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2021 LarissaQueirozMedeirosDeOliveira TCC

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

IMPORTÂNCIA DE PROGRAMA DE CONTROLE


POPULACIONAL DE CÃES E GATOS COMO ESTRATÉGIA DE
SAÚDE PÚBLICA NO DISTRITO FEDERAL

Larissa Queiroz Medeiros de Oliveira


Orientadora: Profª Drª Ligia Maria Cantarino da Costa

BRASÍLIA DF
MAIO DE 2021
LARISSA QUEIROZ MEDEIROS DE OLIVEIRA

IMPORTÂNCIA DE PROGRAMA DE CONTROLE


POPULACIONAL DE CÃES E GATOS COMO ESTRATÉGIA DE
SAÚDE PÚBLICA NO DISTRITO FEDERAL

Trabalho de conclusão de curso de


graduação em Medicina Veterinária
apresentado junto à Faculdade de
Agronomia e Medicina Veterinária da
Universidade de Brasília.

BRASÍLIA DF
MAIO DE 2021
FICHA CATALOGRÁFICA

Queiroz Medeiros de Oliveira, Larissa


Q048
i IMPORTÂNCIA DE PROGRAMA DE CONTROLE POPULACIONAL DE CÃES

E GATOS COMO ESTRATÉGIA DE SAÚDE PÚBLICA NO DISTRITO FEDERAL


/

Larissa Queiroz Medeiros de Oliveira; orientador Lígia


Maria Cantarino da Costa. -- Brasília, 2021.

44 p.

1. Controle populacional de cães e gatos. 2. Saúde


pública. 3. Castrações. I. Maria Cantarino da Costa,
Lígia, orient. II. Título.

IMPORTÂNCIA DE PROGRAMA DE CONTROLE POPULACIONAL DE


CÃES E GATOS COMO ESTRATÉGIA DE SAÚDE PÚBLICA NO DISTRITO
FEDERAL

Cessão de Direitos

Nome do Autor: Larissa Queiroz Medeiros de Oliveira


Título do Trabalho de Conclusão de Curso: Importância de programa de controle
populacional de cães e gatos como estratégia de saúde pública no Distrito
Federal
Ano: 2021

É concedida à Universidade de Brasília permissão para reproduzir cópias desta


monografia e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos
acadêmicos e científicos. O autor reserva-se a outros direitos de publicação e
nenhuma parte desta monografia pode ser reproduzida sem a autorização por
escrito do autor.

__________________________
Larissa Queiroz Medeiros de Oliveira
FOLHA DE APROVAÇÃO

Nome do autor: OLIVEIRA, Larissa Queiroz Medeiros de


Título: Importância de programa de controle populacional de cães e gatos como
estratégia de saúde pública no Distrito Federal

Trabalho de conclusão do curso de


graduação em Medicina Veterinária
apresentado junto à Faculdade de
Agronomia e Medicina Veterinária da
Universidade de Brasília

Aprovado em 24/05/2021

BANCA EXAMINADORA

Prof.ª Drª. Ligia Maria Cantarino da Universidade de Brasília


Costa

Prof.ª Drª. Simone Perecmanis Universidade de Brasília

Drª. Tatiane Bringel Borges Centro Veterinário do Gama


AGRADECIMENTOS

Em tempos tão difíceis, agradecer por estar vivo e saudável é só o que é


preciso... Obrigada Deus!!!

Família querida e amada, o apoio e o carinho de vocês sempre fizeram a


diferença... Mãe, Pai, meus irmãos Mila e Andrei, meus sobrinhos Caio, Lia, Ana,
Davi e Carol, obrigada por deixar minha vida muito mais alegre e segura.

Ale, amor, companheirismo, alegria, sabedoria, paciência obrigada


porque ao seu lado a caminhada é leve e muito mais feliz.

Amigas queridas da proteção animal, Projeto Fiel, Projeto Acalanto e


ÁSPID, é uma honra compartilhar essa jornada ao lado de vocês, obrigada, com
vocês é sempre fácil acreditar que dias melhores virão...

Ao IFB Campus Planaltina, onde tenho bons e queridos amigos, obrigada


pelo apoio e confiança, é muito bom trabalhar ao lado de todos vocês. Um
agradecimento especial a Drª Roberta, veterinária do Campus, por toda parceria,
você é um exemplo pra mim e a Professora Edilsa Rosa por todo carinho e força.

À UnB, a FAV, ao Hospital Veterinário de Grandes Animais (Hvetão) ao


Hospital Veterinário de Pequenos Animais (Hvetinho) a todos os professores e
colaboradores do Curso de Medicina Veterinária, e a Profª Lígia Cantarino, pela
disponibilidade, boa vontade, atenção como orientadora. A UnB é um amor
antigo, o qual eu tenho profundo respeito, admiração e orgulho.

A Clínica Veterinária Coração Peludinho e todos os seus colaboradores,


obrigada pela disposição, pelo cuidado e atenção sempre. E uma gratidão
imensa a Drª Tatiane, pela confiança e carinho, você é a melhor.

A equipe do Castramóvel, Drª Helen, Laina, Gleidson, Guinha, Dani,


Sarah, Roberto, Tiago e em especial ao Drº Yuri, obrigada pela paciência, pelo
aprendizado, pela confiança e por dias felizes de muito trabalho.

Ao Brasília Ambiental, a Anclivepa SP e ao Vinicius Oliveira Grassi, pela


autorização do estágio e pela ótima administração das atividades do
Castramóvel.
EPÍGRAFE

“...Esta é a terra-de-ninguém
E sei que devo resistir
Eu quero a espada em minhas mãos.

Sou metal raio, relâmpago e trovão


Sou metal, eu sou o ouro em seu brasão
Sou metal: me sabe o sopro do dragão.

Não me entrego sem lutar


Tenho ainda coração.
Não aprendi a me render:
Que caia o inimigo então.

Tudo passa, tudo passará.

E nossa história não estará pelo avesso


Assim, sem final feliz.
Teremos coisas bonitas para contar...”

