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O QUE É DESENVOLVIMENTO?

É um conceito que se refere ao conjunto de transformações do ser humano ao longo da sua vida.
É um processo que se inicia no momento da concepção e termina com a sua morte, e em que
estão envolvidos múltiplos factores: biológicos, cognitivos, motores, morais, emocionais,
linguísticos…

O desenvolvimento se realiza no decurso total da vida e não exclusivamente na infância e


adolescência. Ora vejamos, durante o desenvolvimento as modificações que se produzem são
estruturais e comportamentais, isto é, ao longo do tempo o organismo muda, como muda a nossa
maneira de actuar, agir, pensar e sentir.

Estas mudanças não se produzem de igual modo em todo o indivíduo: o ritmo de


desenvolvimento varia de pessoa para pessoa, podendo ocorrer aceleradamente ou
retardadamente.

O desenvolvimento acontece porque o ser humano é um sistema aberto, isto é, está em constante
interacção dinâmica com o meio ambiente. O ser humano interage com o meio envolvente: o
meio natural, a família, os amigos, a escola, a comunidade, que o ajudam a desenvolver-se.

Existem contextos, situações, acontecimentos, acasos que influenciam activamente os percursos


da nossa vida: a mudança de terra e de casa, a doença, a morte de uma pessoa, o nascimento de
um filho, o divórcio… Estas transições implicam a pessoa globalmente nas respostas que irá dar,
nas suas mudanças internas vivenciadas, quer seja criança, adolescente, adulto ou velho.

Por estas razões, a perspectiva desenvolvimental considera o ser humano como uma combinação
interdependente de sistemas e sub-sistemas. É daí que somos chamados a reconhecer a interacção
reciproca entre a estrutura biológica/maturacional e a função aprendida e influenciada por
factores ambientais.

O indivíduo é uma unidade biopsicossocial. As capacidades internas necessitam de um meio


externo estruturante que lhes permita a sua realização, ou seja, é difícil ou mesmo impossível
aprender-se de uma forma precoce sem que haja capacidade interna de aquisição. Por exemplo:
será inútil ensinar um bebé de seis meses a andar ou a falar.

MA. Pedro Cosme Window (Assistente Universitário)


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E quanto há existência de períodos críticos? Isto é, o tempo as quais o organismo é sensível à


estimulação do meio. Há certas aprendizagens que não são possíveis antes de certa maturação,
mas também há certos tipos de aprendizagem que não são possíveis se ultrapassarem esse
período de maturação. Por exemplo: as crianças selvagens, não tendo sido familiarizadas com a
linguagem, não conseguem adquirir essa capacidade por terem ultrapassado determinada idade.

Segundo Shaffer (2005:2), “O desenvolvimento refere-se a continuidades sistemáticas e


mudanças no indivíduo que ocorrem desde a concepção (quando o esperma do pai penetra no
óvulo materno criando assim um novo organismo) até a morte”. Ao descrever mudanças como
“sistémicas”, implicam-se estas serem ordenadas, padronizadas, relativamente permanente;
portanto, mudanças ocasionais de humor e outras mudanças transitórias em nossa aparência,
pensamentos e comportamentos estão excluídos. Também estamos interessados nas
continuidades desenvolvimentais, as formais pelas quais permanecemos os mesmos ou seguimos
reflectindo nosso passado.

