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Igreja Evangélica Assembleia de Deus - Min.

COMADESMA – Balsas-Ma
Instituto de Missiologia Betel – julho de 2024 – 15ª Turma

PALAVRA DA DIREÇÃO

A Igreja Evangélica Assembléia de Deus em Balsas-Ma, através do seu Pastor Presidente


Pr. Flávio Carvalho de Araújo, tem a grata satisfação de receber em suas dependências,
mais uma turma do Curso de Missões, ministrado pelo Instituto Missiológico Betel,
através da SEMADEB, Secretaria de Missões de Balsas-Ma. Para nós constitui-se um
imenso prazer ter a oportunidade de capacitar mais um grupo de vocacionados para o
trabalho de Missões. Talvez muitos dos que aqui estão enfrentaram as mais diversas
dificuldades para chegarem NESTE LOCAL, quantas lutas, problemas e até mesmo a
indiferença daqueles que não acreditam no seu chamado, porém a melhor pessoa para
investir em seu ministério é você, e finalmente você venceu, e está dando um passo
importante em sua caminhada ministerial. Este curso é importante para todos os que
sentem de Deus uma forte chamada para exercer alguma função ministerial, (mesmo que
não seja para fazer Missões). A chamada muitas vezes é desconhecida por muitos da
nossa liderança, mas é algo especial de Deus, e só realmente entende quem a possui (Rm
11.29). Durante estes poucos dias que passarmos juntos, teremos muitas experiências e
conhecimentos para compartilhar, mas é muito importante que você aproveite cada
momento, pois todos são importantes no desenrolar deste treinamento. Saiba que nunca
conseguiremos esgotar este assunto, em razão dos poucos dias que estaremos juntos,
mas cabe a você, cujo ministério o Senhor confiou, desenvolver a função para o qual foi
chamado. Pedimos desculpas pelas nossas acomodações, mas este local também representa
uma experiência para quem abraça esta causa, pois quem faz missões não pode escolher
local, pois onde existir uma pessoa, aí temos também um campo de trabalho.

SEJAM, PORTANTO, BEM VINDOS E APROVEITEM CADA OPORTUNDADE DESTE


ENCONTRO.

Na paz do Senhor Jesus, Pr. Gersival Martins Dias - Sec. Executivo da SEMADEB.

Balsas - Ma, julho de 2024.

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SUMÁRIO

1. HISTÓRIA DA IGREJA

2. O ESPÍRITO SANTO E MISSÕES

3. MISSIOLOGIA

4. MISSÕES TRANSCULTURAIS

5. RELIGIÕES MUNDIAIS

6. INTRODUÇÃO BÍBLICA

7. HERMENÊUTICA

8. HOMILÉTICA (ELABORANDO SERMÕES)

9. EVANGELISMO

10. DISCIPULADO E MISSÃO NO LAR

11. SEITAS E HERESIAS

12. O HOMEM (CRIAÇÃO, QUEDA E RESTAURAÇÃO)

13. FAMILIA CRISTÃ

14. ECONOMIA NO LAR

15. BATALHA ESPIRITUAL

16. OS ANJOS DE DEUS, SATANÁS E OS DEMÔNIOS

17. EBD NO CAMPO MISSIONARIO

18. ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA (LIDERANÇA)

19. ESCATOLOGIA

20. CERIMÔNIAS E SOLENIDADES

21. NOÇÕES DE CONSTRUÇÃO

22. NOÇÕES DE DIREITO

23. SAÚDE NO CAMPO MISSIONÁRIO

24. ÉTICA CRISTÃ E PASTORAL

25. PSICOLOGIA E ACONSELHAMENTO

26. MÚSICA, LOUVOR E A ADORAÇÃO

27. NOÇÕES DE PORTUGUÊS

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1) HISTÓRIA DA IGREJA

I - INTRODUÇÃO

1. Etimologia da palavra Igreja. O vocábulo Igreja vem do grego Ekklêsia, composta com a
preposição ek (fora de) e o verbo kaleõ (chamar, convocar), essa palavra significa originalmente,
um grupo de cidadãos chamados ou reunidos. Na linguagem grega quer dizer literalmente
alguém que participa de uma assembleia de pessoas, comício, ou uma reunião. A palavra
aplicada para a Igreja significa “chamados para fora”, ou seja, um grupo de pessoas que foram
chamados de dentro do sistema ímpio para fora dele. Esse termo é conhecido desde o século V a.
C., nos escritos de Heródoto, Xenofonte, Platão e Eurípedes. A Septuaginta (tradução grega dos
setenta e dois judeus que segundo a história traduziram o Antigo Testamento hebraico em setenta
e dois dias para o grego) emprega ekklêsia quase cem vezes, como tradução do verbo qahal
(assembleia, convocação, congregação). Nos textos do Antigo Testamento como nos do Novo
Testamento o termo às vezes se referia a uma assembleia religiosa (Nm 16.3; Dt 9.10) e em
outras ocasiões visando propósitos seculares (Gn 49.6; Dt 9.10). A palavra hebraica com
significado semelhante à qahal é ´edah (congregação, assembleia, agrupamento, reunião). A
palavra grega sunagõgê, bem como o seu equivalente em hebraico ´edah, tem o significado de
pessoas reunidas. Atualmente quando escutamos o nome sinagoga temos o retrato mental de um
grupo de pessoas reunidas para orar, escutar e recitar a leitura do Antigo Testamento. A palavra
grega kuriakos (pertence ao Senhor) que aparece duas vezes no Novo Testamento (1Co 11.20;
Ap 1.10) deu origem à palavra inglesa Church, também Kirche em alemão, e Kirk em escocês.

II - PALAVRAS QUE DESCREVEM OS CRISTÃOS

Cristo vai à frente e a Igreja não tem alternativa senão a de seguir o mestre, aliás, o termo cristão
vem do termo latim Cristianus, que quer dizer “atrás de Cristo”. Servi-lo é juntar-se à sua obra
de libertação no mundo. A diaconia, portanto, está envolvida no ato de tornar a Palavra de Deus
em ação libertadora.

1. Irmãos. A igreja é uma fraternidade ou comunhão espiritual, no qual foram abolidas todas as
divisões que separam a humanidade.

2. Crentes. Os cristãos são chamados “crentes” porque sua doutrina característica é a fé no


Senhor Jesus.

3. Santos. São chamados “santos” (literalmente “consagrados ou piedosos”) porque estão


separados do mundo e dedicados a Deus.

4. Os Eleitos. Refere-se a eles como “eleitos”, ou os “escolhidos”, porque Deus os escolheu para
um ministério importante e um destino glorioso.

5. Discípulos. São “discípulos” (literalmente “aprendizes”), porque estão sob preparação


espiritual com instrutores inspirados por Cristo.

6. Cristãos. São “cristãos” porque sua religião gira em tomo da Pessoa de Cristo.

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7. Os do Caminho. Nos dias primitivos muitas vezes eram conhecidos como “os do Caminho”
(Versão Brasileira) (Atos 9:2) porque viviam de acordo com uma maneira especial de viver.

III - ILUSTRAÇÕES DA IGREJA

1. O corpo de Cristo. O Senhor Jesus Cristo deixou este mundo há mais de dezenove séculos;
entretanto, ele ainda está no mundo. Com isso queremos dizer que sua presença se faz sentir por
meio da igreja, a qual é seu corpo.

2. O Templo de Deus. Um templo é um lugar em que Deus, que habita em toda parte, se
localiza a si mesmo em determinado lugar, onde seu povo o possa achar “em casa” (1Pd
2.5,6/1Rs 8.27.) Assim como Deus morou no Tabernáculo e no templo, assim também vive, por
seu Espírito, na Igreja (Ef 2.21,22; 1Co 3.16,17).

3. A Noiva de Cristo. Essa é uma ilustração usada tanto no Antigo como no Novo Testamento
para descrever a união e comunhão de Deus com seu povo (2Co 11.2; Ef 5.25-27; Ap 19.7; 21.2;
22.17) Mas devemos lembrar que é somente uma ilustração, e não se deve forçar sua
interpretação.

IV - A FUNDAÇÃO DA IGREJA

1. Considerada profeticamente. Israel é descrito como uma Igreja no sentido de ser uma nação
chamada dentre as outras nações a ser um povo de servos de Deus. (At 7.38.). Depois de a Igreja
judaica o ter rejeitado, Cristo predisse a fundação duma nova congregação ou igreja,
uma instituição divina que continuaria sua obra na terra (Mt 16.18). Essa é a Igreja de Cristo, que
veio a ter existência no dia de Pentecoste.

2. Considerada historicamente. A Igreja de Cristo veio a existir, como Igreja, no dia de


Pentecoste, quando foi consagrada pela unção do Espírito. Assim como o Tabernáculo foi
construído e depois consagrado pela descida da glória divina (Ex 40.34), assim os primeiros
membros da Igreja foram congregados no cenáculo e consagrados como Igreja pela descida do
Espírito Santo. É muito provável que os cristãos primitivos vissem nesse evento o retorno da
“Kavod” (a glória manifesta no Tabernáculo e no templo). Realmente, essa obra foi feita pelo
Espírito, operando mediante os apóstolos que lançaram os fundamentos e edificaram a Igreja por
sua pregação, ensino e organização (Ef 2.20).

V - OS MEMBROS DA IGREJA

O Novo Testamento estabelece as seguintes condições para os membros da Igreja: Fé implícita


no Evangelho e confiança sincera e de coração em Cristo como o único e divino Salvador
(At 16.31), submeter-se ao batismo nas águas como testemunho simbólico da fé em Cristo,
confessar verbalmente essa fé (Rm 10.9,10.). No princípio, praticamente todos os membros da
Igreja eram verdadeiramente regenerados. “E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja
aqueles que se haviam de salvar” (At 2.47).

1. É a Igreja sinônimo do reino de Deus? Que a Igreja seja uma fase do reino entende-se pelo
ensino de (Mt 16.18,19), pelas parábolas em (Mt 13), e pela descrição de Paulo da obra cristã
como sendo parte do reino de Deus (Cl 4.11). A Igreja prega a mensagem que trata do novo
nascimento do homem, pelo qual se obtém entrada no reino de Deus (Jo 3.3-5; 1Pd 1.23).

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VI - A OBRA DA IGREJA

1. O Querigma. O termo "querigma" significa "mensagem". Logo, a Igreja é chamada para


proclamar uma mensagem. A sua mensagem consiste na proclamação ao mundo daquilo que
Deus tem feito pelo homem em Jesus Cristo.

2. A Obra Missionária. Os textos bíblicos relatam que a Igreja é uma comunidade que Deus
criou para uma missão. É esse o conceito de "Povo de Deus" no Antigo Testamento (Gn 12.4;
18.18; Is 43.10; 42.6-8), e no Novo Testamento (Mt 20.23-28; 28.16-20; Jo 17.15; 20.19-23; 1Pe
2.9-10; 2.18-25).

3. Adorar a Deus. Israel possuía um sistema de adoração divinamente estabelecido, pelo qual se
chegava a Deus em todas as necessidades e crises da vida. Assim também a igreja deve ser uma
casa de oração para todos os povos, onde Deus é cultuado em adoração, oração e testemunho.

4. Prover comunhão. O homem é um ser social; ele anela comunhão e intercâmbio de amizade.
É natural que ele se congregue com aqueles que participam dos mesmos interesses. A igreja
provê uma comunhão baseada na Paternidade de Deus e no fato de ser Jesus o Senhor de todos.

5. Sustentar uma norma de conduta moral. A igreja é “a luz do mundo”, que afasta a
ignorância moral; é o “sal da terra”, que a preserva da corrupção moral.

VII - AS ORDENANÇAS DA IGREJA

1. O batismo. É um ato de confissão pública da fé, e o Apóstolo Paulo o utilizou como uma
forma de um novo viver com Cristo (Ef 4.5). Os cristãos não foram os primeiros a celebrar o
batismo, os judeus batizavam seus convertidos gentios; algumas seitas judaicas praticavam o
batismo como símbolo de purificação e até mesmo os utensílios do templo eram purificados com
água e também os sacerdotes. O próprio João Batista fez dele uma importante ferramenta para
atrair seguidores. O Novo Testamento diz que Jesus também batizava seus seguidores. Os novos
convertidos eram batizados em nome do Pai, do filho e do Espírito Santo em o nome de Jesus
(Mc 1.10; Gl 3.27).

a. O modo. A palavra “batizar”, usada na fórmula de (Mt 28.19,20). Significa literalmente


mergulhar ou imergir. Essa interpretação é confirmada por eruditos da língua grega e pelos
historiadores da Igreja. Mesmo eruditos pertencentes a igrejas que batizam por aspersão admitem
que a imersão era o modo primitivo de batizar. O modo bíblico e original é imersão, o
qual corresponde ao significado simbólico do batismo, a saber, morte, sepultura e ressurreição.
(Rm 6.1-4.)

b. A fórmula. “Batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Como
vamos reconciliar isso com o mandamento de Pedro: “…cada um de vós seja batizado em nome
de Jesus Cristo”? (At 2.38). Estas últimas palavras não representam uma fórmula batismal,
porém uma simples declaração afirmando que recebiam batismo as pessoas que reconheciam
Jesus como Senhor e Cristo. Por exemplo, o “Didaquê”, um documento cristão escrito cerca do
ano 100 A.D., fala do batismo cristão celebrado em nome do Senhor Jesus, mas o mesmo
documento, quando descreve o rito detalhadamente, usa a fórmula trinitária. Ser batizado
em nome de Jesus significa encomendar-se inteira e eternamente a ele como Salvador enviado do
céu, e a aceitação de sua direção impõe a aceitação da fórmula dada por Jesus no capítulo 28
de Mateus. A tradução literal de (At 2.38) é: “seja batizado sobre o nome de Jesus Cristo”. Isso
significa, segundo o dicionário de Thayler, que os judeus haviam de “repousar sua esperança
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e confiança em sua autoridade messiânica”. Note-se que fórmula trinitária é descrita duma
experiência. Aqueles que são batizados em nome do triúno Deus, por esse meio
estão testificando que foram submergidos em comunhão espiritual com a Trindade. Desse modo
pode-se dizer acerca deles: “A graça do Senhor Jesus Cristo e o amor de Deus, e a comunhão do
Espírito Santo seja com vós todos” (2Co 13.13).

c. O significado. O batismo sugere as seguintes idéias:

 Salvação. A descida do convertido às águas retrata a morte de Cristo efetuada; a submersão


do convertido fala da morte ratificada, ou seja, o seu sepultamento; o levantamento do converso
significa a conquista sobre a morte, isto é a ressurreição de Cristo.

 Experiência. O fato de que esses atos são efetuados com o próprio convertido demonstra que
ele se identificou espiritualmente com Cristo. A imersão proclama a seguinte mensagem: “Cristo
morreu pelo pecado para que este homem morresse para o pecado”. O levantamento
do convertido expressa a seguinte mensagem: “Cristo ressuscitou dentre os mortos a fim de que
este homem pudesse viver uma nova vida de justiça”.

 Regeneração. A experiência do novo nascimento tem sido descrita como uma, “lavagem”
(literalmente “banho”, Tt 3.5), porque por meio dela, os pecados e as contaminações da vida de
outrora foram lavados. Assim como o lavar com água limpa o corpo, assim também Deus, em
união com a morte de Cristo e pelo Espírito Santo, purifica a alma.

 Testemunho. “Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo”
(Gl. 3:27). O batismo nas águas significa que o convertido, pela fé, “vestiu-se” do caráter de
Cristo de modo que os homens podem ver a Cristo nele, como se vê o uniforme no soldado. Pelo
rito de batismo, o convertido, figurativamente falando, publicamente veste o uniforme do
reino de Cristo.

2. A Ceia de senhor. Define-se a Ceia do Senhor ou Comunhão como o rito distintivo


da adoração cristã, instituído pelo Senhor Jesus na véspera de sua morte expiatória. Consiste na
participação solene do pão e vinho, os quais, sendo apresentados ao Pai em memória do
sacrifício inexaurível de Cristo, tornam-se um meio de graça pelo qual somos incentivados a uma
fé mais viva e fidelidade maior a ele. Os seguintes são os postos-chaves dessa ordenança:

a. Símbolo da Libertação. Os cristãos participavam da refeição simbólica da Ceia do Senhor


para comemorar a Última Ceia, na qual Jesus e seus discípulos observaram a tradicional festa
judaica da Páscoa. Os temas dos dois eventos eram os mesmos. Na Páscoa os judeus
regozijavam-se porque Deus os havia libertado dos egípcios e aguardavam com expectação o
futuro como filhos de Deus. Na Ceia do Senhor, os cristãos celebravam o modo como Jesus os
havia libertado do pecado e expressavam sua esperança pelo dia quando Cristo voltaria (1Co
11.26).

b. É um memorial. “Fazei isto em memória de mim”. A Ceia aponta para a morte de Jesus, para
a vinda de Jesus, e para a análise pessoal.

VIII - ORGANIZAÇÃO DA IGREJA

1. O Governo da Igreja. É evidente que o propósito do Senhor era que houvesse uma
sociedade de seus seguidores que comunicasse seu Evangelho aos homens e o representasse no

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mundo. É verdade que os apóstolos e anciãos presidiam às reuniões de negócios e à seleção dos
oficiais; mas tudo se fez em cooperação com a igreja (At 6.3-6; 15.22; 1Co 16.3; 2Co 8.19; Fl
2.25).

2. O Governo geral e abrangente na Igreja Primitiva.

a. Apóstolos. Eram homens que receberam sua comissão do próprio Cristo em pessoa (Mt 10.5;
Gl 1.1), que haviam visto a Cristo depois de sua ressurreição (At 1.22; 1Cr 9.1); haviam gozado
duma inspiração especial (Gl 1.11,12; 1Ts 2.13); exerciam um poder administrativo sobre as
igrejas (1Co 5.3-6; 2Co 10.8; Jo 20.22,23); levavam credenciais sobrenaturais (2Co 12.12), e
cujo trabalho principal era estabelecer igrejas em campos novos (2Co 10.16.). A palavra
“apóstolo” significa simplesmente “enviado”.

b. Profetas. Eram os dotados do dom de expressão inspirada. Desde os primeiros dias até ao fim
do século constantemente apareceram, nas igrejas cristãs profetas e profetisas. Enquanto
o apóstolo e o evangelista levavam sua mensagem aos incrédulos, o ministério do profeta, era
particularmente entre os cristãos.

c. Mestres. Eram os dotados de dons para a exposição da Palavra, tal qual os profetas, muitos
deles viajavam de Igreja em Igreja.

3. O Governo local na Igreja Primitiva.

a. Presbíteros, ou anciãos. Aos quais foi dado o título de “Bispo”, que significa supervisor, ou
que serve de superintendente. Exerciam a superintendência geral sobre a igreja local,
especialmente em relação ao cuidado pastoral e à disciplina. Seus deveres eram, geralmente de
natureza espiritual. Às vezes se chamam “pastores” (Ef 4.11; 20.28.) Durante o primeiro século
cada comunidade cristã era governada por um grupo de anciãos ou bispos, de modo que não
havia um obreiro só fazendo para a Igreja o que um pastor faz nos dias de hoje. No princípio do
terceiro século colocava-se um homem à frente de cada comunidade com o título de Pastor ou
Bispo.

b. Diáconos. Associados com os presbíteros havia um número de obreiros ajudantes chamados


diáconos (At 6.1-4; 1Tm 3.8-13; Fl 1.1) e diaconisas (Rm 16.1; Fl 4.3), cujo trabalho parece,
geralmente, ter sido o de visitar de casa em casa e exercer um ministério prático entre os pobres e
necessitados (1Tm 5.8-11). Os diáconos também ajudavam os anciãos na celebração da Ceia do
Senhor. A Igreja primitiva ajudava os necessitados com as coletas e doações da irmandade todos
os domingos (1Co 16.1-2). Os diáconos deveriam então cuidar daqueles que passavam por
necessidades. As mulheres das igrejas também ajudavam nesta obra de caridade ao fazer roupas
para aqueles que necessitassem. O termo Diácono "diaconia" ou serviço, refere-se ao trabalho
da Igreja em prol do Reino de Deus.

IX - PERSEGUIÇÕES CONTRA A IGREJA PRIMITIVA

Estado começou a perseguir os cristãos, pois havia uma lei que interditava novas religiões por
temer agitações sociais, provocadas por essas invasões religiosas. Foram várias as causas que
desencadearam essa onda de perseguição que perdurou por mais de 2 séculos.
1. Primeira perseguição sob o Governo de Nero (64 d.C.).

2. Segunda perseguição sob o Governo de Domiciano (96 d.C.).

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3. Terceira perseguição sob o Governo de Trajano (98-117 d.C.).

4. Quarta perseguição sob o governo de Marco Aurélio (161-180 d.C.).

5. Quinta perseguição sob o Governo de Sétimo Severo (193-211 d.C.).

6. Sexta perseguição sob o Governo de Maximino (235-238 d.C.).

7. Sétima perseguição sob o Governo de Décio (249-251 d.C.).

8. Oitava perseguição sob o Governo de Valeriano (253-260 d.C.).

9. Nona perseguição sob o governo de Aureliano (270-275 d.C.).

10. Décima perseguição sob o Governo de Diocleciano (284 - 305 d.C.).

X - O MARTÍRIO DOS APÓSTOLOS DE CRISTO

A história nos relata e também a tradição que cada um dos apóstolos de Cristo com exceção do
Apóstolo João que é chamado de Apóstolo do amor, sofreram o martírio, ou seja, foram mortos
sustentando pela fé a mensagem de Jesus. Jesus profetizou a respeito desse acontecimento (Lc
21.16-17; Jo 15.19-20; Mt 10.16-18).

1. Mateus (Levi). Era cobrador de impostos e no princípio odiado pelos judeus, pois os
coletores de impostos eram considerados traidores da causa judaica por trabalharem para os
romanos e costumavam cobrarem mais que o devido. Foi célebre pregador do Evangelho e como
missionário alcançou a Etiópia. Foi martirizado com uma espada que o transpassou o ventre.

2. André. Era filho de um pescador da Galileia de nome Jonas e era irmão de Pedro. Ele vivia
em Cafarnaum e era discípulo de João Batista antes de encontrar a Jesus. A tradição diz que
André foi para a Grécia e pregou na província de Acaia (província romana que, com a
Macedônia, formava a Grécia). Foi ali que ele foi crucificado numa cruz em forma de X (não foi
pregado, foi amarrado) por seus opositores para que seu sofrimento se prolongasse por muitos
dias. Ele pregou ao povo até morrer.

3. Filipe. Quando foi chamado por Jesus trouxe também o seu amigo Natanael (Jo 1.43-46).
Diz-nos Policrates, um cristão que foi Bispo de Éfeso durante o século II, que Filipe foi para a
Ásia e foi sepultado em Hierápolis. Pregou na Frígia e morreu como mártir enforcado de
encontro a um pilar.

4. Bartolomeu. As lendas dizem que ele foi morto a chicotadas e seu corpo foi colocado num
saco, atado e jogado ao mar, foi esfolado. Ele tem sido identificado com Natanael. Era natural de
Caná da Galileia. Pregou na Anatólia, Etiópia, Armênia, Índia e Mesopotâmia.

5. Simão (o Zelote). Antes de se converter pertenceu a seita dos zelotes os quais eram
revolucionários, pois lutavam pela libertação do jugo de Roma. Simão provavelmente foi
crucificado antes desse período por está pregando o Evangelho.

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6. Tiago (o menor). Era filho de Alfeu (Mt 10,3), desenvolveu seu ministério na Palestina e no
Egito. Foi martirizado provavelmente no ano 62. Este também foi autor de uma das epístolas do
Novo Testamento a qual tem o seu nome. O seu martírio ocorreu quando foi precipitado do
pináculo do templo de Jerusalém pelos soldados do templo por ordem dos sacerdotes, depois da
queda foi arrastado pela turba enfurecida e foi apedrejado até a morte por ordem do sumo
sacerdote Ananias por não denunciar os cristãos.

7. Judas (Tadeu). Nada se sabe da vida de Judas Tadeu depois da ascensão de Jesus. É autor de
uma das cartas do Novo Testamento (Carta de Judas). Diz à tradição que pregou o Evangelho na
Mesopotâmia, Edessa, Arábia, Síria e também na Pérsia, onde foi crucificado juntamente com
Simão, o Zelote.

8. Judas (Iscariotes). Filho de Simão Iscariotes, ele traiu Jesus por trinta peças de prata, Tirou
sua vida, pois foi enforcar-se e provavelmente a árvore que se pendurou quebrou o galho que
estava amarrada a corda e precipitou-se, ou seja, caiu em cima de algum objeto pontiagudo e as
suas entranhas se derramaram. (Mt 26.14-16; 27.3-5/ At 1.18).

9. Simão (Pedro). O Primeiro do grupo dos apóstolos, era pescador, natural de Betsaida. A
tradição diz que Pedro estava fugindo de Roma para evitar a perseguição de Nero e encontrou
Jesus na Via Ápia. Ele disse: Aonde vais, Senhor? Jesus respondeu: “Vou a Roma para ser
crucificado novamente”. Foi então que o apóstolo voltou à capital para encontrar-se com seu
destino e foi crucificado de cabeça para baixo por volta do ano 68 d.C., em Roma, durante a
perseguição de Nero.

10. Tiago (maior). Natural de Betsaida da Galileia era pescador (Mt 4.21; 10.2) filho de
Zebedeu e irmão do Apóstolo João. Eram chamados de Filhos do Trovão, por Jesus. Ele sofreu
martírio em 44 d.C., quando Herodes Agripa mandou prender Pedro. Foi decapitado em
Jerusalém. Foi o primeiro dos apóstolos a morrer pela fé.

11. João. Pescador, filho de Zebedeu (Mt 4.21). Era irmão de Tiago Maior. João foi o primeiro
a crer na ressurreição de Cristo (Jo 20.1-10). Foi o que viveu mais tempo. Depois que foi
libertado da Ilha de Pátmos pelo Imperador Nerva (96 d.C.), regressou a Éfeso e teve morte
natural em idade bem avançada.

12. Tomé (Dídimo). Dizem que trabalhou na Índia. Outros que nos arredores da Pérsia. A seita
"Cristãos Malabores de São Tomé" o considera seu primeiro líder e mártir; alguns historiadores
dizem que morreu a flechadas enquanto orava, outros que foi atingido por uma martelada de um
sacerdote hindu. Segundo a tradição, sua obra de evangelização se estendeu à Pérsia (Pártia) e
Índia. Consta que seu martírio se deu por ordem do rei de Milapura, na cidade indiana de
Madras, no ano 53 da era cristã.

13. Matias. Escolhido para substituir Judas Iscariotes. Diz-se que exerceu seu ministério na
Judéia, Alexandria e Macedônia. Teria sido martirizado na Etiópia.

XI - AS CATACUMBAS DE ROMA

As catacumbas de Roma eram reservadas pelos cristãos para o sepultamento de seus mortos, em
valas sob a terra. Este termo grego significa, originalmente, ‘cavidade, vale aberto’. Apenas
depois do século IX é que esta palavra passou a ter o sentido de ‘cemitério subterrâneo’. Elas
foram amplamente usadas no século II. Os primeiros cristãos não tinham o hábito de utilizar
mais de uma vez um túmulo, o que dificultava a questão espacial, pois em pouco tempo não
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haveria mais local a céu aberto onde pudessem ser edificados novos cemitérios. Como eles
também tinham desenvolvido um senso comunitário, e assim ansiassem por estarem sempre
próximos um do outro, optaram por sepultar os mortos em covas subterrâneas. Além disso,
as catacumbas poderiam também, ao mesmo tempo, ser um espaço consagrado aos cultos e
rituais, aproveitando até mesmo a presença dos corpos, inclusive dos mártires cristãos mortos nas
arenas romanas, para não só realizar celebrações fúnebres, mas também para cultivar a memória
destes primeiros adeptos do Cristianismo. Os sítios onde eram localizadas as catacumbas
permitiam aos fiéis conciliarem todos estes dilemas e solucionarem os desafios que lhes eram
impostos pelo contexto da época.

