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Capítulo V

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Gestão Estratégica – Estratégia Empresarial

Capítulo V – O ambiente interno e a análise SWOT

5.1 Introdução

A análise interna da empresa permite perceber quais as áreas onde têm


maiores competências e forças, e maiores fraquezas, e assim, entender quais os
recursos que precisam de ser desenvolvidos para competir no seu setor de
atividade. Ou seja, ao fazer uma análise interna da empresa estamos a fazer uma
avaliação a todos os seus recursos. Estes podem ser comparados com os das
empresas concorrentes para aferir a capacidade competitiva da empresa no
negócio.

5.2. Competências distintivas

As empresas possuem uma vantagem competitiva quando têm melhor


desempenho que os competidores, o que acontece quando têm um nível de lucros
superior à média das empresas na sua indústria. Referimo-nos a uma vantagem
competitiva saudável quando consegue manter lucros mais elevados durante mais
tempo do que os competidores. Já, a maior fonte de vantagem competitiva é a
criação de valor para os clientes.

O fundamental é a empresa criar competências distintivas, que resultam da


combinação de recursos e habilidades que permitem à empresa criar valor de uma
forma “única”.

As competências distintivas são forças específicas da empresa que lhe


permitem diferenciar os seus produtos e serviços ou, conseguir um nível de custos
mais baixos que os seus rivais, ganhando assim uma vantagem competitiva. É mais
propriamente, algo que a empresa faz particularmente bem, melhor do que os seus
concorrentes e que a distingue.

Resumindo, para ter uma vantagem competitiva, a empresa deve apresentar


algumas competências distintivas.
5.3. Os recursos estratégicos

As empresas podem criar uma vantagem competitiva quando detém e


afetam recursos que são:

 valiosos, porque permitem explorar oportunidades ambientais e criar valor


para os clientes;
 raros, na medida em que não são suficientes para todos os competidores,
mas também não são exclusivos a apenas uma empresa;
 difíceis de imitar, porque os competidores não os conseguem duplicar
facilmente;
 Não substituíveis, porque a sua função e valor não podem ser substituídos
por recursos semelhantes.

Quanto mais específicos forem os recursos e mais difíceis forem de imitar por
concorrentes, mais provavelmente a empresa terá uma competência distintiva.

5.4. A cadeia de valor

A cadeia de valor é a sequência de atividades que acrescentam valor ao


longo de todo o processo produtivo, desde a obtenção de matérias primas até à
disponibilização do produto ao consumidor e à relação pós-venda.

A ideia base do conceito de cadeia de valor é que todas as empresas têm


uma cadeia de atividades com o propósito de converter inputs (matérias-primas)
em outputs (produtos) que os clientes valorizam.

Infraestrutura da empresa

Gestão de recursos humanos

Investigação e desenvolvimento

Aprovisionamento

Logística Logística Serviço


de de vendas pós-
compras venda

Atividades primárias
A cadeia de valor proposta por Michael Porter, tem sido um dos
instrumentos frequentemente analisados quer, para verificar:

 As competências centrais necessárias para competir;


 As competências distintivas da empresa face às restantes;
 E onde está, efetivamente, a empresa a gerar o valor.

Para diagnosticar as fontes de vantagem competitiva, Porter sugere a


desagregação da cadeia de valor interna da empresa, em duas partes:

 Atividades de suporte: Infraestruturas, gestão de recursos humanos,


I&D e aprovisionamento;
 Atividades primárias: Logística de compras, operações, logística de
vendas, Marketing e Vendas, serviço pós-venda;

Cada vez mais, as empresas tentam focar as suas operações apenas nas
atividades da cadeia de valor onde geram mais valor, subcontratando as restantes
atividades a fornecedores externos capazes e eficientes.

Ao pensar a cadeia de valor e quais as fases da cadeia que a empresa deve


realizar, a empresa precisa de saber quais são as competências e recursos que tem
e quais as que deve desenvolver, já que o seu empenho é determinado, em cada
momento, pelos seus recursos e competências e pela forma como estes são
utilizados nos diferentes negócios e mercados.

A análise da cadeia de valor tem importância também ao nível da expansão


internacional. Numa empresa multinacional, a estratégia envolve decidir como
distribuir as atividades pelos países onde opera. A recomendação geral é que as
atividades de suporte podem ser mais facilmente centralizadas, enquanto as
atividades primárias tendem a ser mais aproximadas dos mercados (por exemplo,
a empresa precisará de deter serviço pós-venda e marketing no local).

5.5 A sustentabilidade da vantagem competitiva

Para que uma vantagem competitiva seja sustentável, ela não deve ser
passível de ser imitada. Se a fonte da vantagem competitiva for fácil de imitar, a
empresa deixa de ter uma competência distintiva e pode perder rapidamente a sua
vantagem face aos concorrentes.
Existem 4 fatores para a durabilidade da vantagem competitiva:

 Barreiras à imitação;
 Incapacidade de imitar habilidades organizacionais e de gestão;
 Limites aos competidores – os limites aos competidores podem
emergir de compromissos prévios realizados pela empresa;
 Dinamismo da indústria – certas indústrias mudam muito
rapidamente, neste contexto de rápida mudança é difícil distinguir
quais são os recursos em que a empresa necessita de investir no
futuro.