Se o desenvolvimento representa a continuidade e as mudanças que um indivíduo sofre “do


berço ao túmulo”, a ciência do desenvolvimento é o estudo desse fenómeno. A Psicologia do
Desenvolvimento é área da psicologia voltada a identificar e explicar as continuidades e
mudanças vividas por indivíduos ao longo do tempo, Shaffer (2005:2). É uma área de estudo
multidisciplinar. Apesar de a Psicologia de Desenvolvimento ser a mais ampla dessas disciplinas,
muitos biólogos, sociólogos, antropólogos, educadores, médicos, economistas, domésticos até
mesmo historiadores compartilham um interesse pela continuidade e mudanças no
desenvolvimento e muitos contribuíram para o entendimento do desenvolvimento tanto humano
como animal.
Para BIAGGIO (2003:20), o que interessa `a Psicologia de Desenvolvimento são as mudanças de
comportamento que ocorrem não em função do tempo, mas em função de processos intra-
organísmicos e de eventos ambientais que ocorrem dentro de determinada faixa de tempo.
Podemos dizer então que o objecto de estudo da Psicologia do Desenvolvimento actual
consiste nos processos intra-individuais e ambientais que levam a mudanças de
comportamento. Assim, conceituada, a Psicologia do Desenvolvimento torna-se uma divisão
extremamente arbitrária da Psicologia, pois toda a Psicologia diz respeito `a compreensão de
processos de mudança de comportamento. Vemos que a Psicologia do Desenvolvimento
abrange, ou incorpora, a Psicologia da Personalidade, a Psicologia da Aprendizagem, a

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Psicologia Social, a Psicopatologia, a Percepção, a Psicologia Fisiológica, e ainda ciências afins,


como a genética, a Antropologia e a Sociologia. Por exemplo, quando se estuda o papel da
imitação na aquisição de comportamentos na criança, ou quando se estudam os efeitos da pressão
social do grupo sobre o desenvolvimento de determinados comportamentos na criança ou no
adolescente, estamos no campo da psicologia Social.

A Psicologia do Desenvolvimento Humano procura descrever tão completa e exacta quanto


possível, as funções psicológicas das crianças: suas reacções motoras, emocionais, intelectuais e
sociais.

O que resta então de específico `a Psicologia do Desenvolvimento?

Em primeiro lugar, podemos dizer que ela se caracteriza pelo interesse em mudanças de
comportamento que ocorrem durante um longo período que outras áreas da Psicologia focalizam
mudanças de comportamento geralmente a curto prazo. O psicólogo do desenvolvimento
frequentemente se interessa por estágios e sequências ordenadas no desenvolvimento.

O que causa o nosso desenvolvimento?

Para entender o significado de desenvolvimento de maneira mais completa, devemos


compreender dois processos, subjacentes `as mudanças do desenvolvimento, nomeadamente a
maturação e aprendizagem.

Maturação, corresponde ao desenvolvimento biológico do indivíduo de acordo com um plano


contido em seu código genético – material hereditário passado pelos pais aos filhos na
concepção. Ou seja, são mudanças desenvolvimentais no corpo ou no comportamento que
resultam no processo de envelhecimento em vez da aprendizagem, lesões, doenças ou outras
experiências vividas.

Aprendizagem, processo pelo qual nossas experiências produzem mudanças relativamente


permanentes em nossos sentimentos, pensamentos e comportamentos. Por outras palavras, são
mudanças relativamente permanentes no comportamento (ou potencial de) que resulta de uma
experiência prática.

Quais os objectivos dos desenvolvimentalistas?

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Shaffer citando Baltes et al., (1980), identifica quatro (4) principais objectivos que emergem que
são: descrever, explicar, prever e modificar/melhorar o desenvolvimento. Na descrição os
desenvolvimentalistas cuidadosamente observam o comportamento das pessoas em diferentes
idades, procurando especificar como os seres humanos mudam ao longo do tempo. Apesar de
haver típicas rotas de desenvolvimento que todos seguem, os pesquisadores descobriram que
não há duas pessoas exactamente iguais. Por isso, falasse do desenvolvimento normativo e
desenvolvimento ideográfico.

Onde o desenvolvimento normativo refere-se as mudanças desenvolvimentais que caracterizam


todos ou a maior parte dos membros de uma espécie; são padrões típicos de desenvolvimento. E
o desenvolvimento ideográfico compreende variações individuais no ritmo, extensão ou
direcção do desenvolvimento.

