Estética - Questões Exames + Correção

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Teste com perguntas de Exame Nacional 7

O que é a arte?

Nome: N.º: Turma:

Professor/a: Classificação:

1. Que teoria permite classificar como arte qualquer objeto que seja intencionalmente
produzido por alguém, de modo a ser encarado como o foram as obras de arte
preexistentes?

A. Teoria institucional.

B. Teoria histórica.

C. Teoria expressivista.

D. Teoria representacional.
(Retirado do Exame Nacional de Filosofia 2021 – 1ª fase)

2. Leia o texto seguinte.

«As pessoas sentimentais [...] consideram uma heresia que alguém não participe nas
revoluções e tumultos do coração, que elas encontram em toda e qualquer peça musical
e de que sinceramente participam. Caso não se participe, passa-se então por ser
manifesta- mente “frio”, “insensível”, “de natureza intelectual”. […] O leigo e o sentimental
costumam perguntar de bom grado se uma música é alegre ou triste […]. Mas, a partir do
momento em que se utiliza a música apenas como meio para fomentar em nós uma
certa disposição de ânimo [...], a música cessa de atuar como arte.»
E. Hanslick, Do Belo Musical, Lisboa, Edições 70, 2002, pp. 81-84 (Adaptado).

No excerto transcrito, há uma crítica da ideia de que a arte musical

A. é essencialmente expressão de emoções.

B. pode deixar de ser uma arte.

C. tem uma natureza intelectual.

D. é essencialmente forma significante.


AGO11DP © Porto Editora (Retirado do Exame Nacional de Filosofia 2021 – 1ª fase)

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3. Qual das definições abaixo referidas apresenta aspetos contextuais como condições
necessárias e suficientes para algo ser arte?

A. A definição representacional.

B. A definição expressivista.

C. A definição institucional.

D. A definição formalista.
(Retirado do Exame Nacional de Filosofia 2021 – 2ª fase)

4. Há uma grande diversidade na arte. São arte uma sinfonia e uma escultura, uma pintura e
uma canção, um filme e um bailado, um romance e uma ópera, um poema e uma fotografia.
Além disso, a diversidade de géneros e correntes em cada uma das formas de arte aumenta a
nossa perplexidade. Muitas pessoas chegam a pensar que, desde a coisa mais excecional e
bela à mais banal, tudo pode ser arte. A diversidade que existe na arte é apresentada por
alguns filósofos como uma razão para questionar

A. o carácter valioso da arte.

B. a tentativa de classificar as artes.

C. o propósito comum às artes.

D. a ideia de que a arte é definível.


(Retirado do Exame Nacional de Filosofia 2021 – Época Especial)

5. Leia os excertos seguintes.

I «Quando no poeta se repreende uma falta contra a verdade, há talvez que responder
como Sófocles: que ele representava os homens tais como devem ser, e Eurípides os re-
presentava tais como são.»
Aristóteles, Poética, Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1986, p. 144 (Adaptado).

II «Talvez o que traz maior valor artístico seja a galeria de arte, pois a aceitação desta
pode tornar quase tudo em arte.»
Peter Cave, Duas vidas valem mais que uma?, Alfragide, Academia do Livro, 2008, p. 192.

Identifique as perspetivas acerca da natureza da arte presentes nos textos I e II.

A. I: representacional; II: institucional.

B. I: expressivista; II: histórica.

C. I: representacional; II: histórica.

D. I: expressivista; II: institucional.


(Retirado do Exame Nacional de Filosofia 2021 – Época Especial)

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6. O facto de, em muitas obras de arte, os artistas terem fingido sentir o que realmente não
sentiam pode ser usado como uma objeção à definição

A. formalista da arte.

B. representacional da arte.

C. histórica da arte.

D. expressivista da arte.
(Retirado do Exame Nacional de Filosofia 2020 – 1ª fase)

7. Apenas os defensores das teorias essencialistas da arte consideram que

A. há condições necessárias e suficientes para que um objeto seja arte.

B. a arte pode ser definida.

C. há propriedades intrínsecas dos objetos que os tornam obras de arte.

D. a arte é essencial à vida.


(Retirado do Exame Nacional de Filosofia 2020 – 1ª fase)

8. Selecione a opção que diz respeito ao problema da definição de arte.

A. Uma instalação feita de lixo é uma obra de arte apenas por ser exposta numa galeria
ou num museu?

B. Será que a arte deve ter compromissos morais e educativos?

C. Será que sem a arte a nossa vida se tornaria desinteressante?

D. A intenção do criador ou do artista é relevante para compreender o significado de uma


dada obra de arte?

