Resumo UTI Neonatal

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Resumo UTI Neonatal

Feito por Helena Azevedo Maffeis - 22020206

● UTI Neonatal: Na instalação de uma unidade de atendimento ao RN e


gestante tem-se seguindo o modelo de 'Sistema de Regionais Integrado e
Hierarquizado'. Este modelo tem implícito a assistência integral à gestante e
ao RN, sendo que a atenção é efetuada dentro do nível hierárquico em que o
caso for indicado. No caso de maternidades, o sistema prevê três níveis com
um adequado sistema de referência e contrarreferência:
1. PRIMÁRIO: será feito o acompanhamento de gestante e RN de baixo risco,
identificando e encaminhando os casos de maior risco para os próximos
níveis de assistência mais complexa.
2. SECUNDÁRIO: acompanhará gestantes e RN de baixo e médio risco,
selecionando e encaminhando casos de maior risco para os Centros mais
habilitados para o seu atendimento
3. TERCIÁRIO: destinado ao atendimentos de gestante e RN de alto risco e de
internação de RN com algumas patologias, transportados de outras unidades
para a Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN).
● A UTI deve ser localizada dentro de uma estrutura hospitalar que
disponha de recursos para o diagnóstico e tratamento de qualquer tipo
de patologia neonatal, incluindo os procedimentos especializados
(cateterismo umbilical e cardíaco, cirurgia neonatal, assistência ventilatória,
monitorização de dados vitais, etc.), próxima do centro cirúrgico e sala de
parto.
● Sala de Admissão do RN (primeiros atendimentos): local onde ocorre a
recepção do RN de partos não contaminados e onde permanecerão em
observação nas primeiras quatro horas de vida. Cada sala deve ter, no
máximo, seis leitos, com área mínima de 2,50m2 por berço
● Sala para RN em Observação (opcional): destinada aos RN com mais de
4 horas de nascimento que, embora não patológicos, estejam por algum
motivo impedidos de fazerem uso do alojamento conjunto. Cada sala
deverá contar com, no máximo, quatro leitos, com área mínima de 2m2 por
berço e distância de 60cm, no mínimo, por leito.
● Sala de Cuidados Intermediários: indicada para RN que precisarão de
tratamento simples (ex: banho de luz por conta de uma icterícia branda) por
problemas não infecciosos, ou para RN que saíram da fase aguda da
doença mas necessitam de cuidados específicos de enfermagem. Cada
sala deve ter, no máximo, seis leitos, com área de 2 a 2,5m2 por berço e
espaço de 60 cm entre os berços.
● Sala de Cuidados Especiais (incluindo Unidade de Tratamento
Intensivo): destinado a RN de alto risco que necessitem de recursos
físicos e humanos especializados para prestação de cuidados médicos
hospitalares constantes. Cada sala deve ter, no mínimo, quatro leitos,
respeitando área mínima de 2,5m2 à 5m2, com espaço mínimo de 80cm
entre berços. → Geralmente necessidade de ultrassom para verificar
hemorragias intracranianas a cada 6 horas ou avaliações cardíacas
(procedimentos não invasivos)
● Isolamento : destinados aos RN com diagnóstico confirmado de
processo infeccioso, conforme as normas da Comissão de Controle de
Infecções Hospitalares (CCIH). Cada sala deve conter seis leitos, no
máximo, área mínima de 2,5m2 por berço e distância mínima de 80cm. Deve
ser considerada a proporção de berços para o total de RN, sendo adequado
um berço de isolamento para cada 20 RN (5% do total de leitos) → Doenças
podem ser pegas de forma intra-útero ou no momento do nascimento
(peri natal)
● É necessário um laboratório especializado que consiga avaliar os
exames feitos pelo RN
● Equipe médica:
1 médico chefe
1 médico plantonista / 24H/ para 100 NASCIMENTOS/ MÊS (deverá estar
presente em todos os partos para realizar a assistência ao RN durante as
24h do dia)
2 médicos diaristas /100 NASCIMENTOS/ MÊS
● Equipe de enfermagem:
A Equipe de Enfermagem da Unidade de Neonatologia deverá permanecer
sob a supervisão constante de uma enfermeira com treinamento específico
em neonatologia. Todo o pessoal auxiliar deve ser submetido a treinamento
prévio e mantido em atualização constante e fixo no setor.
Cuidados intermediários: A equipe de enfermagem deverá contar com, no
mínimo, um elemento para cada quatro RN por plantão.( 8 RN = 2
enfermeiras)
Cuidados especiais: A equipe de enfermagem deverá contar com um
elemento para cada um ou dois RN, no máximo, por plantão.
● Outros profissionais da equipe da unidade neonatal: Assistente social,
fonoaudiólogo, nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta e outros → É
necessário profissionais para amparar a família em caso de óbito
● Indicação para a UTI neonatal:
1. Baixo peso <1500g, grandes (gig → diabete gestacional) ou pequenos
para idade gestacional (pig)
2. Pré-termo (prematuro)
3. Filho de mãe diabética
4. Malformação (necessário investigar possíveis alterações que o bebe
pode ter)
5. Suspeita de infecção congênita;
6. Icterícia não-fisiológica (patológica)
7. Pós-maturidade (42 semanas ou mais)
8. Asfixia perinatal (bebe nasce roxo)
9. Duração do parto ativo: PRIMÍPARA (1º gestação): +24h de trabalho
de parto, MULTÍPARA (2º gestação): + de 12h de trabalho de parto,
Segundo Estágio: + de 2h;
10. Anomalias congênitas importantes
11. Anemia Aguda;
12. Síndrome Hemorrágicas;
13. Convulsões;
14. Pré e pós-operatório;
15. Prolapso de Cordão Umbilical;
16. Sofrimento fetal crônico, subagudo, ou agudo;
17. Placenta prévia ou descolamento de placenta;
18. Parto difícil ou tocotraumatismo;
19. Gravidez múltipla;
20. Parto cesárea (observação);
21. Parto pélvico (observação);
22. Oligo e polidrâmio;
23. Membrana Hialina ou outra dificuldade respiratória;
24. Sespis;
25. Doença hemolítica;
26. Cardiopatia congênita;
27. RN sintomático.
● Casos que devem ir para a sala de isolamento:
1. Transmissão aérea: Varicela, herpes zoster disseminado ou
localizado em imunossuprimido ou Sarampo.
2. Transmissão por gotícula: Doença invasiva por meningococo.
3. Transmissão por contato: Herpes simples; Rubéola congênita;
● Precauções padrão: Desacompanhado da mãe, casos em que acharam o
bebe no lixo por exemplo (isolamento para nascidos fora do hospital)

