2 - Apostila 515515
2 - Apostila 515515
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PARTE 2
1
CURSO: INSPEÇÃO E MANUTENÇÃO EM VASOS DE PRESSÃO - PARTE 2
Autor: Nestor Ferreira de Carvalho
ASSUNTOS
1. Inspeção de Fabricação
2. Inspeção Dimensional
4. Emissão Acústica
5. Réplica Metalográfica
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1. INSPEÇÃO DE FABRICAÇÃO
1.1. INTRODUÇÃO
Os novos conceitos guiados pelas técnicas da garantia da qualidade fazem com que essa
mão de obra assuma uma importância vital para a sobrevivência de qualquer industria.
A etapa de montagem do produto, nas dependências do cliente, deve ser considerada como
uma extensão da fabricação, a menos dos equipamentos que saem da fábrica prontos e
testados definitivamente. Nesses casos, a montagem no cliente fica resumida as exigências
de transporte, confecção de base adequada e içamento de carga.
Com a finalidade de auditar a qualidade do equipamento que será fabricado, são realizadas
inspeções periodicamente pelo cliente, ou pessoa por ele habilitada, nas instalações da
empresa contratada para o fornecimento do equipamento. Estas inspeções devem ser
executadas desde a fase de projeto até a liberação do equipamento, verificando-se todos os
passos que constituem a fabricação de um vaso de pressão.
Além da inspeção feita pelo cliente, o fabricante deve ter um plano de acompanhamento da
fabricação, de maneira a garantir a qualidade do seu produto, bem como, a rastreabilidade
dos materiais empregados na fabricação. Este plano de inspeção deve ser previamente
aprovado pelo cliente, e contem, no mínimo as seguintes informações: todas as etapas da
fabricação, os procedimentos que serão utilizados, o executante de cada tarefa e os
chamados pontos de espera, pontos em que o processo de fabricação não pode prosseguir
sem que as etapas anteriores sejam aprovadas pelo cliente ou fabricante, conforme
estipulado na aprovação do plano.
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1.2. FASES
1a FASE: Nessa fase o projeto está concluído e o fabricante está se preparando para iniciar
a fabricação.
As principais atribuições do inspetor nessa fase são:
- Verificar se todos os desenhos de fabricação estão aprovados pelo cliente;
- Verificar a conformidade da matéria prima e consumíveis a serem utilizados, com seus
respectivos certificados de composição química e propriedades mecânicas;
- Aprovar os planos de fabricação e inspeção apresentados pelo fabricante, definindo os
pontos de espera.
- Aprovar, certificar ou verificar a adequabilidade da qualificação dos procedimentos de
soldagem, execução e exames não destrutivos a serem empregados;
- Aprovar, certificar ou verificar a qualificação da mão de obra a ser usada para a
soldagem, montagem, inspeção e exames não destrutivos previstos no plano de
fabricação aprovado.
Essa fase exige do inspetor um bom conhecimento dos códigos de construção e exames
destrutivos mais usuais como: tração, dobramento, charpy, etc.
Essa fase exige do inspetor um bom conhecimento dos códigos de construção, exames
não destrutivos e verificações dimensionais.
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1.3. EXIGÊNCIAS DO CÓDIGO ASME
O parágrafo UG-90 da seção VIII do código ASME, relaciona os requisitos mínimos que um
fabricante deve cumprir na fabricação de um vaso de pressão. A seguir esses requisitos
aparecem descritos de maneira resumida.
QUALIFICAÇÃO: Status dado a uma entidade e/ou profissional que tenha demonstrado
capacidade para atender requisitos especificados.
O parágrafo UG-96 da seção VIII do código ASME, relaciona os requisitos mínimos que
devem ser verificados na inspeção de fabricação de um vaso de pressão. A seguir esses
requisitos aparecem descritos de maneira resumida.
B.1. Traçar os eixos dos tampos para servirem como referência da verificação das suas
curvaturas.
