Personagens: Vicentina Vizinhas Dono Da Floricultura Senhora Silenciosa Narrador (A) Kikko Pessoas Da Cidade de Merengue

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Nós

PERSONAGENS :
Vicentina
Vizinhas
Dono da Floricultura
Senhora Silenciosa
Narrador(a)
Kikko
Pessoas da cidade de Merengue

INÍCIO

(TODOS ENTRAM CANTANDO)

Quero começar, mas não sei por onde


Onde será que o começo se esconde?
Quero começar, mas não sei por onde
Onde será que o começo se esconde?

Será que o mundo começou em janeiro?


Será que o amor começou com um beijo?
Será que a noite começa no dia?
Será que a tristeza é o fim da alegria?

Quero começar, mas não sei por onde


Onde será que o começo se esconde?
Quero começar, mas não sei por onde
Onde será que o começo se esconde?

Será que o mar termina na areia


Ou ali é o começo de uma vida inteira?
Taí o mistério que chegou até mim
Será que o mundo tem começo, meio e fim?

Quero começar, mas não sei por onde


Onde será que o começo se esconde?
Quero começar, mas não sei por onde
Onde será que o começo se esconde?

Quero começar, mas não sei por onde


Onde será que o começo se esconde?
Quero começar, mas não sei por onde
Onde será que o começo se esconde?
N – Abra o seu coração e escute essa história. Não é uma história bonita não, pois
tem muita maldade e falação, mas do meio para o final prestem mais atenção, na
linda mensagem de emoção, e que todos vocês levem pra casa como lição! Era
uma vez uma menina que se chamava Vicentina!

V- Oláááááá , sou Vicentina e moro aqui na cidade de Pamonhas, o que mais gosto
é que aqui as bicicletas voam pelo céu e os bebês nascem de repolhos, isso
mesmo eu nasci de um repolho bem grande !

N- É isso mesmo que vocês ouviram, as pessoas lá de Pamonhas nasciam de


repolhos e não da barriga das mães. Vicentina era diferente das outras crianças,
ela tinha borboletas que a rodeavam!

V- Essas borboletas nunca me abandonam, se vou pra direita ela vem atrás, se vou
pra esquerda elas vem atrás, se vou pra frente elas vem também, pra todos
lugares que vou, elas me acompanham.

N- Mas vocês acham que os pamonheiros ou pamonhenses, achavam as


borboletas de Vicentina bonitas, poéticas? Que nada, achavam engraçado e
tiravam sarro da cara dela!

V- Eu adoro a cidade de Pamonhas , mas tem uma coisa que me deixa muito triste,
as pessoas aqui ficam rindo das minhas borboletas.

(entram as Vizinhas rindo)

V1- Ah essa menina nasceu de um repolho mofado

V2- de um repolho repolhudo

V3- de um repolho esquisito

Vizinhas – de um repolho fedido, fedido, fedido

N- Nesse momento, Vicentina ficou com vontade de chorar, segurou o choro, foi
pra casa correndo e lá enfim, chorou... (Vicentina chora) Depois de um tempo o
choro passava, a tristeza que ela sentia, o medo, a insegurança, o vazio iam
embora e davam espaço para uma esperança de ser aceita e respeitada do
jeitinho que ela era.

V- Tive uma ideia, vou comprar flores, as flores me deixam alegre, as suas cores e
cheiros, vou encher a casa de flores.

N- E lá foi ela em direção a floricultura, mas no caminho...

(entram as Vizinhas rindo)


V1- Ah essa menina nasceu de um repolho mofado

V2- de um repolho repolhudo

V3- de um repolho esquisito

Vizinhas – de um repolho fedido, fedido, fedido

N- Nesse momento, Vicentina ficou com vontade de chorar, segurou o choro, foi
pra um lugar escondido e lá enfim, chorou... (Vicentina chora) Mas respirou fundo
(Vicentina respira fundo) e seguiu o seu caminho até a floricultura.

DF- Bom dia, boa tarde e boa noite entre na maior floricultura do universo e com
certeza encontrará tudo o que você precisa, seja bem vinda!

