0% acharam este documento útil (0 voto)
17 visualizações49 páginas

Lista Português - 46 Questões

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1/ 49

Clique no link abaixo

para COMPRAR com


52% de DESCONTO
+ benefícios:
https://estr.at/EMDesBrasil522_tg
Período simples e período composto

Questão 1 Sintaxe do período simples Português Sintaxe do período composto

TEXTO II

No princípio, era o chão.

No piso do quintal, ladrilhado com cacos de cerâmica vermelha, via um elefante de três pernas, um navio, um homem de
chapéu fumando cachimbo. Na manhã seguinte, as imagens haviam mudado: o homem de chapéu era um bolo mordido; o
elefante, parte de um olho enorme — a tromba, um cílio —; o navio zarpara, deixando para trás apenas cacos de cerâmica
vermelha no piso do quintal.

Na sala, com uma tampa de Bic levantava os tacos soltos para espiar o que se escondia embaixo: uma mosca morta, uma
unha cortada, um grampo — pequenos achados arqueológicos, estudados com perícia através da lupa.

Deitado, a bochecha colada à madeira, sentindo no rosto a brisa fria que sopra ao rés do chão, espiava o vão escuro sob a
cristaleira: a poeira formava tufos, matéria-prima da qual, acreditava, era feito o cobertor cinzento do mendigo da esquina.
Tinha sua lógica: o homem miserável coberto pela manta de pó. Só não compreendia como a sujeira se transformava em
tufo, o tufo em cobertor, e o cobertor ia parar em volta do mendigo. Mais um mistério, entre tantos deste mundo.

No princípio, eram as trevas.

Sentado no meio-fio, cavoucava com um graveto as fendas entre os paralelepípedos, esperando encontrar petróleo, ossos
de dinossauro, tesouros escondidos por piratas, ruínas de extintas civilizações. Enquanto a sorte não vinha, contentava-me
em desenterrar tampinhas enferrujadas, cascos de caramujo, fichas telefônicas; divertia-me desalojando minhocas, formigas
e tatus-bola. Não respeitava as minhocas: mal saíam da terra, começavam a se debater feito loucas. Bicho aflito, mau
exemplo. Não respeitava as formigas: indecisas, iam e vinham; burras, demoravam séculos para entender que bastava
contornar a barreira surgida no meio do caminho (meu cuspe) para chegar lá — aonde quer que estivessem indo. Toda
reverência aos tatus-bola.

Tocava-os de leve para vê-los se fechar em suas esféricas armaduras, depois os rolava para cá e para lá. Um dia, talvez
influenciado pela semelhança visual e fonética entre bolas e balas, tentei comer um deles. Minha mãe (n)o(s) salvou na última
hora, tirando-o da minha boca e devolvendo-o à terra ainda intacto.

Não ficou registrado na crônica familiar se alguma vez, longe da supervisão materna, eu e os tatus-b(a)ola chegamos às vias
de fato.

(Trecho da crônica “Gênesis”. PRATA, Antonio. Nu de Botas. São Paulo: Companhia das Letras, 2013)

Em que opção o termo sublinhado tem o mesmo valor sintático que a oração destacada em “Sentado no meio-fio,
cavoucava com um graveto as fendas entre os paralelepípedos, esperando encontrar petróleo, ossos de dinossauro,
tesouros escondidos por piratas, ruínas de extintas civilizações.”
A Ele era muito atencioso para com todos.

B Dou graças a Deus por isso.

C Não revelei o problema a ninguém.

D O livro do mestre estava esgotado.

E Essa era uma história de arrepiar os cabelos.

4 000056655

Questão 2 Português Sintaxe do período composto Relações de coordenação

Texto 1

SOBREVIVEREMOS NA TERRA?

Tenho interesse pessoal no tempo. Primeiro, meu best-seller chama-se Uma breve história do tempo. Segundo, por ser
alguém que, aos 21 anos, foi informado pelos médicos de que teria apenas mais cinco anos de vida e que completou 76
anos em 2018. Tenho uma aguda e desconfortável consciência da passagem do tempo. Durante a maior parte da minha
vida, convivi com a sensação de que estava fazendo hora extra.

Parece que nosso mundo enfrenta uma instabilidade política maior do que em qualquer outro momento. Uma grande
quantidade de pessoas sente ter cado para trás. Como resultado, temos nos voltado para políticos populistas, com
experiência de governo limitada e cuja capacidade para tomar decisões ponderadas em uma crise ainda está para ser
testada. A Terra sofre ameaças em tantas frentes que é difícil permanecer otimista. Os perigos são grandes e numerosos
demais. O planeta está cando pequeno para nós. Nossos recursos físicos estão se esgotando a uma velocidade alarmante.
A mudança climática foi uma trágica dádiva humana ao planeta. Temperaturas cada vez mais elevadas, redução da calota
polar, desmatamento, superpopulação, doenças, guerras, fome, escassez de água e extermínio de espécies; todos esses
problemas poderiam ser resolvidos, mas até hoje não foram. O aquecimento global está sendo causado por todos nós.
Queremos andar de carro, viajar e desfrutar um padrão de vida melhor. Mas, quando as pessoas se derem conta do que
está acontecendo, pode ser tarde demais.

Estamos no limiar de um período de mudança climática sem precedentes. No entanto, muitos políticos negam a mudança
climática provocada pelo homem, ou a capacidade do homem de revertê-la. O derretimento das calotas polares ártica e
antártica reduz a fração de energia solar re etida de volta no espaço e aumenta ainda mais a temperatura. A mudança
climática pode destruir a Amazônia e outras orestas tropicais, eliminando uma das principais ferramentas para a remoção
do dióxido de carbono da atmosfera. A elevação da temperatura dos oceanos pode provocar a liberação de grandes
quantidades de dióxido de carbono. Ambos os fenômenos aumentariam o efeito estufa e exacerbariam o aquecimento
global, tornando o clima em nosso planeta parecido com o de Vênus: atmosfera escaldante e chuva ácida a uma
temperatura de 250 ºC. A vida humana seria impossível. Precisamos ir além do Protocolo de Kyoto –o acordo internacional
adotado em 1997 – e cortar imediatamente as emissões de carbono. Temos a tecnologia. Só precisamos de vontade
política.

Quando enfrentamos crises parecidas no passado, havia algum outro lugar para colonizar. Estamos cando sem espaço, e o
único lugar para ir são outros mundos. Tenho esperança e fé de que nossa engenhosa raça encontrará uma maneira de
escapar dos sombrios grilhões do planeta e, deste modo, sobreviver ao desastre. A mesma providência talvez não seja
possível para os milhões de outras espécies que vivem na Terra, e isso pesará em nossa consciência.

Mas somos, por natureza, exploradores. Somos motivados pela curiosidade, essa qualidade humana única. Foi a curiosidade
obstinada que levou os exploradores a provar que a Terra não era plana, e é esse mesmo impulso que nos leva a viajar para
as estrelas na velocidade do pensamento, instigando-nos a realmente chegar lá. E sempre que realizamos um grande salto,
como nos pousos lunares, exaltamos a humanidade, unimos povos e nações, introduzimos novas descobertas e novas
tecnologias. Deixar a Terra exige uma abordagem global combinada – todos devem participar.

STEPHENHAWKING (1942-2018)

Adaptado de Breves respostas para grandes questões. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2018.

A reescrita do trecho “Estamos no limiar de um período d e mudança climática sem precedentes. No entanto, muitos
políticos negam a mudança climática provocada pelo homem, ou a capacidade do homem de revertê-la” em um só período
estaria correta sintática e semanticamente em:

A À medida que nos aproximamos de uma mudança climática extremamente severa, sem precedentes, os políticos
negam que ela exista e, quando refletem sobre essa possibilidade, afirmam que o homem será capaz de revertê-
la.

B Para negar a mudança climática a que estamos submetendo o mundo, os políticos negam que ela exista,
afirmando claramente que temos a capacidade de revertê-la.

C Como estamos para entrar em um momento de mudança climática sem precedentes, os políticos negam a sua
existência e afirmam que, caso exista, o homem tem possibilidades de reverter o que causou ao meio ambiente.

D Ainda que muitos políticos neguem a mudança climática provocada pelo homem, ou sua capacidade de revertê-
la, estamos para entrar em um período de mudanças climáticas sem precedentes.

E Mesmo que estejamos para entrar em uma mudança climática sem precedentes, os políticos negam sua
existência e veem, no homem, a capacidade de revertê-la.
4 000026223

Questão 3 Português Sintaxe do período composto Relações de coordenação

Texto I

Figura o anúncio em um jornal que o amigo me mandou, e está assim redigido:

À procura de uma besta. – A partir de 6 de outubro do ano cadente, sumiu-me uma besta vermelho-escura com os
seguintes característicos: calçada e ferrada de todos os membros locomotores, um pequeno quisto na base da orelha
direita e crina dividida em duas seções em consequência de um golpe, cuja extensão pode alcançar de quatro a seis
centímetros, produzido por jumento.

Essa besta, muito domiciliada nas cercanias deste comércio, é muito mansa e boa de sela, e tudo me induz ao cálculo de
que foi roubada, assim que hão sido falhas todas as indagações.

Quem, pois, apreendê-la em qualquer parte e a zer entregue aqui ou pelo menos notícia exata ministrar, será
razoavelmente remunerado. Itambé do Mato Dentro, 19 de novembro de 1899. (a) João Alves Júnior.

Cinquenta e cinco anos depois, prezado João Alves Júnior, tua besta vermelho-escura, mesmo que tenha aparecido, já é
pó no pó. E tu mesmo, se não estou enganado, repousas suavemente no pequeno cemitério de Itambé. Mas teu anúncio
continua um modelo no gênero, se não para ser imitado, ao menos como objeto de admiração literária.

Reparo antes de tudo na limpeza de tua linguagem. Não escreveste apressada e toscamente, como seria de esperar de tua
condição rural. Pressa, não a tiveste, pois o animal desapareceu a 6 de outubro, e só a 19 de novembro recorreste à Cidade
de Itabira. Antes, procedeste a indagações. Falharam. Formulaste depois um raciocínio: houve roubo. Só então pegaste da
pena, e traçaste um belo e nítido retrato da besta.

Não disseste que todos os seus cascos estavam ferrados; preferiste dizê-lo “de todos os seus membros locomotores”.
Nem esqueceste esse pequeno quisto na orelha e essa divisão da crina em duas seções, que teu zelo naturalista e histórico
atribuiu com segurança a um jumento.

Por ser “muito domiciliada nas cercanias deste comércio”, isto é, do povoado e sua feirinha semanal, inferiste que não teria
fugido, mas antes foi roubada. Contudo, não o a rmas em tom peremptório: “tudo me induz a esse cálculo”. Revelas aí a
prudência mineira, que não avança (ou não avançava) aquilo que não seja a evidência mesma. É cálculo, raciocínio,
operação mental e desapaixonada como qualquer outra, e não denúncia formal.

Finalmente – deixando de lado outras excelências de tua prosa útil – a declaração nal: quem a apreender ou pelo menos
“notícia exata ministrar”, será “razoavelmente remunerado”. Não prometes recompensa tentadora; não fazes praça de
generosidade ou largueza; acenas com o razoável, com a justa medida das coisas, que deve prevalecer mesmo no caso de
bestas perdidas e entregues.

Já é muito tarde para sairmos à procura de tua besta, meu caro João Alves do Itambé; entretanto essa criação volta a
existir, porque soubeste descrevê-la com decoro e propriedade, num dia remoto, e o jornal a guardou e alguém hoje a
descobre, e muitos outros são informados da ocorrência. Se lesses os anúncios de objetos e animais perdidos, na imprensa
de hoje, carias triste. Já não há essa precisão de termos e essa graça no dizer, nem essa moderação nem essa atitude
crítica. Não há, sobretudo, esse amor à tarefa bem-feita, que se pode manifestar até mesmo num anúncio de besta sumida.

(Carlos Drummond de Andrade. Fala, amendoeira, 2012.)

A conjunção isolada por vírgulas no trecho a seguir apresenta qual leitura semântica?

Quem, pois, apreendê-la em qualquer parte e a zer entregue aqui ou pelo menos notícia exata ministrar, será
razoavelmente remunerado. Itambé do Mato Dentro, 19 de novembro de 1899.

A Explicação

B Causa

C Consequência

D Conclusão

E Adição

4 0000254 61

Questão 4 Adjetivas Substantivas Português

Assinale, dentre as alternativas a seguir, aquela em que há oração subordinada com o mesmo valor sintático do termo
destacado em “A festa foi, como se esperava, um sucesso absoluto.”
A É certo que todos irão alcançar seus objetivos no final da jornada.

B Todos sabem o que queremos para a continuidade de nossa vida.

C Ele quer saber se todos poderão participar da aula extra no domingo.

D O certo é ficarmos atentos aos sinais da banca examinadora nesses dias.

E A melhor forma de encontrarmos uma saída é essa: ficarmos em casa isolados.

Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 000066195

Questão 5 Orações reduzidas Português Sintaxe do período composto

Sem folia, sem feriado: como será o carnaval em 2021

Aline Pellegrini21 de jan de 2021(atualizado 29/01/2021 às 18h07)

Festa tradicional foi suspensa no país. Parte dos estados e dos municípios decidiu também cancelar os dias de descanso em
fevereiro. Blocos e músicos tentam promover alternativas virtuais

Originalmente prevista para começar em 13 de fevereiro, a comemoração do carnaval de 2021 foi adiada em todo o país. Se
mantidas, as gigantescas aglomerações geradas pela festa seriam como “bombas” de contágio do novo coronavírus.

Ao mesmo tempo, as folgas de segunda e terça-feira de carnaval – que caem nos dias 16 e 17 de fevereiro em 2021 – foram
cancelados pela maioria dos estados. Pela lei, a festa não é um feriado nacional, mas um ponto facultativo. Ou seja, estados
e municípios têm autonomia para decidir sobre a folga.

No início do ano, o governo federal chegou a se comprometer a manter o feriado. Em 11 de janeiro, Gilson Machado,
ministro do Turismo, orientou os brasileiros a não cancelar planos de viagens. Dias antes, em sua live de 7 de janeiro, o
presidente Jair Bolsonaro errou ao afirmar que o feriado integrava uma lei federal e que ele pretendia manter a folga.

Na Câmara dos Deputados tramita um projeto de lei que transforma os dias 12 e 13 de julho em feriado nacional, para a
celebração do carnaval. O autor da proposta, Dr. Luiz Antônio Teixeira Jr (PP), acredita que, na data, grande parte da
população brasileira já vai estar imunizada contra o novo coronavírus – uma perspectiva que agora parece distante da
realidade.

Com mais de 1.500 blocos e pouco menos de 400 mil habitantes, Olinda possui um dos carnavais mais tradicionais do país,
que, assim como o da vizinha Recife, foi cancelado por meio de um decreto. Na quinta-feira (28), o governo estadual
suspendeu o ponto facultativo e não haverá feriado em Pernambuco nos dias 15 e 16 de fevereiro.

SÃO PAULO

A cidade brasileira que mais reuniu foliões na festa de 2020 —foram cerca de 15 milhões de pessoas, segundo a prefeitura
— cancelou na sexta-feira (29) o ponto facultativo. O feriado fica suspenso nos dias 15, 16 e 17 de fevereiro.

BELO HORIZONTE

A capital mineira suspendeu o feriado de carnaval, que deve ser transferido para uma nova data ainda não divulgada. O
prefeito Alexandre Kalil (PSD) afirmou que vai se basear no que for decidido pelos governos do Rio de Janeiro e da Bahia.

SALVADOR
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), a rmou que não vai estimular qualquer atividade festiva no estado e que, portanto, o
feriado não está mantido. O feriado também foi cancelado no estado. Em 2020, cerca de 3 milhões de pessoas
acompanharam os trios elétricos da capital Salvador.

Matéria completa disponível em:https://www.nexojornal.com.br/expresso/2021/01/21/Sem-folia-sem-feriado-como-


ser%C3%A1-o-carnaval-em-2021

Em qual alternativa a oração destacada no período “Se mantidas, as gigantescas aglomerações geradas pela festa seriam
como “bombas” de contágio do novo coronavírus” apresenta reescritura correta sintática e semanticamente do original?

A Por terem sido mantidas

B Caso fossem mantidas

C Ainda que venham a ser mantidas

D Caso venham a ser mantidas

E Como foram mantidas

4 000027910

Questão 6 Português Sintaxe do período composto Período simples e período composto

Perdoando Deus

Eu ia andando pela Avenida Copacabana e olhava distraída edifícios, nesga de mar, pessoas, sem pensar em nada. Ainda não
percebera que na verdade não estava distraída, estava era de uma atenção sem esforço, estava sendo uma coisa muito rara:
livre. Via tudo, e à toa. Pouco a pouco é que fui percebendo que estava
percebendo as coisas. Minha liberdade então se intensi cou um pouco mais, sem deixar de ser liberdade. Não era tour de
propriétaire, nada daquilo era meu, nem eu queria. Mas parece-me que me sentia satisfeita com o que via.

Tive então um sentimento de que nunca ouvi falar. Por puro carinho, eu me senti a mãe de Deus, que era a Terra, o mundo.
Por puro carinho, mesmo, sem nenhuma prepotência ou glória, sem o menor senso de superioridade ou igualdade, eu era
por carinho a mãe do que existe. Soube também que se tudo isso “fosse mesmo” o que eu sentia – e não possivelmente um
equívoco de sentimento – que Deus sem nenhum orgulho e nenhuma pequenez se deixaria acarinhar, e sem nenhum
compromisso comigo. Ser-Lhe-ia aceitável a intimidade com que eu fazia carinho. O sentimento era novo para mim, mas
muito certo, e não ocorrera antes apenas
porque não tinha podido ser. Sei que se ama ao que é Deus. Com amor grave, amor solene, respeito, medo, e reverência.
Mas nunca tinham me falado de carinho maternal por Ele. E assim como meu carinho por um lho não o reduz, até o alarga,
assim ser mãe do mundo era o meu amor apenas livre.

