1 Projeto de VIDA Existencialilsmo

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Atividade 2 de Projeto de Vida: Existencialismo

Texto 1 – O existencialismo é uma escola filosófica, um modo de investigação filosófica e,


também, um movimento intelectual que teve início no século XIX e se popularizou no século
XX, sobretudo nos anos de 1940 e 1950. O grande problema para o existencialismo, como o
próprio nome sugere, é a existência humana, com foco na experiência do indivíduo que
pensa, age e sente.
O existencialismo é uma corrente filosófica conhecida por trabalhar os temas da existência
humana, como a liberdade e a angústia. Teve início no século XIX, mas se popularizou com
os filósofos franceses do século XX.
O Existencialismo difundiu-se como o pensamento mais radical a respeito do homem na época
contemporânea. Surgiu com o pensador dinamarquês Kierkegaard e alcançou seu apogeu
após a Segunda Grande Guerra, nos anos cinquenta e sessenta, com Heidegger e Jean-Paul
Sartre.
A corrente existencialista assimilou ainda uma influência da fenomenologia cuja figura principal,
Husserl, já citado, propõe a descrição dos fenômenos tais como eles parecem ser.
Os temas trabalhados pelos filósofos existencialistas são: a angústia existencial, os
problemas sobre o significado, o valor da existência humana e a liberdade. Não é consenso na
comunidade filosófica sobre quem seria o primeiro filósofo existencialista, alguns atribuem o título a
Kierkegaard, já outros, a Sartre. Mais filósofos existencialistas conhecidos são: Nietzsche,
Sartre, Merleau-Ponty, Simone de Beauvoir e Camus.

O existencialismo sofreu influência da fenomenologia (fenômenos do mundo e da mente),


cuja existência precede a essência, sendo dividido em duas vertentes:
 existencialismo ateu: negam a existência de uma natureza humana.

 existencialismo cristão: essência humana corresponde um atributo de Deus.

O existencialismo, como escola filosófica, foi uma resposta aos pensadores anteriores que
exaltavam a razão como única forma de apreensão de conhecimento. Assim como o movimento
romântico, na literatura, o existencialismo também é a expressão da crise da razão e da
subjetividade.
Como investigação filosófica, o existencialismo é uma crítica às filosofias sistemáticas e uma
crítica ao enrijecimento da academia ao tratar das questões filosóficas e humanas. Para eles, as
filosofias sistemáticas eram demasiadamente abstratas e não conseguiam expressar, de fato, a
experiência humana em sua concretude.
Entre os anos de 1940 e 1950, o existencialismo atua como uma resposta à crise existencial a
qual a humanidade se viu submetida durante e após os eventos da 2ª Guerra Mundial. Por isso,
tornou-se, também, um movimento intelectual, que não se limitou à filosofia e atingiu outros meios,
como a arte – na literatura, no teatro e no cinema.

Características
As principais críticas do existencialismo são relativas aos pensadores racionalistas e aos
idealistas. Na filosofia existencialista, a razão não é capaz de solucionar todos os problemas
impostos pela realidade, a essência humana não é concebida como uma categoria pré-determinada
e o que realmente importa é entender a existência e tudo o que circunspecta o existir humano.
 A existência precede a essência: isso significa dizer que primeiro nós existimos e, depois,
construímos nossa essência a partir de nossas vivências.

 Autonomia moral: ou seja, a noção de que agimos sempre por uma escolha e devemos arcar
com as responsabilidades de tal escolha. A liberdade é uma prática, não é apenas um conceito
abstrato e passivo.

 Noção do absurdo: para o existencialismo, o absurdo é a ideia de que não há sentido no


mundo, a não ser o sentido que lhe atribuímos. Essa falta de sentido também contempla a
“injustiça” do mundo. O conceito de absurdo dispõe o entendimento de que não existe um
propósito para a vida, como quer a religião, por exemplo, que compreende o propósito da vida
como o de seguir as ordens de Deus. Viver pelo conceito do absurdo significa, portanto, rejeitar
uma vida que procura um sentido específico para a existência humana, haja vista que não há
nada para se encontrar.

