Sebenta Economia I - Marta Silva PDF
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Sebenta Economia I - Marta Silva PDF
• É uma relação entre meios que são escassos, limitados e finitos e necessidades
humanas que são inúmeras e cada vez mais crescentes em direção ao futuro
• Existe um conflito – por um lado temos meios escassos e por outro, diversas
necessidades da mais variada natureza e cada vez maiores (necessidades que não
eram sentidas há 50 anos, mas que hoje em dia são sentidas cada vez mais). Esta
dificuldade que nós temos em compatibilizar por um lado, meios escassos, e por
outro lado, necessidades que se revelam e que são cada vez mais numerosas, faz
com que procuremos, através da economia, criar condições para que possamos
satisfazer o máximo de necessidades com os recursos limitados que temos.
Gary Becker – Consiste no estudo da distribuição de recursos escassos para satisfazer fins
conflituantes. O que significa que as diferenças, do ponto de vista dos fins, que visam alcançar
necessidades que podem ser contraditórias entre si obrigam um esforço adicional no que toca à
distribuição dos recursos/meios (que se encontram em situação de escassez, relativamente
significativo e geral).
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Temos, por isso, de averiguar como é que fazemos essa distribuição de maneira a satisfazer fins que
são conflituantes, através de negociações e manipulações dos recursos escassos disponíveis.
Corolários da Escassez
Estes corolários são argumentos/justificações sintéticas que pretendem evidenciar a importância
da escassez num contexto económico e o porquê de estar tão presente no dia-a-dia:
1. A escassez está na base das situações tratadas pela economia – sem escassez não teríamos
de fazer escolhas, no sentido em que qualquer escolha poderia ser substituída por outra,
pelo que essas escolhas seriam irrelevantes.
2. Não é possível satisfazermos todas as necessidades que sentimos.
3. O ponto de saciedade é temporariamente, transitoriamente atingido. Os agentes
económicos podem alcançar o ponto de saciedade, mas não infinitamente, podendo surgir
novamente no horizonte do indivíduo.
4. A escassez não é sentida por todos os indivíduos de modo uniforme, é graduável e relativa.
Cada um interpreta e sente a escassez de uma forma diferente e até como a resolvem pode
ser de maneiras distintas.
5. Existem situações de abundância ou superabundância de certos recursos, mas isso não
significa a eliminação da escassez sentida noutros, e em todos os recursos. Poderíamos ter
recursos mais que suficientes, e como tal desvalorizar a escassez e transpor aquilo que está
a mais e preencher as necessidades das comunidades com escassez, mas isto não acontece!
Não podemos fazer transmutações de certos recursos, só de algumas falhas, havendo
processos de transformações de recursos que não são passíveis de ser produzidos ou de
surgirem através da produção de outros recursos, não atendendo a todas as necessidades.
Por exemplo, não podemos transformar ouro em leite, se existisse abundância de ouro e
escassez de leite, não poderíamos tirar o acrescento que houvesse em ouro e transformar
em leite.
6. Ainda que fosse possível alcançar a situação onde os recursos estejam em abundância face a
todas as necessidades sentidas, em todos os meios, no presente e no futuro, teremos sempre
a limitação temporal, ou seja, a esperança média de vida de cada um, e como tal, teríamos
sempre situações de escassez, já que o tempo é sempre limitado.
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Objeto e método da economia
• O que trata a Economia? Segundo o Prof. Fernando Araújo, o objeto da Economia está
centrado em torno do estudo das decisões individuais e coletivas tomadas em ambiente
de escassez.
• Como é que a Economia entende o ser humano e os seus comportamentos? Recorrendo
à racionalidade económica, ou seja, a Economia apreende que os indivíduos obedecem
a um determinado critério na forma como interpretam a relação complexa entre meios
escassos e fins crescentes sentidos pelos indivíduos, embora de diferente natureza e com
diferente intensidade. A economia tem de utilizar uma espécie de chave de compreensão
para poder chegar à conclusão de que determinado comportamento, individual ou
coletivo é ou não o mais adequado, tendo em vista as finalidades pretendidas pelos
indivíduos ou pela comunidade. Para tal, sustenta-se numa lógica de racionalidade.
Racionalidade económica
1. Otimização dos meios tendo em vista a realização dos objetivos previstos. Utilizar o
mínimo de recursos possíveis (já conscientes de que esses recursos são escassos) para
alcançar os objetivos pretendidos. (lei do menor esforço – não gastamos mais do que
precisamos).
2. Maximização dos fins a partir dos meios disponíveis. (Extrair mais fins, aproveitando
os recursos que temos à nossa disposição para satisfazer mais necessidades, que podem
ser diferentes entre si OU satisfazê-las com mais intensidade, com maior grau).
Num caso são os fins/propósitos/objetivos que são fixos e tenta-se extrair, de maneira ótima,
os meios para alcançar esses fins que são fixos/predefinidos/previamente fixados e noutro
caso, temos a maximização de fins a partir de meios disponíveis, logo tenta-se extrair o máximo
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de fins em intensidade ou em termos numéricos (os fins não estão pré-definidos), temos de
tirar o máximo partido dos recursos que temos à nossa disposição (não abdicarmos de
determinados fins e portanto tentamos alcançá-los com a otimização dos meios ou por outro
lado em face dos meios disponíveis, extrair o máximo de fins).
O agente económico diante do qual a Economia observa que ao agir não otimiza
meios nem maximiza fins, este é irracional.
Funções de Utilidade
Descreve o comportamento económico de um agente abstrato/geral:
𝑈𝑋 = f (R, L, …)
• R – Rendimento
• L – Lazer: O próprio lazer é a função do rendimento então o L, poderia ser
substituído por f(R). – maior probabilidade de tempo disponível
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alto valor possível, com a menor quantidade de risco. (Neste caso, queremos
maximizar o rendimento e o lazer).
Para assumir este modelo tão mecanicista, têm de haver alguns pressupostos, são
pressupostos que a moderna Teoria da Utilidade, no fundo, o modelo da racionalidade
económica perfeita assume:
𝑈𝐴 > 𝑈𝐵
𝑈𝐵 > 𝑈𝐶
𝑈𝐴 > 𝑈𝐶
𝑈𝐴 > 𝑈𝐵 − Significa que A é preferível a B e quando se fala em “ser
preferível”, é com base na utilidade, ou seja, se a utilidade do A é
𝑈𝐴 >à 𝑈
preferível utilidade
𝐶 do B e se a utilidade do B é superior à utilidade do C,
então, a utilidade do A será necessariamente superior à utilidade do C.