Metal contra as Nuvens


Renato Russo/ Dado Villa Lobos
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------- 12

2. REVISÃO DE LITERATURA ------------------------------------- 14

2.1 Programas para controle populacional de cães e


gatos --------------------------------------------------------------- 14
2.2 Legislação -------------------------------------------------------- 17
2.3 Histórico e Situação do DF Saúde ------------------------ 19
2.4 Método Contraceptivo Cirúrgico em Programas de
Controle populacional ----------------------------------------- 22
2.5 Unidade Móvel de Esterilização e Educação em
Saúde ------------------------------------------------------------- 29
2.6 Guarda Responsável ------------------------------------------ 35

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS --------------------------------------- 36

4. RERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -------------------------------- 37


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Vista lateral do trailer estacionado no Parque


Sucupira em Planaltina DF -------------------------------------------- 30
Figura 2. Imagem lateral do Castramóvel ------------------------- 30

Figura 3. Imagem vista frontal do trailer em dia de cirurgias


no Parque Ecológico Sucupira, Planaltina/ DF. ------------------ 31
Figura 4. Pré-operatório ------------------------------------------------ 31
Figura 5. Pós-operatório ------------------------------------------------ 32
LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Castrações realizadas no Castramóvel, por


espécie e ano, no Distrito Federal, 2014 a 2021 ------------ 23

Tabela 2. Total de castrações realizadas em clínicas


conveniadas ----------------------------------------------------------- 24
RESUMO

Evitar o crescimento desenfreado das populações de cães e gatos,


principalmente os que se encontram em situação de vulnerabilidade, estando
domiciliados ou não, tem sido um grande desafio em praticamente todos os
municípios brasileiros, como em grande parte do mundo. Os avanços
observados nas últimas décadas, fruto de trabalhos sérios desenvolvidos por
médicos veterinários, organizações não governamentais (ongs), associações,
prefeituras, governos estaduais, Organização Mundial de Saúde (OMS) ainda é
pouco frente ao desafio de controlar o crescimento populacional, diminuir o
abandono e conscientizar as pessoas sobre posse responsável de animais de
companhia. No Distrito Federal, assim como no restante do país as ações ainda
contemplam uma pequena parcela da população. O programa iniciado
timidamente em 2014, através da Unidade Móvel de Castração de Cães e Gatos
(Castramóvel) atendendo apenas 200 animais, saltou para mais de 3000 animais
apenas no primeiro trimestre de 2021, crescimento considerável no número de
animais assistidos oriundos de famílias ou grupos de proteção e um
aprimoramento importante nos programas de controle ao longo dos anos.
Percebe-se também no DF um engajamento maior por parte do governo local e
da Câmara Legislativa. As mudanças e os desafios são grandes e urgentes, já
que envolvem questões relacionadas a saúde pública e bem-estar de pessoas e
animais, devendo então ocupar seu lugar como prioridade, receber recursos e
atenção suficientes para que haja eficiência, regularidade e segurança no
trabalho desenvolvido e os resultados possam ser comemorados.

Palavras chave: controle de população animal, esterilização animal, saúde


pública
ABSTRACT

Avoiding the unbridled growth of dog and cat populations, especially those in
vulnerable situations, whether domiciled or not, has been a major challenge in
virtually all Brazilian municipalities, as in much of the world. The advances
observed in recent decades, the result of serious work developed by
veterinarians, non-governmental organizations (NGOs), associations,
prefectures, state governments, World Health Organization (WHO) is still little
faced with the challenge of controlling population growth, reducing abandonment
and raising awareness of responsible possession of pet animals. In the Federal
District, as well as in the rest of the country, the actions still include a small portion
of the population. The program started timidly in 2014, through the Mobile Dog
and Cat Castration Unit (Castramóvel) serving only 200 animals, jumped to more
than 3000 animals in the first quarter of 2021 alone, considerable growth in the
number of assisted animals from families or protection groups and a major
improvement in control programs over the years. There is also a greater
engagement in the Federal District by the local government and the Legislative
Chamber. The changes and challenges are great and urgent, since they involve
issues related to public health and well-being of people and animals, and should
then occupy their place as a priority, receive sufficient resources and attention so
that there is efficiency, regularity and safety in the work developed and the results
can be celebrated.

Keywords: control, sterilization, health


12

1. INTRODUÇÃO

As populações de cães e gatos aumentaram significativamente nas


últimas décadas e esse aumento pode ser notado tanto em animais
considerados domiciliados quanto em animais em situação de rua. De acordo
com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de
2013, a população de cães era de 52,2 milhões e a de gatos, 22,1 milhões.

O Instituto Pet Brasil (IPB) em 2021 apresentou levantamento atualizado


com base nos dados do IBGE, no qual a população de cães contabilizada foi de
55,1 milhões e de gatos, 24,7 milhões. Neste trabalho, o Instituto considera que
5% do total de cães e gatos se encontram em situação de vulnerabilidade, o que
representa 3,9 milhões de pets. O número cães e gatos em vulnerabilidade,
possa ser maior já que normalmente não são considerados os animais
abandonados e em situação de rua, que vivem por algum tempo ou toda a vida
sem um tutor definido.

A convivência humana com animais de companhia tem sido ao longo de


toda a história benéfica e prazerosa, tendo se tornado tão complexa, que
atualmente, principalmente, cães e gatos são considerados membros da família
podendo influenciar consideravelmente nas rotinas e decisões (SOUZA, 2020).

O vínculo estabelecido entre os seres humanos e os animais de estimação


está intimamente relacionado às condições sociais, econômicas e culturais de
cada comunidade. Em situações de desequilíbrio, a intervenção para o controle
da reprodução dos cães e gatos, a conscientização para a posse, propriedade
ou guarda responsável e o controle ambiental quanto às fontes de alimento e
abrigo são de fundamental importância e de competência do poder público, com
a participação ativa da comunidade, para a promoção da saúde (GOVERNO DO
ESTADO DE SÃO PAULO, 2009)

Controlar o crescimento da população de cães e gatos em situação de


vulnerabilidade ou em situação de abandono tem sido um desafio em
praticamente todos os municípios em todas as regiões do Brasil. Nas últimas
13

décadas, várias cidades tem desenvolvido programas para controle da


população animal urbana (REICHMANN et al, 2000).

O desenvolvimento de medidas para controle e manejo de populações de


cães e gatos é dependente da ecologia e da biologia das espécies, bem como
das condições socioculturais e econômicas da comunidade. É necessário
desenvolver método para melhor estimar a densidade populacional nos centros
urbanos com a finalidade de gerar informações que possibilitem planejar e
implementar políticas de controle populacional e consequentemente controle de
zoonoses (BEGALLI, 2020).

As atividades isoladas de recolhimento e eliminação de cães e gatos não


são efetivas para o controle da dinâmica dessas populações, sendo necessário,
portanto, atuar na causa do problema: a procriação animal sem controle e a falta
de responsabilidade do ser humano quanto à sua posse, propriedade ou guarda
(WHO e WSPA, 1990).

É importante a conscientização da população e do próprio órgão público


sobre a importância do serviço de controle de população animal como
mecanismo de interação sadia entre os seres humanos e os animais. O
desenvolvimento dessa conscientização pode promover a saúde e a segurança
pública, a preservação do meio ambiente e o resguardo da ordem social, e pode
ser proporcionada com a prestação de um serviço de excelência com ética e que
associe a importância da saúde pública com princípios de bem-estar animal
(MOREIRA e BASTOS, 2016).