XII - O CRISTIANISMO SE TORNA A RELIGIÃO OFICIAL DO IMPÉRIO

1. A oficialização da Igreja imperial. A Igreja foi oficializada no quarto século por


Constantino I (o Grande), seu verdadeiro nome era Flavius Valerius Constantinus, um
imperador do antigo império romano. Constantino era sacerdote de uma seita que venerava o
Sol. Durante o período do seu governo, jamais abdicou de sua condição de sumo-sacerdote do
culto pagão ao "Sol Invictus". O seu conhecimento a respeito do cristianismo e da doutrina cristã
era superficial e suas intervenções na área religiosa visavam primariamente o fortalecimento do
seu governo em Roma. Em 313 d.C., o imperador romano do Ocidente, Constantino, e o
imperador romano do Oriente, Licínio, se reuniram em Milão e num documento conhecido como
"Édito de Milão", dirigido ao governador da Bitínia, dispuseram uma nova política religiosa.
Constantino convocou um concílio que marcou o início da separação e desligamento definitivo
da Igreja com Israel, o Concílio de Nicéia, onde foi discutida a divindade de Jesus, e para marcar
uma nova data para a celebração da páscoa para que não fosse celebrada juntamente com os
Judeus.

XIII - HERESIAS PRIMITIVAS

A “revelação”, baseada na necessidade de restaurar a Igreja, e a rejeição ao Antigo


Testamento surgiram na mesma época e fluíram dos ensinamentos de Marcion. Montano que
pregou que o fim do mundo ocorreria em sua geração e atribuiu a si o fato de iniciar e findar o
ministério do Espírito Santo. Sabélio, com seu modalismo, foi outra fonte de distorções
bíblicas que até hoje é disseminada entre os evangélicos. Ainda fazem parte desse grupo
Mani, com sua doutrina reencarnacionista; Ário, que deturpou a natureza de Jesus ao
apresentá-lo como um ser criado (gravíssimo engano sustentado pelas testemunhas de Jeová);
Apolinário, que, ao contrário do antecedente, negou a humanidade de Cristo; Nestório, que
ensinava a existência de duas pessoas distintas em Cristo; Pelágio, que, como os islâmicos e
outros grupos religiosos, negava a doutrina do pecado original; e Eutíquio, que afirmava que
a natureza humana de Cristo havia sido absorvida pela divina. Como podemos inferir, as
heresias combatidas pela igreja contemporânea foram enfrentadas pela igreja primitiva que,
com muito esforço e com a ajuda de concílios e credos, conseguiu defender a fé que “de uma
vez por todas foi entregue aos santos”.

XIV - OS PAIS DA IGREJA

O Estado Romano e as heresias encontraram adversários à altura no seio da Igreja Cristã, seja
através de mártires anônimos, que deram suas vidas, mas não negaram a Jesus, seja nos
homens que começaram a formular as doutrinas muitas das quais esposamos até hoje. Estes
homens são chamados de Pais da Igreja, cujos ensinos passamos a resumir:

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1. Pais Latinos. Os pais da Igreja Consideravam que o erro fundamental dos gnósticos era a
separação entre o verdadeiro Deus do Criador. Há um único Deus, Criador e Redentor. Deus deu
a lei e revelou igualmente o evangelho. Esse Deus é trino, uma única essência que subsiste em
três pessoas. Dentre eles estão: Irineu, Clemente de Roma, Hipólito e Tertuliano.

2. Pais Alexandrinos. A Teologia Alexandrina, ou Escola de Alexandria, foi uma forma de


teologia que apelou para a interpretação alegórica da Bíblia, e foi formada pela combinação
extravagante entre a erudição grega e as verdades do evangelho. A Escola de Alexandria chegou
até a lançar mão de especulações gnósticas na formulação de suas interpretações escriturísticas.
Seus principais expoentes foram os pais alexandrinos; Clemente de Alexandria e Orígenes.

XV - A TRANSIÇÃO DA IGREJA PRIMITIVA PARA A IGREJA MEDIEVAL

1. A Igreja Medieval (surgimento da Igreja Católica). O Imperador Teodósio decretou uma


única religião e uma única Igreja no Império Romano: “Queremos que todas as nações que são
governadas por nossa moderação e clemência aceitem plenamente a religião que São Pedro
ensinou aos habitantes de Roma, a qual a tradição nos conservou fielmente e agora é professada
pelo Pontífice Damásio e por Pedro, Bispo de Alexandria... a crença na única divindade do Pai,
do Filho e do Espírito Santo, numa majestade igual e misericordiosa Trindade, segundo os
ensinos dos apóstolos e a doutrina do evangelho. Autorizamos aos que seguem esta doutrina que
recebam o nome de cristãos católicos, e a todos os demais julgamos insensatos e loucos,
assinalamo-los com o nome infamante de seguir um dogma herético, suas congregações não
podem assumir a denominação respeitosa de Igrejas. Além de serem condenados pela justiça
divina, devem esperar sofrer as penas severas que a nossa autoridade, guiada pela sabedoria
divina, considere próprio infligir lhes”. Esse foi o nascimento da Igreja Católica Apostólica
Romana, e o assentamento das bases da “Santa Inquisição”.

2. A vida dos Clérigos. Os sacerdotes da Igreja dividiam-se em duas grandes categorias: Clero
secular (aqueles que viviam no mundo fora dos mosteiros), hierarquizado em padres, bispos,
arcebispos etc., e o Clero regular (aqueles que viviam nos mosteiros), que obedeciam às regras
de sua ordem religiosa: Veneditinos, franciscanos, dominicanos, carmelitas e agostinianos. No
ponto mais alto da hierarquia eclesiástica estava o papa, Bispo de Roma, considerado sucessor
do apóstolo Pedro. Nem sempre a autoridade do papa era aceitar por todos os membros da Igreja,
mas em fins do século VI ela acabou se firmando, devido, em grande parte, à atuação do papa
Gregório Magno.

3. Relíquias e indulgencias. A Igreja Católica foi absolutamente hegemônica na Europa durante


a Idade Média. Impunha sua lei, controlava não só aspectos espirituais, mas também morais,
filosóficos, políticos, educacionais e artístico-culturais, além de ter conquistado uma fortuna
incalculável. Bispos e arcebispos compunham os conselhos reais e desempenhavam importantes
cargos nos governos. Os cardeais pertenciam às mais abastadas famílias de nobres e exerciam
grande influência nas decisões de governo. As doutrinas cristãs originais foram completamente
negligenciadas. A corrupção e todo tipo de imoralidades dominaram as mais altas instâncias
eclesiásticas. Atrocidades foram levadas a cabo a despeito de combater heresias. Foi instituída a
venda de relíquias sagradas: partículas de crânios, ossos, pele, dentes, cabelos, unhas e gotas de
sangue que asseguravam terem pertencido aos santos; instrumentos de tortura através dos quais
os santos teriam padecido, inclusive a lança de Longinus, objeto que teria transpassado o
coração de Jesus Cristo. Algumas delas eram expostas e veneradas como os cabelos de Santa
Madalena, pedras atiradas contra Estevão, feno da manjedoura de Belém; a cauda do jumento de
Balaão, um dente de São Paulo; pedaços dos artelhos de Sto. Edmundo; além de várias cabeças
de S. Pedro. O cúmulo do desvirtuamento, entretanto, na minha opinião, foi atingindo com a

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venda de indulgências (venda de perdão). Para diminuir a culpa e a pena dos pecadores, a Igreja
Católica Apostólica Romana, em fins da Idade Média Europeia, passou a fazer “negócios” com o
perdão em troca, claro, do patrimônio dos desafortunados. Segundo Jacopo Foi Sergio Tomat e
Laura Malucelli, em "O livro negro do cristianismo – Dois Mil Anos de Crimes em Nome de
Deus", durante o Pontificado do Papa Leão X (1513 – 1521), essa prática atingiu o seu auge. A
lista é longa, segue com pelos menos 35 condições de pagamento. A Reforma de Martinho
Lutero foi em grande parte uma resposta à venda de indulgências por João Tetzel, um frade
dominicano, delegado do Arcebispo de Mainz e do Papa. O objetivo desta campanha de
angariação de fundos foi o financiamento da Basílica de São Pedro em Roma. O príncipe-eleitor,
Frederico III, o Sábio, príncipe da Saxônia proibiu a venda de indulgências em seu território,
então os fiéis viajavam para lhes adquirir e retornavam apresentando-as aos sacerdotes quando se
confessavam, afirmando que não mais necessitavam de penitenciar pelos seus pecados, uma vez
que o documento os perdoava.

XVI - A REFORMA PROTESTANTE

A reforma protestante foi um movimento que começou no século XVI com uma série de
tentativas de reformar a Igreja Católica Romana e que culminou com a divisão e o
estabelecimento de várias igrejas cristãs, das quais se destacam a luterana, presbiteriana
(calvinista), anglicana, batista, metodista e congregacionais. Algumas causas que levaram a
reforma:

1. Martinho Lutero. O monge alemão Martinho Lutero foi um dos primeiros a contestar
fortemente os dogmas da Igreja Católica, então afixou na porta da Catedral no castelo de
Winttenberg as 95 teses (Alemanha, em 31 de Outubro de 1517), dando início à Reforma
Protestante. Essas teses e pontos criticavam vários pontos da doutrina Católica como a venda de
indulgências. O próprio Lutero contendeu com o Arcebispo da região da Mongúcia que abria seu
relicário todos os anos para os fiéis incautos visitarem e venerarem as relíquias, pelo preço de
algumas quantias de moedas, e nesse acervo havia um ovo e duas penas do próprio Espírito
Santo, além de uma libra inteira do vento que assoprou para Elias na caverna no Monte. De
acordo com Lutero, a salvação do homem ocorria pela fé, e não pelas obras. Lutero foi
excomungado pelo papa Leão X em 1521, a bula dizia que se alguém matasse a Lutero receberia
a indulgencia do perdão. Como também não quis se retratar ao imperador Carlos V, foi expulso
do Sacro Império Romano germânico. Refugiou-se num palácio e traduziu a Bíblia para o
alemão. Em 1529. Carlos V convocou nova Dieta, em Spira e decidiu que a doutrina luterana
passaria a ser tolerada nas regiões convertidas, mas proibida no restante da Alemanha. Os
luteranos protestaram e daí nasceu o termo protestante.

2. Novas interpretações da Bíblia. Com a difusão da imprensa um maior número de pessoas


passou a ler a bíblia;

3. O descontentamento do povo. Tolhido por uma série de impostos devido à igreja, favoreceu
a insatisfação espiritual e o apoio à atuação dos reis.

4. Os princípios da Reforma Protestante:

a. Só a fé (Ef 2.8);

b. Só a graça (Ef 2.8);

c. Só Cristo (Jo 14.6; 1Tm 2.5);


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d. Somente a Deus a glória (Is 48.11; Ex 20.1-6);

e. Só as escrituras (2Tm 3.14-17).

XVII - A INQUISIÇÃO E AS CRUZADAS

1. Inquisição. Nos diversos países cristãos, nem sempre a fé popular manifestava-se nos termos
exatos pretendidos pela doutrina católica. Havia uma série de doutrinas, crenças e superstições,
denominadas heresias, que se chocavam com os dogmas da Igreja. Para combater essas heresias,
o papa Gregório IX criou, em 1231, os tribunais da Inquisição, cuja missão era descobrir e
julgar os heréticos. Os condenados pela inquisição eram entregues às autoridades administrativas
do Estado, que se encarregavam da execução das sentenças. As penas aplicadas a cada caso iam
desde a confiscação de bens até a morte em fogueiras. O processo inquisitorial cumpria
basicamente as seguintes etapas: o tempo de graça, o interrogatório e a sentença. Esse
movimento foi chamado de contrarreforma Católica.

a. Tempo de Graça. Ao chegar às aldeias e às cidades, os inquisidores solicitavam a todos os


acusados de heresia que se apresentassem espontaneamente aos juízes. Era então estabelecido o
tempo de graça, que poderia ser de 15 dias a um mês. O herético que se apresentasse, durante
esse período, para confessar seu erro era tratado com certa misericórdia, recebendo geralmente
penas leves, a critério do juiz. Terminando o tempo de graça, porém, os juízes do tribunal
tornavam-se implacáveis, perseguindo duramente os suspeitos.

b. Interrogatório. Perante o tribunal, os acusados de heresia eram longamente interrogados


pelos os juízes, que faziam de tudo para que o réu confessasse o crime. Caso o réu se recusasse a
confessar, podia ser submetido a diversas formas de violência e tortura, como chicotadas,
queimaduras com brasas etc. O manual dos inquisidores, espécie de guia prático do ofício
inquisitorial, escrito em 1376 pelo dominicano espanhol Nicolau Eymerich (depois revisto e
atualizado, em 1578, por Francisco de La Penã), diz que: A finalidade da tortura é obrigar o
suspeito a confessar a culpa que cala. Esses juízes sanguinários impõem torturas a tal ponto que
matam os réus, ou os deixam com membros fraturados, doentes sempre.

c. Sentença. Arrancada a confissão do réu, os inquisidores proferiam a sentença em uma sessão


pública denominada sermão geral. As sentenças previam três tipos básicos de penas: confiscação
de bens, prisão e morte. A maioria dos condenados à morte eram queimados vivos numa grande
fogueira. Somente a alguns permitia-se o estrangulamento antes de serem lançados ao fogo.

d. O interesse dos dominadores. A ação dos tribunais da Inquisição estendeu-se aos cristãos
das regiões da: Itália, França, Alemanha, Portugal e, especialmente Espanha. Nesse último país,
a Inquisição penetrou profundamente na vida social, possuindo uma gigantesca burocracia
pública com cerca de vinte e cinco mil funcionários a serviço do movimento
inquisitorial. Pressionada pelas monarquias católicas, a Inquisição desempenhou um papel
político e social, freando os movimentos contrários às classes dominantes e, dessa maneira,
ultrapassando sua finalidade declarada de proceder ao mero combate às heresias religiosas.

2. As Cruzadas Católicas. Atendendo ao apelo do papa Urbano II, em 1095, foram organizadas
na Europa expedições militares conhecidas como cruzadas, cujo objetivo oficial era conquistar
os lugares sagrados do cristianismo (Jerusalém, por exemplo) que estavam em poder dos
muçulmanos. Entretanto, além da questão religiosa, outras causas motivaram as cruzadas: a
mentalidade guerreira da nobreza feudal, canalizada pela Igreja contra inimigos externos do
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cristianismo (os muçulmanos); e o interesse econômico de dominar importantes cidades


comerciais do Oriente. De 1096 a 1270, a cristandade europeia organizou oito cruzadas, tendo
como bandeira promover guerra santa contra os infiéis muçulmanos.

2) O ESPÍRITO SANTO E MISSÕES

I - INTRODUÇÃO

Muito erro e confusão existe em nossos dias no tocante à personalidade, às operações e às


manifestações do Espírito Santo. Eruditos conscientes, mas equivocados têm sustentado pontos
de vista errôneos a respeito dessa doutrina. É vital para a fé de todo crente cristão, que o ensino
Bíblico a respeito do Espírito santo seja visto em sua verdadeira luz e mantido em suas corretas
proporções.

1. Pré-Pentecostal. O Espírito Santo preexistia como a terceira pessoa da divindade, e nessa


qualidade esteve sempre ativo, mas o período que antecedeu ao dia de Pentecoste não foi a época
de sua atividade especial. O período do Antigo Testamento foi de preparação e espera.
Encontramos uma notável diferença existente em suas ministrações no Antigo e no Novo
testamento. Ele é referido por 88 vezes no Antigo Testamento, e mais de metade desse número
de vezes somente no livro de Atos, enquanto que em todo o N.T. ele é mencionado mais de 03
vezes para cada referência que lhe é feita no Antigo. Durante esse período pré-Pentecostal, o
Espírito descia sobre os homens apenas temporariamente, afim de inspirá-los para algum serviço
especial, e deixava-os quando essa tarefa ficava terminada.

2. Pentecostal (a descida do Espírito Santo). Quarenta dias após ressuscitar, Jesus deu
instruções finais aos discípulos e ascendeu ao céu (At 1.1-11). Então os discípulos voltaram a
Jerusalém e se recolheram durante alguns dias para jejum e oração, aguardando a descida do
Espírito Santo, o qual Jesus disse que viria. Cerca de 500 discípulos de Jesus aguardavam, mas
somente um número de quase 120 discípulos perseveraram até o dia de Pentecostes. E cinquenta
dias após a Páscoa, no dia de Pentecostes (cinquenta), eles ouviram um som como de um vento
veemente impetuoso e que encheu o lugar onde eles estavam reunidos, então foram vistas por
eles línguas repartidas como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles, e todos
começaram a falar em línguas estranhas conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem
(At 2.1-3). A palavra línguas estranhas que aparece aqui (At 2.4), no grego é glossais (língua não
estruturada, desconhecida, língua utilizada por um grupo particular), e em (At 2.6) é dialéktõ
(língua comum, linguagem própria de um povo), isso quer dizer que tanto eles falaram em
línguas desconhecidas (1Co 14.2) como também em línguas conhecidas pois em Jerusalém
naqueles dias estavam pessoas de 18 nações diferentes por ocasião da festa da Páscoa e cada uma
dessas pessoas os ouviram falar no seu próprio idioma.

3. Pós-Pentecostal. Este período que se estende do dia de Pentecoste até os nossos dias pode
legitimamente ser chamado de Dispensação do Espírito. Após o dia de Pentecoste, por meio do
Espírito Santo, Deus veio para habitar nos homens, Ele veio para permanecer. O dia de
Pentecoste marcou o raiar de um novo dia nas relações entre o Espírito Santo e a humanidade.
Ele veio para habitar na Igreja. A Igreja, o verdadeiro corpo de Cristo, habitado pelo Espírito
Santo de Deus, é tão indestrutível como o Trono de Deus.

II - A NATUREZA DO ESPÍRITO SANTO


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1. A Personalidade do Espírito Santo. Contém em Si mesmo os elementos de existência


pessoal. É difícil definir Personalidade quando é atributo de Deus. Deus não pode ser aquilatado
pelos padrões humanos. Pode-se dizer que a Personalidade existe quando se encontram, em uma
única combinação, inteligência, emoção e volição, ou ainda, autoconsciência e
autodeterminação. O Espírito Santo possui os atributos, propriedades e qualidades de
Personalidade, então se pode atribuir a esse Ser, inquestionavelmente, Personalidade.

2. Seus pronomes pessoais masculinos. A Personalidade do Espírito Santo chega a dominar a


construção gramatical "pneuma" que é substantivo do gênero neutro, mas sempre são usados
pronomes pessoais masculinos, isso é notável (Jo 15.26; Jo 16.7,8,13,14). Cristo supremamente
autorizado, dá testemunho gramatical, onde usa a palavra "parakleto" (Consolador Jo 14.16,17).
Este o substituiria como pessoa (e mais ainda, pois Jesus tinha limitações humanas). Também
aparece em associação com outras pessoas da Divindade e com os homens (Mt 28.19; At 15.28;
2Co 13.14).

III - CARACTERÍSTICAS DA PESSOA DO ESPÍRITO SANTO

1. Características Pessoais do Espírito Santo. Por características não nos referimos a mãos,
pés ou olhos, pois essas coisas denotam corporeidade, mas antes, qualidades, como
conhecimento, sentimento e vontade, que indicam Personalidade.

a. Inteligência. (1Co 2.10,11/Rm 8.27/Jo 14.26);

b. Vontade (volição). (1Co 12.11);

c. Amor. (Rm 15.30/Ef 4.30 (emoções). Devemos nossa salvação tão verdadeiramente ao amor
do Espírito Santo como ao do Pai e ao amor do filho;

d. Bondade. (Ne 9.20);

e. Tristeza. (Ef 4.30). Ninguém pode entristecer a lei da gravidade, ou fazer com que se lamente
o vento oriental. Portanto, a não ser que o Espírito Santo seja uma Pessoa, a exortação de Paulo
(Ef 4.30), seria sem significado e supérflua.

2. Atos pessoais do Espírito Santo. Através das Escrituras o Espírito Santo é representado
como um agente pessoal, a realizar atos que só podem ser atribuídos a uma pessoa.

a. Ele perscruta as profundezas de Deus (1Co 2.10);

b. Ele fala (Ap 2.7/Gl 4.6);

c. Ele dá testemunho (Jo 15.26);

d. Ele intercede (Rm 8.26);

e. Ele ensina (Jo 14.26/Jo 16.12-14/Ne 9.20);

f. Ele guia e conduz (Rm 8.14/At 16.6,7);

g. Ele chama homens e os comissiona (At 13.1-3/At 20.28);

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h. Ele convence o mundo (Jo 16.8).

IV - A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO

As escrituras ensinam enfaticamente a Divindade do Espírito Santo. Não obstante, tem existido
aqueles que negaram essa verdade. Ário, um Presbítero de Alexandria, do quarto século de nossa
era, introduziu o ensino, sustentando que Deus é Uma Eterna Pessoa, que Ele criou Cristo, O
qual por Sua vez criou o Espírito Santo, negando assim Sua Divindade. Esse ensino obteve
grande aceitação nas igrejas, mas foi corrigido pelo Credo Niceno, de 325 d.C. Depois sendo
formulado no Credo de Constantinopla em 381. Em 589, o Sínodo de Toledo acrescentou a
famosa cláusula Latina "Filioque", que afirmava que o Espírito Santo procedia do Pai e do Filho
(Jo 15.26/Gl 4.6/Rm 8.9/Jo 16.7).

1. Significado. Por Divindade do Espírito Santo se entende que Ele é Um com Deus, fazendo
parte da Divindade, Co-igual, Co-eterno e Consubstancial com o Pai e com o Filho Mt 28.19/Jr
31.31-34/Hb 10.15-17).

2. Sua prova. As Escrituras ainda deixam mais clara a verdade da Divindade do Espírito Santo
do que a Sua Personalidade. São abundantes as provas Bíblicas.

3. Títulos divinos.

a. Deus (At 5.3-4);

b. Senhor (2Co 3.18).

4. Atributos divinos.

a. Eternidade (Hb 9.14);

b. Onipresença (Sl 139.7-10);

c. Onipotência (Lc 1.35);

d. Onisciência (1Co 2.10-11);

e. Verdade (1Jo 5.6);

f. Santidade (Lc 11.3);

g. Vida (Rm 8.2);

h. Sabedoria (Is 40.13).

5. Obras divinas.

a. Criação (Jó 33.4; Sl 104.30);

b. Transmissão da vida (Rm 8.11; Jo 6.63; Gn 2.7; Jo 3.5-8; Tt 3.5; Tg 1.18);

c. Autoria dade da profecia divina (2Pd 1.21; 2Sm 23.23).


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6. Aplicação no AT (YHVH ao Espírito santo). Aparece nos seguintes versículos (Is 60.8-10;
At 28.25-27; Ex 16.7; Hb 3.7-10). Os profetas eram os mensageiros de Deus, eles profetizavam
as palavras do Senhor, transmitiam Seus mandamentos, pronunciavam Suas ameaças e
anunciavam Suas promessas, visto que falavam conforme eram movidos pelo Espírito Santo.
Serviam de órgãos de Deus porque eram também do Espírito Santo. Por conseguinte, o Espírito
há de ser Deus.

7. Associação com Deus Pai e Filho. Comissão Apostólica (Mt 28.19); na Administração da
Igreja (1Co 12.4-6); a benção apostólica (2Co 13.13).

V - NOMES QUE DESCREVEM SUA PRÓPRIA PESSOA

1. Espírito Santo (Lc 11.13; Rm 1.4). O caráter moral essencial do Espírito é salientado nesse
nome. Ele é Santo (maior atributo de Deus), em pessoa e caráter, e também é o autor direto da
Santidade do homem. O nome Espírito Santo é tomado com toda frequência, não por ser este
mais Santo que os demais da Divindade, mas porque oficialmente sua Obra é Santificar.

a. Espírito (1Co 2.10); O termo grego "pneuma", aplicado ao Espírito Santo, tanto envolve o
pensamento de "fôlego" como o de "vento".

b. Como fôlego (Jo 20.22; Gn 2.7; Sl 104.30; Jó 33.4; Ez 37.1-10);

c. Como vento (Jo 3.6-8; At 2.1-4). O Espírito é o hálito de Deus, a vida de Deus que dEle sai
para vivificar.

2. Espírito Eterno (Hb 9.14). Assim como a eternidade é atributo ou característica da natureza
de Deus, semelhantemente a eternidade é atributo do Esp. Santo como uma das distinções
pessoais no Ser de Deus.

3. Nomes que descrevem sua relação com Deus.

a. O Espírito de Deus (Is 11.2);

b. O Espírito do Senhor YHVH (Is 61.1);

c. O Espírito do Deus Vivo (2Co 3.3).

4. Nomes que descrevem sua relação com o Filho de Deus.

a. O Espírito de Cristo (Rm 8.9; At 2.36);

b. O Espírito de seu filho (Gl 4.6);

c. O Espírito de Jesus (At 16.6,7; At 1.1,2; Mt 28.19; Fl 1.19; At 2.32,33; Is 11.2; Hb 1.9). Esse
nome identifica o Messias Divino com o homem Jesus, e mostra a relação que o Espírito Santo
sustenta com Ele, conforme aqui identificado.

5. Nomes que descrevem sua relação com os homens.

a. Espírito Purificador (Is 4.4; Mt 3.11);

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b. Santo espírito da Promessa (Ef 1.13; At 1.4,5; At 2.33);

c. Espírito da Verdade (Jo 15.26; 14.17 e 16.13; 1Jo 4.6 e 5.6);

d. Espírito da Vida (Rm 8.2);

e. Espírito da Graça (Hb 10.29);

f. Espírito da Glória (1Pd 4.13,14; Ef 3.16-19; Rm 8.16,17);

g. O Consolador (Jo 14.26; Jo 15.26 e 16.7; Jo 2.2).

VI - OS SÍMBOLOS APLICADOS AO ESPÍRITO SANTO

Os símbolos do Espírito Santo as vezes confundem a cabeça de alguns estudantes da Bíblia e


também de alguns teólogos, a tal ponto de afirmarem que eles demonstram uma força vital de
Deus e não uma Pessoa distinta, mas um símbolo não é exatamente algo literal, e sim uma figura
de linguagem (Jo 3.5-8; At 2.1-4; Jo 20.22; 1Jo 2.20; Ef 5.18; 1Ts 5.19). A palavra Espírito
Santo no grego é “neutra” (pneuma).

