4º do art.
1.024.
Requisitos Subjetivos:
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- legitimidade;
- interesse.
Requisitos Objetivos:
- cabimento;
- tempestividade;
- preparo;
- regularidade formal;
- inexistência de fato extintivo ou impeditivo do direito de recorrer.
1.4.1. Cabimento:
Para que seja preenchido o requisito do cabimento, o recurso deve estar previsto em lei
contra determinada decisão judicial e, ainda, ser o adequado à obtenção do resultado
pretendido. Assim, pode-se dizer que o requisito do cabimento é composto pela
recorribilidade (previsão legal de recurso contra a decisão que se busca impugnar) e
pela adequação.
1.4.2. Tempestividade:
Tem legitimidade para recorrer quem participou da relação processual, isto é, as partes,
os intervenientes e o Ministério Público, se for o caso, tanto na condição de parte
quanto na de fiscal da ordem jurídica (art. 996). Também o terceiro prejudicado, ou seja,
aquele que pode sofrer prejuízo pela eficácia natural da sentença, tem legitimidade para
recorrer (art. 996, parágrafo único).
1.4.3. Interesse:
Para recorrer não basta a legitimidade. Não basta ter sido parte ou interveniente na
relação processual. É preciso também ter interesse, em outras palavras, é indispensável
que o recurso seja útil e necessário ao recorrente, a fim de evitar que sofra prejuízo com
a decisão.
1.4.4. Tempestividade:
A lei fixa prazo para interposição de todos os recursos. Em geral, o prazo é de 15 dias,
com exceção dos embargos de declaração, cujo prazo é de 5 dias (arts. 1.003, § 5º, e
1.023).
Os prazos processuais, repita-se, serão contados sempre em dias úteis (art. 219). Além
disso, os dias do começo (termo inicial) e do vencimento do prazo (termo final) serão
protraídos para o primeiro dia útil seguinte, se coincidirem com dia em que o expediente
forense for encerrado antes ou iniciado depois da hora normal ou houver indisponibilidade
da comunicação eletrônica (art. 224, § 1º).
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O prazo para recorrer será em dobro quando o recorrente for o Ministério Público (art.
180), a Fazenda Pública (art. 183) ou a Defensoria Pública (art. 186). O prazo para
recorrer também será contado em dobro quando os litisconsortes tiverem diferentes
procuradores, de escritórios de advocacia distintos, mas desde que os processos não
tramitem na forma eletrônica (art. 229).
O termo a quo do prazo deve observar o disposto nos arts. 230 e 231. Entretanto, se a
decisão tiver sido proferida em audiência, é a partir desta que será contado o prazo.
1.4.5. Preparo:
Quanto à forma, a interposição do recurso deve observar o que for estabelecido em lei,
podendo-se arrolar alguns pressupostos que devem ser preenchidos de modo geral:
Podem ser incluídas nesse rol (i) a falta de depósito da multa (art. 1.026, § 3) e (ii) a
inexistência de repercussão geral (art. 1.035).
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Primeiramente, cumpre destacar que qualquer recurso tem o efeito de obstar o trânsito
em julgado ou a preclusão, conforme seja interposto, respectivamente, em face de
sentença ou decisão interlocutória.
Além desse efeito obstativo da coisa julgada, inerente a todos os recursos, a doutrina
reconhece de modo unânime pelo menos outros dois, quais sejam, o devolutivo e o
suspensivo.
- Efeito Devolutivo;
- Efeito Translativo;
- Efeito Suspensivo;
- Efeito Substitutivo, Expansivo e Ativo.
Com relação ao efeito suspensivo, embora boa parte dos recursos não contemple tal
efeito, a regra é a suspensividade (art. 995). Omissa a lei, o recurso produz o efeito
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Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo
se distintos ou opostos os seus interesses.
Diz o art. 997 que cada parte interporá o recurso, independentemente, no prazo e
observadas as exigências legais. Sendo, porém, vencidos autor e réu, ao recurso
interposto por qualquer deles poderá aderir a outra parte.
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O recurso adesivo não é uma espécie de recurso, porquanto as espécies estão elencadas
no art. 994, mas uma forma de interposição. Tal forma de interposição, aderida e
condicionada ao recurso da outra parte, denominado principal, só é admissível na
apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial (art. 997, § 2º, II).
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