Kikosofia 24 - Set 24
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KIKOSOFIA
Francisco Moreira
NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
SETEMBRO
Por Francisco Moreira
KIKOSOFIA
NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
SAÚDE MENTAL
PRECISAMOS FALAR SOBRE ISSO
KIKOSOFIA
NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
KIKOSOFIA
NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
DIVERGÊNCIAS
Indo na contramão de certas "correntes" - Francisco Moreira
E VIVA A CANNABIS!
Recentemente o STF definiu o que seria a quantidade mínima para que alguém pego
com drogas fosse considerado traficante, criando um limite máximo para que esse
alguém possa alegar ser simples usuário. A decisão, em resposta a uma brecha do
sistema legal, que passou a ser explorada por quem está a margem da lei, mas que
também visa diminuir o aprisionamento de pessoas sem real envolvimento com o tráfico
de drogas, principalmente pessoas pretas, oriundas da periferia e economicamente
pobres. Justamente o perfil que mais lota os nossos presídios. Diga-se de passagem,
instituições que não tem conseguido cumprir o seu papel de ressocialização, e aí temos
indiretamente outro por que de tal decisão. Os presídios têm se tornado há anos,
lugares para evolução no crime, de modo que muitos que ali ingressam em razão de
delitos menores acabam por ser cooptados por organizações criminosas, seja por
proteção, caráter ou intimidação e saem ainda mais criminalizados, engrossando as
fileiras de tais grupos.
Definir uma quantidade mínima de drogas, claro, não irá resolver o problema do
tráfico, até porque este já se encontra adaptado a esse tipo de mudança e há muito já
realiza a venda em pequenas quantidades, se pego com a droga, a alegação é sempre
essa, é apenas um usuário, sendo necessário um conjunto de evidências acessórias
para que sequer seja flagranteado na delegacia e ainda que o seja, com grande
probabilidade de ser liberado em audiência de custódia para responder livre. Na
prática o STF apenas validou uma prática que já é seguida há um tempo. Em alguns
casos, muitos explorados pela mídia, mesmo quando há apreensão de grande
quantidade de drogas, os que são detidos conseguem sair livres em razão de algum
estapafúrdio recurso legal. Lembro de um caso recente em que a Polícia Federal
investigava um caso de tráfico, efetuando vigilância sobre uma quadrilha e
paralelamente a mesma quadrilha era investigada pela Polícia Civil local por roubo de
veículos, a Civil conseguiu um mandado judicial e fez uma “batida” buscando carros
roubados, encontraram toneladas de drogas, mas os traficantes se livraram do
flagrante pois o tal mandado se referia apenas a veículos e não a drogas. Coisas de
nossa legislação. Enfim.
KIKOSOFIA
NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
Mas o fito desse artigo é outro. Falar bem da Maconha, ops! Da Cannabis...
Quando se fala em maconha, a droga mais vendida no mundo, cercada de polêmicas que
envolvem defensores de sua liberação com fins recreativos de um lado e ávidos detratores
do outro. As alegações são muitas, desde os supostos gatilhos para práticas criminais,
prevalência da violência e aumento do número de usuários abusivos ou do poder relaxante
da droga, baixo prejuízo para saúde e até preservação cultural de uma prática que teria
sido simplesmente discriminada. Discussões que se inflamam em torno dos malefícios
sociais, morais e econômicos que seu uso ilegal produz, alimentando uma cadeia cada vez
maior de violência, corrupção e medo. Medo principalmente de que a liberação da
utilização da planta e seus princípios ativos aumentem ainda mais a pressão pela
liberação de drogas mais “pesadas” e com isso os problemas tendam a se agigantar.
Compreensível, mas será que estamos deixando de aproveitar todo um potencial benéfico
da Maconha em áreas como a saúde, a indústria, o meio ambiente e outras?
KIKOSOFIA
NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
O uso medicinal de produtos a base de Canabidiol (CBD) e THC (Tetra Hidro Canabinol)
no Brasil, embora seja possível nos dias atuais, ainda enfrenta muitos preconceitos e
dificuldades, com restrições legais que impossibilitam o acesso a boa parte da
população, que normalmente precisa buscar alternativas importadas de outros países ou
de alguns poucos medicamentos fabricados nacionalmente. Embora a pesquisa e
fabricação de substâncias extraídas da Cannabis seja permitida, algumas restrições como
o fato da matéria prima não puder ser obtida aqui e tenha que ser importada já
beneficiada, inviabiliza que medicamentos sejam vendidos com custo mais acessíveis para
população. Poucas instituições tem autorização para plantação legal com fins de
pesquisa.