E foi quando quase pisei num enorme rato morto. Em menos de um segundo estava eu eriçada pelo terror de viver, em
menos de um segundo estilhaçava-me toda em pânico, e controlava como podia o meu mais profundo grito. Quase
correndo de medo, cega entre as pessoas, terminei no outro quarteirão encostada a um
poste, cerrando violentamente os olhos, que não queriam mais ver. Mas a imagem colava-se às pálpebras: um grande rato
ruivo, de cauda enorme, com os pés esmagados, e morto, quieto, ruivo. O meu medo desmesurado de ratos.

Toda trêmula, consegui continuar a viver. Toda perplexa continuei a andar, com a boca infantilizada pela surpresa. Tentei
cortar a conexão entre os dois fatos: o que eu sentira minutos antes e o rato. Mas era inútil. Pelo menos a contiguidade
ligava-os. Os dois fatos tinham ilogicamente um nexo. Espantava-me que um rato
tivesse sido o meu contraponto. E a revolta de súbito me tomou: então não podia eu me entregar desprevenida ao amor?
De que estava Deus querendo me lembrar? Não sou pessoa que precise ser lembrada de que dentro de tudo há o sangue.
Não só não esqueço o sangue de dentro como eu o admito e o quero, sou demais o sangue para esquecer o sangue, e
para mim a palavra espiritual não tem sentido, e nem a palavra terrena tem sentido. Não era preciso ter jogado na minha cara
tão nua um rato. Não naquele instante. Bem poderia ter sido levado em conta o pavor que desde pequena me alucina e
persegue, os ratos já riram de mim, no passado do mundo os ratos já me devoraram com pressa e raiva. Então era assim?,
eu andando pelo mundo sem pedir nada, sem precisar de nada, amando de puro amor inocente, e Deus a me mostrar o seu
rato? A grosseria de Deus me feria e insultava-me. Deus era bruto. Andando com o coração fechado, minha decepção era
tão inconsolável como só em criança fui decepcionada. Continuei andando, procurava esquecer. Mas só me ocorria a
vingança. Mas que
vingança poderia eu contra um Deus Todo-Poderoso, contra um Deus que até com um rato esmagado podia me esmagar?
Minha vulnerabilidade de criatura só. Na minha vontade de vingança nem ao menos eu podia encaráLo, pois eu não sabia
onde é que Ele mais estava, qual seria a coisa onde Ele mais estava e que eu, olhando com raiva essa coisa, eu O visse? no
rato? naquela janela? nas pedras do chão? Em mim é que Ele não estava mais. Em mim é que eu não O via mais.

Então a vingança dos fracos me ocorreu: ah, é assim? pois então não guardarei segredo, e vou contar. Sei que é ignóbil ter
entrado na intimidade de Alguém, e depois contar os segredos, mas vou contar – não conte, só por carinho não conte,
guarde para você mesma as vergonhas Dele – mas vou contar, sim, vou espalhar isso que me aconteceu, dessa vez não vai
ficar por isso mesmo, vou contar o que Ele fez, vou estragar a Sua reputação.

...mas quem sabe, foi porque o mundo também é rato, e eu tinha pensado que já estava pronta para o rato também. Porque
eu me imaginava mais forte. Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as
compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama
verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.

É porque eu não quis o amor solene, sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em
oferenda. E é também porque sempre fui de brigar muito, meu modo é brigando. É porque sempre tento chegar pelo meu
modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu quero amar o que eu
amaria – e não o que é. É porque ainda não sou eu mesma, e então o castigo é amar um mundo que não é ele. É também
porque eu me ofendo à toa. É porque talvez eu precise que me digam com brutalidade, pois sou muito teimosa.

É porque sou muito possessiva e então me foi perguntado com alguma ironia se eu também queria o rato para mim. É
porque só poderei ser mãe das coisas quando puder pegar um rato na mão. Sei que nunca poderei pegar num rato sem
morrer de minha pior morte. Então, pois, que eu use o magni cat que entoa às cegas sobre o que não se sabe nem vê. E
que eu use o formalismo que me afasta. Porque o formalismo não tem ferido a minha simplicidade, e sim o meu orgulho,
pois é pelo orgulho de ter nascido que me sinto tão íntima do mundo, mas este mundo que eu ainda extraí de mim de um
grito mudo. Porque o rato existe tanto quanto eu, e talvez nem eu nem o rato sejamos para ser vistos por nós mesmos, a
distância nos iguala. Talvez eu tenha que aceitar antes de mais nada esta minha natureza que quer a morte de um rato.

Talvez eu me ache delicada demais apenas porque não cometi os meus crimes. Só porque contive os meus crimes, eu me
acho de amor inocente. Talvez eu não possa olhar o rato enquanto não olhar sem lividez esta minha alma que é apenas
contida. Talvez eu tenha que chamar de “mundo” esse meu modo de ser um
pouco de tudo. Como posso amar a grandeza do mundo se não posso amar o tamanho de minha natureza? Enquanto eu
imaginar que “Deus” é bom só porque eu sou ruim, não estarei amando a nada: será apenas o meu modo de me acusar. Eu,
que sem nem ao menos ter me percorrido toda, já escolhi amar o meu contrário, e ao meu contrário quero chamar de Deus.
Eu, que jamais me habituarei a mim, estava querendo que o mundo não me escandalizasse. Porque eu, que de mim só
consegui foi me submeter a mim mesma, pois sou tão mais inexorável do que eu, eu estava querendo me compensar de
mim mesma com uma terra menos violenta que eu. Porque enquanto eu amar a um Deus só porque não me quero, serei um
dado marcado, e o jogo de minha vida maior não se fará. Enquanto eu inventar Deus, Ele não existe.
Clarice Lispector, em “Felicidade clandestina”. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Minha liberdade então se intensificou um pouco mais, sem deixar de ser liberdade

Assinale a alternativa cuja oração destacada assume a mesma função sintática que o termo destacado no enunciado.

A Espantava-me que um rato tivesse sido o meu contraponto.

B (...) e eu tinha pensado que já estava pronta para o rato também.

C Talvez eu tenha que aceitar antes de mais nada esta minha natureza

D Enquanto eu imaginar que “Deus” é bom só porque eu sou ruim

E Eu, que sem nem ao menos ter me percorrido toda, já escolhi amar o meu contrário

4 000027653

Questão 7 Português Sintaxe do período composto Relações de coordenação

Um caso de burro

Machado de Assis

Quinta-feira à tarde, pouco mais de três horas, vi uma coisa tão interessante, que determinei logo de começar por ela esta
crônica. Agora, porém, no momento de pegar na pena, receio achar no leitor menor gosto que eu para um espetáculo, que
lhe parecerá vulgar, e porventura torpe. Releve a importância; os gostos não são iguais.

Entre a grade do jardim da Praça Quinze de Novembro e o lugar onde era o antigo passadiço, ao pé dos trilhos de bondes,
estava um burro deitado. O lugar não era próprio para remanso de burros, donde concluí que não estaria deitado, mas caído.
Instantes depois, vimos (eu ia com um amigo), vimos o burro levantar a cabeça e meio corpo. Os ossos furavam-lhe a pele,
os olhos meio mortos fechavam-se de quando em quando. O infeliz cabeceava, mais tão frouxamente, que parecia estar
próximo do fim.

Diante do animal havia algum capim espalhado e uma lata com água. Logo, não foi abandonado inteiramente; alguma
piedade houve no dono ou quem quer que seja que o deixou na praça, com essa última refeição à vista. Não foi pequena
ação. Se o autor dela é homem que leia crônicas, e acaso ler esta, receba daqui um aperto de mão. O burro não comeu do
capim, nem bebeu da água; estava já para outros capins e outras águas, em campos mais largos e eternos. Meia dúzia de
curiosos tinha parado ao pé do animal. Um deles, menino de dez anos, empunhava uma vara, e se não sentia o desejo de dar
com ela na anca do burro para espertá-lo, então eu não sei conhecer meninos, porque ele não estava do lado do pescoço,
mas justamente do lado da anca. Diga-se a verdade; não o fez — ao menos enquanto ali estive, que foram poucos minutos.
Esses poucos minutos, porém, valeram por uma hora ou duas. Se há justiça na Terra valerão por um século, tal foi a
descoberta que me pareceu fazer, e aqui deixo recomendada aos estudiosos.

O que me pareceu, é que o burro fazia exame de consciência. Indiferente aos curiosos, como ao capim e à água, tinha no
olhar a expressão dos meditativos. Era um trabalho interior e profundo. Este remoque popular: por pensar morreu um burro
mostra que o fenômeno foi mal entendido dos que a princípio o viram; o pensamento não é a causa da morte, a morte é
que o torna necessário. Quanto à matéria do pensamento, não há dúvidas que é o exame da consciência. Agora, qual foi o
exame da consciência daquele burro, é o que presumo ter lido no escasso tempo que ali gastei. Sou outro Champollion,
porventura maior; não decifrei palavras escritas, mas ideias íntimas de criatura que não podia exprimi-las verbalmente.

E diria o burro consigo:


“Por mais que vasculhe a consciência, não acho pecado que mereça remorso. Não furtei, não menti, não matei, não
caluniei, não ofendi nenhuma pessoa. Em toda a minha vida, se dei três coices, foi o mais, isso mesmo antes haver aprendido
maneiras de cidade e de saber o destino do verdadeiro burro, que é apanhar e calar. Quando ao zurro, usei dele como
linguagem. Ultimamente é que percebi que me não entendiam, e continuei a zurrar por ser costume velho, não com ideia de
agravar ninguém. Nunca dei com homem no chão. Quando passei do tílburi ao bonde, houve algumas vezes homem morto
ou pisado na rua, mas a prova de que a culpa não era minha, é que nunca segui o cocheiro na fuga; deixava-me estar
aguardando autoridade.”

“Passando à ordem mais elevada de ações, não acho em mim a menor lembrança de haver pensado sequer na perturbação
da paz pública. Além de ser a minha índole contrária a arruaças, a própria re exão me diz que, não havendo nenhuma
revolução declarado os direitos do burro, tais direitos não existem. Nenhum golpe de estado foi dado em favor dele;
nenhuma coroa os obrigou. Monarquia, democracia, oligarquia, nenhuma forma de governo, teve em conta os interesses da
minha espécie. Qualquer que seja o regime, ronca o pau. O pau é a minha instituição um pouco temperada pela teima que é,
em resumo, o meu único defeito. Quando não teimava, mordia o freio dando assim um bonito exemplo de submissão e
conformidade. Nunca perguntei por sóis nem chuvas; bastava sentir o freguês no tílburi ou o apito do bonde, para sair logo.
Até aqui os males que não fiz; vejamos os bens que pratiquei.”

“A mais de uma aventura amorosa terei servido, levando depressa o tílburi e o namorado à casa da namorada — ou
simplesmente empacando em lugar onde o moço que ia ao bonde podia mirar a moça que estava na janela. Não poucos
devedores terei conduzido para longe de um credor importuno. Ensinei loso a a muita gente, esta loso a que consiste na
gravidade do porte e na quietação dos sentidos. Quando algum homem, desses que chamam patuscos, queria fazer rir Os
amigos, fui sempre em auxílio deles, deixando que me dessem tapas e punhadas na cara. Em fim...”

Não percebi o resto, e fui andando, não menos alvoroçado que pesaroso. Contente da descoberta, não podia furtar-me à
tristeza de ver que um burro tão bom pensador ia morrer. À consideração, porém, de que todos os burros devem ter os
mesmos dotes principais, fez-me ver que os que cavam não seriam menos exemplares do que esse. Por que se não
investigará mais profundamente o moral do burro? Da abelha já se escreveu que é superior ao homem, e da formiga
também, coletivamente falando, isto é, que as suas instituições políticas são superiores às nossas, mais racionais. Por que
não sucederá o mesmo ao burro, que é maior?

Sexta-feira, passando pela Praça Quinze de Novembro, achei o animal já morto.

Dois meninos, parados, contemplavam o cadáver, espetáculo repugnante, mas à infância, como a ciência, é curiosa sem
asco. De tarde já não havia cadáver nem nada. Assim passam os trabalhos deste mundo. Sem exagerar o mérito do nado,
força é dizer que, se ele não inventou a pólvora, também não inventou a dinamite. Já é alguma coisa neste nal de século.
Requiescat in pace.

“Releve a importância; os gostos não são iguais.”

Fazendo uso de um conectivo para ligar as orações acima, qual destes explicitaria CORRETAMENTE a relação de sentido
que se estabelece entre as orações?
A Releve a importância, conquanto os gostos não são iguais.

B Releve a importância, porquanto os gostos não são iguais

C Releve a importância, contanto que os gostos não são iguais.

D Releve a importância, enquanto que os gostos não são iguais.

E Releve a importância, tanto que os gostos não são iguais.

Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 00002764 6

Questão 8 Português Sintaxe do período composto Relações de coordenação

Um caso de burro

Machado de Assis

Quinta-feira à tarde, pouco mais de três horas, vi uma coisa tão interessante, que determinei logo de começar por ela esta
crônica. Agora, porém, no momento de pegar na pena, receio achar no leitor menor gosto que eu para um espetáculo, que
lhe parecerá vulgar, e porventura torpe. Releve a importância; os gostos não são iguais.

Entre a grade do jardim da Praça Quinze de Novembro e o lugar onde era o antigo passadiço, ao pé dos trilhos de bondes,
estava um burro deitado. O lugar não era próprio para remanso de burros, donde concluí que não estaria deitado, mas caído.
Instantes depois, vimos (eu ia com um amigo), vimos o burro levantar a cabeça e meio corpo. Os ossos furavam-lhe a pele,
os olhos meio mortos fechavam-se de quando em quando. O infeliz cabeceava, mais tão frouxamente, que parecia estar
próximo do fim.

Diante do animal havia algum capim espalhado e uma lata com água. Logo, não foi abandonado inteiramente; alguma
piedade houve no dono ou quem quer que seja que o deixou na praça, com essa última refeição à vista. Não foi pequena
ação. Se o autor dela é homem que leia crônicas, e acaso ler esta, receba daqui um aperto de mão. O burro não comeu do
capim, nem bebeu da água; estava já para outros capins e outras águas, em campos mais largos e eternos. Meia dúzia de
curiosos tinha parado ao pé do animal. Um deles, menino de dez anos, empunhava uma vara, e se não sentia o desejo de dar
com ela na anca do burro para espertá-lo, então eu não sei conhecer meninos, porque ele não estava do lado do pescoço,
mas justamente do lado da anca. Diga-se a verdade; não o fez — ao menos enquanto ali estive, que foram poucos minutos.
Esses poucos minutos, porém, valeram por uma hora ou duas. Se há justiça na Terra valerão por um século, tal foi a
descoberta que me pareceu fazer, e aqui deixo recomendada aos estudiosos.

O que me pareceu, é que o burro fazia exame de consciência. Indiferente aos curiosos, como ao capim e à água, tinha no
olhar a expressão dos meditativos. Era um trabalho interior e profundo. Este remoque popular: por pensar morreu um burro
mostra que o fenômeno foi mal entendido dos que a princípio o viram; o pensamento não é a causa da morte, a morte é
que o torna necessário. Quanto à matéria do pensamento, não há dúvidas que é o exame da consciência. Agora, qual foi o
exame da consciência daquele burro, é o que presumo ter lido no escasso tempo que ali gastei. Sou outro Champollion,
porventura maior; não decifrei palavras escritas, mas ideias íntimas de criatura que não podia exprimi-las verbalmente.

E diria o burro consigo:

“Por mais que vasculhe a consciência, não acho pecado que mereça remorso. Não furtei, não menti, não matei, não
caluniei, não ofendi nenhuma pessoa. Em toda a minha vida, se dei três coices, foi o mais, isso mesmo antes haver aprendido
maneiras de cidade e de saber o destino do verdadeiro burro, que é apanhar e calar. Quando ao zurro, usei dele como
linguagem. Ultimamente é que percebi que me não entendiam, e continuei a zurrar por ser costume velho, não com ideia de
agravar ninguém. Nunca dei com homem no chão. Quando passei do tílburi ao bonde, houve algumas vezes homem morto
ou pisado na rua, mas a prova de que a culpa não era minha, é que nunca segui o cocheiro na fuga; deixava-me estar
aguardando autoridade.”

“Passando à ordem mais elevada de ações, não acho em mim a menor lembrança de haver pensado sequer na perturbação
da paz pública. Além de ser a minha índole contrária a arruaças, a própria re exão me diz que, não havendo nenhuma
revolução declarado os direitos do burro, tais direitos não existem. Nenhum golpe de estado foi dado em favor dele;
nenhuma coroa os obrigou. Monarquia, democracia, oligarquia, nenhuma forma de governo, teve em conta os interesses da
minha espécie. Qualquer que seja o regime, ronca o pau. O pau é a minha instituição um pouco temperada pela teima que é,
em resumo, o meu único defeito. Quando não teimava, mordia o freio dando assim um bonito exemplo de submissão e
conformidade. Nunca perguntei por sóis nem chuvas; bastava sentir o freguês no tílburi ou o apito do bonde, para sair logo.
Até aqui os males que não fiz; vejamos os bens que pratiquei.”

“A mais de uma aventura amorosa terei servido, levando depressa o tílburi e o namorado à casa da namorada — ou
simplesmente empacando em lugar onde o moço que ia ao bonde podia mirar a moça que estava na janela. Não poucos
devedores terei conduzido para longe de um credor importuno. Ensinei loso a a muita gente, esta loso a que consiste na
gravidade do porte e na quietação dos sentidos. Quando algum homem, desses que chamam patuscos, queria fazer rir Os
amigos, fui sempre em auxílio deles, deixando que me dessem tapas e punhadas na cara. Em fim...”