1. Ele é comparado com Água (Jo 7.38-39; Jo 4.14);

2. Ele é comparado com Óleo (Lc 4.18; At 10.38; 2Co 1.21; 1Jo 2.20);

3. Ele é comparado com uma Pomba (Mt 3.16; Mc 1.10; Lc 3.22; Jo 1.32);

4. Ele é comparado com um Selo (2Co 1.22; Ef 1.13 e 4.30);

5. Ele é comparado com Vestimenta (Lc 24.49);

6. Ele é comparado a um Penhor (2Co 1.22 e 5.5; Ef 1.14);

7. Ele é comparado com Fogo (At 2.3);

8. Ele é comparado com um Servo (Gn capítulo 24)

VII - A OBRA DO ESPÍRITO SANTO

Ao considerarmos a obra do Espírito Santo, precisamos lembrar a verdade que todas as pessoas
da Divindade são ativas na obra de cada Pessoa individual. Alguns os dizem que Deus Pai
operou na Criação, que Deus Filho operou na Redenção e que Deus Espírito Santo opera na
Salvação. Mas isso não é verdade, pois em cada manifestação das obras de Deus, a Trindade
total se mostra ativa; o Pai é o Autor, o Filho é o Executor e o Espírito é o Ativador de cada ato.
Por conseguinte, o Espírito Santo é Aquele que ativa e leva a término os atos iniciados.

1. Em relação ao universo material.

a. No tocante à criação (Sl 33.6; Jó 33.4);

b. No tocante à restauração e preservação (Gn 1.2; Sl 104.29,30; Is 40.7).

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2. Em relação aos homens não regenerados.

a. O Espírito luta com eles (Gn 6.3; Mt 5.13-16);

b. O Espírito testifica lhes (Jo 15.26; At 5.30-32);

c. O Espírito convence-os do Pecado, da Justiça e do Juízo (Jo 16.8-11). Nessa tríplice obra, o
Espírito Santo glorifica a Cristo. Ele mostra-nos que é pecado não confiar em Cristo, revela-nos
a Justiça de Cristo e a obra vitoriosa de Cristo em relação a Satanás. Nossa tarefa consiste tão
somente em pregar a palavra da verdade, dependendo do Espírito Santo para produzir convicção
(At 2.4,37).

3. Em relação aos crentes. O Espírito Regenera (Jo 3.3-6; Tt 3.5; Jo 6.63; 1Pd 1.23; Ef 5.25,26;
1Co 2.4 comparar com 1Co 3.6). Assim como Jesus foi gerado pelo Espírito Santo,
semelhantemente todo homem, para que se torne filho de Deus, precisa ser gerado pelo Espírito
Santo.

a. Ele batiza no corpo de Cristo (Jo 1.32-34; 1Co 12.12-13; At 1.5). O batismo do Espírito Santo
é aquele ato que tem lugar por ocasião da conversão (Jo 3.5-7; Rm 8.9), mediante o qual a pessoa
se torna membro do corpo de Cristo (2Co 5.17; Ef 1.13-14). Essa obra tem sido realizada na vida
de cada crente, embora nem sempre seja reconhecida. O batismo do Espírito Santo não é algo a
ser conquistado pelo crente após a regeneração; antes, já foi obtido por ocasião da regeneração
(1Co 3.16).

b. Ele habita no crente (Co 6.15-19; 3.16; Rm 8.9);

c. Ele sela (Ef 1.13,14; 4.30);

d. Ele proporciona segurança (Rm 8.14,16; 1Co 1.22);

e. Ele fortalece (Ef 3.16);

f. Ele enche o crente (Ef 5.18-20; At 4.8,31; 2.4; 6.3; 7.54-55; 9.17,20; 13.9-10,52; Lc
1.15,41,67-68; 4.1; Jo 7.38-39);

g. Ele liberta, guia, e orienta em segurança (At 8.27-29);

h. Ele equipa para o trabalho (1Co 2.12-14; Sl 36.9; Jo 16.13-14; 1Co 12.11; 1Tm 1.5);

i. Ele produz fruto da graça cristã (Gl 5.22-23; Rm 14.17; 15.13/5.5; Gl 2.20);

j. Ele possibilita todas as formas de comunhão com Deus (oração, adoração e louvor,
agradecimentos (Jd 20; Ef 6.18; Rm 8.26-27; Fl 3.3; At 2.11; Ef 5.18-20);

k. Ele vivifica o corpo do crente (Rm 8.11,13).

VIII - EM RELAÇÃO A JESUS CRISTO

1. Foi concebido pelo Espírito Santo (Lc 1.35/Mt 1.20). O Espírito Santo produziu o corpo
humano do Filho de Deus mediante um ato criador. O Filho de Deus chamou esse corpo de
preparado (Hb 10.5). Era impossível que aquele que é absolutamente santo, se revestisse de um
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corpo que tivesse vindo ao mundo por geração natural. Se este tivesse sido o caso, teria Ele
possuído um corpo maculado com a mancha do pecado.

2. Ungido com o Espírito Santo (At 10.38; Is 61.1; Lc 4.14,18; Is 11.2; Mt 12.17-18);

3. Guiado pelo Espírito Santo (Mt 4.4);

4. Cheio do Espírito Santo (Lc 4.1; Jo 3.34);

5. Realizou seu ministério no poder do Espírito Santo (Lc 4.18-19; Is 61.1/Lc 4.14);

6. Ofereceu-se em sacrifício pelo Espírito Santo (Hb 9.14);

7. Ressuscitou pelo poder do Espírito Santo (Rm 8.11; Rm 1.4);

8. Deu mandamentos aos seus, pelo Espírito Santo (At 1.1,2);

9. Doador do Espírito Santo (At 2.33). Jesus Cristo viveu toda a sua vida terrena dependendo
inteiramente do Espírito Santo e a Ele sujeito.

IX - EM RELAÇÃO ÀS ESCRITURAS

1. Seu autor (2Pd 1.20-21; 2Tm 3.16; 2Pd 3.15-16; Jo 16.13). As Escrituras referem-se ao
Espírito Santo como o Agente Divino da comunicação da verdade de Deus aos homens.

2. Seu intérprete (Ef 1.17; 1Co 2.9-14; Jo 16.14-16). A importância do homem para interpretar
a verdade já revelada é tão característica como sal incapacidade de comunicar a revelação sem o
concurso do Esp. Santo. As Escrituras foram dadas pelo Espírito Santo, e sua verdadeira
interpretação só é possível por meio de sua iluminação.

XI - LÍNGUAS COMO EVIDÊNCIA FÍSICA INICIAL

1. Ele batiza no Espírito Santo. Já o batismo no, ou com o Espírito Santo teve início no dia de
Pentecoste (At 2.1-3), mas se estende através dos séculos e prosseguirá até que o último membro
tenha sido acrescentado à Igreja (Ef 4.4). O batismo no Espírito Santo é sempre acompanhado
pela evidência inicial do falar em outras línguas. Assim como no caso da separabilidade, na
questão das línguas como evidência inicial o que Atos dos Apóstolos demonstra como padrão e
ensina como normativo é crucial. Realmente, como observa J. R. Williams: "Os pentecostais têm
ressaltado especialmente o falar em línguas como a 'evidência inicial' do batismo no Espírito".
A Declaração das Verdades Fundamentais das Assembleias de Deus afirma essa posição no tema
número 8: "O batismo dos crentes no Espírito Santo é testemunhado pelo sinal físico inicial de
falar em línguas conforme o Espírito de Deus lhes concede que falem (At 2.4)". Os pentecostais
acreditam que sua conclusão a respeito de serem as línguas evidência física inicial do batismo no
Espírito Santo baseia-se nas Escrituras, especialmente em Atos dos Apóstolos. Nos três casos
onde Lucas registra pormenores de como os indivíduos receberam o batismo no Espírito Santo, o
falar em outras línguas fica claramente em evidência. No dia de Pentecostes, os quase 120
falaram em línguas - glossolalia - as quais não dominavam em circunstâncias normais (At 2.4).
Esse falar em outras línguas veio, então, a ser o sinal e evidência de que o Espírito Santo descera
sobre os cristãos neotestamentários. Caso nítido é o incidente de Cornélio (At 10.44-46).
Horton observa: "O Espírito ofereceu a evidência, e foi de um só tipo: 'Porque os ouviam falar
em línguas e magnificar a Deus' (exatamente como em At 2.4,11). A terceira e última ocorrência
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é o episódio que envolve os discípulos em Éfeso (At 19.1-6). Howard Ervin comenta: "A
natureza evidenciai da glossolalia aqui é fortemente ressaltada pelo comentário de que ao falar
em outras línguas com profecia era prova indubitável externa de que o Espírito Santo viera
sobre esses 12 discípulos efésios desinformados'". Exegetas competentes, inclusive a maioria dos
estudiosos não pentecostais, reconhecem sem hesitação que Lucas fala da manifestação
sobrenatural das línguas nos três casos. Os estudiosos pentecostais sustentam, ainda, que Lucas
revela um padrão nos três casos - uma experiência distintiva no Espírito, evidenciada pelo falar
em línguas. Conforme declara J. R. Williams, nos três casos, "falar em outras línguas era
evidência nítida de que o Espírito Santo havia sido outorgado". Os pentecostais acreditam
também que as línguas, semelhantemente, manifestaram-se nas demais ocorrências de batismo
inicial, em Atos, apenas Lucas preferiu não repetir os detalhes. Os pentecostais sustentam, por
exemplo, que os crentes samaritanos (At 8.4-24) falaram em línguas como os quase 120 no dia
de Pentecostes, os da casa de Cornélio e os discípulos efésios. Ervin formula a pergunta óbvia:
"O que Simão viu, que o convenceu de terem os discípulos samaritanos recebido o Espírito
Santo mediante a imposição das mãos de Pedro e de João?" Por causa disso, Lucas não via
necessidade de ressaltar o falar em outras línguas cada vez que narrava uma nova ocorrência. Os
leitores de Lucas deviam saber que os crentes falavam em outras línguas quando eram batizados
no Espírito Santo. Por isso os pentecostais sustentam que não somente os convertidos
samaritanos, mas também Paulo e outros que Lucas descreve, manifestaram a evidência inicial
de falar em outras línguas. No caso de Paulo, ressaltam sua declaração aos coríntios de que
falava em outras línguas (1 Co 14.18).

XII - OS DONS DO ESPÍRITO SANTO

São meios pelos quais se revela o poder e a sabedoria de Deus para os salvos já batizados com o
Espírito Santo (At 16.5,6). São manifestações da plenitude do Espírito na dispensação do Novo
Testamento (Ef 3.17-19). Necessitamos de voltar às fontes de poder do Cristianismo primitivo. É
um fracasso quando esta preparação é desprezada ou negligenciada para dar lugar a uma
preparação simplesmente intelectual. Faltando os dons na Igreja ela se igual às organizações
religiosas humanas. Com os dons, ela é sobrenatural e vitoriosa. Em 1Co 12.8-10, Paulo
apresenta nove dons que se pode classificar em três grupos, de três:

 Dons de revelação ou saber;

 Dons de poder ou dons de ação;

 Dons de inspiração ou expressão verbal.

1. Dons de revelação ou saber. Eles revelam além do conhecimento e raciocínio humano parte é
claro, do imenso conhecimento e da imensa sabedoria de Deus.

a. Palavra da Sabedoria. Este dom capacita para os trabalhos de solucionar problemas,


administrativos, ganhar almas e dirigir (Ec 10.10; Pv 11.30; At 6.3).

b. A Palavra da Ciência. De um modo sobrenatural revela os mistérios divinos, as profundezas


de Deus (At 9.10-12, 17, 18; Jo 2.25).

c. Dom de Discernir Espíritos. Ver ela a procedência das manifestações espirituais, percebe,
esquadrinha, discerne, vê, identifica e previne (At 5.1-11; 8.19-21).

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2. Dons de Poder ou de Ação. Eles revelam no momento oportuno ativamente o poder de Deus,
por isto são dons de ação.

a. Fé. Indispensável para os grandes empreendimentos, para os grandes empreendimentos, para


ocasião de luta, opressão, perseguição e para intercessão objetiva, especial (At 4.18-20; 2Cr
20.1-20).

b. Dons de Curar. O único que está no plural devido as muitas maneiras de manifestação divina
para curar as doenças e abrir a fonte de saúde (At 9.34,35).

c. Operação de Maravilhas. Este dom revela extraordinariamente em operações tremendas, o


poder de Deus. (At 16.25-26; 9.40,41).

3. Dons de Inspiração ou Expressão Verbal.

a. Profecia. Comunica a mensagem de Deus à Igreja ou a um crente individualmente a fim de


exortar, edificar e consolar (1Co 14.3).

b. Variedade de Línguas. Pode ser sinal do batismo com o Espírito Santo, (At 10.48) ou a
manifestação de dom naqueles que já são batizados com o Espírito Santo (1Co 12.10b).

c. Interpretação de Línguas. Este dom revela o sentido misterioso das palavras pronunciadas
em línguas estranhas e traz edificação para a igreja (1Co 14.5). Em todas as suas obras Deus tem
propósito definido, e o propósito dos dons espirituais é o seguinte:

 Promover a edificação da Igreja (Ef 4.12);

 Confirmar as palavras (Mc 16.20);

 E, acima de tudo glorificar a Jesus Cristo (Jo 16.13,14).

4. O que os dons não são.

a. Os dons não são nossa propriedade, são do Espírito que os manifesta na ocasião necessária
(1Co 12.7-11).

b. Os dons não são atestado de santidade. Jesus menciona frutos e não dons (Mt 7.15,16).

c. Dons não são concedidos para satisfazer o desejo egoísta de alguém (Lc 9.51-55; 1Co 12.7-
11).

d. Os dons não são mais excelentes e não podem substituir a Palavra de Deus, eles confirmam
(Jr 1.12).

O arrebatamento ainda não aconteceu e o que começou no dia de pentecostes só vai findar no
arrebatamento. A Igreja é a mesma, Jesus é o mesmo, seu poder não mudou, o Espírito Santo é o
mesmo, sua operação continua, os dons continuam até a meta final, o arrebatamento. Busquemos
os dons espirituais e sejamos uma benção maior. Os missionários busquem e recebam os dons de
curar e a operação de maravilhas. Os professores e mestres busquem e recebam o dom de
sabedoria e discernimento de espíritos. Os intercessores o dom da Fé, e a Igreja fale línguas,
interprete e profetize, mas faça-se tudo decentemente e com ordem (1Co 14.39, 40).

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XIII - O PENTECOSTALISMO (MOVIMENTO PENTECOSTAL)

O Pentecostalismo, conquanto possua muita coisa em comum com as outras denominações


evangélicas, apresenta um vívido testemunho da obra do Espírito Santo na vida e na missão da
Igreja. Tendo como ponto de partida o panorama histórico do Pentecostalismo, este capítulo
focaliza o crescimento da Teologia das Assembleias de Deus desde a sua fundação e organização
em 1914, nos EUA. Os fatores considerados, neste estudo, incluem os alvos principais, as
pessoas que mais influenciaram na elaboração da doutrina, a literatura e os vários meios
empregados na preservação da Teologia.

1. A continuidade dos dons espirituais. No decurso da história do Cristianismo, sempre houve


pessoas que buscaram "algo mais" em sua peregrinação espiritual, e que, ocasionalmente, eram
levadas a indagar acerca do significado do batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais. A
erudição recente tem lançado mais luz sobre os movimentos carismáticos, demonstrando que o
interesse pela obra do Espírito Santo tem perdurado através da história da Igreja. Pelo menos
dois reavivamentos no século XIX podem ser considerados precursores do moderno
pentecostalismo.

a. O primeiro ocorreu na Inglaterra, em torno de 1830, durante o ministério de Edward Irving;

b. O segundo, no extremo sul da Índia, por volta de 1860, mediante a influência da teologia dos
Irmãos de Plymouth e sob a liderança do leigo indiano J. C. Aroolappen. Documentos
contemporâneos a respeito de ambos os movimentos incluíam referências ao falar noutras
línguas e à profecia.

XV - O MOVIMENTO PENTECOSTAL MODERNO SE INICIOU NUMA


ESCOLA BÍBLICA

1. Os primeiros batismos no Espírito Santo no século XIX. O pregador norte-americano


Charles Fox Parham pós abrir um ministério em 1898, convencido pelos ensinos do Movimento
da Santidade, e influenciado por Irwin e Sandford, juntamente com seus seguidores estavam
estudando o livro de Atos dos Apóstolos, na Escola Bíblica Bethel fundada por ele, em Topeka,
Kansas. Os alunos da escola começaram a buscar o batismo no Espírito Santo, e, no dia 1° de
janeiro de 1901, uma aluna, Agnes Ozman, recebeu o batismo com a manifestação do Dom de
falar em línguas estranhas. Nos dias seguintes, outros alunos, e o próprio Parham, também
receberam a experiência e falaram em línguas. A maioria dos alunos, bem como o próprio
Parham, regozijaram-se por terem sido batizados no Espírito e de haverem falado noutras línguas
(xenolalia). Assim como Deus concedera a plenitude do Espírito Santo aos quase 120 no dia do
Pentecoste, eles também haviam recebido a promessa (At 2.39). Santificados e preparados como
grupo de escola de missionários nos tempos do fim, somente estes seriam levados por Cristo no
arrebatamento (antes da Tribulação) da Igreja, depois de haverem completado a tarefa estipulada
na Grande Comissão. Outros cristãos teriam de enfrentar a ordália da sobrevivência durante os
sete anos da tribulação que se seguiria.

XVI - O AVIVAMENTO NA RUA AZUZA

1. Biografia de Seymour. O avivamento da rua Azuza foi o maior movimento pentecostal após
o episódio de Atos capítulo 2, e é impossível falar desse acontecimento sem mencionar o nome
de William Joseph Seymour que nasceu em Centerville, Louisiana, em 2 de maio, 1870; seus

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pais, Simon e Phyllis Seymour eram ex-escravos, e no início da vida pertenciam a religiões
naturais da África. Criado como batista, Seymour foi dado a sonhos e visões na juventude. Aos
25 anos, ele se mudou para Indianápolis, onde trabalhou como porteiro na companhia ferroviária
e, em seguida, como recepcionista em um restaurante elegante. Por esta altura, ele
contraiu varíola e ficou cego do olho esquerdo. Em 1900 ele se mudou para Cincinnati, onde se
juntou ao Movimento Reformador da Igreja de Deus (sede em Anderson, Indiana). Nesta Igreja,
tornou-se experto em teologia da santidade, que ensinou segundo a bênção inteira da santificação
(ou seja, a santificação é uma experiência pós-conversão que resulta em santidade completa), a
cura divina, milenarismo, e a promessa de um reavivamento do Espírito Santo em todo o mundo
antes do arrebatamento.

2. Seymour, o homem que quebrou a barreira do racismo americano. No ano de 1905,


Charles Fox Parham muda-se para Houston, no Texas, onde funda uma nova escola bíblica.
Também nesse mesmo ano (1905), Seymour mudou-se para Houston, onde passou a frequentar a
recém-formada escola bíblica de Charles Fox Parham, o qual ficava sentado em uma cadeira
colocada no corredor, por ser negro e viver num período em que havia uma grande segregação
racista no país. Foi aí que aprendeu as doutrinas do movimento Holiness e desenvolveu a crença
na glossolalia (mais conhecido como dom de línguas) como prova do batismo com o Espírito
Santo. Em uma das reuniões pentecostais, William Seymour perguntou a Parham se Deus
poderia batizá-lo no Espírito Santo mesmo ele sendo negro, e então Parham respondeu que sim, e
orou por ele, sendo o mesmo alcançado com o dom de falar em línguas. Seymour mudou-se
depois para Los Angeles, onde passou a exercer o pastorado em uma Igreja da metrópole
nascente. No entanto, não foi bem aceito ao começar a pregar a mensagem de reavivamento e
batismo no Espírito Santo, e foi expulso. Então começou a se reunir na casa do casal Asberry.

3. Da rua Azuza para o mundo. Na noite de 6 de abril de 1906, na casa de Richard e Ruth
Asberry na rua Bonnie Brae, Nº 244 em Los Angeles, após um mês de intensa oração e jejum,
enquanto jantavam, houve a manifestação espontânea e marcante do Espírito Santo, na qual
todos os presentes foram impactados. Esse evento rapidamente desencadeou um movimento
conhecido por pentecostalismo. Sabendo que a casa na rua Bonnie Brae estava ficando pequena
demais para as multidões, William Seymour e os outros crentes procuravam um lugar para se
reunirem. Foi então que eles acharam um prédio, na Azusa Street (rua Azusa, Nº 312), que tinha
sido uma Igreja Metodista Episcopal Africana em Los Angeles, mas depois de ser danificado
num incêndio, foi utilizada como estábulo e depósito. Depois de tirarem os escombros, e
construírem um púlpito de duas caixas de madeira e bancos de tábuas, o primeiro culto foi
realizado na rua Azusa no dia 14 de abril de 1906. O resultado foi o Reavivamento da Rua
Azusa. Seymour não só derrubou a existência de barreiras raciais em favor da "unidade
em Cristo", mas também rejeitou barreiras às mulheres em qualquer forma como participante dos
serviços na Igreja sem quebrar os mandamentos bíblicos em relação as mulheres. As notícias das
"chuvas serôdias" (cf. Jl 2.23) espalharam-se rapidamente por outros países através do jornal de
Seymour, Apostolíc Faith, e mediante os esforços dos que saíram das reuniões da Rua Azusa às
várias partes da América do Norte e ao estrangeiro.

XVII - A ASSEMBLEIA DE DEUS NO BRASIL

1. A chegada dos missionários suecos. A história das Assembleias de Deus no Brasil é marcada
pela vida de dois missionários e suas famílias, Daniel Berg e Gunnar Vingren. Daniel Berg foi
batizado com o Espírito Santo em 1909 durante o regresso de uma visita à Suécia, e Gunnar
Vingren foi batizado com o Espírito Santo em novembro de 1909 enquanto participa de uma
conferência na Primeira Igreja Batista Sueca, em Chicago. Certo dia, Berg e Vingren foram
visitar um membro da Igreja chamado Olof Adolf Uldin, ali, enquanto oravam, o Espírito de
Deus veio poderosamente sobre o grupo. Uldin profetizou que Daniel Berg e Gunnar Vingren
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seriam enviados ao “Pará”, onde pregariam os rudimentos do Evangelho a um povo simples. Os


dois futuros missionários foram a uma biblioteca pública, localizaram o Estado do “Pará” junto
à linha do Equador encravado na floresta amazônica. A missão agora tinha rumo. A Igreja local
levantara uma pequena oferta, suficiente apenas para que os agora missionários chegassem à
Nova York, lugar de onde embarcariam para o Brasil. Sem muitos recursos, Daniel Berg e
Gunnar Vingren viajaram de terceira classe no porão do navio e sem nenhuma ventilação. Não
havia cadeiras, a comida era péssima, sendo apenas uma concha de sopa e uma fila interminável
até aportarem em Belém – PA, no ano de 1910.
2. O nascimento da Missão da Fé Apostólica. Eles trabalharam e ministraram na Primeira
Igreja Batista até que a primeira brasileira recebeu "o batismo no Espirito Santo". A irmã Celina
de Albuquerque que foi batizada no Espírito Santo no dia 8 de junho de 1911, a uma hora da
manhã. Nesse mesmo ano todos os pentecostais foram desligados e expulsos da Igreja Batista do
seu seio, por eles não aceitarem o batismo no Espírito Santo. Então os missionários suecos
juntamente com um grupo de 17 membros, fundaram no dia 18 de Junho de 1911, a Missão da
Fé Apostólica, que posteriormente veio a se chamar de Assembleia de Deus. Durante quase sete
anos, a Igreja utilizou informalmente o nome Missão da Fé Apostólica, esse período incluiu parte
do ministério de Samuel Nyström, que chegou a Belém em 1916.
3. A Assembleia de Deus no Brasil. O nome Assembleia de Deus não é original do Brasil,
tampouco todas as igrejas no mundo com essa designação nasceram da missão de 1911. Sendo
um movimento essencialmente apostólico, concentrou todos os seus recursos na evangelização
de um país cujo território é várias vezes maior que a Europa Ocidental. Mas isto não significa
que a Assembleia de Deus brasileira haja descuidado do estudo das doutrinas cristãs.

3) MISSIOLOGIA

I - INTRODUÇÃO

1. Etimologia da palavra. A missiologia é uma ciência jovem, e o primeiro a iniciar um


verdadeiro estudo filosófico da missão foi o protestante Gustav Warneck (1834-1910), com sua
obra prima, Evangelische Missionslehre, em cinco volumes. A palavra Missiologia origina-se
dos termos Logia (estudo) e Missio (do substantivo “missione”), o qual, por sua vez, vem do
verbo “mittere” que significa enviar. A palavra "Missões" vem do mesmo verbo latim Missio -
Míssil ("enviar", ou enviado para atingir o alvo). O Novo Testamento foi originalmente escrito
em grego, e a palavra que aparece é o Substantivo Apóstolo (um Delegado, mensageiro, alguém
enviado) que por sua vez vem do Nominativo apostello (ordenar alguém a ir para um lugar
estabelecido). Essa palavra é formada por outras duas, apo (separação, partir) + stello (por,
colocar, colocar em ordem, arranjar). Foi somente a partir do século XVI que a palavra "Missão"
começou a ser utilizada em relação a Igreja, portanto, a palavra "missão" significa enviar alguém
que se dispõe a anunciar o Evangelho.

II - A OBRA MISSIONÁRIA NO ANTIGO TESTAMENTO

1. Nas promessas feitas aos Patriarcas. O patriarca Abraão foi chamado por Deus para deixar
a sua terra e partir para uma terra distante e desconhecida (At 7.2-4; Gn 12.3). Essa promessa foi
confirmada depois a Isaque (Gn 26.4), e também a Jacó (Gn 28.14). O propósito de Deus para a
humanidade foi revelado na forma de uma promessa que tem caráter pessoal e global, abençoar
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todas as famílias da terra (Gn 12.1-3). A benção de Abraão é a benção da salvação, e isso implica
na responsabilidade de compartilhar essa salvação com os que não tem acesso ao Evangelho.
Devemos entender que desde o início Abraão e seus descendentes deveriam ser missionários e
canais da verdade de Deus. E por incrível que possa parecer para algumas pessoas, existia sim
um evangelho incutido em (Gn 12.1-3/Gl 3.8). Se hoje nós temos fé é porque somos parte da
semente de Abraão (Gl 3.6-9).

2. Nos livros da Lei através de Moisés. Moisés nos permite contemplar o chamado para a
entrega, convertendo-se em “um novo critério de pensamento e de ação que muda toda a vida do
homem”. Ao defender outro hebreu, tirará a vida de um egípcio e se converterá em um proscrito
(Hb 11.25,26). Deus chama Moisés para libertar o seu povo e a conduzi-lo a uma terra boa e
espaçosa, a uma terra que mana leite e mel (Ex 3.8). A libertação de Israel encomendada a
Moisés prefigurava a redenção cristã, verdadeira libertação.

3. Proclamada pelos Salmistas. Os salmos também vislumbravam a obra missionária em toda a


terra (Sl 93.3). O salmo 67 é essencialmente missionário. As nações foram criadas por Deus (Sl
86.9). Como poesia, oração e hinos, os salmos são especialmente significantes do ponto de vista
missiológico, e, consequentemente os temas que os salmos contêm exprimem uma esperança
escatológica, e por isso são voltados em grande parte para o futuro. Estes temas são: A glória de
Deus, o domínio universal de Deus, a esperança messiânica, o juízo e a misericórdia. A chegada
do Evangelho entre os etíopes é o cumprimento de uma profecia bíblica cantada nos salmos (Sl
68.31; At 8.27, 39).

