Reflexões Acerca Do Uso de Metodologias Ativas

ANTONIO MENEGHETTI FACULDADE - AMF
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
I CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES
CIÊNCIA E TECNOLOGIAS APLICADAS À EDUCAÇÃO.
REFLEXÕES ACERCA DO USO DE METODOLOGIAS ATIVAS E

LÚDICAS NA FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR: UMA
EXPERIÊNCIA NO PROGRAMA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA,
GEOGRAFIA, UFSM
Autor; Emannuelli de Oliveira Rodrigues. Coautor 1; Ana Clarice Soares Hanauer

Orientador. Sandra Ana Bolfe
EIXO: Relato de prática
O presente relato de experiência da prática pedagógica é resultado da prática como

residente bolsista do Programa Residência Pedagógica, RPR, o qual foi desenvolvido em 2023,
na Escola Estadual de Ensino Médio Santa Marta, localizada no Bairro Nova Santa Marta, zona
oeste da cidade de Santa Maria, RS área periférica da cidade. A referida escola-campo do PRP,
no momento de realização das atividades contava com 45 professores incluindo a equipe
diretiva, os quais atendiam 406 alunos, distribuídos entre anos iniciais, anos finais, ensino
médio diurno, ensino médio noturno e EJA anos finais. A inserção no PRP no contexto escolar
ocorreu no período pós pandêmico evidenciando algumas lacunas sociais e educacionais
existentes para o enfrentamento dos desafios na residência pedagógica. Dentre as atribuições
como residente teve-se a criação de recursos–pedagógicos e a aplicação de diversas
metodologias para auxiliar no processo da aprendizagem dos conteúdos, conceitos, habilidades,
comportamentos e atitudes aos estudantes diante do ensino de geografia em sala de aula. Com
essa perspectiva durante a experiência da prática pedagógica como professora residente na
escola-campo, foram escolhidas abordagens metodológicas ativas e lúdicas. O foco do presente
relato é trazer a reflexão da atividade “Jogo do Planejamento Urbano”, realizado na turma do 8º
ano da escola, sobre a qual se obtiveram resultados positivos na análise e percepção da
formação de futuros docentes.
Justificativa
A realidade dos estudantes da escola-campo foi marcada pelo período pandêmico da

Covid-19. O diagnóstico apresentou nos estudantes diversas dificuldades cognitivas, de
motricidade fina, entre outros aspectos diante do precário contexto socioeconômico da
comunidade escolar que impediu inclusive aulas online durante a pandemia. Dessa maneira,
fez-se necessário repensar metodologias para as atividades didático-pedagógicas que
I Congresso de Iniciação Científica e Formação de Professores

Ciência e Tecnologias Aplicadas à Educação.
Antonio Meneghetti Faculdade - AMF – 04 e 05 de julho de 2024.
minimizem essas lacunas, como: concentração, capacidade de leitura e interpretação de textos,

escrita e socialização. A forma encontrada para a solução dessas dificuldades foi desenvolver
nas aulas de geografia atividades práticas e dinâmicas.
Dessa forma buscamos estimular atitudes práticas, de pensamentos ativos para solucionar
questões reais do cotidiano; na tentativa de envolver e instigar os estudantes. Imersos nessa
perspectiva, Forte e De Melo (2022, p.7) trazem que: “A valorização dos diversos saberes e das
variadas formas de representá-los podem auxiliar na elaboração de novas e mais atrativas
metodologias de ensino [...].” Nessa perspectiva, no planejamento das aulas durante o segundo
semestre, seguindo as orientações de Pontuschka (2009), em que ela fala da importância do
desenho na interpretação e reconhecimento do espaço, se planejou a atividade do jogo do
planejamento urbano.
Objetivos
A elaboração dos objetivos e a proposta metodológica foram norteadas pelo retorno dos
estudantes à escola na pós pandemia Covid-19, os quais centraram-se na reinserção escolar e no
trabalho dirigido para sanar as lacunas referente ao conhecimento geográfico pelo uso de
metodologias ativas e lúdicas.
A atividade proposta visou trabalhar as habilidades e as atitudes dos estudantes na

