Crise Do Fordismo 2503c

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 11

Geografia

Crise do Fordismo

Teoria

Contexto e crise do Fordismo


A lógica fordista de produção e consumo em massa foi perfeita para a recuperação econômica
americana com base no New Deal (1933). Em um conteúdo anterior você já estudou o surgimento
do Fordismo, a Crise do Liberalismo e a adoção do Keynesianismo. Nesse contexto, os anos
posteriores ao New Deal nos Estados Unidos foram caracterizados por um grande crescimento
econômico, especialmente após o fim da Segunda Guerra Mundial (1945). A estruturação do
Sistema Bretton Woods, acordo para o gerenciamento da economia internacional, foi fundamental
para o crescimento econômico desse período, inclusive do mundo, criando importantes
mecanismos de defesa a crises capitalistas, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco
Mundial.

Assim, o Fordismo viveu seu auge (anos dourados) durante as décadas seguintes, de 1950 a 1960,
viabilizado pela política de Welfare State, ou Estado de Bem-Estar Social. Após a crise liberal de
1929, houve uma política de Estado forte e interventor na economia, que garantiu o giro de consumo
e o reaquecimento da economia. Isso levou o Fordismo, mesmo com sua lógica de produção em
massa e estoques lotados, a chegar ao seu auge.

Todavia, as características do Fordismo não se sustentaram por mais tempo e, somado a outros
fatores econômicos, como o primeiro choque do petróleo, em 1973, resultaram em uma crise do
modelo produtivo na década de 1970. Nos tópicos abaixo, iremos nos aprofundar nas
características que explicam essa crise fordista.

Padronização, durabilidade e estoques lotados


O Fordismo é um modelo definido pela rigidez e baixa adaptabilidade da sua linha de produção.
Lembre-se que o Fordismo exigia uma mão de obra especializada, o que dificultava mudanças na
linha de produção, uma vez que aquela mão de obra só sabe executar uma tarefa em específico.
Assim, mudanças complexas demandavam todo um novo treinamento. Logo, sempre que era
necessário inovar ou iniciar uma nova linha de montagem o custo da produção aumentava, mesmo
com uma produtividade elevada.

Somando a isso, a durabilidade dos produtos e sua padronização, necessária para a produção em
massa, gerava uma estagnação do consumo. Uma vez que a inovação e o lançamento de novos
produtos eram limitados e sua durabilidade postergava a necessidade de compra de novos
produtos, a maior parte ficava nos estoques. Uma vez que a produção se acumula, muitos
investidores deixaram de reinvestir o lucro, reduzindo o quadro de empregados, gerando
desemprego e, portanto, redução do consumo. Com menor consumo, maior é o acúmulo da
produção, gerando um efeito ciclo negativo na economia, que resultaria em uma grande crise
econômica.
Geografia
A pressão dos sindicatos e do Welfare State
Como dito, o período de Welfare State ou Bem-Estar Social foi de forte intervenção estatal na
economia, o que garantia um consumo elevado. Porém, os ganhos de direitos trabalhistas
encareciam os gastos públicos e das empresas gerando duas consequências: uma menor
desigualdade de renda e uma diminuição dos lucros. O lucro se dá a partir da diferença entre o gasto
da produção e o ganho bruto. Dentro da concepção de muitos empresários, os direitos trabalhistas
encareciam o valor da mão de obra e eram o principal responsável pela redução do lucro das
empresas.

A saída para isso era diminuir os custos com mão de obra, principalmente a partir da redução de
direitos trabalhistas. Todavia, pelo fato de a fábrica fordista ser espacialmente concentrada,
qualquer sinal de mudança na legislação gerava uma maior pressão sindical. Assim, quando
sinalizado a perda de direitos, os trabalhadores se organizavam rapidamente, paralisando a
produção da fábrica.

Uma outra opção foi a inserção de tecnologia no processo produtivo, diminuindo cada vez mais a
necessidade da mão de obra. Tanto que, posteriormente a essas mudanças, irá se observar uma
elevação dos níveis de desemprego e uma precarização do trabalho. Isso irá ocorrer, pois as
indústrias com maior grau de automação irão exigir cada vez menos trabalhadores ou buscar por
outras formas de contratos, como a terceirização (processo no qual uma empresa contrata outra
empresa para realizar determinado serviço). Com isso, cria-se o cenário que explica a crise do
Fordismo.