4. Anunciada pelos Profetas. Deus é apresentado nos profetas como o Deus universal de toda a
terra, e não meramente um Deus tribal restrito aos filhos de Israel (Is 40.28). Veja o
cumprimento dessas profecias no Novo Testamento (Mt 12.21/At 13.47). O autor da Carta aos
Hebreus faz referência aos profetas para mostrar como suas palavras fortalecem a nossa
compreensão da pessoa e obra de Cristo (Hb 1.1-2). No Antigo Testamento, um Profeta era
alguém chamado por Deus para cumprir uma tarefa ou várias tarefas, especialmente a de entregar
uma mensagem dEle. Os profetas foram missionários enviados por Deus, e quase todos eles
eram itinerantes, levando a mensagem de Deus. Alguns saíam do reino do Sul para profetizar nas
terras do reino do Norte (1Rs cap. 13), outros iam para o estrangeiro, como Elizeu (2Rs 8.7),
Jonas (Jn 1.1-2), Ezequiel (Ez 1.1), Daniel (Dn 1.6). Também há diversos textos dirigidos às
nações pelos profetas de Deus (Is 13.1; Ez 27.2).

III - A OBRA MISSIONÁRIA CONFIRMADA NO NOVO TESTAMENTO

1. Nos Evangelhos. É impossível compreender a vida e o ministério de Jesus fora do contexto


missiológico, pois foi o seu amor pelo mundo perdido que o trouxe do seu lar da glória a este
mundo, onde deu a sua vida na cruz do Calvário para a redenção de todas as tribos, línguas,
povos e nações. Foi crucificado entre dois ladrões, e Pilatos mandou colocar uma placa acima da
cabeça de Jesus que pronunciava a sua sentença: “Jesus Nazareno, o rei dos judeus” (Jo
19.19,20), e a placa era uma mensagem missionária, pois estava escrita em três idiomas:
Hebraico (a língua das Escrituras do Antigo Testamento), Latim (a língua das leis romanas), e
Grego (a língua da cultura e dos filósofos). O ministério terreno de Cristo foi feito em três
regiões na Terra de Canaã: Oito meses na região da Judeia (região Sul); dois anos na região da
Galileia (região Norte); quatro meses na Pereia (região Leste).

a. O Evangelho do Reino. A Bíblia nos ensina que Jesus chamou doze homens para serem seus
discípulos (Mt 10.1-4), e no versículo 6 deste mesmo capitulo diz-nos o texto sagrado que Jesus

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enviou os doze dizendo: “Mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel”. Este versículo
nos mostra que a preocupação inicial de Jesus era para com as ovelhas perdidas da casa de Israel,
isto é, os Judeus. Mas o plano de Deus era alcançar também os gentios e o meio para isto foi o
fato de os judeus rejeitarem o Filho de Deus (Jo 1.11,12). Mateus 24.14; e este evangelho do
Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.
Muitas pregações errôneas sobre esse versículo acontecem nas igrejas, pois geralmente os
pregadores afirmam que Jesus só voltará para arrebatar a sua Igreja no dia em que o Evangelho
for pregado a todas nações, e quando todas as pessoas do planeta ouvirem a pregação do
Evangelho. Mas isso não é verdade, e nem é o que o texto falado por Jesus afirma. Jesus disse
que este Evangelho do Reino (de Deus ou dos Céus que no Novo Testamento são palavras
sinônimas) será pregado em todas nações, e como Jesus pregou primeiramente para os judeus,
entende-se que essa expressão se refere primeiramente a Israel, e que serão os judeus que no fim
dos tempos irão pregar o Evangelho do reino em todas as nações (Is 66.12,18-20),
principalmente no período do reino de Deus na terra (o Milênio, que é o período que Jesus vai
reinar por mil anos nesse mundo juntamente com a sua Igreja), e após essa pregação universal
virá o FIM de todas as coisas (Ap 20.7-15), e não o arrebatamento da Igreja, pois o
arrebatamento da Igreja pode acontecer a qualquer momento (Mt 24.42-44). A expressão
Evangelho do Reino, é utilizada no tempo em que Deus trata com Israel, pois em se tratando da
Igreja, a expressão geralmente utilizada é: Evangelho de Jesus Cristo (Mc 1.1), Evangelho (Mc
16.15), Evangelho de Deus (Rm 1.1), Evangelho da Graça de Deus (At 20.24), Evangelho de seu
Filho (Rm 1.9), Evangelho de Cristo (Rm 15.19), o meu Evangelho (Rm 16.25), nosso
Evangelho (2Co 4.3), Evangelho da Incircuncisão (Gl 2.7), Evangelho da Paz (Ef 6.15),
Evangelho da Glória de Deus (1Tm 1.11), Evangelho eterno (Ap 14.6). O Apóstolo Paulo na sua
época chegou a afirmar que o Evangelho havia sido pregado a todos os povos debaixo do Céu
(Cl 1.23/Rm 10.18). É certo que o Evangelho que Paulo fala nesses textos é o Evangelho que nós
chamamos de o Evangelho da Graça, o qual ainda está com a porta da oportunidade aberta para
todos aqueles que crerem no nome do Senhor Jesus (At 2.21), enquanto que o Evangelho do
reino de Deus será pregado na sua plenitude somente no reino milenial. A Igreja faz parte do
reino de Deus, mas a mensagem do Evangelho é especificamente para os povos gentios,
enquanto que o Evangelho do reino de Deus é especificamente para Isarel, e o Reino de Deus é
na verdade o Reino em que o próprio Deus reinará na terra através do seu Messias, Jesus o
Cristo.

2. Nos Atos dos Apóstolos. Quarenta dias após ressuscitar, Jesus deu instruções finais aos
discípulos e ascendeu ao céu (At 1.8).

a. Jerusalém. É o trabalho missionário realizado em nossa cidade, vilas, bairros, em nossos


lares, vizinhança, escola, faculdade, trabalho, etc. Este campo é muito vasto. Você já
evangelizou alguém de sua família? Ou seu colega de faculdade? Pense nisto agora, pois existem
grandes bairros e vilas onde há milhares de pessoas precisando ouvir a mensagem do Evangelho.

b. Judeia. É o trabalho realizado realizado no nosso Estado, levando o Evangelho as cidades,


distritos, assentamentos, povoados, fazendas, dentre outros. O nosso Estado ainda tem vários
lugares aonde não existe uma Igreja evangélica.

c. Samaria. É o trabalho realizado em outros estados da Federação, bem como de cidades mais
distantes no interior do país, o que se pode chamar de "Missões Nacionais".

d. Confins da Terra. É o trabalho missionário realizado em todo o mundo, isto é, "as missões
estrangeiras ou transculturais". Com a criação de diversas agências missionárias pelo mundo, é

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de grande importância invadir esses países com missionários implantando igrejas, escolas
bíblicas, e realizando outros ministérios.

3. Nas epístolas (Paulo, o Apóstolo de Cristo, 5-67 d.C.). Elas tratam dos mais variados
assuntos fundamentais da fé cristã. No que tange à missiologia, servem também para estabelecer
disciplinas e encorajar as igrejas às missões (Rm 10.13-15; Gl 2.9). Paulo como cidadão romano
tinha livre acesso para viajar dentro das fronteiras do Império romano. Para reconstruir seus
pensamentos, Paulo retira-se para o deserto da Arábia (Gl 1.17), após três anos ele sobe a
Jerusalém aonde encontrou Pedro e Tiago (Gl 1.18,19), indo após isso para a Síria e Cilícia (Gl
1.21), e após 14 anos ele retorna a Jerusalém (Gl 2.1,2). No ano 44, após pregar durante três
anos, em Tarso, segue para Antioquia, capital da província da Síria, logo após, segue para Roma
e Alexandria. Nessa cidade tem início a missão entre os gentios. Foi nessa cidade que os
discípulos, pela primeira vez, foram chamados cristãos (At 11.26). Entre os anos 49 e 53, Paulo
realiza sua segunda viagem missionária. Entre outras cidades, vai a Macedônia, Acaia, Felipo,
Atenas e Corinto. Entre os anos 50 e 52 permanece em Corinto durante dezoito meses e funda
uma comunidade cristã formada por pessoas da camada mais modesta da população. No ano 58
em Jerusalém, foi acusado de haver pregado contra a Lei, além de ter introduzido um gentio no
Templo, então é preso é enviado para Roma, onde seria julgado por um tribunal de César, mas
um naufrágio interrompe a viagem. Paulo consegue permissão para ficar em prisão domiciliar.
Como prisioneiro teve a possibilidade de tomar conhecimento dos termos jurídicos da época.
Muitos destes termos são usados nas suas cartas para falar da justiça de Deus, falar de castigo,
julgamento etc. Como prisioneiro e cidadão romano teve a possibilidade de defender-se e assim
apresentar o evangelho. Nem sempre gozou do privilégio de cidadão romano, pois ele mesmo
afirma que passou por açoites, varadas, sofrimentos diversos nas prisões etc. Soube entender a
mensagem da cruz e descobriu que não podia falar da vida na sua plenitude sem falar da cruz
(1Co 1,18). Até o ano de 62, Paulo escreveu suas epístolas, das quais treze conseguiram
sobreviver: 1ª e 2ª Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1.ª e 2.ª Tessalonicenses,
1ª e 2ª Timóteo, Filemon e Hebreus. Nas epístolas, Paulo trata da doutrina, da ética cristã, e da
organização da Igreja. (Na Bíblia, as Epístolas seguem-se aos Evangelhos e aos Atos dos
Apóstolos). No 64, após o incêndio em Roma que recaiu sobre os cristãos, Paulo foi novamente
preso e levado para os arredores de Roma quando, no ano 67, ele foi decapitado.

4. No Apocalipse. Na visão que o Apóstolo João teve na Ilha de Pátmos (Ap 5.9/Ap 7.9) ele viu
pessoas procedentes de todos os grupos étnicos da terra. Deus permitiu esta visão a João para
mostrar a extensão grandiosa da restauração dos seres humanos de todas as divisões étnicas
originadas da confusão da torre de Babel (Gn 11.7-9). É interessante observarmos as quatro
divisões do mundo contidas nestes versículos que são resumidas em quatro palavras: Nação,
tribo, povo e língua.

a. Nação (ethnos). É um Estado soberano dentro de um território, o qual tem um tipo de


governo que pode ser capitalista, socialista, monarquia ou ditatorial, e que também possui uma
população que exerce deveres e é dotada de alguns direitos. Uma Nação geralmente é composta
por vários povos de várias nações que residem dentro das suas fronteiras como cidadãos
naturalizados, ou recebem permissão através de vistos temporários para poderem trabalhar ou
visitarem parentes e amigos, e também para estadias e de visitas como turistas. Atualmente
existem 206 nações reconhecidas internacionalmente pelas demais nações do mundo.

b. Tribo (phulen). Sociedades formadas por grupos étnicos unidos pela cultura e por traços
culturais, e que também vivem em contextos comunitários que geralmente são liderados por
algum líder, cacique, chefe, entre outros. Os 12 territórios de Israel são chamados também de 12
Tribos, que equivalem a Estados que são cheios de cidades, bairros, vilas, favelas,

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assentamentos, loteamentos, povoados, alguns exemplos dessas sociedades, são os índios


brasileiros, os heavy metal, os ciganos, as gangues, as sociedades secretas, dentre outros.

c. Povo (laon). Sociedades formadas por aglomerados de muitas ou poucas pessoas, são
definidos como grupos humanos cujos indivíduos estão ligados pela Cultura. Um povo pode ser
vizinho de outros povos e viver dentro de uma fronteira geográfica ou geopolítica, como é o caso
do povo curdo que não têm fronteira geográfica, e habitam dentro dos territórios da Turquia, do
Irã, do Iraque, da Síria e do Azerbaijão.

d. Língua, idioma ou dialeto (glossan). usado por um grupo particular de pessoas dentro de
cada grupo particular ou por toda uma Nação, que é o conjunto de palavras, verbetes e
expressões usadas por um povo. Atualmente no mundo existem em torno de 7.000 línguas
principais, e até 16.000 dialetos. Teríamos então aproximadamente 23.000 grupos linguísticos
definidos, e somente no Brasil existem 154 linguas indígenas faladas. Dentro das Missões
interculturais (transculturais) é um desafio e tanto, pois na maioria dessas línguas e dialetos não
existem exemplares traduzidos da Bíblia e nem do Novo Testamento. Para meditar: Na China e
na Índia encontramos mais não-cristãos do que o número de cristãos de todo o resto do mundo
juntos.

IV - O AVANÇO MISSIONÁRIO NO PERÍODO DOS PAIS DA IGREJA


PRIMITIVA

1. A Evangelização do Império Romano. No Norte da África, as igrejas de Cartago e


Alexandria, tornaram-se posteriormente centros intelectuais e agressivos na obra Missionária e
produziram mestres e escritores, dentre eles os Pais da Igreja Primitiva como, Irineu, Clemente
de Roma, e Policarpo. Em Alexandria havia um Instituto Bíblico Missionário que defendia a fé
cristã, preparava apologistas e missionários, que saíam para as regiões do Norte da África,
Arábia, Índia, e Ceilão. Em Cartago a Igreja cresceu e de lá saiu a primeira tradução do Novo
Testamento em latim. Partindo de Jerusalém para Samaria e Cesaréia, logo levaram a mensagem
do Evangelho de Cristo por toda a extensão do Império Romano. Do lado Leste foram a
Damasco e Edessa, chegando à Mesopotâmia; ao Sul, por Bostra e Petra, entraram na Arábia; a
Oeste foram a Alexandria e Cartago, chegando ao Norte da África; e ao Norte, através de
Antioquia, chegaram à Armênia, Ponto e Bitínia. Alcançaram a Galácia (Sul da França),
Espanha e a Bretanha (Inglaterra) e se estenderam até a Irlanda, Etiópia e China. A Capadócia
foi evangelizada por Gregório (213 d.C.), que se tornou o líder da Igreja local onde havia apenas
dezessete crentes e trinta anos depois, por ocasião da sua morte, havia apenas dezessete pagãos
na cidade.

V - OS REFORMADORES E A OBRA MISSIONÁRIA

No século XVI aconteceu a Reforma Protestante iniciada por Martinho Lutero, Mas os seus
resultados imediatos para a evangelização dos povos foram poucos. O entusiasmo gerado pelos
reformadores Lutero, Calvino, Melanchton e Zwinglio, em muitos casos não avançou além do
formalismo morto da tradição romana.

1. Movimentos espirituais inpulsionam a atividade missionária. Na segunda metade do


século XVII e início do século XVIII, surgiram dois movimentos de cunho espiritual entre as
principais denominações protestantes, anglicanas e luteranas, fundadas na Europa como
resultado da Reforma Protestante, eram o puritanos e o pietistas.

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a. Os puritanos. Apareceram a partir de 1657 entre os protestantes da Inglaterra. Eles se


opunham firmemente ao sistema anglicano vigente no reinado da Rainha Elisabete. Eram
estudiosos da Bíblia, buscavam viver uma vida dedicada a Deus, dando testemunho do
Evangelho aos homens.

b. Os pietistas. Foram liderados por Filipe Spencer (l 635-1705) e Augusto Francke (1663-
1727) na Alemanha, entre os luteranos. Eram unânimes numa coisa: A pregação do Evangelho
em todo mundo, livre de limitações confessionais. Para eles, a pregação universal ajudaria a
produzir um grande avivamento do Espírito Santo. Produzia maior entusiasmo ao pietismo as
mensagens de pregadores tais como, Jonathan Edwards, John Wesley, Carlos Wesley, George
Whitefield, Edwards, os quais, através de seus ensinos, serviram como instrumentos poderosos
para aumentar o horizonte espiritual de muitos cristãos.

2. A tradução e a divulgação da Bíblia. Lutero, Calvino e outros reformadores defendiam as


Escrituras Sagradas como única regra de fé e prática para todos os cristãos. Havia, porém, um
problema. Como o povo poderia ler e interpretar as Escrituras se elas estavam acessíveis quase
que somente em latim ou em suas línguas originais? Foi então que um esforço enorme pela
tradução da Bíblia foi feito. Neste período inúmeras traduções surgiram. Lutero mesmo traduziu
as Escrituras para o alemão. Um primo de Calvino traduziu a Bíblia para o Francês. A famosa
versão King James foi produzida na Inglaterra, o sínodo de Dort, na Holanda, promoveu a
tradução para o holandês. Meio século mais tarde, mas ainda como fruto da Reforma, João
Ferreira de Almeida traduziu a Bíblia para a língua Portuguesa. Desde então, centenas de
línguas têm recebido o texto sagrado.

3. O primeiro culto protestante na América Latina e no Brasil. Aproveitando-se da tentativa


do domínio francês sobre o Brasil, em 1555 John Calvino enviou dois missionários, e quatorze
seminaristas na expedição ao Rio de Janeiro para evangelizarem os nativos. E no dia 10 de
Março de 1557, os pastores franceses Pierre Richier e Guillaume Chartier, realizaram
o primeiro culto protestante no Brasil e, de acordo com alguns, da própria América Latina. O
pregador baseou-se no Salmo 27.4: “Ao Senhor Eterno peço somente uma coisa: que Ele me
deixe viver na sua casa todos os dias da minha vida, para sentir a sua bondade e pedir a sua
orientação”.

4. O primeiro Credo protestante no Brasil. Por causa de divergências teológicas com o Vice-
Almirante da marinha francesa, o católico Nicolas Durant de Villegaignon que fundou na Baía
de Guanabara no Brasil, a França Antártica, os protestantes huguenotes elaboraram a 1ª
Confissão de Fé (Confessio Fluminense) escrita por Jean du Bourdel. Este documento
impressionante com 17 artigos, foi preparado em 12 horas, no dia 08 de Fevereiro de 1558. A
confissão protestante foi selada com o sangue de três dos calvinistas mortos por Villegaignon.

5. Os primeiros mártires no Brasil. Os protestantes, Jean du Bourdel, Matthieu Verneuil e


Pierre Bourdon, ficaram conhecidos como os três primeiros mártires protestantes no Brasil. Um
dos signatários, André Lafon, foi poupado por ser o único alfaiate da colônia, e o quinto
protestante Jacques le Balleur conseguiu fugir para São Vicente (São Paulo), mas foi preso e
depois enforcado. O relator desta história foi o sapateiro Jean de Léry. Ele conseguiu voltar para
a França, tornou-se pastor e escreveu o livro, “História de uma Viagem à Terra do Brasil”
(1578).

6. A primeira casa de oração no Brasil e sem a cruz. Durante o domínio inglês, a Inglaterra
forçou o governo português no Brasil, a abrir os portos brasileiros ao comércio mundial. Uma
das cláusulas do tratado comercial, assinado com a Inglaterra em 1810, foi a de que, Portugal

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permitiria a construção de casas de oração para os estrangeiros, contanto que não tivessem a
aparência de igrejas católicas. Pois os católicos haviam proibido o uso da torre, do sino, e da cruz
na parte exterior dos templos protestantes. O primeiro templo não católico construído na
América do Sul foi anglicano, tendo sido completado em 1819. O mesmo foi reconstruído entre
1898 e 99, desta vez tendo uma arquitetura gótica. O anglicanismo não cresceu muito no Brasil,
limitando-se quase que exclusivamente à comunidade inglesa.

VI - AS PRINCIPAIS SOCIEDADES MISSIONÁRIAS

A primeira foi a Sociedade para Propagação do Evangelho, fundada na Nova Inglaterra (EUA)
em 1649 por John Eliot, Pastor congregacional da Inglaterra, enviado para evangelizar os índios
da América do Norte. A Igreja Anglicana da Inglaterra fundou em 1698 a Sociedade para a
Promoção do Conhecimento Cristão (SPCK), liderada por Thomas Bray. Essa sociedade
estabeleceu trabalhos na índia (Madrasta Cuddalore) e em outros centros, marcando o início do
que viria a ser conhecido como a "missão inglesa". Um dos seus principais missionários foi
Christian Friedrich Schwartz (1724-98) que foi enviado para a Índia onde serviu durante 48
anos como missionário. Por volta de 1700, foi formada a Sociedade Escocesa para Propagação
do Conhecimento Cristão pela qual David Brainerd (1718- 77) foi enviado a trabalhar entre as
tribos de índios nômades nos EUA. Outro missionário foi Alexander Duff, enviado em 1830
para a Índia. Levou 18 anos para ganhar 33 indianos. Em 1701, anglicanos e outras igrejas
evangélicas da Inglaterra formaram a Sociedade para Propagação do Evangelho em Terras
Estrangeiras (SPG). O seu objetivo era dar assistência às necessidades dos anglicanos da
América do Norte e nas índias Ocidentais. Em pouco tempo, enviaram mais de 350 missionários.
Nessa época aos 18 anos de idade, William Carey (Guilherme) se converteu na Igreja Batista, na
Inglaterra, Carey dizia em suas mensagens, e num livreto por ele publicado, que Cristo possui
um reino que precisa ser proclamado, no seu poder, a todos os cantos da terra. Em sua pequena
oficina pendurou um "mapa mundi" e, enquanto trabalhava, olhava para ele, orava, sonhava, e
agia. Por fim, conseguiu que um grupo de doze pastores formassem em 1792 a Sociedade Batista
Missionária. O primeiro missionário nomeado pela sociedade foi John Thomas, batista leigo
que havia ido para a Índia como médico na esquadra real e permaneceu depois de seu período de
serviço, a fim de trabalhar como médico e evangelista-missionário independente. Willian Carey
ofereceu-se para ser companheiro de Thomas na Índia e seguiu em 1793 para lá juntamente com
a sua família acompanhando Thomas onde trabalhou durante 41 anos. Entre os congregacionais
ingleses foi fundada em 1795 a Sociedade Missionária de Londres, sendo os principais
missionários: Robert Moffat (África do Sul, 1816), e David Livingstone, que era amigo e genro
de Moffat, sendo enviado para África do Sul em 1871. Durante dez anos fez o trabalho rotineiro
dos missionários. Mas, tomado pelo impulso explorador, começou a empreender viagens pela
África, atravessando o continente da costa ocidental até a costa oriental. Como consequência do
seu trabalho e, do de Moffat, os anglicanos, metodistas, presbiterianos, luteranos, os Irmãos
Plymonth (EUA) e outras missões se estabeleceram na África.

VII - OS CRENTES SE UNEM EM CONFERÊNCIAS MISSIONÁRIAS

1. Conferência de Edinburgo. Nessa conferência foi criado o Comitê Mundial de Missões para
ser o instrumento permanente de cooperação cristã internacional. O Comitê tornou-se em 1921
no Conselho Missionário Internacional. Era o ponto de referência mútua das missões de vários
países, que poderia vir a agir em favor das missões e das igrejas, em relação aos governos. Em
1961, o Conselho Missionário Internacional passou a ser um departamento do Conselho
Mundial de Igrejas (CMI), principal organismo de promoção do ecumenismo entre as igrejas
protestantes, perdendo, com isso a ênfase de seus primeiros objetivos.

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2. Conferência de Lausanne. O movimento que teve origem em Lausanne, por outro lado,
continua firme em sua ortodoxia doutrinária, e em nível regional, os envolvidos com a tarefa
missionária também têm-se unido em conferências, como é o caso do Congresso sobre
Evangelismo no Pacífico Sul, em 1968; o Congresso Missionário para Estudantes de toda a Ásia,
em 1973; a Consulta sobre Missões em toda a Ásia, em 1973, a Associação de Missões na Ásia,
em 1975, e o COMIBAM (Congresso Latino-Americano sobre Missões) realizado em São
Paulo, em 1987, com o total de 3.103 participantes. Este Congresso contribuiu para mudar a
perspectiva missionária dos latino-americanos sobre o mundo e sobre eles mesmos. Também, os
crentes têm-se unido em conferências mundiais para tratarem de assuntos específicos da
evangelização. Dois bons exemplos disto são: o Amsterdam, Conferência Mundial de
Evangelistas Itinerantes, realizada sob o patrocínio de Billy Graham, em 1983, na Holanda,
com o objetivo de estimular e encorajar todos os tipos de evangelismo praticados por milhares de
crentes, homens e mulheres desconhecidos em todo o mundo (estiveram em Amsterdam, mais de
4.000 evangelistas), e a Consulta Global sobre Evangelismo Mundial para o ano 2000, realizada
em Singapura em 1989, quando 314 líderes evangélicos de mais de 50 países reuniram-se a fim
de refletir sobre como poderiam ser mais eficazes no cumprimento da Grande Comissão até o
fim do século XX.

VIII – SE FAZ MISSÕES: ORANDO (INTERCEDENDO)

1. Orai ao Senhor da Seara para que envie ceifeiros (trabalhadores). Jesus nos orientou a
orarmos ao Senhor da Seara para que envie trabalhadores para a mesma, pois os campos já estão
Brancos para a ceifa (Lc 10.2). Hoje nós temos muitos obreiros servindo nas suas respectivas
congregações, mas que estão em sua maioria vivendo o sono da negligência e o comodismo
espiritual, não atentando para o seu chamado e nem atendendo a ordem de Jesus.

2. Buscar em oração o revestimento de poder. A primeira ação missionária exigida dos


discípulos foi ficar (Atos l .4). Antes da resposta de Deus fique em Jerusalém, não saia ao campo
missionário. Se você sente paixão ardente pelas almas e intenso desejo de realizar Missões,
espere pelas evidências de sua chamada.. Ore e peça a Deus para falar com você confirmando
seus sentimentos. Peça a Deus para falar a seu respeito com o seu pastor. Orou? Agora aguarde
com paciência até que...

3. Oração intercessória. A oração dos "intercessores" vai na frente do missionário abrindo um


caminho por entre a escuridão espiritual, pois há lugares em que o domínio da feitiçaria e dos
demônios são tão intensos que o trabalho de evangelização se constitui por muito tempo apenas
de oração para que o domínio de Cristo seja implantado. É o caso de países da África e tribos
indígenas onde, o animismo é a religião predominante. A secretaria local de missões pode
aplicar na igreja para levar os crentes a orar em favor de missões; Cada crente pode ser orientado
a tirar, pelo menos, 15 minutos diários de oração, apresentando ao Senhor situações especificas
da obra missionária. Informações para ajudá-lo podem ser encontradas nos cartões de oração,
com dados atualizados sobre países e povos não-alcançados. Esses cartões são distribuídos pela
Operação Mobilização. Outra forma é o programa de oração, 24 horas por dia, em que cada
crente se compromete a colocar-se diante de Deus por 30 minutos, uma hora ou duas horas,
dependendo de sua disponibilidade. Oração não é programa de entretenimento, mas a essência da
própria obra missionária.

IX – SE PREPARANDO, INDO E SENDO ENVIADO

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1. O papel do Pastor da Igreja. Cabe ao Pastor da igreja conscientizá-la para a sua


responsabilidade na obra da evangelização mundial. Outros poderão interessar-se pelo
empreendimento, mas só ele tem nas mãos o leme da condução do rebanho e, se não houver de
sua parte qualquer interesse, pouco a igreja poderá realizar. Há uma expressão muito conhecida
que diz: "A igreja é o reflexo do seu pastor". A criação de uma Secretaria Local de Missões é
indispensável, mas o Pastor deve chamar a si todo o peso das diretrizes a serem seguidas pelo
departamento criado para coordenar a ação missionária da Igreja.