Este trabalho teve como objetivo principal realizar breve revisão de


literatura sobre o desenvolvimento de programas de controle populacional de
cães e gatos e a sua importância para a saúde pública, bem como fazer um
histórico sobre a implantação e as ações desenvolvidas no Distrito Federal (DF)
ao longo dos últimos anos.
14

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Programas para controle populacional de cães e gatos

A implantação de programas de manejo populacional, exige planejamento


que envolve estudos prévios, alocação de recursos humanos e financeiros,
ações preventivas e de controle, ações educativas, monitoramento, avaliação e
dedicação permanente. Nesse contexto, programas de manejo ético humanitário
populacional de cães e gatos são indispensáveis para a garantia das condições
de saúde dos animais e da população, reduzindo os riscos de transmissão de
zoonoses e a ocorrência de outros problemas (BEGALLI, 2020; GOVERNO DE
MINAS GERAIS, 2019; GARCIA et al, 2012).

A saúde animal é considerada um dos pilares da saúde única, com reflexo


direto na saúde ambiental, na saúde pública e na preservação da qualidade de
vida das pessoas, do meio ambiente e dos animais. Com a estratégia “um
mundo, uma saúde” elaborada por quatro organismos internacionais -
Organização as Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO),
Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), Organização Mundial de Saúde
(OMS) e Fundação das Nações Unidas para Infância (UNICEF) - e visa
prevenção e controle de doenças emergentes e reemergentes na interface entre
o homem, os animais e os ecossistemas (ANJOS, 2013).

O manejo populacional de cães e gatos deve ser encaixado no conceito


de Saúde Única e requer colaboração entre agências que trabalham com
animais, a comunidade e o meio ambiente, cujas ações prioritárias devem ser a
educação, registro e identificação, o controle reprodutivo e promoção da saúde
(GEBARA, 2019).

2.1.1 Educação

Por meio da educação se modifica e se molda o comportamento humano.


O acesso ao conhecimento e às boas experiências podem influenciar atitudes e
mudar percepções das pessoas em relação aos animais (GEBARA, 2019). Para
a comunidade, o diálogo, as reuniões e os esclarecimentos são fundamentais
para que possam apoiar, se envolver e agir da melhor forma.
15

A educação em saúde e guarda responsável colaboram para a


comunidade participar das ações, e contribuem de forma decisiva para o sucesso
(NUNES e MAcGREGOR, 2019). Os animais, quando estão sob a
responsabilidade de famílias humanas, devem ser compreendidos como seres
sencientes que possuem necessidades específicas de acordo com sua espécie,
que precisam ser atendidas para que estejam em uma condição satisfatória de
bem-estar (FRAZER e BROOM, 2010).

2.1.2 Registro e Identificação

O registro e a identificação dos animais e seus tutores, estabelecem


vínculos, caracterizam guarda responsável e beneficiam ambos e definem a
responsabilidade pelo animal (GEBARA, 2020). Nb s7

Os benefícios dos programas de registro animal são vários: fomentar a


posse responsável, auxiliar a localização de animais perdidos, incluindo os
recolhidos por Ongs, abrigos e unidades de vigilância de zoonoses e reduz
gastos. O registro auxilia na solução de possíveis crimes e no estabelecimento
de bases jurídicas para aplicação de penas em casos de maus tratos, abusos e
outros e podem também fazer parte de processos censitários auxiliando no
dimensionamento populacional e podem auxiliar em ações comunitárias, como
vacinações.

2.1.3 Controle Reprodutivo

O controle reprodutivo tem sido considerado o principal fator para o


manejo populacional, por envolver diretamente o tamanho da população dos
animais em questão. Ao se ter a população como o ponto de interesse, o ponto
inicial deve ser a sua caracterização, para definição de indicadores. Caso o
objetivo principal seja a redução no número de nascimentos de cães e gatos, a
taxa de natalidade e a porcentagem de animais esterilizados seriam bons
indicadores (GARCIA et al, 2020).

O manejo reprodutivo deve ser instituído de forma permanente, e devem


preferencialmente contar com o apoio e parcerias de universidades,
estabelecimentos veterinários, ongs de proteção animal, iniciativa privada e o
poder público (GEBARA, 2020). É importante seguir as legislações,
16

regulamentações e resoluções do Conselho Federal de Medicina Veterinária


(CFMV) e Conselhos Regionais de Medicina Veterinária (CRMVs).

A castração cirúrgica é uma ferramenta importante. Entretanto, é


necessário salientar que o manejo ético de cães e gatos não será efetivo se
somente as castrações forem realizadas dentro da política de controle
populacional. Essa ação de controle reprodutivo deve ser realizada em conjunto
com outras estratégias que possibilitem, a médio e longo prazo, a redução de
populações de animais de rua, por meio da responsabilização da sociedade, a
qual é apontada como a principal fonte de reposição desses animais no espaço
urbano, em como o setor público, no que se refere ao manejo ético de cães e
gatos. Nesse contexto, a redução do abandono e a melhoria no tipo de cuidado
dos animais, em termos de restrição e supervisão, são fundamentais para
diminuir a quantidade de animais nas ruas, fatores que pressupõem a
importância da intervenção nas populações domiciliadas (GOVERNO DE MINAS
GERAIS, 2019).

2.1.4 Promoção da saúde

Toda ação, atividade e estratégia de vigilância, prevenção e controle de


zoonoses de relevância para a saúde pública, desenvolvidas e executadas,
devem ser precedidas por levantamento do contexto de impacto na saúde
pública. O diagnóstico da situação deve ser por meio de avaliação da magnitude,
da transcendência, do potencial de disseminação, da gravidade, da severidade
e da vulnerabilidade referentes ao processo epidemiológico de instalação,
transmissão e manutenção de zoonoses, considerando a população exposta, a
espécie animal envolvida, a área afetada (alvo), em tempo determinado
(BRASIL, 2016).

As ações preventivas de educação envolvem serviços veterinários


preventivos e assistenciais como vacinação (antirrábica e múltipla preventiva
para doenças espécie-específicas) controle de endo e ectoparasitas, ações de
controle de zoonoses, ações para eliminar e evitar comportamentos agressivos
e inadequados, o que diminui e previne o abandono de animais (GEBARA,
2020).
17

2.2. Legislação

As relações entre humanos e os cães e gatos datam de milhares de anos.


No Brasil, os cães vieram nos navios desde o início da colonização. Na Europa,
as mascotes de companhia foram popularizadas entre os séculos XVIII e XIX,
enquanto no Brasil essa tendência só ganhou força a partir da década de 1980
(LIMA, 2016). Só a partir dos anos 1970 foram pensados e iniciados os
programas de controle populacional de cães, intrinsicamente relacionado ao
controle da raiva (VIEIRA e NUNES 2016). Um dos primeiros materiais
publicados, foi 6º relatório da Comissão de Especialistas em Raiva, da
Organização Mundial de Saúde em 1973, que previa a eliminação de animais
errantes que fossem capturados e não fossem reclamados por ninguém, após
um determinado período (WHO, 1973).

Em 1990, a OMS publicou em parceria com a Sociedade Mundial para


Proteção dos Animais (World Society for the Protection of Animals – WSPA),
estudo amplo com orientações para manejo populacional canino. Neste estudo
foram feitas várias propostas, incluindo as diretrizes para registro e identificação
de animais e controle populacional canino por meio de esterilização, como
métodos de manejo (WHO, 1992; GARCIA, 2016).