A Crise do petróleo de 1973 e a distribuição da indústria


Necessitando de novos produtos, de menores custos produtivos e de uma expansão do consumo,
o Fordismo estava prestes a entrar em crise, faltando apenas um pontapé para derrubar a primeira
peça do dominó. Esse chute foi dado pela Crise do Petróleo, em 1973.

Essa crise foi originada em resposta ao apoio estadunidense à Israel, no conflito pela Palestina. A
Arábia Saudita, uma das maiores exportadoras de petróleo, líder da OPEP (Organização dos Países
Exportadores de Petróleo) e grande representante do mundo árabe, decidiu reduzir a produção
como forma de atingir os Estados Unidos, pelo apoio a Israel. Tamanha foi a redução, que o preço
do petróleo dobrava semana após semana. Em uma sociedade altamente dependente dessa fonte
energética, rapidamente os preços dos produtos e o custo de vida subiram, o lucro diminuía,
empresas faliram e as bolsas de valores caíram.

Nessa situação de crise, a arrecadação dos Estados também estava em queda. Só que, por outro
lado, a lógica keynesiana exigia o aumento dos gastos para recuperação econômica e assim, o
saldo não fechava. Como poderia gastar mais, arrecadando menos? O Estado Keynesiano entrou
em crise e a solução defendida era uma menor intervenção/gasto do Estado na economia. Esse
novo modelo econômico defendido passou a ser denominado Neoliberalismo.

Dessa forma, podemos entender que a década de 1970 e 1980 é caracterizada pela ascensão do
Toyotismo (pós-Fordismo) aliada a mudanças no modelo econômico com a defesa do
Neoliberalismo. Isso tudo, somado a Terceira Fase da Revolução Industrial possibilitou a ampliação
da Globalização e o início de um processo de redistribuição da indústria pelo mundo, uma vez que
essa passou a buscar custos produtivos menores em outros países. Países emergentes, como o
Geografia
Brasil, que estavam em seu processo de industrialização pautados pelo intervencionismo de Estado
foram os que mais sentiram esse impacto, principalmente pela adoção do Neoliberalismo e a saída
de diversas indústrias.

Uma breve introdução ao Toyotismo


Apenas para facilitar o entendimento desse e dos próximos conteúdos faremos uma breve
introdução sobre o Toyotismo. Assim, ao compará-lo com o Fordismo fica mais fácil seu
entendimento ao mesmo tempo que ajuda na resolução das questões, uma vez que muitas delas
dialogam entre a transição do Fordismo para o Toyotismo.

O modelo de produção toyotista foi idealizado por Kiichiro Toyoda e Taiichi Ohno e difundido pelo
mundo a partir de 1970. O Toyotismo, também conhecido como sistema flexível ou pós-fordista,
foi desenvolvido em uma fábrica de automóveis da Toyota, no Japão, buscando atender às
especificidades da produção e do território japonês, que, por ser uma ilha, eram limitadas.

O Toyotismo está diretamente relacionado com a Terceira Revolução Industrial, ou Revolução


Técnico-Científico-Informacional. Esse período também é denominado por alguns sociólogos como
digital-molecular dada a interconexão entre inovações técnicas, modelo produtivo, automação,
química fina, computadores, internet e organismos geneticamente modificados. Isso tudo também
possibilitou e acelerou o processo de globalização.

Uma das características desse novo modelo produtivo é a produção diversificada, com muitas
opções, buscando atender às características de cada mercado. Outra característica do Toyotismo
é a baixa durabilidade dos produtos, pois é uma resposta direta à durabilidade dos produtos
fordistas. O Toyotismo é um modelo que até mesmo antes de produzir um produto, busca manipular
a opinião sobre ele. Com o apoio da publicidade, muitas vezes, a necessidade de um produto é
criada antes da sua produção, o que impede que os estoques fiquem cheios, o que é outra
característica fundamental desse modelo.

Utilizando-se do Just in Time, que em uma tradução literal significa “na hora certa”, o Toyotismo
consegue produzir a quantidade exata de um produto, sem desperdiçar matéria-prima ou gerar
custos gigantescos de armazenamento. A ideia é que não se tenha grandes estoques e assim
diminuía as chances de crise econômica devido aos produtos ficarem parados nos estoques.