(Retirado do Exame Nacional de Filosofia 2020 – 2ª fase)

9. Se um dado objeto não for considerado uma obra de arte com o argumento de ser
impessoal e não comover, a teoria da arte implicitamente admitida como correta é a
teoria

A. formalista.

B. expressivista.

C. institucional.

D. histórica.

AGO11DP © Porto Editora


(Retirado do Exame Nacional de Filosofia 2020 – 2ª fase)

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10. Considere as afirmações seguintes.

1. Salieri era, simultaneamente, um rival e um admirador de Mozart.


2. Mozart teve uma grande influência na história da música.
3. As composições de Mozart são mais belas do que as de Salieri.

A. 2 e 3 exprimem juízos estéticos; 1 não exprime um juízo estético.

B. 1 exprime um juízo estético; 2 e 3 não exprimem juízos estéticos.

C. 1 e 2 exprimem juízos estéticos; 3 não exprime um juízo estético.

D. 3 exprime um juízo estético; 1 e 2 não exprimem juízos estéticos.


(Retirado do Exame Nacional de Filosofia 2018 – 2ª fase)

11. O problema da definição da arte é o problema de

A. identificar as propriedades que fazem algo ser arte.

B. distinguir as obras-primas das outras obras de arte.

C. justificar o que torna a arte valiosa para as nossas vidas.

D. explicar o significado estético de cada obra de arte.

12. A definição institucional da arte tem sido criticada por ser circular.
Explique esta crítica.
(Retirado do Exame Nacional de Filosofia 2020 – Época Especial)

13. A seguinte estrofe do poema Gozo e Dor, de Almeida Garrett, é um exemplo de que
a arte transmite sentimentos.

«Dói-me a alma, sim; e a tristeza


Vaga, inerte e sem motivo,
No coração me poisou.
Absorto em tua beleza,
Não sei se morro ou se vivo,
Porque a vida me parou.»

Será que toda a arte transmite sentimentos?


Na sua resposta,
– identifique, referindo o seu nome, a teoria da arte segundo a qual toda a arte transmite
sentimentos;
– apresente inequivocamente a sua posição;
– argumente a favor da sua posição.

(Retirado do Exame Nacional de Filosofia 2015 – 1ª fase)

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14. A beleza é apenas uma questão de gosto pessoal?
Responda à questão proposta.
Na sua resposta, deve, pela ordem que entender,
– apresentar inequivocamente a sua posição;
– argumentar a favor da sua posição;
– apresentar objeções à posição contrária àquela que defende.

(Retirado do Exame Nacional de Filosofia 2015 – Época Especial)

15. Será que julgar a beleza das coisas é simplesmente dar voz aos nossos sentimentos?
Na sua resposta,
– identifique e esclareça o problema proposto;
– apresente inequivocamente a sua posição;
– argumente a favor da sua posição.

(Retirado do Exame Nacional de Filosofia 2017 – 2ª fase)

AGO11DP © Porto Editora

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Teste com perguntas de Exame Nacional 7 – Critérios de correção

Item Resposta
1. B
2. A

Escolha múltipla
3. C
4. D
5. A
6. D
7. C
8. A
9. B
10. D
11. A

12. A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.


Explicação da circularidade da definição institucional da arte identificada pelos seus
críticos:
– de acordo com a teoria institucional da arte, são obras de arte os objetos que o mundo da
arte reconhece como arte
OU
– aos quais o mundo da arte atribui o estatuto de obra de arte;
– ora, para identificarmos adequadamente o mundo da arte, temos de começar por saber o
que é arte, e isso é precisamente o que se pretende definir (ou seja, o conceito de arte está
incluído no conceito de mundo da arte).