A Lei Federal de Crimes Ambientais de 1998, impulsionou o Brasil a um


salto evolutivo em relação aos direitos dos animais e ao conceito de senciência
animal. Esta lei instituiu, em seu artigo 32, como crime quem praticar ato de
abuso, maus tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou
domesticados, nativos ou exóticos (GARCIA, 2016; BRASIL, 1998).

Em março de 2017 foi publicada a Lei Federal nº 13.426, que dispõe sobre
o controle de natalidade de cães e gatos no território nacional. Tal controle
deverá ser feito por meio de esterilização permanente por cirurgia ou por outro
procedimento que garanta a eficiência, segurança e bem-estar ao animal.

A Lei Federal nº 13.426/2017 descreve que a esterilização será executada


mediante um programa que deve considerar o estudo das regiões prioritárias ou
emergenciais, em virtude da superpopulação ou cenário epidemiológico, o
quantitativo de animais a ser esterilizado, necessário a redução da taxa
18

populacional a níveis satisfatórios, inclusive os não domiciliados, e que as


comunidades de baixa renda deve ser priorizadas. No entanto, não definiu
responsabilidades para financiamento das ações assim como as estratégias e
ou ações que comporão o programa (BRASIL, 2017).

No âmbito do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), a


Resolução nº 962/2010, destaca que os programas de controle populacional
devem fazer parte de uma política de saúde pública e de bem-estar dos animais
e das pessoas. E que deverão ter por base a educação em saúde e guarda
responsável, e não apenas, as esterilizações (art. 4º). Adicionalmente, o CFMV
apresenta a seguinte conceituação:

Art. 1º (...) § 2º Entende-se por programas de


educação em saúde, guarda responsável e esterilização
com a finalidade de controle populacional o método de
trabalho caracterizado pela mobilização coletiva,
programada, que envolve a realização de
procedimentos de esterilização de cães e gatos (machos
e fêmeas), em local e espaço de tempo pré-
determinados, sempre precedidos ou associados a
ações concomitantes de educação em saúde e guarda
responsável.

O Conselho Regional de Medicina Veterinária do DF (CRMV-DF) se


posicionou quanto a medidas que mitifiquem e auxiliem de forma responsável
programas de castração de cães e gatos, a resolução CRMV DF nº 15, de 21 de
junho de 2017 estabelece requisitos complementares à Resolução
CFMV nº 962/2010, para normatização do projeto para Procedimentos de
Contracepção de Cães e Gatos e Programas de Educação em Saúde, Guarda
Responsável e Esterilização Cirúrgica com a Finalidade de Controle
Populacional no âmbito do Distrito Federal (CRMV, 2017).
19

2.3 Histórico e Situação do DF

A quase totalidade dos municípios brasileiros, enfrentam problemas


relativos a presença de animais errantes, crias indesejadas, abandono animal,
superpopulação, criação e comercialização desregrada ou irregular, denúncias
de maus-tratos, mordeduras, ataques e desconhecimento ou não incorporação
dos preceitos de bem-estar animal para o desenvolvimento de um programa de
controle. Ao longo das últimas décadas, a Organização Mundial de Saúde (OMS)
recomendava o extermínio dos cães não domiciliados como forma de controlar
as populações destes animais e evitar, como consequência, a ocorrência de
antropozoonoses como a raiva. A captura e posterior eutanásia de cães não
domiciliados foram utilizadas de maneira indiscriminada e sistemática como
forma de controle da população de cães em todo o mundo, inclusive no Brasil
(SANTANA et al, 2006).

O abandono de animais somado à reprodução descontrolada e a


facilidade de acesso a alimento e abrigo favorecem o aumento das populações
de cães e gatos errantes. São diversas as causas de abandono que
normalmente estão relacionadas à questões culturais, socioeconômicas,
religiosas, bem como, aos aspectos demográficos, ecológicos e biológicos e ao
grau de desenvolvimento das regiões. Todos esses fatores em conjunto ou
isoladamente podem agravar a situação é necessária uma abordagem
multifatorial para a questão do manejo populacional de cães e gatos (GARCIA et
al, 2012).

A principal estratégia utilizada, atualmente, no enfrentamento do problema


da superpopulação de cães é a esterilização gratuita ou subsidiada. Muitas
cidades brasileiras já utilizam tal política. A partir da década de 1990, após a
realização de sistemáticas pesquisas, a OMS passou a considerar que os
programas de eliminação de cães por captura e posterior eutanásia eram caros
e ineficazes e não apresentavam comprovação de que as ações tenham gerado
impacto significativo na redução da densidade de cães e na redução da difusão
de zoonoses. Tal conclusão é justificada pela rápida renovação da população
canina e felina e assim, a taxa de sobrevivência sobrepõe com facilidade a taxa
de eliminação destes animais. Há também uma discussão bioética envolvida na
20

eliminação de animais saudáveis (LIMA, 2016; GOVERNO DE MINAS GERAIS,


2019).

Como parte de um programa de manejo ético populacional de cães, o


controle reprodutivo de animais em situação de rua é uma importante ferramenta
e deve estar associado a prevenção do abandono, por meio de normativas legais
e programas de educação da sociedade para promoção da guarda responsável,
gerando como consequência saúde e bem-estar, além de equilíbrio ambiental
(WHO & WSPA, 1990).

O Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal


- Brasília Ambiental (IBRAM) autarquia vinculada à Secretaria de Estado do Meio
Ambiente (SEMA/DF), foi criado em maio de 2007 pela Lei 3.984/2007. O órgão
tem por finalidade executar políticas públicas ambientais e de recursos hídricos
do Distrito Federal, com autonomia administrativa, financeira e patrimonial
podendo celebrar contratos e convênios com cooperativas, instituições públicas
e privadas, nacionais e internacionais (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL,
2021).

As primeiras ações do Governo do Distrito Federal (GDF) voltadas para o


controle populacional de cães e gatos ocorreram em 2014, por meio do IBRAM,
que passou a utilizar parte dos recursos financeiros oriundos do recolhimento de
multas aplicadas por crimes ambientais, à compensação ambiental no DF. Os
recursos foram utilizados em várias ações e a partir dessa época também
passaram a ser destinados, para o controle da população de cães e gatos. Na
ocasião, o DF contava com a Diretoria de Vigilância Ambiental, da Secretaria de
Saúde (DIVAL/SES/DF) porém, entre suas funções não inclui programas com
essa finalidade. Apesar de Brasília ser considerada uma grande metrópole com
população aproximada de 3 milhões de habitantes, até aquele momento não
havia iniciativa pública com esse propósito (GOVERNO DO DISTRITO
FEDERAL, 2021).