O Fordismo não desapareceu


É importante pontuar que o Fordismo não desaparece do mundo, sendo substituído, em grande
parte, pelo Toyotismo. Sobretudo em indústrias mais simples e países mais pobres, podem-se
identificar estruturas produtivas e organizacionais típicas do modelo fordista. Em diversos
empregos, a produção continua fragmentada, não demandando qualificação da mão de obra, como
o caso dos “Mc Empregos”. Além disso, muitas empresas de tecnologia possuem características
toyotistas, como a produção por demanda ou a exigência de mão de obra qualificada; por outro
lado, também utilizam linhas de montagem fordistas para trabalhos mais simples e baratos.
Geografia
Exercícios de fixação

1. O auge do Fordismo foi em que período?


(A) Décadas de 1920 e 1930.
(B) Décadas de 1950 e 1960.
(C) Décadas de 1970 e 1980.

2. Assinale a alternativa abaixo que indica razões para a crise do Fordismo:


(A) Diversificação da produção e aumento dos lucros.
(B) Intervencionismo na economia e crise econômica.
(C) Estoques lotados e padronização da produção.

3. A ________________ do Fordismo deriva da adoção de uma mão de obra ________________ que,


por sua vez, limitava as alterações na linha de montagem. Assim, a fábrica fordista tinha
pouca capacidade para atender às demandas de ________________ que o mercado passava a
exigir.
(A) Rigidez – qualificada – automação.
(B) Flexibilidade – especializada – produção.
(C) Rigidez – especializada – inovação.

4. O Fordismo, como sistema de produção, tornou-se improdutivo pela falta de capacidade do


sistema de gerar ganhos de produtividade, havendo razões tanto de ordem técnica quanto de
ordem econômico-social para esse fenômeno.
FERREIRA, C. G. O Fordismo, sua crise e algumas considerações sobre o caso brasileiro. Nova Economia (UFMG), Belo
Horizonte, v. 7, n. 2, p. 167-201, 1997.

Cite o principal obstáculo de ordem técnica.

5. A estabilidade durante o auge do Fordismo estava garantida pela matriz do trabalho


assalariado com proteção social e pela transferência de parte dos ganhos de produtividade
aos salários. Com a queda de produtividade e as margens de lucro, essa transferência passou
a ser questionada pelas empresas, fazendo renascer um velho modelo econômico, que
passou a ser denominado:
(A) Neoliberalismo.
(B) Mercantilismo.
(C) Feudalismo.
Geografia
Exercícios de vestibulares

1. O século XX anuncia profundas mudanças na relação capital/trabalho, e consequentemente,


nas formas de acumulação de capital. Vamos observar uma reestruturação dos modelos de
produção. Tudo isto em decorrência da crise do capital que começará a se esboçar nos anos
60, sobretudo a partir:
(A) Do declínio do Estado de Bem-Estar Social.
(B) Do declínio da globalização.
(C) Do declínio do império americano.
(D) Do declínio do Toyotismo.
(E) Do declínio do Fordismo.

2. (Enem PPL, 2015) Falava-se, antes, de autonomia da produção significar que uma empresa,
ao assegurar uma produção, buscava também manipular a opinião pela via da publicidade.
Nesse caso, o fato gerador do consumo seria a produção. Mas, atualmente, as empresas
hegemônicas produzem o consumidor antes mesmo de produzirem os produtos. Um dado
essencial do entendimento do consumo é que a produção do consumidor, hoje, precede a
produção dos bens e dos serviços.
SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000.

O tipo de relação entre produção e consumo discutido no texto pressupõe o(a)


(A) aumento do poder aquisitivo.
(B) estímulo à livre concorrência.
(C) criação de novas necessidades.
(D) formação de grandes estoques.
(E) implantação de linhas de montagem.
Geografia
3. A eterna busca por reduzir custos pode levar o gestor a um dilema: centralizar os estoques e
reduzi-los ou manter estoques descentralizados privilegiando a velocidade da operação em
detrimento dos custos. Para empresas que têm múltiplas unidades, fica o dilema, se estoque
é custo e reduzir estoques significa colocar mais dinheiro no caixa, o ideal é sempre reduzi-
los, portanto, centralizar é melhor, mas a centralização aumenta o risco de ruptura e pode até
parar a operação, então, descentralizar é melhor, porém esta ação pode aumentar os estoques
e, consequentemente, os custos, o que fazer?
GRONSKI, Augusto. Estoques: centralizar ou descentralizar? Portal Administradores, 17 de abril de 2013. Disponível
em: Administradores.com

A prática mencionada no texto de reduzir os estoques é operacionalizada pelas indústrias,


que produzem apenas a quantidade de um dado produto de acordo com a demanda referente
a ele. Tal prática é denominada por:
(A) Oferta pela demanda.
(B) Redução de estoque.
(C) Timely delivery.
(D) Just in Time.
(E) Entrega sob pedido.

