Todas As Letras - 21 Canções 2024-1-21

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Águas paradas

texto de Mario Faccini

Ao fundo de águas paradas


E das almas conformadas
Não tente nunca descer.

Sempre há lodo nessas águas,


Nessas almas sempre há máguas
Que não convém revolver.
Sempre há lodo nessas águas,
Nessas almas sempre há máguas,
Que não convém revolver.
Anda a roda
texto de Mario Faccini - Popular do Rio Grande do Sul

Anda a roda, disanda a roda,


Eu quero colhê u’a flô
Mas aquela que eu mais amava
É que não me tem amô!! (bis verso)

Gira a roda desta vida,


Seu rodar tristonho e lento,
Mas, por que tanto tormento,
Tanta mágua, tanta dor?

Vou colher a flor do sonho,


Que há tanto eu ambicionava
Mas aquela que eu mais amava,
É que não me tem amor.

Anda a roda, desanda a roda,


Que eu quero colhê u’a flô
Mas aquela que eu mais amava
É que não me tem amô!!

Gira a roda desta vida,


Seu rodar tristonho e lento,
Mas, por que tanto tormento,
Tanta mágua, tanta dor?

Vou colher a flor do sonho,


Que há tanto eu ambicionava
Mas aquela que eu mais amava,
É que não me tem amor.
Arrufos
texto de Mario Faccini

A gente esperou na esquina,


Mas eu fiquei na de cá.
E ele que não sabia,
ficou na esquina de lá.

Quando me viu de zangada,


Disse por conta, prá mim:
“Você pensa que eu sou tolo,
Que engulo mentira assim,
Se tu não me quer, diz logo,
Tu é mesmo coisa ruim.”

Então perdi a paciência,


e lhe respondi também:
“Eu não sou, fique sabendo,
Criadinha de ninguém,
Amor com amor se paga,
Desdém procura desdém,
Estou é perdendo o tempo,
Até logo, passe bem!”

Saiu tinindo de raiva,


Batendo nos carcanhá.
Vai daí só nos falemo
Nas vespra de se casá!
Batuque
texto de Babi de Oliveira

Ora vem cantar comigo


Que o batuque começou
É cantando este batuque
Que eu conheço o cantadô.

Quem quiser que a alegria


More no seu coração
Cante de noite e de dia
Faça do amor a canção.

Meu amor foi-se embora


Porém prometeu voltar
E, eu vou matando a saudade
Cantando pra não chorar.

Ora vem cantar comigo


Ora vem cantar comigo
Ora vem cantar comigo
Cante de noite e de dia
Faça do amor a canção
Ora, vem cantar comigo!
Beira do rio
texto de Babi de Oliveira

Ó ó bêra do rio, ó ó bêra do rio!


Bêra do rio, lugar de banho gostoso
Eu vou morá nas Alagoas
Quanta gente boa!
Quanta gente boa!

Ó gente boa!
Canção da noite
texto de Babi de Oliveira

Noite clara, noite fria,


Noite cheia de alegria,
Noite calma, e a minh’alma
Vê neste céu estrelado

Um novo sonho dourado,


Na noite azul a surgir.
Noite branca, prateada,
Nós dois, a noite,

Mais nada poderá nos separar.


Canção de amor e harmonia
Nesta noite calma e fria,
Vendo uma estrela brilhar.
Canção de ninar
texto de Babi de Oliveira

Quando a noite vem caindo


E as crianças vão dormindo
As estrelas principiam a luzir...

Cada estrela que no céu surgir brilhando


Mostra um anjo a mais velando
A criança que dormiu.

Dorme, dorme, meu filhinho dorme,


Dorme, coração,
Mamãezinha de teu lado
Vela com todo cuidado,
Mesmo havendo uma estrelinha na amplidão.

Dorme, dorme, meu filhinho dorme,


Dorme, coração,
Mamãezinha de teu lado
Vela com todo cuidado,
Pode um anjo distrair-se, mamãe não.
Colcha de retalhos
texto de Mario Faccini

A tua vida é uma colcha de retalhos:


Tem pedaço de toda cor.

A tua vida é uma colcha de retalho


Cada pano outro novo amor.