Sobre o desenvolvimento:
● 12ª semana de gravidez: O feto preenche todo o útero.
● 14ª semana: O sexo pode ser identificado.
● 16ª à 20ª semana: A gestante costuma sentir pela primeira vez os
movimentos do feto. A mulher que já teve outra gravidez costuma sentir os
movimentos duas semanas antes das mulheres na primeira gestação.
● 24ª semana: O feto tem chance de sobreviver fora do útero

Sistema sensório-motor do recém nascido:


● A boca do RN é apropriada para a função de sucção
● Língua grande versus cavidade oral
● Posição lingual no palato duro com o objetivo de expandir o palato e o arco
dental
● Lábios e mandíbula flexíveis
● Lábio inferior evertido
● Lábio superior neutro
● Musculatura orbicular em leve contração mantém o selamento labial na
mama
● Mandíbula retraída: crescimento discreto talvez por oposição ao tórax no
útero
● Bochechas Sucking pads:
1. Aumentando a espessura da parede, protegem contra o colapso das
bochechas durante a pressão.
2. Apoiam a língua lateralmente, mantendo a língua com as bordas
elevadas na linha média.
3. Os RNs até podem lateralizar a língua quando estimulados mas não
usa este movimento na função até a introdução dos sólidos.
4. Bucinadores: comprimem as bochechas quando ativadas para manter
o contato entre a bochecha e a mama durante a amamentação.
5. Com o crescimento ocorre redução das almofadas e o alimento pode
se deslocar lateralmente

Desenvolvimento das funções durante a gestação:


● 18-20 semanas: 1as sucções
● 11-13 semanas: papilas gustativas
● 12 semanas: primeiras deglutições isoladas
● Entre 18 e 24 semanas: suckling ou movimento lingual ântero posterior
● Entre 22 e 24 semanas: Deglutições consistentes
● 28 semanas: canolamento lingual
● Entre 26 e 28 semanas: aparecimento da gustação, indicando que as
● vias entre papilas gustativas e músculos faciais estão estabelecidas. Essa
sensação gustativa aumenta a frequência de deglutição
● 29 semanas: deglutições mais maduras
● 32 semanas: reflexo de procura; sucção é rápida com baixa amplitude e não
relacionada à deglutição; presença de grupos/pausas;
● 34 semanas: coordenação sucção/deglutição;
● 35 a 40 semanas: maturação progressiva qualitativa de um padrão rítmico do
processo de alimentação. Ingestão de 450 mLs de líquido amniótico.
Neurodesenvolvimento durante a gestação:
● O tronco cerebral mostra mielinização entre 18 e 24 semanas.
● Muitos nervos cranianos se mielinizam entre 20 e 24 semanas ( dentre eles,
o III, o IV, o VI, o VII, o IX e o XII), o que coincide portanto com a abertura e o
fechamento mandibular, com movimentos linguais anteriores e sucção em
exames de USG após 18 semanas.
● O pico da sinaptogênese ocorre entre 34 e 36 semanas.
● Entre 35 e 38 semanas a sucção nutritiva está madura o suficiente para
garantir as funções integrativas de sucção
Tronco encefálico tem mielinização (condução nervosa fica mais adequada)
entre 18º e 24º semana de gestação → Formação dos pares cranianos:
5º (trigêmeo = parte motora e sensitiva)
7º (facial = musculatura motora e parte sensitiva da língua)
9º (glossofaríngeo = parte posterior da língua)
10º (vago = ramificações importantes para funções vitais)
12º (hipoglosso = parte motora da língua )
⇒ Estes pares de nervo cranianos são importantes para movimento da lingua e
alimentação
⇒Algumas síndromes machucam a bainha de mielina e não deixam o impulso
nervoso passar
⇒ 34/36 semanas: o bebe ja esta apto a realizar sucção, abrir e fechar a boca
⇒ 35/38 semanas: já é capaz de realizar uma sucção nutritiva
⇒ Sucção não nutritiva: Chupeta ou dedo
⇒ Sucção nutritiva: Onde recebe alimento (aleitamento materno ou mamadeira)
⇒ O nenê no peito da mãe pode realizar sucção nutritiva e não nutritiva (quando
não está recebendo o leite)

● No período Neonatal (nascimento até 27 dias) , o bebe está muito frágil em


questões fisiológicas e imunidade e pode sofrer risco econômico, biológico,
cultural e ambiental. As primeiras 48 h são cruciais para avaliação do
neonato

→ A taxa de mortalidade infantil (crianças menores de 1 ano) teve expressiva queda


nas últimas décadas no Brasil, graças às estratégias implementadas pelo governo
federal, como ações para diminuição da pobreza, ampliação da cobertura da
Estratégia Saúde da Família, ampliação das taxas de aleitamento materno
exclusivo, entre outras. Entretanto, a meta de garantir o direito à vida e à saúde a
toda criança brasileira ainda não foi alcançada, persistindo desigualdades regionais
e sociais inaceitáveis. Atualmente, a mortalidade neonatal é responsável por quase
70% das mortes no primeiro ano de vida

Período neonatal: intervalo de tempo que vai do nascimento até o momento em


que a criança atinge 27 dias, 23 horas e 59 minutos.
Período neonatal precoce: intervalo de tempo que vai do nascimento até o
momento em que a criança atinge 6 dias, 23 horas e 59 minutos.
Período neonatal tardio: intervalo de tempo que vai do 7º dia até o
momento em que a criança atinge 27 dias, 23 horas e 59 minutos

Idade gestacional: duração da gestação medida do primeiro dia do último período


normal de menstruação até o nascimento; expressa em dias ou semanas
completos.
Pré-termo: menos do que 37 semanas completas (menos do que 259 dias
completos).
Prematuro tardio: de 34 semanas a 36 e 6/7sem
Termo: de 37 semanas completas até menos de 42 semanas completas (259 a 293
dias).
Pós-termo: 42 semanas completas ou mais (294 dias ou mais)

Idade pós-natal: período de tempo que decorre do nascimento até a data presente.
Idade corrigida: idade pós-natal menos o número de semanas que faltou para
completar 40 semanas . É usada para avaliação do crescimento e desenvolvimento
da criança após o termo.

Critério importante para verificar entrada na UTI:


Peso de nascimento: primeiro peso do recém-nascido (RN) obtido após o
nascimento. Nos casos onde o contato pele a pele da primeira hora de vida foi
estabelecido, realizar a pesagem depois
• Baixo peso: peso ao nascer inferior a 2500 gramas.
• Muito baixo peso: peso ao nascer inferior a 1500 gramas.
• Extremo baixo peso: peso ao nascer inferior a 1000 gramas
→ Bebe GIG geralmente nasce da mãe diabética (que muitas vezes não consegue
amamentar por conta da insulina que bloqueia a prolactina, prejudicando a produção
de leite)

Relação do peso de nascimento com idade gestacional: reflete a qualidade de


crescimento fetal e permite a determinação de risco para problemas perinatais.
O ideal seria colocar o peso de nascimento em gráficos de percentis construídos
com base racial, étnica, sócio econômico-cultural e ambiental semelhantes.