4. (FGV, 2010) Ao considerar o processo de reestruturação produtiva como uma resposta à crise
de acumulação capitalista, esse processo encerra uma estratégia de reorganização da
produção e dos mercados. Dessa forma, esse processo interfere diretamente no(a)(s)
(A) Adoção de modelos de gerenciamento de recursos organizacionais e no sistema de
inclusão social das empresas.
(B) Organização da sociedade e no conjunto das relações que se estabelecem entre o capital,
o trabalho e o Estado.
(C) Modos de pensar e agir, cultural e socialmente, incentivando a organização coletiva e
sindical dos trabalhadores.
(D) Formas produtivas alternativas oriundas do meio rural, como novas tecnologias
artesanais de trabalho.
(E) Diagnóstico das relações sociais e na crise do Estado de Bem-Estar.
Geografia

5. Transformações produtivas geram grandes consequências que vão além da lógica das
indústrias. A crise que assolou o modelo fordista nos anos 70 trouxe reflexos para a
organização das cidades em que as principais unidades fabris estavam localizadas.
Podemos apontar como consequência da crise mencionada no texto
(A) A ampliação do número de sindicatos e o fortalecimento de sua capacidade de
negociação e de pressão.
(B) A emergência de um mercado de trabalho sólido decorrente de uma produção em escalas
diferentes.
(C) A elevação de postos de trabalho nos países ditos desenvolvidos.
(D) A redução dos postos de trabalho e a ampliação dos níveis de proteção social dos
empregados.
(E) A elevação dos níveis de desemprego e a precarização do trabalho.

6. (Enem, 2013)

Disponível em: http://ensino.univates.br. Acesso em: 11 maio 2013 (adaptado).

Na imagem, estão representados dois modelos de produção. A possibilidade de uma crise de


superprodução é distinta entre eles em função do seguinte fator:
(A) Origem da matéria-prima.
(B) Qualificação da mão de obra.
(C) Velocidade de processamento.
(D) Necessidade de armazenamento.
(E) Amplitude do mercado consumidor.
Geografia
7. (Unicentro, 2010) “Nos períodos mais recentes, o capitalismo vem passando por nova
transformação. O capital, na sua busca incessante de valorizar-se, e para fazer frente à
profunda recessão que se agravou a partir de 1973, com a crise do petróleo, procurou novas
formas de elevar a produtividade do trabalho e a expansão dos lucros. Assim, a partir da
década de 1970, desenvolve-se uma nova fase no processo produtivo capitalista que
poderíamos chamar de pós-fordismo ou a da acumulação flexível”.
Tomazi, Nelson Dácio (coordenador). Iniciação à Sociologia. São Paulo: Atual, 2000, p. 54.

Considerando o texto em questão, é possível afirmar que:


(A) O processo produtivo capitalista chamado pós-fordismo caracteriza-se pela flexibilização
dos processos de trabalho, incluindo a automação.
(B) Com a automação, intensifica-se o controle manual por parte do trabalhador que é
assistido por tecnologias eletrônicas.
(C) No processo chamado fordismo, as atividades mecânicas são desenvolvidas por
máquinas automatizadas, programadas para agir sem a intervenção de um operador.
(D) É preciso considerar que, na era da automação, o trabalhador ainda é fundamental nas
tarefas repetitivas, pois os robôs não possuem destreza para realizar tarefas complexas,
como soldar placas.
(E) Com os produtos e o consumo sendo flexibilizados, os objetos se tornam menos
descartáveis e a propaganda não precisa estimular a sua troca por novos produtos.