Os retalhos azuis nos mostram


Raros dias de ventura
Os verdes são esperança
São roxos os de amargura
Os brancos são lealdade
Os pretos ingratidão

Amarelos – desespero
Furta cores – traição
E os vermelhos como sangue
Eu juro, meu bem, que são
Os pedaços que roubaste
Do meu pobre coração.
Dona Ventura
texto de Mario Faccini (Deodato Mayer) – 1ª seresta
Hermelindo Castelo Branco (copista) em 17/05/48

1ª audição: Auditório do Ministério Educação – Rio, 20/11/47, cantor Jorge Fernandes

Passei a noite cismando


Enquanto estrelas em bando
Brilhavam no céu silente

Foi surgindo a madrugada


E eu vi que a noite fechada,
Não ouve as vozes da gente.

Perguntei, então, à Aurora


Se sabia onde é que mora,
Uma tal Dona Ventura.

Ela me disse sorrindo


Meu amigo, eu venho vindo
Também à sua procura
Festa de Ogum
texto de Babi de Oliveira

Hoje é dia de Ogum,


Vamos todos festejar
Com a benção de Olorum,
Ogum vem pra nos salvar!

Ogum tava de ronda,


Ogum veio rondá,

Auê, auê,
Rompe mato, Ogum Megê,

Hoje é dia de Ogum,


Vamos todos festejar
Com a benção de Olorum,
Ogum vem pra nos salvar!
Foi você
texto de Mario Faccini

Foi você que me disse


Que eu tinha tal doçura brilhando no olhar
Que nas noites mais claras,
Eu vinha dar inveja e ciúme ao luar.

Foi você que jurou mais ainda,


pela luz, pelos santos, por Deus,
Que nem mesmo a alvorada era linda
Como um simples sorriso dos meus.

Mas agora sem mágoa ou tristeza


Com toda nobreza, lhe vou prevenir.
Quando então eu amor lhe jurava,
Palavra que estava também a mentir.
Ilha
texto de Mario Faccini
Hermelindo Castelo Branco (copista) em 27/07/81, Brasília

Ilha pequena e deserta,


Tu me levas a pensar
Num grito agudo de terra
Que se estende em pleno mar.

Ilha triste do meu sonho,


Meu grande sonho de amor,
Tu também bradas debalde
No mar imenso da dor.

E somente uma gaivota


Vejo, à tardinha, chegar:
É a gaivota da saudade
Que vem seu ninho buscar.
Minha felicidade
texto de Mario Faccini

1ª audição: Reunião comemorativa da passagem do 1º aniversário da Mesa Pan-Americana


02/03/56, soprano Mirtes de Oliveira

Sabiá cantava tanto,


Na mangueira e emudeceu,
Porém mesmo sem o canto,
A mangueira floresceu.

Vai daí, toda a verdade


Meu coração percebeu,
“De minha felicidade
Quem tem de cuidar sou eu!”

Ela jura a toda hora


Que seu grande amor sou eu,
Mas assim que vai embora
Eu vejo que me esqueceu.

Vai daí, toda a verdade


Meu coração percebeu,
“De minha felicidade
Quem tem de cuidar sou eu!”

O meu nome murmurando,


Meu benzinho adormeceu,
Porém logo depois, sonhando,
Disse um que não era meu.

Vai daí, toda a verdade


Meu coração percebeu,
“De minha felicidade
Quem tem de cuidar sou eu!”
Minha moqueca ‘stá feita
texto de Babi de Oliveira

Minha moqueca ‘stá feita, meu bem


Vamos nós todos jantar.
Bravos os dengos da minha Yayá!
Moqueca de côco, molho de fubá,
Tudo bem feitinho por mão de Yayá,
Tudo mexidinho por mão de sinhá!

Qual será o ladrão que não gostará?


Qual será o demônio que não comerá?
Ela tem todos os temperos, meu bem,
Só falta azeite dendê.

Bravos os dengos da minha Yayá!


Moqueca de côco, molho de fubá,
Tudo bem feitinho por mão de Yayá
Tudo mexidinho por mão de sinhá!
Qual será o ladrão que não gostará?
Qual será o demônio que não comerá?

Ela tem todos temperos, meu bem,


O que falta é limão.
Bravos os dengos da minha Yayá!
Moqueca de côco, molho de fubá,
Tudo bem feitinho por mão de Yayá
Tudo mexidinho por mão de sinhá!
Qual será o ladrão que não gostará?
Qual será o demônio que não comerá?
Naquela tarde
texto de Babi de Oliveira

Naquela tarde, certo dia em que te vi,


Que felicidade, que alegria eu senti.
Naquela tarde, certo dia em que te vi,

Teus olhos falavam,


Meus olhos sonhavam,
Serei sonhador... Serei sonhador...