• É preferível em função da própria utilidade.
A hierarquia de escolhas, ou bem que é baseada num critério ou bem que é arbitrária: o
modelo da microeconomia moderna assume que não é arbitrária porque
assume que há um critério da utilidade, ou seja, assume o pressuposto pelo
qual eu vou hierarquizar as minhas escolhas com base na utilidade das
minhas escolhas.
Exemplo Prático:
Escolhas Utilidade das escolhas
Direito (A) 𝑃(𝑈𝐴 ) Sentido Ascendente
Economia (B) 𝑃(𝑈𝐵 ) Custo de
Medicina (C) 𝑃(𝑈𝐶)
oportunidade
O Rui escolheu A, também tinha as escolhas B e C. Devemos presumir duas coisas:
• O Rui escolhe A, porque A permite maximizar o valor da sua utilidade (que será o
f( várias coisas).
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• Se a utilidade do A é superior à utilidade do B e a do B é maior do
que a do C, então a utilidade do A será maior do que a utilidade do
C.
• Se o Rui, porventura, não entrasse em Direito, assumindo que era a melhor
escolha, não é indiferente ir para B ou para C.
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• Podemos dizer que os valores das utilidades são iguais, mas aquilo
que não se pode afirmar é que a probabilidade de os valores das
utilidades serem iguais é a mesma, só quando realmente
experienciamos todas as opções.
• Mesmo nos casos a utilidade era toda igual, o que eu só saberia depois de
experienciar, o que podemos assumir é que o valor probabilístico que se atribui
às escolhas mesmo que tenham o mesmo valor de utilidade, em termos de
probabilidades é diferente. Por outras palavras, eu não tenho informação
suficiente para achar que a probabilidade dos valores de utilidade
serem iguais é realmente certa.
Nestes casos, trabalhamos com os valores probabilísticos e não com os
valores absolutos.
Ex: O Rui afirmava que iria gostar igualmente das três opções, A, B e C (a utilidade era a
mesma). Posteriormente, ele era confrontado com a seguinte questão “Mas será que é
provável gostares igualmente dos três cursos?”, o Rui iria dizer que achava que sim, ou
seja, não é um acontecimento absolutamente certo.
Racionalidade limitada
• Esta racionalidade limitada vem chamar a atenção para o facto do modelo de maximização
da utilidade (modelo de racionalidade económica perfeita), não tem uma larga margem de
adesão ao comportamento económico real.
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As perguntas básicas na
decisão económica
Custo de oportunidade
"Havia uma oportunidade de fazer diferente do que
fizemos, mas, quando optámos por uma coisa, preterimos
aquela oportunidade, e essa alternativa às alternativas
possíveis corresponde ao custo de oportunidade, ou seja,
ao custo que está associado à melhor das alternativas
preteridas.”
Ex.
1) O meu património: 100€. Tenho um computador que custa 100€ e um telemóvel que
também custa 100€, e apenas posso escolher um deles, pois somente tenho 100€ e os dois
artigos em conjuntos seriam 200€. Portanto escolho ficar com o telemóvel, então o meu
custo de oportunidade será a 2ª melhor escolha, que neste caso, corresponderia ao
computador que seria os 100€ (escolha preterida é a alternativa que não foi escolhida).
Neste caso, o custo de oportunidade seriam os 100€ do computador.
2) Qual seria o custo de oportunidade de estar na faculdade a ter uma aula de Economia? A
melhor alternativa, sem ser estar na faculdade, a que tem um valor mais elevado pode ser
estar em casa a ver um filme, estar no café, na praia, … (a 2ª melhor opção seria o custo de
oportunidade que está inerente à nossa escolha).
Características:
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Marginalismo
• Nem todas as decisões humanas, são de tudo ou nada (ou vamos por um
caminho ou outro), em contrapartida muitas destas decisões são marginalistas
são relativas a decisões incrementais, a partir de um raciocínio
marginalista (que é muitas vezes percebido de forma instintiva, na dose incremental),
decisões de mais ou menos de algo ou de intensificar ou reduzir o número de unidades
empregues em apoio a uma determinada escolha ou atividade.
Ex. Um pessoa está na cama e quando toca o despertador hesita em levantar-se de imediato
e pondera os benefícios e os custos de fazer a escolha de ficar na cama mais 30 minutos.
Ficar mais esse tempo na cama poderá custar-lhe um atraso irremediável por exemplo. A
pessoa não está a pensar no total de horas que dormiu, ainda que essas horas possam
influenciar a escolha, nem está a pensar nas próximas horas que irá gastar em transportes
por exemplo, ainda que essa hipótese possa influenciar a escolha. Está a pensar
somente no intervalo de tempo dentro do qual é relevante a decisão a
tomar, num curto período de tempo – está a pensar em termos marginais.
Jogo de soma positiva – Ambas as partes ganham na troca, até podem não ganhar o
mesmo, mas ambas ganham.
Jogo de soma zero – Aquilo que uma das partes ganha, irá corresponder necessariamente
àquilo que a outra parte perdeu. Ex. Uma parte ganha 50€ a outra parte irá perder
necessariamente 50€.
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Escolhas que as pessoas fazem
quando estão a falar de questões
económicas:
• Escolhas implícitas: São as escolhas que as pessoas fazem por vontade própria, porque
querem escolher uma certa alternativa. Ex. Eu estou na praia porque escolhi aqui estar, por
uma multiplicidade de razões.
• Escolhas explícitas: Não são o oposto das escolhas implícitas, no entanto apresentam-
se já como sendo escolhas coletivas. Quando nós envolvemos mais do que uma pessoa num
determinado plano, é preciso tomar decisões e é preciso explicitá-las, as pessoas têm de se
pôr de acordo. E é aí que começamos realmente a ver verdadeiramente, questões
económicas.
Procura – Consumidores
Oferta – Empresas, lojas, mercados, etc.
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empresas concentram as suas despesas, pagando renumerações aos fatores,
gastando com eles o que irão ganhar no mercado de produtos.
Trocas
• Estão associadas à ideia de troca de excedentes de produção por carência de consumo.
Existindo trocas intersubjetivas e internacionais.