Ou seja, para que seja possível sustentar uma vantagem competitiva, o


produto deve: ser difícil de imitar, ser durável, ser competitivamente superior e o
recurso não pode ser ultrapassável por diferentes competências ou recursos dos
concorrentes.

5.6. A importância da análise SWOT

A análise SWOT é uma das ferramentas mais utilizadas na formulação da


estratégia das empresas.

Com a análise SWOT podemos relacionar sistematizadamente, quais as


forças e fraquezas (análise interna), as oportunidades e as ameaças (análise
externa) a que a empresa está sujeita. A sua função principal é sistematizar a
análise e possibilitar a escolha de uma estratégia adequada face aos
condicionalismos impostos pelo ambiente interno e externo, mas também pelas
oportunidades emergentes e forças da empresa para que consiga atingir os
objetivos a que se propõe.

Uma força é algo que a empresa faz bem ou uma característica que aumente
a sua competitividade. Uma fraqueza é algo que a empresa não tem, que execute
mal ou que a coloque numa situação de desvantagem relativamente aos
concorrentes.

As oportunidades e as ameaças prendem-se com fatores externos que estão


fora do controlo direto da empresa, isto é, têm origem no ambiente externo.
5.7. A análise SWOT e a estratégia

5.7.1. Executar a análise SWOT

As interligações na análise SWOT

Fatores internos ALAVANCAGEM Fatores externos


Forças
Oportunidades
- Boa situação financeira;
- Novos clientes;
Fatores - Notoriedade da marca e
- Novos mercados;
favoráveis reputação;
- Clientes com perfil variado;
- Tecnologia proprietária;
- Novas tecnologias.
- Qualidade do produto percebida.

VULNERABILIDADE

LIMITAÇÕES
Fraquezas Ameaças
- Equipamentos e instalações PROBLEMAS - Novos concorrentes potenciais;
obsoletas; - Perda de vendas para produtos
Fatores - Custos + altos que os competidores substitutos;
desfavoráveis - Fraco investimento em I&D; - Regulamentação aumenta os custos;
- Linha estreita de produtos. - Alterações demográficas.

Os quatro fatores SWOT podem ser vistos segundo 2 dimensões principais:

 Dimensão interna/externa: os fatores internos da organização estão


relacionados com as suas forças e as suas fraquezas, já os externos estão
relacionados com as ameaças e oportunidades;
 Dimensão positiva/negativa: considera-se positiva, ou alavancadora, a
relação entre as forças e as oportunidades; e negativa, ou mais
problemática, a relação entre as ameaças e as fraquezas. A relação entre as
forças e ameaças pode indicar vulnerabilidades; e entre as fraquezas e
oportunidades pode evidenciar as limitações que a empresa tem.
Analisadas as forças e as fraquezas, as oportunidades e ameaças, é importante
estabelecer as linhas de ação. Isto significa, identificar o que deve fazer para
aproveitar as oportunidades de alavancagem, resolver os problemas, ultrapassar
as limitações.

Em síntese

Os executivos precisam de conhecer a posição da empresa quanto aos


recursos que dispõe. Assim, podem avaliar a posição comparativa face às outras
empresas a atuar e entender quais os recursos que precisam desenvolver. No
fundo, a análise dos pontos fortes e fracos permite compreender o valor da dotação
relativa de recursos.

As competências distintivas da empresa são as forças específicas à empresa.


Competências distintivas permitem à empresa ter uma rendibilidade superior à
média da indústria. As competências distintivas emergem dos seus recursos
(físicos, humanos, financeiros, organizacionais). Mas para conseguir uma vantagem
competitiva, é necessário conceber uma estratégia que utilize os recursos de que
dispõe e que permita adquirir novos recursos e competências. A vantagem
competitiva de uma empresa assenta na sua capacidade de criar valor. Para criar
valor a empresa pode baixar os seus custos ou gerar diferenciação dos seus
produtos e serviços.

Quando uma empresa perde a sua vantagem competitiva significa qua a sua
rendibilidade diminuiu. As consequências são graves uma vez que as capacidades
da empresa ficam comprometidas.

Os recursos estratégicos podem ser imitados, pelo o que é importante


manter a capacidade de a empresa se reinventar, entrar em novos negócios, novas
tecnologias e novos mercados.

O uso do benchmarking (ver e imitar o que os concorrentes fazem de


melhor) pode ser útil para detetar formas de melhoria e perceber quais são as
forças dos rivais.

Algumas empresas acabam por desaparecer. Diversos fatores podem


explicar o insucesso, mas destacamos três: a inércia ou capacidade de atuar;
compromissos e investimentos prévios que não permitem ajustamentos no
percurso estratégico. Para evitar o insucesso, é essencial que a empresa mantenha
uma capacidade inovadora, desenvolva um esforço contínuo para ser eficiente, se
foque no cliente e constante melhoria de qualidade.

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