B.2. Traçar as linhas de tangência nos tampos para servir como referência da distância
entre tangentes.
B.3. Nivelar o vaso sobre roletes de maneira a possibilitar sua rotação mantendo o
nivelamento. (esse nivelamento costuma ser feito com o emprego de mangueira
d’água).
B.4. Verificar a orientação e rotação dos bocais.
B.5. Verificar a distância entre bocais.
B.6. Verificar a projeção dos bocais em relação ao lado externo e interno do vaso.
B.7. Verificar a elevação dos bocais em relação a linha de tangência do vaso.
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C - VERIFICAÇÕES A SEREM FEITAS APÓS A MONTAGEM DO VASO NA SUA BASE.
De todos os itens descritos acima alguns deles precisam ser verificados novamente após
um tempo de operação, pois as variações estruturais e de processo inerentes a sucessivas
campanhas podem modificá-los de maneira a reduzir a estabilidade e/ou a resistência
mecânica projetada para o vaso. Esses itens estão descritos a seguir:
OBS. As modificações feitas num vaso devem ser inspecionadas, como um novo
equipamento.
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LEGENDA DA FIGURA 1:
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LC
1
LINHA DE TANGÊNCIA
LINHA DE SOLDA
3
4
15
5
7
2
9 11
6
12
LC
17
14
15
LC
19 e 20
16 18
LINHA DE TANGÊNCIA
21
LINHA DE SOLDA
PLANO DE
REFERÊNCIA
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2.2. PRINCIPAIS MEDIDAS DIMENSIONAIS
d
e
SOLDA
O método de medição a ser empregado, bem como as tolerâncias de ovalização das partes
cilíndricas estão descritas no parágrafo UG-80 da seção VIII do código ASME.
Medição: A medição deve ser feita com uma régua de maneira a se determinar os
diâmetros máximo e mínimo do vaso numa mesma cota, fazendo-se no mínimo
três medições. A medição deve ser feita pelo lado interno do vaso. (figura 2).
OBS. Quando a seção transversal passar por uma abertura admite-se um aumento, em
relação ao valor anterior, de 2% do diâmetro da abertura.
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OVALIZAÇÃO
DMAX
DMÍN
Pequenas ovalizações poderão ser críticas em vasos que operam sujeitos à pressão
externa. Por isso as tolerâncias nesses casos são mais severas.
- Quanto a pressão interna: vale o descrito para os vasos submetidos somente a pressão
interna.
- Quanto a pressão externa: é necessária a seguinte medida adicional:
Medição: Deve ser construído um gabarito de medição, com a curvatura da parte do vaso a
ser medida e uma corda igual a duas vezes o comprimento de arco tirado da figura
UG-29.2 do código ASME. (figura 3). Com esse gabarito deve-se medir a folga
entre o gabarito e o casco do vaso, como mostra a figura 4.
Tolerâncias: A folga medida da maneira descrita acima não deve exceder ao valor tirado
da figura UG 80.1 do código ASME. (figura 4).
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FIGURA 3 - Valor máximo do arco na construção de gabarito para medida da ovalização em
vasos submetidos a pressão externa. ( figura UG-29.2 do ASME ).
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AMASSAMENTO
GABARITO
ESPESSURA
GABARITO MEDIDA DA
FOLGA (FIG.5)
RAIO EXTERNO DO
VASO
2 x ARC
(FIG.3)
CONSTRUÇÃO DO GABARITO,
EM GERAL, EM MADEIRA
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FIGURA 5 - Máxima folga admitida na medida da ovalização de vasos submetidos a
pressão externa. (figura UG-80.1 do ASME ).
RESOLUÇÃO
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EXEMPLO 2: Qual a máxima ovalização admissível num vaso construído conforme a divisão
1 da seção VIII do código ASME? Características do vaso:
RESOLUÇÃO
- Da figura5 com: DEXT / ESP = 120 e L / DEXT = 2,1 teremos: E = 0,62 x (ESP) ou
E = 12,4 mm. FOLGA MÁXIMA ADMISSÍVEL
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GABARITO PARA
MEDIR PELO LADO
INTERNO E ≤ 0,0125 Di
Di
OBS.