• Universo das trocas – mercado
• Há muitas vantagens que nós não alcançamos sozinhos, porque as nossas necessidades para
serem satisfeitas, quando elas exprimem e quando têm alguma urgência em serem
satisfeitas, reclamam uma sofisticação na oferta de meios para satisfazermos essas
necessidades, que nós como produtores não temos. Nós enquanto produtores não
conseguimos produzir em simultâneo tudo aquilo que necessitamos para
satisfazer na totalidade todas as necessidades que sentimos, então
trocamos com outros agentes económicos excedentes de produção, por
bens que irão satisfazer necessidades que nós, a partir da nossa produção,
não conseguimos.
Uma pessoa pode preservar a sua independência, e dizer o seguinte:
“Eu gostaria na medida máxima do possível, não depender de outros e portanto limitar ao
máximo as trocas.”, é possível viver assim?
• O Prof. Fernando Araújo, admite que consigamos acumular alguns recursos que
nos permitam viver autonomamente, isoladamente e independentemente de
qualquer trocas, mas não infinitamente, apenas por um período de tempo
limitado.
Ex. Navegadores que navegam à volta do mundo e não fazem trocas comerciais.
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Quanto mais sozinha e isolada a pessoa viver, mais facilmente se empobrece
voluntariamente pois tem de prescindir de bens que não consegue produzir
para si mesma.
Podemos transpor isto para os países – há países que vivem numa situação
de autarcia – situação de autossuficiência e independência, sem realizarem
trocas comerciais com outros países, o que pode gerar problemas de
empobrecimento.
• Embora para as pessoas não seja possível, pois haverão sempre produtos que a
pessoa não conseguirá produzir ou adquirir para ela mesma ou não terá recursos
suficientes para viver autonomamente durante toda a sua vida e portanto a certa
altura terá de investir em trocas se quiser sobreviver com as condições mínimas.
• Existem países que conseguiriam efetivamente isolar-se sem
empobrecerem, mas são muito poucos. São países que têm
dimensão suficiente para terem um mercado interno
suficientemente diversificado e grande. Ex. EUA
• Caso o país não tivesse uma dimensão suficientemente grande para
integrar um mercado interno que lhes permitisse viver
isoladamente, a economia entraria em colapso se não realizasse
trocas comerciais com outros países. Ex. Portugal
Ex: Um relojoeiro produz 10 000 relógios por ano e fica somente com um para si (satisfaz
a sua necessidade de ter um relógio), os outros 9 999 vende porque não necessita deles,
então o excedente da sua produção é trocado por outros produtos, que não um relógio,
que satisfaça as suas necessidades, vai trocar por aquilo que não produz.
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Custo das trocas
Informação e processar essa informação – Qualquer pessoa para fazer uma
troca, tem de adquirir informação e essa informação não é gratuita.
• Muitas vezes as pessoas fazem trocas com baixa informação e com baixo
raciocínio, porque o contrário tornaria a troca desinteressante, pois pode
acontecer que o custo da informação possa vir a ser maior do que aquilo que a
pessoa iria ganhar na troca propriamente dita.
Falhas de Mercado
1. Externalidades
O que são?
As externalidades são consequências para o produtor ou para o consumidor que resultam
fora da estrita troca comercial – toda e qualquer situação económica na qual
ocorram danos ou benefícios para agentes económicos e que tenham por
origem comportamentos ou ações de terceiros, nomeadamente terceiros
com os quais os agentes económicos beneficiados ou danificados não têm
qualquer relação económica.
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• Nestas situações, o indivíduo não tem de pagar pelo beneficio
obtido nem tem de indemnizar pelo dano sofrido.
Externalidades Positivas
• Efeitos positivos causados a alguém, por terceiros, sem que tenha
sido por vontade própria do agente e sem que essa pessoa tenha de
pagar pelos benefícios que lhe foram causados.
Ex.
1) Existe um grupo de 6 pessoas e há um deles que é completamente anti-vacinas.
Contudo ainda que este sujeito seja anti-vacinas, a probabilidade de ficar infetado
num grupo onde os restantes membros estão vacinados, é menor. Ele é
beneficiado no entanto não fez nada, por vontade própria, para que assim fosse
nem estabeleceu com os restantes membros uma relação dita económica.
2) Bens públicos – não há rivalidade de uso, ou seja, uma pessoa não esgota o bem,
não se pode excluir nem impedir ninguém de utilizar esse bem.
Externalidades Negativas
• Efeitos positivos causados a alguém, por terceiros, sem que tenha
sido por vontade própria do agente, sem que esse alguém tenha
obrigação de indemnizar pelos danos que sofreu.
• Estão associadas a um problema de sobreprodução – Por exemplo,
as pessoas que causam as externalidades positivas não têm
nenhum custo associado a isso e por isso irão continuar a poluir por
exemplo, sem que haja qualquer penalidade.
Ex. É construída uma fábrica numa determinada região, que com a sua produção liberta
químicos e poluentes que poluam o ar das pessoas que vivem naquela região. Neste caso,
os danificados não têm qualquer relação com a fábrica, não são procura onde a fábrica é
oferta porque se fossem não era uma externalidade., as pessoas não têm relações
económicas com a fábrica no entanto são prejudicadas com a poluição dessa mesma
fábrica, levam com os efeitos negativos dessa não tomada de decisão.
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Não é verdade que sempre que existam externalidades, sejam elas
positivas ou negativas, tenha de haver intervenção do Estado ou que
alguém tenha de ser chamado para pagar e isso não acontece quando nos
apercebemos que se essa fosse a via, provavelmente íamos degenerar
numa falha de intervenção, que é quando o Estado intervém e normalmente por
força de falhas de intervenção, o Estado acaba por causar um dano em virtude da sua
ação que é superior ao dano que existia antes da sua intervenção. Existem externalidades
que devem permanecer.
2. Falhas de Informação
• Decorrem das assimetrias informativas.
• Numa relação contratual, uma das partes tem mais informação do que a outra e
utiliza-a para seu proveito, manobrando-a ou ocultando-a da contraparte. A
solução para impedir estas falhas passa por garantir a obrigatoriedade da difusão
de informação importante.
• Risco Moral -
3. Falhas de concorrência ou
Poder de mercado
• O poder de mercado está relacionado com o poder do produtor-vendedor em
influenciar os preços praticados sem ter que considerar (ou considerando como
irrelevante ou invariante) as reações da procura, evidenciando a respetiva
elasticidade-preço.
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Mecanismos de combate às falhas de mercado:
1. O controlo e a regulação direta das quantidades produzidas, estabelecendo
normas, proibições, licenças e quotas.
2. A criação de mercados de quotas negociáveis de sistemas de compensação de
benefícios e sacrifícios particulares.