Quanto ao uso in natura ou para obtenção do óleo essencial por pessoas comuns, já há
permissões judiciais de plantio, autorizadas após avaliação médica e com uma série de
restrições. No entanto, como bem sabemos, a justiça não vem a galope e pacientes por
vezes têm que enfrentar um longo tempo de espera até ter a sua permissão validada. Tais
dificuldades, junto ao preconceito relacionado a falta de informação, faz inclusive que
muitos médicos se abstenham de prescrever tais medicamentos, impactando diretamente
na qualidade de vida de seus pacientes, levando vários ao caminho da ilegalidade do
contrabando e outras práticas para obtenção do medicamento.
Mais do que medicamentos essenciais para tratamento de condições severas, uma série
de outras aplicações da planta poderiam estar sendo exploradas economicamente e de
forma sustentável no País. O cânhamo (uma variedade da planta com menor teor de THC)
fornece uma fibra muito utilizada na indústria têxtil, gerando muito menos consumo de
água que o algodão e com menor degradação do solo durante o plantio, estando pronta
para colheita em apenas três meses apara produção de roupas, medicamentos,
cosméticos. O que poderia representar uma enorme riqueza para o país, que entretanto
não permite a plantação, de modo que as poucas marcas que produzem roupas a partir
do material, precisam importar a matéria prima. Isso em um mercado cuja estimativa é de
que alcance um valor mundial de mais de 18 bilhões de dólares até 2027.
O cânhamo também possui aplicações na indústria de construção civil, como insumo para
fabricação de blocos de concreto que possibilitam maior durabilidade e melhor conforto
térmico, suas sementes e caule podem produzir óleos essenciais utilizados como
combustíveis, cosméticos e até cerveja. Países como França, China, Turquia possuem uma
produção significativa da espécie e seu plantio vem aumentando na União Europeia e nos
Estados Unidos. Demonstrando que mais do que pensarmos na Cannabis apenas em
relação ao seu uso recreativo e ilícito, é hora de avaliarmos alternativas econômicas
sérias, sustentáveis e que ajudem a desenvolver uma nova atividade econômica para o
país, ajudando a fortalecer a nossa indústria e criar condições e qualidade de vida mais
satisfatórias para as milhares de pessoas com problemas de saúde espalhadas ao longo
de nosso território.
No entanto, a discussão parece pautada apenas numa agenda que prioriza a legalização
das drogas como resposta para o enfrentamento da insegurança, combate a organizações
criminosas, etc. Inclusive com o argumento de que as drogas seriam um problema de
saúde pública. Vale lembrar que a descriminalização ocorrida em alguns países como
Portugal, alguns estados Norte Americanos, Holanda e outros NÃO diminuiu o tráfico de
drogas nesses países, teve sim efeito contrário e aumento no número de usuários (ainda
que este tenha relevâncias diferentes em relação a cada local). Conforme aponta o
UNODC, órgão da Nações Unidas sobre drogas e crime. O que representa um cenário
extremamente preocupante na questão da saúde pública, principalmente num país com
tantas desigualdades como o nosso e cujo Sistema de Saúde enfrenta dificuldades há
décadas com demandas muito mais significativas e sem soluções a vista.
KIKOSOFIA
NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
prisão
Quem não leu Machado de Assis?
Decerto, leu!
E leu a ideia de um canário!
Sábio canário?
Poderia ser um sabiá!
No mundo alheio,
Um dia, um dia descobriu,
A sensação de suposta liberdade.
E esqueceu o mundinho de
outrora!
Dos serviçais!
Mas esqueceu,
Saiu de uma prisão!
Voou, voou
Entrou em outra!
KIKOSOFIA
NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
Publique na Kikosofia
A Kikosofia é um espaço de
vozes. Consonantes, dissonantes,
de livre e respeitosa expressão e
opinião. Um local que se pretende
divertido, reflexivo, por vezes
louco, mas sempre acolhendo o
outro, independente de
diferenças, somos todos iguais, e
isso é o que de mais belo existe
no viver, saber que não somos
cópias de outro ser.
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NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
Quarta Crescente
PEQUENOS DETALHES
“Só há duas maneiras de viver a vida: a primeira é vivê-la como se os milagres não existissem. A segunda
é vivê-la como se tudo fosse milagre”.