Não percebi o resto, e fui andando, não menos alvoroçado que pesaroso. Contente da descoberta, não podia furtar-me à
tristeza de ver que um burro tão bom pensador ia morrer. À consideração, porém, de que todos os burros devem ter os
mesmos dotes principais, fez-me ver que os que cavam não seriam menos exemplares do que esse. Por que se não
investigará mais profundamente o moral do burro? Da abelha já se escreveu que é superior ao homem, e da formiga
também, coletivamente falando, isto é, que as suas instituições políticas são superiores às nossas, mais racionais. Por que
não sucederá o mesmo ao burro, que é maior?

Sexta-feira, passando pela Praça Quinze de Novembro, achei o animal já morto.

Dois meninos, parados, contemplavam o cadáver, espetáculo repugnante, mas à infância, como a ciência, é curiosa sem
asco. De tarde já não havia cadáver nem nada. Assim passam os trabalhos deste mundo. Sem exagerar o mérito do nado,
força é dizer que, se ele não inventou a pólvora, também não inventou a dinamite. Já é alguma coisa neste nal de século.
Requiescat in pace.

Assinale a opção em que se encontra um período composto por coordenação e por subordinação.

A “Entre a grade do jardim da Praça Quinze de Novembro e o lugar onde era o antigo passadiço, ao pé dos trilhos
de bondes, estava um burro deitado.”

B “Os ossos furavam-lhe a pele, os olhos meio mortos fechavam-se de quando em quando.”

C “Por mais que vasculhe a consciência, não acho pecado que mereça remorso.”

D “Não furtei, não menti, não matei, não caluniei, não ofendi nenhuma pessoa.”

E “Agora, porém, no momento de pegar na pena, receio achar no leitor menor gosto que eu para um espetáculo
[...]”
Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 00002764 2

Questão 9 Português Sintaxe do período composto Período simples e período composto

TEXTO II

Alguns reclamam daqueles que saem para correr; outros se perguntam se quem sai às ruas tem um trabalho essencial... Nos
tempos do coronavírus, os grupos criados em redes sociais nos Estados Unidos, usados para trocar receitas, visualizar
ofertas ou procurar emprego, se tornaram um espaço para vigilância.

Esse uso das plataformas digitais em meio a con namentos preocupa especialistas, que temem que, com o tempo, esse
comportamento vigilante afete negativamente os direitos das pessoas.

"Estou muito angustiado ao ver que alguns equivocados ignoram as regras impostas para que todos possamos superar essa
situação horrível", diz um membro de um grupo numa rede social num subúrbio de Washington, onde muitas pessoas se
queixaram de vizinhos que não respeitam a distância social.

"Sugiro algo. Se você vê esse comportamento, por que não tira fotos ou faz vídeos dos infratores? Isso poderia
desencorajar o comportamento perigoso deles", escreveu outro.

Monitorar as ações dos vizinhos e expor as pessoas nas mídias sociais certamente não é novidade. Mas hoje "há um
sentimento de que, se o zermos, podemos salvar vidas", disse Emily Laidlaw, professora associada da Universidade de
Calgary, que estuda leis de privacidade.

"Com a COVID-19, temos medo e há uma necessidade urgente de aplicar as regras do distanciamento social. Causar
vergonha é realmente uma das únicas ferramentas que temos", acrescenta.

(Adaptado de <https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2020/04/19/interna_internacional,1140148/medo-da-
pandemia-aumenta-vigilancia-entre-vizinhos-nos-eua.shtml>Acesso em 18 ago. 2020)

Assinale a alternativa em que o trecho “Esse uso das plataformas digitais em meio a con namentos preocupa especialistas,
que temem que, com o tempo, esse comportamento vigilante afete negativamente os direitos das pessoas” é reescrito de
forma a manter-se intacta a sintaxe e os significados originais.

A Os especialistas temem que, com o tempo, esse uso vigilante das plataformas digitais em meio a confinamentos
afete negativamente os direitos das pessoas.

B Teme-se que o comportamento vigilante das redes sociais afete negativamente os direitos das pessoas, após o
confinamento preocupante.

C Os direitos das pessoas podem ser negativamente afetados pelo comportamento vigilante dos especialistas em
meio ao confinamento.

D Os especialistas estão preocupados com o comportamento das pessoas nas redes sociais vigilantes em meio a
confinamentos.
4 000022570

Questão 10 Enunciados f rase oração e período Português Sintaxe do período composto

Quantas orações há no trecho a seguir, retirado do texto da prova?

“É mesmo?! E oque aconteceu depois? Você voou pelos ares, de forma inacreditável, como um pássaro? Você participou
da experiência milagrosa do voo humano, seu zero à esquerda?”
A 3

B 4

C 5

D 2

4 0000214 61

Questão 11 Enunciados f rase oração e período Português Sintaxe do período composto

Texto 1

Temos a sorte dos apartamentos em nosso edifício serem providos de sacadas. Embora pequenas, as sacadas são uma
abertura para o universo. Agora, com a diminuição do monóxido de carbono na atmosfera, com muito menos carros
circulando no Rio, várias estrelas se tornaram visíveis. Estou pensando em comprar um telescópio pela internet. Enquanto
isso, contemplo o céu a olho nu mesmo. Me embriaga não passar de um ser ínfimo no cosmos.

Mas o que me leva a vir para a sacada de madrugada, mais do que as estrelas, é contemplar a dama de branco, que circula
pelo estacionamento a céu aberto do edifício, sempre às três da manhã. Todos estão dormindo e co contente com isso,
pois, com ninguém mais a contemplá-la, é como se a dama de branco me pertencesse exclusivamente.

Entendi por que ela sempre vem a essa hora. É porque não há ninguém a importuná-la, reclamar que ela não está usando
máscara, como se tornou obrigatório fora de casa. Imagino ver as suas feições, reparar como é bonita. Uma beleza singular,
que não consigo descrever. É compreensível que ela queira caminhar a céu aberto, e ao mesmo tempo protegida pelos
porteiros, que permanecem em seus abrigos nos portões do condomínio. As ruas de noite são sempre perigosas e
confrangeria meu coração se algum mal acontecesse com a dama de branco.

Com minha imaginação solta, penso na dama de branco como uma síl de, que parece levitar acima do solo, com o seu
vestido comprido, esvoaçante. Penso nela como uma mulher pura, inclusive porque nestes tempos de isolamento até os
namorados não dormem mais juntos, nem se encontram. Não consigo imaginá-la na cama com homens, esses seres brutos.
Com outra mulher, talvez, mas agora deve dormir sozinha, quero crer.

Para mim ela está em outra dimensão. Não tenho propriamente uma religião, mas como guardo dois bons livros de
astronomia, que volta e meia releio, penso na grandeza para mim incalculável do universo. Trilhões de astros, bilhões de
anos-luz. Mas penso que, se houver um Deus, Ele não é bom, como dizem, mas indiferente à sorte humana, isso se houver
um pensamento de Deus.

No entanto, como imaginá-Lo? Não deixo de usar para Ele as maiúsculas de praxe. Cheguei a re etir, sem nenhuma
certeza, só dúvidas, se por acaso Ele ainda não estará sendo criado, muito aos poucos, pela mente humana?

Disponível em: <época.globo.com>. Último conto de Sérgio Sant’Anna. Fragmento.

No trecho “Não deixo de usar para Ele as maiúsculas de praxe. Cheguei a refletir”, há quantas orações?
A Quatro

B Duas

C Uma

D Cinco

E Três

4 000021292

Questão 12 Português Sintaxe do período composto Relações de coordenação

Texto 1

Temos a sorte dos apartamentos em nosso edifício serem providos de sacadas. Embora pequenas, as sacadas são uma
abertura para o universo. Agora, com a diminuição do monóxido de carbono na atmosfera, com muito menos carros
circulando no Rio, várias estrelas se tornaram visíveis. Estou pensando em comprar um telescópio pela internet. Enquanto
isso, contemplo o céu a olho nu mesmo. Me embriaga não passar de um ser ínfimo no cosmos.

Mas o que me leva a vir para a sacada de madrugada, mais do que as estrelas, é contemplar a dama de branco, que circula
pelo estacionamento a céu aberto do edifício, sempre às três da manhã. Todos estão dormindo e co contente com isso,
pois, com ninguém mais a contemplá-la, é como se a dama de branco me pertencesse exclusivamente.

Entendi por que ela sempre vem a essa hora. É porque não há ninguém a importuná-la, reclamar que ela não está usando
máscara, como se tornou obrigatório fora de casa. Imagino ver as suas feições, reparar como é bonita. Uma beleza singular,
que não consigo descrever. É compreensível que ela queira caminhar a céu aberto, e ao mesmo tempo protegida pelos
porteiros, que permanecem em seus abrigos nos portões do condomínio. As ruas de noite são sempre perigosas e
confrangeria meu coração se algum mal acontecesse com a dama de branco.

Com minha imaginação solta, penso na dama de branco como uma síl de, que parece levitar acima do solo, com o seu
vestido comprido, esvoaçante. Penso nela como uma mulher pura, inclusive porque nestes tempos de isolamento até os
namorados não dormem mais juntos, nem se encontram. Não consigo imaginá-la na cama com homens, esses seres brutos.
Com outra mulher, talvez, mas agora deve dormir sozinha, quero crer.

Para mim ela está em outra dimensão. Não tenho propriamente uma religião, mas como guardo dois bons livros de
astronomia, que volta e meia releio, penso na grandeza para mim incalculável do universo. Trilhões de astros, bilhões de
anos-luz. Mas penso que, se houver um Deus, Ele não é bom, como dizem, mas indiferente à sorte humana, isso se houver
um pensamento de Deus.

No entanto, como imaginá-Lo? Não deixo de usar para Ele as maiúsculas de praxe. Cheguei a re etir, sem nenhuma
certeza, só dúvidas, se por acaso Ele ainda não estará sendo criado, muito aos poucos, pela mente humana?

Disponível em: <época.globo.com>. Último conto de Sérgio Sant’Anna. Fragmento.

No trecho “Todos estão dormindo e co contente com isso, pois, com ninguém mais a contemplá-la, é como se a dama
de branco me pertencesse exclusivamente”, os conectivos destacados têm valor semântico, respectivamente, de
A conclusão e conformidade.

B explicação e comparação.

C concessão e causa.

D conclusão e proporção.

E explicação e conformidade.

4 000021290

Questão 13 Português Sintaxe do período composto Relações de coordenação

Texto 1

NINGUÉM SABIA DONDE viera aquele homem. O agente do correio pudera apenas informar que acudia ao nome de
Raimundo Flamel, pois assim era subscrita a correspondência que recebia. E era grande. Quase diariamente, o carteiro lá ia a
um dos extremos da cidade, onde morava o desconhecido, sopesando um maço alentado de cartas vindas do mundo
inteiro, grossas revistas em línguas arrevesadas, livros, pacotes... Quando Fabrício, o pedreiro, voltou de um serviço em casa
do novo habitante, todos na venda perguntaram-lhe que trabalho lhe tinha sido determinado.

— Vou fazer um forno, disse o preto, na sala de jantar.

Imaginem o espanto da pequena cidade de Tubiacanga, ao saber de tão extravagante construção: um forno na sala de
jantar! E, pelos dias seguintes, Fabrício pôde contar que vira balões de vidros, facas sem corte, copos como os da farmácia
— um rol de coisas esquisitas a se mostrarem pelas mesas e prateleiras como utensílios de uma bateria de cozinha em que o
próprio diabo cozinhasse.

O alarme se fez na vila. Para uns, os mais adiantados, era um fabricante de moeda falsa; para outros, os crentes e simples,
um tipo que tinha parte com o tinhoso. Chico da Tirana, o carreiro, quando passava em frente da casa do homem
misterioso, ao lado do carro a chiar, e olhava a chaminé da sala de jantar a fumegar, não deixava de persignar-se e rezar um
“credo” em voz baixa; e, não fora a intervenção do farmacêutico, o subdelegado teria ido dar um cerco à casa daquele
indivíduo suspeito, que inquietava a imaginação de toda uma população.

Tomando em consideração as informações de Fabrício, o boticário Bastos concluíra que o desconhecido devia ser um
sábio, um grande químico, refugiado ali para mais sossegadamente levar avante os seus trabalhos científicos.

Homem formado e respeitado na cidade, vereador, médico também, porque o doutor Jerônimo não gostava de receitar e
se zera sócio da farmácia para mais em paz viver, a opinião de Bastos levou tranquilidade a todas as consciências e fez
com que a população cercasse de uma silenciosa admiração a pessoa do grande químico, que viera habitar a cidade.

De tarde, se o viam a passear pela margem do Tubiacanga, sentando-se aqui e ali, olhando perdidamente as águas claras do
riacho, cismando diante da penetrante melancolia do crepúsculo, todos se descobriam e não era raro que às “boas noites”
acrescentassem “doutor”. E tocava muito o coração daquela gente a profunda simpatia com que ele tratava as crianças, a
maneira pela qual as contemplava, parecendo apiedar-se de que elas tivessem nascido para sofrer e morrer.

(Nova Califórnia. Lima Barreto. Obra em domínio público)

Assinale a alternativa em que temos um período no qual não há coordenação entre orações.
A O agente do correio pudera apenas informar que acudia ao nome de Raimundo Flamel, pois assim era subscrita a
correspondência que recebia.

B Imaginem o espanto da pequena cidade de Tubiacanga, ao saber de tão extravagante construção: um forno na
sala de jantar!

C Para uns, os mais adiantados, era um fabricante de moeda falsa; para outros, os crentes e simples, um tipo que
tinha parte com o tinhoso.

D não deixava de persignar-se e rezar um “credo” em voz baixa; e, não fora a intervenção do farmacêutico, o
subdelegado teria ido dar um cerco à casa daquele indivíduo suspeito

E o doutor Jerônimo não gostava de receitar e se fizera sócio da farmácia para mais em paz viver, a opinião de
Bastos levou tranquilidade a todas as consciências
4 000020997

Questão 14 Português Sintaxe do período composto Relações de coordenação

Mundo pós-pandemia viverá 'período de grande alegria e felicidade', diz Karnal

Leandro Karnal prevê um "período de grande alegria e felicidade" para a humanidade logo após a pandemia do novo
coronavírus. (...)

"Na tradição histórica, depois de um período de recolhimento e morte, há uma grande explosão de vida. É o caso do
Renascimento após a Peste Negra. Depois da Revolução Francesa, a moda em Paris se tornou muito extravagante e
internacionalmente famosa. Haverá uma tendência a uma explosão de sociabilidade em um primeiro momento."

Segundo o lósofo, três fatores aceleram a história: guerra, revolução e epidemia. "O primeiro fator de uma epidemia, guerra
ou revolução é acelerar processos que já estavam em curso. Essa é uma mudança irreversível. Nós estamos vendo a
história mudar tão rapidamente que, há três meses, se alguém visse como vi hoje tantas pessoas entrarem de máscara no
prédio, seriam detidas por tentativa de assalto. Hoje, quem não está de máscara é visto como infrator", disse.

Ele lembra que a COVID-19 não escolhe vítima. "O vírus é um dado objetivo da natureza: gente otimista, pessimista, de
esquerda e de direita contraem vírus. A tentativa de dar sentido ao vírus é inteiramente nossa. O vírus vai contaminar quem
ele tentar atingir e estiver com a resistência baixa."

As mudanças acontecem em alta velocidade, observa Karnal. "Há um ano reclamávamos que tínhamos pouco tempo para
ficar em casa. Eis que todo mundo foi jogado dentro da família dia e noite".

A violência dentro de casa também é motivo de atenção neste período de isolamento social. "A família é uma estufa de
amor, mas é onde uma erva daninha pode orescer. É preciso denunciar um agressor, ele nunca agride uma única vez. O
agressor é um perturbado que precisa de tratamento e às vezes encarceramento."

Educação

Um dos setores da sociedade impactados é o educacional, a rma. "A tendência à escola perder o fetiche da presença já
estava marcada. Mas ela continua precisando de bons professores, que preparem bons materiais e desenvolvam uma
habilidade a que não foram treinados, como virarem youtubers."

Desigualdades

No casodo Brasil, as famílias encaram de maneira diferente a pandemia, de acordo com o poder aquisitivo. "Não existe uma
elite brasileira, existem várias elites. Aqui, o que a epidemia trouxe à tona, de forma cristalina, é uma desigualdade tão brutal,
evidente, que até para a morte somos distintos. As classes média e alta envolvem um debate sobre como lidar com o tédio
e com as crianças em casa. A classe mais baixa pensa em sobreviver e o risco de perder o emprego. Somos um país que já
estava imerso na informalidade, e ela foi atingida como um raio pela epidemia", diz o historiador.

Futuro

Por m, Karnal aconselha. "Seja feliz, não espere o futuro, não dá para acreditar que a felicidade será sempre adiada para um
próximo momento.

"Disponível em <www.cnnbrasil.com.br>. Acesso em 20/06/2020

Com relação aos períodos compostos, assinale a alternativa e m que a relação entre as orações é apresentada de forma
incorreta.

A Em “Hoje, quem não está de máscara é visto como infrator” (3°§), há uma relação de subordinação substantiva.

B Em “Ele lembra que a COVID-19 não escolhe vítima” (4°§), há um objeto direto oracional, perfazendo relação
subordinada.

C Em “As mudanças acontecemem alta velocidade, observa Karnal” (5°§), há uma relação de coordenação
assindética entre as orações.

D Em “O agressor é um perturbado que precisa de tratamento e às vezes encarceramento” (6°§), temos uma
relação de coordenação entre as orações.

E Em “A violência dentro de casa também é motivo de atenção neste período de isolamento social” (6°§), não há
um período composto, logo, sem relação entre orações.
4 000019919

Questão 15 Português Sintaxe do período composto Período simples e período composto

Mundo pós-pandemia viverá 'período de grande alegria e felicidade', diz Karnal

Leandro Karnal prevê um "período de grande alegria e felicidade" para a humanidade logo após a pandemia do novo
coronavírus. (...)

"Na tradição histórica, depois de um período de recolhimento e morte, há uma grande explosão de vida. É o caso do
Renascimento após a Peste Negra. Depois da Revolução Francesa, a moda em Paris se tornou muito extravagante e
internacionalmente famosa. Haverá uma tendência a uma explosão de sociabilidade em um primeiro momento."