Di = diâmetro interno.
De = diâmetro externo. E 0,00625 De
E = folga medida. De
2.2.4. VERTICALIDADE
a) Para colunas de esferas: como especificado no projeto; caso não haja, adotar o
seguinte:
3 mm x [comprimento da coluna, em metros / 3], mas nunca maior do que 10 mm.
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3. CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO DOS EXAMES NÃO DESTRUTIVOS
3.1. INTRODUÇÃO
São considerados exames não destrutivos todo exame que realizado sobre peças semi-
acabadas não prejudicam nem interferem com o uso futuro da mesma.
A principal utilização dos exames não destrutivos (END), em vasos de pressão, é na
garantia da qualidade de solda. Por isso, os critérios de aceitação descritos a seguir
referem-se a juntas soldadas de vasos de pressão, construídos conforme os requisitos do
código ASME.
A inspeção visual é uma técnica subjetiva executada com uso da visão auxiliada ou não por
instrumentos ópticos.
É o exame não destrutivo mais empregado por ser simples, fácil de aplicar, rápido e de
baixo custo.
A inspeção visual deve ser feita como prescrito na norma Petrobrás N-1597. O código
ASME não considera a inspeção visual como um exame não destrutivo.
O exame com líquido penetrante deve ser efetuado de acordo com o apêndice 8, quando o
vaso é projetado pela divisão 1, ou artigo 9-2 quando for usada a divisão 2, da seção VIII do
ASME.
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3. Quatro ou mais indicações arredondadas, cuja maior dimensão, de todas elas, sejam
menor do que 1,5 mm, separadas a uma distância menor ou igual a 1,5 mm, medidos de
borda a borda.
Todas as indicações não aceitas são consideradas defeitos e devem ser removidas, as
cavidades recuperadas com solda e a inspeção refeita, usando o mesmo critério de
aceitação.
O exame com partículas magnéticas deve ser efetuado de acordo com o apêndice 6,
quando o vaso é projetado pela divisão 1, ou pelo artigo 9-1 quando for usada a divisão 2,
da seção VIII do ASME.
OBS. Esse critério de aceitação é igual ao descrito acima para líquido penetrante.
Todas as indicações não aceitas são consideradas defeitos e devem ser removidas, as
cavidades recuperadas com solda e a inspeção refeita, usando o mesmo critério de
aceitação.
3.2.4. Radiográfico
O método radiográfico é um exame não destrutivo que utiliza raios X ou gama para detectar
a presença de descontinuidades e defeitos superficiais ou sub-superficiais em qualquer
material metálico. As maiores restrições para o método radiográfico são: a segurança
humana e peças ou partes de equipamentos de dimensões complicadas.
Todas as juntas soldadas, a serem radiografadas, devem ser examinadas de acordo com o
artigo 2 da seção V do código ASME.
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O critério a ser empregado deverá ser como descrito no parágrafo UW-51, para soldas com
requisitos de exame total, ou UW-52 quando o exame for por amostragem, para vasos
projetados pela divisão 1.
Nos vasos projetados pela divisão 2 o exame radiográfico deve atender aos requisitos do
artigo I-5 da divisão 2.
a) Todas as juntas de topo em cascos ou calotas de vasos com substâncias letais (gases
ou líquidos que quando inalados, misturados ou não com o ar, são perigosos para a
vida);
b) Todas as juntas de topo em cascos ou calotas de vasos em que a espessura nominal
for maior ou igual a 38 mm; ou excederem os valores da tabela UCS-57. (tabela 2);
c) Todas as juntas de topo em casco ou calotas de caldeiras não sujeitas a fogo, quando a
pressão de projeto exceder a 3 Kgf/cm2;
d) Todas as juntas de topo de bocais, carretel de comunicação etc., soldados em casco ou
calotas de vasos em que é requerido radiografia total;
e) Conforme requerido na tabela UW 12 (tabela 15 da parte 1)
OBS.: Os vasos que operam com temperatura inferior a - 29º C estão sujeitos a regras
adicionais.