interpretação textual e social, motricidade, raciocínio espacial e matemático; e a retomada da
leitura e escrita, uma vez que essa prática ficou ausente durante o ensino remoto. Diante do
contexto colocado, o objetivo geral centra-se em relatar a proposta metodológica do Jogo do
Planejamento Urbano, como um dos desafios dos professores residentes do PRP para o
planejamento das aulas diante do contexto pós pandêmico.
Metodologia
O método escolhido articula-se aos objetivos propostos, dessa maneira nos baseamos nos
princípios da metodologia ativa, os quais como ressalta Pereira (2021) trazem o aluno como

foco, central do processo de ensino, dando liberdade ao estudante que por meio da atividade se
torna protagonista de sua formação e tomadas de decisões durante esse processo. Ademais, a
Base Nacional Comum Curricular, BNCC de 2018, também ressalta a importância da
independência, capacidade de escolher, decidir e refletir sobre o mundo.
Assim seguindo recomendações de Ribeiro (2019) o qual traz a maquete como um

elemento de estruturação dos caminhos no processo educativo, adaptamos a ideia não para uma
maquete em si, mas para um desenho que representaria uma cidade tal como uma maquete
representa um local. Os procedimentos da atividade pedagógica tiveram as seguintes etapas: a
problematização do tema e conceitos básicos, em seguida a prática de planejamento urbano
criada e elaborada em forma de jogo pelos estudantes. A regra geral para vencer o jogo sobre o
planejamento urbano, era dar soluções para atender as necessidades dos habitantes da cidade.
Desenvolvimento
A prática didático-pedagógica proposta do “Jogo do Planejamento Urbano” foi

organizada segundo os objetivos, conteúdo e métodos articulados para alcançar resultados que
são relatados com a reflexão de uma professora em formação inicial. As atividades foram
planejadas segundo o tempo das aulas escolares. Para a realização da atividade prática foram
dedicados três períodos (um de geografia e dois CEDIDOS por outra professora). A aula inicial
de um período, foi com explicações dos conceitos diante da contextualização do tema: “
planejamento urbano”.
Ao fim desse período, já com bases e de fruição dos conhecimentos necessários, foi
iniciada a atividade prática, a qual consistia na tarefa de planejar uma cidade, em seus aspectos
básicos e de direitos humanos: saúde, trabalho, comércio, saneamento básico (fornecimento de
água, luz e esgoto), segurança (bombeiros, polícia), recolhimento de lixo dentre outras
necessidades que foram estabelecidas em conversa com a turma. Diante do processo de
construção da cidade, o planejamento era feito em grupos ou individual e representado em
desenho, sobre uma cartolina para os grupos; e em uma folha A4 abas quadriculadas feito
individual. Contudo, visando trabalhar os objetivos estabelecidos, foram estabelecidas regras e
dinâmicas de funcionamento.

Dessa forma, não se trata apenas de desenhar aleatoriamente os elementos, pois eles
seguiam critérios específicos de ordenamento territorial, ou seja, o perímetro atendido, número
de habitantes aceitos (capacidade de pessoas por construção) e incompatibilidades como
exemplo das moradias que não podem estar próximas a áreas de contaminação (casa não
poderia ficar próxima ao lixão ou esgoto), dentre outros parâmetros. O exercício matemático
ficou a critério da proporção e tamanho versus área atendida.
Resultados
Quanto às respostas e produtos finais obtidos, podemos considerar que a atividade

pedagógica foi satisfatória, visto que foi concluída pelo atendimento aos objetivos propostos.
Dos 14 alunos matriculados na turma, apenas 11 frequentavam as aulas, desses 05 concluíram
com êxito a atividade e 06 deixaram inacabada. Sobre esse resultado, já era esperado, visto que
Bandeira (2006) diz que o nível sócio-econômico dos estudantes influenciava
significativamente a ocorrência de comportamentos problemáticos, isso pode ser constatado em
diversas fases desde a resistência em realizar atividades, comportamentos em desacordo com as
diretrizes da escola até a evasão escolar (principalmente em dias chuvosos como foi o caso).
Como resultado final quantitativo, tivemos dois trabalhos sobre a cidade planejada
seguindo a metodologia do “jogo de planejamento urbano”, a atividade foi completamente
realizada em um em grupo e outra de forma individual.
Imagem 1: foto do trabalho individual Imagem 2: foto do trabalho em grupo
Fonte: Autora 2023 Fonte: Autora 2023

