Respostas Do 1° Teste
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a) Racionalismo e empirismo.
b) Dogmatismo e cepticismo
c) Realismo e idealismo.
1. a) Racionalismo: Acredita que o conhecimento é principalmente alcançado pela razão e pela dedução
lógica.
Idealismo: Afirma que a realidade é fundamentalmente mental ou que as ideias e a mente têm primazia
sobre o mundo material
2. Como é que Kant soluciona o impasse da origem do conhecimento enferentado pelo racionalismo e
empirismo?
Immanuel Kant procurou reconciliar o racionalismo e o empirismo em sua filosofia, propondo uma
síntese que ficou conhecida como "idealismo transcendental". Ele argumentou que tanto a razão quanto
a experiência sensorial são fundamentais para o conhecimento humano.
Kant sustentou que a mente humana não é uma "tábula rasa" totalmente passiva, como sugerido pelo
empirismo, nem possui acesso imediato a verdades universais, como defendido pelo racionalismo. Em
vez disso, ele argumentou que a mente humana organiza e estrutura a experiência sensorial através de
categorias a priori, como tempo, espaço e causalidade, que são inerentes à mente humana.
Assim, para Kant, o conhecimento é uma construção conjunta da mente e da realidade externa. Ele
solucionou o impasse entre o racionalismo e o empirismo ao sugerir que o conhecimento é possível
porque a mente humana contribui ativamente para a organização e interpretação da experiência
sensorial, ao mesmo tempo em que essa experiência sensorial fornece os dados brutos sobre os quais a
mente opera.
2. a)Por que é que para Kant a Metafísica não pode ser ciência?
Para Kant, a metafísica não pode ser considerada uma ciência no sentido estrito porque ela lida com
questões que estão além dos limites da experiência possível. Ele argumentou que a metafísica
tradicional tentava alcançar conhecimento sobre o mundo metafísico, como a existência de Deus, a
imortalidade da alma e a liberdade da vontade, utilizando apenas a razão pura, sem fundamentação
empírica. Kant sustentou que a razão pura, quando aplicada a essas questões metafísicas,
inevitavelmente levava a antinomias, ou seja, contradições insolúveis. Ele argumentou que isso ocorria
porque tentar conhecer o que está além dos limites da experiência humana leva a paradoxos e
impasses.
Portanto, para Kant, a metafísica não pode ser uma ciência no sentido tradicional, pois não pode
oferecer conhecimento objetivo sobre questões transcendentais. No entanto, ele também reconheceu a
importância da metafísica como uma disciplina humana que continua a exercer influência sobre
questões fundamentais, mesmo que não possa fornecer conhecimento científico no sentido estrito.
A dúvida cética e a dúvida metódica são duas abordagens distintas em relação à dúvida na filosofia:
Dúvida Cética: A dúvida cética é uma atitude filosófica que questiona a possibilidade de alcançar
conhecimento seguro ou certeza sobre qualquer assunto.
Os céticos sustentam que, devido à limitação dos sentidos humanos e à possibilidade de ilusão ou erro
perceptivo, não podemos confiar completamente em nossas percepções ou raciocínio lógico.
O ceticismo pode ser radical, negando a possibilidade de conhecimento absoluto, ou pode ser mitigado,
levando a uma atitude de suspensão do juízo em relação a certas questões.
Dúvida Metódica: A dúvida metódica é uma estratégia epistemológica utilizada por alguns filósofos,
como René Descartes, como parte de um método para alcançar conhecimento seguro e indubitável. A
dúvida metódica envolve questionar sistematicamente todas as crenças e opiniões, suspendendo
temporariamente a aceitação de qualquer coisa como verdadeira, a fim de encontrar um fundamento
seguro para o conhecimento.
O objetivo da dúvida metódica não é negar o conhecimento, mas sim estabelecer uma base sólida para
o conhecimento que não possa ser razoavelmente contestada. Em resumo, enquanto a dúvida cética
questiona a possibilidade do conhecimento absoluto, a dúvida metódica é uma técnica utilizada para
alcançar conhecimento seguro através da suspensão temporária de crenças para encontrar uma base
indubitável para o conhecimento.
1. a) Definir filosofia pode ser desafiador porque abrange uma ampla gama de questões e abordagens
que variam ao longo do tempo e entre as culturas. Além disso, a filosofia muitas vezes questiona suas
próprias definições e limites, tornando-a um campo em constante evolução e reflexão sobre sua própria
natureza.
Diferencie filosofia espontânea da filosofia sistemática.
1. b) A filosofia espontânea refere-se às reflexões filosóficas que surgem naturalmente na vida cotidiana,
muitas vezes sem seguir uma estrutura ou método formal. Por outro lado, a filosofia sistemática envolve
uma abordagem mais organizada e metódica para a investigação filosófica, geralmente seguindo um
conjunto de princípios ou metodologias específicas para analisar questões filosóficas de forma mais
rigorosa e coerente. Enquanto a filosofia espontânea pode ser mais informal e intuitiva, a filosofia
sistemática busca uma compreensão mais profunda e sistemática dos problemas filosóficos.