E finalmente, muitos pesquisadores esperam optimizar o desenvolvimento colocando em prática


aquilo que eles têm aprendido, na tentativa de ajudar os seres humanos a se desenvolver em
direcções positivas. Pode se dar alguns exemplos de maneira de melhora-lo: - promover fortes
laços afectivos entre crianças hiperactivas, não responsivas e seus pais frustrados; auxiliar
crianças com dificuldades de aprendizagem a ter sucesso na escola; e ajudar crianças e
adolescentes socialmente inaptos a prevenir as dificuldades emocionais resultantes por não ter
amigos íntimos e serem rejeitados pelos pares.

Breve resenha histórica do surgimento da Psicologia do Desenvolvimento

Para BIAGGIO (2003:19), inicialmente, os estudiosos de Psicologia do Desenvolvimento


parecem tê-la conceituado como o estudo de mudanças de comportamento que ocorrem em
função do tempo. Mas o tempo em si não é uma variável psicológica. O que pode causar
mudanças em comportamentos são os eventos que ocorrem durante determinado segmento de
tempo. Da mesma forma considerar que a essência da Psicologia do Desenvolvimento é o estudo
de mudanças que ocorrem em função da idade cronológica não é adequado, pois ter dois anos de
idade significa apenas que dois anos decorreram entre o nascimento e o momento actual, nada
tendo sido, pois, acrescentado ao tipo de conceituação anterior. O tempo deve ser, para o
psicólogo do desenvolvimento, apenas uma escala conveniente na qual são ordenados os
comportamentos e assinaladas as mudanças. O que interessa a Psicologia do Desenvolvimento

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são as mudanças de comportamento que ocorrem não em função do tempo, mas em função
de processos intra - organísmicos e de eventos ambientais que ocorrem dentro de
determinada faixa de tempo.

Embora muitos psicólogos do desenvolvimento Nash 1970 e outros apud BIAGGIO (2003),
recentemente tenham argumentado que o desenvolvimento deve ser estudado em todas as fases
do ciclo vital, na pratica a psicologia do desenvolvimento tem focalizado a infância e a
adolescência, facto plenamente justificável, uma vez que quase todas as teorias de importância
no campo, embora afirmando que o desenvolvimento se processa através de toda a vida,
realmente não enquadram essa ideia convincentemente em suas teorias.

A posição que enfatiza o desenvolvimento ao longo de toda a vida quer mudar a ênfase
tradicional e focalizar a mudança ao longo de todo o ciclo da vida humana. Enfatiza que tais
mudanças podem ter muitos pontos de chegada e podem levar a várias direcções ao mesmo
tempo. Embora a visão tradicional, com base na biologia, retrate a mudança como levando a
única direcção, em direcção a um único ponto de chegada, em determinado período da vida, o
enfoque da vida inteira não aceita essa suposição. A inteligência por exemplo, tradicionalmente
tem sido considerada como aumentando durante a infância e a adolescência, permanecendo
estável na vida adulta, “enferrujando” com a velhice. De acordo com essa nova perspectiva a
inteligência é uma amálgama de muitas qualidades, algumas das quais aparecem cedo na vida
adulta média ou tardia, e pouco, se é que aparecem na infância

Factores do desenvolvimento

BRAGHIROLLI et. al (Op. Cit:154) afirma que o desenvolvimento depende de dois factores
básicos: a maturação e o meio. E para BOCK, FURTADO & TEIXEIRA (Op. Cit:82) os factores
do desenvolvimento humano são a hereditariedade, o crescimento orgânico, Maturação
neurofisiológica e o meio. Assim, vamos considerar dos últimos autores por acharmos os
primeiros integrados neles.

a) Hereditariedade

A carga genética estabelece o potencial do indivíduo, que pode ou não se desenvolver. Existem
pesquisas que comprovam os aspectos genéticos da inteligência. No entanto, a inteligência pode