As razões de superpopulação de animais domésticos normalmente são,


crias indesejadas, abandono, maus tratos, acidentes de trânsito, mordeduras e
transmissão de zoonoses. O programa de controle de população animal urbana
promovido pelo Brasília Ambiental também tem como meta, o controle e
21

preservação da fauna silvestre local. Essa preocupação é pelo fato de que o


número excessivo de cães e gatos subalimentados possam, por uma questão de
sobrevivência, ocupar espaços mais isolados como parques e áreas de
proteção, unidades de conservação e predar de forma indiscriminada a fauna
local. Tais situações foram registradas em áreas limítrofes da Região
Administrativa (RA) da Estrutural e o Parque Nacional de Brasília (IBRAM, 2015,
2021).

O objetivo de criação de uma unidade de conservação é fazer com que a


biodiversidade local e o ecossistema como um todo sejam efetivamente
preservados. A invasão dessas áreas por espécies exóticas pode ser
considerada a principal causa de perda da diversidade (BRASIL, 2000; 2004).

A questão financeira pode ser considerada indicador social relacionado


ao aumento do risco de abandono de animais de companhia (IBRAM, 2021). A
renda média per capta por RA no DF pode ser fator determinante ao abandono
de animais. Segundo Monsalve e colaboradores (2019), a pobreza e as
situações de miséria trazem, muito próximas, situações de extrema
vulnerabilidade social, com situações adversas, que podem ocasionar
abandono, ausência de cuidados e de vínculos, a violência intrafamiliar entre
outros.

Begalli (2020) ao fazer análise do controle reprodutivo da população


canina e felina domiciliada em Belo Horizonte, MG, entre os anos de 2012 e
2018, encontrou que regiões de menores índices socioeconômicos no município
são as que vêm apresentando o menor acesso ao serviço público de castração.

Silva (2019), ao avaliar aspectos demográficos e sócio econômicos das


campanhas de vacinação antirrábica de caninos e felinos encontrou associação
entre cobertura vacinal relacionada às campanhas oficiais, a estrutura
demográfica da população de cães e gatos, e a condição socioeconômica das
sub-regiões do DF, medida pela renda per capita. Foi identificado que em áreas
de menor poder aquisitivo a população utiliza mais o serviço de vacinação
gratuita.
22

O fator socioeconômico tem contribuído para o fracasso familiar,


repercutindo, normalmente, no lado mais vulnerável: os filhos, os idosos e nesse
grupo, também seriam incluídos os animais de companhia. No âmbito da
vulnerabilidade e dos programas sociais, as crianças são consideradas
vulneráveis, devido ao fato de serem dependentes dos adultos. Para os animais
domésticos, ainda não existe uma discussão formal, porém se reconhece que
sejam indivíduos vulneráveis e assim dependentes da espécie humana
(MONSALVE et al, 2019).

2.4 Método Contraceptivo Cirúrgico em Programas de controle


populacional

A necessidade de evitar a reprodução descontrolada de cães e gatos tem


permitido o aprimoramento de métodos de controle populacionais e o
desenvolvimento de novas biotécnicas. A escolha do método para o controle
reprodutivo normalmente é uma decisão complexa pois deve incluir, bem estar
animal, eficácia, legalidade, viabilidade, disponibilidade de recursos humanos e
econômicos, sustentabilidade e capacitação profissional (GARCIA, et al 2020).

O método contraceptivo cirúrgico atualmente é o mais utilizado e consiste


na retirada cirúrgica dos órgãos reprodutivos ou parte deles, sendo um método
permanente de contracepção. Para realização do procedimento há necessidade
do animal ser anestesiado e após a cirurgia passar por período de recuperação
(GARCIA et al, 2020).

Migliari e Vuono (2000) propuseram a técnica de ovário salpingo


histerectomia (OSH) modificada para redução do tempo cirúrgico e melhorar a
recuperação pós-operatória. Essas condições são fundamentais quando se
trabalha com esterilização em massa, técnica muito utilizada em campanhas e
mutirões de castração, nas cirurgias de fêmeas, conhecida popularmente como
técnica do gancho.

As cirurgias devem ser realizadas com alto padrão de qualidade em todas


as etapas. Os ambientes pré, trans e pós-cirúrgicos devem seguir
recomendações técnicas oficiais, incluindo em campanhas onde serão atendidos
um volume grande de animais. A antissepsia do local, da equipe e dos animais
23

devem seguir padrões rigorosos. Normalmente opta-se por cirurgiões médicos


veterinários experientes que possam realizar cirurgias minimamente invasivas,
em menor tempo, menos traumáticas e com menores riscos de contaminação
(GARCIA et al, 2020).

Os protocolos cirúrgicos utilizados nos programas do Brasília Ambiental


seguem todas as recomendações médico veterinárias, no que diz respeito a ser
cirurgia minimamente invasiva, e segue padrões rígidos relacionados a
antissepsia. No período que compreende as ações de castração, desde 2014,
houve preocupação quanto a qualidade dos serviços prestados. Na última
atividade realizada pelo Castramóvel, em Planaltina/ DF, foram realizadas 1.808
cirurgias (Tabela 1) e com registro de quatro óbitos, o que representou 0,22%
dos animais submetidos ao procedimento. Os óbitos foram de cadelas com
problemas pré-existentes não relatados ou não conhecidos.

Mesmo que o objetivo seja de que nenhum animal evolua a óbito, o risco
cirúrgico existe. Porém, estatisticamente, o número de óbitos relacionados tanto
no dia do procedimento ou em até 72 horas após, são baixos, tanto nas ações
desenvolvidas no Castramóvel, quanto nas castrações realizadas nas clínicas
veterinárias parceiras (Brasilia Ambiental, 2021).

Tabela 1. Castrações realizadas no Castramóvel, por espécie e ano, no


Distrito Federal, 2014 a 2021.

2014** 2015*** 2016**** 2017 2018 2019 2020 2021

cães ----- ----- 924 ----- 1234


gatos ----- ----- 878 ----- 574

Total 200 2500 500 ----- ----- 1802 ----- 1808


Fonte: Adaptada de Brasília Ambiental, 2021
* Atualmente o nome utilizado para o Castramóvel é Unidade Móvel do Hospital
Veterinário Público (Hvep);
** Não foi possível obter a informação quanto ao número de cães e gatos
separadamente no ano de 2014;
*** Não foi possível obter a informação quanto ao número de cães e gatos
separadamente no ano de 2015;
**** Não foi possível obter a informação quanto ao número de cães e gatos
separadamente no ano de 2016 e neste ano as castrações foram encerradas no
mês de março;
24

Na tabela 2 estão disponíveis o número de castrações realizadas em uma


das clínicas veterinárias credenciadas de 2017 a 2021 (Governo do Distrito
Federal, 2021). Durante um período aproximado de 3 meses, no ano de 2018,
havia uma segunda clínica veterinária credenciada no Paranoá/ DF, que teve
suas atividades suspensas por problemas administrativos.
No ano de 2020, devido a pandemia de coronavírus, houve redução
considerável no número de animais castrados, já que as clínicas veterinárias
para atender as normativas das autoridades sanitárias do GDF, reduziram os
atendimentos e tiveram que cancelar as cirurgias eletivas.

