1 Projeto de VIDA Existencialilsmo
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O existencialismo, como escola filosófica, foi uma resposta aos pensadores anteriores que
exaltavam a razão como única forma de apreensão de conhecimento. Assim como o movimento
romântico, na literatura, o existencialismo também é a expressão da crise da razão e da
subjetividade.
Como investigação filosófica, o existencialismo é uma crítica às filosofias sistemáticas e uma
crítica ao enrijecimento da academia ao tratar das questões filosóficas e humanas. Para eles, as
filosofias sistemáticas eram demasiadamente abstratas e não conseguiam expressar, de fato, a
experiência humana em sua concretude.
Entre os anos de 1940 e 1950, o existencialismo atua como uma resposta à crise existencial a
qual a humanidade se viu submetida durante e após os eventos da 2ª Guerra Mundial. Por isso,
tornou-se, também, um movimento intelectual, que não se limitou à filosofia e atingiu outros meios,
como a arte – na literatura, no teatro e no cinema.
Características
As principais críticas do existencialismo são relativas aos pensadores racionalistas e aos
idealistas. Na filosofia existencialista, a razão não é capaz de solucionar todos os problemas
impostos pela realidade, a essência humana não é concebida como uma categoria pré-determinada
e o que realmente importa é entender a existência e tudo o que circunspecta o existir humano.
A existência precede a essência: isso significa dizer que primeiro nós existimos e, depois,
construímos nossa essência a partir de nossas vivências.
Autonomia moral: ou seja, a noção de que agimos sempre por uma escolha e devemos arcar
com as responsabilidades de tal escolha. A liberdade é uma prática, não é apenas um conceito
abstrato e passivo.
Busca pelo sentido e pelo significado: uma vez que não existe um sentido pré-determinado
no mundo, é preciso que os homens atribuam, por si mesmos, sentido às coisas em sua
cotidianidade.
Sujeito ativo: segundo o existencialismo, o sujeito deve agir e buscar enfrentar os problemas
postos pela realidade, deve, também, construir a vida a partir de sua própria consciência,
superando suas limitações. Para os existencialistas, o homem não pode assumir um papel
passivo diante de vi e do mundo. O homem é, portanto, um sujeito para-si e não em-si.
Sartre: Jean-Paul Sartre, nasceu em Paris em junho de 1905 e morreu em abril de 1980, foi um
filósofo e escritor francês. Suas obras filosóficas mais importantes são: O ser e o nada: ensaio de
uma ontologia fenomenológica (1943), A imaginação (1936), Ensaios: O existencialismo é um
humanismo (1946) e Crítica da razão dialética (1960).
É de Sartre a frase “a existência precede a essência”, como explicado acima, isso significa dizer
que o sujeito não é concebido por uma série de pré-determinações que constituem seu ser. Ao
contrário, o sujeito só é a partir do momento em que ele se faz presente no mundo e se realiza, ou
seja, a partir do momento em que ele existe. Antes de existir, o homem não é nada.
Também é de Sartre a frase “o homem é condenado a ser livre […] Condenado porque não se
criou a si próprio; no entanto, livre, porque uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo
quanto fizer.” Para o filósofo, a liberdade é o grande tema da existência. Essa liberdade, no entanto,
não está isenta de responsabilidade, pois o homem é responsável por seus atos e escolhas. A
experiência da liberdade também provoca a angústia, assim como para Kierkegaard.
Kierkegaard: Søren Aaybe Kierkegaard foi um filósofo e teólogo dinamarquês, nasceu em 1813
e morreu em 1855, em Copenhague. Suas principais obras são: Enten-Eller – Ou isto, ou aquilo –
(1843), Temor e Tremor (1843), O Conceito de Angústia (1844) e O Desespero Humano (1849).
A grande finalidade da filosofia de Kierkegaard foi definir o que é a existência humana, por isso é
considerado por alguns como o pai do existencialismo. Suas ideias mais conhecidas são a defesa da
verdade subjetiva e o tema da liberdade. Teceu grandes críticas a Hegel, porque entendia que o
homem é um ser da subjetividade, ou seja, não faz parte de um sistema, como propunha a filosofia
hegeliana. Assim como os demais existencialistas, também criticou o racionalismo e os filósofos que
viam, na razão, a possibilidade se solucionar todos os problemas da existência.
Kierkegaard dizia que “a angústia é a vertigem da liberdade”. A liberdade também é um tema
central, entretanto, é abordada pela perspectiva da angústia. Para ele, a verdadeira liberdade só é
realmente possível se houver angústia, pois é a angústia que guia o homem, é ela que lhe apresenta
as suas possibilidades de escolha.
Na filosofia de Kierkegaard, o homem é um eterno vir-a-ser, está sempre em construção,
justamente porque ele é capaz de escolher, de agir diante dos problemas do mundo e de se
responsabilizar por essas ações.
Simone de Beauvoir: Simone de Beauvoir (1908-1986) foi uma filósofa, escritora e feminista
francesa, nasceu em Paris em 1908 e morreu em 1986. Sua principal obra é O Segundo Sexo
(1949).
A famosa frase “não se nasce mulher: torna-se” é dela. Simone de Beauvoir usou o tema da
liberdade para falar da luta pela liberdade das mulheres. Nessa frase, podemos ver o postulado
existencialista de que a existência precede a essência, considerando que nascer mulher seria a
essência. Como a essência (ou seja, ser mulher) não é algo dado e pré-determinado, é preciso
tornar-se, é preciso construir sua essência a partir das vivências experienciadas ao longo da vida.
A base de seu pensamento está em criticar o pensamento tradicional machista que coloca o ser
humano diretamente relacionado ao homem e o toma como parâmetro, delegando às mulheres os
papeis marginais e subalternos, como se fossem seres inferiores ou menos capazes.
Para Simone de Beauvoir, portanto, o gênero não é inerente ao ser humano, é um papel
socialmente adquirido. A filósofa francesa é uma das teóricas cujo pensamento fundamenta o
feminismo do século XX.
RESUMO:
Para os filósofos existencialistas, a essência humana é construída durante sua vivência, a partir de sua
experiência no mundo e de suas escolhas, uma vez que possui liberdade incondicional.
Em outras palavras, a corrente existencialista prega que o ser humano é um ser que possui toda a
responsabilidade por meio de suas ações. Assim, ele cria ao longo sua vida um sentido para sua própria
existência.
Para os existencialistas, a vida humana é baseada na angústia, no absurdo e na náusea causada pela vida não
possuir um sentido para além da própria existência.
A partir da autonomia moral e existencial, fazemos escolhas na vida e traçamos caminhos e planos. Nesse
caso, toda escolha implicará numa perda ou em várias, dentre muitas possibilidades que nos são postas.
Assim, para os existencialistas, a liberdade de escolha é o elemento gerador, no qual ninguém e nem nada
pode ser responsável pelos encaminhamentos da vida. Os indivíduos são seres "para-si", livres e plenamente
responsáveis.