8. (UEL, 2003) A expansão da produção capitalista, nos três primeiros quartos do século XX,
esteve assentada principalmente no modelo de organização fordista. A partir dos anos 1970,
esse modelo sofreu significativas alterações, decorrentes da dificuldade em enfrentar, através
de ganhos de produtividade, a crise que atingiu o sistema capitalista. Impôs-se ao universo
da produção a necessidade de profunda reestruturação econômica, expressa pela introdução
de novas tecnologias, flexibilidade dos processos de trabalho, dos mercados de trabalho, dos
produtos e dos padrões de consumo. Tais mudanças foram vistas por alguns como ruptura
e, por outros, como continuidade do modelo fordista. De qualquer maneira, o mundo do
trabalho real do século XXI já não é mais o mesmo.
Sobre os impactos concretos que afetaram a produção e o trabalho no Brasil, no quadro das
transformações comentadas no texto, é correto afirmar que houve:
(A) consolidação do assalariamento regulamentado, através da expansão do emprego com
carteira registrada para a totalidade dos trabalhadores.
(B) fortalecimento do poder de negociação dos sindicatos e elevação contínua da renda dos
trabalhadores.
(C) extinção por inteiro das formas antigas de divisão do trabalho baseada na separação
entre concepção e execução, em decorrência da alta qualificação intelectual dos
trabalhadores.
(D) expansão de formas alternativas de organização do trabalho (trabalho informal,
doméstico, temporário, por hora e subcontratação) em detrimento do assalariamento
tradicional.
(E) redução drástica das jornadas de trabalho e ampliação do tempo de lazer desfrutado
pelos trabalhadores.
Geografia
9. (Unicamp, 2018 – adaptada) Detroit foi símbolo mundial da indústria automotiva. Chegou a
abrigar quase 2 milhões de habitantes entre as décadas de 1960 e 1970. Em 2010, porém,
havia perdido mais de um milhão de habitantes. O espaço urbano entrou em colapso,
com fábricas em ruínas, casas abandonadas, supressão de serviços públicos
essenciais, crescimento da pobreza e do desemprego. Em 2013, foi decretada a falência da
cidade. Essa crise urbana vivida por Detroit resulta dos seguintes processos:
(A) ascensão do taylorismo; protecionismo econômico e concorrência com capitais
europeus; deslocamento de indústrias para cidades vizinhas.
(B) consolidação do regime de acumulação fordista; protecionismo econômico e
concorrência com capitais europeus; deslocamento de indústrias para outros países.
(C) declínio do toyotismo; liberalização econômica e concorrência com capitais asiáticos;
deslocamento de indústrias para cidades vizinhas.
(D) ascensão do regime de acumulação flexível; concorrência com capitais asiáticos;
deslocamento de indústrias para outros países.
(E) crise de superprodução; ascensão do regime produtivo rígido; mudanças nas estruturas
e estratégias empresariais.

10. (ENADE, 2010) As transformações internacionais da década de 1970 significaram uma


verdadeira revolução originária, cujas consequências foram os desequilíbrios nas balanças de
pagamento, choque do petróleo, globalização do comércio, finanças e setor produtivo, crise
do sistema fordista e substituição pela especialização flexível. Essas rápidas transformações
implicaram sérias dificuldades para os países em desenvolvimento, entre os quais o Brasil,
devido à dependência tecnológica e as consequentes dificuldades de competitividade no
novo cenário.
Nesse cenário, o Brasil reagiu, à época, de acordo com as recomendações dos organismos
internacionais, alinhados com a(s)
(A) Lógica keynesiana de ampliar o papel do Estado de maneira a constituir um novo patamar
de proteção social.
(B) Medidas protecionistas, que iniciaram o processo de desconcentração interna de renda.
(C) Flexibilização do processo produtivo, que ampliou o mercado de trabalho interno devido
ao aumento das exportações.
(D) Inovação tecnológica do parque industrial brasileiro visando superar a dependência
externa e qualificar a mão de obra.
(E) Vertente neoliberal, que resultou, ao longo do tempo, na manutenção do processo de
concentração de renda.

Sua específica é Humanas e quer continuar treinando esse conteúdo?


Clique aqui para fazer uma lista extra de exercícios.
Geografia
Gabaritos

Exercícios de fixação

1. B
O Fordismo viveu seu auge (anos dourados) durante as décadas de 1950 a 1960, viabilizado
pela política de Welfare State, ou Estado de Bem-Estar Social iniciada após a crise liberal e
intensificada no contexto, pós-Segunda Guerra Mundial.

2. A
Os custos elevados com a mão de obra, a padronização da produção e a durabilidade dos
produtos fordistas explicam a diminuição da margem de lucro das empresas, juntamente com
a possibilidade de grandes perdas econômicas com os estoques lotados.

3. C
O Fordismo era conhecido como um modelo rígido. Essa característica, em parte, tem relação
com a utilização de uma mão de obra especializada, que, acostumada com uma ou outra tarefa,
dificultava a alteração da linha de montagem e a respectiva diversificação produtiva. Após a
Segunda Guerra Mundial, o grande desenvolvimento técnico e científico deu início à Terceira
Revolução industrial. Todas as inovações criadas nesse período não eram incorporadas tão
facilmente pelo Fordismo, o que dificultava mais ainda sua sobrevivência como modelo
produtivo. A alternativa A está incorreta, pois a mão de obra não é qualificada, e a alternativa B
está incorreta, pois o Fordismo não é flexível.