A prematuridade é um dos fatores determinantes mais importantes da mortalidade


infantil. No Brasil, 7,2% dos NVs foram pré-termo em 2010, variando entre 5,6% e
8,2% nas regiões Norte e Sudeste, respectivamente, e 0,8% foi pós-termo.

Disfunções orais: Alterações na postura, no movimento das estruturas orofaciais,


ações da musculatura que podem impactar na fisiologia da sucção
● De acordo com Maria Teresa Sanches, RNs e lactentes saudáveis, sem
complicação clínica e sem intercorrência na amamentação, podem ter
movimentos orais atípicos
● A disfunção oral pode reverter precocemente. Às vezes durante a avaliação
percebemos algo mas no instante seguinte após o estímulo o nenê consegue
fazer a pega correta → Como o movimento não foi aprendido, a resposta ao
estímulo correto é rápida
● Fuunções amadurecem conforme o uso → experiencia inadequada =
aprendizado ocorre de forma errada (ao mamar, bebe se acostuma com o
peito e movimentos são aprendidos via SNC)
● O frênulo curto é um dos motivos que pode causar grandes alterações
● Bicos artificiais acabam desenvolvendo disfunções orais
● O bebe com disfunção oral tem o padrão mordedor (invés de sugar, ele
morde)
● 6 meses = munching (amassamento de comida) → Iniciar com alimento
pastoso (frutas) e ir introduzindo alimentos por vez. Ocorre o sucking, uma
sucção mais voluntária, mais madura
● Confusão de bicos: Quando é dado ao bebe o peito da mãe e a mamadeira,
o movimento de sucção da mamadeira/chupeta é mais fácil e, assim, o bebe
desaprende a sucção necessária para a amamentação
● No momento da amamentação, seria bom a seguinte posição:
1. Barriga com barriga
2. O braço de baixo solto e o de cima apoiado no peito da mãe
3. O movimento de sucção é ondulatório e a pressão intra oral negativa
auxilia na extração de leite
4. A sucking pads ajuda a dar força ao músculo bucinador para a retirada
do leite
5. O rosto redondo e mandíbula mais retraída do bebe auxiliam no
movimento de sucção
● Com o aleitamento materno, a musculatura fica mais harmônica
● Sinal de que o bebe está saciado: Começa a relaxar a mãozinha

Sistema estomatognático no RN:


● Estruturas orais dinâmicas e estáticas que desempenham as funções de
sucção, mastigação, respiração, deglutição, fonação e mímica facial
● As estruturas orais devem estar bem alinhadas para que não ocorra
compensações → O bebe deve estar com a cabeça e tronco alinhados
● Rosto redondo: mandíbula mais retraída auxilia no parto e nos movimentos
mandibulares para mamar (para baixo, para frente, para cima e para trás)
● Crescimento vertical do rosto
● Laringe mais alta
● Epiglote tocando o palato mole: auxilia na pressão IO negativa, junto com o
vedamento labial
● Fossas nasais estreitas
● Língua ocupa a Cavidade Oral
● Sucking pads: estabiliza os movimentos e melhora a pressão IO
● Com os movimentos da mamada, a musculatura fica mais harmônica.
● Língua: pressiona a mama, amplia o espaço IO, extrai leite, aumenta o vácuo
(aumenta a pressão negativa IO).
● Na mamada: canola e eleva as laterais.
● A língua protrui e faz a pega.
● Mandíbula desce e vem para frente
● Língua eleva as bordas laterais para melhor captação
● Mandíbula sobe: pressiona contra o palato, aumento da pressão IO – e leite
sai.
● Mandíbula abaixa: diminui a pressão IO -, o leite vai para trás e com o dorso,
o leite é deglutido.
● Alinhamento da cabeça com o tronco: favorece a pega, a abertura.
● Lábios tensos: não consegue pega correta

O que muda os parâmetros de sucção?


● Volume (na sucção efetiva, com aumento da pressão intra oral negativa, sai
uma maior quantidade de leite)
● Estado de alerta (bebe sonolento não realiza boa sucção)
● Choro (causa extensão corporal e retração de língua)
● IG: Prematuro ou a termo
● Ritmo da sucção não nutritiva e da sucção nutritiva
● Tempo de vida: lactogênese (é o início de formação da secreção láctea,
responsável pela produção e ejeção do leite), antes da apojadura (preparo da
mama para a produção de leite que, geralmente, acontece até cinco dias
após o parto). Neste período, as mamas ficam maiores e bem cheias, por
igual, e algumas vezes quentes. É normal haver um pequeno fluxo de leite,
começando a descer em forma de gotinhas, que é suficiente para o bebê ficar
satisfeito, ou após.