3. As intervenções no mercado, orientadas no sentido da alteração dos preços,
lançando impostos e taxas, estabelecendo cauções ou subsídios.
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Fronteira de Possibilidades de
Produção (FPP)
• Nos pontos ineficientes – os recursos não estão a ser utilizados no seu limite.
• Quando nós “andamos” ao longo da curva no gráfico FPP há uma taxa que se
pode calcular, que em rigor me permite medir este custo de oportunidade.
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Teoria das Vantagens absolutas e
Teoria das Vantagens comparativas
Ex. Temos dois países, dois bens e não existe comércio internacional
Portugal Inglaterra
Tecido 90 H 100 H
Vinho 120 H 80 H
Total de Horas 210 Horas 180 Horas
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Teoria das Vantagens
Comparativas ou Relativas
David Ricardo
A oferta e a procura
Procura - Conjunto de atitudes típicas daquele que se dirige ao mercado para satisfazer
as suas necessidades, seja através da aquisição de bens, utilização de algum serviço,
sendo que o valor que atribui seja ao bem seja ao serviço é
essencialmente determinado pela utilidade que associa a eles – é aferido
pela aptidão que lhes atribui para satisfazerem as suas necessidades.
Lei da Oferta
• Correlação direta entre preços e quantidades oferecidas – Quanto mais
elevados forem os preços, maiores são as quantidades oferecidas.
(tendência Ceteris Paribus).
Produzir ou obter um bem para oferecer no mercado, envolve
custos e por isso, quanto mais elevados são os preços, maior é a
possibilidade desses custos virem a ser cobertos pelo total da
receita obtida pelas vendas e que permita obter um
remanescente de rendimento que premeia o esforço do
produtor – o lucro ou excedente do produtor.
O aumento da oferta tende a ser feito a curto prazo, a custos
crescentes, com perdas marginais de eficiência.
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Fatores da Procura num
Mercado Concorrencial
• Procura – É a quantidade de produtos que as famílias e as empresas decidem
comprar, dada a relação entre as suas limitações orçamentais e o nível de preços
daqueles produtos. Corresponde a uma disposição efetiva de pagar.
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Existem exceções a esta Lei:
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Deslocações das Curvas de
Oferta e de Procura
Exemplos:
1. Se um determinado produto fica na moda, a procura irá tendencialmente
aumentar e haverá por isso uma expansão da curva da procura.
2. Sai uma notícia alarmante dos riscos do seu consumo para a saúde, a procura
irá reduzir e haverá uma contração da curva da procura.
3. Os consumidores se convencem de que está próximo um drástico
agravamento de preços – Sai uma notícia que anuncia o aumento do preço de
um produto dali a dois meses, a procura irá aumentar muito a curto prazo, na
espectativa que foi dada em mercado relativamente a preços. A
notícia televisiva funcionou como um fator exógeno ->
Relacionado com o efeito do tempo em que os consumidores como sabem
que o preço vai aumentar, adaptam-se e compram mais desse produto.
(Expansão da curva da oferta).
As deslocações da própria curva da Procura está muito relacionadas com
a elasticidade dos bens em causa.
• Há um novo ponto de equilíbrio.
• Se houve uma reação a curto
prazo dos consumidores,
provavelmente é porque
estamos a falar de um bem
cuja procura é inelástica, o
bem essencial e que as
pessoas teriam mesmo de
comprar.
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Turma A2
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Modificações na curva da Oferta
• Verifica-se uma deslocação ao longo da curva se, Ceteris Paribus,
tiver ocorrido uma simples variações de preços, caso em que o
vendedor, sem alterar a sua escala de preferências muda de uma
relação “preço-quantidade oferecida”, para outra.
Há uma deslocação (expansão ou contração) da própria curva da oferta como um todo,
quando variar algum outro fator, que não o preço.
• Bens sucedâneos
A procura de um bem pode depender das condições e preços de outros bens e não do respetivo
preço do bem principal.
• A baixa de preços de um bem implica a quebra da procura de outro bem.
• O aumento do preço de um bem, irá originar no aumento da procura de outro bem.
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• Bens complementares
A procura de um bem revelará uma correlação direta com a procura de
outros bens.
• São habitualmente utilizados conjuntamente.
• O agravamento de um deles compromete a utilização dos demais.
Ex. Software e computadores, autonomamente eles não funcionam como é pretendido, não
vale apena ter um computador que só funciona se tiver software (numa situação em que não há
software) ou então cas não haja computadores, não vale apena termos software, porque
autonomamente não servirá para nada.
O preço e a quantidade de
Equilíbrio
• O gráfico em que se
cruzam a curva da oferta
e a curva da procura
designa-se cruz
Marshalliana – o ponto de
interseção é o ponto de
equilíbrio (preço de equilíbrio
e uma quantidades de
equilíbrio.
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Elasticidades
• É a amplitude da reação dos agentes económicos às variações das condições dos
mercados e às flutuações dos preços dos produtos ou de rendimento dos fatores.
• A elasticidade refere-se não só à amplitude das reações das partes face às
oscilações de preços e rendimentos mas também à rapidez dessas reações.
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Elasticidade-Preço da
Procura
𝛥% 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑝𝑟𝑜𝑐𝑢𝑟𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑏𝑒𝑚 𝑥
𝛥% 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑏𝑒𝑚 𝑥
Elasticidade-Preço Cruzada
𝛥% 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑝𝑟𝑜𝑐𝑢𝑟𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑏𝑒𝑚 𝑦
𝛥% 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑏𝑒𝑚 𝑝𝑟𝑖𝑛𝑐𝑖𝑝𝑎𝑙
Valor < 0 Bens • Correlação inversa de preços
complementares e quantidades procuradas, de
um bem face ao outro.
Valor = 0 Bens independentes • As quantidades procuradas
de um bem não variam com a
variação de preços do outro
bem.
Valor entre 0 e ∞ Sucedâneos • Se o preço de um bem
imperfeitos aumentar -> A quantidade
procurada do outro bem
aumenta
• Se o preço de um bem
diminui -> A quantidade
procurada do outro bem
diminui
Valor = ∞ Sucedâneos • Se o preço de um bem
perfeitos aumentar -> expansão infinita
da procura do outro bem.
• Se o preço de um bem
diminuir -> desaparecimento
da procura do outro bem.