A tabela 3 mostra a diferença entre radiografia total, parcial e por amostragem (spot
radiography).
TIPO DE CRITÉRIO DE
EXTENSÃO RADIOGRAFADA
RADIOGRAFIA ACEITAÇÃO
TOTAL TODO A JUNTA SOLDADA CONFORME UW-51
150 mm + AS INTERSEÇÕES COM
PARCIAL CONFORME UW-51
SOLDAS DE CATEGORIA A
PRIMEIROS 15 m DE SOLDA + 1
POR
RADIOGRAFIA A CADA 15 m DE CONFORME UW-52
AMOSTRAGEM
SOLDA
TABELA 3 - Tipos de radiografia, conforme o código ASME.
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O critério de aceitação para exame radiográfico de juntas soldadas de vasos de pressão,
descrito no parágrafo UW-51 está resumido a seguir:
TAMANHO MÁXIMO
ESPESSURA ACEITÁVEL EM mm TAMANHO MÁXIMO DE
RADIOGRAFADA INDICAÇÕES NÃO
(mm) INDICAÇÃO INDICAÇÃO RELEVANTES EM mm
ALEATÓRIA ISOLADA
até 3,2 1/4 t 1/3 t 1/10 t
3,2 0,8 1,1 0,4
4,7 1,2 1,6 0,4
6,4 1,6 2,1 0,4
7,9 2,0 2,6 0,8
9,5 2,3 3,2 0,8
11,1 2,8 3,7 0,8
12,7 3,2 4,1 0,8
14,3 3,6 4,8 0,8
15,9 4,0 5,3 0,8
17,5 4,0 5,8 0,8
19,1 a 50,8 4,0 6,4 0,8
acima de 50,8 4,0 9,5 1,6
OBS. t = espessura mais fina da junta radiografada.
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L1 L3 L4 L5
L2
1. Deve ser feita no mínimo uma radiografia a cada 15 metros de solda de cada soldador.
Quando dois ou mais soldadores fazem a mesma solda, essa radiografia é válida para
ambos os soldadores.
2. O comprimento mínimo da cada radiografia é de 15 cm.
3. Devem ser usados os critérios de aceitação descritos a seguir:
a) Todo tipo de trinca, falta de fusão ou de penetração não são aceitas.
b) Inclusões de escória isoladas com comprimento maior do que 2/3 de (e). Para todas
as espessuras, indicações menores do que 6,0 mm são aceita e maiores do que 19
mm não são aceitas. (e = espessura da chapa mais fina da junta soldada).
Indicações
c) Inclusões de escória em linha são aceitas se a soma do comprimento de todas elas
forem inferiores a (e), num comprimento 6 (e) e se as escórias estiverem separadas
de no mínimo 3L, onde L é o comprimento da maior escória. (e = espessura da
chapa mais fina da junta soldada).
d) Indicações arredondadas não são fator de rejeição.
4. Reteste:
4.1. Para cada radiografia reprovada devem ser tiradas mais 2 radiografias de no mínimo
15 cm, na mesma solda da radiografia reprovada.
4.2. Se essas 2 radiografias adicionais, mais as radiografias do reparo efetuado forem
aprovadas o trecho de solda, representado por essas radiografias, também está
aprovado.
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4.3. Se qualquer uma das 2 radiografias adicionais for reprovada, o trecho de solda,
representado por essa radiografia, deve ser totalmente refeito e sujeito a radiografia
como uma nova solda.
3.2.5. Ultra-Som
O parágrafo UW51 (a) (4), do ASME seção VIII divisão 1, permite que a radiografia seja
substituída por ultrassom em chapas com espessura acima de 6,0 mm.