Segundo o lósofo, três fatores aceleram a história: guerra, revolução e epidemia. "O primeiro fator de uma epidemia, guerra
ou revolução é acelerar processos que já estavam em curso. Essa é uma mudança irreversível. Nós estamos vendo a
história mudar tão rapidamente que, há três meses, se alguém visse como vi hoje tantas pessoas entrarem de máscara no
prédio, seriam detidas por tentativa de assalto. Hoje, quem não está de máscara é visto como infrator", disse.

Ele lembra que a COVID-19 não escolhe vítima. "O vírus é um dado objetivo da natureza: gente otimista, pessimista, de
esquerda e de direita contraem vírus. A tentativa de dar sentido ao vírus é inteiramente nossa. O vírus vai contaminar quem
ele tentar atingir e estiver com a resistência baixa."

As mudanças acontecem em alta velocidade, observa Karnal. "Há um ano reclamávamos que tínhamos pouco tempo para
ficar em casa. Eis que todo mundo foi jogado dentro da família dia e noite".
A violência dentro de casa também é motivo de atenção neste período de isolamento social. "A família é uma estufa de
amor, mas é onde uma erva daninha pode orescer. É preciso denunciar um agressor, ele nunca agride uma única vez. O
agressor é um perturbado que precisa de tratamento e às vezes encarceramento."

Educação

Um dos setores da sociedade impactados é o educacional, a rma. "A tendência à escola perder o fetiche da presença já
estava marcada. Mas ela continua precisando de bons professores, que preparem bons materiais e desenvolvam uma
habilidade a que não foram treinados, como virarem youtubers."

Desigualdades

No caso do Brasil, as famílias encaram de maneira diferente a pandemia, de acordo com o poder aquisitivo. "Não existe uma
elite brasileira, existem várias elites. Aqui, o que a epidemia trouxe à tona, de forma cristalina, é uma desigualdade tão brutal,
evidente, que até para a morte somos distintos. As classes média e alta envolvem um debate sobre como lidar com o tédio
e com as crianças em casa. A classe mais baixa pensa em sobreviver e o risco de perder o emprego. Somos um país que já
estava imerso na informalidade, e ela foi atingida como um raio pela epidemia", diz o historiador.

Futuro

Por m, Karnal aconselha. "Seja feliz, não espere o futuro, não dá para acreditar que a felicidade será sempre adiada para um
próximo momento.

"Disponível em <www.cnnbrasil.com.br>. Acesso em 20/06/2020

Assinale a alternativa em que o elemento destacado apresenta leitura distinta da apresentada pelo vocábulo destacado em
“Hoje, quem não está de máscara é visto como infrator”.

A Como estávamos cansados, decidimos ficar em casa.

B No trabalho, sempre me classificaram como um bom funcionário.

C Alcancei muito sucesso atuando como orientador escolar durantea vida.

D Como professor, sempre precisei do contato com a sala de aula.

E Ele sempre agiu como um elemento de conexão entre os amigos.

4 000019917

Questão 16 Português Sintaxe do período composto Relações de coordenação

Poluição das águas oceânicas

Eduardo de Freitas

Na sociedade moderna, fala-se muito a respeito dos impactos ambientais que o homem tem promovido na natureza e que
vêm modi cando negativamente a atmosfera, a litosfera e também a hidrosfera. A hidrosfera é um elemento da biosfera que
se divide, especialmente, em águas continentais e oceânicas.

Os oceanos e mares sempre serviram o homem e continuam desempenhando um importante papel nas sociedades
modernas. Apesar de sua suma importância, os oceanos não são preservados pelo homem, pelo contrário, o que se
percebe é um enorme descaso com os ambientes marinhos. Os oceanos possuem grande capacidade de regeneração, ou
seja, conseguem diluir a poluição. No entanto, a quantidade de poluição (esgotos, produtos químicos, petróleo, entre
outros) lançada nas águas marinhas, nas últimas décadas, é maior que a capacidade de regeneração. Estima-se que cerca de
14 bilhões de toneladas de poluentes atingem os oceanos anualmente.

Diante da enorme quantidade de dejetos despejados nas águas marinhas, o litoral passa a concentrar um grande volume de
elementos orgânicos. Isso propicia um aumento na quantidade de microrganismos que são altamente prejudiciais aos
animais marinhos, além de comprometer o ciclo da cadeia alimentar. Diariamente, são lançados nos oceanos milhões de
toneladas de lixo (oriundos dos centros urbanos e também da zona rural). Os principais agentes poluidores são: esgotos,
resíduos industriais, lixo e fertilizantes agrícolas.

A contaminação das águas marinhas produz vários agravantes, dentre eles, extinção de pontos turísticos litorâneos,
diminuição da oferta de peixes e contaminação desses, em razão do esgoto. Outro caso grave de poluição oceânica é a
contaminação das águas por petróleo, que acontece por vazamentos, ou mesmo quando se lavam os tanques dos navios
petroleiros.

Adaptado de FREITAS, Eduardo de. Poluição das águas oceânicas. Geogra a Ambiental. Disponível em:
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/poluicaodas-aguas-oceanicas.htm. Acesso em: 29 de maio de 2019.

No período “Na sociedade moderna, fala-se muito a respeito dos impactos ambientais que o homem tem promovido na
natureza e que vêm modificando negativamente a atmosfera, a litosfera e também a hidrosfera”, há

A uma oração principal, duas subordinadas e duas coordenadas.

B uma oração principal e duas subordinadas adjetivas.

C uma oração principal e duas coordenadas.

D três orações absolutas somente.

4 000019552

Questão 17 Português Sintaxe do período composto Período simples e período composto

A partir da leitura do texto a seguir, responda ao que se pede na questão que se refere a ele.

Texto 1

O estado de coisas quando me interessei por saber do que os cérebros são feitos e como o cérebro humano em especial
se comparava a outros era simples: ele não se comparava. Porque, com aquela lista comprida e ainda crescente de
singularidades, nós éramos especiais.

Eu, com minha formação de bióloga, não entendia por que tantos dos meus colegas neurocientistas aceitavam sem
questionar essa a rmação de singularidade humana, e até a endossavam e propagavam. Desde Darwin, nos empenhamos
para entender as regras que se aplicam a todos os seres vivos, as restrições que são comuns a toda matéria viva. Acabamos
por compreender que, por trás da diversidade de todos os mamíferos, existe uma constituição genética básica e hereditária
que a restringe: quem sai aos seus degenera só um pouquinho. Mas se essas restrições evolutivas também se aplicam aos
humanos, como é que o cérebro do Homo sapiens, e só ele, poderia ser ao mesmo tempo tão semelhante a outros nas
regras evolutivas a que ele obedece e, no entanto, tão diferente — a ponto de nos dotar da habilidade de re etir sobre
nossas origens materiais e metafísicas, o mundo e o universo, enquanto os outros animais literalmente cuidam da própria
vida e só?
Na primeira década do século XXI, parecia ainda mais necessário que características de tamanho relativo, custo energético
e constituição genética extraordinários do cérebro humano explicassem as nossas notáveis habilidades cognitivas, pois o
pouco trabalho feito no século anterior para comparar a matéria cerebral humana com a de outras espécies não indicava
nada de especial. Por razões técnicas, durante décadas a comparação de tecidos cerebrais de espécies diferentes limitou-
se a estimar densidades de neurônios em seções de tecido, isto é, a medir quantos neurônios eram visíveis ao microscópio
em uma seção de certas dimensões. Um punhado de cientistas — entre eles Donald Tower e Herbert Haug — examinou a
densidade de neurônios no córtex cerebral de diversas espécies de mamíferos e não encontrou nenhuma coisa que
destacasse os humanos. Em termos de anatomia, nossa matéria cerebral parecia não ser feita com nada diferente da matéria
cerebral daqueles outros animais.

Suzana Herculano-Houzel. A vantagem humana: como nosso cérebro se tornou superpoderoso. São Paulo: Companhia das
Letras, 2015.

A reescritura do trecho “O estado de coisas quando me interessei por saber do que os cérebros são feitos e como o
cérebro humano em especial se comparava a outros era simples” apresenta-se, sem alterações sintáticas ou semânticas, em

A Quando estava interessada em analisar os cérebros, em especial o dos seres humanos, o estado das coisas não
se comparava às outras.

B Por não se compararem aos outros, o cérebro humano chamou a minha atenção em um momento em que o
estado das coisas era simples.

C Quando me interessei por saber do que os cérebros são feitos, o estado das coisas era simples e o cérebro
humano, em especial, não se comparava a outros.

D Ao me interessar elo estudo da matéria dos cérebros, em especial o humano, percebi que o estado das coisas
era extremamente simples.

E No momento em que fiquei interessada em saber da matéria dos cérebros e em analisar o cérebro humano, o
estado das coisas era simples.
4 000019223

Questão 18 Português Sintaxe do período composto Relações de coordenação

Assinale, a seguir, a alternativa em que as orações se relacionam somente por coordenação.

A Os pais que iam à escola sempre eram muito educados com os professores.

B Estávamos estudando muito, passaremos, pois, na nossa prova desse mês.

C É improvável que todos consigam sair de casa ao mesmo tempo, como pensado.

D Quando ficamos em casa e nos alimentamos, temos uma vida mais saudável.

4 000019056

Questão 19 Português Sintaxe do período composto Relações de coordenação

Texto 1

Felicidade

Outro dia, falando na vida do caboclo nordestino, eu disse aqui que ele não era infeliz. Ou não se sente infeliz, o que dá o
mesmo. Mas é preciso compreender quanto varia o conceito de felicidade entre o homem urbano e essa nossa variedade
de brasileiro rural. Para o homem da cidade, ser feliz se traduz em "ter coisas": ter apartamento, rádio, geladeira, televisão,
bicicleta, automóvel. Quanto mais engenhocas mecânicas possuir, mais feliz se presume. Para isso se escraviza, trabalha dia
e noite e se gaba de bem-sucedido. O homem daqui, seu conceito de felicidade é muito mais subjetivo: ser feliz não é ter
coisas; ser feliz é ser livre, não precisar de trabalhar. E, mormente, não trabalhar obrigado. Trabalhar à vontade do corpo,
quando há necessidade inadiável. [...]

A gente entra na casa de um deles: é de taipa, sem reboco, o chão de terra batida. (Sempre muito bem varrida, tanto a casa
quanto os terreiros.) Uma sala, onde dormem os homens, a camarinha do casal ou as moças, o minúsculo puxado da
cozinha, o fogão de barro armado num jirau de varas. Móveis, às vezes, uma mesa pequena, dois tamboretes. Alguns
possuem um baú; porém a maioria guarda os panos do uso num caixote de querosene. [...]

Nessa nudez, nesse despojamento de tudo, dê-lhes Deus um inverno razoável que sustente o legume, um pouco de água
no açude e não pedem mais nada. De que é que eles gostam? Gostam de dançar, de ouvir música – pagam qualquer
dinheiro por um tocador bom e obrigam o homem a tocar ininterruptamente dois, três dias seguidos. Gostam de festas de
igreja, e ainda gostam mais de jogo, baralho ou dados. (Conhecem pouco o jogo-de-bicho.) Namoram sobriamente e, se
apreciam mulher, como é natural, pouco falam nisso. Gostam de doces de qualquer espécie, e de aluá, que é uma bebida
feita com milho ou arroz fermentado e adoçada com rapadura. Adoram cachaça. Mas, acima de tudo, gostam desta terra
velha, ingrata, seca, doida, pobre; e nisso estou com eles, e só por cima dela temos gosto em tirar os anos que ainda têm
de vida, e só debaixo dela nos saberá bem o descanso, depois da morte.

(Junco, junho de 1955) (QUEIROZ, Rachel de. Melhores crônicas de Rachel de Queiroz. Seleção de Heloísa Buarque de
Hollanda. São Paulo: Global, 2004. p.143-146. Adaptado.)

Assinale a alternativa em que ocorre somente coordenação.

A “Conhecem pouco o jogo-de-bicho.”

B “Namoram sobriamente e, se apreciam mulher, como é natural, pouco falam nisso.”

C “Nessa nudez, nesse despojamento de tudo, dê-lhes Deus um inverno razoável que sustente o legume.”

D “Para isso se escraviza, trabalha dia e noite e se gaba de bem-sucedido.”

E “Trabalhar à vontade do corpo, quando há necessidade inadiável.”

4 000018 8 08

Questão 20 Português Sintaxe do período composto Período simples e período composto

Texto 1

A nal, angústias desse tipo são intrínsecas à experiência humana. Contornar o m, a morte, enterrando-a a sete palmos ou
injetando signi cados redentores, é um dos esforços que cimentam a tradição ocidental. Não é difícil, porém, perceber
como a modernidade faz da extinção da finitude uma obsessão insistente.

Formatados para consumir novidades instantâneas, somos constantemente incentivados a encontrar meios de esvaziar o
tempo. Espelhando o funcionamento da natureza, das estações do ano, das órbitas dos planetas, compartimentamos a
experiência moderna em ciclos cada vez mais curtos de reconstrução, pois vemos na circularidade a possibilidade de que
nossas ruínas possam ser reerguidas (ou varridas) antes que tenhamos que encará-las.

Seja nos videogames — quando nos é dada a chance de viver, morrer, reviver — ou no funcionamento das redes sociais,
batalhamos para fazer com que o m seja tão somente o momento que antecede um novo início. Os stories de Instagram
implodem em 24 horas, à espera do próximo. E no mural, os posts jamais chegam ao m; apenas se atualizam. Recomeçam,
recomeçam. Na busca pelo imediato, tudo que remete à permanência — ou que nos lembre da impossibilidade de agir
contra ela — é sentido como angústia.

Eis que um vírus — esse elemento externo, invisível e imprevisto — desa a não apenas nosso sistema de saúde, mas nosso
funcionamento mental. Estamos, já há meses, obrigados a lidar com nossos escombros em caráter permanente, com nosso
imobilismo em estado bruto: o confinamento forçado.

Deslocados da nossa vida usual, daquele cotidiano afundado em burocracias que desencorajam a re exão sobre seu
próprio sentido, nos vemos face a face à presença quase insuportável de nós mesmos e da fragilidade que nos compõe.

Os dias passam, mas, para os que podem levar o isolamento a sério, os cômodos das casas tornaram-se o espaço limite do
ir e vir. Con nados, experimentamos o sentimento estranho de imobilidade e o sufocamento da possibilidade de reinício
rápido. Quando sairemos de casa, a nal? Quando este ciclo angustiante termina? Onde estão as promessas de recomeço
às quais nos acostumaram?

Quando o futuro é nebuloso como nunca, o horizonte da reconstrução ganha um obstáculo à altura. E numa inversão
curiosa de peças, a desestabilização inédita e coletiva nos lança — também como nunca — à esfera que nos parece mais
sólida: o passado. As TVs reprisam jogos de futebol, novelas e, no Facebook, amigos postam: “responda essa publicação
com alguma memória que você tem de mim”.

Não à toa, também, as esperanças não raro se voltam para um mundo cuja novidade maior parece ser, paradoxalmente, um
retorno a modos passados de convívio: será que teremos mais contato com a natureza? Será que conseguiremos frear a
industrialização? O passado perdido, esvaziado de conteúdo, mas vivo como embalagem desesperada, nunca esteve tão
na moda.

De um lado, o retorno a épocas anteriores. De outro, como segunda face de uma mesma moeda, o mergulho na
virtualização. A falta de uma previsão de cura esgota o futuro e o con namento insiste em eternizar um presente sufocante.
E como saída, nos deslocamos para essa outra fachada de solidez e controle, esse segundo mundo que inventamos online
e cujas regras escapam, sem disfarces, do regime do tempo. Avatares nunca morrem, apenas se refazem.

Disponível em: <nexojornal.com.br>. Acesso em 06/07/2020. Fragmento.

Em “Eis que um vírus — esse elemento externo, invisível e imprevisto — desa a não apenas nosso sistema de saúde,
mas nosso funcionamento mental” (4°§), os trechos destacados apresentam leitura, respectiva, de

A resumo e concessão.

B restrição e adversidade.

C explicação e adversidade.

D restrição e concessão.

E explicação e conclusão.

4 000017922

Questão 21 Português Classes de palavras Sintaxe do período composto

Com base no texto a seguir, responda o que se pede na questão


As capitais Rio de Janeiro e São Paulo já registram caso de transmissão comunitária, quando não é identi cada a origem da
contaminação. Com isso, o país entra em uma nova fase da estratégia brasileira, a de criar condições para diminuir os danos
que o vírus pode causar à população. Em videoconferência com pro ssionais das Secretarias Estaduais de Saúde de todo o
país, o Ministério da Saúde anunciou, nesta sexta-feira (13), recomendações para evitar a disseminação da doença. As
orientações deverão ser adaptadas pelos gestores estaduais e municipais, de acordo com a realidade local.

“Não há uma regra única para todo o país. Cada região deve avaliar com as autoridades locais o que se deve fazer caso a
caso. Neste momento, nós não temos o Brasil inteiro na mesma situação, por isso é importante analisar o cenário de casos
e possíveis riscos”, destacou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira.

Com base na evolução dos casos no Brasil, até o momento, estima-se que, sem a adoção das medidas propostas pela
pasta para prevenção, o número de casos da doença dobre a cada três dias. Atitudes adotadas no dia a dia, como lavar as
mãos e evitar aglomerações, reduzem o contágio pelo coronavirus. O Ministério da Saúde recomenda a redução do
contato social o que, consequentemente, reduzirá as chances de transmissão do vírus, que é alta se comparado a outros
coronavirus do passado.

As medidas gerais válidas, a partir desta sexta-feira (13), a todos os estados brasileiros, incluem o reforço da prevenção
individual com a etiqueta respiratória (como cobrir a boca com o antebraço ou lenço descartável ao tossir e espirrar), o
isolamento domiciliar ou hospitalar de pessoas com sintomas da doença por até 14 dias, além da recomendação para que
pacientes com casos leves procurem os postos de saúde. As unidades de saúde, públicas e privadas, deverão iniciar, a partir
da próxima semana, a triagem rápida para reduzir o tempo de espera no atendimento e consequentemente a possibilidade
de transmissão dentro das unidades de saúde.

