Espécies Processuais de Prestação de Contas - Cópia
Espécies Processuais de Prestação de Contas - Cópia
Espécies Processuais de Prestação de Contas - Cópia
I. Os Órgãos de Soberania têm o dever de prestar contas nos termos do n.º 2 do artigo 10.º da
LOPTC;
II. A prestação de Contas é, nos termos dos artigos 72.º e 73.º da LOPTC, ordinariamente feita por
períodos anuais, salvo quando dentro do mesmo ano houver substituição da totalidade dos
responsáveis, caso em que deve ser organizada uma conta por cada gerência;
III. Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º da Resolução n.º 2/16, de 2 de Dezembro os
responsáveis dos Órgãos de Soberania devem apresentar a prestação de contas até 30 de
Setembro do ano seguinte àquele a que dizem respeito. A prestação de contas deve ser
submetida na Secretaria Judicial do Tribunal de Contas;
IV. No acto da recepção da Conta, o Pessoal da Secretaria deverá assegurar-se que cada entidade
remetente tenha observado as disposições previstas na Resolução n.º 2/16, de 02 de Dezembro,
com destaque para a submissão dos elementos integrais e suficientes que devem acompanhar
as Prestações de Contas, condição necessária para a emissão de uma Acta de Aceitação, que
contém a descrição de toda a documentação entregue;
V. Acto contínuo o técnico responsável deverá realizar o registo na base de dados informatizada,
inscrevendo a entidade, o rol de responsáveis com a indicação da natureza da responsabilidade
de cada um, o exercício e/ou período a que diz respeito, os documentos que acompanham a
prestação de contas e quaisquer outras informações necessárias, que se mostrem
indispensáveis para a apreciação da prestação remetida;
VI. Uma vez verificada a conformidade do expediente da prestação de contas, o mesmo é remetido,
mediante ofício, ao Gabinete do Venerando Juiz Conselheiro Presidente, que por sua vez
despacha para o Gabinete do Director dos Serviços Técnicos para devido tratamento;
VII. Do Gabinete do DST o expediente é encaminhado para a Contadoria, que por via do Escrivão
destacado procede a análise preliminar, a autuação, ao registo e à distribuição dos processos
por juízes, tendo como critério a ordem de precedência e antiguidade e encaminha para a
Divisão a que corresponde para no prazo a indicar concluir-se com a análise da prestação;
VIII. Os trabalhos de análise da prestação de contas devem ser realizados em conformidade com os
normativos vigentes no Tribunal de Contas1, bem como atender aos padrões internacionais de
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Estrutura de Relatórios Sintese e parecer de análise das prestações de contas.
XI. O Tribunal de Contas poderá ainda realizar auditorias ou inquéritos a qualquer momento às
entidades cujas contas tenham sido declaradas «Em Termos» ou mesmo «Não em Termos», nos
termos da alínea d) do n.º 6 do LOPTC;
XII. As contas julgadas pelo Tribunal são consideradas como “Não Em Termos” quando
forem evidenciadas expressivamente qualquer das seguintes ocorrências:
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ISSAI 100 refere-se aos Princípios Fundamentais de Auditoria do Setor Público. Estes princípios são
aplicáveis a todos os trabalhos de auditoria do sector público e estabelecem os conceitos, elementos e
princípios essenciais que se aplicam a todas as auditorias do sector público .
ISSAI 200 refere-se aos Princípios Fundamentais de Auditoria Financeira . Estes princípios fornecem a
base para uma auditoria das demonstrações financeiras ou outras formas de apresentação de
informações financeiras. O objetivo principal da ISSAI sobre auditoria financeira é fornecer orientação
aos membros da organização sobre como conduzir auditorias de acordo com uma estrutura de relatórios
financeiros . Os princípios estabelecidos na ISSAI 200 são também a base para normas de auditoria mais
específicas sobre auditoria financeira e Diretrizes.