(Albert Einstein)
Esta manhã o sol me “abraçou”. Aquela sensação gostosa, tão simples, mas, tão
importante. São pequenos detalhes que a gente nem percebe. Aí iniciei uma
reflexão: poxa eu nunca percebi que o sol todas as manhãs nos abraça e sabe o
que é mais importante? A gente desperta, acorda para poder sentir esse abraço, o
problema é que não percebemos. As atribulações do dia são tão grandes, tanto
trabalho, tanta preocupação, tanta coisa nos atrapalhando de perceber esses
pequenos detalhes; seguindo na reflexão eu observei que também não percebo o
sorriso matinal dos filhos, às vezes não percebo nem o significado dos abraços
que recebo e, analiso, poxa, tantas coisas legais ocorrem conosco todos os dias e a
gente não percebe. Esses pequenos detalhes fazem toda a diferença. Nós
precisamos logo, rápido, começar a perceber, porque isso tornará a nossa vida
mais leve, mais tranquila, mais fácil de se encarar. Nós vamos conseguir entender
as filigranas, os “detalhezinhos” que o universo coloca em nossos caminhos. Nós
precisamos prestar atenção nos pequenos detalhes.
Comece agradecendo por ter acordado. Viver é uma experiência maravilhosa. Perceba-
se agraciado por poder acordar a cada dia, significando que recebestes mais uma
oportunidade para resgatar tudo aquilo que, por ventura tenha te incomodado no dia
anterior. Falando nisso, em seguida, faça uma retrospectiva dos seus dias pretéritos
próximos, buscando enquadra-los com suas crenças, ou seja, se houve coerência entre
sua fé e suas atitudes, pois, a coerência tranquiliza a alma. Beije a pessoa que divide o
leito contigo (se houver), abra a janela do seu quarto e, por alguns instantes, observe a
beleza do céu, o canto dos pássaros, a exuberância do sol (que nos abraça, lembram?), o
formato das nuvens, ouça os sons e perceba os odores. Veja quantas maravilhas se
repetem todos os dias ao alcance da sua janela e você sequer nota. Entenda a ordem
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NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
Ao conversar com as pessoas sorria para elas, olhe-as nos olhos, preste atenção
em cada uma delas, abrace-as com carinho. Se houver desafeição que enseje o
afastamento, ore por elas, para que em teu coração se desfaçam as brumas da
inquietude e, passo a passo você possa mudar sua atitude em relação a elas. Não
acumule em teu coração nenhum sentimento que te conduza à intolerância e à
impaciência. Claro que isso não ocorre da noite para o dia. Trata-se de um
exercício diário, acompanhado de uma decisão firme de portar-se como um
verdadeiro cristão, pois, só assim haverá a coerência em tuas atitudes, como já
dito. Sim, precisamos prestar atenção nos pequenos detalhes.
São coisas pequenas que passam desapercebidas por nós, todavia, fazem toda a
diferença em nossas vidas, modificam nosso ambiente mental, melhoram nossas
relações, promovem a qualidade de vida e, nos tranquilizam, dando-nos
condições de viver melhor e em equilíbrio com o universo. As oportunidades se
multiplicam todos os dias: pessoas que buscam nossas orientações, nossa ajuda,
uma palavra amiga, uma consolação, um abraço. Pessoas com fome, com frio,
carentes do mínimo e nós quase não as percebemos, são pequenos detalhes que
nos buscam, mandados por Deus, para que entendamos a máxima lição de nos
amarmos uns aos outros. É meus irmãos, precisamos prestar atenção nos
pequenos detalhes.
i Castilho
Josne
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NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
REFULGIR URBANO
E O HOMEM PÔDE VOAR
“Todos nós temos muito mais habilidades e recursos internos do que sabemos. Meu conselho é que você não
precisa quebrar o pescoço para descobrir sobre eles.”
Falecido em 2004, o ator Christopher Reeve permanece no imaginário popular como o homem que
nos fez acreditar ser possível voar. Sua interpretação de um dos maiores ícones da cultura Pop, o
Superman, acabou por torná-lo igualmente um ícone de nossos tempos. O Filme “Superman” de
1978 até hoje é considerado a melhor versão cinematográfica do herói e muito disse se deve ao
carisma de Reeve, que mesmo 20 anos após sua morte continua a inspirar outros atores e
produções. Sua atuação como Clark Kent/Superman encanta e diverte que a vê, simbolizando
valores universais da humanidade e como exemplo de heroísmo e dever para com o próximo, ainda
que com um leve tom de cafonice e ingenuidade que tornam a obra ainda mais relevante.
Durante uma competição de hipismo em 1995, seu cavalo “Buck” recusou-se a saltar sobre um
obstáculo, projetando o ator sobre a sela e, na queda, causando um traumatismo que lesionou sua
coluna, separando o tronco de sua cabeça. Após uma delicada cirurgia para conectar as partes,
Reeve sobreviveu, mas com perda dos movimentos abaixo do pescoço. Desde então iniciou uma
luta pela recuperação de seus movimentos, passando por tratamento experimentais com células-
tronco e protagonizando campanhas pelos direitos das pessoas sem mobilidade. Uma septcemia
levou a uma parada cardíaca e morte em 10 de outubro de 2004.
