Conceito de Sistemas Economicos
Conceito de Sistemas Economicos
Conceito de Sistemas Economicos
Em qualquer país, ou região, existe uma estruturação das inter-relações das partes
constituídas que devem ser consideradas, a isto denominam de sistema econômico ou social.
De forma geral, fala-se em sistema capitalista, ou socialista, ou até mesmo sistema misto. Mas,
o que é, em verdade, um sistema? Para HOLANDA (1977), sistema é um conjunto de
elementos, entre os quais se possa encontrar, ou definir alguma relação. Disposição das
partes, ou dos elementos de um todo, coordenados entre si, e que funcionam como estrutura
organizada.
Com este conceito, entende-se que um sistema econômico pode tomar duas versões,
quais sejam: o inter-relacionamento técnico estrutural, no que respeita a armação lógica dos
setores econômicos, e o ponto de vista da ótica política, quer dizer, a versão ideológica do
problema; pois, daí, conceitua-se sistema econômico quanto à forma de apropriação do capital
e exploração do trabalho humano.
Na versão estrutural da questão, explicita CASTRO & LESSA (1974) que um sistema
econômico são os variados elementos que participam da vida econômica de uma nação, assim
como suas conexões e dependências. Um sistema econômico, visto como algo estático
assemelhasse com a percepção de que, o que predomina é a estrutura dos diversos setores da
economia; isto é, o setor primário interligado com o setor secundário, e o setor terceiro, que, na
realidade, possui por trás de tudo isto, a questão ideológica que também tem a sua força,
deixando soar a sua viva voz. São duas as hipóteses principais para a caracterização de um
sistema econômico, quais sejam: a) não se distinguem as características especificas do setor
público; e, b) não se consideram as implicações das trocas internacionais. Esta caracterização
indica que a economia é fechada e o Estado tem a sua participação assegurada como
organizador do sistema econômico e político nacional.
Numa visão pelo lado político, e de relações sociais, o sistema econômico possui uma
divisão mais consistente e coerente, quanto à formatação da ciência econômica capitalista, e
sistema econômico socialista. Neste sentido, expressou-se LAJUGIE (1964), que sistema
econômico é um conjunto coerente de instituições jurídicas e sociais, no seio das quais são
postos em ação, a fim de assegurar a realização do equilíbrio econômico, certos meios
técnicos organizados na junção de certos móveis dominantes.
Todavia, o que mais interliga o sistema econômico, com o aspecto ideológico é o
regime que rege o país, tendo em vista que este é o aspecto legal do sistema e, pelo qual, a
organização econômica rege suas atividades, seus atos e suas ações em matéria de câmbio e
produção nacional, ou regional de uma localidade qualquer.
UM CONCEITO DE MERCADO
A economia de mercado é o sistema social baseado na divisão do trabalho e na propriedade
privada dos meios de produção. Todos agem por conta própria; mas as ações de cada um
procuram satisfazer tanto as suas próprias necessidades como também as necessidades de
outras pessoas. Ao agir, todos servem seus concidadãos. Por outro lado, todos são por eles
servidos. Cada um é, ao mesmo tempo, um meio e um fim; um fim último em si mesmo e um
meio para que outras pessoas possam atingir seus próprios fins.
Este sistema é guiado pelo mercado. O mercado orienta as atividades dos indivíduos por
caminhos que possibilitam melhor servir as necessidades de seus semelhantes. Não há, no
funcionamento do mercado, nem compulsão nem coerção.
O Estado, o aparato social de coerção e compulsão, não interfere nas atividades dos cidadãos,
as quais são dirigidas pelo mercado. O Estado utiliza o seu poder exclusivamente com o
propósito de evitar que as pessoas empreendam
ações lesivas à preservação e ao funcionamento regular da economia de mercado. Protege a
vida, a saúde e a propriedade do indivíduo contra a agressão violenta ou fraudulenta por parte
de malfeitores internos e de inimigos externos. Assim, o Estado cria e preserva o ambiente
onde a economia de mercado pode funcionar em segurança. O slogan marxista “produção
anárquica” retrata corretamente essa estrutura social como um sistema econômico que não é
dirigido por um ditador, um tzar da produção que pode atribuir a cada um uma tarefa e obrigá-lo
a obedecer a seu comando. Todos os homens são livres; ninguém tem de se submeter a um
déspota. O indivíduo, por vontade própria, se integra num sistema de cooperação. O mercado o
orienta e lhe indica a melhor maneira de promover o seu próprio bem-estar, bem como o das
demais pessoas. O mercado comanda tudo; por si só coloca em ordem todo o sistema social,
dando-lhe sentido e significado. O mercado não é um local, uma coisa, uma entidade coletiva.
O mercado é um processo, impulsionado pela interação das ações dos vários indivíduos que
cooperam sob o regime da divisão do trabalho. As forças que determinam a - sempre variável -
situação do mercado são os julgamentos de valor dos indivíduos e suas ações baseadas
nesses julgamentos de valor. A situação do mercado num determinado momento é a estrutura
de preços; isto é, o conjunto de relações de
troca estabelecido pela interação daqueles que estão desejosos de vender com queles que
estão desejosos de comprar. Não há nada, em relação ao mercado, que não seja humano, que
seja místico. O processo de mercado resulta exclusivamente das ações humanas. Todo
fenômeno de mercado pode ser rastreado até as escolhas específicas feitas pelos membros da
sociedade de mercado.