V- Nossa que estranho, uma pessoa me tratar bem aqui em Pamonhas, bom vou
pedir ajuda. Com licença senhor ( o DF vira-se) O senhor poderia me vender
muitas flores?

DF- Muitas flores? ( se aproximando e começando a notar as borboletas)

V- Sim, muitas flores

DF – Massss, muitas mesmo?

V- Entãoooo, algumas flores?

DF- Algumas ?

V- Poucas flores?

DF- Poucas?

V- Uma florzinha?

DF- ( Começa a gargalhar) Essa menina nasceu de um repolho mofado com


certeza... ( entram vizinhas)

V1- Simmmm de um repolho mofado

V2- de um repolho repolhudo

V3- de um repolho esquisito

TODOS – de um repolho fedido, fedido, fedido

N- Mas dessa vez, Vicentina não teve vontade de chorar, teve uma dor no dedão do
pé, mas uma dor muito ruim, ela então saiu correndo, foi pra casa, tirou o sapato e
deu um grito !

(VICENTINA GRITA)

V- Um nó? No meu dedão do pé?


N- Isso mesmo, um nó. Mas o que não contei pra vocês é que Vicentina tinha uma
amiga, a Senhora Silenciosa, que era Silenciosa para todos, menos para
Vicentina,era uma vizinha, a única que achava as borboletas de Vicentina pura
poesia.

SS- (ENTRANDO ESBAFORIDA) Ouvi um grito Vicentina, aconteceu alguma coisa?

V- Olha o que me aconteceu (mostrando o nó) um nó no dedão do pé

SS- Muito estranho menina, por que será que aconteceu isso? Hum vamos
pensar... Tenho uma ideia, não tire o sapato perto de ninguém, até desvendarmos
esse mistério.

V- Claro que não vou tirar né, se todos já dão risadas das minhas borboletas,
imaginem quando virem meu nó (triste)

N- E aquela semana tudo ocorreu normalmente, todos os lugares que Vicentina ia,
as borboletas iam, e junto toda a vizinhança ia rindo da menina! Passou uma
semana!

( SENHORA SILENCIOSA E VICENTINA)

V- O que vou fazer com tantos nós?

SS- Quantos no total menina?

V- Já são 6, confere comigo, 1 no dedão do pé, 1 no dedão do outro pé, 1 no dedão


da mão, 1 no joelho, 1 no outro joelho e 1 na garganta.

SS- Isso mesmo, são 6 nós no total.

V- Melhor nunca mais sair de casa, as pessoas daqui me odeiam, só porque sou
diferente.( se olha no espelho e percebe que saiu um nó no nariz e grita)

SS- O que foi desta vez menina?

V- O sétimo nó apareceu, bem na ponta do meu nariz.

SS- Tive uma ideia menina, primeiro esconda os nós.

V- Como?

SS- Para os dedões dos pés coloque uma meia, um sapato

V- E para o dedão da mão?

SS- Coloque uma luva

V- Para os joelhos?

SS- Uma saia longa, uma calça já vai ajudar


V- E Para a garganta?

SS- Um cachecol, um lenço

V- E o nariz? Como vou esconder um nó no nariz?

SS- Uma máscara, um nariz de palhaço, vamos passar uma maquiagem...?

V – Eu tive uma ideia melhor!!!! Vou sair da cidade de Pamonhas, preciso


encontrar um lugar com amigos que me respeitem, vou sentir muito a sua falta
(Senhora Silenciosa abraça a Vicentina) mas preciso de um lugar melhor para
viver!

N- E foi isso mesmo que ela fez, arrumou sua mala e foi em busca de amizades,
respeito e um novo lugar para morar.

V- Mundo novo aí vou eu ...

SS- Tenho certeza que ela vai encontrar um bom lugar ,com amigos, muito amor e
muita alegria. Ela merece, uma menina muito boa de coração, que só deu amor e
recebeu ódio de todos, e por que? Acreditem, por conta de lindas borboletas que
não a deixam sozinha.