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NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
Estante
DICAS DE LEITURA PARA SEUS MOMENTOS
Pois a leitura reflete o mundo
CABEÇA DE LOBO
ROBERT E. HOWARD
Medo? Perdão, senhores, mas vocês não sabem o que significa medo. Não, eu
mantenho minha afirmação. Vocês são soldados e aventureiros. Conheceram o
ataque de regimentos de soldados de cavalaria, o frenesi de mares açoitados pelo
vento. Mas medo, o verdadeiro arrepiar de cabelos, o medo que arrepia de horror,
vocês não conheceram. Eu próprio já conheci tal medo; mas, até as legiões da
escuridão rodopiarem do portão do Inferno e o mundo se incendiar em ruínas, tal
medo nunca será conhecido pelos homens:
Escutem, eu lhes contarei a história; foi há muitos anos atrás e a meio mundo
daqui; e nenhum de vocês verá o homem de quem falo, nem saberá se o ver.
Retornem, então, comigo, pelos anos, até um dia quando eu, um jovem cavaleiro
imprudente, saí do pequeno bote que havia me desembarcado desde o navio que
flutuava no porto, amaldiçoei a lama que cobria o desembarcadouro tosco, e
caminhei pelo cais em direção ao castelo, em resposta ao convite de um velho
amigo, Dom Vincente da Lusto.
Dom Vicente era um homem estranho e sagaz — um homem forte, que tinha visões
além do alcance de sua época. Em suas veias talvez corresse o sangue daqueles
antigos fenícios que, dizem-nos os sacerdotes, governaram os mares e
construíram cidades em terras distantes nas eras indistintas. Seu plano de
fortuna era estranho, mas bem-sucedido; poucos homens pensariam nisso, e
menos ainda teriam sucesso. Pois seu poder ficava sobre a costa oeste daquele
continente escuro e místico, aquela frustradora de exploradores: África.
Deste modo, ele havia aberto uma pequena baía na selva sombria, e com mão
impiedosa ele havia arrebatado as riquezas da terra. Ele tinha quatro navios: três
embarcações menores e um grande galeão. Estes trabalhavam entre seus
domínios e as cidades da Espanha, Portugal, França e até mesmo Inglaterra,
carregadas com madeiras raras, marfim e escravos; as mil riquezas estranhas que
Dom Vincente havia ganhado através do comércio e da conquista.
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NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
Um espaço de 800 metros a cada lado do castelo era mantido limpo, e estradas
haviam sido construídas através da terra pantanosa. Tudo isto havia exigido uma
imensa quantidade de trabalho, mas a força de trabalho era abundante. Um
presente para seu chefe, e ele forneceu tudo o que era necessário. E portugueses
sabem como fazer homens trabalharem!
A menos de trezentos metros a leste do castelo, corria um rio largo e raso, o qual
desembocava no porto. O nome havia arrebentado minha mente. Era um título
bárbaro e pagão, e eu nunca conseguia usar minha língua para ele.
Achei que eu fosse o único amigo convidado para o castelo. Parece que, uma vez
ao ano ou algo assim, Dom Vincente trazia uma multidão de companheiros joviais
à sua propriedade e se divertia por algumas semanas, para compensar o trabalho
e solidão do resto do ano.
Cansado demais para participar muito da festança, comi e bebi em silêncio, ouvi
os brindes e músicas, e examinei aqueles que festejavam.
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NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
Mas não foram suas roupas nem sua espada que me atraíram a atenção.
Foi o seu rosto. Uma face refinada, de alta educação, era sulcada
profundamente com linhas que lhe davam uma expressão cansada e
macilenta. Pequenas cicatrizes lhe salpicavam o maxilar e testa, como
se rasgadas por garras selvagens; eu poderia jurar que os estreitos
olhos cinzas tinham, às vezes, um olhar fugaz e assombrado em sua
expressão.
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NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
Ele andou a passos largos até a janela e olhou para a lua, a qual se
erguia resplandecente e gloriosa.
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NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
— Estou feliz em ver que há cavalheiros entre nós, que se importam mais
com nossa companhia do que com a do copo de vinho; pois muitos deles
estão surpreendentemente embriagados esta manhã.