O que causa as disfunções orais?:


● Frênulo curto
● Imaturidade do bebe (não esta preparado para a amamentação e acaba
desenvolvendo movimentos diferentes)
● Secundário ao uso de bicos artificiais
● Dificuldade no parto (alguma sequela)
● Alterações anatômicas
● Alterações neurológicas (disfunção oral ou disfagia? Depende da visão de
cada autor)
● Causas indefinidas
O que é perceptível no bebe que pode indicar disfunção oral?
● Reflexo de busca reduzido
● Abertura oral diminuída
● Tensão oral excessiva
● Sucção com padrão alterado
● Pressão intra oral negativa reduzida
● Ausência de vedamento labial
● Ausência de canolamento de língua
● Baixo ganho de peso
● Ritmo inadequado de sucção

Consequências da disfunção oral:


● Sucção ineficiente ou compensatória
● Dificuldade de pega
● Dor na amamentação por parte da mãe
● Irritabilidade ou estresse na mamada
● Dificuldade de ganho de peso
● Traumas mamilares

Dificuldades secundárias:
● Confusão de bicos
Mamadeira: Menor pressão intra oral, Língua anteriorizada, sem elevação de
ponta para continuar a extração de leite. Eleva o dorso para compensar; Usa
bucinadores de forma compensatória e não usa lábios

● Para adaptar na mama vai dificultar:


◦ Pega (sem uso de lábios, padrão mordedor)
◦ Forma de extração de leite diferente (morde, usa dorso, machuca a mama)
◦ Forma de elasticidade dos bicos
◦ Diferente sabor, cheiro, elasticidade e adaptação.

Copo:
● O movimento de leite, extraído do copo é diferente
● Em avaliação: uso maior dos supra hióideos
● Lábios diferentes
● Língua mais anteriorizada
● Mais próximo do selo materno do que a mamadeira

Frênulo lingual alterado


● Dorso de língua pressiona o mamilo e não o seio todo
● Língua não eleva
● Não há extração suficiente de leite
● Tensão labial (para compensar)
● Padrão mordedor
● Não abre muito a boca
● Dorso elevado
● Aumento da tensão do mentual e do bucinador.

Após Frenotomia:
● Não oferecer o bico de mamadeira nas próximas 48 horas
● Oferecer o seio o mais breve possível
● Cicatrização: colocar para mamar, para a língua movimentar
● Não se deve acelerar a cicatrização com laser: aumento da vascularização

Amamentação e aleitamento materno:

Amamentação:
● Dificuldades para o aleitamento materno:
1. Propaganda da alimentação artificial
2. Ausência de informações por parte de profissionais da saúde
3. Falta de apoio familiar
4. Dificuldade no aconselhamento para a amamentação
5. Cultura de bicos e mamadeiras
6. Mitos sobre a amamentação materna
7. Dificuldade de empregadores frente ao cumprimento das leis
● 3 pilares para aumentar a taxa de amamentação:
1. proteção
2. promoção
3. apoio ao aleitamento materno
● Políticas de apoio e incentivo ao AM:
1. Iniciativa hospital amigo da criança
2. Rede internacional em defesa do direito alimentar
3. Método mãe canguru
4. Rede cegonha
5. Semanas de aleitamento materno
6. Salas de apoio à amamentação

● Como auxiliar:
1. Dar informações para segurança da mãe, fazendo com que siga o AM,
mesmo com os diversos obstáculos que aparecem.
2. OMS: equipe de saúde tenha habilidades relacionadas ao acolhimento
das mães; à atenção cuidadosa à escuta sobre a amamentação
(expectativas e desejos); incentivar a troca de experiências; promover
a confiança e autoestima das mães; tirar mitos negativos sobre a
amamentação
● Assistência pré natal:
1. Início nas UBSs
2. Prevenção de doenças, recuperação da saúde e humanização do
atendimento
3. Acolhimento: não centrado na doença, mas na pessoa
4. Estreita a relação dos profissionais das áreas da saúde com as
gestantes, e auxilia para troca de informações e experiências entre as
mães
5. Escuta e diálogo auxiliam na construção de vínculos
6. Orientações sobre vantagens do aleitamento materno; posicionamento
e pega correta; preparação das mamas; tempo da AME.
7. Uso de manual para informações às gestantes
8. Com a vivência da mãe de forma positiva, a mesma sente-se
encorajada a manter a AE
● Assistência pós parto:
1. Passo 1 IHAC: Na sala de parto, iniciar a amamentação na primeira
meia ora após o nascimento (vinculo mãe-bebe reduz estresse do RA,
mantem o bebe aquecido e aumenta a duração da amamentação).
Estimular contato mãe-bebê, toque, aconchego e olhar no AM →
ações da equipe de saúde com orientações.
Passo 2 IHAC: Observar a díade mãe-bebê
Durante e após a mamada, observar e identificar o posicionamento,
pega ordenha, interação mãe e bebê, (como segura no colo, toque
físico, contato visual) e avaliar as condições gerais das mamas e dos
mamilos. Bebê sonolento: não responde e não devemos colocar para
mamar → O nível de atenção é fundamental para uma boa
amamentação
2. Mãe e bebês confortáveis no momento da amamentação: bebê voltado
para frente, com a barriga em contato com a barriga da mãe,
posicionar a boca do bebê no mamilo
● Orientações:
1. Oferecer estímulos gustativos e táteis para iniciar o aleitamento e a
sucção
2. Sucção: queixo deve tocar a mama ,lábios voltados para fora com
vedamento labial, canolamento de língua e movimentos mandibulares
Método Canguru:

● Alta hospitalar precoce e o acompanhamento ambulatorial se tornaria um dos


pilares fundamentais no atendimento dessas crianças, que no domicílio
deveriam continuar sendo mantidas em contato pele a pele com a mãe na
posição canguru
● Alternativa ao cuidado neonatal convencional para bebês de baixo peso ao
nascer.
● Objetivo: alta para recém-nascidos de baixo peso frente a falta de
incubadoras, infecções cruzadas, ausência de recursos tecnológicos,
desmame precoce, altas taxas de mortalidade neonatal e abandono materno.
● A posição canguru consiste em manter o recém-nascido de baixo peso
ligeiramente vestido, na posição vertical, contra o peito do pai ou da mãe.
● O bebê deve ficar na posição canguru, ‘amarrado’ entre os seios da mãe, dia
e noite
● A mãe pode comer e passear com o bebê. Quando a mãe for tomar banho
ou usar o banheiro, o bebê pode ser colocado na cama. Neste momento,
lembrar de ligar o aquecedor do quarto
● A mãe aquece o bebe com o seu corpo. O contato é direto da pele do bebê
com a pele da mãe e a roupa só atrapalha. Então o bebê deve ficar somente
com fraldas, meias e gorro.
● Roupas, mantas e cobertores protegem mas não aquecem o bebê, que pode
ficar frio (hipotermia), não engordar e ficar doente.
● O prematuro às vezes ‘esquece’ de respirar (apnéia). Quando está no
canguru, a respiração da mãe lembra o bebe de respirar durante todo o
tempo
● O prematuro regurgita muito e na posição Canguru fica mais protegido de se
engasgar com o vômito. Depois que o bebê mamar fique com ele na posição,
sentada por meia hora.
● Quando o bebê for colocado na cama, não deve ficar diretamente sobre o
colchão. → Deve-se usar um travesseiro ou cobertor dobrado, para que ele
fique elevado.
● Depois de mamar, o bebê deve ficar deitado de lado apoiado em um rolinho
ou travesseiro para não se virar, isto evita que ele se engasgue quando
regurgitar.
● A mãe deve: dormir com o bebê amarrado na posição canguru e dormir em
posição sentada.
● O bebê nunca deve dormir na cama ao lado da mãe e nem livre sobre a mãe.
Os riscos de acidente são reais.

⇒ Bebe prematuro usa sonda orogástrica pois só sabe respirar pelo nariz e sua
narina tem passagem muito estreita dificultando passagem da sonda nasal

Etapas do método Canguru:

1. Gravida de alto risco é informada da possibilidade do bebe precisar da UTI


Neonatal. Bebe entubado, com sinais vitais estáveis, é encaminhado para
método canguru
2. Mãe pode ficar 24 horas com o bebe
3. Da alta até o bebe conseguir 2,5 Kg a mãe é acompanhada por uma equipe
de atendimento domiciliar e, após atingir a meta, é acompanhada de tempos
em tempos na atenção básica → Importância da unidade básica de saúde
acompanhando o bebe e orientando a mãe até o bebe chegar a 2,5 KG.
Quem decide a alta do método canguru é o próprio bebe, que começa a
empurrar com o pézinho

Fisiologia da amamentação:

Areolas: Tubérculos de Montgomery são uma combinação de glândulas


sebáceas e glândulas mamárias que aumentam de tamanho durante a gestação e
lactação. Sua função é a proteção materna, minimização do efeito de atrito e
preventivo para invasão patogenica