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desenvolver-se aquém ou além do seu potencial, dependendo das condições do meio que
encontra.

b) Crescimento orgânico

Refere-se ao aspecto físico. O aumento de altura e a estabilização do esqueleto permite ao


indivíduo comportamentos e um domínio do mundo que antes não existiam. Pense nas
possibilidades de descobertas de uma criança, quando começa a engatinhar e depois de andar, em
relação a quando uma criança estava no berço com alguns dias de vida.

c) Maturação neurofisiológica

É o que torna possível determinado padrão de comportamento. A alfabetização das crianças, por
exemplo, depende dessa maturação. Para segurar o lápis e maneja-lo como nós, é necessário um
desenvolvimento neurológico que a criança de 2, 3 anos não tem. Observe como ela segura o
lápis.

d) Meio

O conjunto de influências e estimulações ambientais altera os padrões de comportamento do


indivíduo. Por exemplo, se a estimulação verbal for muito intensa, uma criança de 3 anos pode
ter um repertório verbal muito maior do que a média das crianças de sua idade, mas, ao mesmo
tempo, pode não subir e descer com uma facilidade uma escada, porque esta situação pode não
ter feito parte de uma experiência de vida.

Esses factores actuam duma forma indissociável e em permanente interacção afectando todos os
aspectos do desenvolvimento.

Aspectos de Desenvolvimento

Como é sabido que a Psicologia de Desenvolvimento estuda o desenvolvimento do ser humano


em todos os seus aspectos: físico-motor; intelectual; afectivo-emocional e social – desde o
nascimento até a idade adulta, isto é, a idade em que todos estes aspectos atingem o seu mais
complexo grau de maturidade e estabilidades. Compreendendo o desenvolvimento humano,
permitirá-nos a responder as perguntas: como e porque o indivíduo se comporta de determinada
forma, em determinada situação, neste momento da sua vida. Desta maneira podemos dizer que,
a Psicologia do Desenvolvimento é ramo de Psicologia que estuda o desenvolvimento do
indivíduo nos seus múltiplos aspectos e implicações.

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Assim, o desenvolvimento humano deve ser entendido como uma globalidade, mas, para efeito
de estudo, tem sido abordado a partir de quatro aspectos básicos:

- Aspectos físico-motor: refere-se ao crescimento orgânico, a maturação neuropsicológica, `a


capacidade de manipulação de objectos e de exercícios do próprio corpo.

- Aspecto Intelectual: é a capacidade de pensamento, raciocínio. Por exemplo, uma criança de


dois anos de idade que usa um cabo de vassoura para puxar um brinquedo.

- Aspecto afectivo-emocional: é o modo particular de o indivíduo integrar as suas experiências.


É o sentir. Por exemplo, a vergonha que sentimos em algumas situações, o medo em outras, a
alegria de rever um amigo(a) querido (a), a sexualidade, carinho, amor, paixão, etc.

Aspecto Social: é a maneira como o indivíduo reage diante das situações que envolvem outras
pessoas. Por exemplo, um grupo de crianças no Parque, é possível observar algumas que
espontaneamente buscam outras para brincar, e algumas que permanecem sozinhas.

A Psicologia do Desenvolvimento e a Actividade do Educador

A Psicologia de Desenvolvimento é de extrema importância porque graças a ela que o educador


vai perceber que, a “criança não é um adulto em miniatura”. Compreender isso é, perceber a
importância do estudo do desenvolvimento humano; permite conhecer as características comuns
de uma faixa etária, capacidades de resolução de problemas/ exercícios/ tarefas em diferentes
estádios de desenvolvimentos concebidos por vários pensadores que estudam as transformações
que se operam no ser humano; facilitando assim, a reconhecer as individualidades, o que nos
tornará mais aptos para a observação e interpretação dos comportamentos.
Todos os aspectos levantados têm importância no campo educacional. Ajuda para planificar, o
que e como ensinar implica saber quem é o educando. Por exemplo, a linguagens que usamos
como a criança de quatro anos não é a mesma que usamos com um jovem de 14 anos.
É fundamental que o educador saiba a estrutura do sujeito educar, a estruturação das tarefas de
aprendizagem que se propõem e a interacção que se desenvolve entre a estrutura do sujeito e a
estrutura da tarefa.
Um professor seja qual for a especialidade e o nivel do ensino em intervenha, não pode ser
transmissor de um determinado número de conhecimento específicos, mas também o