Teus lábios cantavam,


Meus lábios calavam,
Será isto amor? Será isto amor?

Teus lábios cantavam,


Meus lábios calavam,
Será isto amor? Será isto amor?
Prece do coração
texto de Babi de Oliveira

Ontem à tardinha, senti saudades...


Vim ver-te e estavas em oração...

Olhos fechados, rosto sereno


Nada falavas, mas tu rezavas
E tu rezavas com o coração.

Humildemente eu te pedi
Que me ensinasses tua oração.

Me respondeste, fecha teus olhos,


Abra tu’alma, perdoa, acalma;
Esta é a prece do meu coração.
Seresta da esperança
texto de Mario Faccini

1ª audição: 21/10/51. Auditório do M. da Educação - Rio. Baixo: Tarquínio Lopes.

Na tristeza e desalento
Do bem que já terminou,
Na tortura e no tormento
Da saudade que ficou;

Na amargura da lembrança
Somente resta uma voz:
Somente a voz da Esperança,
Falando dentro de nós.

Ó Esperança, ó Esperança mentirosa,


Sei que tu és uma mentira piedosa,
Mente, Esperança, dize que eu serei feliz,
E que ela inda me quer como outrora já me quis.

Só não me fujas, Esperança, oh não, tem dó!


Que eu sinto medo de ficar comigo só!
Teus olhos são como a noite
texto de Babi de Oliveira

Teus olhos são como a noite...


Dois ninhos de escuridão...
Teu cabelo tem mais onda
Que o mar na arrebentação,

Tua boca é mais vermelha


Do que flor de Flamboião
Teu corpo tem tanta graça
De um ponto de exclamação.

Nasceste com mais encanto


Que a varinha de condão,
Mas de que vale isto tudo
Si tu não tens coração.
Tic...Tac...
texto de Babi de Oliveira

Tic tac tic tac


Coração está batendo
Tic tac tic tac
Por sua causa está sofrendo

Clarinha de mim tem pena


Ameniza o meu sofrer
Tic tac vai parar
Se você não socorrer!

Tentação não me persiga


Deixa em paz a minha vida
Que fala malemolente
Estou toda desmilinguida

Tic tac tic tac


Coração meiga pombinha
Que arrulha docemente
Chamando você Clarinha

Tic tac tic tac


Já não posso resistir
O seu coração me chama
Pois então vou aderir!
Uma festa no terreiro
texto de Babi de Oliveira

Oxalá meu Pai,


Venha me benzê, venha me salvá
Oxalá meu Pai,
Venha me benzê, venha me salvá

O grande terrêro está todo enfeitado,


O seu padroeiro vai ser festejado,
Batuque negreiro já vai começar,
As filhas de Santo já vem dançar.

Sou filha de Santo,


De Santo que é forte,
Que tira macumba,
Que dá boa sorte,

Sou filha de Santo,


Do Pai Oxalá,
Também tenho parte
Com a Mãe Iemanjá,
Que é dona das águas
Sagradas do mar.

Oxalá meu Pai,


Venha me benzê, venha me salvá
Oxalá meu Pai,
Venha me benzê, venha me salvá
Você diz que não gosta de mim
texto de Mario Faccini

Você diz que não gosta de mim,


Você diz que não quer nem me ver,
Que não liga o que eu penso, e o que eu digo,
Que não se importa comigo,
Que de mim nem quer saber.

Você diz que não gosta de mim,


E que evita até mesmo me olhar,
Mas sei que é despeito, é vaidade,
Que você foge à verdade,
Com medo de confessar.

Quem esquece de fato, não comenta,


Não discute, não inventa,
Deixa o passado sossegar.
O que fala, o que indaga, o que lamenta
É sempre aquele que tenta a si mesmo enganar.

Você diz que não gosta de mim,


Você diz que não quer nem me ver,
Que não liga o que eu penso, e o que eu digo,
Que não se importa comigo,
Que de mim nem quer saber.

Você diz que não gosta de mim,


E que evita até mesmo me olhar,
Mas fala o que o coração desmente,
Você não diz o que sente,
“Quem desdenha, quer comprar”.

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