Níveis Descritores de desempenho Pontuação

Explica de modo completo e preciso a circularidade da definição


4 14
institucional da arte identificada pelos seus críticos.
Explica de modo completo, mas com imprecisões OU de modo
3 preciso, mas não completo, a circularidade da definição institucional 11
da arte identificada pelos seus críticos.
Explica parcialmente e com imprecisões a circularidade da definição
2 7
institucional da arte identificada pelos seus críticos.
Apresenta corretamente conteúdos relevantes para a explicação
solicitada (por exemplo, caracteriza a definição institucional da arte),
1 4
mas sem explicar a circularidade da definição institucional da arte
identificada pelos seus críticos.

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13. A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.
Identificação da teoria da arte segundo a qual toda a arte transmite sentimentos:
− teoria expressivista da arte
OU
– teoria da arte como expressão.
Apresentação inequívoca de uma posição de concordância, total ou parcial, ou de
discordância, total ou parcial, relativamente à teoria expressivista da arte.
Justificação da posição defendida:
– no caso de o examinando concordar com a teoria expressivista da arte:
• a arte é uma expressão intencional de emoções sentidas pelo artista, as quais são
clarificadas e transmitidas a um público por meio de linhas, cores, ações, palavras ou sons;
• para algo ser uma obra de arte, é necessário que o artista sinta, clarifique e transmita um
estado emocional a um público;
• qualquer obra de arte tem de ser capaz de nos emocionar, e o artista é alguém que lida
essencialmente com emoções;
• as pessoas subscrevem implicitamente esta teoria quando criticam uma obra de arte por
não as comover ou por as deixar indiferentes, sublinhando a íntima relação entre arte e
emoção.
– no caso de o examinando não concordar com a teoria expressivista da arte:
• muitos artistas afirmam não ter tido a intenção de comunicar emoções nas suas obras;
• há obras complexas, como algumas obras de ficção, em que diferentes personagens
geram diferentes tipos de emoções nas pessoas, sendo implausível que o autor tenha
experimentado todas essas emoções;
• os artistas e o seu público não têm de partilhar um estado emocional; por exemplo, muitos
atores estão mais preocupados em gerar uma certa emoção no público do que em sentir
genuinamente essa emoção;
• despertar emoções pode ser uma questão de usar as formas adequadas, sem que o
artista precise de sentir essas emoções; por exemplo, um escritor de livros de terror pode
não ter sentido terror, mas saber como causá-lo nos leitores por meio das formas literárias
adequadas a esse fim;
• a definição de arte como expressão é demasiado restritiva, excluindo da arte um vasto
conjunto de obras geralmente aceites como tal, como é o caso, por exemplo, de obras de
arte conceptual.

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Descritores do nível de desempenho no domínio Níveis
da comunicação escrita em língua
portuguesa
1 2 3
Descritores do nível de
desempenho no domínio específico
da disciplina
Identifica a teoria expressivista da arte, referindo o seu nome ou
caracterizando-a adequadamente.
Apresenta inequivocamente uma posição de concordância, total
ou parcial, ou de discordância, total ou parcial, relativamente à
5 teoria expressivista da arte. 27 29 30
Justifica adequadamente a posição defendida, articulando, com
clareza e correção, razões que apoiam a posição defendida ou
objeções à posição contrária.
Estrutura adequadamente os conteúdos relevantes.

4 NÍVEL INTERCALAR 21 23 24
Não identifica a teoria expressivista da arte, ou identifica-a
incorretamente.
Apresenta uma posição de concordância, total ou parcial, ou de
discordância, total ou parcial, relativamente à teoria expressivista
da arte.
3 Justifica a posição defendida, referindo, de forma globalmente 15 17 18
correta, razões que apoiam a posição defendida ou objeções à
posição contrária.
Níveis
Apresenta a resposta com falhas na seleção e na estruturação
dos conteúdos relevantes.

2 NÍVEL INTERCALAR 9 11 12
Identifica a teoria expressivista da arte, referindo o seu nome ou
caracterizando-a adequadamente, mas não apresenta uma
posição, ou apresenta uma posição injustificada.
OU
Não identifica a teoria expressivista da arte, ou identifica-a
incorretamente.
Apresenta uma posição de concordância, total ou parcial, ou de
1 discordância, total ou parcial, relativamente à teoria expressivista 3 5 6
da arte.
Justifica de modo incipiente a posição defendida, referindo,
com imprecisões, uma razão que apoia a posição defendida ou
uma objeção à posição contrária.
Apresenta conteúdos irrelevantes e incorretos, que não
contradizem os conteúdos corretos e relevantes apresentados.