N- E lá vai ela, seguindo a estrada, e anda, anda e anda, sobe morro e desce morro
e nada de encontrar um lugar com pessoas, até encontrou alguns lugares com
muitos animais, mas aí ela pensava...

V- Esses animais podem ser meus amigos, mas é claro que logo vão se cansar de
mim, ninguém gosta de mim do jeito que eu sou, por que eles vão gostar?

N- E seguia seu caminho, até que ao anoitecer ela ouviu um barulho.

V- Que barulho foi esse? (olhando ao redor)

(Kikko faz psiu escondido de Vicentina)

V- Quem fez psiu?

(Kikko aparece)

K- Eu aqui !

N- Como Vicentina não estava preparada pra ver uma pessoa na frente, pois ela
tinha medo das pessoas, porque elas sempre riam dela, então ela começou a
correr pra todos os lados, pois não sabia o que fazer, e o menino Kikko ficou ali
parado vendo aquela cena, Vicentina já não sabia mais o que fazer, até que de
repente ela começou a chorar ( Vicentina chora) ( Kikko vai e abraça Vicentina)

( Depois do abraço)
V- O que foi isso que você fez?

K- Eu te dei um abraço, é o que as pessoas fazem quando alguém está triste.

V- Ahhhh por isso que a Senhora Silenciosa fazia isso em mim lá em Pamonhas,
porque ela sabia que eu vivia triste.

K- E por que você é tão triste?

V- Porque todos riem das minhas borboletas e agora vão rir dos meus nós, olha o
tamanho do nó na minha garganta ( passa a mão e percebe que o nó sumiu) Meu
nó sumiu, por que será que ele sumiu, será que foi o abraço?

K- Eu acho que foi porque você chorou, minha vó dizia que quando choramos
desatamos um monte de nós dentro da gente.

V- Mas chorar é ruim não é?

K- Claro que não, chorar faz bem também, eu choro de alegria as vezes, e quando
choro de tristeza parece que chorando me alivia um tantão.

N- E naquele instante, Vicentina descobriu que ela mesma poderia acabar com os
seus nós, chorando ,e não guardando tanta tristeza , medo e insegurança dentro
dela, que vai acumulando lá dentro e formando muitos nós.

K- Por que você não vem conhecer a minha cidade, lá as pessoas não vão rir de
você

V- Duvido, acho que não tem nenhuma cidade que não vão rir de mim. Onde você
mora?

K- Chama cidade de Merengue, e lá todo mundo tem nós também, na orelha, no


nariz, no pé, na mão, no joelho, no cabelo em todos lugares!

V- E lá vocês também nasceram de repolhos?

K- Claro, lá tem gente nascida de todo tipo de repolho, repolho branco, preto,
verde, rosa, cascudo, lisinho, fedido, perfumado, e muitos outros tipos !

V- Que legal, quero conhecer lá, quem sabe eu não more lá e faça muitos amigos?

N- E lá foram os dois, rumo a cidade de Merengue, chegando lá ninguém riu da


menina Vicentina e sim sorriam para ela, com muito afeto e carinho, lá ela viu
gente de todo tipo de repolho , ela viu que lá eram todos iguais , mas diferentes ao
mesmo tempo, mas ali um sentimento reinava, um sentimento chamado
RESPEITO ! E foi ali mesmo que Vicentina resolveu morar.

(TODOS ENTRAM CANTANDO)


Mandei fazer uma casa de farinha
Bem maneirinha que o vento possa levar
Oi passa o Sol oi passa a chuva, oi passa o vento
Só não passa o movimento do cirandeiro a rodar

Oi passa o Sol oi passa a chuva, oi passa o vento


Só não passa o movimento do cirandeiro a rodar

Ô cirandeiro, cirandeiro ó
A pedra do teu anel brilha mais do que o Sol
Ô cidandeiro, cirandeiro ó
A pedra do teu anel brilha mais do que o Sol
Ô cirandeiro, cirandeiro ó
A pedra do teu anel brilha mais do que o Sol
Ô cirandeiro, cirandeiro ó
A pedra do feu anel brilha mais do que o Sol

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