Conclusões
A análise e percepção da experiência prática e pedagógica, os estudantes que

participaram da atividade alcançaram os objetivos refletindo na ação dos docentes em formação
inicial. Foi importante para a formação aprender a gerenciar momentos atípicos, e imprevistos
ao planejamento das aulas, até mesmo das dificuldades enfrentadas no cotidiano escolar para os
estudantes como dias de chuva, evasão escolar, resistência frente às atividades e gerenciamento
do tempo.
E quanto a proposição de métodos alternativos de ensino, as práticas executadas

demonstraram limitações, possibilidades, o que permite ao professor descrever e refletir sobre
seus pareceres de avaliação que não se limita para uma ou outra habilidade ou atitude, pois
deve-se considerar o desenvolvimento cognitivo, motora e emocional de cada estudante sendo
ele educando ou educanda. Diante dos resultados dessa experiência creio que foram
efetivamente benéficos para desenvolver o debate, a independência, a liberdade e a capacidade
crítica sobre o espaço e a sociedade alicerçados em conceitos geográficos.
Referências.
BANDEIRA, Marina et al. Comportamentos problemáticos em estudantes do ensino

fundamental: características da ocorrência e relação com habilidades sociais e dificuldades de
aprendizagem. Estudos de Psicologia (Natal), v. 11, p. 199-208, 2006
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.
FORTE, Thiago Silva; DE MELO, Renata Vieira. CARTOGRAFIAS VIVENCIAIS:

CONSIDERAÇÕES E ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO DE CARTOGRAFIA NA
RETOMADA DAS ATIVIDADES ESCOLARES PRESENCIAIS. Julho de 2022.
PEREIRA, Maria Mikael et al. Uso de metodologias ativas para uma aprendizagem
significativa no ensino de geografia. PESQUISAR–Revista de Estudos e Pesquisas em Ensino
de Geografia, v. 8, n. 16, p. 37-52, 2021. Congresso latino americano de ensino de geografia.
Junho de 2021. Acesso em: 25 Ago. 2023..
PONTUSCHKA, Nídia Nacib; PAGANELLI, Tomoko Iyda; CACETE, Núria Hanglei. Para
ensinar e aprender Geografia. 3º edição São Paulo, editora Cortez, 2009.
RIBEIRO, Diego Alves; DE SENA, Carla Cristina Reinaldo Gimenes. MAQUETES

INTERATIVAS COMO RECURSO DIDÁTICO: O ESTUDANTE COMO
PROTAGONISTA. Anais do 14° Encontro Nacional de Prática de Ensino de Geografia:
políticas, linguagens e trajetórias, p. 1411-1421, 2019.


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Autor; Emannuelli de Oliveira Rodrigues. Coautor 1; Ana Clarice Soares Hanauer

EIXO: Relato de prática

O presente relato de experiência da prática pedagógica é resultado da prática como

A realidade dos estudantes da escola-campo foi marcada pelo período pandêmico da

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minimizem essas lacunas, como: concentração, capacidade de leitura e interpretação de textos,

A atividade proposta visou trabalhar as habilidades e as atitudes dos estudantes na

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Assim seguindo recomendações de Ribeiro (2019) o qual traz a maquete como um

A prática didático-pedagógica proposta do “Jogo do Planejamento Urbano” foi

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Quanto às respostas e produtos finais obtidos, podemos considerar que a atividade

Imagem 1: foto do trabalho individual Imagem 2: foto do trabalho em grupo

Fonte: Autora 2023 Fonte: Autora 2023

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A análise e percepção da experiência prática e pedagógica, os estudantes que

E quanto a proposição de métodos alternativos de ensino, as práticas executadas

BANDEIRA, Marina et al. Comportamentos problemáticos em estudantes do ensino

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.

FORTE, Thiago Silva; DE MELO, Renata Vieira. CARTOGRAFIAS VIVENCIAIS:

RIBEIRO, Diego Alves; DE SENA, Carla Cristina Reinaldo Gimenes. MAQUETES

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