14. A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.


Apresentação inequívoca da posição defendida.
Justificação da posição defendida:
– no caso de o examinando afirmar que a beleza é uma questão de gosto pessoal/os
juízos estéticos são subjetivos:
• a beleza atribuída a um objeto consiste apenas no sentimento de agrado de quem o
aprecia, e esse sentimento resulta exclusivamente das características pessoais do sujeito;

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• se a beleza (e, em geral, as propriedades estéticas) não fosse(m) subjetiva(s), seria
impossível compreender a diversidade de opiniões acerca da beleza;
• os juízos sobre a beleza são sempre juízos de gosto;
• os objetivistas defendem que o valor de verdade dos juízos de gosto depende de
propriedades estéticas dos objetos (como a harmonia ou a elegância), mas a presença
dessas propriedades nos objetos não é observável do mesmo modo que as propriedades
físicas (como ser azul ou ser de mármore);
• aquilo que fazemos tem valor na medida em que nos permite atingir finalidades com valor.
– no caso de o examinando afirmar que a beleza não é uma questão de gosto pessoal/
os juízos estéticos são objetivos:
• os juízos acerca da beleza referem propriedades estéticas dos objetos (como a harmonia
ou a elegância), e o sentimento de agrado resulta da perceção dessas propriedades;
• a diversidade de opiniões explica-se pelo facto de nem todas as pessoas conseguirem
apreender as propriedades estéticas dos objetos (por exemplo, por falta de sensibilidade,
de formação ou de treino);
• os subjetivistas argumentam que a diversidade de opiniões estéticas só pode ser
adequadamente explicada se a beleza for apenas uma questão de gosto, mas em muitas
questões científicas também há diversidade de opiniões, sem que isso signifique que as
opiniões científicas são meras questões de gosto;
• a diversidade de opiniões estéticas é sobrestimada pela argumentação subjetivista; na
verdade, há um vasto consenso relativamente a muitos objetos naturais e artísticos
(eventualmente, com propriedades estéticas mais evidentes); por exemplo, quase todas as
pessoas gostam da serra do Gerês ou da Torre de Belém.

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Descritores do nível de desempenho no domínio Níveis
da comunicação escrita em língua
portuguesa
2 3
Descritores do nível de desempenho
no domínio específico da disciplina
Apresenta inequivocamente uma posição, afirmando que a beleza é
uma questão de gosto pessoal/os juízos estéticos são
subjetivos ou afirmando que a beleza não é uma questão de
gosto pessoal/os juízos estéticos são objetivos.
5 Justifica adequadamente a posição defendida, articulando, com 29 30
clareza e correção, razões que apoiam a posição defendida e
objeções à posição contrária.
Estrutura adequadamente os conteúdos relevantes.

4 NÍVEL INTERCALAR 23 24
Apresenta uma posição, indicando que a beleza é uma questão de
gosto pessoal/os juízos estéticos são subjetivos ou indicando que
a beleza não é uma questão de gosto pessoal/os juízos estéticos
são objetivos.
3 Justifica a posição defendida, referindo, de forma globalmente 17 18
correta, razões que apoiam a posição defendida ou objeções à
posição contrária.
Níveis Apresenta a resposta com falhas na seleção e na estruturação
dos conteúdos relevantes.

2 NÍVEL INTERCALAR 11 12
Apresenta uma posição, indicando que a beleza é uma questão de
gosto pessoal/os juízos estéticos são subjetivos ou indicando que
a beleza não é uma questão de gosto pessoal/os juízos estéticos
são objetivos.
Justifica de modo incipiente a posição defendida, referindo, com
imprecisões, uma razão que apoia a posição defendida ou uma
objeção à posição contrária.
1 Apresenta conteúdos irrelevantes e incorretos, que não 5 6
contradizem os conteúdos relevantes e corretos apresentados.
OU
Não apresenta uma posição relativamente ao problema proposto.
Refere, com imprecisões, aspetos da discussão sobre a natureza do
juízo estético. Apresenta conteúdos irrelevantes e incorretos, que
não contradizem os conteúdos relevantes e corretos apresentados.