O critério de aceitação para exame de ultra-som nos vasos de pressão, está descrito no
apêndice 12 da divisão 1, seção VIII do código ASME e resumido a seguir.
b) Toda indicação caracterizada como trinca, falta de fusão ou falta de penetração será
recusada, independentemente da extensão da indicação.
O método de dureza utilizado é importante, pois a conversão de uma medida para outra,
como Brinell para Rockwell C, pode levar um erro de até 10% para muitos materiais.
a) Calibração do equipamento;
b) Escala utilizada;
c) Distâncias entre impressão;
d) Acabamento superficial;
e) Espessura da peça;
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a) Auxiliar na identificação de material;
b) Controle de qualidade de procedimento de soldagem;
c) Ajudar na avaliação da susceptibilidade à corrosão sob tensão;
d) Auxiliar na pesquisa de alterações metalúrgicas.
O exame de dureza deve ser conduzido de acordo com o parágrafo 4.1.2. do ASTM E-10 e
empregado aparelho portátil de medição como o telebrinell ou equipamento similar.
4. EMISSÃO ACÚSTICA
SINAL DETECTADO
MATERIAL SENSOR
PROCESSADOR
ELETRÔNICO
FONTE ONDAS
- SOLICITAÇÃO
A grande diferença entre esse exame e os exames não destrutivos convencionais, como
raios X e ultra-som é o caráter passivo da técnica da emissão acústica, isto é, detectar os
sinais emitidos pela estrutura sem nada introduzir nela.
No exame por emissão acústica, nem todas as descontinuidades serão detectadas, pois
somente as fontes ativas entram em processo de fratura, à medida que a peça ou estrutura
for solicitada mecanicamente.
O exame de emissão acústica necessita, portanto que o equipamento a ser testado seja
carregado mecanicamente, de tal forma que ative os processos de fratura nos defeitos
existentes. Se, por acaso, o nível de tensões aplicado ao equipamento não for
suficientemente alto para ativar os defeitos, o mesmo será considerado não crítico e
portanto, aceitável para aquela condição de carregamento.
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4.2. FONTES DE EMISSÃO
Os sinais de emissão acústica podem ser classificados em: contínuos e abruptos, conforme
a figura 11.
A A
M M
P P
L L
I I
T T
U U
D D
E E
TEMPO
SINAL CONTÍNUO TEMPO SINAL ABRUPTO
Os fatores que provocam sinal abrupto são: aços de alta resistência, anisotropia,
heterogeneidades, grandes espessuras, fraturas com características frágeis, baixas
temperaturas, propagação de trincas, materiais fundidos, granulação grosseira, etc.
Os fatores que provocam sinal contínuo são: aços de baixa resistência, isotropia,
homogeneidade, pequenas espessuras, fraturas dúcteis, altas temperaturas, materiais
forjados ou laminados, granulação fina, etc.
CONECTOR
AMORTECEDOR
ELETRODO
CRISTAL PIEZOELÉCTRICO
1
Piezoeléctrico = fenômeno observado em cristais anisótropos nos quais deformações mecânicas provocam polarização
elétricas seguindo determinadas direções.
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4.4. ACOPLAMENTO DOS SENSORES
SOLDA DE ACOPLANTE
UNIÃO SENSOR
VASO
VERTICAL
BARRA DE AÇO
CARBONO USINADA
ISOLAMENTO TÉRMICO
DO VASO
Se a tensão para formar ou propagar um defeito não é atingida na primeira solicitação, isto
também não ocorrerá no recarregamento até o mesmo valor, não gerando emissão
acústica. No caso em que o primeiro carregamento produza propagações estáveis da trinca,
no segundo carregamento, só voltarão a ocorrer novos incrementos com tensões maiores.
Isto é válido para os metais.
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- A emissão acústica só indicou o início de propagação de trincas com grande
comprimento. Fazendo-se uma correlação dos resultados obtidos no início de
propagação de uma trinca nos corpos de prova com uma esfera contendo uma
espessura de 38 mm, construída em ASTM-A516 gr. 60, em teste hidrostático com 18
Kgf/cm2, o teste indicaria o início de propagação de uma trinca com 15 mm de
profundidade e 35 mm de comprimento.