— Parece-me que alguém estava bêbado demais para ser discreto na noite
passada… ou não estava bêbado o bastante. Pois, a menos que meus
pobres sentidos estivessem me enganando demais, alguém ficou mexendo
em minha porta durante a noite.
— Estranho — murmurei, mas não contei a ela que ele havia me dito a
mesma coisa.
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NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
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NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
—Ela não. E mando minha criada para o bairro dos escravos à noite — ela
murmurou, olhando maliciosamente para mim sob as pálpebras
abaixadas.
— Alguém acharia que você é uma jovem sem caráter, se ouvisse sua
conversa — eu disse a ela, com a franqueza da juventude e de uma longa
amizade. — Ande com cuidado, jovem dama, senão mando seu irmão lhe
dar palmadas.
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NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
Não demorou muito tempo. Descobri por que Gola queria ser “meu
criado”, me escolhendo entre todo o resto. Era por causa do meu
cabelo. Como muitos janotas daquela época, eu o usava longo e
cacheado, os fios caindo até meus ombros. Eu era o único homem
da festa que usava meu cabelo assim, e Gola queria se sentar e
olhá-lo em silenciosa admiração durante horas, ou até, eu ficando
nervoso com seu exame sem piscar, expulsá-lo com um pontapé
Aquilo não era sábio. Desmarte era um jovem feroz e tolo. Von
Schiller era uma fera lasciva. Mas quando foi, senhores, que uma
mulher usou de sabedoria?
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NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
Desculpas foram pedidas, mas, pelos olhares que os dois rivais lançaram um
ao outro, sabíamos que a contenda não foi esquecida e que se acenderia
novamente ao menor pretexto.
Mais tarde, naquela noite, acordei subitamente, com uma estranha e lúgubre
sensação de horror. Por que, eu não conseguiria dizer. Levantei-me, vi que a
porta estava firmemente trancada e, ao ver Gola dormindo no chão, eu o
chutei, irritado, para que acordasse.
— Onde está Von Schiller? — perguntou o espanhol, com um brilho feroz nos
olhos escuros. Todos os homens olharam, cada um para seu vizinho. Todos os
convidados estavam ali, exceto o germano. Notei De Montour olhando para a
jovem aterrorizada, o rosto dele mais macilento que o normal. E achei
estranho que ele não usasse arma.
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NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
— Mas quem mais poderia ter feito tal coisa? — exclamou Desmarte, furioso.
—Abaixe sua lâmina, Don Florenzo — ordenou Dom Vincente, dando um passo
para a frente e dominando a cena. — Signor Desmarte, você é um dos meus
melhores amigos, mas eu sou a única lei aqui e o dever tem que ser cumprido. Dê
sua palavra de que não tentará fugir.
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NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
O dia raiava, quando retornei ao meu quarto e vi que Gola havia se trancado lá
dentro; levei quase meia hora para convencê-lo a me deixar entrar. Tendo lhe
dado um sonoro tapa e o repreendido por sua covardia, contei a ele o que havia
acontecido, por ele conseguir entender Francês e conseguir falar uma estranha
mistura à qual ele orgulhosamente chamava de Francês.
Ele ficou boquiaberto, e só o branco de seus olhos ficou visível quando a história
alcançou seu clímax.
Súbito, uma ideia me ocorreu. Eu já ouvi histórias vagas, pouco mais que
insinuações de lendas, do diabólico culto ao leopardo que existia na Costa Oeste.
Nenhum branco havia visto algum dos seus devotos, mas Dom Vincente nos
contou histórias de homens-fera, disfarçados em peles de leopardos, que se
esgueiravam através da selva à meia-noite, matavam e devoravam. Um arrepio
medonho subiu e desceu por minha espinha, e, num instante, eu agarrei Gola de
um jeito que o fez dar um grito agudo.
– Massa, massa! — ele ofegou — Mim bom rapaz! Tenho medo de homem ju-ju!
Melhor não dizer nada!
— Você vai… me contar. — Rangi meus dentes, renovando meus esforços, até que,
com as mãos fazendo débeis protestos, ele prometeu me contar o que sabia.
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NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
Por que De Montour nos preveniu, e depois apareceu para tomar conhecimento
do crime, contando-nos que Desmarte era inocente e em seguida provando-o?
Não sou, senhores, um homem que tolera tal situação com paciência. E eu era
jovem na época. Assim, quando bebemos antes de nos recolhermos, arremessei
meu copo de vinho sobre a mesa e, furiosamente, anunciei que, independente de
homem, fera ou demônio, eu dormiria naquela noite com as portas abertas. E
caminhei furiosamente até o meu quarto.
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NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
Mais uma vez, como na primeira noite, De Montour chegou. E seu rosto
era o de um homem que havia olhado para os portões abertos do inferno.