2. A responsabilidade da Secretaria Local. A secretaria local de missões é geralmente


conduzida por um Secretário Executivo de Missões (Promotor) e supervisionada pelo seu Pastor,
sendo o departamento que instrumentaliza a ação missionária da Igreja local. Ela deve orientar-
se por um Regimento Interno que deve conter as normas gerais para sua atuação. A Secretaria
deve dispor de estatísticas, mapas, cartazes, e outros materiais de apoio para subsidiar todas as
informações que passar à Igreja. O responsável pelo setor não pode estar desinformado e nem
dirigir-se aos crentes com divagações sobre a obra missionária. Outro fator de motivação é
montar um painel com as fotos dos missionários que estão no campo, principalmente se a Igreja
os mantém, afixando em local estratégico com dados sobre o que eles estão fazendo e os desafios
a serem vencidos. Como você mesmo está vendo, há diversas alternativas para motivar a Igreja,
isto sem falar das reuniões especificas e regulares, onde o ponto alto devem ser os testemunhos
missionários, de preferência trazidos por alguém que esteja no campo e, em visita no Brasil, e
que possam atender um convite de sua Igreja. Descobrir vocações, encaminhá-las à Igreja, cuidar
do treinamento transcultural de cada vocacionado e supervisionar todo o seu processo de
preparação, incluindo o credenciamento na SENAMI, obtenção de vistos de residência, e outros
documentos inerentes até a partida do candidato para o campo missionário.

3. O treinamento missionário. Já não se concebe mais um obreiro sair para o campo de


trabalho sem estar devidamente preparado para enfrentar culturas diferentes. Têm atuado nessa
área, no mundo todo, instituições teológicas, agências missionárias e instituições próprias para
oferecer treinamento. Há centenas de especialistas desenvolvendo estratégias e pesquisas para
que se alcance mais eficácia no trabalho missionário. Outra responsabilidade da igreja para com
o missionário é proporcionar-lhe preparação adequada para o exercício de sua chamada. É
contraproducente enviá-lo sem um mínimo de conhecimento do idioma, das condições sócio -
políticas e do contexto cultural do país onde vai trabalhar. Ele precisa estar psicologicamente
preparado para enfrentar situações adversas de toda ordem e, ainda assim, permanecer altivo e
confiante, sabendo que seu trabalho não é vão no Senhor.

4. Os missionários não profissionais (fazedores de tendas). Cresce o número de missionários


não-profíssionais ou "tendeiros" como são chamados. São cristãos, homens e mulheres, treinados
por instituições missionárias para utilizar seu emprego no exterior a fim de testemunharem de
Cristo, principalmente em países fechados para o trabalho missionário tradicional. Desta forma
surgiram organizações missionárias para atuar nas seguintes áreas: aviação, rádio e gravações,
literatura cristã, serviços agrícolas, serviço médico, tradução da Bíblia e assistência social. As
especializações missionárias ligadas à medicina, trabalhos de tradução e linguística, aviação,
rádio e gravação são as que causam mais impacto sobre a evangelização do mundo.

X - CONTRIBUINDO (FINANCEIRAMENTE)

1. Ofertas. A palavra oferta deriva das palavras hebraicas, mincháh (presente, tributo, oferta,
dádiva, oblação, sacrifício), e têruwmah (contribuição, oferta, oferta alçada, uma oferta para
Deus, uma oferta (referindo-se a cereal, dinheiro, etc.), contribuição), e das palavras gregas,
doron (dom, presente, dinheiro lançado no tesouro do templo) e prosphora (ato de ofertar, de
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trazer aquilo que é oferecido, dom, sacrifício). A oferta deve ser conforme a prosperidade do
contribuinte (2Co 8.3). Dar a Deus é uma forma de expressar a nossa adoração a Ele, e o profeta
Elias quando desafiou os profetas de Baal no monte Carmelo, ofereceu além do Holocausto, uma
Oferta a Deus através da água que estava em falta naqueles dias, sendo mais rara que o ouro.
Levando em consideração que cada cântaro de água era de 18 litros. Elias mandou derramar
sobre o Holocausto 4 cântaros de água por três vezes, ou seja, 216 litros d’água, uma verdadeira
Oferta a Trindade Santa.

2. O salário dos ceifeiros. Houve uma época que os recursos eram poucos, e que os obreiros
eram enviados sem nenhuma promessa de sustento e Deus lhes provia os meios para a
sobrevivência. Porém, a Bíblia nos instrui a pagarmos os salários daqueles que estão nos campos
missionários fazendo a obra do Senhor (Tg 5.1-6). Os recursos financeiros hoje, são bem mais
abundantes do que no passado, e em sã consciência, as igrejas podem atualmente manter em
melhores condições os seus missionários. Você vai descobrir, por outro lado, que a contribuição
para missões resulta em bênçãos para a Igreja. Paulo, ao concluir sua carta aos Filipenses,
falando no contexto da contribuição, escreveu: "O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá
todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus" (Fp 4.19). O Pastor Oswald Smith, já
falecido, todas as vezes que cessavam os recursos para a construção do templo da "Igreja do
Povo", em Toronto, Canadá, tomava a iniciativa de enviar mais um missionário para o campo.
Era o meio que Deus usava para reavivar a fé dos crentes e, dessa forma, o dinheiro para a
construção começava a aparecer. A obra missionária sempre tinha prioridade. A construção era
feita do "resto".

3. Condição social não é desculpa para não contribuir financeiramente em missões. Uma
das coisas que mais ouvimos dos próprios cristãos é: “Eu não tenho dinheiro, eu sou pobre, esse
dinheiro vai me fazer falta, eu já sou dizimista, Deus ainda não tocou no meu coração”. São
desculpas de pessoas que não amam a obra de Deus, pois a obra de Deus não é feita só por fé,
mas também com obras, incluindo-se aí o dinheiro.

a. As igrejas pequenas e médias são grandes financiadoras de missões. A ideia de que só as


Igrejas grandes ou ricas podem fazer Missões é uma falsa ideia que circula em muitas igrejas de
porte médio ou pequeno, como justificativa para o seu não envolvimento. Segundo este conceito,
igrejas que disponham de poucos recursos jamais poderão comprometer-se com o trabalho
missionário. Mas a prática de países onde a tarefa de fazer missões já está consolidada revela que
os maiores recursos saem exatamente de igrejas pequenas, que, somadas, conseguem superar
muitas vezes os alvos de igrejas grandes ou ricas. As igrejas médias ou pequenas, assim como as
grandes ou ricas, têm as mesmas condições para a realização da tarefa missionária, pois se
associando uma à outra, formando quem sabe um grupo de quatro, cinco ou seis igrejas, terão a
possibilidade de sustentar um ou mais missionários na obra da evangelização, a SENAMI pode
orientar esse tipo de associação. A Igreja que esperar ter recursos suficientes nunca vai investir
em missões, é uma questão de lógica.

b. Levantando fundos através da Secretaria de Missões. Na área de levantamento de fundos


para a obra missionária é importante estabelecer alvos financeiros anuais, ainda que numa
economia instável isto não seja tão fácil. Como fazê-lo? Inicialmente, a Secretaria deve
estabelecer uma data no calendário de atividades da igreja para a realização de sua conferência
missionária anual. Além de convidar um preletor para ministrar nos dias do evento, e que seja
alguém plenamente envolvido com a área missiológica, deve a Secretaria, nos meses que
antecederem a conferência, estabelecer de comum acordo com a liderança da Igreja o alvo
financeiro para os próximos 12 meses a partir daquela data. A Secretaria providenciará a
distribuição de cartões de compromisso entre todos os crentes e os estimulará através de palavras

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motivadoras baseadas nas Escrituras a estabelecerem cada um o seu alvo mensal de contribuição,
segundo a sua prosperidade. No último dia da conferência, deve haver um momento especial de
recolhimento dos cartões. Alguns deles devem ser lidos publicamente para estímulo dos demais.

XI - CONCLUSÃO

Que a Obra missionária possa sempre arder em nossos corações como uma chama verdadeira e
recheda de amor pelas almas que estão perecendo no mundo, e que nós possamos nos empenhar
e nos disponiblizar a fazermos a Obra do Senhor. Deus vos abençoe!

4) MISSÕES TRANSCULTURAIS

I - INTRODUÇÃO

Esse campo de estudo nos abrirá um grande leque de possibilidades para a área do estudo da
Missiologia no que diz respeito a Missão Cultural e Transcultural. Pode-se afirmar que há
poucas décadas a antropologia conquistou seu lugar entre as ciências. Primeiramente, foi
considerada como a história natural e física do homem e do seu processo evolutivo, no espaço e
no tempo. Se por um lado essa concepção vinha satisfazer o significado literal da palavra, por
outro restringia o seu campo de estudo às características do homem físico. Essa postura marcou e
limitou os estudos antropológicos por largo tempo, privilegiando a Antropometria, ciência que
trata das mensurações do homem fóssil e do homem vivo.

II - ETNOGRAFIA, ETNOLOGIA E ETNOTEOLOGIA

Todos esses termos têm suas raízes na palavra etnia (grupo que é culturalmente homogêneo),
que vem do grego ethnós (povo) que tem o mesmo ethos (costume), e tem também a mesma
origem, cultura, língua, religião, etc. Esse termo não é sinônimo de raça, pois essa palavra caiu
em desuso pela comunidade científica quando se corresponde aos diferentes grupos humanos. A
etnia, ou grupo étnico, divide uma uniformidade cultural, com as mesmas tradições,
conhecimentos, técnicas, habilidades, língua e comportamento.

1. Etnografia. É o estudo descritivo das sociedades humanas dentro de um contexto geográfico.

a. A geográfica, quando se quer integrar conhecimentos relativos a grupos vizinhos.

b. A histórica, quando se visa reconstituir o passado de uma ou várias populações.

c. A sistemática, enfim, quando se isola, para lhe dar uma atenção particular, determinado tipo
de técnica, de costume ou de instituição.

2. Etnologia. É o estudo diferencial das culturas de diversos grupos étnicos dentro da


Geopolítica, especialmente das sociedades de tecnologia tradicional, revelando as variedades
consideráveis dos comportamentos e sistemas de valores, e fornece uma messe de dados
documentários que, por meio de um método comparativo transcultural, mantêm constantes as
variações individuais, mas, ao mesmo tempo, fazem variar a norma social. A interjeição entre a

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Etnologia e a Teologia é a troca essencial que fornece uma gama de dados documentários à
Teologia, para que a Teologia assuma sua posição supra Cultural.

3. Etnoteologia. É uma nova área de estudo que está sendo desenvolvida, e está relacionada à
apresentação do Evangelho e aos modelos culturais relevantes da cultura receptora. É a
disciplina que faz separação da Cultura e contextualiza a Teologia. Cada cristão aprende sua
Teologia num conjunto cultural e logo começa a ver seu comportamento como um
"comportamento cristão". É a ciência de interjeição entre a Antropologia Cultural e a Teologia,
que realiza um estudo comparativo da crença de um povo em Deus. Isto é, apresenta a Cultura de
Deus (do seu reino) com o desenvolvimento da Cultura local, surgindo, assim, uma
“contracultura cristã”, que vem a ser cultura e crença religiosa propostas por Deus e que está
acima de qualquer evolução e variação cultural.

III – A DIVERSIDADE

1. Diversidade humana. As explicações sobre a diversidade humana sempre ressaltaram com


mais ênfase os aspectos negativos dos “outros”, tendo como parâmetro as características
positivas, físicas e culturais, dos povos sob cujo ponto de vista se pensava a diferença. Foi a
partir do século XVI, com a expansão colonial europeia, que caracteres como a cor da pele e
outros traços físicos dos povos encontrados por exploradores passou a ser um aspecto
privilegiado no imaginário europeu como marcador das diferenças entre os povos. A
escravização dos povos indígenas sul-americanos e africanos, trouxeram contradições políticas e
morais no pensamento colonial e os critérios de classificação das diversidades vegetais e animais
foram tomados como critérios principais de demarcação das diferenças humanas. A noção de
Raça, e sua associação de características biológicas; comportamentais e sociais foi, neste longo
período que se estendeu até o século XX, a expressão científica do racismo colonial luso-
espanhol.

2. Diversidade Biológica. Às classificações da diversidade humana, baseadas na morfologia


física e no conceito de raça, sobrepunham-se igualmente aspectos do comportamento e formas de
pensar e sentir (aspectos socioculturais). Não obstante, com a influência do Evolucionismo
darwinista e da Biologia Experimental do início do século XX, as classificações da Antropologia
Física passaram das características morfológicas à inclusão de parâmetros mais profundos da
Biologia Humana, como os grupos; sanguíneos, as características da hereditariedade genética, da
estatística, com as sequências médias de caracteres genéticos e da teoria da probabilidade.

3. Diversidade Cultural. No campo das antropologias não-biológicas (etnologia, antropologia


Social e Cultural), há uma diversidade de abordagens. O mesmo debate que, na Antropologia
Física (biológica) substitui o conceito de Raça pelo de População, desde meados do século XIX
até meados do Século XX, ocorreram no âmbito da Antropologia de cunho mais social, em que a
diversidade humana transitou pelos conceitos de Raça, Etnia e Cultura.

IV - O ESTUDO DA CULTURA

1. Cultura. Do latim colere, que significa cultivar, é um conceito de várias acepções, e que
etimologicamente vem da ideia da agricultura, ou do homem simples do campo, sendo a mais
corrente a definição genérica formulada por Edward B. Tylor, segundo a qual cultura é “aquele
todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos
os outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade”. Segundo o
Dicionário Aurélio, Cultura é "o complexo dos padrões de comportamento, das crenças, das

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instituições e de outros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e


característicos de uma sociedade".
2. Mudança Cultural. A Cultura é dinâmica, e como mecanismo adaptativo e cumulativo sofre
mudanças. Traços se perdem, outros se adicionam, em velocidades distintas nas diferentes
sociedades. Dois mecanismos básicos permitem a mudança cultural: A invenção ou introdução
de novos conceitos, e a difusão de conceitos a partir de outras culturas. Segundo a Etnologia e a
Etnografia uma Cultura não pode prevalecer dentro de outra cultura sobrepujante por mais de
100 anos, e temos vários exemplos ao longo da história, tanto geral quanto bíblica, por exemplo:
A Cultura da Babilônia desapareceu após ser imposta a Cultura da Pérsia, a da Pérsia
desapareceu após ser imposta a da Grécia, dentre outras. A única Cultura do mundo que foi
conquistada por várias outras culturas de outros povos e que conseguiu sobreviver até mesmo
disperso por outras nações, foi a Cultura do povo judeu, o Judaísmo, que chegou praticamente
intacto nos nossos dias e que é a Cultura predominante no moderno Estado de Israel criado a
pouco mais de 70 anos (Jr 32.37/32.7/Is 2.2), o que nos mostra um Milagre de Deus para a
preservação desse povo. Há também a descoberta, que é um tipo de mudança cultural originado
pela revelação de algo desconhecido pela própria sociedade e que ela decide adotar.

V - CULTURA NAS SOCIEDADES COMPLEXAS

Ao analisar o pluralismo cultural em algumas áreas da Ásia, Europa, das Américas, África e
Oceania, considere esclarecedor pensar em termos de correntes de tradições culturais, cada uma
delas exibindo uma agregação de certos elementos e formando conjuntos de características
coexistentes ao longo do tempo.
1. Racismo e discriminação. Uma das primeiras preocupações que emergem ao se focalizar o
tema das diferenças socioculturais diz respeito ao entendimento e ao enfrentamento dos
estereótipos, preconceitos, discriminações e racismo, assim como dos processos de inclusão e
exclusão social e institucional dos sujeitos diferentes. A discriminação racial, ou racismo,
consiste em sustentar:
a. Que existem raças distintas.

b. Que certas raças são inferiores (normalmente, intelectualmente, tecnicamente) às outras.

c. Que essa inferioridade não é social ou cultural (quer dizer adquirida), mas inata e
biologicamente determinada.

2. Igualdade, diversidade e diferença. A luta contra os estereótipos e os processos


discriminatórios, assim como a defesa da igualdade de oportunidades e o respeito às diferenças
não é um movimento simples, pois os mesmos argumentos desenvolvidos para defender relações
mais justas, dependendo do contexto e do jogo político em que se inserem, podem ser
resinificadas para legitimar processos de sujeição e exclusão. Assim, a luta pelos "direitos à
diferença" desenvolvida por alguns dos "novos movimentos sociais" (que se organizam em torno
da constituição de identidades socioculturais emergentes), ONGs e círculos acadêmicos, pode
ser revertida contra os interesses dos próprios grupos sociais já explorados e excluídos,
dependendo dos contextos relacionais em que tal embate se constitui, a chamada luta político-
partidária, clivada pela oposição entre "direita versus esquerda", que tende a sectarizar e
simplificar binariamente o debate sobre questões complexas.

VI - MISSÕES CULTURAIS

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1. Missões urbanas e culturais no Brasil. Há poucos anos, houve um movimento coordenado


com vistas a oferecer um alerta a Igreja brasileira sobre a necessidade de se estabelecer alvos
práticos para o alcance de tais grupos. De acordo com Lidório (2014), no Brasil há oito
segmentos reconhecidamente menos evangelizados, sendo sete socioculturais e um
socioeconômico, são eles:

a. Indígenas. Com 117 etnias sem presença missionária e sem o conhecimento do Evangelho.
Estas etnias, com pouco ou nenhum conhecimento de Cristo, espalham-se por todo o Brasil com
forte concentração no Norte e Nordeste.

b. Ribeirinhos. Na bacia amazônica há 37.000 comunidades ribeirinhas ao longo de centenas


de rios e igarapés. As pesquisas mais recentes apontam a ausência de igrejas evangélicas em
cerca de 10.000 dessas comunidades.

c. Ciganos (sobretudo da etnia Calon). Há cerca de 700.000 Ciganos Calon no Brasil e


apenas 1.000 se declaram crentes no Senhor Jesus. Os Ciganos espalham-se por todo o território
Nacional nas grandes e pequenas cidades, vivendo em comunidades nômades, seminômades ou
sedentárias.

d. Sertanejos. Louvamos a Deus por tudo que tem ocorrido no Sertão nos últimos 10 anos.
Centenas de assentamentos sertanejos evangelizados e muitas igrejas plantadas. A zona rural
nordestina tem mais de 12 milhões de habitantes e somente 0,1% conhecem a Jesus Cristo como
Salvador. Existem relatos de sertanejos que oraram durante anos pedindo a Deus uma Igreja para
o seu povoado, assim como existem povoados que ainda não têm nenhum crente. Há, porém,
ainda 6.000 assentamentos sem a presença de uma Igreja evangélica.

e. Quilombolas. Formados por comunidades de afrodescendentes que se alojaram em áreas


mais ou menos remotas nos últimos 200 anos, há possivelmente 5.000 comunidades
quilombolas no Brasil, sendo 3.524 oficialmente reconhecidas. Estima-se que 2.000 ainda
permaneçam sem a presença de uma Igreja evangélica.

f. Imigrantes. Há mais de 100 países bem representados no Brasil por meio de imigrantes de
longo prazo com uma população de quase 300.000 pessoas. Dentre esses, 27 são países onde
não há plena liberdade para o envio missionário ou pregação do Evangelho, ou seja,
dificilmente conseguiríamos enviar missionários para diversos países que estão bem
representados entre nós, sobretudo em São Paulo, Brasília, Foz do Iguaçu e Rio de Janeiro.

g. Surdos com limitações de comunicação. Há mais de 9 milhões de pessoas nesta categoria


em nosso país e menos de 1% se declara crente no Senhor Jesus. Há pouquíssimas ações
missionárias especificamente direcionadas para os surdos em todo o território nacional.

h. Os mais ricos dos ricos e os mais pobres dos pobres. O oitavo segmento não é
sociocultural como os demais, mas socioeconômico. Divide-se em dois extremos; os mais ricos
dos ricos e os mais pobres dos pobres. As últimas pesquisas nacionais demonstram que a
presença evangélica é expressiva nas escalas socioeconômicas que se encontram entre os dois
pontos, porém sensivelmente menor nos extremos. Em alguns Estados brasileiros há três vezes
menos evangélicos entre os mais ricos e os mais pobres do que nos demais segmentos
socioeconômicos.

VII - DEFININDO MISSÕES TRANSCULTURAIS

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Cada povo tem seu próprio padrão de cultura, que é a amálgama de todos os valores passados de
geração para geração em cada sociedade desde os seus primeiros antepassados. É por isso que se
fala em cultura europeia, cultura africana, cultura judaica, etc. Uma se distingue da outra. Cada
uma delas traz em si traços que, em alguns casos, podem ter certa similaridade, mas são
exclusivos e resultam de raízes e influências distintas. A título de exemplo, a cultura brasileira é,
basicamente, fruto de três vertentes:

 A influência da colonização portuguesa.

 A presença dos escravos africanos.

 E nas tradições dos índios que aqui viviam quando o país foi descoberto.

Há outras influências, mas estas são as principais. Você vai encontrar em nossas práticas, aqui e
ali, vestígios que revelam essa contribuição para a nossa formação cultural. O aprendizado de
uma língua tampouco é satisfatório sem um bom aprendizado da cultura. Os evangelistas
interculturais tem de ser eficientes no aprendizado de ambas as coisas, pois são a base da
evangelização dos grupos étnicos ainda não alcançados. É por isso que usamos a expressão
"aprendizado da língua e da cultura". Na realidade, Jesus foi o primeiro evangelista intercultural
ele não hesitou em vir do céu deixando a glória e o esplendor que ali desfrutava. "Antes a si
mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tomando-se em semelhança de homens; e,
reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tomando-se obediente até à morte, e
morte de cruz" (Fp 2.7-8). Aculturou-se na sociedade hebraica e comunicou sua mensagem
primeiramente aos judeus. Quando você começa a se relacionar com pessoas de uma outra
cultura, é fundamental descobrir o mais rápido possível e compreensivelmente a orientação
cultural delas.

1. Transculturação. O prefixo trans deriva-se do latim e significa "movimento para além de",
"através de". Portanto, em linhas gerais, missões transculturais é transpor uma cultura para levar
a mensagem universal do Evangelho. O Dicionário Aurélio diz: Transculturação é o “processo
de transformação cultural caracterizado pela influência de elementos de outra cultura, com a
perda ou alteração dos já existentes”. Os antropólogos definem a cultura como herança total do
homem não transmitida biologicamente. É um sistema de normas de conduta aprendidas, comuns
aos membros de uma sociedade em particular, ou o modo de vida de determinado grupo étnico.
Essa cultura não é estática, mas está em constante processo de mudanças que acontecem
lentamente. Às vezes essa cultura muda quando um missionário leva o Evangelho e o povo
assimila conhecimentos novos mudando muitas vezes, sua maneira de vida, e com o tempo, um
número cada vez maior de pessoas adotam essa nova conduta cristã, tomando-a normal entre o
povo. Aqui fica bem claro que este papel o missionário jamais deve exercer. Sua tarefa não é
alterar ou mesmo mudar os valores de uma cultura, substituindo-os por outros de sua própria
cultura, visto que o missionário tem de aprender a passar pela rede intercultural a fim de
evangelizar outra cultura, é importante compreender o que constitui essa rede. A mensagem do
Evangelho não pode se restringir a uma só cultura, mas ter alcance abrangente, em todos os
quadrantes da terra, onde quer que haja uma etnia que ainda não a tenha ouvido. Comunicar o
Evangelho através das barreiras culturais é muito mais complicado e difícil do que evangelizar o
povo de nossa própria terra. Para que o missionário intercultural tenha êxito, precisa conhecer a
dinâmica fundamental da comunicação. Se ele aprender a superar as barreiras da comunicação,
fundamentadas nas diferenças culturais, seu trabalho será muito mais frutífero. Antes de
aprender a passar por ela, tem de saber em que as culturas se diferenciam. Podemos dividir essas
diferenças em sete categorias:

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a. Cosmovisão (conceito do universo).

b. Sistema de valores (o que é bom ou mal dentro dos padrões de um povo).

c. Formas de conduta (formas de comportamentos aceitas).

d. Formas linguísticas (principal barreira à evangelização intercultural).

e. Sistema social (estrutura cultural e social de um povo. Classes, castas, religiões, seitas, etc.).

f. Formas de comunicação (dificuldades encontradas pela existência de vários dialetos numa só


cultura impedindo o estudo de uma só língua).

g. Processos cognitivos (toda cultura forma um conjunto de conhecimentos aceitos como


verdades. Esses conhecimentos podem ser enfocados ao nível de sua cosmovisão ou poderão
simplesmente ser conhecimentos restritos a pequenos grupos).

O missionário não pode se deixar levar pela atitude chamada etnocentrismo que é uma tendência
a ver a nossa própria Cultura como a maneira universal de comportamento, sendo o maior
compromisso do missionário com os princípios bíblicos, estes sim, podem exercer influência e
alterar situações contrárias à fé cristã, que serão resolvidas no próprio contexto cultural sem que
seja necessário importar ou adaptar "modelos" de outros contextos culturais. O modo de se
expressar ou vivenciar os princípios do Evangelho varia de uma cultura para outra. Usando esse
conhecimento (transcultural) ao planejar a estratégia de trabalho, alguns missionários tem tido
bastante êxito entre esses povos. Não é o Evangelho que se curva à cultura, mas esta se curva ao
Evangelho, isto é fazer missões transculturais, é preciso descobrir o "approach" de cada cultura,
ou seja, os seus pontos de aproximação para comunicar de maneira adequada as verdades do
Evangelho, como fez Paulo entre os atenienses. Este é na Bíblia Sagrada, um caso típico de
missões transculturais, pois o Espírito Santo é criativo, isto é, usa métodos diferentes para
diferentes culturas. Os métodos desempenham um importante papel na realização nas metas do
Espírito Santo para a evangelização de grupos étnicos não alcançados, Deus tem uma meta
especial para cada grupo não alcançado e conta conosco para descobrirmos essa estratégia e nos
associar-mos com ele para a realização da evangelização.

VIII - MISSÕES TRANSCULTURAIS

1. Paulo, o primeiro missionário transcultural. Após dramática conversão no caminho de


Damasco, Paulo passa a ser um poderoso instrumento de Deus como missionário transcultural.
Foi nessa época que floresceu em Antioquia uma igreja fervente no Espírito que se tornou o
centro do movimento missionário da Igreja Primitiva. Paulo foi sem dúvida, o maior missionário
de sua época e, quiçá, de todos os tempos pela extensão do ministério pessoal desenvolvido bem
como pelos frutos que se estendem numa cadeia de multiplicação que chegam aos nossos dias.
Paulo foi dinâmico, ativo e audacioso porque era cheio do Espírito Santo e obediente à chamada
de Deus. Paulo e seus companheiros atravessaram toda a Ilha de Chipre (207 km de extensão) até
Pafos, e de navio chegaram a Perge no território da Panfília e de lá até Antioquia da Psídia.
Retornando a Antioquia da Síria anunciaram a Palavra de Deus em Icônio, Listra, Derbe, e
Galácia, anunciaram as boas novas de salvação em Listra, Troas, Filipos, Tessalônica, Bereia,
Atenas, Corinto, Éfeso, Trôade, Mileto, Tiro, Cesareia, Frígia, chegando até Roma. Veja no
mapa bíblico a extensão do trabalho missionário desenvolvido por Paulo e seus companheiros,
com o estabelecimento de muitas igrejas e conversão de multidões.