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Elasticidade Procura do
Rendimento
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Elasticidade da Oferta
𝛥% 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑜𝑓𝑒𝑟𝑒𝑐𝑖𝑑𝑎𝑠 𝑏𝑒𝑚 𝑥
𝛥% 𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑏𝑒𝑚 𝑥
Exemplo: Salários mínimos – preços mínimos no mercado de fatores, onde aquilo que
está a ser renumerado é o fator trabalho. E portanto a procura corresponde às
empresas e a oferta corresponde aos trabalhadores
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• Fixação de Preços mínimos Custos fixos + custos variáveis
acima do Preço de mercado
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A via dos Preços máximos
• Imposição de preços máximos
abaixo do Preço de mercado
Exemplo – Congelamento de rendas. Nessa situação o Estado coloca algum limite sobre
o senhorio relativamente à subida das rendas, para garantir precisamente que as pessoas
tenham condições económicas para pagar e que possam usufruir do seu direito à
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habitação sem constrangimentos. Para que as pessoas pudessem pagar um valor de
renda, esse valor tem de ser de algum modo limitado nomeadamente através das
características do imóvel, etc. para que o preço não aumente indefinidamente e para que
as pessoas consigam ter condições mínimas de sobrevivência possíveis.
No mercado de rendas:
• Os imóveis dos senhorios são a oferta.
• Os inquilinos são a procura.
Leis de Gossen
1ª Lei de Gossen – Lei da Utilidade Marginal decrescente
• A necessidade associada à utilidade de um bem, vai diminuindo à
medida que vão sendo aplicadas doses marginais. À medida que
vão sendo acrescentadas doses extra, irá haver um aumento
sucessivo de unidades desse bem até se atingir um determinado
ponto de saciedade.
• Normalmente o ponto de saciedade não é atingível uma vez que os bens são
escassos e o ser humano tem limitações e por isso paramos antes de atingir esse
ponto. Mas podem haver casos em que à medida que vão sendo aplicadas
doses sucessivas de um bem, a utilidade vai começando a decrescer
até atingir então o ponto de saciedade e a utilidade passa a ser negativa.
Ex. Uma pessoa tem sede e tem vários copos de água à sua frente. Com o primeiro copo
de água, a utilidade retirada é grande, com o segundo também mas mais inferior, com o
terceiro também mas ainda mais inferior e assim sucessivamente. Até chegarmos a um
ponto em que já não temos mais essa necessidade e a partir desse ponto, ao invés da
sensação ser positiva, é negativa.
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2ª Lei de Gossen – Princípio da Equimarginalidade
• A utilidade total é sempre maximizada (um bem é útil no seu total) quando a
totalidade do rendimento disponível for repartida e cada unidade desse
rendimento for utilizada de forma equitativa pelas várias necessidades. Isto é, à
medida que vão surgindo mais bens, temos de dividir o rendimento que vamos
gastar de forma igual para todos os bens.
Eficiência de Pareto
• É um referencial teórico que nos guia até à seguinte ideia: o que é que seria o
ideal em termos de eficiência? – eficiência paretiana criada por Vilfredo Pareto.
• Esta eficiência é o critério da eficiência total, máximo de eficiência .
Subdivide-se em três aspetos:
1. Eficiência nas trocas – Os bens circularam e foram ter com quem tinha mais
disposição para os pagar. (não levar os bens ao maior número de consumidores)
2. Eficiência na produção – Situação em que estamos em cima da FPP, não é
possível com o nível desenvolvimento tecnológico e com os recursos que temos,
produzir mais quantidades.
3. Eficiência na satisfação das preferências dos consumidores – o
mercado conseguiu perceber quais eram as preferências dos consumidores e
produzir os bens e serviços necessários para satisfazer as necessidades destes.
Impostos
• A justiça implica a arrecadação de receita através de impostos, pois para o Estado
ajudar aqueles que estão em condições piores, para financiar uma política de
justiça, precisa de dinheiro e este dinheiro vem dos impostos (receitas
tributárias).
• Esta inevitabilidade coloca questões do ponto de vista da eficiência: Se por um
lado nos apercebemos que eficiência total não significa necessariamente justiça
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
(podemos atingir um referencial de eficiência máxima mas isso não significa que
as pessoas estejam todas a viver bem e que estejam todas a ter as condições
adequadas que lhes permitam viver com o mínimo de dignidade), por outro lado
apontamos o nosso foco para a justiça e podemos pensar naquilo que podemos
fazer para ajudar aqueles que estão em desvantagem.
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
2. O produtor vendedor nao quer suportar a taxa tributária do Estado e portanto sobe o
preço do livro para 25€ por exemplo, para que nao tenha ele o custo do imposto e sim os
consumidores, com o risco de perder procura se nao for, lá está, um bem de procura
inelástica, porque se for talvez seja esta a melhor opção, porque mesmo que o preço
suba 5€, como a procura é inelástica, os consumidores continuarão a comprar, se a
procura a contrário for elástica, esta provavelmente nao será a melhor opção, porque o
valor que ele nao perder no imposto irá perder na redução da procura.
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
Receita tributária - É
toda a fonte de renda que
Estado.
• Esta curva demonstra que a partir de certo ponto partir de um certo ponto a
disposição de pagar das pessoas é ultrapassada e são verificados estes
comportamentos de evasão fiscal, não declaração do rendimento ao Estado ou
preferência por trabalhos cujo rendimento seja inferior e que esteja
consequentemente associado a taxas de imposto inferiores. Aquela receita
tributária que inicialmente estava a ascender, começa a descer precisamente
porque as pessoas não correspondem monetariamente àquela que seria uma
carga fiscal do Estado demasiado elevada e por sua vez a receita tributária desce.
Teoria do Consumidor
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
1. Reta da restrição orçamental
• A ciência económica criou a reta da restrição orçamental que ilustra a finitude
do recursos financeiros.
• Esta reta correspondente a uma Fronteira de Possibilidades de Consumo.
• Pretende demonstrar os orçamentos restritos de cada um e os ajustamentos
possíveis que podemos fazer para satisfazer as nossas necessidades mediante o
rendimento que tenhamos.
• Administração de recursos financeiros – ou optamos por um bem na sua
totalidade e prescindimos do outro, ou então se queremos os dois temos de
dosear para que o nosso rendimento chegue para ambos.
Ex. Numa situação hipotética, onde todo o nosso orçamento se iria esgotar em dois
bens.