Disponível em: <www.saude.gov.br>. Fragmento.

No trecho “Neste momento, nós não temos o Brasil inteiro na mesma situação, por isso é importante analisar o cenário de
casos e possíveis riscos”, os dois
conectivos destacados apresentam valor semântico de, respectivamente,

A conclusão e alternância.

B explicação e adição.

C explicação e alternância.

D adversidade e explicação.

E adversidade e adição.

4 000017569

Questão 22 Português Sintaxe do período composto Relações de coordenação

Com base no texto a seguir, responda o que se pede na questão

As capitais Rio de Janeiro e São Paulo já registram caso de transmissão comunitária, quando não é identi cada a origem da
contaminação. Com isso, o país entra em uma nova fase da estratégia brasileira, a de criar condições para diminuir os danos
que o vírus pode causar à população. Em videoconferência com pro ssionais das Secretarias Estaduais de Saúde de todo o
país, o Ministério da Saúde anunciou, nesta sexta-feira (13), recomendações para evitar a disseminação da doença. As
orientações deverão ser adaptadas pelos gestores estaduais e municipais, de acordo com a realidade local.

“Não há uma regra única para todo o país. Cada região deve avaliar com as autoridades locais o que se deve fazer caso a
caso. Neste momento, nós não temos o Brasil inteiro na mesma situação, por isso é importante analisar o cenário de casos
e possíveis riscos”, destacou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira.

Com base na evolução dos casos no Brasil, até o momento, estima-se que, sem a adoção das medidas propostas pela
pasta para prevenção, o número de casos da doença dobre a cada três dias. Atitudes adotadas no dia a dia, como lavar as
mãos e evitar aglomerações, reduzem o contágio pelo coronavirus. O Ministério da Saúde recomenda a redução do
contato social o que, consequentemente, reduzirá as chances de transmissão do vírus, que é alta se comparado a outros
coronavirus do passado.

As medidas gerais válidas, a partir desta sexta-feira (13), a todos os estados brasileiros, incluem o reforço da prevenção
individual com a etiqueta respiratória (como cobrir a boca com o antebraço ou lenço descartável ao tossir e espirrar), o
isolamento domiciliar ou hospitalar de pessoas com sintomas da doença por até 14 dias, além da recomendação para que
pacientes com casos leves procurem os postos de saúde. As unidades de saúde, públicas e privadas, deverão iniciar, a partir
da próxima semana, a triagem rápida para reduzir o tempo de espera no atendimento e consequentemente a possibilidade
de transmissão dentro das unidades de saúde.

Disponível em: <www.saude.gov.br>. Fragmento..

No trecho “Com isso, o país entra em uma nova fase da estratégia brasileira, a de criar condições para diminuir os danos
que o vírus pode causar à população”, há

A três orações principais e três orações subordinadas.

B duas orações principais e duas orações subordinadas.

C três orações principais e três orações coordenadas sindéticas.

D uma oração principal e três orações subordinadas a ela exclusivamente

E duas orações principais, duas orações subordinadas e uma oração coordenada.

4 000017563

Questão 23 Português Sintaxe do período composto Relações de coordenação

Com base no texto a seguir, responda o que se pede na questão

As capitais Rio de Janeiro e São Paulo já registram caso de transmissão comunitária, quando não é identi cada a origem da
contaminação. Com isso, o país entra em uma nova fase da estratégia brasileira, a de criar condições para diminuir os danos
que o vírus pode causar à população. Em videoconferência com pro ssionais das Secretarias Estaduais de Saúde de todo o
país, o Ministério da Saúde anunciou, nesta sexta-feira (13), recomendações para evitar a disseminação da doença. As
orientações deverão ser adaptadas pelos gestores estaduais e municipais, de acordo com a realidade local.

“Não há uma regra única para todo o país. Cada região deve avaliar com as autoridades locais o que se deve fazer caso a
caso. Neste momento, nós não temos o Brasil inteiro na mesma situação, por isso é importante analisar o cenário de casos
e possíveis riscos”, destacou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira.

Com base na evolução dos casos no Brasil, até o momento, estima-se que, sem a adoção das medidas propostas pela
pasta para prevenção, o número de casos da doença dobre a cada três dias. Atitudes adotadas no dia a dia, como lavar as
mãos e evitar aglomerações, reduzem o contágio pelo coronavirus. O Ministério da Saúde recomenda a redução do
contato social o que, consequentemente, reduzirá as chances de transmissão do vírus, que é alta se comparado a outros
coronavirus do passado.
As medidas gerais válidas, a partir desta sexta-feira (13), a todos os estados brasileiros, incluem o reforço da prevenção
individual com a etiqueta respiratória (como cobrir a boca com o antebraço ou lenço descartável ao tossir e espirrar), o
isolamento domiciliar ou hospitalar de pessoas com sintomas da doença por até 14 dias, além da recomendação para que
pacientes com casos leves procurem os postos de saúde. As unidades de saúde, públicas e privadas, deverão iniciar, a partir
da próxima semana, a triagem rápida para reduzir o tempo de espera no atendimento e consequentemente a possibilidade
de transmissão dentro das unidades de saúde.

Disponível em: <www.saude.gov.br>. Fragmento.

Apesar de introduzida por uma conjunção tipicamente temporal, percebe-se que a oração subordinada em “As capitais Rio
de Janeiro e São Paulo já registram
caso de transmissão comunitária, quando não é identificada a origem da contaminação”, tem valor contextual de

A adição.

B adversidade.

C consequência.

D explicação.

E causa.

4 000017558

Questão 24 Português Sintaxe do período composto Relações de coordenação

A partir do texto a seguir, retirada da obra Primeiras histórias, de Clarice Lispector, responda à questão

Jimmy andava de cabeça erguida, o nariz espetado no ar, e, ao atravessar a rua, pegava-me pelo braço com uma intimidade
muito simples. Eu me perturbava. Mas a prova de que eu já estava nesse tempo imbuída das ideias de Jimmy e sobretudo do
seu sorriso claro, é que eu me repreendia essa perturbação. Pensava, descontente, que evoluíra demais, afastando-me do
tipo padrão – animal. Dizia-me que é fútil corar por causa de um braço; nem mesmo de um braço de uma roupa. Mas esses
pensamentos eram difusos e se apresentavam com a incoerência que transmito agora ao papel. Na verdade, eu apenas
procurava uma desculpa para gostar de Jimmy. E para seguir suas ideias. Aos poucos estava me adaptando à sua cabeça
alongada. Que podia eu fazer, a nal? Desde pequena tinha visto e sentido a predominância das ideias dos homens sobre a
das mulheres.

Mamãe antes de casar, segundo tia Emília, era um foguete, uma ruiva tempestuosa, com pensamentos próprios sobre
liberdade e igualdade das mulheres. Mas veio papai, muito sério e alto, com pensamentos próprios também, sobre...
liberdade e igualdade das mulheres. O mal foi a coincidência de matéria. Houve um choque. E hoje mamãe cose e borda e
canta no piano e faz bolinhos aos sábados, tudo pontualmente e com alegria. Tem ideias próprias, ainda, mas se resumem
numa: a mulher deve sempre seguir o marido, como a parte acessória segue a essencial (a comparação é minha, resultado
das aulas do Curso de Direito). (...)

E foi assim que um belo dia, depois de uma noite quente de verão, em que dormi tanto como nesse momento em que
escrevo (são os antecedentes do crime), nesse belo dia Jimmy me deu um beijo. Eu previra essa situação, com todas as
variantes. Desapontou-me, é verdade. Ora, “isso” depois de tanta loso a e delongas! Mas gostei. E daí em diante dormi
descansada; não precisava mais sonhar. Encontrava-me com Jimmy na esquina. Muito simplesmente dava-lhe o braço. E
mais tarde, muito simplesmente acariciava-lhe os cabelos despenteados. Eu sentia que Jimmy estava maravilhado com o
meu aproveitamento. Suas lições haviam produzido um efeito raro e a aluna era aplicada. Foi um tempo feliz.
O elemento entre vírgulas apresenta, no trecho “Na verdade, eu apenas procurava uma desculpa para gostar de Jimmy”,
retirado do primeiro parágrafo,
apresenta significação de

A adversidade.

B alternância.

C conclusão.

D ênfase.

E adição.

4 00001754 4

Questão 25 Português Sintaxe do período composto Adverbiais

Tudo cancelado. Era março e, de repente, o futuro não estava mais ali, (...) minha apresentação no teatro São Pedro em
POA, o curso de literatura viva para professores que participarão da primeira Festa da Palavra em Itaúnas... tudo se
pulverizou em materialidade imaginada só e sem o “quando”. Estávamos todos ansiosos indo para o futuro quando o mundo
parou de ir. Se bem que eu andava reclamando de gastar tanto o meu verbo ir. A vida vai levando a gente num frenesi que,
muitas vezes, não se tem tempo nem de desfazer as malas porque uma viagem se sobrepõe à outra. E o pior, isso era bom,
isso era o “sucesso”.

Sem perceber, como escravos robotizados, entramos na doida corrida do ouro, porque dentro do sistema capitalista de
altos lucros para os senhores, tudo nosso é muito caro. Então tem que se ganhar muito dinheiro pra se viver com a mínima
dignidade: saúde, escola boa, comida, roupa, transporte. Tudo caro. Tudo absurdamente caro. E quem mais trabalha, menos
ganha. A comida é cara. Uma passagem de avião, comprada na hora de viajar, despudoradamente te cobra mais porque
sabe que você precisa, que é uma emergência. Aproveita-se o momento do desespero, é escancaradamente a taxa
desespero! É isso que o capitalismo não quer que pare. Uma máquina de moer gente para transformar em dinheiro! É isso!
Estávamos sendo moídos por dentro, lutando pesado para achar um canto para nossa necessária aula de Yoga, de música,
um telefonema para os amigos. Congestionadíssimo, o tempo presente, ia sempre acumulado das tarefas de ontem,
impossíveis de serem cumpridas num só dia, e as de hoje que, se não fosse a vida on-line não pertenceriam ao tempo
presente simultaneamente. Esperávamos cartas por dias. Agora, elas chegam de toda parte do mundo dentro do mesmo
“agora” em que apenas se esperavam cartas há vinte anos atrás. O agora não mudou de tamanho. É certo que pode ser
imenso, mas é um agora apenas.

Não tem mais aquela reunião física, aquele trabalho foi pra onde ninguém sabe, nem quando. Fora comprar comida, pra que
comprar um vestido agora? Pra quê? Aonde vamos? Não vamos. Há uma hora em que o dinheiro vai acabar. O que
faremos? É só uma questão de prazo. Isso me a ige e ao mesmo tempo me leva para o espaço da ignorância. Aquele em
que co quando ainda não sei o que eu vou fazer, que cena vou escrever, qual poema, que arco dramático terá esse
romance ou essa peça. É profícuo esse lugar. É vazio. Mas é nele que vai brotar o que houver. Estou perdida. Triste e
estranhamente feliz. Tenho alguns compromissos virtuais, reuniões, aulas, mas, de cara, uma vida inteira voltou pra mim sem
horas marcadas. Molho as plantas, cozinho, malho, amo, namoro meu amor, e as coisas estão todas animadas sabendo que
voltei. No ateliê, recentemente organizado por uma especialista, a fofoca dos lápis, purpurinas, colas, tesouras e papéis de
texturas e cores diversas é imensa. Também me aguardam roupas para tingir, revista da biblioteca, esculturas para colar, e
muitos cadernos com seus manuscritos decifráveis e a serem digitados. O negócio é animado. Os livros, meu Deus, tantos
livros se assanhando pra mim. Lerei todos?

Tudo se conecta e implora pela empatia, pelas correntes virtuais de solidariedade, pelo mundo desintoxicado de seu modo
egoísta. Esse é o momento para a gente distribuir, olhar para aquilo que não usamos, compartilhar. Os dias de isolamento da
humanidade precisam nos levar a uma nova sociedade. Estávamos isolados antes. Vivendo para derrotar o outro.

Fiquemos em casa, reinventemos a vida. Há muito o dinheiro está em luta com o amor. Usando o seu nome em vão. Até
bancos falam levianamente de amor e felicidade e lucram trilhões nos emprestando dinheiro a juros cruéis de dar inveja à
mais alta agiotagem, fazendo refém a humanidade. Agora é hora de eles en arem as mãos nos próprios bolsos e tirarem as
mãos dos nossos. É bom que a reparação tão logo aconteça. Urge. (...)

Enquanto isso sinto que a Natureza está gostando. As praias estão desertas. Ouvem-se mil vozes de pássaros em
Copacabana. Espécies em extinção voltaram a dar as caras. Os céus estão mais azuis e estrelados em toda parte, de
Pequim a Sampa, e o número de desastres automobilísticos nas estradas despencou geral. Gol nhos aparecem nas orlas,
brincam. O planeta respira, desocupamos seus poros. Parece que a Terra descansa de nós. Eu sinto, ela está farta de nós, da
nossa presença tóxica, predatória, destruindo e pisando afoitos com a bota da pressa querendo fazer o tudo. Seguíamos
vorazes, velozes e furiosos, em busca do pseudo próximo novo. De repente, aquele futuro imediato não será mais daqui a
pouco. Vai demorar e será outro. Estamos sem quando. Esse importantíssimo advérbio de tempo que nos guiava como uma
estrela na noite escura do inédito. Sabemos que a ciência deve ser ouvida, a arte compartilhada para nutrição geral e que o
Estado, representante do povo que é, tem que segurar a estrutura e nos manter vivos até chegarmos à nova ordem. Que
encontre esta grana. Que milionários usem os altos lucros agora para nos manter viáveis se quiserem ter gente viva
consumindo quando o futuro voltar a ser possível.

Coluna Cercadinho de palavras, Elisa Lucinda, outono inusitado, 2020. Adaptado.

Com relação à significação dos conectivos, assinale a alternativa em que há erro de análise

A Estávamos todos ansiosos indo para o futuro quando o mundo parou de ir. –Causa

B Sem perceber, como escravos robotizados, entramos na doida corrida do ouro, porque dentro do sistema
capitalista de altos lucros para os senhores, tudo nosso é muito caro. – Explicação

C Então tem que se ganhar muito dinheiro pra se viver com a mínima dignidade: saúde, escola boa, comida, roupa,
transporte. –Conclusão

D as de hoje que, se não fosse a vida on-line não pertenceriam ao tempo presente simultaneamente. –Condição

E Também me aguardam roupas para tingir, revista da biblioteca, esculturas para colar, e muitos cadernos com
seus manuscritos decifráveis e a serem digitados. –Adição
4 00001628 9

Questão 26 Adjetivas Substantivas Português

Tudo cancelado. Era março e, de repente, o futuro não estava mais ali, (...) minha apresentação no teatro São Pedro em
POA, o curso de literatura viva para professores que participarão da primeira Festa da Palavra em Itaúnas... tudo se
pulverizou em materialidade imaginada só e sem o “quando”. Estávamos todos ansiosos indo para o futuro quando o mundo
parou de ir. Se bem que eu andava reclamando de gastar tanto o meu verbo ir. A vida vai levando a gente num frenesi que,
muitas vezes, não se tem tempo nem de desfazer as malas porque uma viagem se sobrepõe à outra. E o pior, isso era bom,
isso era o “sucesso”.

Sem perceber, como escravos robotizados, entramos na doida corrida do ouro, porque dentro do sistema capitalista de
altos lucros para os senhores, tudo nosso é muito caro. Então tem que se ganhar muito dinheiro pra se viver com a mínima
dignidade: saúde, escola boa, comida, roupa, transporte. Tudo caro. Tudo absurdamente caro. E quem mais trabalha, menos
ganha. A comida é cara. Uma passagem de avião, comprada na hora de viajar, despudoradamente te cobra mais porque
sabe que você precisa, que é uma emergência. Aproveita-se o momento do desespero, é escancaradamente a taxa
desespero! É isso que o capitalismo não quer que pare. Uma máquina de moer gente para transformar em dinheiro! É isso!
Estávamos sendo moídos por dentro, lutando pesado para achar um canto para nossa necessária aula de Yoga, de música,
um telefonema para os amigos. Congestionadíssimo, o tempo presente, ia sempre acumulado das tarefas de ontem,
impossíveis de serem cumpridas num só dia, e as de hoje que, se não fosse a vida on-line não pertenceriam ao tempo
presente simultaneamente. Esperávamos cartas por dias. Agora, elas chegam de toda parte do mundo dentro do mesmo
“agora” em que apenas se esperavam cartas há vinte anos atrás. O agora não mudou de tamanho. É certo que pode ser
imenso, mas é um agora apenas.

Não tem mais aquela reunião física, aquele trabalho foi pra onde ninguém sabe, nem quando. Fora comprar comida, pra que
comprar um vestido agora? Pra quê? Aonde vamos? Não vamos. Há uma hora em que o dinheiro vai acabar. O que
faremos? É só uma questão de prazo. Isso me a ige e ao mesmo tempo me leva para o espaço da ignorância. Aquele em
que co quando ainda não sei o que eu vou fazer, que cena vou escrever, qual poema, que arco dramático terá esse
romance ou essa peça. É profícuo esse lugar. É vazio. Mas é nele que vai brotar o que houver. Estou perdida. Triste e
estranhamente feliz. Tenho alguns compromissos virtuais, reuniões, aulas, mas, de cara, uma vida inteira voltou pra mim sem
horas marcadas. Molho as plantas, cozinho, malho, amo, namoro meu amor, e as coisas estão todas animadas sabendo que
voltei. No ateliê, recentemente organizado por uma especialista, a fofoca dos lápis, purpurinas, colas, tesouras e papéis de
texturas e cores diversas é imensa. Também me aguardam roupas para tingir, revista da biblioteca, esculturas para colar, e
muitos cadernos com seus manuscritos decifráveis e a serem digitados. O negócio é animado. Os livros, meu Deus, tantos
livros se assanhando pra mim. Lerei todos?