 Busca pelo sentido e pelo significado: uma vez que não existe um sentido pré-determinado
no mundo, é preciso que os homens atribuam, por si mesmos, sentido às coisas em sua
cotidianidade.

 Sujeito ativo: segundo o existencialismo, o sujeito deve agir e buscar enfrentar os problemas
postos pela realidade, deve, também, construir a vida a partir de sua própria consciência,
superando suas limitações. Para os existencialistas, o homem não pode assumir um papel
passivo diante de vi e do mundo. O homem é, portanto, um sujeito para-si e não em-si.

 Angústia existencial: é o conceito que deriva experiência da liberdade e responsabilidade


humana. É o sentimento negativo, causado pela falta de um impeditivo imperativo. O exemplo
clássico é de Kierkegaard, sobre o penhasco. Existe a liberdade de pular, o medo de ter a
vontade de se jogar e o conhecimento de que não há nada que impeça o sujeito de praticar tal
ação. Essa angústia, então, é fruto da própria liberdade.

As principais características do existencialismo, são, portanto, os problemas filosóficos que


concernem à existência humana, como a liberdade e a angústia.

O que é ser uma pessoa existencialista


Uma pessoa existencialista é normalmente associada àquela que se debruça sobre as questões
da existência e que pensa sobre o seu agir. É uma pessoa que entende a sua liberdade e a exerce
sem se eximir das responsabilidades, mas que também carrega uma grande angústia.

Reunindo as sínteses do pensamento de cada um desses filósofos podemos listar os postulados


principais dessa corrente filosófica que são:
1. A primeira é o ser humano enquanto indivíduo, e não com as teorias gerais sobre o homem. Há
uma preocupação com o sentido ou o objetivo das vidas humanas, mais que com verdades
científicas ou metafísicas sobre o universo. Assim, a experiência interior ou subjetiva - e aí está a
influência da fenomenologia - é considerada mais importante do que a verdade "objetiva", um
fundamento igual à da filosofia oriental.
2. O homem não foi planejado por alguém para uma finalidade, como os objetos que o próprio
homem cria, mediante um projeto. O homem se faz em sua própria existência.
3. O mundo, como nós o conhecemos, é irracional e absurdo, ou pelo menos está além de nossa
total compreensão; nenhuma explicação final pode ser dada para o fato de ele ser da maneira que é;
4. A falta de sentido, a liberdade consequente da indeterminação, a ameaça permanente de
sofrimento, da origem à ansiedade, à descrença em si mesmo e ao desespero; há uma ênfase na
liberdade dos indivíduos como a sua propriedade humana distintiva mais importante, da qual não
pode fugir.

Principais autores do existencialismo


Søren Kierkegaard, Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir, Friedrich Nietzsche, Maurice Merleau-
Ponty e Albert Camus.

Sartre: Jean-Paul Sartre, nasceu em Paris em junho de 1905 e morreu em abril de 1980, foi um
filósofo e escritor francês. Suas obras filosóficas mais importantes são: O ser e o nada: ensaio de
uma ontologia fenomenológica (1943), A imaginação (1936), Ensaios: O existencialismo é um
humanismo (1946) e Crítica da razão dialética (1960).
É de Sartre a frase “a existência precede a essência”, como explicado acima, isso significa dizer
que o sujeito não é concebido por uma série de pré-determinações que constituem seu ser. Ao
contrário, o sujeito só é a partir do momento em que ele se faz presente no mundo e se realiza, ou
seja, a partir do momento em que ele existe. Antes de existir, o homem não é nada.
Também é de Sartre a frase “o homem é condenado a ser livre […] Condenado porque não se
criou a si próprio; no entanto, livre, porque uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo
quanto fizer.” Para o filósofo, a liberdade é o grande tema da existência. Essa liberdade, no entanto,
não está isenta de responsabilidade, pois o homem é responsável por seus atos e escolhas. A
experiência da liberdade também provoca a angústia, assim como para Kierkegaard.