15. A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.


Identificação e esclarecimento do problema:
– A pergunta coloca o problema da natureza dos juízos acerca da beleza.
– O problema consiste em determinar se os juízos acerca da beleza têm um caráter
subjetivo (se são uma mera questão de sentimentos) ou se têm um caráter objetivo (se
representam propriedades dos objetos de apreciação).
Apresentação inequívoca de uma posição.
Justificação da posição defendida:
– no caso de o examinando defender que julgar a beleza das coisas é simplesmente
dar voz aos nossos sentimentos.

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• é um facto observável que as pessoas divergem nos seus juízos estéticos: o que umas
afirmam ser belo, outras afirmam não o ser;
• considerar que os juízos de umas pessoas são corretos e os de outras incorretos implica
admitir que existe um critério objetivo, talvez dado pelos especialistas em matéria de
beleza; mas, ainda que se admita a existência de especialistas em matéria de beleza, os
desacordos não deixam de existir e nenhuma investigação ulterior os permite eliminar;
• a explicação mais plausível para estes desacordos insanáveis é que os juízos acerca da
beleza nada mais são do que a expressão de gostos pessoais, isto é, tais juízos limitam-se
a exprimir os sentimentos dos sujeitos perante certos objetos de apreciação;
• dado que cada sujeito sente as coisas de forma diferente, assim também os seus juízos
perante os mesmos objetos podem ser diferentes: o que uma pessoa considera bonito,
outra pode não considerar bonito; os juízos acerca da beleza são, portanto, juízos de
gosto, cuja justificação tem um caráter subjetivo;
• apesar da diversidade de gostos que se verifica entre as pessoas, há objetos que agradam
universalmente (por exemplo, a cidade de Veneza, certos pores do sol), e isso acontece
porque as pessoas partilham certas características fisiológicas, e algumas coisas têm formas
ou estão concebidas de maneira a agradar mais aos nossos sentidos do que outras (por
exemplo, um som muito agudo e contínuo fere a sensibilidade de quase todas as pessoas);
• por se verificar que, em diferentes épocas e sociedades, certos objetos costumam agradar, é
possível afirmar que há um padrão do gosto; mas a existência desse padrão não mostra que
os juízos acerca da beleza sejam objetivos ou sequer relativos, pois continuam a ser juízos de
gosto, isto é, juízos fundados no que agrada aos sujeitos (no seu sentimento de agradabilidade).
– no caso de o examinando defender que julgar a beleza das coisas não é simplesmente
dar voz aos nossos sentimentos (e que, pelo contrário, é apreciar os aspetos das
coisas que as fazem belas ou não).
• é verdade que se observa no mundo uma grande diversidade de opiniões nas questões
acerca da beleza, dependente de aspetos como a época, a cultura ou a educação de quem
julga;
• mas da diversidade de opiniões nas questões acerca da beleza não é possível inferir que
todas as opiniões são igualmente corretas; tal como as opiniões acerca dos aspetos que
tornam, ou não, as coisas belas divergem em função de aspetos como a época, a cultura
ou a educação de quem julga, também as opiniões acerca de outros aspetos das coisas,
como a sua posição ou o seu movimento, divergem em função desses aspetos;
• por exemplo, na Idade Média muitas pessoas tinham a opinião de que a Terra estava parada
no centro do Universo; ora, essa é uma opinião incorreta, decorrente de falta de informação;
• o mesmo justifica que as pessoas sem educação musical possam apreciar composições
musicais pobres ou detestar composições musicais mais complexas, inovadoras ou
exigentes: a falta de informação relevante ou de treino impede-as de formarem uma
opinião adequada acerca dos objetos cuja beleza lhes é dada a apreciar (é certo que, por
vezes, até os especialistas – os estetas ou os críticos de arte – discordam, mas o mesmo
se pode dizer dos cientistas);
• a educação do gosto consiste precisamente em dar a informação e o treino necessários
para captar os aspetos dos objetos que os fazem belos ou não; esses aspetos são a
harmonia, a unidade ou a complexidade, por exemplo;
• a divergência de opiniões acerca da beleza é muitas vezes usada para argumentar a favor da
subjetividade dos juízos estéticos; mas isso apenas revela uma sobrevalorização das
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divergências, esquecendo-se a igualmente grande convergência de opiniões nessa matéria;


de facto, na natureza e nos grandes museus de arte encontram-se paisagens e obras que são
do agrado da generalidade das pessoas que as conhecem; isso só pode ser adequadamente
explicado se admitirmos que há certas características nas próprias coisas (harmonia, unidade,
complexidade) que causam em nós sentimentos de agrado quando as observamos.