• Orçamento – 1000€ 1. Situações limite a partir do orçamento
• Livro – 10€ que temos:
• Relógio 100€ • Podemos ter 10 relógios e nenhum livro. (A)
Livros • Podemos ter 100 livros e nenhum relógio. (B)
B 2. Situações em que queremos ambos os
100
bens (temos de fazer combinações
80 E F possíveis de acordo com orçamento
C G que temos)
• Podemos ter 50 livros e 5 relógios (C)
• Podemos ter 10 livros e 9 relógios. (D)
50 C
• Podemos ter 80 livros e 2 relógios. (E)
H • …
30
3. Os pontos F e G não são possíveis e o H
D é ineficiente pois não estou a utilizar o meu
Relógios
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
2. Curva da indiferença
Teoria do Produtor
• Vem-nos demonstrar que nem sempre a livre concorrência é possível e que nem
sempre é desejada. Tudo dependerá de uma estrutura de custos dos próprios
produtores.
• Vamos presumir que estamos a falar de um produtor que é racional, egoísta,
maximizador de lucro e vamos supor que ele sozinho não influencia com as suas
atitudes o preço.
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
• Aos produtores interessa sempre aumentar os preços, só que muitos produtores
mesmo que quisessem esse aumento não conseguem e então têm de se resignar
aos preços como eles estão. Um produtor que não pode modificar os
preços e que seja maximizador de lucro, só consegue maximizar o
lucro, não mexendo nos preços, mas mexendo nos custos.
(L = RT – CT)
• Excedente do Produtor – Lucro > 0
• Lucro normal = 1-0
O produtor-vendedor tenta produzir com a maior eficiência possível, baixando ao
máximo os seus custos para tentar afastar os custos do preço de mercado, quanto mais
afastados tiverem, maior será a sua margem de lucro.
Custos fixos – Um custo que o produtor não pode deixar de suportar se pretende
desenvolver uma atividade. Custos que irão permanecer sempre independentemente do
sucesso ou insucesso monetário da empresa.
Custos variáveis – São aqueles que dependem do volume de produção – são os custos
referentes ao emprego dos trabalhadores no processo produtivo
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Marta Silva
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• Os custos totais dependerão dos meus custos variáveis, ou seja,
do volume de produção.
Valores médios – Quanto custa ao produtor produzir cada unidade.
Valores totais
Valores médios =
Número de unidades que constituem esses totais
Custos marginais =
∆ custos associada à adição de mais uma unidade de produto
∆ Quantidades
Esta variação é calculada por:
Amplitude total da ∆ de custos associada à ∆ Quantidades
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• Custos fixos médios =
Custos fixos
Número de Unidades produzidas
OU
Custo fixo médio + custo variável
médio
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Break Even – É quando abandonamos a área dos prejuízos e passamos
para a área de lucro (recuperamos o nosso investimento, pois temos custos médios
inferiores ao preço de mercado, começam a aparecer os lucros) – Ponto onde o Custo
médio corresponde ao preço de mercado.
Custo médio mais baixo – distância entre o preço de mercado e o custo médio são
superiores. Para o produtor o produtor aumentar o seu lucro, não pode ir
para além da sua escala de eficiência.
Quais são as implicações deste tipo de curva em U dos custos médios?
• O produtor que é maximizador de lucro tenta primeiro chegar, por tentativas, ao
lucro, depois tenta maximizar esse lucro (depois de passar o break Even, os seus
custos médios já estão abaixo do preço de mercado), tenta aumentar a produção
e chegar ao ponto onde tem o máximo do lucro, por tentativas, e chegar ao
ponto de Escala de eficiência, contudo ele não sabe quando é que chegou
a esse ponto, continua a produzir até chegar a atingir o máximo de lucro.
• Escala de eficiência ou dimensão ótima – ponto em que são
mínimos os custos médios e corresponde a um nível de produção
que minimiza os custos médios totais. É o ponto onde o lucro é
maximizado, porque é maior a distância entre os custos médios e o
preço de equilíbrio (o preço de mercado).
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2022/2023
Um produtor que queira controlar os custos deve ter em conta que a partir desse ponto
de escala de eficiência, os custos médios passam a ser crescentes – o lucro por unidade
(Preço – custo médio), nunca voltará a ser tão grande.
Pode haver:
1. Pode haver perdas de Escala
2. Indiferenças pela variação de Escala
3. Economia de Escala – O aumento de volume de produção, de vez em quando,
tem sucesso nestas economias de Escala. A escala de eficiência desce e aumenta
a quantidade. A situação em que o U volta a subir é atrasada no tempo.
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Lei do rendimento marginal decrescente
• Estabelece que à medida que se combinam fatores variáveis com uma dada
quantidade de fatores fixos, o rendimento marginal dos fatores variáveis
tende a diminuir.
Rendimentos de Escala
Uma variação da escala de produção pode originar:
• Rendimentos constantes à escala – A produção aumenta
proporcionalmente ao aumento da escala.
• Rendimentos decrescentes à escala – A produção aumenta menos do
que proporcionalmente ao aumento da escala.
• Rendimentos crescentes à escala – A produção aumenta mais do que
proporcionalmente ao aumento da escala.
Quando se aumenta a escala, é usual surgirem economias de escala – são características
tecnológicas do produtor que lhe permitem realizar quebras dos custos médios de longo
prazo, quando a produção aumenta, o que origina numa curva de custos médios de longo
prazo decrescente.
• Tipicamente (não necessariamente) surgem economias de escala em unidades de
produção com elevados custos fixos e baixos custos marginais (que se mantém
reduzidos até que haja um aumento na produção).
• Em casos destes, uma vez suportados os custos fixos inicias, a expansão da
produção poderá fazer-se a custos médios decrescentes até se atingirem volumes
de produção suscetíveis de assegurarem ao produtor uma posição de poder de
mercado.
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Marta Silva
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Investimento direto de bens
Este investimento direto de bens podem ser:
1. Depósitos bancários
2. Investimento em bens móveis na espectativa da sua valorização
3. Investimento em bem imóveis.
Depósitos Bancários
• Quanto menor é o risco menos é a renumeração depois recebida – esta forma
de investimento é aquela que tem menor risco, é aquele que
oferece mais segurança porque quando eu coloco dinheiro no
banco, o banco é obrigado a ter lá o dinheiro durante o
determinado período.
• O levantamento do capital e o pagamento de juros parecem maximamente
assegurados.
• Consiste num contrato com o banco nos termos do qual colocamos dinheiro no
banco que se compromete a garantir esse depósito, isto é, a manter lá o dinheiro
e a pagar-nos uma determinada taxa de juro.