— Eu vim — ele disse — para lhe pedir… não, Monsieur, para lhe implorar…
que reconsidere sua determinação precipitada.
— Está decidido? Sim? Então, eu lhe peço que faça isto por mim; que,
depois que eu entrar em meu quarto, você trancará minhas portas pelo
lado de fora.
Fiz como ele pediu, e depois voltei para meu quarto, com minha mente
num labirinto de questionamentos. Eu havia mandado Gola para o
alojamento dos escravos, e coloquei espada e adaga ao meu alcance.
Nem fui à cama, mas me agachei numa grande cadeira, na escuridão.
Então, tive muita dificuldade para evitar o sono. Para me manter
acordado, comecei a refletir sobre as estranhas palavras de De Montour.
Ele parecia sofrer de grande agitação; seus olhos insinuavam mistérios
horríveis que só ele conhecia. E, mesmo assim, seu rosto não era o de um
homem mau.
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NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
— Ouça — ele ergueu sua mão. — Pegue sua espada e me atravesse. Nenhum
homem lhe tocará.
— Então, com uma voz baixa de horror indescritível: — Está retornando. Está aqui
agora!
E eu senti alguma coisa, uma presença sem forma por perto. Uma coisa
assustadora.
Estava pairando sobre ele! Bom Deus, ela estava se fundindo, se tornando uma
com o homem!
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NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
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“Agora escute. Eu pensei ter matado a coisa após ela ter mudado para sua
verdadeira forma. Mas eu a matei um instante cedo demais. Embora a lua se
aproximasse do zênite, ela ainda não o havia alcançado, nem a coisa havia
assumido totalmente a forma de lobo.”
“Eu nada sabia disto, e segui meu caminho. Mas, quando se aproximou o período
da lua cheia, comecei a perceber uma influência estranha e maligna. Uma
atmosfera de horror pairava no ar, e senti impulsos inexplicáveis e
sobrenaturais.”
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NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
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NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
“Sim, eu matei Von Schiller e tentei destruir a jovem Marcita. Porque não o fiz,
não sei dizer, pois já matei tanto homens quanto mulheres.”
“Agora, se você quiser, pegue sua espada e me mate; e, com meu último suspiro,
lhe darei a bênção do bom Deus. Não?”
Assim, os dias se passavam em festa, bebida e caça, até que numa noite De
Montour veio até meu quarto e apontou silenciosamente para a lua, a qual estava
se erguendo.
— Veja — ele disse. — Eu tenho um plano. Fingirei que estou indo para dentro da
selva, caçar, e você sairá, aparentemente por muitos dias. Mas, à noite,
retornarei ao castelo e você me trancará na masmorra que é usada como
despensa.
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NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
Assim foi feito, e eu conseguia escapulir duas vezes ao dia e levar comida e
bebida para meu amigo. Ele insistia em permanecer no calabouço, mesmo
durante o dia, embora o demônio nunca houvesse exercido sua influência sobre
ele durante o dia, e ele acreditasse na impotência da criatura nessas horas; mas
ele não se arriscaria.
Foi durante este período que comecei a perceber que Carlos, o primo cara-de-
marta de Dom Vincente, estava forçando suas atenções para Ysabel, a qual era
sua prima em segundo grau e parecia estar ofendida com aqueles galanteios. Eu
mesmo já o teria desafiado para um duelo, pois o desprezava, mas isso não era
realmente um assunto da minha conta. No entanto, parecia que Ysabel o temia.
Meu amigo, Luigi, enquanto isso, havia se apaixonado pela graciosa jovem
portuguesa e a cortejava assídua e diariamente.
A cada dia, os nativos ficavam mais ríspidos, e cada vez mais mal-humorados e
intratáveis.
Certa noite, não muito antes do zênite da lua, entrei no calabouço onde De
Montour estava.
De Montour assentiu:
— Não — eu respondi —; mas parece que haverá uma ruptura entre ele e Luigi.
Luigi está cortejando Ysabel.
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NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
Naquele mesmo instante, De Montour sentiu sua influência. Com um guincho, ele
saltou de seu assento.
Quando adentrei meu quarto, Gola entrou correndo e contou, ofegante, a história
que ele havia guardado durante dias.
Fui informado de que Carlos o havia pedido que o acompanhasse à aldeia, para
arranjar uma venda de escravos.
Meu informante foi Don Florenzo de Sevilha e, quando fiz para ele um breve
resumo da história de Gola, ele me acompanhou.
Juntos, saímos às pressas pelo portão do castelo, lançando uma ordem para os
guardas, e seguimos pelo desembarcadouro em direção à aldeia.