Tabela 2. Total de castrações realizadas em clínicas conveniadas **


2014 2015 2016 2017 2018*** 2019 2020 * 2021**

cães ----- ----- ----- 4115 1824 776


gatos ----- ----- ----- 3138 1654 865

Total ----- ----- ----- 2509 5509 7253 3478 1641


Fonte: Adaptada de Brasília Ambiental, 2021
: * A Epidemia de Coronavírus obrigou a redução drástica no número de
castrações no ano de 2020;
** Dados até março de 2021;
*** Durante uma parte do ano de 2018 havia duas clínicas veterinárias
credenciadas

2.4.1 Protocolos Anestésicos

Há indícios históricos de estudos relacionados a dor em animais datados


de quase dois mil anos. Entretanto nos últimos 50 anos ocorreram avanços na
compreensão dos mecanismos da dor e na implementação de terapias efetivas.
Ao se considerar a fisiologia da dor, o mais importante seria prevenir sua
ocorrência, ao invés de apenas tratá-la depois de se manifestar.
(HELLEBREKERS, 2002).

A analgesia é considerada o método redutor da intensidade da dor. Entre


as técnicas para se conseguir tal efeito, tem-se a analgesia preemptiva, que se
baseia na administração prévia de analgésicos ao estímulo doloroso, a fim de
diminuir as doses dos fármacos indispensáveis para o alívio da dor. A
25

administração de fármacos analgésicos após a percepção da dor, não apresenta


resposta eficaz quando comparada com a analgesia preemptiva, e normalmente
precisa-se da utilização de doses maiores dos fármacos para que se consiga
atingir um nível de analgesia similar à administração que antecede ao estímulo
doloroso (ALEIXO, et al., 2017).

A medicação pré-anestésica é utilizada com o objetivo de levar a


tranquilização e sedação inicial do paciente, e deve oferecer analgesia durante
o procedimento, diminuir o estresse do animal, facilitar a manipulação para
introdução do cateter venoso, reduzir o volume de anestésico requerido, e
melhorar a qualidade da recuperação anestésica (GARCIA, et al, 2019).

Os protocolos anestésicos mais utilizados em mutirões de castração são


protocolos anestésicos do tipo anestesia inalatória e anestesia total por via
intravenosa. No quadro 1, seguem os principais fármacos (tranquilizantes,
sedativos e antagonistas) utilizados em cães e gatos saudáveis, suas doses e
vias de administração.

Há que se considerar sempre a importância dos protocolos anestésicos,


já que em programas de mutirões de castração, e programas de controle
populacional de baixo custo, são um dos pontos de maior fragilidade, pelo custo
elevado, pela diferença de ação dos fármacos utilizados, pelos óbitos, já que
grande parte das perdas está relacionada com a anestesia e pela importância do
controle da dor nos pacientes.

É importante ter responsabilidade quanto a segurança e conforto dos


animais. A preocupação tem que estar presente em programas de castração do
tipo mutirões, como o que ocorreu na última edição no Castramóvel, no Parque
Sucupira em Planaltina/DF. É preciso estar atento à qualidade, mesmo ao
considerar questões financeiras, de praticidade e logística e garantir o bem-estar
dos animais atendidos (GARCIA et al, 2019).
26

Quadro 1. Principais fármacos tranquilizantes, sedativos e antagonistas


utilizados em cães e gatos saudáveis, doses e vias de administração

Grupo Fármacos Doses (mg/kg) Via


Farmacológico Cão Gato

Fenotiazínícos Acepromazina 0,02 a 0,05 0,05 SC, IM, IV


Levopromazina 0,2 a 0,5 0,5 SC, IM, IV
Clorpromazina 0,2 a 0,5 0,5 SC, IM, IV

Butirofenonas Droperidol 0,2 a 0,5 0,5 IM, IV


Agonista α2 Xilazina 0,5 a 2,0 0,5 a 2,0 IM, IV
Medetomidina 0,01 a 0,06 0,02 a 0,12 IM, IV
Dexmedetomidina 0,003 a 0,04 0,003 a 0,04 IM, IV

Benzodiazepíni Diazepam 0,2 a 0,5 0,2 a 0,5 SC, IM, IV


cos Midazolam 0,2 a 0,5 0,2 a 0,5 SC, IM, IV
Opióides Morfina 0,5 a 1,0 0,2 a 0,3 IM, IV
Meperidina 3,0 a 5,0 1,0 a 3,0 IM
Metadona 0,2 a 0,5 0,2 IM, IV
Tramadol 2,0 a 4,0 2,0 VO, SC, IM
Butorfanol 0,2 a 0,4 0,1 a 0,4 SC, IM, IV
Buprenorfina 0,01 a 0,05 0,01 a 0,03
Antagonista α2 Ioimbina 0,1 0,1 a 0,2 IV
(para reversão Atipamezol 0,005 a 0,02 0,005 a 0,02 IV, IM
dos efeitos dos
α2 agonistas)
Antagonistas Flumazenil 0,01 a 0,03 0,01 a 0,03 IV
de
benzodiazepíni
cos
Fonte: Adaptado de Lima et al, 2015
27

2.4.1.1 Anestesia Intravenosa

A administração de fármacos por via intravenosa é um método comum


utilizado na prática anestésica, principalmente em programas de castração em
massa. A aplicação de um fármaco diretamente na circulação permite rápida
distribuição até ao local de ação e ajuste da dose conforme o efeito desejado,
podendo ser feita a manutenção por meio de infusão contínua. Na anestesia por
via intravenosa não ´é necessário o uso de aparelhos e não causa irritação nas
vias respiratórias (MASSONE, 2017).

A utilização de fármacos anestésicos injetáveis oferece maior conforto e


economia do que anestésicos inalatórios. No entanto para que os fármacos
intravenosos produzam efeitos desejados e não causem efeitos secundários
indesejados e prejudiciais, é importante utilizar medicação pré-anestésica
apropriada, como a administração de tranquilizantes, sedativos e analgésicos. A
via intravenosa apresenta como principal desvantagem, o fato de que uma a vez
administrado, não há um controle e eliminação de forma imediata, ou seja, o
efeito do fármaco não pode ser revertido rapidamente, quando comparado a
anestesia inalatória (MUIR et al. 2008).

2.4.1.2 Anestesia Inalatória

Na Medicina Veterinária, a anestesia inalatória foi difundida e ocupa lugar


de destaque entre as técnicas de anestesia geral. Esta opção permite maior
controle do plano anestésico por parte do anestesista, que pode aprofundar ou
manter a anestesia superficial de acordo com a necessidade, por meio de
velocidade e administração que, por sua vez, dependem diretamente das
propriedades físico-químicas do fármaco utilizado (FANTONI et al, 2010) e
normalmente promove um retorno anestésico mais rápido quando comparada a
anestesia inalatória (GARCIA et al, 2019).