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2. Estatísticas globais por grupos religiosos ou antirreligiosos. Segundo o Comitê de


Lausanne (Congresso missionário que reuniu cerca de 4 mil líderes na Suíça em 1974), um povo
é considerado não alcançado quando sua população evangélica praticamente soma menos que
20%. Existe um grande fluxo de missionários sendo enviados para trabalharem em povos com
20% ou mais de cristãos praticantes ou não. É bastante provável que um povo que tem 20% ou
mais de cristãos praticantes, não necessita de obreiros de outro contexto social, isso significa que
dos 16.300 povos existentes no mundo, 6.500 são considerados povos não alcançados, e dos
23.000 grupos linguísticos espalhados pelo globo terrestre, somente 25% desse total poderia ser
considerado alcançado, enquanto que 75% é composto pelos não alcançados. As estatísticas
afirmam que que as igrejas do Ocidente em parceria com as agências missionárias tem mais de
300.000 missionários espalhados pelo mundo, porém, 91% deles trabalham com povos já
alcançados, enquanto que apenas 9% deles estão sofrendo com a maior parte da tarefa. Para
alcançarmos esses grupos e povos precisamos conhecer os níveis de dificuldades, quanto mais
distantes culturalmente, maior é o nível de dificuldades e melhor precisa ser o preparo do
missionário. Este é um desafio que vem aumentando a cada dia, pois a população do mundo hoje
(31 de Maio de 2022) é de 7 bilhões, 949 milhões, 944 mil e 459 pessoas, e os trabalhadores são
poucos para a grande ceifa da seara do Senhor. Vamos pensar da seguinte forma, se levarmos em
consideração que 1 milhão de segundos ocupa pouco mais de 7 dias de nossa vida, 1 bilhão de
segundos irá ocupar 32 anos dela. Isso mostra o tamanho do desafio que temos pela frente. Para
conseguirmos ganhar esta guerra precisaríamos ter no mundo inteiro 600 milhões de Igrejas
evangélicas espalhadas por todos os países do mundo, para então conseguirmos congregar em
cada Igreja pelo menos um milhão e meio de pessoas para prepara-las e enviá-las ao campo
missionário, veja que não é uma tarefa nada fácil.

3. Grupos religiosos por número de pessoas no mundo.

a. Cristianismo (2 bilhões e 461 milhões).


Catolicismo ...............................................1 bilhão e 340 milhões
Protestantes e evangélicos.........................801 milhões
Ortodoxos..................................................250 milhões
Grupos isolados (seitas) ...........................70 milhões

b. Outras religiões (3 bilhões e 874 milhões).


Muçulmanos..............................................1 bilhão e 500 milhões
Hindus.......................................................1 bilhão e 250 milhões
Religiões orientais.....................................900 milhões
Judeus........................................................14 milhões
Animistas e espíritas..................................155 milhões
Outros grupos.............................................55 milhões

c. Ateus, e os que não professam credos definidos (1 bilhão e 614 milhões).


4. A Janela 10º x 40º. É a região entre o Atlântico e o Pacífico, e entre os paralelos 10º graus de
Latitude, e 40º graus de Longitude ao Norte da linha do Equador, um espaço comparado a uma
janela retangular, que se estende desde o Oeste da África até o Leste da Ásia, onde vive a maior
população mundial e com menos oportunidade de ouvir o evangelho.

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Os países dessa região são considerados o “Cinturão da Resistência”, ou seja, um número


expressivo de povos não alcançados pelo Evangelho. Foi basicamente nessa região que Paulo fez
as suas três viagens missionárias principais, e que ficavam as 7 igrejas citadas no livro do
Apocalipse, mas que infelizmente todas foram sufocadas com as perseguições e desapareceram.
Ao todo são 62 países localizados nessa janela, e é de longe o maior desafio missionário dos
últimos tempos. A religiões que predominam esmagadoramente nessa região são o Budismo, o
Islamismo e o Hinduísmo. Essas religiões anualmente têm matado milhares de pessoas e
adeptos, por causa das facções existentes entre eles mesmos e da perseguição causada contra os
cristãos residentes nessas áreas de risco. Nessa região pregar o Deus verdadeiro da Bíblia é um
ato de blasfêmia contra as ideologias pregadas pelos líderes dessas religiões e geralmente uma
sentença de morte para o missionário que for descoberto. Vejamos então a porcentagem de
cristãos em cada um dos países que ficam nessa Janela: Índia (1%), Mauritânia (0%), Sudão
(3%), Afeganistão (0,02%), Japão (3%), Guiné-Bissau (1,2%), Kuwait (0,5%), Bangladesh
(0,2%), Butão (0,03%), Arábia Saudita (0,007%), Guiné (0,75%), Tailândia (0,3%), Níger
(0,1%), Quirguistão (0,003%), Irã (0,05%), Burkina-Faso (3%), Mali (0,9%), Azerbaijão
(0,003%), Benim (2%), Indonésia (6%), Laos (1,9%), Saara Ocidental (0%), Egito (0,8%),
Uzbequistão (0,001%), Nepal (0,5%), Emirados Árabes (0,7%), Albânia (5%), Marrocos
(0,01%), Iraque (0,5%), Sri Lanca (0,9%), Israel (0,35%), Tadjiquistão (0,001%), China (4%),
Djibuti (0,03%), lêmen (0,01%), Vietnã (0,6%), Formosa (3%), Bahrein (1,5%), Brunei
(0,06%), Líbano (4,3%), Catar (0,007%), Turcomenistão (0,001%), Etiópia (10%), Birmânia
(4%), Tibete (0,02%), Argélia (0,01%), Líbia (0,1%), Malásia (2%), Omã (0,1%), Cazaquistão
(0,004%), Tunísia (0,001%), Camboja (0,05%), Turquia (0,03%), Coréia do Norte (0,5%),
Somália (0,01%), Paquistão (0,5%), Nigéria (17%), Maldivas (0,1%), Jordânia (0,4%),
Senegal (0,1%), Síria (0,1%), Mongólia (0,1%).

5. O preparo do Missionário Transcultural. O que foi exposto até agora revela a necessidade
de o missionário receber um preparo específico, na área transcultural, antes de sair para o campo.
Hoje, esse tipo de orientação é encontrado em boas escolas missiológicas que já existem no
Brasil e, para contribuir ainda mais com esta visão, foi criada a EMAD (Escola de Missões das
Assembleias de Deus). Não se justifica o envio de alguém sem que conheça a cultura do país
para onde vai, pois “Manejar bem”, como ensinou Paulo a Timóteo (2 Tm 2.15), tem todas estas
implicações.

6. Preparo linguístico. Conhecer não só o idioma mas as peculiaridades da língua do país em


que vai trabalhar é condição básica para qualquer missionário. Este preparo demanda tempo e
estudo, antes da transferência, e um bom período de adaptação já no campo. Apesar da boa dose
de humor que existe na história, fazer como certo obreiro, que preferiu ensinar português para
seus ouvintes hispânicos a ter que aprender castelhano para pregar é uma atitude absurda e até
certo ponto ridícula. O aprendizado implica em conhecer bem as expressões idiomáticas e o
sentido das palavras que, às vezes, se modificam de uma região para a outra. Na própria Bíblia
há exemplos disso, como a palavra mundo que aparece com três significados. O missionário que
estiver em país de língua hispana e não souber disto poderá cometer uma tremenda gafe. Conta-
se que entre os missionários ingleses enviados para pregarem na África no século XVIII, em
determinada tribo do Saara, os nativos ao serem evangelizados quando ouviram que o sangue de

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Jesus nos purifica e nos deixa mais alvos que a neve (Is 1.18), eles não compreenderam nada,
pois nunca haviam tido contato com a neve, então os missionários tiveram a ideia de substituir a
palavra neve por brancura do coco, um elemento do cotidiano deles. Então tiveram grande êxito
na evangelização. Outro caso interessante foi o descrito pelo Missionário Don Richardson, e que
ocorreu em determinada tribo nas ilhas do Pacífico. Ao pregar sobre a pessoa de Cristo, ele não
deixou de mencionar em contexto secundário a traição de Judas, já que o centro da mensagem
era o Salvador. Para sua surpresa, o povo elegeu Judas como herói e não deu a mínima
importância para Cristo. Intrigado com o fato, ele descobriu que naquela tribo a traição era o
padrão ético de mais alto valor entre eles. Uma pessoa que traísse a outra era tratada com toda
estima pelas demais, logo, Judas ganhou a simpatia de todos. Foi preciso algum tempo para Don
Richardson encontrar o ponto de aproximação, usando uma circunstância dramática no
relacionamento daquela tribo com outras tribos, para inverter o quadro e colocar Cristo como
centro da atenção. Aqui fica uma advertência, o missionário Transcultural não pode ficar na
expectativa de que ele vai conseguir de imediato mudar a mentalidade do povo ao qual vai
pregar.

7. Preparo teológico. O conhecimento teológico direcionado à missiologia é outra área que


exige preparo. É interessante frisar que não se trata de conhecer apenas meros conceitos
sistemáticos sobre as doutrinas bíblicas e tentar transplantá-los de uma realidade para a outra. É
preciso que esses conceitos tenham correspondência prática na vida de quem os ensina,
principalmente no campo missionário, onde poderão existir circunstâncias que exigirão "provas"
daquilo que se prega (1Pd 3.15). Toda teoria que não for cientificamente provada, continua
sendo uma “boa teoria” e nada mais. O ensino bíblico não pode ficar apenas no campo teórico,
pois se não for acompanhado de evidências, terá poucos resultados. Diferente dos primeiros
missionários que atuaram ao longo da história, hoje nós temos um vasto campo de pesquisa que
nos proporcionam um grande contexto para provarmos a nossa base Bíblica, como é o caso da
Arqueologia Bíblica que tem confirmado aquilo que nós temos pregado, pois Jesus disse: “Se
esses se calarem , as próprias pedras clamarão” (Lc 19.40), e é exatamente isso que os achados
arqueológicos fazem, eles clamam, quando nós nos calamos diante das indagações e
questionamentos.

8. Conhecendo os costumes. Como já ficou claro, os costumes são mutáveis e diferem de uma
região para a outra. O choque cultural pode ser muito forte, se o Missionário não estiver bem
preparado para enfrentar a nova realidade do seu ministério. Vamos avaliar especificamente esta
situação a partir de uma determinação bíblica. Observe esse texto de (1Ts 5.26), esta mesma
determinação é encontrada em outros textos, como (1Co 16.20,2/1Co 13.12/l Pd 5.14). Em todas
as citações você encontra inicialmente o verbo saudar no imperativo, o que exclui a hipótese de
ser uma decisão de espontânea vontade das partes. Ou seja, a ordem é: “Saudai!”. Em segundo
lugar, tem caráter abrangente, pois inclui “a todos”. Em terceiro lugar aparece o modo da
saudação, o “ósculo”, que não é nada menos do que o beijo. O quarto ponto a considerar é a
qualidade do ato: "santo". Não obstante tratar-se de uma determinação, não é comum, no Brasil,
o uso do beijo como forma de saudação entre homens, seja no mundo secular ou mesmo entre os
crentes, a não ser naquelas igrejas que transformam este costume em doutrina bíblica. Nem
mesmo na relação com o sexo oposto, em se tratando de amizade, o beijo não é predominante,
apesar de já estar havendo uma ligeira alteração no quadro. No entanto, se você levantar os olhos
para os países orientais, vai encontrar o ato do beijo entre homens como uma rotina que expressa
amizade e companheirismo. Surge, então, a pergunta: Por que não usamos, em nossas igrejas, a
saudação determinada pelo apóstolo Paulo e repetida por Pedro? É que ambos estavam
lançando mão de um costume da época para ensinar um princípio bíblico sobre a sinceridade no
relacionamento cristão. A palavra normativa no texto é que a nossa relação de amizade uns com
os outros não pode ser fingida, traiçoeira, hipócrita, mas deve consubstanciar-se num espírito

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fraterno, de sinceridade, reverência e santidade. Se Paulo estivesse no contexto brasileiro de


hoje, talvez escrevesse: “Saudai a todos com um abraço santo ou com um aperto de mão”, o que
expressaria a mesma verdade, sem nenhuma distorção. Se você estiver, por exemplo num país
árabe, não queira evitar que os homens se beijem por não ser este o seu costume, mas aplique a
palavra normativa da Bíblia na realidade em que está vivendo, e lembre-se: os princípios bíblicos
são imutáveis, mas os costumes mudam. Vamos avançar um pouco mais nos exemplos. Um
brasileiro mais afoito poderá causar sérios constrangimentos caso deseje impor o abraço como
“modelo bíblico” para coreanos e japoneses e vice-versa. Vale a pena reiterar, para efeito
didático que coreanos e japoneses entre outros povos orientais, têm também o costume de tirar os
sapatos como sinal de respeito antes de entrarem em qualquer casa. Em outros países, como o
Marrocos e Madagáscar, é comum os homens andarem de mãos dadas, não significando em
hipótese alguma qualquer desvio de conduta moral. É apenas uma forma de companheirismo.
Missionários brasileiros que trabalharam em Madagáscar tiveram que adaptar-se às
circunstâncias.

9. Outra questão séria é a das vestimentas. O quadro muda de região para região, cabendo,
portanto ao missionário uma atitude de equilíbrio, de modo que ele não transplante situações
próprias do Brasil para a realidade em que vai viver, nem traga, ao retomar, costumes
incompatíveis com o nosso “modus vivendi”. Leia o texto de (Dt 22.5) e veja que as roupas dos
tempos bíblicos eram bem diferentes das que se usam hoje, principalmente no mundo ocidental,
mas sem dúvida havia um padrão para o homem e outro padrão para a mulher. O princípio
bíblico da distinção entre o sexo masculino e o sexo feminino embutido no texto acima,
permanece inalterado em qualquer cultura, ainda que a forma da vestimenta seja diferente, pois
em cada circunstância há um padrão que distingue um sexo do outro, como por exemplo, a calça
comprida, que existem modelos masculinos e femininos, já os modelos unissex são uma
deturpação a ordenança bíblica. A área dos costumes inclui também hábitos alimentares à mesa,
e na convivência familiar eles diferem dos nossos padrões brasileiros.

10. O que é bíblico, extrabíblico e antibíblico. Qual deve ser a bússola para guiar o missionário
em casos como estes? Ele precisa ter em mente três parâmetros para encontrar a resposta correta.
Em outras palavras, ele precisa discernir o que é bíblico, extrabíblico e antibíblico.

a. O que é bíblico. Reporta-se àqueles costumes que, mesmo diferindo de uma etnia para outra,
como foi mencionado reiteradas vezes nessa apostila, expressam com a mesma grandeza e sem
nenhuma distorção os princípios da Palavra de Deus, que são imutáveis e têm caráter universal,
pois os costumes são humanos, mas a doutrina é divina (Cl 2.8/Is 40.8).

b. O que é extrabíblico. Relaciona-se com aquelas áreas nas quais a Bíblia não interfere
especificamente, a favor ou contra, dependendo da consciência de cada um para julgar o que é
lícito e o que não é lícito. A Palavra de Deus não determina as cores das roupas que devemos
usar e nem o melhor tipo de calçados para os nossos pés. São, portanto, questões extrabíblicas.
Aqui prevalecem o bom senso e a orientação do apóstolo Paulo (lCo 10.23)

c. O que é antibíblico. Refere-se àquelas situações que colidem frontalmente com a fé cristã,
exigindo do missionário um posicionamento decidido, mas ao mesmo tempo prudente, no
sentido de encontrar a estratégia correta para mudar esse tipo de circunstâncias. É preciso graça
de Deus, discernimento espiritual e aguardar o tempo certo, pois nem tudo se muda da noite para
o dia. Exemplo disso é a poligamia em países africanos, tradição que passa de geração a geração
e, que demanda da parte do missionário não entrar em choque para que as portas não se fechem,
mas em ter atitude decidida para influenciar a mudança de comportamento, sempre à luz dos
princípios bíblicos e doutrinários. No contexto deste capítulo, o Senhor indiretamente condenou

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as instituições sociais da poligamia e do concubinato, tão em voga no Antigo Testamento e


cujos resquícios ainda perduravam. “O exemplo da mulher adúltera que, pela lei deveria ser
apedrejada, se constitue outra lição sobre o modo como Jesus encarava os padrões éticos da
cultura religiosa judaica. Ele se apegava a valores absolutos e não relativos. Sob este prisma, o
Mestre não poderia pela lógica assentar-se junto ao poço de Jacó e dialogar com a mulher
samaritana, todavia, permaneceu fiel ao princípio universal do amor, que une todas as raças e
alcança o pecador de índole mais pervertida”. Isto sim, é missões transculturais!

5) RELIGIÕES MUNDIAIS

I - INTRODUÇÃO

A diversidade religiosa se manifesta nas diferentes crenças, cultos e rituais ao redor do mundo,
professados por pessoas que vivem em diversos lugares e culturas. É possível encontrar
diversidade religiosa no cotidiano, quando numa mesma região há lugares para cultos e rituais de
diferentes religiões.

1. Etimologia da palavra Religião. A origem mais correta para a palavra “religião” vem do
latim, e nasceu de religio, que significa “respeito pelo sagrado”. Discutisse que esta palavra do
latim seja derivada de “re” (prefixo que reforça uma ideia), e o verbo “legere” (que significa
ler). Outra etimologia que é discutida é da palavra “religare” (também do latim, que significa
atar ou ligar com firmeza). Esta palavra também tem o prefixo “re”, que reforça a ideia de ligare
(significa atar, ou até mesmo, atender um chamado).

2. As Religiões do Mundo. A análise da distribuição das religiões pelo mundo permite


recuperar uma parte da história dos países e destacar traços religiosos comuns às nações de uma
mesma região ou continente.

a. Na Europa. O cristianismo é a principal religião da Europa e a maior do mundo em número


de adeptos. Enquanto o catolicismo predomina na porção meridional e ocidental do continente, a
Igreja Ortodoxa prevalece em alguns países da península Balcânica e da Comunidade dos
Estados Independentes (CEI). Já os protestantes são maioria na Alemanha, no Reino Unido, nas
nações da península Escandinava e nas repúblicas bálticas. A imigração de turcos, de africanos
do Magreb e de árabes levou o islamismo para certas nações europeias, especialmente Alemanha
e França, o que vem estimulando discursos xenófobos (contra estrangeiros) nesses países.

b. Na América. A composição religiosa da América espelha a origem metropolitana na América


Latina (colonização hispano-portuguesa), o catolicismo impera e é mais representativo do que na
própria Europa, sede da Igreja Católica. As estatísticas, entretanto, ignoram fenômenos como o
sincretismo religioso e a ligação com outra religião, como o espiritismo que é praticamente
restrito a essa faixa continental, e o protestantismo que vem crescendo em função do avanço dos
pentecostais também merecem destaque na região. Na América Anglo saxônica (dominada
pelos ingleses), os protestantes são maioria e os católicos vivem basicamente na província de
Québec, no Canadá (ocupada inicialmente pelos franceses), e em alguns estados norte-
americanos que recebem grande quantidade de imigrantes latinos, como Flórida, Texas e
Califórnia.

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c. Na Oceania. A colonização britânica de boa parte da Oceania também deixa como herança a
primazia do protestantismo sobre o catolicismo e as principais religiões do continente, sendo que
as crenças tradicionais dos povos nativos estão em processo de extinção.

d. Na África. A diversidade religiosa do continente africano é determinada pela prática de


crenças animistas tribais, que dividem espaço com religiões estrangeiras, sobretudo o islamismo
introduzido pelos árabes no Norte da África, a partir do século VII, e o cristianismo disseminado
especialmente após o século XIX, quando se acentua a colonização europeia. A existência de
religiões de origem asiática decorre da imigração de mão de obra no período colonial.

e. Na Ásia. É o berço de antigas religiões de caráter étnico e também de crenças universalistas


como o cristianismo, islamismo e judaísmo, nascidas na região do Oriente Médio. O islamismo
é a segunda religião mais difundida no mundo, e é majoritário no continente. Os muçulmanos se
concentram no Oriente Médio, na Ásia Central, no Subcontinente Indiano e no Sudeste Asiático.
Já o judaísmo é quase que exclusivo do Estado de Israel, e o cristianismo tem influência reduzida
na Ásia. O hinduísmo, terceira maior religião, é fundado na Índia e praticado pela maior parte
dos habitantes desse país. O budismo, também originário da Índia, propaga-se, sobretudo pela
península da Indochina e pela Mongólia. O confucionismo e o taoísmo surgem na China, onde
possuem importância significativa, e se espalham para algumas nações próximas no Sudeste
Asiático, e o xintoísmo prevalece no Japão. Estudar e comparar confissões religiosas que
possuem crenças e valores tão diversos e diversificados representará certamente para o estudante
de Missiologia um saudável exercício de conhecimento pelos credos diversos.

II - AS RELIGIÕES PRIMITIVAS

1. Animismo. Vem do latim “Anima” (alma ou espírito) mais “ismo” (doutrina, sistema). É a
crença de que a natureza está povoada por espíritos (almas). Esses espíritos são identificados
com os elementos como fogo, água e as florestas, e esses espíritos podem manter contato com os
vivos interferindo na esfera humana. Existem três formas de animismo:

1ª Forma (Manismo). Vem de manes (antepassados), e é o culto aos antepassados (defuntos)


com o oferecimento de sacrifícios. Fala-se também em Euhemrismo (Euhemero, filósofo
grego), os deuses nada mais são que homens divinizados. Dentre elas estão:
a. Totemismo. Fenômeno comum a inúmeras sociedades tribais. O conceito refere-se a uma
ampla variedade de relações de ordem ideológica, mística, emocional, genealógica e de
veneração entre grupos sociais ou indivíduos específicos, de animais ou outros objetos naturais,
que constituem o totem. O termo deriva da palavra ototeman, do idioma dos índios algonquinos,
do Leste dos Estados Unidos, e geralmente é representado por uma carranca esculpida em um
tronco de árvore, que representa um espírito familiar ou um animal protetor da aldeia.

b. Confucionismo. Entre as tradições que considerava importantes, o culto aos antepassados


tinha lugar privilegiado: "Servir aos mortos como se estivessem conosco é a mais elevada
expressão de piedade filial." Na arquitetura chinesa, durante muito tempo, as casas reservaram
um lugar central para o altar dos antepassados. É uma corrente filosófica e ética baseada nos
ensinamentos de Kung-Fu-Tzu, o Confúcio. Até o início de século XX, por mais de dois mil
anos, foi a principal doutrina da China. Em relação a Deus e ao mundo sobrenatural, mostrou-se
agnóstico, não os negava, e até respeitava as tradições e se apoiava nelas, mas considerava que
esses temas escapam às possibilidades do conhecimento humano: "Se nem sequer compreendeis
a vida, como poderíeis entender a morte?" Ou "Se não podemos servir ao homem, como
poderemos servir aos espíritos?". Ao referir-se ao céu ou ao Mandato Celeste, pareceu

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frequentemente identificá-lo com a natureza. Confúcio se propôs como meta uma reforma
política baseada na moral, para instaurar a ordem e a justiça. A essência de seu pensamento era o
zen (jen), que tem sido entendido como benevolência, amor, virtude, altruísmo, humanidade e
outros termos que denotam ideias similares. A mensagem de Confúcio se concentra nos Cinco
clássicos ou Wu jing (jing ou ching significa "o que serve de regra ou cânon"). O Shu jing (Shu
ching), Livro da história, reúne fatos e decisões do tempo dos reis sábios e permite identificar a
autoridade daquilo que Confúcio chamava de Mandato Celeste, com a imitação dos soberanos
justos. O Shi jing (Shih ching), Livro dos poemas, reúne 305 hinos profanos e religiosos, que
Confúcio comentava de um ponto de vista ético, sem entrar nos temas sensuais nem na beleza
poética dos textos. O Yi jing (I ching), Livro das mutações, inclui os diagramas empregados na
adivinhação. O Li ji (Li chi), Livro da etiqueta, contém os ritos ou cerimônias. Por último, o
Chunqiu (Chun-chiu), as primaveras e os outonos, narra a história do estado de Lu, onde
Confúcio nasceu, de 722 a 481 a.C. Confúcio pregou o cultivo das virtudes e o dever de aspirar à
perfeição. Àquele que conseguia a virtude perfeita, chamava de "homem perfeito" ou
"cavalheiro". Confúcio insistia em que o governante deveria esforçar-se para que o povo vivesse
em paz e prosperidade. Se não conseguisse isso, deveria ser substituído ainda que fosse pelo uso
da força. O bom governante, além de ser modelo de moralidade, devia fomentar a educação,
conseguir uma sociedade justa e entregar os cargos de responsabilidade às pessoas mais capazes,
sem levar em conta sua origem social.

2ª Forma (Naturista). Vem de natura (natureza), e é a crença na alma das coisas.

a. Panteísmo. Vem dos termos gregos, “Pan” (tudo), “Theos” (deus, deuses), e do sufixo neutro
“ismo” (doutrina, sistema) que pode ser associado as mais diversas ideologias. No panteísmo
entende-se que tudo é deus, ou deus está em tudo. As religiões primitivas são panteístas,
acreditam num grande “Deus, a Natureza”. Todos os elementos naturais são divinizados, se
atribuem “inteligências” espirituais ao vento, a água, ao fogo, as populações animais e etc. A
relação de dependência do ser humano com o ecossistema é clara, assim como a de parentesco e
de submissão. As entidades elementais da natureza estão presentes em toda a parte, conferindo a
onisciência do espírito divino. Os panteístas dizem que Deus é o universo. A Bíblia diz que Deus
criou o universo.

b. Crenças indígenas. Nas cosmovisões indígenas é comum uma noção de tempo não linear, em
que o universo não tem uma origem e fim definidos e os tempos se confundem. Muitas tribos
acreditam em um deus supremo, mas este deus podia ter a função única de criar o universo,
deixando-o depois sob a responsabilidade de deuses secundários. Vários animais, plantas, seres
mitológicos e a própria Terra e seus elementos em todas as culturas foram variavelmente
deificados (animismo), ou sacralizados, ou personificados, e em muitas comunidades cultivava-
se uma identificação panteísta de um poder divino insondável com a Natureza e os homens. Para
eles o mundo visível era apenas um de muitos mundos paralelos, que em certos aspectos ou
momentos podiam se tornar intercomunicantes. A ideia de um paraíso pós-morte, a "terra sem
males" como o chamam os guaranis, reservada aos bons e corajosos, era recorrente, e
praticavam-se elaborados rituais de sepultamento dos mortos, bem como para preservar a
memória de ancestrais e dos fundadores míticos dos clãs. Mas suas religiões não
eram dogmáticas, não havia uma liturgia imutável, nem escrituras sagradas, não ofereciam
vítimas sacrificiais aos seus deuses e não praticavam o proselitismo religioso.

c. Lendas indígenas. Diversas de suas lendas se tornaram populares entre os não índios,
enriquecendo os folclores regionais, como as lendas do Boto, da Boitatá, da Iara,
do Uirapuru e do Curupira. Além dos Tupis e dos Guaranis, os Ianomâmis, Araras,
Guajajaras e dezenas de outros povos também carregam uma profunda ligação com as forças da

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natureza, que estão ligadas às suas crenças em divindades cultuadas desde os primórdios dessas
civilizações. Tal legado permanece vivo até hoje dentre os mais de 450 mil indígenas que vivem
no Brasil.