A ISSAI 400 refere-se aos Princípios de Auditoria de Conformidade. Os princípios descritos na ISSAI 400
podem ser utilizados pelas Organizações de Auditoria Externa como base para o desenvolvimento de
normas ou como base para a adopção de práticas consistentes. Os princípios foram elaborados para
serem aplicados no contexto de auditorias financeiras, operacionais e de conformidade
XIII. Se a prestação de contas for considerada "Não Em Termos", o relatório técnico deverá
apresentar evidências e elementos suficientes e adequados, que permitam subsidiar a
avaliação, por parte do Tribunal, quanto a eventual accionamento de processo de
responsabilização dos gestores por irregularidades ou falhas, que constituam
infracções financeiras e/ou infracções não financeiras ou processuais;
XIV. Produzido o relatório técnico, o mesmo será submetido ao Chefe de Secção da Área
correspondente para efeitos de controlo de qualidade (reverificações, correcções e
observações, caso haja), garantido assim que sejam verificáveis as condições previstas
nos números 2 e 3 do artigo 40.º da Resolução n.º 3/19, de 13 de Agosto;
XV. Não havendo, é imprensa e remetida ao Chefe da Divisão para revisão e assinatura e
encaminhada para os serviços de apoio do Director Técnico dos Serviços Técnicos para
vista e certificação;
XVI. Após a vista do DST o processo é remetido a Contadoria Geral, Secção de Fiscalização
Sucessiva, que recebe o processo e distribui ao Escrivão do processo, que recebe os
autos, emite o termo de recebimento, de seguida o termo de conclusão e remete-os ao
Juiz Relator, que profere o despacho que couber ao caso;
XVII. Se a análise da prestação de conta” Não estiver em Termos”, apenas por conter
irregularidades processuais ou de preenchimento de modelos, o despacho do Juiz
Relator deve conter uma apreciação sobre essas irregularidades acompanhadas das
respectivas recomendações, com vista a serem corrigidas em processos de prestação
de contas futuras;
XIX. Poderá o Juiz accionar igualmente o disposto na linha anterior, sempre que o resultado
da análise técnica da prestação de contas, apurar irregularidade ou conjunto de
irregularidades cuja materialidade não se configura suficiente ou não apresentem risco
de impacto relevante na gestão;
XXI. Depois da vista ao Ministério Público, de seguida o Juiz relator manda notificar o gestor
principal, para proceder ao pagamento da multa voluntariamente ou caso assim não
entenda vir aos autos deduzir oposição; caso em que o escrivão, tendo recebido
(apondo o termo de recebimento) os autos, elabora o mandado de notificação que vai
assinado pelo Director do Serviços Técnicos, para notificar o gestor principal sobre o
despacho do Juiz relator, após o que apresenta os autos conclusos ao Juiz relator, para
que tome conhecimento da realização da diligência;
XXII. O Juiz relatar ao tomar conhecimento da diligência, ordena que os autos aguardem a
resposta do gestor notificado, no cartório;
XXIII. Em caso de pagamento, o Escrivão, por termo de conclusão remete os autos ao Juiz
relator, para que profira o despacho sobre a junção do comprovativo de pagamento
aos autos;
XXIV. Por termo de juntado este é junto aos autos, que vão novamente ao Relator para os
despachar para a área emolumentar a fim de confirmar o pagamento da multa;
XXV. Uma vez feita a confirmação, os autos são conclusos, pelo Escrivão, ao Juiz relator que
manda arquivar os autos;
XXVI. Caso seja deduzida oposição, o Juiz relator aprecia-a e profere o despacho
correspondente. Se a oposição tiver fundamento, por prova documental oferecida pelo
gestor principal, o Juiz relatar releva a multa e manda que este seja notificado do teor
do despacho, ordenando de seguida o arquivamento dos autos;
XXVII. Quando a oposição não tiver fundamento, o Juiz relator ordena que seja paga a multa;
XXVIII. Se ainda assim, o gestor não quiser pagar a multa o Juiz relator ordena que a multa
seja paga em dobro;
XXIX. Se o gestor insistir em não pagar, o Juiz relator ordena que os autos sigam para o
Ministério Público para que seja intentada acção por desobediência qualificada;
XXXI. Quando a conta estiver "Não Em Termos", por apresentar irregularidades que
conformem infracções financeiras materialmente relevante, o Juiz relator deve mandar
notificar os gestores para virem aos autos exercer o princípio do contraditório,
conforme salvaguarda as disposições previstas no artigo 41.º da Resolução n.º 3/19, de
13 de Agosto;
XXXII. Na falta de cumprimento do direito ao contraditório nos prazos determinados para sua
efectivação, bem como omissão injustificada do mesmo, dar-se-á por confessadas as
constatações apuradas, podendo o Juiz Relator aplicar as disposições constantes dos
números 2 e 3 do artigo 29.º da LOPTC e consequentemente ordenar, no âmbito do
previsto no artigo 84.º da LOPTC, que os autos sigam para o Ministério Público para
efeito do competente processo judicial;
XXXIV. Por este órgão, se os emolumentos devidos ao Tribunal se mostram pagos é elaborado
o requerimento inicial, para o desencadeamento do procedimento por
responsabilidade financeira, com base nas infracções financeiras constatadas;
XXXVI. Se a conta estiver “Em Termos” ou “Não Em Termos, o Ministério Público promove que
seja realizado o registo electrónico na Base de Dados informatizada do Tribunal e a
conta seja devolvida ao gestor, gerando um registo positivo ou negativo, conforme seu
juízo, no cadastro da entidade sujeita.
IV. Cumprido o mandado de notificação, este é junto aos autos que vão conclusos ao Juiz
Relator para tomar conhecimento da realização da diligência;
V. Recebida a contestação, vão os autos conclusos ao Juiz relator, para inscrever os autos
em tabela para julgamento;
VI. O Juiz relator marca a audiência de julgamento, que é presidida pelo Presidente da 2.ª
Camara e nela devem estar presentes o representante do Ministério Público e os
Advogados dos Demandados;
VIII. O Relator ordena a junção aos autos do acórdão assinado, pelos Conselheiros da
Camara e ainda a notificação do acórdão ao Demandado ou Demandados;