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interveniente no desenvolvimento global do educando. O professor deve ter sempre em mente a


estrutura do sujeito; ele não deve desconhecer em que fase etária e estádio se encontram o
educando a quem se destina a sua acção educativa.
Quer dizer, o professor tem de saber como são, como reagem e quais reais capacidades que
possuem os educandos que tem na sala de aula. As tarefas devem-se adequar melhor as
estruturas, em conformidade com a estrutura e as características de personalidades do educando.
Deve saber que há rede muito rica e complexa de interacções que se estabelecem de modo
natural e imprescindível entre a estrutura do sujeito a educar e a da tarefa apresentada.
Também o educador para melhor desempenhar a sua função deve perceber que, o
desenvolvimento humano assenta numa estrutura que se constrói no interior de uma dialéctica
progressiva de maturação, especialização e diferenciação através da interacção das estruturas
biológicas, psicológicas e sociais do sujeito. Importa conhecer como é e como se apresenta a
estrutura do sujeito ao longo das diferentes fases, estádios ou etapas do desenvolvimento.

Métodos de Investigação da Psicologia do Desenvolvimento

A Psicologia do Desenvolvimento tem utilizado além dos métodos básicos de observação e


experimentação, os métodos longitudinal e transversal na apreensão e compreensão do
desenvolvimento humano.

Métodos Longitudinais

Acompanham o desenvolvimento do indivíduo através de etapas ou estádios, são por assim dizer,
métodos de diacrónicos: estudam modificações comportamentais ao longo do tempo. Procura
seguir os sujeitos, em intervalos de tempo convenientemente escolhidos, para determinar a curva
ou a lei de crescimento e de desenvolvimento. Piaget usou este método quando o
desenvolvimento das estruturas cognitivas do recém-nascido até a adolescência.
O método longitudinal tem como procedimentos: observa pessoas de uma coorte repetidamente
ao longo do tempo. As vantagens são: fornece dados do desenvolvimento individual; pode
revelar pistas entre experiências anteriores e suas consequências; indica como os indivíduos se
assemelham e diferenciam no modo como mudam no correr do tempo. As limitações são:
normalmente longo e caro; desgaste selectivo pode provocar uma amostra não representativa que
limitará a generalização das conclusões; mudanças intergerencionais podem limitar as

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conclusões a coorte estudada. Assim, o Método Longitudinal – permite acesso as mudanças


intra-individuais, quanto as diferenças interindividuais.

Métodos Transversais

São usados sempre que se pretende estudar vários indivíduos da mesma idade para encontrar
semelhanças no seu desenvolvimento. São métodos sincrónicos: estuda-se o nível de
desenvolvimento de vários indivíduos de um mesmo escalão etário, e num sentido de
simultaneidade.

O método transversal tem como procedimentos: observa pessoas de diferentes idades ou coortes
em algum momento específico. As vantagens são: demonstra diferenças etárias; aponta
tendências de desenvolvimento; é relativamente barato e despende pouco tempo. As limitações
são: tendências de idade podem reflectir diferenças estranhas entre coortes em lugar de
verdadeiras mudanças desenvolvimentais; não fornece qualquer informação do desenvolvimento
individual já que cada participante é observado por apenas determinado período. Em poucas
palavras o Método Transversal - estuda a criança ou um grupo de crianças num determinado
momento.