Outras vantagens da anestesia inalatória são as baixas taxas de


metabolização e eliminação da maioria dos agentes pela via respiratória.
Entretanto, esta modalidade anestésica pode apresentar limitações, como os
demais protocolos, tais como a necessidade de aquisição de equipamentos
específicos e principalmente as alterações fisiológicas cardiovasculares, que
28

ocorrem devido a utilização de alguns anestésicos inalatórios (MASSONE,


2017).

2.4.2. Pós operatório

A recuperação pós cirúrgica dos animais deve ser feita em local calmo,
tranquilo, seguro e confortável. É importante monitorar a função
cardiorrespiratória e aferir a temperatura, já que a hipotermia é uma causa
comum do tempo prolongado na recuperação pós cirúrgica. Caso necessário,
deve-se utilizar equipamentos específicos para subir a temperatura dos animais,
colchões térmicos elétricos, bolsas térmicas e adotar os devidos cuidados para
evitar queimaduras, cobertores e outros. Secadores de cabelo também podem
ser utilizados, por cima das cobertas. Na maioria das vezes, o acesso venoso só
deve ser retirado quando a temperatura do animal atingir ao menos 37ºC e
poderá ser indicado alta quando este estiver consciente e responsivo, capaz de
sustentar a cabeça de maneira independente (GARCIA et al 2019).
29

2.5 Unidade Móvel de Esterilização e Educação em Saúde (Castramóvel)

A Unidade Móvel de Esterilização e Educação em Saúde (UMEES) é de


importância para municípios ou regiões nas quais fatores socioeconômicos e
geográficos dificultem o acesso às unidades fixas de castração, aumentando a
adesão da comunidade ao programa de controle populacional. A UMEES,
popularmente conhecida como “Castramóvel”, é o veículo adaptado para o
serviço de castração, que usa a metodologia itinerante bairro a bairro, com
prioridade em áreas críticas, de maior vulnerabilidade social (ESTADO DE
MINAS GERAIS, 2019).

No DF, o trailer foi denominado Unidade Móvel para Castração de


Animais Domésticos “Castramóvel”, (Figuras 1, 2 e 3). Foi adquirido pela
Secretaria de Meio Ambiente do DF por meio de recursos oriundos dos valores
pagos em multas por crimes contra o meio ambiente, também conhecida como
compensação ambiental. O trailer é equipado com ambientes pré, trans e pós-
operatório (Figura 4 e 5).

A unidade móvel está apta para realização das cirurgias de ovário


histerectomia e orquiectomia. Inicialmente, em uma parceria com a Faculdade
de Agronomia e Veterinária (FAV) da Universidade de Brasília (UnB), entre
setembro e dezembro do ano de 2014, foram realizadas aproximadamente 200
cirurgias (IBRAM, 2014). Desde então, o Brasília Ambiental vem realizando e
intensificando as campanhas de esterilização de cães e gatos no DF como
estratégia de controle e preservação da fauna local.
30

Figura 1. Vista lateral do trailer estacionado no Parque Sucupira


em Planaltina DF.
Fonte: Arquivo Pessoal 2021

Figura 2. Imagem lateral do Castramóvel


Fonte: SEMA, 2016
31

Figura 3. Imagem vista frontal do trailer em dia de cirurgias no Parque


Ecológico Sucupira, Planaltina/ DF.
Fonte: Brasília Ambiental, 2021

Figura 4. Pré-operatório
Fonte: Arquivo pessoal
32

Figura 5. Pós-operatório
Fonte: Arquivo pessoal

As atividades do Castramóvel acontecem de forma intermitente, ou seja,


as castrações são realizadas em períodos específicos do ano.

Após o início do seu funcionamento, houveram cirurgias nos anos 2014,


2015, 2016, 2019 e 2021 e evoluíram ao longo dos anos. Além dos
procedimentos cirúrgicos, a educação e a disponibilidade de informações aos
tutores são fundamentais para o sucesso de um programa de controle
populacional.

Em janeiro de 2021, o trailer Castramóvel foi deslocado para o Parque


Ecológico Sucupira, localizado em Planaltina/DF. Todas as atividades
aconteceram no período de 10 de janeiro a 10 de abril (aproximadamente).
Inicialmente, os agendamentos foram feitos in loco, nas áreas rurais
circunvizinhas e próximas à Estação Ecológica de Águas Emendadas
(ESECAE). A prioridade inicial foi atender animais (cães e gatos) oriundos
dessas localidades considerando que a presença de animais domésticos em
33

áreas de preservação pode afetar negativamente as populações de animais


silvestres do local. Nesse primeiro momento foram inscritos 330 animais
(GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL, 2021).

Após essa primeira etapa, foi aberta a inscrição para o público em geral
na página de internet do Brasília Ambiental, e disponível para todo o Distrito
Federal. Há que se considerar que não é feito um trabalho para classificar a
população quanto a condição socioeconômica, o que acaba facilitando a
participação de pessoas com melhores condições financeiras, que possuem
recursos como internet, computadores e aparelhos celulares e que poderiam
custear o procedimento cirúrgico. Animais que habitam em regiões consideradas
nobres, no DF, cujos procedimentos de esterilização não impactam efetivamente
em uma diminuição no número de cães e gatos da região.

É necessário conhecimento efetivo sobre quais localidades e regiões


administrativas os programas de controle populacional são necessários e
urgentes. E deve ser dada prioridade máxima em ações conjuntas, objetivando
não só o controle populacional, mas a diminuição de incidência de zoonoses e
melhor qualidade de vida e bem estar para a comunidade e os animais.

Houve também inscrição à parte para protetores de animais e possíveis


Organizações Não Governamentais (ONGs). Este tem sido o procedimento
padrão adotado há alguns anos pelo Brasília Ambiental, para inscrições tanto
para o Castramóvel, quanto para as Clínicas Veterinárias parceiras. Atualmente,
todo o processo utiliza o Sistema Eletrônico de Informações (SEI) para inscrições
e cadastramento de plantéis, para o caso dos protetores e ONGs (GOVERNO
DO DISTRITO FEDERAL, 2021).

Os tutores comparecem nos dias previamente agendados, preenchem a


documentação e assinam o Termo de Responsabilidade (anexo 1). O Termo
contém todas as informações relevantes sobre o procedimento. Antes do início
das cirurgias, era proferida uma palestra informativa pelo Médico Veterinário
responsável pelas cirurgias, com explicação, de forma clara e objetiva de modo
a facilitar a compreensão dos responsáveis pelos animais, dos protocolos
envolvidos nas fases pré, trans e pós cirúrgica,
34

Os principais pontos abordados na palestra:

- Pré-operatório: Importância e tempo necessário do jejum; vômitos,


refluxos e pneumonia aspirativa; criptorquidismo e hérnias; possibilidade de
fêmeas estarem prenhes; animais com crises epiléticas (importante avisar
previamente); sanidade geral e doenças pré-existentes; medicação pré-
anestésica (MPA).