Dom Vincente, Dom Vincente, ande com cuidado, mantenha a espada solta na
bainha! Tolo, idiota, para andar à noite com Carlos, o traidor!
—O idiota fala a verdade — ele disse —, mas isso só acontecerá sem você. Ho!
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NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
Ele gritou enquanto pulava em direção a Dom Vincente. Aço reluziu ao luar, e a
espada do espanhol havia atravessado Carlos, antes que este pudesse se mover.
As hordas negras vinham correndo, as lanças brilhando como uma onda de aço,
um rugido trovejante de selvageria se erguendo até os céus. Repetidas vezes,
eles subiam as inclinações e pulavam o fosso, até se amontoarem nas paliçadas.
E, repetidas vezes, o fogo dos cem defensores os fazia recuar.
Corri até o calabouço onde estava De Montour. Do lado de fora da porta, chamei
por ele, e ele me mandou entrar, numa voz que me dizia que o demônio o havia
deixado por um instante.
—Agora, pela minha alma enfeitiçada! — ele exclamou. — Lançarei os dados com
o inferno, mais uma vez! Rápido, deixe-me sair do castelo! Tentarei atravessar o
rio a nado e explodir a pólvora!
KIKOSOFIA
NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
Logo:
Os atiradores de arcabuzes gritavam pragas para ele e para mim. Olhando desde
o alto das paliçadas, eu o vi virar de um lado a outro, incerto. Uns vinte nativos
corriam temerariamente para a frente, as lanças erguidas.
Então, um medonho uivo lupino se ergueu até os céus, e De Montour pulou para a
frente. Horrorizados, os nativos pararam e, antes que um homem deles pudesse
se mexer, ele estava no meio deles. Guinchos selvagens, não de fúria, mas de
terror.
A poucos passos do rio, outro bando de negros lhe barrou o caminho. À luz das
casas incendiadas, a cena estava claramente iluminada. Uma lança arremessada
atravessou o ombro de De Montour. Sem parar em suas passadas, ele a arrancou
e enfiou num nativo, pulando-lhe o corpo para ficar no meio dos outros. Eles não
conseguiam encarar o branco endemoninhado. Fugiram aos gritos, e De Montour,
saltando sobre as costas de um, o derrubou.
Então, ele se ergueu, oscilou e saltou até a margem do rio. Por um instante, ele
parou ali e logo desapareceu nas sombras.
— Em nome do diabo! — ofegou Dom Vincente, próximo ao meu ombro. — Que tipo
de homem é aquele? Aquilo era De Montour?
KIKOSOFIA
NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
— Entre, meu amigo — ele disse, e havia uma grande paz em sua voz. —
Entre e não me tema. O demônio me abandonou para sempre.
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NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
— Lutei uma batalha terrível, enquanto corria para o rio — ele respondeu —, pois
o demônio me dominava e guiava para cair sobre os nativos. Mas, pela primeira
vez, minha alma e mente ganharam domínio por um instante; um instante longo o
bastante para me deter do meu propósito. E acredito que os bons santos vieram
me ajudar, pois dei minha vida para salvar vidas.
“Mas a lua cheia veio, e veio novamente, e não senti a influência do demônio.
Estou livre, livre!”. E um tom maravilhoso de exultação, não, exaltação, vibrou em
suas palavras:
— Minha alma está livre. Por incrível que pareça, o demônio jaz afogado no leito
do rio, ou então habita o corpo de um dos répteis selvagens que nadam pelo
Niger.
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NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
Lá ou cá
Os sabidos de lá
No afã da esperteza
Intrigas sem sabedorias
Os de cá, sem indiferenças.
Até parecem Darwiano: seleção natural!
Ou seria mero estado de necessidade?
Sabedorias nenhumas!
Lá ou Cá?
Não! Lá e cá!
Espertezas, mesmo!
Sem jeito, tudo jeitinho!