Tudo se conecta e implora pela empatia, pelas correntes virtuais de solidariedade, pelo mundo desintoxicado de seu modo
egoísta. Esse é o momento para a gente distribuir, olhar para aquilo que não usamos, compartilhar. Os dias de isolamento da
humanidade precisam nos levar a uma nova sociedade. Estávamos isolados antes. Vivendo para derrotar o outro.

Fiquemos em casa, reinventemos a vida. Há muito o dinheiro está em luta com o amor. Usando o seu nome em vão. Até
bancos falam levianamente de amor e felicidade e lucram trilhões nos emprestando dinheiro a juros cruéis de dar inveja à
mais alta agiotagem, fazendo refém a humanidade. Agora é hora de eles en arem as mãos nos próprios bolsos e tirarem as
mãos dos nossos. É bom que a reparação tão logo aconteça. Urge. (...)

Enquanto isso sinto que a Natureza está gostando. As praias estão desertas. Ouvem-se mil vozes de pássaros em
Copacabana. Espécies em extinção voltaram a dar as caras. Os céus estão mais azuis e estrelados em toda parte, de
Pequim a Sampa, e o número de desastres automobilísticos nas estradas despencou geral. Gol nhos aparecem nas orlas,
brincam. O planeta respira, desocupamos seus poros. Parece que a Terra descansa de nós. Eu sinto, ela está farta de nós, da
nossa presença tóxica, predatória, destruindo e pisando afoitos com a bota da pressa querendo fazer o tudo. Seguíamos
vorazes, velozes e furiosos, em busca do pseudo próximo novo. De repente, aquele futuro imediato não será mais daqui a
pouco. Vai demorar e será outro. Estamos sem quando. Esse importantíssimo advérbio de tempo que nos guiava como uma
estrela na noite escura do inédito. Sabemos que a ciência deve ser ouvida, a arte compartilhada para nutrição geral e que o
Estado, representante do povo que é, tem que segurar a estrutura e nos manter vivos até chegarmos à nova ordem. Que
encontre esta grana. Que milionários usem os altos lucros agora para nos manter viáveis se quiserem ter gente viva
consumindo quando o futuro voltar a ser possível.

Coluna Cercadinho de palavras, Elisa Lucinda, outono inusitado, 2020. Adaptado.

É possível encontrar uma oração subordinada reduzida em(A)Os livros, meu Deus, tantos livros se assanhando pra mim
A Os livros, meu Deus, tantos livros se assanhando pra mim.

B Vivendo para derrotar o outro

C Tudo se conecta e implora pela empatia, pelas correntes virtuais de solidariedade, pelo mundo desintoxicado de
seu modo egoísta

D Os dias de isolamento da humanidade precisam nos levar a uma nova sociedade.

E É bom que a reparação tão logo aconteça.

4 00001628 0

Questão 27 Português Sintaxe do período composto Relações de coordenação

Tudo cancelado. Era março e, de repente, o futuro não estava mais ali, (...) minha apresentação no teatro São Pedro em
POA, o curso de literatura viva para professores que participarão da primeira Festa da Palavra em Itaúnas... tudo se
pulverizou em materialidade imaginada só e sem o “quando”. Estávamos todos ansiosos indo para o futuro quando o mundo
parou de ir. Se bem que eu andava reclamando de gastar tanto o meu verbo ir. A vida vai levando a gente num frenesi que,
muitas vezes, não se tem tempo nem de desfazer as malas porque uma viagem se sobrepõe à outra. E o pior, isso era bom,
isso era o “sucesso”.

Sem perceber, como escravos robotizados, entramos na doida corrida do ouro, porque dentro do sistema capitalista de
altos lucros para os senhores, tudo nosso é muito caro. Então tem que se ganhar muito dinheiro pra se viver com a mínima
dignidade: saúde, escola boa, comida, roupa, transporte. Tudo caro. Tudo absurdamente caro. E quem mais trabalha, menos
ganha. A comida é cara. Uma passagem de avião, comprada na hora de viajar, despudoradamente te cobra mais porque
sabe que você precisa, que é uma emergência. Aproveita-se o momento do desespero, é escancaradamente a taxa
desespero! É isso que o capitalismo não quer que pare. Uma máquina de moer gente para transformar em dinheiro! É isso!
Estávamos sendo moídos por dentro, lutando pesado para achar um canto para nossa necessária aula de Yoga, de música,
um telefonema para os amigos. Congestionadíssimo, o tempo presente, ia sempre acumulado das tarefas de ontem,
impossíveis de serem cumpridas num só dia, e as de hoje que, se não fosse a vida on-line não pertenceriam ao tempo
presente simultaneamente. Esperávamos cartas por dias. Agora, elas chegam de toda parte do mundo dentro do mesmo
“agora” em que apenas se esperavam cartas há vinte anos atrás. O agora não mudou de tamanho. É certo que pode ser
imenso, mas é um agora apenas.

Não tem mais aquela reunião física, aquele trabalho foi pra onde ninguém sabe, nem quando. Fora comprar comida, pra que
comprar um vestido agora? Pra quê? Aonde vamos? Não vamos. Há uma hora em que o dinheiro vai acabar. O que
faremos? É só uma questão de prazo. Isso me a ige e ao mesmo tempo me leva para o espaço da ignorância. Aquele em
que co quando ainda não sei o que eu vou fazer, que cena vou escrever, qual poema, que arco dramático terá esse
romance ou essa peça. É profícuo esse lugar. É vazio. Mas é nele que vai brotar o que houver. Estou perdida. Triste e
estranhamente feliz. Tenho alguns compromissos virtuais, reuniões, aulas, mas, de cara, uma vida inteira voltou pra mim sem
horas marcadas. Molho as plantas, cozinho, malho, amo, namoro meu amor, e as coisas estão todas animadas sabendo que
voltei. No ateliê, recentemente organizado por uma especialista, a fofoca dos lápis, purpurinas, colas, tesouras e papéis de
texturas e cores diversas é imensa. Também me aguardam roupas para tingir, revista da biblioteca, esculturas para colar, e
muitos cadernos com seus manuscritos decifráveis e a serem digitados. O negócio é animado. Os livros, meu Deus, tantos
livros se assanhando pra mim. Lerei todos?

Tudo se conecta e implora pela empatia, pelas correntes virtuais de solidariedade, pelo mundo desintoxicado de seu modo
egoísta. Esse é o momento para a gente distribuir, olhar para aquilo que não usamos, compartilhar. Os dias de isolamento da
humanidade precisam nos levar a uma nova sociedade. Estávamos isolados antes. Vivendo para derrotar o outro.

Fiquemos em casa, reinventemos a vida. Há muito o dinheiro está em luta com o amor. Usando o seu nome em vão. Até
bancos falam levianamente de amor e felicidade e lucram trilhões nos emprestando dinheiro a juros cruéis de dar inveja à
mais alta agiotagem, fazendo refém a humanidade. Agora é hora de eles en arem as mãos nos próprios bolsos e tirarem as
mãos dos nossos. É bom que a reparação tão logo aconteça. Urge. (...)

Enquanto isso sinto que a Natureza está gostando. As praias estão desertas. Ouvem-se mil vozes de pássaros em
Copacabana. Espécies em extinção voltaram a dar as caras. Os céus estão mais azuis e estrelados em toda parte, de
Pequim a Sampa, e o número de desastres automobilísticos nas estradas despencou geral. Gol nhos aparecem nas orlas,
brincam. O planeta respira, desocupamos seus poros. Parece que a Terra descansa de nós. Eu sinto, ela está farta de nós, da
nossa presença tóxica, predatória, destruindo e pisando afoitos com a bota da pressa querendo fazer o tudo. Seguíamos
vorazes, velozes e furiosos, em busca do pseudo próximo novo. De repente, aquele futuro imediato não será mais daqui a
pouco. Vai demorar e será outro. Estamos sem quando. Esse importantíssimo advérbio de tempo que nos guiava como uma
estrela na noite escura do inédito. Sabemos que a ciência deve ser ouvida, a arte compartilhada para nutrição geral e que o
Estado, representante do povo que é, tem que segurar a estrutura e nos manter vivos até chegarmos à nova ordem. Que
encontre esta grana. Que milionários usem os altos lucros agora para nos manter viáveis se quiserem ter gente viva
consumindo quando o futuro voltar a ser possível.

Coluna Cercadinho de palavras, Elisa Lucinda, outono inusitado, 2020. Adaptado.

Em qual dos trechos a seguir não há um período composto?

A Estávamos sendo moídos por dentro, lutando pesado para achar um canto para nossa necessária aula de Yoga,
de música, um telefonema para os amigos

B Aproveita-se o momento do desespero, é escancaradamente a taxa desespero!

C Estávamos todos ansiosos indo para o futuro quando o mundo parou de ir.

D E o pior, isso era bom, isso era o “sucesso".

E tudo se pulverizou em materialidade imaginada só e sem o “quando”.

4 000016264

Questão 28 Português Sintaxe do período composto Período simples e período composto

Carta para as futuras gerações

Ilya Prigogine

Escrevo esta carta na mais completa humildade. Meu trabalho é no domínio da ciência. Não me dá qualquer quali cação
especial para falar sobre o futuro da humanidade. As moléculas obedecem a "leis". As decisões humanas dependem das
lembranças do passado e das expectativas para o futuro. A perspectiva sob a qual vejo o problema da transição da cultura
da guerra para uma cultura de paz - para usar a expressão de Federico Mayor - se obscureceu nos últimos anos, mas
continuo otimista.

De qualquer forma, como poderia um homem da minha geração - nasci em 1917 - não ser otimista? Não vimos o m de
monstros como Hitler e Stálin? Não testemunhamos a miraculosa vitória das democracias na Segunda Guerra Mundial? No
nal da guerra, todos nós acreditávamos que a História recomeçaria do zero, e os acontecimentos justi caram esse
otimismo.

Os marcos da era incluem a fundação da Organização das Nações Unidas e da Unesco, a proclamação dos direitos do
homem e a descolonização. Em termos mais gerais, houve o reconhecimento das culturas não europeias, do qual derivou
uma queda do eurocentrismo e da suposta desigualdade entre os povos "civilizados" e os "não-civilizados". Houve também
uma redução na distância entre as classes sociais, pelo menos nos países ocidentais.

Esse progresso foi conquistado sob a ameaça da Guerra Fria. No momento da queda do Muro de Berlim, começamos a
acreditar que en m seria realizada a transição da cultura da guerra para a cultura da paz. No entanto a década que se seguiu
não tomou esse rumo. Testemunhamos a persistência, e até mesmo a ampliação, dos con itos locais, quer sejam na África,
quer nos Bálcãs. Isso pode ser considerado, ainda, como um resultado da sobrevivência do passado no presente. No
entanto, além da ameaça nuclear sempre presente, novas sombras apareceram: o progresso tecnológico agora torna
possível guerras travadas premindo botões, semelhantes de alguma forma a um jogo eletrônico.

Sou uma das pessoas que ajudaram a formular as políticas cientí cas da União Europeia. A ciência une os povos. Criou uma
linguagem universal. Muitas outras disciplinas, como a economia e a ecologia, também requerem cooperação internacional.
Fico, por isso, ainda mais atônito quando percebo que os governos estão tentando criar um exército europeu como
expressão da unidade da Europa. Um exército contra quem? Onde está o inimigo? Por que esse crescimento constante nos
orçamentos militares, quer na Europa, quer nos Estados Unidos? Cabe às futuras gerações tomar uma posição sobre isso.
Na nossa era, e isso será cada vez mais verdade no futuro, as coisas estão mudando a uma velocidade jamais vista. Vou usar
um exemplo científico.

Quarenta anos atrás, o número de cientistas interessados na física de estado sólido e na tecnologia da informação não
passava de umas poucas centenas. Era uma " utuação", quando comparado às ciências como um todo. Hoje, essas
disciplinas se tornaram tão importantes que têm consequências decisivas para a história da humanidade.

Cabe às futuras gerações construir uma nova coerência que incorpore tanto os valores humanos quanto a ciência, algo que
ponha fim às profecias quanto ao "fim da ciência", "fim da história" ou até quanto ao advento da "pós-humanidade"

Crescimento exponencial foi registrado no número de pesquisadores envolvidos nesse setor da ciência. É um fenômeno de
proporção sem precedentes, que deixou muito para trás o crescimento do budismo e do cristianismo. Em minha mensagem
às futuras gerações, gostaria de propor argumentos com o objetivo de lutar contra os sentimentos de resignação ou
impotência. As recentes ciências da complexidade negam o determinismo; insistem na criatividade em todos os níveis da
natureza. O futuro não é dado. O grande historiador francês Fernand Braudel escreveu: "Eventos são poeira". Isso é
verdade?

O que é um evento? Uma analogia com "bifurcações", estudadas na física do não-equilíbrio, surge imediatamente. Essas
bifurcações aparecem em pontos especiais nos quais a trajetória seguida por um sistema se subdivide em "ramos". Todos os
ramos são possíveis, mas só um deles será seguido. No geral não se vê apenas uma bifurcação. Elas tendem a surgir em
sucessão. Isso signi ca que até mesmo nas ciências fundamentais há um elemento temporal, narrativo, e isso constitui o " m
da certeza", o título do meu último livro. O mundo está em construção, e todos podemos participar dela.

Disponível em <https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs3001200004.htm> Acesso em 11 set. 2020.

Assinale a opção que contém o maior número de orações.


A De qualquer forma, como poderia um homem da minha geração - nasci em 1917 - não ser otimista?

B Os marcos da era incluem a fundação da Organização das Nações Unidas e da Unesco, a proclamação dos
direitos do homem e a descolonização.

C Em termos mais gerais, houve o reconhecimento das culturas não europeias, do qual derivou uma queda do
eurocentrismo e da suposta desigualdade entre os povos "civilizados" e os "não-civilizados".

D Houve também uma redução na distância entre as classes sociais, pelo menos nos países ocidentais.

E No momento da queda do Muro de Berlim, começamos a acreditar que enfim seria realizada a transição da
cultura da guerra para a cultura da paz.
4 00003 3 08 9

Questão 29 Português Sintaxe do período composto Relações de coordenação

Texto 1

O movimento hoje conhecido como "cultura do cancelamento" começou, há alguns anos, como uma forma de chamar a
atenção para causas como justiça social e preservação ambiental. Seria uma maneira de ampli car a voz de grupos
oprimidos e forçar ações políticas de marcas ou figuras públicas.

Funciona assim: um usuário de mídias sociais, como Twitter e Facebook, presencia um ato que considera errado, registra
em vídeo ou foto e posta em sua conta, com o cuidado de marcar a empresa empregadora do denunciado e autoridades
públicas ou outros in uenciadores digitais que possam ampli car o alcance da mensagem. É comum que, em questão de
horas, o post tenha sido replicado milhares de vezes.

A cascata de menções a uma empresa costuma precipitar atitudes sumárias para estancar o desgaste de imagem, sem que
a pessoa sob ataque possa necessariamente se defender amplamente.

O cancelamento é diferente da trollagem típica de internet, eventualmente com insultos coordenados, frequente em
disputas de opinião entre usuários das redes. O "cancelamento" é um ataque à reputação que ameaça o emprego e os
meios de subsistência atuais e futuros do cancelado. Extremamente frequente nos Estados Unidos, ela hoje abate
personalidade, mas também anônimos.

"Você pode ser cancelado por algo que você disse em meio a uma multidão de completos estranhos se um deles tiver feito
um vídeo, ou por uma piada que soou mal nas mídias sociais ou por algo que você disse ou fez há muito tempo atrás e
sobre o qual há algum registro na internet. E você não precisa ser proeminente, famoso ou político para ser publicamente
envergonhado e permanentemente marcado: tudo o que você precisa fazer é ter um dia particularmente ruim e as
consequências podem durar enquanto o Google existir", de niu o colunista do The New York Times Ross Douthat em uma
coluna sobre cancelamento há alguns dias.

Injustiças no movimento por justiça social?

O alcance da cultura do cancelamento nos Estados Unidos tem gerado questionamentos sobre a possibilidade de que
injustiças sejam cometidas justamente na busca por Justiça.

Ca erty não é um caso único. No m de maio, um pesquisador contratado por uma consultoria política progressista
compartilhou no Twitter o resultado de um estudo que indicava que, nos anos 1960, protestos raciais violentos aumentavam
o percentual de votos em candidatos republicanos, enquanto atos pací cos favoreciam políticos democratas nas urnas.
Ativistas consideraram que seu comentário era uma reprimenda aos atos pela morte de George Floyd e passaram a exigir
sua demissão. O pesquisador foi demitido dias mais tarde.
No último mês, uma professora de teatro em Nova York foi acusada de ter cochilado durante uma reunião online para tratar
de ações por justiça racial no curso. Uma petição assinada por quase duas mil pessoas pede sua demissão, acusando-a de
racista. A professora nega e alega que apenas descansava as vistas olhando momentaneamente para baixo quando a foto
foi feita.

No começo de junho, um migrante palestino, dono de uma rede de padarias que emprega 200 pessoas em Minnesota, se
tornou alvo depois de serem encontrados — e divulgados — na internet posts racistas e antissemitas de sua lha,
adolescente quando os escreveu. Apesar de ter demitido a lha, hoje adulta, da empresa, seus compradores cancelaram os
contratos e ele perdeu linhas de crédito. O negócio pode não sobreviver.

Disponível em: <www.bbc.com/portuguese>. Acesso em 15.08.2020.

Assinale, a seguir, a alternativa em que a reescrita mantém a correção gramatical e o sentido das frases.

A É comum que, em questão de horas, o post tenha sido replicado milhares de vezes. => Em questão de horas, que
o post tenha sido replicado milhares de vezes é comum.

B Extremamente frequente nos Estados Unidos, ela hoje abate personalidade, mas também anônimos. => Ela hoje
abate personalidade, assim como anônimos, extremamente comum nos EUA.