Kierkegaard: Søren Aaybe Kierkegaard foi um filósofo e teólogo dinamarquês, nasceu em 1813
e morreu em 1855, em Copenhague. Suas principais obras são: Enten-Eller – Ou isto, ou aquilo –
(1843), Temor e Tremor (1843), O Conceito de Angústia (1844) e O Desespero Humano (1849).
A grande finalidade da filosofia de Kierkegaard foi definir o que é a existência humana, por isso é
considerado por alguns como o pai do existencialismo. Suas ideias mais conhecidas são a defesa da
verdade subjetiva e o tema da liberdade. Teceu grandes críticas a Hegel, porque entendia que o
homem é um ser da subjetividade, ou seja, não faz parte de um sistema, como propunha a filosofia
hegeliana. Assim como os demais existencialistas, também criticou o racionalismo e os filósofos que
viam, na razão, a possibilidade se solucionar todos os problemas da existência.
Kierkegaard dizia que “a angústia é a vertigem da liberdade”. A liberdade também é um tema
central, entretanto, é abordada pela perspectiva da angústia. Para ele, a verdadeira liberdade só é
realmente possível se houver angústia, pois é a angústia que guia o homem, é ela que lhe apresenta
as suas possibilidades de escolha.
Na filosofia de Kierkegaard, o homem é um eterno vir-a-ser, está sempre em construção,
justamente porque ele é capaz de escolher, de agir diante dos problemas do mundo e de se
responsabilizar por essas ações.

Simone de Beauvoir: Simone de Beauvoir (1908-1986) foi uma filósofa, escritora e feminista
francesa, nasceu em Paris em 1908 e morreu em 1986. Sua principal obra é O Segundo Sexo
(1949).
A famosa frase “não se nasce mulher: torna-se” é dela. Simone de Beauvoir usou o tema da
liberdade para falar da luta pela liberdade das mulheres. Nessa frase, podemos ver o postulado
existencialista de que a existência precede a essência, considerando que nascer mulher seria a
essência. Como a essência (ou seja, ser mulher) não é algo dado e pré-determinado, é preciso
tornar-se, é preciso construir sua essência a partir das vivências experienciadas ao longo da vida.
A base de seu pensamento está em criticar o pensamento tradicional machista que coloca o ser
humano diretamente relacionado ao homem e o toma como parâmetro, delegando às mulheres os
papeis marginais e subalternos, como se fossem seres inferiores ou menos capazes.
Para Simone de Beauvoir, portanto, o gênero não é inerente ao ser humano, é um papel
socialmente adquirido. A filósofa francesa é uma das teóricas cujo pensamento fundamenta o
feminismo do século XX.

RESUMO:
Para os filósofos existencialistas, a essência humana é construída durante sua vivência, a partir de sua
experiência no mundo e de suas escolhas, uma vez que possui liberdade incondicional.
Em outras palavras, a corrente existencialista prega que o ser humano é um ser que possui toda a
responsabilidade por meio de suas ações. Assim, ele cria ao longo sua vida um sentido para sua própria
existência.
Para os existencialistas, a vida humana é baseada na angústia, no absurdo e na náusea causada pela vida não
possuir um sentido para além da própria existência.
A partir da autonomia moral e existencial, fazemos escolhas na vida e traçamos caminhos e planos. Nesse
caso, toda escolha implicará numa perda ou em várias, dentre muitas possibilidades que nos são postas.
Assim, para os existencialistas, a liberdade de escolha é o elemento gerador, no qual ninguém e nem nada
pode ser responsável pelos encaminhamentos da vida. Os indivíduos são seres "para-si", livres e plenamente
responsáveis.

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