Quando é que se pode falar da filosofia como ciência, mesmo não sendo ela ciência no sentido comum
do termo
1. c) A filosofia pode ser considerada "ciência" em um sentido mais amplo quando adota métodos
sistemáticos de investigação, rigor lógico e busca por conhecimento universal. Embora não seja uma
ciência no sentido estrito do termo, como a física ou a biologia, a filosofia compartilha algumas
semelhanças metodológicas com as ciências naturais e sociais. Quando a filosofia utiliza métodos
racionais, lógicos e investigativos para examinar questões fundamentais sobre a natureza da realidade,
do conhecimento, da ética e da existência humana, pode ser vista como uma forma de "ciência" no
sentido de uma busca disciplinada pelo entendimento.
Por que é que, para alguns filósofos, não existe filosofia mas filosofias.
1. d) Alguns filósofos argumentam que não existe uma única definição ou abordagem definitiva para a
filosofia, mas sim uma variedade de perspectivas, métodos e tradições filosóficas. Essa visão reconhece
que a filosofia é um campo diversificado, caracterizado por diferentes escolas de pensamento,
abordagens e áreas de investigação. Portanto, em vez de conceber a filosofia como uma única disciplina
ou conjunto de princípios unificados, esses filósofos preferem enfatizar a pluralidade de ideias e práticas
filosóficas, reconhecendo a existência de múltiplas "filosofias" em vez de uma única "filosofia".
Alguns filósofos são unanimes em definir conhecimento como “crença verdadeira justificada”.
2. a) A definição clássica de conhecimento como "crença verdadeira justificada" foi proposta pelo
filósofo Edmund Gettier em seu artigo de 1963. Entretanto, a crença é um componente essencial do
conhecimento, pois é difícil imaginar conhecer algo sem acreditar nisso. A verdade também é
importante, pois se a crença não corresponde à realidade, não pode ser considerada conhecimento
verdadeiro. Finalmente, a justificação é crucial porque o conhecimento não é apenas uma questão de
sorte ou coincidência; deve haver razões ou evidências que justifiquem a crença na verdade.
No entanto, a definição de Gettier demonstrou que é possível ter uma crença verdadeira justificada e
ainda assim não possuir conhecimento genuíno. Ele apresentou casos em que alguém pode ter uma
crença verdadeira justificada por razões que não estão diretamente relacionadas à verdade da crença.
Isso levou os filósofos a explorar definições alternativas e mais refinadas de conhecimento, buscando
capturar melhor sua natureza complexa e evitar os problemas apontados por Gettier.
Dos três tipos de conhecimento (prático, experiencial e proposicional), em qual deles se enquadra o
conhecimento filosófico. Justifica
2. c) Sim, pode-se afirmar com justiça que o primeiro problema epistemológico da modernidade é o da
possibilidade de conhecimento. Isso pode ser fundamentado pelo contexto histórico e intelectual que
emergiu durante o período moderno, especialmente a partir dos séculos XVI e XVII.
Filósofos como René Descartes, no século XVII, levantaram questões fundamentais sobre a
confiabilidade do conhecimento humano, questionando se é possível alcançar uma certeza absoluta
sobre o mundo exterior através da razão e dos sentidos. Descartes, por exemplo, desenvolveu o famoso
método do ceticismo metódico, buscando fundamentar todo o conhecimento em verdades indubitáveis.
Essa preocupação com a possibilidade de conhecimento também foi abordada por outros filósofos
modernos, como John Locke, David Hume e Immanuel Kant, cada um contribuindo com suas próprias
perspectivas sobre as fontes, limites e natureza do conhecimento humano. Portanto, considerando o
surgimento desses questionamentos e debates durante a modernidade, pode-se afirmar que o
problema da possibilidade de conhecimento foi um dos primeiros e mais significativos problemas
epistemológicos desse período.
2. d) A dúvida cética e a dúvida metódica são abordagens diferentes para lidar com a incerteza e
questionar o conhecimento.
A dúvida cética é uma postura de questionamento radical que questiona a possibilidade de se alcançar
qualquer forma de conhecimento seguro ou confiável. Os céticos afirmam que nossas percepções
sensoriais podem ser enganosas, nossas crenças podem ser influenciadas por preconceitos ou ilusões, e
que não podemos confiar inteiramente na razão ou na experiência para alcançar a verdade. A dúvida
cética coloca em xeque a própria possibilidade de conhecimento objetivo.
Por outro lado, a dúvida metódica é uma estratégia filosófica proposta por René Descartes, na qual se
duvida de todas as crenças que não possam ser estabelecidas de maneira clara e distinta. Descartes
buscava encontrar uma base sólida e indubitável para o conhecimento, então ele duvidava de tudo que
pudesse ser questionado, até mesmo das percepções sensoriais e das crenças comuns. No entanto, ele
reconhecia que havia uma crença que não podia ser duvidada: a própria dúvida. A partir dessa base,
Descartes construiu seu famoso cogito: "Penso, logo existo", argumentando que mesmo que tudo o
mais seja duvidoso, o fato de que alguém está pensando é indubitável e, portanto, serve como ponto de
partida para reconstruir o conhecimento de forma segura e confiável.
Assim, enquanto a dúvida cética nega a possibilidade do conhecimento seguro, a dúvida metódica é
uma ferramenta para alcançar uma base firme para o conhecimento, ao questionar cuidadosamente
todas as crenças até encontrar aquelas que são indubitáveis.