Quantica Cap3
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Quantica Cap3
Cinemática e dinâmica
quânticas
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48 CAPÍTULO 3. CINEMÁTICA E DINÂMICA QUÂNTICAS
Note que |hφ0 | ψ 0 i|2 = |hφ | ψi|2 para ambos os mapeamentos, por operadores
lineares e anti-lineares.
Consideremos um operador hermitiano tal que A |φn i = an |φn i no sistema
S. No sistema S0 temos A0 |φ0n i = an |φ0n i. Note que temos o mesmo autovalor
pois transformações de base não alteram os autovalores (valores esperados)
de um operador. Pelo teorema de Wigner |φ0n i = U |φn i então:
A0 U |φn i = an U |φn i , (3.1)
multiplicando à esquerda por U −1 encontramos:
U −1 A0 U |φn i = U −1 an U |φn i , (3.2)
como an é um escalar, comuta com U e encontramos:
U −1 A0 U = A, ou ainda A0 = U AU −1 . (3.3)
Esta é a operação de similaridade definida em §1.2.
Considere, agora, uma família de operadores unitários U (s), que dependem
de um parâmetro contínuo s. Além disso define-se U (0) = 1 e U (s1 + s2 ) =
U (s1 ) U (s2 ). Consideremos que s é um parâmetro infinitesimal tal que valha
a expansão de Taylor:
dU
U (s) = 1 + s + O s2 , (3.4)
ds s=0
3.2. SIMETRIAS NO ESPAÇO-TEMPO 49
dU †
U † = (s) = 1 + s + O s2 , (3.5)
ds s=0
tal que:
dU †
" #
dU
UU = 1 + s
†
+ = 1, (3.6)
ds ds s=0
logo:
dU dU †
+ = 0, (3.7)
ds ds
cuja solução é do tipo:
U (s) = eiKs , (3.8)
com K = K † . Em palavras: o operador que realiza a transformação de um
sistema S para um sistema S0 (seja lá qual for essa transformação) é uma
exponencial de um operador multiplicado por um parâmetro s. Esse operador
K é necessariamente hermitiano e está associado à natureza do parâmetro
s. Veremos mais adiante as características de K e de s e vislumbraremos a
crucial importância desse resultado em M.Q.
ou seja
µ=1
µ=1
λ=1
V = i [H, Q] . (3.33)
porém, por outro lado, Qα |~xi = xα |~xi e também |~xi0 = |~x + ~ai e comparando
encontramos:
Q0 = Q − a1, (3.36)
e também:
[Qα , Pβ ] = iδαβ 1, (3.46)
por comparação podemos supor que a solução para G é Gα = M Qα , porém
não sabemos se ela é única.
Construímos G − M Q que, obviamente, comuta tanto com P quanto
com G. Mas como P e Q formam uma representação irredutível8 , pelo lema
de Schur, os operadores que comutam com ele têm que ser um múltiplo da
identidade, logo:
Gα − M Qα = cα 1, ⇒ Gα = M Qα + cα 1, (3.47)
que é a relação mais genérica possível que podemos obter para Gα . Além
disso, as seguintes relações de comutação:
J = Q × P. (3.51)
Tabela 3.2: Valores das sete constantes fundamentais utilizadas para definir
as unidades do SI.
J = Q × P + S, (3.58)
d
|ψ (t)i = −iH (t) |ψ (t)i , (3.60)
dt
além disso:
(1) (2)
(Ai ⊗ Bj ) |am , bm i = Ai |am i(1) ⊗ Bj |bn i(2) , (3.71)
daí teremos:
Pab {(A = am ) & (B = bn ) |ψ} = |ham , bn | ψi|2 = |ham | ϕi|2 |hbn | φi|2 .
(3.75)
Esta fatorização vale sempre que o estado (não necessariamente puro) satisfaz
|ψi = |ϕi(1) ⊗ |φi(2) , ou ainda ρ = ρ(1) ⊗ ρ(2) , que é a forma mais geral. Estes
tipo de fatorização indica que os estados são não correlacionados, classificação
que será discutida no capítulo 8.
d i
|ψ (t)i = − H (t) |ψ (t)i . (3.76)
dt h̄
Considerando que o sistema está no estado inicial t = t0 , a solução escrita
em termos dos operadores de evolução temporal é:
∂ i
U (t, t0 ) = − H (t) U (t, t0 ) , (3.78)
∂t h̄
sujeita à condição inicial: U (t0 , t0 ) = 1. Se H é hermitiano, U (t, t0 ) é
unitário, ∀t.
A equação admite solução se H independe do tempo:
dρ (t) d
= [U (t, t0 ) ρ (t0 ) U (t, t0 )]
dt dt
dU (t, t0 ) dU † (t, t0 )
" #
= ρ (t0 ) U † (t, t0 ) + U (t, t0 ) ρ (t0 )
dt dt
i i †
= − H (t) U (t, t0 ) ρ (t0 ) U (t, t0 ) + U (t, t0 ) ρ (t0 ) U (t, t0 ) H (t)
† †
h̄ h̄
ih i
= − H (t) ρ (t) − ρ (t) H † (t)
h̄
i
= − [H (t) , ρ (t)] , (3.81)
h̄
pois H é hermitiano. Enquanto 3.76 é a equação de movimento para um
estado puro, 3.81 é a equação de movimento para o caso mais geral do operador
de estado ρ.
Pelos postulados da M.Q., os observáveis físicos estão atrelados às distri-
buições de probabilidade dos observáveis, em especial dos seus valores médios.
A evolução temporal de um observável R é dada por:
dRH (t)
!
i ∂R
= [HH (t) , RH (t)] + , (3.85)
dt h̄ ∂t H
e ( ! )
d hRi i ∂R
= Tr ρ0 [H, RH (t)] + ρ0 . (3.88)
dt h̄ ∂t H
Para estados puros
hRi = hψ (t) |R| ψ (t)i (3.89)
ou
hRi = hψ0 |RH (t)| ψ0 i . (3.90)
e temos que:
[H, U ] = H [1 + isK] − [1 + isK] H = 0. (3.95)
Rearranjando os termos chegamos em:
[H, K] = 0. (3.96)
Da Eq.(3.87), temos
( )
d hKi i ∂K
= Tr ρ (t) [H, K] + ρ (t) . (3.97)
dt h̄ ∂t
3.11 Exercícios
Exercício 3.1 Prove as propriedades de multiplicação do grupo de espaço,
equações (3.11) e (3.12). Veja o apêndice B, e demonstre também a equação
de inversa C.5, na notação das equações (3.11) e (3.12).
Exercício 3.2 Seja A uma matriz quadrada cuja potência An existe ∀n. A
exponencial dessa matriz é definida por:
∞
An
e =
A
(3.99)
X
.
n=0 n!
Exercício 3.6 Considere uma partícula com spin angular interno S na au-
sência de campo externo (§3.5.2)). Demonstre que [S, E0 ] = 0 e que, con-
sequentemente, o termo E0 do hamiltoniano dependerá de S. Utilizando as
regras de comutação, mostre que as relações G = M Q e P = M V permanecem
válidas.