C O alcance da cultura do cancelamento nos Estados Unidos tem gerado questionamentos. => Questionamentos
têm sido gerados, nos Estados Unidos, sobre o alcance da cultura do cancelamento.

D Você pode ser cancelado por algo que você disse em meio a uma multidão de completos estranhos => Tu pode
ser cancelado por algo ao qual tu disse em meio a uma multidão de completos estranhos.
Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 00003 214 4

Questão 30 Português Sintaxe do período composto Relações de coordenação

Texto 1

O movimento hoje conhecido como "cultura do cancelamento" começou, há alguns anos, como uma forma de chamar a
atenção para causas como justiça social e preservação ambiental. Seria uma maneira de ampli car a voz de grupos
oprimidos e forçar ações políticas de marcas ou figuras públicas.

Funciona assim: um usuário de mídias sociais, como Twitter e Facebook, presencia um ato que considera errado, registra
em vídeo ou foto e posta em sua conta, com o cuidado de marcar a empresa empregadora do denunciado e autoridades
públicas ou outros in uenciadores digitais que possam ampli car o alcance da mensagem. É comum que, em questão de
horas, o post tenha sido replicado milhares de vezes.

A cascata de menções a uma empresa costuma precipitar atitudes sumárias para estancar o desgaste de imagem, sem que
a pessoa sob ataque possa necessariamente se defender amplamente.

O cancelamento é diferente da trollagem típica de internet, eventualmente com insultos coordenados, frequente em
disputas de opinião entre usuários das redes. O "cancelamento" é um ataque à reputação que ameaça o emprego e os
meios de subsistência atuais e futuros do cancelado. Extremamente frequente nos Estados Unidos, ela hoje abate
personalidade, mas também anônimos.

"Você pode ser cancelado por algo que você disse em meio a uma multidão de completos estranhos se um deles tiver feito
um vídeo, ou por uma piada que soou mal nas mídias sociais ou por algo que você disse ou fez há muito tempo atrás e
sobre o qual há algum registro na internet. E você não precisa ser proeminente, famoso ou político para ser publicamente
envergonhado e permanentemente marcado: tudo o que você precisa fazer é ter um dia particularmente ruim e as
consequências podem durar enquanto o Google existir", de niu o colunista do The New York Times Ross Douthat em uma
coluna sobre cancelamento há alguns dias.

Injustiças no movimento por justiça social?

O alcance da cultura do cancelamento nos Estados Unidos tem gerado questionamentos sobre a possibilidade de que
injustiças sejam cometidas justamente na busca por Justiça.

Ca erty não é um caso único. No m de maio, um pesquisador contratado por uma consultoria política progressista
compartilhou no Twitter o resultado de um estudo que indicava que, nos anos 1960, protestos raciais violentos aumentavam
o percentual de votos em candidatos republicanos, enquanto atos pací cos favoreciam políticos democratas nas urnas.
Ativistas consideraram que seu comentário era uma reprimenda aos atos pela morte de George Floyd e passaram a exigir
sua demissão. O pesquisador foi demitido dias mais tarde.

No último mês, uma professora de teatro em Nova York foi acusada de ter cochilado durante uma reunião online para tratar
de ações por justiça racial no curso. Uma petição assinada por quase duas mil pessoas pede sua demissão, acusando-a de
racista. A professora nega e alega que apenas descansava as vistas olhando momentaneamente para baixo quando a foto
foi feita.

No começo de junho, um migrante palestino, dono de uma rede de padarias que emprega 200 pessoas em Minnesota, se
tornou alvo depois de serem encontrados — e divulgados — na internet posts racistas e antissemitas de sua lha,
adolescente quando os escreveu. Apesar de ter demitido a lha, hoje adulta, da empresa, seus compradores cancelaram os
contratos e ele perdeu linhas de crédito. O negócio pode não sobreviver.

Disponível em: <www.bbc.com/portuguese>. Acesso em 15.08.2020.

Assinale a seguir, a alternativa em que ocorre uma relação de coordenação entre as orações.

A “O movimento hoje conhecido como ‘cultura do cancelamento’ começou, há alguns anos, como uma forma de
chamar a atenção para causas como justiça social e preservação ambiental.” (1°§)

B “É comum que, em questão de horas, o post tenha sido replicado milhares de vezes.” (2°§)

C “Seria uma maneira de amplificar a voz de grupos oprimidos e forçar ações políticas de marcas ou figuras
públicas.” (2°§)

D “A cascata de menções a uma empresa costuma precipitar atitudes sumárias para estancar o desgaste de
imagem”. (3°§)

E “O ‘cancelamento’ é um ataque à reputação que ameaça o emprego e os meios de subsistência atuais e futuros
do cancelado.” (4o§)
Essa questão po ssui co mentário do pro fesso r no site 4 00003 2009

Questão 31 Português Sintaxe do período composto Relações de coordenação

Texto 1

Há uma semana minha casa está em polvorosa. Tudo para preparar a chegada do poema de um poeta que vocês e eu
amamos, o maior poeta do Brasil de todos os tempos. Mandei 15 faxineiros virem fazer rebrilhar minha casa, o chão está nos
espelhando. Tirei os cristais guardados a mil chaves, -los refulgir e tilintar, para receber gélido champanha. Mandei buscar
da Escócia um uísque, mas acho que o poeta não é de beber. Fui então ao Instituto do Café para eles me darem café tipo
exportação, esse café que é brasileiro e que no entanto só se toma bem na Itália. Os 30 lustres da sala estão todos
nervosos e assanhados de tantos re exos e dis exos e tantas reverberações, brilhações e fulgurações, a résteas e raios, e
doidos pingentes trêmulos da mais alvoroçada claridade – tudo iluminado, nada de pouca luz para recebermos o poema. As
vidraças estão tão transparentes de limpas que a gente pode até se enganar e atravessá-las.

E as ores? Todas as jarras da casa estão transbordando de ores, montões de cravos vermelhos com corolas arrebitadas,
botões entreabertos de dúzias de rosas brancas e amarelas, e outras tão vermelhas, das graúdas e quase comíveis. Mandei
plantar depressa um jasmineiro-trepadeira nas paredes do terraço, já com jasmim, mas de perfume suave, só um pouco
inebriante. Também mandei plantar no canto da sala uma moita de avencas fresquíssimas que se dobram sobre elas próprias
em verdes curvas de suas milhares de folhinhas de samambaias, moita que dá vontade de se pôr o rosto dentro dela e
receber em cheio o seu sensual agreste. Escolhi os eucaliptos os mais altos, e eles ultrapassam o teto que mandei abrir para
que as estrelas da noite escura pisquem sobre nós. Sei que vocês estavam esperando receber a visita sábado de manhã.
Mas na verdade hoje é noite e apesar da lua cheia o céu é escuro de uma pessoa se perder com delícia no seu alto
negrume.

E que roupa usar? Uma túnica branca, não em sinal de pureza que não tenho, mas porque túnica branca é bonito. Lamentei
ter cortado meus cabelos mas já era tarde, não dava tempo de mandá-los crescer. E eis-me sentada no sofá, esperando.
Cada minuto que passa, ele não vem. Temo que à última hora o poeta escolha melhor guarita para o seu poema. Embora eu
ache que nós, leitores meus e eu, temos feito desta seção o melhor possível, começo a nos acusar da coluna ser desigual,
às vezes bem fraca, mas o poeta sabe que quem escreve com frequência e dia certo é desigual. Será que ele escolheu a
coluna de Carlinhos de Oliveira?

(www.cronistasbrasileiras.org.br)

No trecho “Lamentei ter cortado meuscabelos mas já era tarde, não dava tempo de mandá-los crescer.”, identi cam-se,
como orações, de forma respectiva,

A três coordenadas, duas principais e uma substantiva.

B duas coordenadas, uma substantiva e uma adverbial.

C quatro coordenadas assindéticas.

D duas coordenadas, uma principal e uma adjetiva.

E três coordenadas, uma principal e uma substantiva.

4 00003 1967

Questão 32 Português Sintaxe do período composto Relações de coordenação

Texto 1

Há uma semana minha casa está em polvorosa. Tudo para preparar a chegada do poema de um poeta que vocês e eu
amamos, o maior poeta do Brasil de todos os tempos. Mandei 15 faxineiros virem fazer rebrilhar minha casa, o chão está nos
espelhando. Tirei os cristais guardados a mil chaves, -los refulgir e tilintar, para receber gélido champanha. Mandei buscar
da Escócia um uísque, mas acho que o poeta não é de beber. Fui então ao Instituto do Café para eles me darem café tipo
exportação, esse café que é brasileiro e que no entanto só se toma bem na Itália. Os 30 lustres da sala estão todos
nervosos e assanhados de tantos re exos e dis exos e tantas reverberações, brilhações e fulgurações, a résteas e raios, e
doidos pingentes trêmulos da mais alvoroçada claridade – tudo iluminado, nada de pouca luz para recebermos o poema. As
vidraças estão tão transparentes de limpas que a gente pode até se enganar e atravessá-las.
E as ores? Todas as jarras da casa estão transbordando de ores, montões de cravos vermelhos com corolas arrebitadas,
botões entreabertos de dúzias de rosas brancas e amarelas, e outras tão vermelhas, das graúdas e quase comíveis. Mandei
plantar depressa um jasmineiro-trepadeira nas paredes do terraço, já com jasmim, mas de perfume suave, só um pouco
inebriante. Também mandei plantar no canto da sala uma moita de avencas fresquíssimas que se dobram sobre elas próprias
em verdes curvas de suas milhares de folhinhas de samambaias, moita que dá vontade de se pôr o rosto dentro dela e
receber em cheio o seu sensual agreste. Escolhi os eucaliptos os mais altos, e eles ultrapassam o teto que mandei abrir para
que as estrelas da noite escura pisquem sobre nós. Sei que vocês estavam esperando receber a visita sábado de manhã.
Mas na verdade hoje é noite e apesar da lua cheia o céu é escuro de uma pessoa se perder com delícia no seu alto
negrume.

E que roupa usar? Uma túnica branca, não em sinal de pureza que não tenho, mas porque túnica branca é bonito. Lamentei
ter cortado meus cabelos mas já era tarde, não dava tempo de mandá-los crescer. E eis-me sentada no sofá, esperando.
Cada minuto que passa, ele não vem. Temo que à última hora o poeta escolha melhor guarita para o seu poema. Embora eu
ache que nós, leitores meus e eu, temos feito desta seção o melhor possível, começo a nos acusar da coluna ser desigual,
às vezes bem fraca, mas o poeta sabe que quem escreve com frequência e dia certo é desigual. Será que ele escolheu a
coluna de Carlinhos de Oliveira?

(www.cronistasbrasileiras.org.br)

Em:

Embora eu ache que nós, leitores meus e eu, temos feito desta seção o melhor possível, começo a nos acusar da
coluna ser desigual, às vezes bem fraca, mas o poeta sabe que quem escreve com frequência e dia certo é
desigual.

Podem-se identificar, como relações de significação nas orações destacadas, respectivamente,

A consequência e adição.

B concessão e concessão.

C concessão e adversidade.

D adversidade e adversidade.

E causa e conclusão.

4 00003 1966

Questão 33 Português Sintaxe do período composto Relações de coordenação

Mais um dia vinha nascendo sobre o bem ordenado mundo onde os olímpicos governavam. Lá no alto do monte sagrado,
Zeus contemplava Eos, a Aurora, pintando o horizonte com seus dedos rosados. Em seguida veio Hélios, o Sol, dissipando
os tons róseos de sua irmã com raios fortes. Mas antes que a manhã terminasse, o sossego do Olimpo foi destroçado. Um
urro de guerra retumbou por toda a Grécia. Incrédulo, Zeus viu enormes projéteis de pedra cruzando o céu.

O alvo era o próprio Olimpo. Estava começando a Rebelião dos Gigantes – um estrondoso desa o contra a soberania
suprema de Zeus. “O ar superior do Olimpo se tornaria tão conturbado e sem paz quanto a terra lá embaixo. Pois os
gigantes aspiravam ao trono dos céus e construíram um caminho até as estrelas, empilhando montanha sobre montanha”,
escreveu o romano Ovídio em As Metamorfoses, do século 1 a.C.

Os gigantes eram as temíveis criaturas nascidas quando o sangue de Urano salpicou a Terra. Seres de força imensa e
tamanho colossal, pareciam humanos até a cintura. Mas, no lugar de pernas, tinham enormes serpentes enrodilhadas e
sibilantes. Seus cabelos eram compridos e ásperos como pelos de animais selvagens.

Ao se levantarem da poça de sangue divino, já estavam cobertos por grossas armaduras brilhantes e empunhavam lanças
grandes como árvores. Na Trácia, onde haviam nascido, os gigantes ergueram um reino cruel. Escravizaram os humanos das
redondezas e passaram a viver como reis, desprezando todos os deuses. O ataque dos gigantes contra o Olimpo foi
instigado por Gaia.

Ex-aliada de Zeus na guerra contra Cronos, ela mudou de lado ao ver os titãs, seus lhos, aprisionados no Tártaro. Vezes
seguidas, ela havia suplicado ao senhor do Olimpo que os libertasse. Mas Zeus não lhe deu ouvidos: suas decisões eram
supremas. Enfurecida, Gaia invocou Alcioneu, o rei dos gigantes. “Destrua os olímpicos e traga os titãs de volta!”, exclamou
a Mãe Terra enfurecida.

Disponível em: <super.abril.com.br>. Acesso em 05/04/2020.

Assinale a alternativa em que a reescritura do trecho “Enfurecida, Gaia invocou Alcioneu, o rei dos gigantes” fere as normas
da gramática normativa ou modifica o significado do trecho.

A Gaia enfurecida invocou Alcioneu, o rei dos gigantes.

B Gaia invocou, enfurecida, Alcioneu, o rei dos gigantes.

C Gaia, enfurecida, invocou Alcioneu, o rei dos gigantes.

D Gaia invocou Alcioneu, o rei dos gigantes, enfurecida.

E Gaia invocou Alcioneu enfurecida, ele era o rei dos gigantes.

4 00003 04 8 4

Questão 34 Português Sintaxe do período composto Relações de coordenação

Mais um dia vinha nascendo sobre o bem ordenado mundo onde os olímpicos governavam. Lá no alto do monte sagrado,
Zeus contemplava Eos, a Aurora, pintando o horizonte com seus dedos rosados. Em seguida veio Hélios, o Sol, dissipando
os tons róseos de sua irmã com raios fortes. Mas antes que a manhã terminasse, o sossego do Olimpo foi destroçado. Um
urro de guerra retumbou por toda a Grécia. Incrédulo, Zeus viu enormes projéteis de pedra cruzando o céu.

O alvo era o próprio Olimpo. Estava começando a Rebelião dos Gigantes – um estrondoso desa o contra a soberania
suprema de Zeus. “O ar superior do Olimpo se tornaria tão conturbado e sem paz quanto a terra lá embaixo. Pois os
gigantes aspiravam ao trono dos céus e construíram um caminho até as estrelas, empilhando montanha sobre montanha”,
escreveu o romano Ovídio em As Metamorfoses, do século 1 a.C.

Os gigantes eram as temíveis criaturas nascidas quando o sangue de Urano salpicou a Terra. Seres de força imensa e
tamanho colossal, pareciam humanos até a cintura. Mas, no lugar de pernas, tinham enormes serpentes enrodilhadas e
sibilantes. Seus cabelos eram compridos e ásperos como pelos de animais selvagens.

Ao se levantarem da poça de sangue divino, já estavam cobertos por grossas armaduras brilhantes e empunhavam lanças
grandes como árvores. Na Trácia, onde haviam nascido, os gigantes ergueram um reino cruel. Escravizaram os humanos das
redondezas e passaram a viver como reis, desprezando todos os deuses. O ataque dos gigantes contra o Olimpo foi
instigado por Gaia.

Ex-aliada de Zeus na guerra contra Cronos, ela mudou de lado ao ver os titãs, seus lhos, aprisionados no Tártaro. Vezes
seguidas, ela havia suplicado ao senhor do Olimpo que os libertasse. Mas Zeus não lhe deu ouvidos: suas decisões eram
supremas. Enfurecida, Gaia invocou Alcioneu, o rei dos gigantes. “Destrua os olímpicos e traga os titãs de volta!”, exclamou
a Mãe Terra enfurecida.

Disponível em: <super.abril.com.br>. Acesso em 05/04/2020.

Assinale a alternativa em que há a união, em um único período, dos dois períodos encontrados em “Seres de força imensa e
tamanho colossal, pareciam humanos até a cintura. Mas, no lugar de pernas, tinham enormes serpentes enrodilhadas e
sibilantes”, sem que exista perda de significação.

A Seres de força imensa e tamanho colossal, pareciam humanos até a cintura; logo, no lugar de pernas, tinham
enormes serpentes enrodilhadas e sibilantes.

B Seres de força imensa e tamanho colossal, pareciam humanos até a cintura; portanto, no lugar de pernas, tinham
enormes serpentes enrodilhadas e sibilantes

C Seres de força imensa e tamanho colossal, pareciam humanos até a cintura; ou seja, no lugar de pernas, tinham
enormes serpentes enrodilhadas e sibilantes

D Seres de força imensa e tamanho colossal, pareciam humanos até a cintura; bem como, no lugar de pernas,
tinham enormes serpentes enrodilhadas e sibilantes

E Seres de força imensa e tamanho colossal, pareciam humanos até a cintura; no entanto, no lugar de pernas,
tinham enormes serpentes enrodilhadas e sibilantes
4 00003 04 8 3

Questão 35 Português Sintaxe do período composto Relações de coordenação

A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que está preparando um novo projeto internacional para mapear a real
extensão da Covid-19 pelo mundo. A ideia é executar testes em massa para identi car anticorpos contra o vírus na
população –contabilizando também os casos assintomáticos ou leves, que em sua maioria passam em branco.

Chamado Solidarity II (Solidariedade II), o projeto deve ser lançado o cialmente nos próximos dias e já conta com o
interesse de pelo menos seis países, segundo a revista Science. O nome se refere a uma outra mega iniciativa da
organização, a Solidarity I, que vai testar os quatros medicamentos mais promissores contra a doença em pelo menos 10
países.