4. A limitação da linha de montagem em alterar a produção, aumentando a diversificação e


atendendo, assim, a outros mercados. O Fordismo, pela incapacidade de diversificar sua
produção, limitava o acesso de seus produtos por outros países ou mercados, mesmo
carregando o título de consumo em massa.

5. A
O velho liberalismo renasceu com uma nova roupagem denominada neoliberalismo.

Exercícios de vestibulares

1. E
O Fordismo começou a esboçar sinais de decadência a partir de 1960. Isso decorre de suas
próprias características produtivas e de opções melhores quanto à produção oferecidas pelo
Toyotismo. Assim, a reestruturação produtiva observada refere-se ao declínio do Fordismo e
ascensão do Toyotismo.

2. C
No Fordismo, a produção era o fato gerador de consumo. Com a crise desse modelo e a
necessidade de mudança, o Toyotismo conseguiu atender bem a essa questão, pois, primeiro,
cria a necessidade, antes mesmo de o produto existir.

3. D
O Toyotismo busca oferecer uma produção de acordo com a demanda, a fim de evitar estoques
e possíveis gastos desnecessários. Just in time significa “em cima da hora” ou “no momento
certo”. É o sistema de pronta-entrega.
Geografia
4. B
A organização do espaço social e natural é extremamente regulada pelas relações produtivas
e de poder que se estabelecem no âmbito econômico.

5. E
O pós-Fordismo e o Toyotismo contam com relações de trabalho mais líquidas, menos
comprometidas. A terceirização, o trabalho temporário e a demanda por profissionais que se
adequem a diversas mudanças são maiores nesse modelo. Com essas mudanças é possível
observar um aumento do desemprego ao mesmo tempo que se observa a precarização do
trabalho/trabalhador.

6. D
Observando-se as duas imagens, é possível identificar que a diferença entre elas é a
necessidade ou não de estoque. No modelo 1, o armazenamento é originado pela produção em
massa, característica do modelo fordista-taylorista de produção, enquanto no modelo 2, a
produção ocorre quando é requerida, eliminando, assim, os estoques, característica essa que
corresponde ao modelo toyotista de produção (just in time).

7. A
O pós-Fordismo caracteriza-se pela flexibilização da capacidade produtiva e do trabalho, além
da maior automação na produção. A letra E está errada, pois o marketing é cada vez mais
responsável por estimular a troca por novos produtos.

8. D
Com o surgimento do Toyotismo, as relações de trabalho, que antes eram rígidas, se tornaram
mais flexíveis para se adequar à demanda produtiva, em um contexto em que a produção
passou a ocorrer de acordo com o gosto do consumidor. Isso, por outro lado, favoreceu ao
empresariado, pois representou a diminuição dos custos e a maximização dos lucros.

9. D
A cidade de Detroit está localizada no estado de Michigan, no Nordeste dos Estados Unidos.
Essa foi a região de grande desenvolvimento na segunda fase da Revolução Industrial. Com o
tempo, ela passou a ser denominada Manufacturing Belt ou Cinturão dos Manufaturados. Com
a reorganização espacial das indústrias possibilitada pela ascensão do Toyotismo e a lógica
de acumulação flexível, diversas empresas e indústrias buscaram outras regiões mais
competitivas. No geral, essas regiões foram países asiáticos, embora algumas tenham migrado
também para a América Latina. Esse quadro levou ao aumento do desemprego, à precarização
do trabalho e à decadência urbana na região do Manufacturing Belt, que passou a ser
denominada Rust Belt ou Cinturão da Ferrugem.

10. E
Nessa época o Brasil estava passando pela Ditadura Militar, que fazia alianças diretas com os
chefes de poder dos Estados Unidos. A ditadura seguiu a tendência das políticas neoliberais de
desenvolvimentismo e medidas que beneficiavam a burguesia. As consequências da crise no
Brasil, portanto, foram no sentido de tentar manter o desenvolvimento dos polos industriais,
mas fracassar aumentando muito a dívida externa e execrando sua população. Esse período
de crise do petróleo (1973 e 1979) e consequente restruturação produtiva do Fordismo levou à
substituição da lógica econômica Keynesiana pelo neoliberalismo, que defendia menor
intervenção do Estado na economia.

Você também pode gostar