 Tupã (criador dos céus, da terra e dos mares, o grande “espírito do trovão”, foi ele quem
concedeu aos pajés todo o conhecimento sobre as plantas, ervas medicinais e rituais de cura;

 Jaci (filha de Tupã, e deusa da Lua e guardiã da noite, sendo também responsável pela
reprodução);

 Guaraci (irmão e marido de Jaci, é o deus do Sol, guardião do dia que auxiliou o pai Tupã a
criar todos os seres vivos);

 Ceuci (deusa das moradias e das lavouras, também protege e acolhe os frutos da nossa terra);

 Anhangá (inimigo de Tupã, é o protetor dos animais e dos caçadores, seu espírito vaga solto,
tomando a forma de animais selvagens e trazendo má sorte para quem com ele se depara);

 Sumé (deus das leis e das regras, foi quem ensinou aos índios os saberes sobre como cozinhar
a mandioca e utilizá-la no cotidiano como um importante fruto que a terra deu);

 Akuanduba (figura característica da tribo dos Araras, esse Deus é famoso por tocar sua flauta
para trazer ordem ao mundo);

 Yorixiriamori (famoso pelo seu canto que enfeitiçava todas as mulheres, diz a lenda que ele
fugiu sob a forma de um pássaro e é muito conhecido, principalmente pela cultura Ianomâmi);

 Yebá Bëló (para os índios Dessanas, é quem teria sido a responsável pela criação do
universo);

 Wanadi (deus dos povos Iecuanas, essa figura faz parte de um mito que dizia que o Sol teria
criado primeiramente três seres vivos para habitar o planeta. Apenas Wanadi nasceu perfeito,
enquanto os seus outros irmãos teriam chegado com deformidades, que representam os males
presentes na Terra (fome, doenças e mortes).

d. Pajelança e Xamanismo. Os mediadores por excelência entre o plano divino e humano eram
os pajés ou xamãs, que eram também, junto com os anciãos, os principais guardiões e
transmissores de suas tradições. O uso de substâncias alucinógenas, tabaco e
beberagens embriagantes era generalizado, embora sujeito a regras precisas, para fazer a ponte
para o mundo invisível, para relembrar tradições e os antepassados, selar pactos entre as tribos
ou renovar a união interna da comunidade. Os índios acreditam que a doença é provocada pela
perda da alma, e cabe ao Xamã ou Pajé a tarefa de descobrir onde se encontra a alma perdida ou
sequestrada por algum espírito do mal e empreende em seguida uma difícil e perigosa viagem ao
outro mundo, para resgatar a alma e devolvê-la saudável ao corpo do enfermo.

3ª Forma (Espiritismo). É a comunicação com os espíritos incorpóreos que são encontrados nas
religiões africanas, indígenas, kardecistas e afro-brasileiras. O espiritismo é, sem dúvida, uma
das heresias que mais cresce no mundo hoje. O Brasil, particularmente, detém o triste recorde de
ser o maior reduto espírita do mundo. O seu crescimento se dá em grande parte, devido ao
fascínio que seus ensinos exercem sobre a mente das pessoas desprovidas do verdadeiro
conhecimento de Deus. O espiritismo se constitui no mais antigo engano religioso já surgido,
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porém, sua forma moderna como hoje é conhecida, surgiu de duas jovens norte-americanas,
Margaret e Kate Fox. Partindo desse (movimento) acontecimento, que recebeu ampla cobertura
dos meios de comunicação da época, propagaram-se sessões espíritas por toda a América do
Norte. Subdivisões do Espiritismo:

1. Espiritismo comum. Dentre as muitas práticas desse espiritismo, destacamos as seguintes:

a. Quiromancia. Adivinhação pelo exame das linhas das mãos;

b. Cartomancia. Adivinhação pela decifração de cartas de jogar;

c. Hidromancia. Arte de adivinhar por meio da água;

d. Grafologia. Estudos dos elementos normais e principalmente patológicos de uma


personalidade, feito através da análise de sua escrita.

2. Espiritismo Científico. Sistema filosófico dos que não seguem sistema algum, escolhendo de
cada um a parte que lhe parece mais próxima da verdade.

a. Esoterismo. Do grego exo, "dentro de", este termo existe por oposição a exoterismo (do
grego ex, "fora de"), que designa o saber exterior. Doutrina ou atitude de espíritos que
preconizam que o ensinamento da verdade se reserva a um número restrito de iniciados,
escolhidos por sua influência ou valor moral.

b. Teosofia. Conjunto de doutrinas religiosa-filosófica que tem por projeto a união do homem
com a divindade, mediante a elevação progressiva do espírito. O termo teosofia (do grego, theos
= deus, sofia = sabedoria) significa sabedoria de deus e diz respeito a qualquer tipo de
misticismo filosófico que pretende ser baseado matemática ou cientificamente. Na antiguidade,
pode ser encontrado no pitagorismo, na filosofia neoplatônica e no gnosticismo. A Teosofia
moderna foi fundada por Helena Petrovna Blavatsky.

3. Espiritismo Kardecista. É uma doutrina religiosa de cunho filosófico e científico, cuja


principal crença gira em torno da constante evolução espiritual do ser humano, através das
reencarnações. A doutrina kardecista surgiu na França, em meados do século XIX, a partir dos
estudos e observações feitas pelo renomado pedagogo e educador francês Hippolyte Léon
Denizard Rivail, também conhecido pelo pseudônimo de Allan Kardec (1804 – 1869). Após se
dedicar ao estudo científico do magnetismo e investigar as chamadas “mesas girantes”, que
consistiam em eventos onde acontecia o movimento anormal de objetos sobre as mesas sem
qualquer tipo de interferência humana, Kardec começa a se interessar por assuntos relacionados
a desmaterialização dos corpos e ao percurso do espírito humano. Como resultado, Allan Kardec
publicou cinco principais obras que serviriam como guia para toda a doutrina espírita: “O Livro
dos Espíritos” (1857), “O Livro dos Médiuns” (1859), “O Evangelho Segundo o
Espiritismo” (1863), “O Céu e o Inferno” (1865) e “A Gênese” (1868). O conjunto de todas
essas obras é conhecido como a “Codificação Espírita”. O conteúdo das obras de Kardec seriam
frutos de seus diálogos com entidades espirituais de 1ª ordem, considerados “espíritos perfeitos”,
pois já ultrapassaram todas as provações impostas ao longo de suas vidas passadas e atingiram o
ápice do desenvolvimento espiritual, pois na lei do karma, toda ação corresponde uma reação
igual e de sentido contrário, ou seja, todo pensamento, vontade ou ação produzidos pelo ser
humano acarretará sobre este um evento de mesma natureza e intensidade, nesta vida ou em
outra. Os médiuns são dotados da capacidade de se comunicarem ostensivamente com o mundo
dos mortos (mundo dos Espíritos). Esta comunicação pode se efetuar através da fala

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(psicofonia), escrita (psicografia), pintura (psicopictografia), etc. No Brasil o espiritismo


enfatiza o lado religioso da moralidade, do assistencialismo, tendo como modo comportamental
a caridade, inspirando-se nos Evangelhos e compreendendo Jesus Cristo como o mais evoluído
Espírito que já se encarnou, também é dado destaque à terapia mediúnica, principalmente com a
aplicação de passes e utilização da água fluidificada, sendo que o líder espírita que mais se
destacou foi Chico Xavier. O espiritismo é aberto aos preceitos de diferentes religiões, como a
cristã e a umbanda, por exemplo, sendo que existem particularidades específicas em
comparação a cada uma delas. No entanto, a Bíblia Cristã costuma ser bastante utilizada entre os
espíritas como uma das várias referências literárias sobre o mundo espiritual, em especial o
relato da vida e obra de Jesus Cristo.

4. Baixo Espiritismo. O baixo espiritismo, também conhecido como Espiritismo pagão,


identificado principalmente nas religiões africanas e afro brasileiras. São muitas correntes, e
recebem nomes diversos dependendo do Estado ou da região brasileira em que se encontram.

a. Catimbó ou Jurema. Consiste no culto dos mestres (espíritos curadores de origem luso-
brasileira, posteriormente acrescidas de entidades africanas), dos caboclos (curadores de origem
indígena) e mais recentemente dos ciganos, os exus (masculinos) e pombas-gira (femininos). O
culto se processa através do canto, da dança e da possessão verbal, há também a utilização ritual
da fumaça de tabaco e a ingestão de uma bebida feita à base de vegetal jurema (Mimosa hostilis)
e de aguardente de cana. Temos assim a figura do mago, isto é, um especialista no intercâmbio e
controle de forças sobrenaturais.

b. Xangô (Pernambuco e Alagoas). Consiste no culto dos orixás que são divindades iorubás, e
os seguidores desta variedade não se preocupam com uma estruturação formal de sua religião,
tanto que para alguns os orixás são deuses e para outros são heróis africanos antigos, espíritos
desencarnados ou apenas a tradução (em língua nagô) dos santos católicos. Trata-se de uma
religião hipo-sacrificial (adota o sacrifício de animais, e organizacional (os terreiros se agrupam
em estruturas maiores e os seus membros apresentam uma hierarquia, sendo os referidos
terreiros comandados por pais e mães-de-santo, isto é, babalorixás e ialorixás. Conforme a
região onde é praticada pode receber várias denominações como Catimbó, Candomblé omolokô,
ou Candomblé de Goméia.

c. Umbanda ou macumba (Rio de Janeiro). Consiste dos elementos de natureza do


espiritismo europeu (Kardecismo). As entidades do Xangô e do Candomblé são interpretadas
como entes desencarnados. Nestes locais realizam-se sessões de “passe”, no qual a entidade
reorganiza o “campo energético astral” da pessoa. Igualmente são feitas sessões de
“descarrego”, quando é captada a energia negativa da pessoa e transferida para os fundamentos
do templo. Nessas reuniões não é permitido nenhum tipo de remuneração pelos trabalhos
espirituais, e as vestes mais usadas nestas cerimônias são de cor branca, porque é a cor neutra
que agrada todos os orixás e guias. A hierarquia religiosa é estabelecida a partir da liderança dos
médiuns e de seus guias.

d. Candomblé (Bahia). Predomínio de um número menor de categorias de entidades


circunscritas aos deuses de origem africana (orixás, vodus, inquices), erês (espíritos infantis) e
algumas vezes caboclos (espíritos ameríndios), a serem louvados através dos rituais privados e
festas públicas nas quais os deuses incorporam nos adeptos, fortalecendo os vínculos que os
unem e potencializando o axé (energia mítica) que protege e beneficia os membros do terreiro.
Para fazer parte do culto, o fiel é separado por um longo período, tendo raspagem total da
cabeça, oferecendo sacrifício animal e oferendas rituais. Tem o predomínio do jogo de búzios

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realizado somente pelo pai de santo (sem necessidade do transe), que recomenda os ebós ou
despachos para a solução dos problemas do consulente.

e. Quimbanda. É uma religião de origem afro-brasileira pouco conhecida nos dias de hoje, e
seu status atual é o rito, que por vezes é afrontoso à sociedade ocidental, visto que ainda mantém
fortes laços com as suas origens africanas, incluindo vários de seus sacrifícios animais e
a magia negra. O principal orixá é o Exu, a divindade iorubá que também é representada como
a entidade do caos e da enganação. É, ao mesmo tempo, o representante mais poderoso e aquele
com maior nível de agressão e imoralidade. A representação mais próxima do Exu feminino é
conhecida como Pomba-Gira, que se caracteriza como uma mulher sedutora e apaixonante que
anda pelas ruas, com batom vermelho e roupa de cores fortes. Ela é intermediária do plano
espiritual, e consegue comunicar os desejos dos homens aos guiadores do universo. Os ritos
possuem oferendas de uma magia mais pesada, com rosas e velas negras, catiças, mandingas e
simpatias, que são feitas para quase todos os objetivos da vida dos praticantes, tendo o uso de
cigarros, dinheiro e bebidas amargas, que são comuns para que maus espíritos deixem de
perturbar os consultantes.

f. Tambor de mina (Maranhão, Piauí, Pará e Amazônia). Conhecido também como São
Jorge da Mina, que é uma cidade de Gana – África. É uma religião cuja característica marcante
é o transe ou a possessão que é muito discreta e às vezes percebíveis apenas por pequenos
detalhes da vestimenta. Em muitas casas, no início do transe, a entidade dá muitas voltas ao
redor de si mesma, no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio. Normalmente a pessoa
quando entra em transe recebe um símbolo, como uma toalha branca amarrada na cintura ou um
lenço, denominado pana, enrolado na mão ou no braço. A iniciação de praticantes é demorada,
não havendo cerimônias públicas de saída, sendo realizada com grande discrição no recinto
dos terreiros, sendo que poucas pessoas recebem os graus mais elevados ou a iniciação completa,
por isso também é apelidada de a maçonaria de negros, pois apresenta características
de sociedades secretas, pois nos recintos mais sagrados do culto (peji em nagô,
ou côme em jeje), penetram apenas os iniciados mais graduados. A maioria dos participantes do
culto são mulheres e por isso, alguns falam num matriarcado nesta religião. Os homens
desempenham principalmente a função de tocadores de tambores (abatás), daí a
definição abatazeiros, também se encarregam de certas atividades do culto, como a matança de
animais de 4 patas e do transporte de certas obrigações para o local em que devem ser
depositados. Algumas casas são dirigidas por homens e possuem maior presença de homens, que
podem ser encontrados inclusive entrando em transe e sendo possuído por uma entidade.
Existem dois modelos principais de tambor de mina no Maranhão: O jeje e o nagô. O primeiro
parece ser o mais antigo e se estabeleceu em torno da Casa Grande das Minas Jeje, mais
conhecida como Casa das Minas (Querebentã de Toi Zomadônu), o terreiro mais antigo, que
deve ter sido fundado em São Luís na década de 1840. O outro, que lhe é quase contemporâneo e
que também continua até hoje, se estabeleceu em torno da Casa de Nagô. A Casa das Minas e a
Casa de Nagô localizam-se no mesmo bairro (São Pantaleão) a uma quadra de distância.
 A Casa das Minas. É única, não possui casas que lhe sejam filiadas, daí porque nenhuma
outra siga completamente seu estilo. Nesta casa os cânticos são em língua jeje e só se recebem
divindades denominadas de voduns, mas apesar dela não ter casas filiadas, o modelo do culto do
Tambor de Mina é grandemente influenciado pela Casa das Minas.
 A Casa de Nagô. Cultua voduns, orixás e encantados (gentis ou caboclos, que são espíritos
de reis, nobres, índios, turcos etc.). O modelo de culto desta casa deu origem a diversos terreiros
que se espalharam pela capital e interior do estado. Nos terreiros de Tambor de Mina é comum a
realização de festas e folguedos da cultura popular maranhense que às vezes são solicitadas por
entidades espirituais que gostam delas, como a do Festa do Divino Espírito Santo, Queimação
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de Palhinhas, o Bumba-meu-boi, o Tambor de Crioula e outras. É comum também outros


grupos que organizam tais atividades irem dançar nos terreiros de mina para homenagear o dono
da casa, as vodunces e para pedir proteção às entidades espirituais para suas brincadeiras.

IV - RELIGIÕES REGIONAIS (POLITEÍSTAS)

1. Hinduísmo. É a maior religião politeísta do planeta, e é de longe a que mais possui deuses em
toda a história dos povos, tendo atualmente mais de 330 milhões de deuses no seu panteão, sendo
mais de um deus para cada três pessoas, pois a Índia possui mais de um bilhão e 300 milhões
pessoas. Sua expressão ultrapassa os limites da religião e percorre toda a estrutura social, dos
atos comuns da vida diária até a literatura e a arte. Hinduísmo é um termo genérico usado para
designar a religião dos hindus, uma das mais antigas do mundo. Baseado nos "princípios eternos"
(vaidika dharma) da doutrina dos Vedas (sabedoria divina), é também chamado saratana
dharma (religião eterna). O hinduísmo estabeleceu as bases para muitas outras correntes
religiosas e filosóficas e passou por várias etapas, desde o hinduísmo védico, bramânico e
filosófico, até certos movimentos sectários e reformadores, entre os quais se incluem o budismo
e o jainismo, surgidos no século VI a.C. Em sua forma atual, o hinduísmo pode ser visto como
terceira fase do bramanismo. O hinduísmo é disseminado na Índia, no Paquistão, no Sri Lanka e
Myanmar, e há adeptos dessa religião na África do Sul, Bali, Trinidad e ilhas Fiji.

a. Sistema de castas. Os hindus atribuem caráter religioso a todas as atividades, o que faz do
hinduísmo uma ordem social-religiosa que influi diretamente na vida toda, desde a moral até a
economia e a gramática. Atuar de acordo com a casta a que pertence é, para o hindu,
consequência da doutrina enraizada na ordem do universo. A ordem social divide as pessoas em
castas, assim como a vida se manifesta em formas inferiores e superiores, e sua origem parece
proveniente da divisão entre o imigrante (ária), de pele clara, e os nativos (dasya), denominados
escravos (dasas), que se distinguiam pela pele escura. Em sua estrutura mais antiga, o sistema
era constituído de quatro castas: os brâmanes (sacerdotes), os xátrias (guerreiros), os vaixás
(burgueses) e os sudras (artesãos). Cada casta tem suas próprias normas e está rigorosamente
separada das outras. Não é permitido o casamento misto, nem a refeição em comum, nem a
participação conjunta em atividades profissionais. A quebra de qualquer dessas obrigações
implica a exclusão da casta, pelo que o indivíduo fica privado de todo direito social e se torna um
pária (sem casta). Mais tarde esse número aumentou e chegou a mais de três mil castas e
subcastas, divisão que ainda influi poderosamente na sociedade indiana, apesar da extinção legal
das castas em 1947. Nessa época, o sistema dividia a população hinduísta indiana em cerca de 17
milhões de brâmanes, vinte milhões de membros das outras três castas e mais de sessenta
milhões de outras categorias, entre as quais a dos intocáveis (harijans, povo de Deus).

b. Estratégias para ganhar os hindus. É difícil para a mente do hindu admitir a existência de
um único Deus diante de suas convicções na existência de milhões de deuses, segundo as
tradições religiosas de seu país. Seu coração já foi condicionado a crer desta forma. Fica claro
que não bastam conceitos bem urdidos e sistematizados, é preciso "provar" que o único Deus a
quem o missionário prega é o Todo-Poderoso. Esta prova depende da intervenção de Deus no
dia-a-dia do hindu para que ele entenda que os deuses aos quais adora não têm nenhum valor.
Moisés e Arão se viram numa situação parecida (Ex 7.10.-12). O Missionário Transcultural
precisa contar com essa diferença a seu favor; não fica bem tomar atitudes drásticas como alguns
gostam de fazer, como por exemplo: Matar vacas na Índia (animal divinizado), pois isso vai
provocar a expulsão imediata do pretenso missionário. O poder de convencer é do Espírito
Santo, e os dons espirituais são muito importantes neste caso, principalmente o de discernimento
de espíritos, pois são ferramentas de primeira mão no campo missionário.

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2. Budismo. Apesar de fazer parte das chamadas religiões filosóficas, também ensina a
reencarnação, uma vertente do espiritismo, pois acreditam que acima do mundo material por eles
desprezado, existem planos imponderáveis, habitados por seres divinos e felizes, ou seja,
também é um tipo de politeísmo. Ao contrário dos sistemas bramânicos-hinduístas, o budismo
não admite a existência de um Ishvara, "Deus Criador", sendo que as criações e destruições são
estabelecidas por uma lei eterna e o processo não tem nem fim nem começo. Aberto a todos os
grupos sociais, etnias, culturas e nacionalidades, desenvolveu-se por todo o Extremo Oriente.
Para se compreender a extensão desse sistema, é necessário que se conheça a literatura canônica
do budismo, que se divide em três coleções: o cânon páli, conservado pelos budistas do sudeste
asiático, o cânon sino-japonês e o tibetano.

a. Evolução histórica. Buda “nasceu em 560 a.C. em Lumbini aos pés do Himalaia (noroeste da
Índia), seu nome de família era Gautama, e seu prenome era Siddharta. Era filho de um Rajá, e
perdeu a mãe com apenas uma semana de vida. Convencido de que a vida é cheia de sofrimentos
e sacrifícios, resolveu buscar a iluminação religiosa, daí vem o nome Buda, "o iluminado". Sua
pregação se baseava na crença de que a existência é um ciclo contínuo de morte e renascimento.
Assim, a posição e o bem-estar na vida decorrem da conduta nas vidas anteriores. O
desligamento dos bens materiais, a paz e a plenitude levam a um estado de ausência total de
sofrimento a que denominou nirvana, e para atingi-lo, é preciso seguir a doutrina das Quatro
Nobres Verdades e da senda Óctupla (compreensão correta, pensamento correto, palavra correta,
ação correta, modo de vida correto, esforço correto, atenção correta e concentração correta).

3. Xintoísmo. De origem chinesa, o termo xinto significa "caminho dos deuses", e trata-se de
uma lealdade reverente a um estilo de vida e a lugares familiares e, é o conjunto de crenças e
práticas expressas em manifestações sociais e atitudes individuais, não tem fundador, escrituras
sagradas oficiais ou dogmas.

a. Origens. A tradição religiosa refere-se a um caos primordial em que os elementos se mesclam


em massa amorfa e indistinta, "como num ovo", tendo a partir daí o surgimento dos deuses. Com
a instauração do imperador Meiji, em 1868, o xintoísmo estatal foi proclamado religião oficial
nacionalista, e exalta a raça japonesa além de divinizar a pessoa do imperador, mas no final da
segunda guerra mundial os Estados Unidos obrigaram o imperador a desfazer o mito de sua
divindade. O advento dos deuses iniciou-se com cinco divindades: Amenominakanushi (senhor
do augusto centro do céu), Takamimusubi (alto gerador do deus prodigioso), Kamimusubi
(divino gerador do deus prodigioso), Umashiashikabihikoji (o mais velho soberano do cálamo)
e Amenotokotachi (o que está eternamente deitado no céu). A sequência prossegue com as "sete
gerações divinas", dois deuses e mais cinco pares: Kuminotokotachi (eternamente deitado sobre
a terra), Toyokumonu (senhor da integração exuberante), Uhijini (senhor da lama da terra), e
Suhijini (senhora da lama da terra), Tsunuguhi (embrião que integra) e Ikuguhi (aquela que
integra a vida), Ohotonoji (o mais velho da grande morada) e Ohotonobe (senhora mais velha da
grande morada), Omodaru (aspecto perfeito) e Ayakashikone (majestosa), Izanagi (varão que
atrai) e Izanami (mulher que atrai). Essas entidades recebem a designação de kami ou "espíritos
divinos". O último casal da série teogônicas, Izanagi e Izanami, desempenha na cosmogonia
xintoísta o papel da criação e, como tal, é a partir dele que se estrutura o corpo de mitos
etiológicos que mostram, por exemplo, o aparecimento das ilhas japonesas e das divindades
secundárias associadas a cada uma destas. A catábase (descida aos infernos) de Izanagi,
realizada após a morte de sua mulher em consequência do parto do fogo, faz parte dessa
categoria de mitos. Segundo a narrativa tradicional, Izanagi contemplou o corpo putrefato de
Izanami e se purificou num rio ao retornar ao mundo dos vivos. De seus trajes abandonados e
das impurezas que lhe saíram do corpo nasceram as divindades maléficas, além da deusa solar
Amaterasu e dos deuses Susanowo e Tsukiyomi (Lua). As relações entre o culto dos mortos e o

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culto dos kami manifestam-se no Kashikodokoro, santuário do palácio imperial de Tóquio onde
o imperador e sua corte rendem homenagens aos antepassados kami durante as grandes festas
nacionais.

V - RELIGIÕES FILOSÓFICAS

1. Taoísmo. Atribui-se a criação do taoísmo a Laozi (Lao-tsé), suposto autor do Daode jing
(Tao-te Ching) ou Livro da razão suprema, compilado provavelmente por volta do ano 300 a.C.
Essa é a principal fonte do taoísmo, além do Zhuangzi (Chuang-tzu) e do Liezi (Lie-tzu), que
reúnem fragmentos datados dos séculos IV-I a.C. O Daode jing é um pequeno tratado de cerca
de cinco mil palavras, concebido como um guia para os governantes, que oscila entre os
extremos da introspecção meditativa e da aplicação política de seus princípios. Para interpretar
seu texto criptográfico e hermético foram escritos numerosos comentários. O dao ou tao, é o
conceito fundamental tanto do taoísmo quanto do confucionismo. Dao significa literalmente
"caminho" ou “vereda”, termo que, como em outras culturas, designa também um método ou
estilo de vida, e, é o princípio universal, origem e fim de todas as coisas; é a unidade imutável
subjacente à pluralidade dos fenômenos, é a síntese dos opostos, do yin e do yang, ou pólos
contrários.

VI - RELIGIÕES MONOTEÍSTAS (MUNDIAIS)

Não trataremos a respeito de todas as grandes e pequenas religiões mundiais monoteístas nessa
apostila, pois o cristianismo será abordado na disciplina de História da Igreja nesse curso de
Missiologia.

1. Judaísmo. É uma das três principais religiões monoteístas do mundo. A crença considerada
como religião, filosofia e modo de vida é a mais antiga tradição religiosa do mundo que prega a
existência de um único Deus. Apesar de ser a religião do monoteísmo mais antiga, é a que
possui o menor número de adeptos. Atualmente, possui 14,2 milhões de judeus pelo mundo,
segundo o informe anual do Instituto de Política do Povo Judeu. A maioria dos judeus estão em
Israel e nos Estados Unidos, mas é possível encontrar pequenas comunidades judaicas em todas
as partes do mundo.

a. Origens do Judaísmo. O Judaísmo foi fundado por Abraão por volta do ano 2000 a.C. De
acordo com a tradição judaica, a prática religiosa teve origem quando Abraão foi ordenado por
Deus para liderar o seu povo e procurar a terra prometida (Gn 12,1-6). Eles foram levados para
Canaã, atual território da Palestina, e lá permaneceram até quando o local foi assolado pela
fome. Com isso eles migraram para o Egito (Gn 12.10), onde os judeus foram escravizados por
muito anos (Ex 1.11-14) até que, no século XII a.C., o profeta Moisés os levaram de volta à terra
prometida (Ex 12.37,38). Na terra de Canaã, os judeus transformaram o judaísmo em uma
religião estruturada durante o reinado dos Reis Saul, Davi e Salomão a religião ganhou força, no
entanto, outros grupos no Oriente Médio ganharam mais poder, ocupando o território
judeu. Após o enfraquecimento da comunidade judaica, os judeus se dividiram em grupos,
alguns foram exilados e dispersados para diversas nações. O retorno dos judeus ao Oriente
Médio aconteceu no dia 14 de maio de 1948, depois do Holocausto ocorrido durante a Segunda
Guerra Mundial, e que matou cerca de 6 milhões 271 mil e 600 judeus. Nesse período, foi criado
o moderno Estado de Israel, que divide o território com a Palestina. Espalhados através dos
continentes, os Judeus assimilaram grande parte da cultura dos povos entre os quais viveram, e
muitas vezes o casamento exógeno acompanhado de conversões ao judaísmo trouxe para o
grupo grande número de elementos, o que veio marcar profundamente o tipo físico desses
Judeus: Loiros em regiões europeias, morenos no Norte da África, quase mulatos no Iêmen,
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negros na Etiópia e no sul da Índia, mongólicos na Ásia Central; altos aquelouros, atarracados,
dolicocéfalos ou mesocéfalos, uns com o nariz grande, outros com ele curto etc. Em cada área
geográfica, por seu isolamento relativo, desenvolveram costumes, tradições, linguagens, rituais
diferentes e características, além do uso de nomes segundo as línguas locais. Individualizaram-
se, regionalizaram-se através dos séculos. Entre os principais grupos regionais, destacam-se:

 Judeus Asquenazitas: São chamados em hebraico “Ashkenazi” plural “Ashkenazim”


(Ashkenaz = Alemão). Os Asquenazitas usam sobrenomes alemães, russos, poloneses, húngaros,
iugoslavos, conforme a área em que viviam à época. São muitas vezes nomes de lugares (ex.
Berlinski, Frankfurter, Hambúrguer, etc.), nomes de profissionais (ex. Treiger, Weiner,
Weizmann, Goldman, Goldenberg, etc.).