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A classificação final da resposta resulta da soma das pontuações atribuídas a cada um dos
parâmetros seguintes.
A – Problematização.......................................................................................................6 pontos
B – Argumentação a favor de uma posição pessoal....................................................12 pontos
C – Adequação conceptual e teórica..............................................................................8 pontos
D – Comunicação...........................................................................................................4 pontos
Parâmetros Níveis Descritores de desempenho Pontuação
Identifica e esclarece corretamente o problema
3 6
filosófico em causa.
Identifica o problema filosófico em causa, mas
2 4
A esclarece-o com imprecisões.
Problematização Identifica o problema filosófico, sem o esclarecer. OU
Esclarece o problema com imprecisões, sem o
1 2
identificar.

Apresenta inequivocamente a posição defendida.


Evidencia um bom domínio das competências
argumentativas, articulando adequadamente e com
autonomia os argumentos, ou as razões ou os
3 exemplos apresentados. 12
Apresenta com clareza e correção argumentos
persuasivos, razões ponderosas ou exemplos
adequados e plausíveis a favor da posição
defendida ou contra a posição rival da defendida.
Apresenta inequivocamente a posição defendida.
B Evidencia um domínio satisfatório das competências
Argumentação argumentativas, elencando argumentos, ou razões
a favor de uma ou exemplos.
2 Apresenta com imprecisões argumentos persuasivos, 8
posição pessoal
ou razões ponderosas ou exemplos adequados e
plausíveis a favor da posição defendida
ou contra a posição rival da defendida.
Apresenta a posição defendida, ainda que de modo
implícito.
Evidencia uma intenção argumentativa, mas os
1 argumentos ou as razões apresentados a favor da 4
perspetiva defendida, ou contra a perspetiva rival da
defendida, são fracos ou claramente falaciosos, ou
os exemplos selecionados são inadequados.

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Aplica rigorosa e coerentemente os conceitos
relevantes para a discussão do problema da
natureza dos juízos acerca da beleza.
3 Mobiliza (uma) perspetiva(s) teórica(s) adequada(s) 8
à discussão do problema em causa, mostrando
compreensão sistemática dessa(s) perspetiva(s).
Aplica com imprecisões pontuais, mas de modo
globalmente adequado, os conceitos relevantes para
a discussão do problema da natureza dos juízos
C acerca da beleza.
Adequação 2 Mobiliza com imprecisões pontuais (uma) 5
conceptual perspetiva(s) teórica(s) adequada(s) à discussão do
e teórica problema em causa, mostrando compreensão dos
aspetos centrais dessa(s) perspetiva(s).
Aplica escassamente e com imprecisões conceitos
relevantes para a discussão do problema da
natureza dos juízos acerca da beleza.
1 Mobiliza com imprecisões (uma) perspetiva(s) 2
teórica(s) adequada(s) à discussão do problema em
causa, mostrando uma compreensão rudimentar
dessa(s) perspetiva(s).
Apresenta um discurso estruturado e fluente.
3 Escreve com sintaxe, ortografia e pontuação 4
globalmente corretas.
Apresenta um discurso razoavelmente estruturado.
Escreve com sintaxe, ortografia e pontuação
globalmente corretas.
OU
D 2 Apresenta um discurso estruturado e fluente. 3
Comunicação Escreve com incorreções sintáticas, ortográficas ou
de pontuação que não afetam a inteligibilidade do
discurso.
Apresenta um discurso pouco estruturado.
Escreve com incorreções sintáticas, ortográficas ou
1 1
de pontuação que afetam parcialmente a
inteligibilidade do discurso.

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