● A flexibilidade do complexo areolomamilar pode dificultar que o bebe faça


uma pega correta
● Mamilos largos e densos podem ser mais difíceis de deformar e comprimir;
Como o ebe faz a pega? Como o seio se adapta na cavidade oral do bebe?
Disfunções orais, tempo, crescimento, lactogênese.
● Movimentos compensatórios na amamentação vão resultar em disfunções
orais
● Até 6 meses é possível fazer uma frenotomia caso o bebe tenha língua presa
para facilitar a mamada. Após 6 meses é realizada a frenectomia com auxílio
de anestesia no centro cirúrgico
● Logo após a frenotomia, colocar o bebe para mamar no peito e ficar 48 horas
sem bico artificial. Senão o bebe aprende a sugar com a lingua solta em bico
artificial, aprendendo um padrão de sucção incorreto
● No copinho o bebe suga melhor que a mamadeira mas continua não sendo
tão bom quanto o bico do peito da mãe

Ductos:
● Transporta o leite das glândulas mamárias e levam o leite até bico
● São superficiais e facilmente comprimidos
● Apresentam dilatação durante a ejeção de leite
● Não há correlação entre o número de ductos e o diâmetro do mamilo
● Mais alargados saem mais leite
● Na ausência do reflexo de ejeção (bebe suga e esvazia o seio), apenas
retira-se 1-10ml

⇒ Com a mão em formato de C no seio levar o bico até a boca da criança caso
necessário
⇒ Criança com fenilcetonúria (acúmulo de aminoácidos no corpo) não pode mamar
o leite materno

Fisiologia das mamas


● puberdade: Mama do menino e da menina desenvolvem-se de forma similar
até a puberdade
● estrogênio secretado pelo ovário, fato de crescimento secretado pela hipófise
e insulina estimulam o alongamento e a ramificação do sistema de glândulas
mamárias
● A secreção da progesterona no ciclo ovulatório desenvolve as glândulas
mamárias
● Gestação: Mamogênese crescimento da mama na gravidez → O tamanho
das mamas não está associado com quantidade de produção de leite
● Lactogênese 1: Inicia na metade da gestação até o 2º dia pós parto. O
estrógeno inibe os receptores de prolactina e progesterona inibe a síntese e
secreção de lactose. Na gravidez, o alvéolo é preenchido pelo colostro
(proteínas necessárias para o bebe) → A cesárea interrompe o processo
natural da lactogênese
● Lactogênese 2: Do 3° ao 8º dia pós parto. Os hormônios gestacionais
diminuem e a prolactina (junto a ocitocina) age sozinha.Começo da produção
de leite, ocorre entre 48h a 72h após o parto após o declínio abrupto da
progesterona com a eliminação da placenta. Fisicamente a mãe pode ter a
sensação de mama cheia e volumosa perto de 30h pós parto
● O atraso na lactogênese maior que 72h tem sido associada a resultados
subótimos na produção de leite → se não produzir em 72h talvez não
produza
● Redução de produção e de duração de aleitamento
● Em mães sabidamente de risco, o bombeamento e cuidado com a extração
precoce do leite tem sido associado a redução de atraso da lactogênese
● FIL: Fator de inibição da lactação → Componente do leite materno que
funciona como um mensageiro de feedback para a hipófise. O aumento de
sua concentração no lúmen do alvéolo revela que a mama está cheia e que a
produção pode ser interrompida. Portanto, quando a mama está vazia, tem
menor quantidade de FIL e a mama “le” que precisa produzir mais.
● Galactopoiese: 9º dia pós parto até a involução da mama (parar de
amamentar). Controle por sistema autócrino, com a manutenção da secreção
do leite (controlada conforme a demanda da retirada do leite). A mama não
produz leite (apenas colostro), apenas armazena. A produção é estabelecida
entre 7 e 14 dias ; 14 de vida é semelhante a produção da 6º semana. As
mamas podem produzir leite de forma diferente. O mais importante para o
desenvolvimento é a quantidade ingerida
Hormônios:
● Ocitocina: Contrai e expulsa o leite da glândula para o ducto, contraindo o
alvéolo e fazendo sair o leite. Atua antes, durante e depois da amamentação.
Possui efeito calmante, deixando mãe e o bebe mais tranquilos. Sensações
de ejeção do leite; Agulhada
● Prolactina: O nível de prolactina que a mulher tem medido no exame não é
proporcional necessariamente à quantidade de leite produzida pela nutriz. A
taxa de prolactina na gestante e na lactante é aproximadamente 10 vezes
maior do que na mulher não gestante. Na sexta semana após o par to, este
nível de prolactina cai.