Método Sequencial , Shaffer (2005)

O método sequencial combina as vantagens dos estudos transversais e longitudinais ao


seleccionar participantes de diferentes idades e seguir cada uma dessas coortes no decorrer do
tempo. Ou seja, é um modelo de pesquisa no qual sujeitos de diferentes grupos etários são
estudados repetidamente durante um período de meses ou anos.

O método sequencial tem como procedimentos: combina o modelo transversal e longitudinal ao


observar diferentes coortes repetidamente ao longo do tempo. As vantagens são: discrimina
tendências verdadeiras no desenvolvimento do efeito coorte; indica se as mudanças
desenvolvimentais vividas por outras coortes; é geralmente mais barato e menos longo que os
estudos longitudinais. E as limitações são: mais caro e longo que os estudos transversais; apesar
de ser o modelo mais forte, pode deixar ainda dúvidas se a mudança desenvolvimental é
generalizada além coortes estudadas. Por sua vez o Método Seqüencial – proporciona

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informações relevantes em relação a influências históricas sobre o desenvolvimento psicológico,


permitindo captar as diferenças de gerações.

Observação

Para RICHARDSON (1999:259), observação é o exame minucioso ou a mirada atenta sobre um


fenómeno no seu todo ou em algumas de suas partes; é a captação precisa do objecto examinado.
As observações do dia-a-dia distinguem-se das observações científicas em primeiro lugar pelo
seu carácter casual e desorganizado e pela ausência dum plano preciso.

Experimentação

É o estudo dos fenómenos suscitados artificialmente. É observação em que há a intervenção


deliberada do observador, é provocada. Ela pressupõe a possibilidade de intromissão activa do
pesquisador na actividade da pessoa submetida à experiência.

Estudo de caso

Compreende a colecta de dados pormenorizados, quase sempre de natureza muito pessoal, a


respeito do comportamento de um indivíduo ou grupo (uma família, comunidade ou cultura)
durante muito tempo. Os psicólogos esperam formular ideias gerais sobre o desenvolvimento de
processos internos, tais como sentimentos, pensamentos e personalidade. São auxiliares as
técnicas de observação, entrevistas, testes.

Questionário

É constituído por uma série de perguntas que devem ser respondidas por escrito e sem a presença
do pesquisador. Consiste num conjunto de perguntas cujo conteúdo e extensão dependem dos
objectivos da investigação e se aplica como substituto da entrevista quando se trabalha com
amostras grandes. Permite ao psicólogo reunir informações rápidas e económicas a respeito do
comportamento de grande número de indivíduos. O questionário faz perguntas e exige
informações disponíveis na hora e um mínimo de especulação mental.

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Entrevista

“Entrevista é uma conversação efectuada face a face, de maneira metódica; proporciona ao


entrevistador, verbalmente, a informação necessária.” LAKATOS & MARCONI, (2002:107). É
uma conversação entre investigador e o sujeito investigado através da qual o investigador obtém
informações sobre o psiquismo. Geralmente se utiliza para enriquecer e aprofundar a informação
obtida a partir da observação e experimentação. É uma técnica em que o investigador se
apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas, com o objectivo de obtenção de dados
que interessam a investigação. É uma forma de interacção social, uma forma de diálogo
assimétrico em que uma das partes busca colectar dados e a outra apresenta-se como fonte de
informação.

AS ORIENTAÇÕES TEÓRICAS DA PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

Modelo Mecanicista: o importante não é o que há dentro do organismo, senão o que vem de
fora e o molda.

Modelo Organicista: a ênfase é dada aos processos internos. O processo evolutivo se caracteriza
por se dirigir a uma meta.

Modelo do Ciclo Vital: contexto amplo aceita que o desenvolvimento psicológico é um


processo que tem múltiplas causas e se orienta em múltiplas direcções. Leva em consideração a
conexão do aspecto psicológico com o biológico e o histórico social.

MA. Pedro Cosme Window (Assistente Universitário)

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