- Os sensores da emissão acústica indicaram o instante em que o corpo de prova estava
prestes a romper.
Conclusões:
1. Os sinais produzidos por trincas são de baixa intensidade, por isso sua detecção pelos
sensores da emissão acústica não é boa.
3. A técnica da emissão acústica é boa, mas precisa ter seus parâmetros de indicação
reavaliados para terem aplicação em vasos de pressão metálicos.
Introdução:
- Por quê alguns vasos de pressão operam muitos anos com uma trinca e nada
acontece?
- Entre 75 e 82 nos Estados Unidos e Europa foram feitos diversos exames de emissão
acústica em vasos de pressão e foram detectadas trincas que nuclearam de defeitos de
fabricação e montagem.
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2. As propagações de trincas em vasos de pressão são de grandes amplitudes e
podem ser perfeitamente identificadas pelo exame de emissão acústica tradicional.
Explicações de Dunegan:
Em corpos de prova a carga é aumentada até que a trinca se propague. Enquanto que, em
um vaso de pressão, submetido a uma pressão interna, a carga é bem mais baixa e a trinca
vai se propagar apenas se houver uma intensificação de tensões junto a sua ponta, ou seja,
o comportamento do metal, próximo a ponta da trinca, terá grande interferência na
probabilidade da trinca se propagar.
Caso ocorra uma propagação da trinca, o material ao seu redor terá uma deformação
plástica, que envolve o escorregamento de planos cristalográficos, este emite sinais de
grandes amplitudes.
Conclusões:
Os sinais recebidos por um sensor de emissão acústica durante a propagação de uma trinca
estão associados ao comportamento do metal ao redor do defeito. Portanto, em corpos de
prova onde a propagação de uma trinca não está associada a grandes deformações plástica
do material ao redor da ponta da trinca os sinais serão de baixa amplitude e a emissão
acústica não dará identificação satisfatória da propagação de defeito. - corpos de prova de
materiais dúcteis são silenciosos.
5. RÉPLICA METALOGRÁFICA
Convém esclarecer que os metais, de um modo geral são agregados cristalinos cujos
cristais (perfeitamente justapostos e unidos) tanto podem ser quimicamente idênticos, como
ser de composição química diferente. Esses cristais chamam-se GRÃOS, em virtude de sua
conformação, mas dependendo de suas formas ou aspectos, podem chamar-se de:
nódulos, veios, agulhas, glóbulos, etc.
Com o auxílio de uma técnica apropriada, consegue-se tornar visível a textura microscópica
do material, pondo-se assim em evidência os diversos grãos de que é formado.
A técnica de um ensaio micrográfico corrente pode ser dividida nas seguintes fases:
Deve ser observado também que amostras muito superficiais podem levar o observador a
conclusões irreais, pois podem haver deteriorações superficiais como: descarbonetação,
encruamento, tempera, etc. que modificam as propriedades do metal localmente. Nestes
casos, os resultados não podem ser generalizados para toda a espessura do metal.
Técnicas metalográficas não destrutivas devem ser aplicadas nesses casos. Essas técnicas
podem ser classificadas em dois tipos: a metalografia direta com microscópio de campo e a
retirada de RÉPLICAS METALOGRÁFICAS. Sempre que possível esses dois métodos
devem ser utilizados de forma conjunta, complementando-se.
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O ataque é executado com reativos normais, como o Nital 3 (3% HNO 3 em álcool) e o Picral
2 (2% ácido pícrico em álcool).
Uma orientação sobre como proceder a escolha dos pontos de observação pode ser
encontrada na Prática Recomendada ABCM/CTVP-PR:002-C metalografia de campo.
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LOCAL DE RETIRADA DA
AMOSTRA
CARBONETOS TRINCA
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