Reflexo de ejeção de leite:


● Reflexo neuroendócrino desencadeado por estimulação do mamilo
● Gera impulsos neurais para o hipotálamo que libera a ocitocina no sangue da
mãe
● Ocitocina viaja pelo sangue até a glândula mamária, causando a contração
das células mioepiteliais que abraçam os alvéolos expulsando o leite em
direção ao sistema de ductos
● Esse processo gera dilatação dos ductos e aumento da pressão positiva
interna. Em média começa em 60 seg simultaneamente nos 2 seios. Pode
durar entre 45s e 3,5 min.

Benefícios do contato pele a pele:


● Fornece ao bebê a proteção que ele precisa para se autorregular e se
adaptar melhor à vida fora do útero.
● Permite que os reflexos naturais de procura do seio e de pega aflorem
naturalmente.
● Ajuda o bebê a se aquecer e manter uma temperatura corporal mais estável
● Ajuda o bebê a regular a sua respiração e a frequência cardíaca
● Relaxa o bebê, ele fica mais calmo
● Colonização do bebê pela microbiota materna, com proteção contra infecções
e uma melhor adaptação à vida fora do útero
● Permite aprimorar a autorregulação do bebê 15
● Diminuição do estresse
● Melhora o desenvolvimento motor e cognitivos dos bebês

Benefícios do alojamento conjunto:


● Mães em alojamento conjunto tem mais leite, amamentam mais e
amamentam exclusivamente mais frequentemente devido à proximidade de
contato físico.
● As mães passam a entender melhor as dicas que os bebês dão sobre si
mesmo; desenvolvem confiança e apresentam aleitamento materno exclusivo
mais frequentemente.

Sobre a triagem Neonatal:


● Os exames de triagem neonatal, são realizados em recém-nascidos de 0 a
28 dias
● O Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), inclui:
1. Teste do pezinho
2. Teste da linguinha
3. Teste da orelhinha
4. Teste do olhinho
5. Teste do coraçãozinho
● Visam identificar os recém-nascidos assintomáticos com doenças congênitas,
permitindo uma intervenção eficaz o mais rápido possível
● Teste do pézinho: Possui 5 fases e tem como principal objetivo promover a
prevenção de distúrbios metabólicos,
1. Neste teste podemos encontrar doenças como: Fenilcetonúria, fibrose
cística e hipotireoidismo congênito
2. Sua realização é recomendada entre o terceiro e o quinto dia de vida
do RN, o qual é realizada a coleta de algumas gotas de sangue do
calcanhar do RN e são despejadas em um papel específico com filtro.
3. Para realizar este exame, o neonato deve estar a mais de 48 horas
com fonte de alimentação proteica,
● Teste do olhinho: Seu principal objetivo é detectar doenças oculares que
podem causar cegueira e diagnosticar precocemente condições que afetam
gravemente a visão.
1. Uma luz direta é projetada na pupila dilatada e gera um reflexo
vermelho - alaranjado, indicando que o eixo óptico está livre de
obstruções.
2. Detecta doenças como catarata , toxoplasmose , descolamento de
retina e tumores
● Teste do coraçãozinho: Padrão ouro na identificação de patologias
cardiovasculares (identifica cardiopatias congênitas)
1. Tipos de Cardiopatias Congênitas (CC): são classificadas em quatro
tipos principais, aquelas que aumentam o fluxo sanguíneo para os
pulmões; que bloqueiam o fluxo sanguíneo do coração; que diminuem
o fluxo pulmonar; e as que causam cianose e misturas de fluxo
sanguíneo.
2. Realizado através da oximetria de pulso e deve ser combinado com o
exame físico; em casos de alteração é realizado um ecocardiograma
para um diagnóstico mais preciso.
● Teste da orelhinha: permite a identificação e suspeita de perda auditiva,
seguida pela confirmação diagnóstica, intervenção médica e reabilitação.
1. deve ser feito entre 24 e 48 horas após o nascimento, ainda na
maternidade, ou até o bebê completar um mês de vida.
2. os procedimentos recomendados são as Emissões Otoacústicas
Evocadas (EOA) ou o Potencial Evocado Auditivo de Tronco
Encefálico em modo automático (PEATEa), a depender da presença
ou ausência de indicadores de risco para a deficiência auditiva.
Teste da linguinha: Diagnosticar e tratar precocemente a anquiloglossia.
1. Anquiloglossia: Popularmente conhecida como língua presa, é causada por
frênulo curto ou espessado, limitando os movimentos da língua e
prejudicando a fala.
2. Avaliação: história clínica, exame clínico e observação das funções orais
(sucção e deglutição).
3. A frenotomia (corte do frênulo) é comum em recém-nascidos.
4. A frenectomia (remoção completa) é indicada para pré-escolares e adultos.

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