• A pessoa paga uma comissão ao banco pelo facto de o banco guardar o seu
dinheiro e o banco paga um juro à pessoa pelo facto de poder dispor do seu
capital.
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Exemplos:
1. Depósitos à ordem – Podemos ir buscar o dinheiro sempre que quisermos.
2. Depósitos a prazo – Contrato com o banco que só vou levantar o dinheiro
passado algum tempo, por exemplo daí a 6 meses, 1 ano, 2 anos, etc. se eu
levantar antes até posso ter uma penalização, uma taxa de juro.
Ex. Eu tenho 5 000€, eu posso usá-los já ou posso fazer um depósito bancário e receber
a correspondente taxa de juro.
• Para o banco ter lucro tem de ter mais rendimento nos empréstimos do que o
valor que paga às pessoas que depositam o seu dinheiro.
Investimento em bens na
espectativa de uma
determinada valorização
A pessoa investe num determinado momento, à espera que haja uma
valorização do bem e posteriormente vende o produto, por um valor mais
caro pelo qual o comprou.
• Podemos comprar um bem 5000€ e esperamos que ele se valorize e possa vendê-
lo por um preço mais elevado, ganhando rendimento, esperamos que o preço que
nós pagamos possa traduzir-se num montante superior.
Quanto maior a raridade, a popularidade do artista, o seu valor que é atribuído ao bem,
etc. maior será a valorização do bem.
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• Investimento em bens que têm um valor associado – ouro, metais
preciosos, etc.
• Investimento de moedas de outros países – Como por exemplo, comprar
dólares num determinado momento, na espectativa de que posteriormente eles
irão valer mais, ganhando a diferença entre o valor que eu vendi e o valor que eu
paguei por ele.
O risco inerente a esta forma de investimento é de facto o risco do bem nunca se valorizar
e posteriormente não se conseguir vender mais caro face ao preço que se pagou por ele
e até mesmo ter de se vender mais barato e perder a diferença do dinheiro.
Bens imóveis
• Obter uma renda (rendimento constante)
• Rendimento único – uma mais valia que corresponde à diferença entre o
valor que eu paguei pelo imóvel e o valor que o irei vender. Ex. Compro por
50 000€ e vendo por 70 000€, tenho uma mais valia de 20 000€.
Riscos associados
1. Risco de desvalorização ou de não valorização – não consigo vender por
mais caro ou até posteriormente o bem perde o valor ou simplesmente não se
valoriza.
2. Risco de perda – catástrofes naturais (podemos cobrir este risco com um
seguro que tem um custo associado e não cobre todos as eventualidades)
3. Na renda pode haver risco, da renda não ser paga e temos de ir para
tribunal
4. Risco de liquidez – podemos não conseguir converter, em caso de
necessidade, o imóvel em capital.
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Marta Silva
Turma A2
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Ações
• Sociedade por quotas – LDA
• Todos os sócios têm uma quota nesta sociedade.
• Mais valia mobiliária – lucro gerado somente uma vez.
Obrigações
• É um empréstimo de alguém que vai ao mercado em geral pede capital e mostra-
se disponível de pagar um juro para depois receber rendimento.
Riscos associados
• Risco de custo de oportunidade – Como o prazo é muito longo, pode
ocorrer outra opção de investimento que tenha um valor superior e eu não posso
transitar para outra.
• Risco de não receber o capital de volta
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
Uma das formas de financiamento de capital para o processo produtivo
por parte das sociedades é o endividamento - é irem as bancos e pedirem
empréstimos. Os empréstimos irão permitir que as sociedades financiem a sua atividade
no presente e mais à frente quando a sociedade conseguir ter lucro e conseguir pagar os
seus custos e ter a sua receita, irá pagar o endividamento bancário – a capacidade de
endividamento de uma sociedade é um sinal de confiança na sua própria atividade, é o
sinal de capacidade de gerar lucros.
Juros
• Um fator que o produtor se tem de preocupar é o capital – Mercado de capitais
• O juro é o valor do custo do dinheiro.
Opções de financiamento dos produtores
• Admissão de novos sócios
• Emissão de ações
• Endividamento´
O juro faz superar a preferência pelo presente por uma preferência pelo futuro.
O Risco
O empresário assume riscos:
1º Risco – A produção correr mal.
2º Risco – A produção chega ao fim mas o produtor descobre que o mercado não está
a escoar a sua produção, pois interpretou mal o mercado, terá um custo económico
Seguradoras – Problema da
seleção adversa
As seguradoras só cobrem produções com baixo risco, o que faz com que nem todos os
produtores tenham cobertura do seguro, caso contrário podem entrar numa seleção
adversa:
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
• A seleção adversa consiste numa assimetria de informação em que existe um
agente que detém mais informação e que recorre a ela para sair beneficiado. As
seguradoras sofrem desta fenómeno, na medida em que desconhecem as
características dos agentes que protegem pelos seus seguros, podendo sair
prejudicadas com isso.
• As seguradoras formam um valor de seguro que seja médio e que seja atrativo
tanto para os bons como para os maus agentes, o que fará com que os maus
agentes que estão interessados nos seguros permaneçam no mercado e os bons
agentes saiam.
• A solução passa por seguros mínimos e seguros obrigatórios.
• As seguradoras fazem uma classificação de classes de risco, para cobrar prémios
de seguro para segurar indivíduos em diferentes classes de risco.
Ex. Alguém que é pouco cuidadoso a conduzir – essa pessoa tenderá a ter um bom
seguro que lhe irá cobrir os seus acidentes.
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Marta Silva
Turma A2
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Mercados de concorrência perfeita e
mercados de concorrência imperfeita
Mercados de concorrência perfeita e mercados perfeitos não
são a mesma coisa, nem os mercados de concorrência
imperfeita são mercados imperfeitos. Há mercados de
concorrência imperfeita que são melhores do que mercados
de concorrência perfeita.
• Os agentes não têm o poder de mercado – são Price Takers. – têm de fazer um
preço equilibrado tendo em conta a concorrência
• Existe homogeneidade dos produtos e plena informação.
• Os agentes escolhem o preço do custo marginal e o custo médio mais baixo
• Lucro normal – Renumeração necessária para que um produtor se mantenha
na atividade. (Quando existem lucros extraordinários em mercados de
concorrência perfeita, estes são temporários)
• O lucro pressupõe mais do que o ponto de Break Even.
