Reflexões Sobre Envelhecimento

Reflexões sobre o envelhecimento.
Por: Ana Teresa Mendes
1a. Reflexão
Através do nosso corpo tomamos consciência do mundo. A experiência de estar por aqui
se transforma tantas vezes, que podemos sentir como se tivéssemos vivenciado vários
mundos dentro de um só. E em um corpo que do início da vida até aqui se metamorfosea
em muitos outros. E assim, a existência de cada um vai se tornando mais e mais singular.
Com os corpos de bebê, de criança, de adolescente, de adulto, e posteriormente de velhos
(se tivermos a felicidade de alcançarmos a velhice), vamos percebendo, apreendendo e
tentando compreender o mundo, as relações, o espaço que ocupamos e o nosso
movimento no tempo. Vamos aprendendo a enfrentar o escolhido, o inesperado e o
indesejável. É na integração dessas percepções e conhecimentos que vamos criando e
editando a nossa forma de ser e estar na vida. Comigo tem sido assim. É a partir da relação
interpessoal com outros corpos e com o meio, que meu corpo se torna fonte de sentidos e
significados. Quando eu miro no espelho, olho para meu corpo envelhecendo, e não gosto
de algo que vejo refletido, tenho aprendido a ponderar. Pois meu corpo é histórico. Trouxe
consigo para o hoje uma narrativa que tem me ajudado a aceitá-lo com as ranhuras que
as intempéries e o tempo vivido lhe provocaram. Sinto meu corpo como um mapa dos
caminhos que percorri até aqui. E você?

2a. Reflexão
Sabemos do envelhecimento, mas não notamos sua presença até que inesperadamente a
velhice toca na nossa pele, e avisa: Estou morando mais perto e com o tempo venho morar
junto. Conviver com uma mãe anciã permite não só pensar sobre a velhice, mas também,
sentir e se relacionar com ela. Traz mais consciência da condição humana com suas
possibilidades e limitações, ainda que se tenha tido provas disso ao longo de todas as fases
da vida. No dia a dia com uma anciã, abrimos não só os olhos, mas todos os sentidos em
direção à velhice. Será mais difícil sermos pegos de surpresa. Temos a chance de lançar
um olhar cuidadoso sobre o corpo casa, de fazer uma vistoria, reforçar os alicerces,
consertar o telhado e escolher uma mobília confortável para essa convivência. Para uma
vida longa é preferível não fazer o que "dá na telha" e estar bem abrigado em uma casa
corpo preparada pra receber a velhice

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Com os corpos de bebê, de criança, de adolescente, de adulto, e posteriormente de velhos

(se tivermos a felicidade de alcançarmos a velhice), vamos percebendo, apreendendo e

tentando compreender o mundo, as relações, o espaço que ocupamos e o nosso

movimento no tempo. Vamos aprendendo a enfrentar o escolhido, o inesperado e o

indesejável. É na integração dessas percepções e conhecimentos que vamos criando e

caminhos que percorri até aqui. E você?

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