O processo de mercado é o ajustamento das ações individuais dos vários membros da
sociedade aos requisitos da cooperação mútua. Os preços de mercado informam aos
produtores o que produzir e em que quantidade. O mercado é o ponto focal para onde
convergem e de onde se irradiam as atividades dos indivíduos.
SISTEMA CAPITALISTA OU ECONOMIA DE MERCADO
Capitalismo é o sistema econômico que se caracteriza pela propriedade privada dos meios de
produção e pela liberdade de iniciativa dos próprios cidadãos.
No sistema capitalista, as padarias, as fábricas, confecções, gráficas, papelarias etc.,
pertencem a empresários e não ao Estado. Nesse sistema, a produção e a distribuição das
riquezas são regidas pelo mercado, no qual, em tese, os preços são determinados pelo livre
jogo da oferta e da procura. O capitalista, proprietário de empresa, compra a força de trabalho
de terceiros para produzir bens que, após serem vendidos, lhe permitem recuperar o capital
investido e obter um excedente denominado lucro. No capitalismo, as classes não mais se
relacionam pelo vínculo da servidão (período Feudal da Idade Média), mas pela posse ou
carência de meios de produção e pela livre contratação do trabalho e/ou tabalhadores.
São chamados capitalistas os países cujo modo de produção dominante é o capitalista. Neles
coexistem, no entanto, outros modos de produção e outras classes sociais, além de capitalistas
e assalariados, como artesãos e pequenos agricultores. Nos países menos desenvolvidos,
parte da atividade econômica assume formas pré-capitalistas, exemplificadas pelo regime da
meia ou da terça, pelo qual o proprietário de terras entrega a exploração destas a parceiros em
troca de uma parte da colheita.
Outros elementos que caracterizam o capitalismo são a acumulação permanente de capital; a
geração de riquezas; o papel essencial desempenhado pelo dinheiro e pelos mercados
financeiros; a concorrência, a inovação tecnológica ininterrupta e, nas fases mais avançadas de
evolução do sistema, o surgimento e expansão das grandes empresas multinacionais. A
divisão técnica do trabalho, ou seja, a especialização do trabalhador em tarefas cada vez mais
segmentadas no processo produtivo, é também uma característica importante do modo
capitalista de produção, uma vez que proporciona aumento de produtividade. O modelo
capitalista também é chamado de economia de mercado ou de livre empresa.
A primeira fase de expansão do capitalismo confunde-se com a revolução industrial, cujo berço
foi a Inglaterra, de onde se estendeu aos países da Europa ocidental e, posteriormente, aos
Estados Unidos. A evolução do capitalismo industrial foi em grande parte conseqüência do
desenvolvimento tecnológico. Por imposição do mercado consumidor os setores de fiação e
tecelagem foram os primeiros a usufruir os benefícios do avanço tecnológico. A indústria
manufatureira evoluiu para a produção mecanizada, possibilitando a constituição de grandes
empresas, nas quais se implantou o processo de divisão técnica do trabalho e a especialização
da mão-de-obra.
SISTEMA SOCIALISTA OU ECONOMIA PLANIFICADA
O sistema socialista é mais uma etapa da evolução histórica da humanidade, em termo
político, econômico e social. Entrementes, é uma fase em que não seria provocada por golpes
militares como aconteceu em muitos países que hoje vivem aparentemente num sistema
socialista. Foram as armas que fizeram tais transformações, e nunca um trabalho de
consciência de classe, que dentro de uma solução natural, chegasse a um sistema que
preparasse para o mundo comunista previsto por Karl MARX (1867) nas suas profecias no
processo de evolução do capital. Em verdade, as condições naturais da história, talvez
conduzissem a uma demolição gradativa do sistema capitalista; contudo, a euforia de alguns
fanáticos fez antecipar a história; e, por conseqüência, as previsões dialéticas não se
concretizaram a contento.
Mas, claramente, o que seria um sistema socialista, tão propalado pelos teóricos da
economia, da sociologia, e da política? Dentro das previsões marxistas, um sistema socialista
seria aquele onde reinasse menos desigualdades entre os seres humanos; os preços dos bens
e dos serviços não seriam determinados de acordo com a busca incessante pelos lucros
excessivos; todavia, de forma positiva, teriam como referência básica, os custos dos fatores de
produção, e apenas existiria uma margem para manutenção do capital e do trabalho indireto,
ou improdutivo; os meios de produção não seriam comprados por particulares; porém, o
homem seria dono de sua força de trabalho; e o salário do trabalhador seria pago pelo seu
valor, quer dizer, pelo emprego de seu trabalho socialmente necessário, conforme MARX
(1867).
ECONOMIA MISTA
Uma economia mista é uma "economia que combina o capitalismo e o socialismo". Algumas
fontes preferem o uso do termo "economia dirigida" em vez "socialismo" na definição da
economia mista. Aspectos relevantes incluem um grau de liberdade economica (incluindo
indústrias de propriedade privada) misturadas com planejamento econômico centralizado (o
que pode incluir estatais de alguns meios de produção).
Pretende manter um balanço entre o crescimento económico, baixa inflação, baixos níveis de
desemprego, boas condições de trabalho, assistência social e bons serviços públicos, através
da intervenção do Estado na economia.
A maioria dos países democráticos, incluindo os EUA, têm uma economia mista.
-Tanto o mercado quanto o governo acabam interferindo no mercado com a finalidade do
funcionamento das organizações puplicas e privadas. No mundo atual, a economia mista é o
tipo de organização que tende a predominar e prosperar, pois aproveita-se o que as economias
de mercado e as economias planificadas tem de melhor.