Mercados de concorrência perfeita
São situações de mercado onde se verificam os três pressupostos:
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Marta Silva
Turma A2
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A publicidade permite às pessoas “Desligar o cérebro” e faz as escolhas pelas pessoas. As
pessoas confiam nas marcas, nas modas, etc. A fluidez é muitas vezes combatida
pela publicidade, esta tenta fazer com que as pessoas tenham menos informação
objetiva e tenta fazer com que tenhamos menos tempo para processar e faz com que
não usemos demasiada informação. Quando somos racionais e somos informados e
então sim estamos próximos de decidir pelo preço.
Ex. Eu quero ter uma loja de relógios, o que não tem praticamente barreiras artificiais,
mas tem barreiras naturais (como barreiras de custos de preços, de instalações, etc.)
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
• Os consumidores estarão a ser beneficiados aparentemente porque havendo
concorrência de preços no sentido da descida de preços, os vendedores
concorrem entre eles tentando minar-se mutuamente nas suas posições.
Patente – permite alguém ser exclusivo pela criação de algo novo e inovador. Um
produtor vendedor que se quiser destacar pode criar um produto inovador que mais
nenhum mercado ofereça. A curto prazo terá lucros extraordinários que outros mercados
não tem, e que irá beneficiar o seu mercado.
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Marta Silva
Turma A2
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1. Monopólios – um só agente do lado da oferta e muitos agentes do lado da
procura.
2. Oligopólios – um número restrito de agentes do lado da oferta e muitos agentes
do lado da procura.
3. Concorrência monopolística.
• Temos lucros extraordinários – tudo aquilo que excede o lucro normal.
Monopólios
• Situação de mercado onde existe apenas um vendedor.
• Monopólio puro – Existe somente um vendedor.
• Poder de monopólio – Casos em que há predominância de um vendedor sobre os
restantes e pode agir praticamente como se estivesse isolado no mercado do lado
da oferta, tal como num monopólio puro, ainda que na verdade não seja assim.
Ao contrário do que acontece com os vendedores atomísticos, um monopolista tem na
maioria dos casos a possibilidade de interferir no nível de preços do mercado, encarando-
o como uma variável e não como um mero dado, ao qual fica subordinado.
Enquanto o custo marginal for inferior ao rendimento marginal, valerá apena
incrementar a produção e o contrário sucederá sempre que o custo marginal passar a
exceder o rendimento marginal.
Objetivo do monopólio
• Perda absoluta de bem-estar para os consumidores
• Aumento do excedente do produtor
• Quando custos médios = custos marginais o monopolista suspende a
produção.
• Monopólio é uma exceção.
Oligopólios
situação de mercado onde existe um numero suficientemente
restrito de vendedores, que não chega a haver atomicidade do
lado da oferta
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
Cartel – quando os vendedores se juntam e cooperam entre si, mas na
verdade esta cooperação vai correr mal, irão haver condicionantes, alguém
não vai cumprir este acordo, etc. e por isso os carteis são muito instáveis
para além de serem práticas ilícitas.
2 tipos de Cartel:
• Cartel de quantidades - oligopolistas combinam quantidades.
Ex: Cada um produzia 1000, então combinam cada um passar a produzir 900 (redução
de produção em 10%). Se todos cumprirem a produção total restringe-se em 10% e os
preços sobem mais do que proporcionalmente, se houver baixa elasticidade da procura.
Esse ganho adicional é ganho pelos oligopolistas através do cartel, da paz.
Concorrência monopolística
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
• Coexistem elementos tanto do mercado de concorrência perfeita
(atomicidade e liberdade de entrada e saída dos mercados) como o
poder de mercado característico.
• Não há homogeneidade nos produtos – os produtos e os serviços são
diferentes
• Esta diferenciação faz com que cada um dos produtores também
possua o seu nicho de mercado e por isso pode fixar preços
diferentes – tem um poder de mercado semelhante aos monopolistas.
Nesta situação existem vários produtos diferentes com preços
diferentes.
Temos lucro extraordinário (mas temporário)
• Este mercado caracteriza-se pela soberania do consumidor, uma vez que vai ao
encontro das nossas mais diversas preferências.
• A publicidade é o subproduto da concorrência monopolística porque o produtor
tem a necessidade de evidenciar a sua diferença. Por essa razão, as marcas
transmitem informação simples ao consumidor.
• Concluindo, o mercado em concorrência monopolística também se caracteriza
pela existência de mais informação, mais variedade e mais inovação.
• É uma situação de mercado que se caracteriza por os vendedores tentem
convencer os compradores de que estão a vender um bem que é ao mesmo
tempo homogéneo e não homogéneo.
Ex. Situação em que um vendedor de perfumes, diz que o seu perfume é altamente
sofisticado. Embora seja um perfume, não entra em concorrência com outros perfumes,
pois é diferente de todos os outros perfumes, ainda que seja um perfume, tem todas as
características de um perfume, mas é mais sofisticado e único. É homogéneo no sentido
de ser um perfume tal como todos os outros, mas o vendedor é monopolista porque o
perfume que está a vender é único nas qualidades que ele tem é, é ilimitado, e portanto
teoricamente só tem um vendedor daquele perfume.
Ex. Eu estou a vender chocolates, tal como todas as outras lojas de chocolates, contudo
eu estou a vender chocolates de uma determinada marca específica e única.
Função da publicidade
• Os consumidores ganham em ter fluidez e a publicidade ataca a publicidade.
• Os consumidores manipulam a publicidade.
Ex. Uma pessoa está a ver um filme e vem um intervalo que era bombardeamento de
publicidade. A ideia dos publicitários em concentrarem anúncios publicitários num
intervalo de tempo, as pessoas ficam muito cansadas com essas anúncio, mas depois
quando compram, irão ter como referência esses anúncios.
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Teoria da Publicidade como
sinalização
O ataque que a visão tradicional faz à publicidade e que o próprio Direito faz à publicidade
atribui-nos alguma menoridade e alguma ignorância. Contudo, o consumidor que
está no mercado de concorrência monopolística teria o custo de procurar
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Turma A2
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os produtos mais baratos, mas a publicidade indica-lhe onde é que estão
e portanto eles acabam por não perder os custos que teriam se fossem à
procura da informação necessária que lhes permitisse saber se os
produtos mais caros são efetivamente melhores. Contudo, se os
consumidores gastam o seu dinheiro em produtos mais caros, de marca,
sabem que se algo correr mal com esse produto, a empresa irá sofrer, pois
a empresa é refém da marca, então optam por comprar aquilo que é mais
caro. – A marca sofre se o produto não for bom.
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Turma A2
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