Disponível em: <super.abril.com.br>. Acesso em: 07.04.2020.

No trecho “A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que está preparando um novo projeto internacional para
mapear a real extensão da Covid-19 pelo mundo.”, há

A uma oração principal e duas coordenadas, sendo uma aditiva e outra explicativa.

B três orações subordinadas, sendo uma substantiva, uma adjetiva e uma adverbial.

C uma oração principal, uma oração subordinada substantiva e uma oração adverbial.

D duas orações principais e duas subordinadas, uma substantiva e outra adverbial final.

E duas orações principais e uma oração subordinada, classificada como substantiva objetiva.

4 00003 04 11
Questão 36 Português Sintaxe do período composto Relações de coordenação

Assinale, entre as alternativas a seguir, aquela que apresenta um conectivo que apresente leitura de contrariedade, também
chamada adversidade.

A Todos os cidadãos, portanto, deverão apresentar os documentos solicitados pelo governo.

B Quando chegamos ao shopping, nos encontramos com os nossos amigos mais próximos.

C Caso vocês queiram, podemos colocar as respostas em negrito.

D Enquanto estivermos em casa, vamos aproveitar e maratonar todas as nossas séries.

E Eles pesquisaram muito sobre o assunto, e não conseguiram encontrar o que precisavam.

4 00003 04 09

Questão 37 Português Sintaxe do período composto Período simples e período composto

Texto 1

O impacto do fechamento de salas

A distribuição geográ ca de salas de cinema no país, já concentrada em grandes centros urbanos, pode car ainda mais
desigual depois da pandemia. A quantidade de municípios que não dispõem de nenhuma sala de cinema deve crescer.

Ao Nexo André Sturm, curador do Cine Belas Artes, cinema de rua de São Paulo, e programador da distribuidora Pandora
Filmes, destaca que o Brasil já tem um parque exibidor insu ciente, com uma das menores taxas de habitantes por sala da
América Latina.

“Se a gente perder salas, com certeza terá menos lmes estreando, menos pessoas indo ao cinema”, disse. “Manter os
cinemas abertos é um passo importante que beneficia todos os outros elos da cadeia”.

Sturm a rma que a crise dos exibidores é ruim para os lmes e para os distribuidores, mas, acima de tudo, para o público e
para as cidades, que deixam de ter a chance de compartilhar a experiência cultural “civilizatória” proporcionada pelo cinema.

Mesmo após uma futura reabertura, a expectativa é de que as salas continuem enfrentando di culdades durante alguns
meses, já que lançamentos internacionais de peso foram adiados e o público pode estar relutante com relação a voltar a
frequentar esse tipo de espaço, por enxergá-lo como um potencial foco de contágio do vírus. Na China, um cinema
reaberto em março com 22 sessões a preços promocionais não conseguiu vender nenhum ingresso.

Quais medidas estão sendo adotadas

Segundo uma reportagem publicada pelo jornal O Globo, Ancine (Agência Nacional do Cinema) e BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social) preparam uma linha emergencial de crédito para socorrer a indústria do cinema
como um todo, que poderia bancar a folha de pagamento das empresas exibidoras por um ano. Mas a medida, que prevê o
uso de recursos do FSA (Fundo Setorial do Audiovisual), ainda enfrenta entraves burocráticos para entrar em vigor.

Para avançar, a proposta requer que o comitê gestor do fundo se reúna. Ainda que a Secretaria Especial da Cultura – e,
com ela, a Ancine, que é uma autarquia e o fundo, que é gerido por ela – tenha sido realocada do Ministério da Cidadania
para o Ministério do Turismo no nal de 2019, o decreto de transferência dos cargos e funções de uma pasta para a outra
ainda não foi assinado. A mudança o cial depende, segundo reportagem da revista Veja, da secretária Regina Duarte montar
de nitivamente sua equipe. Até lá, a reunião do comitê gestor só pode ser convocada por Onyx Lorenzoni, ministro da
Cidadania.

Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/>. Acesso em 09/08/2020.

A partir do texto 1, responda ao que se pede na questão.

Os conectivos destacados no trecho a seguir podem ser classi cados, respectivamente, com relação ao sentido, em qual
alternativa?

Mesmo após uma futura reabertura, a expectativa é de que as salas continuem enfrentando dificuldades durante alguns meses,
já que lançamentos internacionais de peso foram adiados e o público pode estar relutante com relação a voltar a frequentar
esse tipo de espaço, por enxergá-lo como um potencial foco de contágio do vírus.

A Explicação e adição.

B Adversidade e causa.

C Consequência e conclusão.

D Concessão e explicação.

E Proporção e causa.

4 000029519

Questão 38 Português Sintaxe do período composto Relações de coordenação

Texto 1

O impacto do fechamento de salas

A distribuição geográ ca de salas de cinema no país, já concentrada em grandes centros urbanos, pode car ainda mais
desigual depois da pandemia. A quantidade de municípios que não dispõem de nenhuma sala de cinema deve crescer.

Ao Nexo André Sturm, curador do Cine Belas Artes, cinema de rua de São Paulo, e programador da distribuidora Pandora
Filmes, destaca que o Brasil já tem um parque exibidor insu ciente, com uma das menores taxas de habitantes por sala da
América Latina.

“Se a gente perder salas, com certeza terá menos lmes estreando, menos pessoas indo ao cinema”, disse. “Manter os
cinemas abertos é um passo importante que beneficia todos os outros elos da cadeia”.

Sturm a rma que a crise dos exibidores é ruim para os lmes e para os distribuidores, mas, acima de tudo, para o público e
para as cidades, que deixam de ter a chance de compartilhar a experiência cultural “civilizatória” proporcionada pelo cinema.

Mesmo após uma futura reabertura, a expectativa é de que as salas continuem enfrentando di culdades durante alguns
meses, já que lançamentos internacionais de peso foram adiados e o público pode estar relutante com relação a voltar a
frequentar esse tipo de espaço, por enxergá-lo como um potencial foco de contágio do vírus. Na China, um cinema
reaberto em março com 22 sessões a preços promocionais não conseguiu vender nenhum ingresso.

Quais medidas estão sendo adotadas

Segundo uma reportagem publicada pelo jornal O Globo, Ancine (Agência Nacional do Cinema) e BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social) preparam uma linha emergencial de crédito para socorrer a indústria do cinema
como um todo, que poderia bancar a folha de pagamento das empresas exibidoras por um ano. Mas a medida, que prevê o
uso de recursos do FSA (Fundo Setorial do Audiovisual), ainda enfrenta entraves burocráticos para entrar em vigor.

Para avançar, a proposta requer que o comitê gestor do fundo se reúna. Ainda que a Secretaria Especial da Cultura – e,
com ela, a Ancine, que é uma autarquia e o fundo, que é gerido por ela – tenha sido realocada do Ministério da Cidadania
para o Ministério do Turismo no nal de 2019, o decreto de transferência dos cargos e funções de uma pasta para a outra
ainda não foi assinado. A mudança o cial depende, segundo reportagem da revista Veja, da secretária Regina Duarte montar
de nitivamente sua equipe. Até lá, a reunião do comitê gestor só pode ser convocada por Onyx Lorenzoni, ministro da
Cidadania.

Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/>. Acesso em 09/08/2020.

A partir do texto 1, responda ao que se pede na questão.

Observe o trecho a seguir, retirado do texto 1.

“Se a gente perder salas, com certeza terá menos filmes estreando, menos pessoas indo ao cinema”, disse.

Assinale a alternativa em que a reescrita do trecho apresentado mantém o sentido original, bem como as relações sintáticas
corretas.

A “Portanto, se perdermos salas, com certeza teremos menos filmes estreando, menos pessoas indo ao cinema”,
disse.

B “Como perderemos salas, com certeza teremos menos filmes estreando, menos pessoas indo ao cinema”, disse.

C “Se a gente perdermos salas, com certeza teremos menos filmes estreando, menos pessoas indo ao cinema”,
disse.

D “Porque a gente perderá salas, com certeza terá menos filmes estreando, menos pessoas indo ao cinema”, disse.

E “Caso percamos salas, com certeza teremos menos filmes estreando, menos pessoas indo ao cinema”, disse.

4 000029517

Questão 39 Português Sintaxe do período composto Período simples e período composto

Texto 1

Como é usual no desenvolvimento de novas tecnologias, os drones também brotaram de centros militares. Mas no Exército
eles têm outro nome: veículos aéreos não tripulados (os vants). São aeronaves autônomas, guiadas a distância por pilotos
ou que navegam sozinhas, e que podem medir de poucos centímetros a dezenas de metros de comprimento. No começo
dos anos 2000, passaram a ser utilizadas regularmente em missões do governo americano, e gradualmente substituem
pilotos no campo de batalha. Se em 2009 3% da tropa da Força Aérea dos Estados Unidos guiava os vants, agora a parcela
é de ao menos 10%, e há queixas de que não é o su ciente. E se no início eles substituíam soldados em tarefas arriscadas,
agora solucionam até dilemas morais típicos de situações de guerra, e que antes só humanos conseguiam resolver. Às
máquinas foram atribuídas decisões deontológicas. Quando foram concebidos, os vants eram totalmente guiados por um
controle remoto. Tudo que a máquina fazia era responder aos comandos de um humano. Mas cada vez mais o homem se
mostra dispensável. Os drones militares da década de 2010 contam com softwares dotados de algoritmos capazes de não
só guiá-los, mas de identi car alvos e decidir se é preciso abatê-los. Um ex-operador de drones militares dos Estados
Unidos revelou recentemente que as aeronaves rastreavam, sozinhas, o celular de um inimigo e indicavam se era necessário
executá-lo, mesmo que ele não fosse o dono do aparelho, e com risco real de matar civis ao redor. Israel também divulgou
a realização de testes com um programa que fará com que drones solucionem dilemas éticos. Exemplo: se o dano
colateral, a morte de civis, for matematicamente mais prejudicial do que a execução de um alvo de menor relevância, a
máquina cancela o ataque. Fórmulas matemáticas, em vez de humanos, podem passar a reger o campo de batalha.

THOMAS, Jennifer Ann. Veja, 14 de fevereiro, 2015, p. 173. (Fragmento)

Em “Se em 2009 3% da tropa da Força Aérea dos Estados Unidos guiava os vants, agora a parcela é de ao menos 10%, e
há queixas de que não é o suficiente”, os conectores destacados tem valor de, respectivamente,

A condição, concessão e conclusão.

B consequência, tempo e explicação.

C causa, finalidade e adversidade.

D condição, tempo e adição.

E concessão, condição e adversidade.

4 000028 24 7

Questão 40 Português Sintaxe do período composto Relações de coordenação

Assinale, dentre os períodos a seguir, aquele que se configura como um período misto.

A Eu só queria saber o porquê de tantas faltas que constavam em minha ficha.

B Acordaram na hora, saíram correndo, mas não chegaram a tempo na prova.

C Conquanto tenhamos tentado de tudo, não conseguimos salvar o trabalho.

D Ele queria saber se estávamos bem e se permaneceríamos em casa.

E Quando chegarmos em casa, ligaremos para a pizzaria para pedirmos o jantar.

4 000028 223

Questão 41 Português Sintaxe do período composto Relações de coordenação

Algumas das grandes invenções que mudaram o mundo –computadores, internet, forno de micro-ondas, GPS, laser e
câmeras digitais, para car apenas nos exemplos mais marcantes –surgiram nas leiras militares. A próxima revolução
tecnológica criada pela turma de farda ainda não transformou a vida das pessoas, mas isso é apenas uma questão de tempo.
Desenvolvidos pelo Exército americano, os drones, aqueles aviões não tripulados comandados por sistemas de
comunicação mantidos em terra rme, ganharam fama de máquinas assassinas graças aos ataques dos Estados Unidos em
países como Iraque e Afeganistão, mas agora começam a encontrar sua verdadeira vocação: servir ao cidadão comum e
gerar oportunidades de negócios para grandes empresas. Duas das corporações mais impetuosas do planeta, Google e
Amazon, aceleram o desenvolvimento de drones capazes de realizar uma atividade ao mesmo tempo trivial e bilionária: a
entrega de encomendas, o famoso delivery. A ideia é que os pequenos aviões transportem produtos de todo tipo (pizzas,
livros, roupas, aparelhos eletrônicos, celulares) e os deixem na porta da casa dos consumidores. Parece irrealizável. Não é.

Isto é, 17 de setembro de 2014, p. 76-77

Entre os dois últimos períodos do texto, “Parece irrealizável. Não é.”, existe uma relação de signi cação. Assinale, a seguir a
conjunção que poderia ser utilizada caso os dois períodos fossem unidos em um só.
A Porém

B Porque

C Portanto

D Logo

E Bem como

4 000028 13 6

Questão 42 Português Sintaxe do período composto Adverbiais

Adaptado de: CARVALHO, M. F. Pichação-arte é pixação? Revista Arruaça, Edição nº 0. Cásper Líbero, 2013. Disponível
em <https://casperlibero.edu.br/revistas/pichacao-arte-e-pixacao/> Acesso em: maio 2018

Assinale a alternativa em que o trecho sublinhado expressa ideia de causa.

A Essa distinção das expressões deu-se em boa parte pela institucionalização do graffiti, com os primeiros
resquícios já na década de 1970.

B Enquanto o graffiti foi sendo introduzido como uma nova expressão de arte contemporânea, a pichação utilizou
o princípio de não autorização para fortalecer sua essência

C A rejeição do público geral reside na falta de compreensão e intelecção das inscrições; apenas os membros da
própria comunidade decifram o conteúdo.

D Mesmo sem adotar o comportamento esperado, caíram em contradição.

E O grafiteiro é visto hoje como artista plástico, possuindo as características de todo e qualquer artista
contemporâneo, incluindo a prática e o status.
4 0000073 01
Questão 43 Português Sintaxe do período composto Adverbiais

Adaptado de: CARVALHO, M. F. Pichação-arte é pixação? Revista Arruaça, Edição nº 0. Cásper Líbero, 2013. Disponível
em <https://casperlibero.edu.br/revistas/pichacao-arte-e-pixacao/> Acesso em: maio 2018

Assinale a alternativa cujo trecho sublinhado denota uma condição.

A [...] trazem à tona um questionamento conceitual importante: uma vez considerado arte contemporânea, o
movimento perderia sua essência?

B [...] ele ganhou em força, criatividade e técnica, sendo reconhecido hoje no Brasil como graffiti artístico.

C Muito além da diferenciação conceitual entre as expressões – ainda que elas compartilhem da mesma matéria-
prima [...]

D Ela é evidenciada pela impossibilidade de inserção em qualquer estatuto pré-estabelecido, pois isso pressuporia a
diluição e a perda de sua potência signo-estética.

E “Se alguém faz alguma coisa no seu trabalho, isso é positivo, para mim, porque escolheram a minha peça entre as
expostas” [...]
4 0000073 00

Questão 44 Sintaxe do período composto Período simples e período composto

A PIPOCA

Rubem Alves
Disponível em http://www.releituras.com/rubemalves_pipoca.asp. Acessado em 31 de mai. 2016.

OBS.: O texto foi adaptado às regras do Novo Acordo Ortográfico.

Com base no texto, responda à questão.

Assinale a opção em que se constata a presença de um período composto.

A Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: pum!

B Cheguei mesmo a dedicar metade de um livro poético-filosófico a uma meditação sobre o filme A festa de Babette
(...)

C Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada.

D O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira,
molecagem, para os risos de todos, especialmente as crianças.

E Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo (...)

4 000027097

Questão 45 Classes invariáveis Português Classes de palavras

Indique a opção em que o MAS tem função aditiva.


A Atenção: na minha coluna não usei “careta” como quadrado, estreito, alienado, fiscalizador e moralista, mas
humano, aberto, atento, cuidadoso, (linhas 3 a 5)

B Não apenas no sentido econômico, mas emocional e psíquico: os sem auto-estima, sem amor, sem sentido de
vida, sem esperança e sem projetos, (linhas 13 e 14)

C Não solto, não desorientado e desamparado, mas amado com verdade e sensatez, (linha 21)

D [...] (não me refiro a nomes importantes, mas a seres humanos confiáveis) [...]. (linhas 32 e 33)

E Pois, na hora da angústia, não são os amiguinhos que vão orientá-los e ampará-los, mas o pai e a mãe - se tiverem
cacife,(linhas 35 e 36)
4 000003 18 8

Questão 46 Sintaxe do período composto Relações de coordenação Período simples e período composto
Observe os trechos abaixo.

I. Apesar disso, a imigração continua com a chegada da segunda leva de imigrantes em 1910. (Texto 1, linhas 8 - 9)

II. Parte da família deixava o país como “dekassegui”, enquanto a outra permanecia para prosseguir os estudos ou os
negócios da família. (Texto 1, linhas 24 - 25)

III. Nesta cidade, que já era plural,... (Texto 2, linha 10 )

IV. Houve uma determinação de que os homens pretos e também os mestiços não deveriam comparecer à
cerimônia na Igreja,... (Texto 2, linhas 31 - 32 )

Indique o item que esclarece a intenção de cada trecho destacado nas frases I, II, III e IV, respectivamente.

A Contrariedade; simultaneidade; explicação; explicação.

B Tempo; concessão; conseqüência; condição.

C Explicação; tempo; tempo; explicação.

D Contrariedade; concomitância; restrição; finalidade.

E Contraste; comparação; explicação; finalidade.

4 000004 13 0

Respostas:

1 A 2 D 3 D 4 D 5 B 6 A 7 B 8 E 9 A 10 B 11 E

12 B 13 B 14 D 15 A 16 A 17 E 18 B 19 D 20 C 21 B 22 A

23 D 24 D 25 A 26 B 27 E 28 A 29 C 30 C 31 E 32 C 33 A

34 E 35 D 36 E 37 D 38 E 39 D 40 D 41 A 42 A 43 A 44 C

45 B 46 A

Você também pode gostar