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CINEOLHAR
Super/Man: A História de Christopher Reeve é
um documentário que explora a ascensão
meteórica de Reeve ao estrelato com sua
interpretação icônica de Superman, e como
sua vida se transformou após um acidente que
o deixou tetraplégico. A partir de imagens de
arquivo e registros inéditos, o longa revela a
trajetória do ator, desde seu papel definitivo
como Clark Kent/Superman, que redefiniu os
super-heróis no cinema e seu envolvimento
em diversos projetos cinematográficos. Após
o acidente, Reeve tornou-se um líder
carismático na luta pela cura de lesões na Super/Man: A história de Christopher Reeve -
2024 - 1h 44min
medula espinhal e um defensor incansável dos Direção: Ian Bonhôte, Peter Ettedgui
direitos das pessoas com deficiência, Com: Christopher Reeve, Johnny Carson,
Glenn Close
continuando a atuar e a dirigir filmes. Nos cinemas em 17/10/2024
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NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
Nenhum voto é perdido, cada um deles importa e não deve ser desperdiçado por achar
que esse ou aquele tem mais chance de vitória. Uma eleição, não é uma competição,
muito embora candidatos e eleitores costumem se comportar como se fosse. Uma eleição
é uma disputa que envolve a escolha de um projeto político que pode melhorar ou piorar
a sua qualidade de vida. Escolher votar em alguém por que a pesquisa disse que esse tem
“maior chance”, é desperdiçar a oportunidade de fazer valer os seus desejos, os seus
valores e as suas necessidades como cidadão.
O voto não é um instrumento de troca, de negociação. O voto não pode estar a venda,
nem ser instrumento de brincadeira ou insignificância. Como vimos acima, um voto pode
sim decidir uma eleição, por isso, é essencial observar as propostas, o caráter, as ações
pregressas dos candidatos e avaliar qual a melhor escolha. Busque entender se suas
propostas são viáveis, possíveis ou se são apenas promessas vazias. Uma proposta que
aumente o salário do funcionalismo é sempre bem vinda, mas se um candidato diz que vai
aumentar 60%, 80%, coloque as barbas de molho e veja que tal percentual é algo quase
impossível. Se o candidato promete construir hospitais, clínicas, etc. Reflita se há
necessidade de tais construções, se o dinheiro público (que é seu) será capaz de terminar
a obra e ainda colocar profissionais para trabalhar ali. Muitas vezes reclamamos de
promessas não cumpridas pelos políticos, mas será que as promessas que ajudamos a
eleger tinham condições verdadeiras de ser cumpridas?
.
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NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
Algumas vezes pode parecer que nosso voto não teve o devido valor, principalmente
quando vemos alguém que teve mais votos do que outro e não se elegeu. Isso se dá em
razão do sistema de votação existente no Brasil. Nós temos um sistema que é majoritário
mas também proporcional, ou seja, na eleição para prefeito nas cidades com até 200 mil
eleitores, a eleição se dá em turno único pela maioria simples dos votos; as cidades acima
desse número terão eleição em dois turnos, elegendo-se aquele que tiver mais da metade
dos votos válidos.
Em relação aos vereadores a coisa complica um pouquinho, pois o voto é dado de modo a
garantir que a representação da população no Legislativo seja proporcional à sua força
política. Assim, o voto dado a determinado vereador segue para a coligação ou o partido
e, para determinar se o candidato será eleito ou não, será necessário determinar o
Quociente Eleitoral, que é o número de votos válidos dividido pelo número de vagas na
câmara municipal. A partir daí é calculado o Quociente Partidário, que diz quantas vagas
cada partido/coligação terá direito. Sendo que para ser eleito é preciso obter ao menos
10% do Quociente Eleitoral.
Para exemplificar: Uma cidade tem 10 mil votos válidos e 10 vagas para vereador. 10.000
/10 = 1000, então 1000 será o Quociente Eleitoral. Para saber quantas vagas o partido
terá direito na câmara é só dividir o número de votos deste pelo QE. Vejamos, se um
partido teve 5 mil votos, outro 3 mil e um terceiro 2 mil. O primeiro terá 5 cadeiras, o
segundo partido terá 3 e o último 2 cadeiras. Se um quarto partido obtiver no total
apenas 900 votos, ainda que tenha o candidato mais votado, ficará de fora do legislativo.
Por isso que as vezes vemos um candidato com bem menos votos conseguir se eleger e
outro mais bem votado não.
Vale lembrar que os votos válidos são aqueles que excluem os votos nulos e em branco,
que não possuem valor algum e não contam nesse cálculo. É importante dizer que a
informação de que se houver mais votos nulos e brancos do que votos válidos, a eleição
será anulada e outra terá que ser feita com novos candidatos é uma afirmação falsa. Os
votos nulos e brancos são simplesmente descartados, não causando nenhum efeito
eleitoral.
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NÚMERO 24 SETEMBRO DE 2024
ESPAÇO HQ
Com narrativas cativantes e poderosas, artes deslumbrantes em vários estilos gráficos, as
sugestões da coluna este mês homenageiam esse gênero literário tão querido da espada e
feitiçaria, que é fonte contínua de inspiração para diversas mídias e que costuma render
momentos de extremo prazer e divertimento. Nos quadrinhos não seria diferente.
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