- Transoperatório: risco anestésico e questões relacionadas a alergias aos


fármacos;

- Pós operatório: informações sobre o retorno anestésico (sonolência e


vocalização involuntária); tempo de espera até a alta sempre relacionada com a
normalização dos parâmetros cardiorrespiratórios e temperatura; importância do
uso de colar elizabetano e roupa cirúrgica.

Durante o período em que os tutores aguardavam a chamada do animal


ou a sua saída pós cirurgia, diariamente eram proferidas palestras relacionadas
a educação ambiental que abordavam temas relacionados a guarda
responsável, zoonoses, importância da castração e a importância do controle
populacional.

Após a primeira ação em 2014, houve um aumento considerável no


número de castrações ao longo dos anos. Além do Castramóvel, o GDF por meio
de chamada pública, em setembro de 2016, credenciou clínicas veterinárias com
o objetivo de aumentar o número de castrações em diferentes locais do DF. Em
novembro de 2020 houve um segundo edital de chamamento público para
credenciamento de clínicas e hospitais veterinários interessados em firmar
contrato com o Instituto Brasília Ambiental (GOVERNO DO DISTRITO
FEDERAL, 2021).

O Brasília Ambiental divulgou o resultado com as clínicas credenciadas


no início do mês de maio de 2021. O início das castrações está previsto para
junho de 2021. Foram cadastradas duas novas clínicas, Pet Adote no Paranoá
DF e Clínica Dr. Juzo, em Santa Maria DF, e o recadastramento do Centro
Veterinário do Gama (Coração Peludinho), no Gama (GOVERNO DO DISTRITO
FEDERAL, 2021).
35

Os recursos financeiros para a realização dos programas de castração de


cães e gatos no DF tem origens distintas de acordo com cada ano. Incialmente,
em 2014, os valores utilizados foram semelhantes aos utilizados na compra do
Trailer Castramóvel, oriundos de arrecadação por meio de multas pagas por
crimes ambientais (compensação ambiental). As castrações realizadas ainda
exclusivamente no Castramóvel em 2015 e 2016 foram custeadas com verbas
oriundas de compensação ambiental, no valor de R$ 330.000 (GOVERNO DO
DISTRITO FEDERAL, 2016).

A partir de abril de 2017, após o credenciamento do Centro Veterinário do


Gama (Medicina com Carinho), foi reiniciado o programa de castração. Nesta
etapa os recursos financeiros saíram do próprio IBRAM. Esta modalidade no
programa de castrações no DF, segue funcionando.

As atividades do Castramóvel foram retomadas em 2019, sob a gestão da


Associação dos Clínicos Veterinários de Pequenos Animais do Estado de São
Paulo (Anclivepa/SP), mesma empresa que administra o Hospital Veterinário
Público de Brasília (HVEP), o que justifica nome oficial atual de Unidade Móvel
do HVEP (Castramóvel). Nessa nova etapa, os recursos financeiros foram
destinados por emenda parlamentar no valor de R$ 480.000.

Em 2020, devido as medidas sanitárias impostas frente a pandemia de


Covid-19, as atividades do Castramóvel foram suspensas. Porém, para que um
programa de controle populacional seja eficiente ele precisa ser constante. Em
janeiro de 2021, o Castramóvel, mais uma vez retornou suas atividades. E, da
mesma forma do ocorrido, em 2019, obteve recursos financeiros por meio de
emenda parlamentar.

2.6 Guarda Responsável

Segundo Santana e Oliveira (2006), problemas relacionados a


superpopulação e abandono de cães e gatos só serão reduzidos e até
eliminados por meio de adoção pelo poder público de métodos humanitários de
prevenção, que consistem na realização de amplas campanhas de educação
para guarda responsável, além da implementação de instrumentos legais que
36

possam efetivar a proteção à fauna, e de um amplo programa de vacinação,


esterilização dos animais errantes ou domiciliados cujas famílias não tenham
condições financeiras.

De Sá e colaboradores (2021) analisaram a guarda responsável e bem-


estar de cães e gatos de diferentes bairros urbanos da cidade de Umuarama,
PR, e verificaram deficiência no controle reprodutivo, ausência de vacinação e
controle de endo e ectoparasitas. Esses fatores são importantes para avaliação
do bem-estar dos animais, quando relacionados ao comportamento dos tutores.
Essas informações, que corroboram com Santana e Oliveira 2006, de que se faz
necessário a elaboração de políticas públicas, com participação efetiva do setor
público para alcançar resultados mais eficientes e promissores.

É importante salientar que se faz urgente e necessário a adoção de


políticas públicas eficientes e frequentes por parte dos governos. Porém a
participação da comunidade, das famílias responsáveis por seus animais é
fundamental, principalmente em localidades com melhor poder econômico e com
acesso a informação. As pessoas devem e precisam se responsabilizar por seus
animais de companhia, ter conhecimento dos gastos que um animal demanda e
oferecer qualidade de vida e bem estar.
37

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Programas de esterilização em massa de cães e gatos vem sendo


utilizados com o objetivo de reduzir a população, principalmente, animais em
situação de abandono ou semi-domiciliados, quando apesar de pertencerem à
uma família, tem acesso a rua. Porém há uma necessidade de maior
entendimento sobre as durações dos programas e campanhas, bem como de
que as atividades sejam constantes para que os resultados ocorram de forma
satisfatória.

No DF percebe-se que a modalidade do programa de castração que utiliza


clínicas veterinárias parceiras, apresenta maior constância e um maior número
de cirurgias, quando comparado à Unidade Móvel do HVEP (Castramóvel). Pode
ser devido ao fato que, esta última concentra suas atividades em um
determinado período do ano e depende de recursos oriundos de outras esferas.
Essa realidade é diferente à do Hospital Veterinário Público (HVEP) e das
clínicas credenciadas, cujos recursos atualmente estão previstos no orçamento
anual do GDF e a administração é feita em parceria com a iniciativa privada.

Existe uma mudança de paradigma com base em novas ideias protetivas


dos animais oriundas das lutas das entidades protetoras em todo mundo. Essa
mudança decorre, principalmente, de estudos sérios vinculados a instituições
científicas, universidades, órgãos públicos nas três esferas executivo, legislativo
e judiciário, com a instituição de uma postura ética do ser humano diante dos
animais.

No mundo contemporâneo as mudanças têm acontecido de modo rápido,


na última década tem se verificado uma mudança de comportamento
significativa das pessoas em relação aos animais, principalmente os animais de
companhia. Há um grau maior de exigência e participação da sociedade de como
os municípios e estados tratam a população animal. Atualmente é importante
sob vários aspectos que as cidades desenvolvam programas eficientes para
controle populacional de cães e gatos utilizando estratégias que envolvam o
poder público, a comunidade, a iniciativa privada e as entidades de proteção
animal.
38

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Recife, v. 11, n. 1, p. 29-40, 2017. Disponível em:
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39

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