 Judeus Sefaraditas: São ditos em hebraico “Sefardi” plural “Sefardim”, pois têm o seu
nome derivado de Sefarad (Espanha em hebraico). Parece que os Judeus já viviam na Península
Ibérica (Espanha e Portugal) deste os tempos de Salomão. A cidade da Tarxixe ou Társis,
mencionada na Bíblia (1Reis 10.22 e 2Crônicas 9.21), como o local onde as naus de Salomão
iam buscar prata, ficava na Espanha, segundo uns, ou na Sardenha, segundo outros. Esse grupo
de judeus chegou na América Latina juntos com os descobridores e desbravadores por volta do
século XV, fugindo da Inquisição europeia, que os perseguiu até o Novo Mundo. Também eram
chamados na Península Ibérica e nas suas colônias na América Latina de B´nei anussim (filhos
forçados), pois foram obrigados a abandonar a Lei judaica e a converterem-se ao cristianismo
católico, contra a sua vontade, para escapar às perseguições movidas pela Inquisição os acusava
de "judaizar", ou seja, que continuavam a observar clandestinamente seus antigos costumes e
sua religião anterior. Por isso também eram chamados pelos inquisidores de marranos (suínos,
porcos). Geralmente os judeus conversos abandonavam seus sobrenomes “infiéis” para adotar
novos “inventados” baseados exclusivamente em nomes de plantas, árvores, frutas, animais e
acidentes geográficos. Anita Novinsky encontrou exatos 1.819 sobrenomes de cristãos-novos
detidos, só no século XVIII, no chamado “Livro dos Culpados”. Os sobrenomes mais comuns
dos detidos eram Rodrigues (citado 137 vezes), Nunes (120), Henriques (68), Mendes (66),
Correia (51), Lopes (51), Costa, (49), Cardoso (48), Silva (47) e Fonseca (33). A Inquisição
anotava todos os nomes e sobrenomes dos condenados. Foi um judeu sefaradita, Fernão de
Loronha (Fernando de Noronha) o responsável pelo nome do Brasil, que na época era chamado
de Terra de Santa Cruz. O nome Brasil é derivado do pau-brasil que Fernando de Noronha
extraía, e de certa forma o responsável pelo atual nome do país. O próprio gentílico “brasileiro”,
devido ao sufixo “eiro/eira”, remete mais ao ofício da extração de pau-brasil (como em
“sapateiro” ou “costureira”) do que a uma nacionalidade propriamente dita, que normalmente
recebe o sufixo “ano/ana” (como em “americano”, “italiana” ou “australiana”). “Brasileiro”
teria sido o termo pelo qual Noronha e seus homens se referiam aos índios brasileiros, mais por
trabalharem com o pau-brasil do que por terem nascido aqui, e que acabou virando o
denominador de todos os nascidos na Terra do Brasil. Os registros apontam que a madeira e o
corante dessa árvore eram conhecidas por nomes como “brecilis” e “brezil”. Outro motivo era
devido ao fato de o pau-brasil ser uma madeira muito dura e dificilmente atacada por cupins,
assemelhando-se ao ferro. Interessante perceber que, em hebraico, a palavra ferro é “BaRZeL”, o
que nos leva a afirmar que o nome pau-brasil também foi dado pelos colonizadores cristãos-
novos (judeus convertidos ao cristianismo, mas que continuavam na prática do judaísmo). O
terceiro patriarca do povo judeu, Yaacov (Jacó), casou-se com quatro mulheres, e os seus nomes
aparecem da mais jovem à mais velha; Bilá, Rachel, Zilpa e Lea, obtemos o acróstico da
palavra BaRZeL, ferro.

a. Crenças. Os judeus cultuam um único Deus (YHVH) Javé. Para o judaísmo, Deus é um ser
onipresente, onipotente e onisciente, que criou e influencia todo o universo, e se comunica com o

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seu povo através de profetas. O símbolo sagrado do judaísmo é o Menorá, candelabro com sete
braços. Seu livro sagrado é a Toráh e se baseia em três pilares de fé que são representadas por
palavras hebraicas:

 Teshuvá. Significa arrependimento e retorno às origens quando se comete algum erro;

 Tefilá. Significa prece e ligação com Deus;

 Tsedacá. Significa caridade no sentido de justiça.

As crenças do judaísmo se diferenciam quanto às formas de ler e interpretar as leis judaicas. As


tradições religiosas dentro das ramificações judaicas são: Judaísmo Ortodoxo, Judaísmo
Conservador, Judaísmo Reformista, Judaísmo Reconstrucionista e Judaísmo Humanista, e
Judaísmo Cabalista.
b. Rituais judaicos. Seus cultos e rituais são realizados em sinagogas por sacerdotes
chamados rabinos. Os templos judaicos possuem uma arca na qual são guardados os
pergaminhos sagrados da Torá. Segundo a tradição religiosa, a arca representa a ligação entre
Deus e os judeus. A tradição judaica segue alguns rituais sagrados, dentre eles:

 Brit Milá: circuncisão de todo menino judeu aos oito dias de vida. De acordo com a fé
judaica, o ritual segue os preceitos ordenados pela Torá;

 Bar Mitzvah: primeira leitura da Torá feita pelos meninos judeus aos 13 anos. Esse ritual
representa a iniciação na vida adulta para os meninos;

 Bat Mitzvah: primeira leitura da Torá feita pelas meninas judias, realizada aos 12 anos,
significa a marcação da maturidade religiosa das meninas dentro do judaísmo.

2. Islamismo. Religião monoteísta baseada nos ensinamentos de Maomé (O Profeta), contidos


no livro sagrado islâmico, o Alcorão. A palavra islã significa submeter-se e exprime a
obediência à lei e à vontade de Alá (Allah, Deus em árabe). Seus seguidores são chamados
muçulmanos (muslim), em árabe, aquele que se subordina a Deus. Fundado na região da atual
Arábia Saudita, o islamismo é a maior religião do mundo.

a. Maomé. O nome Maomé (570-632) é uma alteração hispânica de Muhammad, que significa
digno de louvor. O Profeta nasceu em Meca, numa família de mercadores, e começou sua
pregação aos 40 anos, quando, segundo a tradição, teve uma visão do anjo Gabriel que lhe revela
a existência de um Deus único. Na época, as religiões da península Arábica eram o cristianismo
bizantino, o judaísmo, e uma forma de politeísmo que venerava vários deuses tribais, dentre eles
Alá. Maomé passa a pregar sua mensagem monoteísta e encontra grande oposição. Perseguido
em Meca, é obrigado a emigrar para Medina, em 622, esse fato é chamado de Hégira, o marco
inicial do calendário muçulmano. Em Medina, ele é reconhecido como profeta e legislador,
assume a autoridade espiritual e temporal, vence a oposição judaica e estabelece a paz entre as
tribos árabes. Quase dez anos depois, Maomé e seu exército ocupam Meca, sede da Caaba
(construção cúbica localizada próximo ao centro da grande mesquita de Meca - Arábia Saudita),
o Santuário venerado pelos muçulmanos como o local mais sagrado da Terra, e contém a “Pedra
Negra” (em árabe: Al-Hajar al-Aswad) uma pedra escura, que segundo uma lenda arábica, ficou
assim por causa dos pecados dos muçulmanos, pois no princípio seria alva e branca, e que foi se
tornando negra a medida em que eles vem tocando nela ou beijando-a, pois ela tem o poder de
absorver os pecados deles, mas que no final dos tempos ela irá falar e irá fazer com que o mundo
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inteiro se torne puro, então ela voltará a ser branca novamente. Essa pedra teria sido enviada por
Deus a Adão para redimi-lo de seus pecados. Maomé morreu em 632 como líder de uma religião
em expansão e de um Estado árabe que começava a se organizar politicamente.

b. Livros sagrados. O Alcorão (do árabe Al Qu´rãn, leitura) é a coletânea das diversas
revelações divinas recebidas por Maomé de 610 a 632. É dividido em 114 suras (capítulos),
ordenadas por tamanho. Seus principais ensinamentos são a onipotência de Deus e a necessidade
de bondade, generosidade e justiça nas relações entre as pessoas. Neles estão incorporados
elementos fundamentais do judaísmo e do cristianismo, além de antigas tradições religiosas
árabes. A segunda fonte de doutrina do Islã, a Suna, é um conjunto de preceitos baseados nos
ahadith (ditos e feitos do profeta). Preceitos religiosos. A vida religiosa do muçulmano tem
práticas bastante rigorosas. Ele deve cumprir os chamados pilares da religião.

1º pilar. É a shahada ou profissão de fé: Não há outro Deus a não ser Alá e Maomé é o seu
profeta. Esse testemunho é a chave da entrada do fiel para o islamismo.

2º pilar. São as cinco orações diárias comunitárias (slãts), durante as quais o fiel deve ficar
ajoelhado e curvado em direção a Meca. Às sextas-feiras realiza-se um sermão a partir de um
verso do Alcorão, de conteúdo moral, social ou político.

3º pilar. É uma taxa chamada zakat. Único tributo permanente ditado pelo Alcorão, é pago
anualmente em grãos, gado ou dinheiro. É empregado no auxílio aos pobres e no resgate de
muçulmanos presos em guerras.

4º pilar. Consiste no jejum completo feito durante todo o mês do Ramadã, do amanhecer ao pôr
do sol. Nesse período, em que se celebra a revelação do Alcorão a Maomé, o fiel não pode
comer, beber, fumar ou manter relações sexuais.

5º pilar. É o hajj ou a peregrinação a Meca, que precisa ser feita pelo menos uma vez na vida
por todo muçulmano com condições físicas e econômicas para tal.

c. A Guerra Santa. A esses cinco pilares, a seita khawarij adicionou o jihad, traduzido
comumente como “guerra santa”, e significa a batalha com a qual se atinge um dos objetivos do
islamismo, reformar o mundo. É permitido o uso dos Exércitos nacionais como meio de difundir
os princípios do islã para a conversão forçada de pessoas, mesmo que sejam através de
extremismo terrorista ou por suicidas.

d. Divisões do islamismo. Os muçulmanos se dividem em dois grandes grupos, os sunitas e os


xiitas. Os sunitas subdividem-se em quatro grupos menores: hanafitas, malequitas, chafeítas e
hambanitas, e são os seguidores da tradição do Profeta Maomé, continuada por All Abbas, seu
tio. Calcula-se que 84% dos muçulmanos sejam sunitas, para eles, a autoridade espiritual
pertence à comunidade como um todo. Já os xiitas (16% dos muçulmanos) são partidários de
Ali, marido de Fátima, filha de Maomé, e seus descendentes teriam a chave para interpretar os
ensinamentos do Islã, sendo líderes da comunidade e continuadores da missão espiritual de
Maomé. A rivalidade entre sunitas e xiitas é exacerbada com a revolução xiita no Irã, liderada
pelo Aiatolá Khomeini. O islamismo é a religião que mais cresce no mundo, para se ter uma
ideia com o crescimento atual dessa religião, somente na Europa, nos próximos 30 anos a França
será um país muçulmano, e países como a Espanha, Portugal e Alemanha poderão se tornar
muçulmanos entre 70 e 100 anos. Somente nos Estados Unidos existem mais de 30 milhões de
muçulmanos. Antes do ditador da Líbia Muamar Kadaf morrer, ele disse: “Os muçulmanos
estão ganhando a guerra contra as religiões sem precisarem recorrer a espada, não precisamos

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de terroristas, ou suicidas, pois os quase 50 milhões de muçulmanos na Europa a transformarão


num continente Islâmico”. O mundo islâmico já chama a Europa de Eurábia, ou seja, a Europa
Arábica.

3. Babismo. No início do século XIX vários movimentos viam as transformações políticas,


sociais e tecnológicas como prenúncio de uma nova era. Os xiitas da Pérsia experimentaram
um fervor messiânico entre 1844 e 1852. A expectativa do retorno do Imã. O culto é uma
doutrina central do xiismo, mas as profecias de Shaykh Ahmad (1753–1826) reacendeu o
sentimento da manifestação iminente do misterioso 12º Imã, o Mahdi, o redentor da
escatologia islâmica. Quem assumiu esse papel foi o mercador Sayid “Ali Muhammad Shirazi
ou Mirza”. Ali Muhammad (1819–1850) se autoproclamou Báb (“a porta”, em árabe) em
1844, prenunciando uma figura messiânica “Aquele em quem Deus se manifesta”. Depois da
morte de Báb, o movimento sofreu uma ferina repressão pela dinastia Qajar e pelo Império
Otomano, além de separar dois irmãos, formando duas vertentes: o movimento Azali e a Fé
Baha’i. O Báb teria profetizado a vinda de seu sucessor e cerca de duas dúzias de profetas
reclamaram esse papel nos meados do século XX. Dentre eles, quem teve maior sucesso em
formar um séquito foi Bahá’u’lláh (1817 – 1892).

4. Bahaísmo. No ano de 1863 Bahá’u’lláh anunciou que era a manifestação divina, como
foram, Zoroastro, Buda, Krishina, Jesus e Maomé antes dele. Os otomanos acabaram por
exilá-lo em Acre (Palestina), onde organizou seus seguidores. Seu filho Abdul-Baha (1844–
1921) e neto Shoghi Effendi (1897–1957) lideraram os Baha’i, transformando-os em um
movimento global. Com valores cosmopolitas e ética pacifista, a Fé Baha’i teve sucesso em
enraizar-se entre classes médias ocidentais e do Sul da Ásia. A mensagem alcançou também a
realeza, com Maria de Saxe-Coburgo-Gota, a última rainha consorte da Romênia e o rei
Malietoa Tanumafili II de Samoa, sendo adeptos dessa fé. Desde 1963 um conselho
administrativo (a Casa Universal da Justiça) coordena mundialmente o movimento e a
custodia da sede em Jafa, e também os templos, sendo um para cada continente. No Brasil
estão presentes desde a década de 1920. Os cultos não possuem clérigos, e os fiéis reúnem-se
para orações, mas sem liturgias pré-estabelecidas, em comunidades locais ou assembleias
espirituais. Defendem a unidade dos seres humanos e respeito à diversidade, redução da
pobreza e a paz mundial. Alguns são defensores da adoção do esperanto como língua universal.
No começo do século XX, Abdul-Baha’ sumarizou as diretrizes sociais básicas para a Fé
Baha’i: Unidade dos seres humanos; busca independente, pessoal e crítica da realidade;
religião como meio de harmonia e unidade; a harmonia entre a Religião e a Ciência;
erradicação dos preconceitos religiosos, raciais, políticos e nacionalistas; isonomia jurídica
universal; abolição dos extremos de pobreza e riqueza; um sistema jurídico internacional que
garanta a paz; separação entre religião e política; liberdade educacional e profissional para
mulheres; valorização das virtudes e éticas espirituais em complemento à civilização material.

5. Sikhismo. Discípulos de dez mestres religiosos conhecidos como os dez Gurus, os sikhs
creem que se unirão a Deus após a transmigração de suas almas por várias existências. Sikhismo
é uma religião indiana que combina elementos das crenças muçulmana e hinduísta. O Deus
único dos sikhs, ou "discípulos", não admitem representação. A prece, a obediência aos
mandamentos, a repetição constante do nome de deus e a leitura do livro sagrado Adi Granth
(Primeiro livro) fazem parte da sua vida religiosa. Os sikhs vivem em regime de castas segundo
diferenças étnicas: jats, ou tribos agrícolas, não-jats e mazahabis, ou intocáveis. A maioria dos
sikhs reside no estado do Punjab, no Norte da Índia, onde a seita foi fundada por Nanak Dev, o
primeiro guru, no final do século XV. Arjun, o quinto guru, compilou os escritos dos gurus
anteriores e fundou o principal santuário sikh, o Harimandir (Templo Dourado), em Amritsar,
no século XVI.

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4. Rastafarismo. É uma crença nascida na Jamaica na década de 30 do século passado,


popularizada pelas músicas do cantor de reggae Bob Marley e atualmente seguida por cerca de 1
milhão de pessoas no mundo. Com alguns elementos emprestados do judaísmo e do
cristianismo, essa religião prega a adoração do deus Jáh, o deus único dos rastas, Jah (ou Yáh
na grafia latina), é uma abreviação do tetragrama YHVH, nome que já aparecia nas escrituras
hebraicas, gregas e na Bíblia.

a. O deus imperador (a reencarnação de Jáh). O nome da religião vem de Ras Tafari


Makonnen (1892-1975), que, entre 1916 e 1930, foi rei da Etiópia, que na época, a única nação
independente da África. Em 1930, ele foi proclamado imperador pela Igreja Etíope Ortodoxa
Cristã e renomeado Hailé Selassié. Até hoje, Selassié é adorado como uma encarnação de Jah,
destinado a levar o mundo a uma era de ouro. Diferentemente do Deus cristão, “Jah é um homem
comum, que vai ao banheiro, e tem filhos com sua mulher”, seus seguidores, os rastas, seguem
um modo de vida longe do capitalismo ocidental, se vestem à sua maneira, não cortam e nem
escovam o cabelo (por isso os rastafáris são tão associados às tranças em forma de dreadlocks,
visual que é encarado como uma espécie de voto feito pelo recém-convertido, mas não é
obrigatório), evitam aparar a barba, seguem uma dieta quase vegetariana, preferem tratamentos
com ervas medicinais e abdicam de qualquer droga, a não ser a maconha, usada em rituais de
meditação. Os rastafáris não pregam uma mensagem evangelística em templos ou em vias
públicas, mas difundem a sua mensagem através do reggae rastafári que é bastante diferente do
reggae popular, enquanto que os rastafáris cantam uma mensagem de conversão, de repúdio ao
sistema capitalista que é chamada por eles de sistema babilônico (vide as músicas da tribo de
Jáh “Babilônia em chamas, chamas da destruição”), além de acreditarem que a Nova Jerusalém
descerá no futuro sobre a Etiópia e posteriormente na Jamaica, a sua mensagem exalta a raça
negra.

6) INTRODUÇÃO BÍBLICA

I - INTRODUÇÃO
Na última década houve um crescimento enorme nas vendas de livros e produtos religiosos, pois é um
mercado em crescimento; livros e revistas têm enchido livrarias e bancas de jornal, pois atualmente
programas de TV tentam desacreditarem as Escrituras, e são ferramentas usadas pelo inimigo para
propagar informações falsas a respeito de Jesus e da Bíblia, como é o caso do livro o código da Vinci.
Hoje quando vamos pregar o evangelho e tentamos mostrar trechos da Bíblia, somos interrompidos com a
frase do tipo, “eu li que a Bíblia foi totalmente alterada e está cheia de erros, não creio mais na Bíblia, é
um livro humano”. Essas pessoas citam trechos de reportagens de revistas como a Galileu e a
Superinteressante. Uma porcentagem muito pequena de livros sobrevive mais de um quarto de século, e
uma quantidade ainda menor dura um século, a Bíblia, porém é uma exceção milenar, pois em 303 A.D.
ela foi queimada em todo o império romano por ordem do imperador Diocleciano, e essa perseguição só
serviu para fortalecer a palavra de Deus. No dia 26 de novembro de 1.793, a França, por decreto de sua
assembleia legislativa declarou que não há Deus, o que foi motivo de regozijo para todos os seus
habitantes, esse decreto durou até o dia 17 de junho de 1.797, quando foi anulado pelo governo, e outra
vez se permitiu a prática da religião na França.

II - FORMAS DE REVELAÇÃO PARA A FORMAÇÃO DAS ESCRITURAS

1. Definição. A palavra revelação vem do latim revelare (significa mostrar, tornar conhecido), e
do grego apocalipses (significa por traz do véu, um desvendamento do que estava encoberto,
especialmente a comunicação da mensagem divina ao homem).

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2. Meios da Revelação.

a. Pela natureza (Rm 1.18-21; Sl 19);

b. Pela providência (Rm 8.28; At 14.15-17);

c. Pela preservação do universo (Cl 1.17);

d. Através de milagres (Jo 2.11);

e. Por comunicação direta (At 22.17-21);

f. Através de Cristo (Jo 1.14);

g. Através da própria Bíblia (1 Jo 5.9-10).

III - PRECISÃO CIENTIFICA NA BÍBLIA

1. A Terra é redonda (Is 40.22). Em 540 a.C um grego conjecturou e foi rejeitado. Em 1.550
d.C Magalhães provou.

2. A Terra paira no espaço (Jó 26.7). Em1687 Isaac Newton explicou como a gravidade do Sol
era equilibrada pela força centrífuga da rotação.

3. As Estrelas são incontáveis (Gn 15.15). Até hoje a Astronomia não consegue explicar o
infinito do Universo e das estrelas.

4. Há montanhas no leito do Mar (Jn 2.6). Descobertas em 1880 d.C com a criação da
Oceanografia.

5. Há fontes d´agua no Mar (Pv 8.28). Descobertas em 1948 d.C pelos Batiscafos.

6. Probabilidade (Mq 5.2). A probabilidade do profeta Miquéias ter acertado o local do


nascimento de Cristo por acaso é de (1/12 tribos) x (1/200 cidades em Judá) = ½.400.

IV - DESCOBERTAS ARQUEOLÓGICAS

Até recentemente, o manuscrito hebraico do AT de tamanho considerável mais antigo era datado
aproximadamente do ano 900 d.C., e o Antigo Testamento mais completo era cerca de um século
mais recente. Então, no outono de 1948, o mundo religioso e acadêmico foi sacudido com o
anúncio de que um antigo manuscrito de Isaías fora encontrado numa caverna próxima à
extremidade noroeste do mar Morto. Os Manuscritos do Mar Morto formam uma coleção de
cerca de 930 documentos que foram descobertos em 11 cavernas em uma fortaleza a noroeste do
Mar Morto em Israel (em tempos históricos uma parte da Judeia), escondidos ali pela tribo
judaica dos essênios no século I, nos 800 pergaminhos, escritos entre 250 a.C., a 100 d.C., nos
indiomas Hebraico, Aramaico e Grego. Incluem manuais de disciplina, livros de hinos,
comentários bíblicos, textos apocalípticos, e ainda duas das cópias mais antigas conhecidas do
Livro de Isaías, quase intactas, e fragmentos de todos os livros do Antigo Testamento, com
exceção do livro de Ester. A autenticidade dos documentos foi atestada em 1948, e em 1954, o
governo israelense que já havia comprado o lote de Sukenik. Durante nove anos vários

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documentos foram encontrados nas cavernas de Qumrãn, no Mar Morto, constituindo-se nos
mais antigos fragmentos da Bíblia hebraica que se têm notícias.

V - A LINGUAGEM E A ESCRITA

1. A Linguagem Falada. Chama-se linguagem, a expressão da faculdade de se comunicar. Essa


era a forma usada antes da invenção da escrita, e os homens da antiguidade passavam as suas
tradições e os seus conhecimentos e descobertas através dela. Seus sinais podem ser sonoros,
visuais e até escritos. O homem civilizado pratica uma linguagem oral, fazendo grande uso da
mímica, tanto que sua fala é sempre acompanhada de gestos fartos e expressivos.

2. A Escrita Usada. A escrita aparece pela primeira vez na narrativa em (Gn 4.15), “e pôs o
Senhor um sinal em Caim”, quando Deus pôs uma “marca”, um “sinal” em Caim, essa marca
representava uma ideia, assim, marcas, sinais, e figuras passaram a ser usadas para registrar
ideias, palavras, e combinações de palavras. A Bíblia fala de sinete (Ex 39.14). Estas pedras,
pois, eram segundo os nomes dos filhos de Israel, doze segundo os seus nomes, como gravuras
de selo, cada uma com o seu nome, segundo as doze tribos, (Is 3.21). Usava-se o sinete para
impressão em placas de barro, enquanto ainda úmidas. Em 1.400 a.C., os fenícios sintetizam os
sinais para 28 letras, criando o alfabeto. É criada assim a base do Alfabeto hebraico. Os fenícios
eram o povo cananeu que os gregos chamavam de fenícios (vermelho = sangue) numa alusão às
vestimentas dos soldados marinheiros fenícios, que era muito poderoso na antiguidade. A
evolução da representação da linguagem por sinais gráficos iniciou-se com inscrições gravadas
em plaquetas de barro, na região da Mesopotâmia, por volta de seis mil anos atrás, nessa época,
os escribas contavam com o auxílio de cálamos, que seriam os ancestrais de nossas canetas-
tinteiro e de nossas esferográficas. A Bíblia foi escrita entre o ano 1.250 a.C. até o ano 100 d.C.
aproximadamente, e as cópias mais antigas estão na Biblioteca do Vaticano (Roma – Itália), no
Museu Britânico (Londres - Inglaterra) e no Museu de Jerusalém (Israel).

3. As ferramentas da Escrita antiga.

a. Estilo ou Estilete simples. Feitos em pedra talhada tendo o formato de pontas de lanças, e
usados sobre tabuinhas de argila ou cera. Alguns autores bíblicos também a denominavam pena.

b. Estilete com ponta resistente. Ponta feita em ferro ou diamante, usados em material de metal
(Jr 17.1).

c. Cinzel. Ferramenta feita de ferro ou chumbo para escrever sobre pedra. Jó se refere ao cinzel
como pena de ferro (Jo 19.24).

d. Canivete. Jeremias usa a expressão “canivete de escrivão” que era usado para documentos
oficiais.

e. Tintas.

 Base de fuligem. Fuligem de madeira com goma-arábica.

 Base de Plantas. Extraída da Anileira (cor azul anil) e da Garança ou Ruiva (cores vermelha,
violeta e marrom).

 Base Cefalópode. Polvo e lula (cor sépia).

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 Base de Ferro. Criada pelos romanos e que perdurou até o século XIX. Também conhecida
como tinta ferrogálica, mais durável.

4. Corpo para depósito de tintas.

 Caniços. Para a escrita em papiros.

 Talos de bambus. Para a escrita em pergaminho.

 Cálamos. Caniços.

 Penas. De aves como o ganso (3Jo 13).

5. As Letras (ou Tipos). Segundo as religiões que têm a Bíblia como a palavra de Deus, a
comunicação de Deus com os homens deu-se em diversos veículos tais como: anjos, o lançar de
sortes, como o Urim e o Tumim, vozes audíveis, e sonhos, porém era necessário utilizar meios
que pudessem horizontalizar essa comunicação, isto é, atingir um número maior de pessoas, e
com menos limitações. Sobre os seguintes suportes, fora escrita a Palavra inspirada por Deus:

a. Ideogramas. É a escrita onde os sinais passam uma ideia, foi desenvolvido a partir dos
hieróglifos no Egito, e em algumas culturas os traços dos ideogramas foram simplificados dando
origem à escrita cuneiforme.

b. Pictogramas. Do Latim pictu - pintado + o termo grego gramus - caracter, letra, é a forma
de escrita pela qual as ideias são transmitidas através de desenhos, isto é, formas do mundo. Esta
é a base da escrita cuneiforme e dos hieróglifos, letras com figuras morfológicas e da natureza.

c. Hieróglifos ou Hieroglifo. Do grego hierós "sagrado", e glyphós "escrita", é cada um dos


sinais da escrita das antigas civilizações, tais como os egípcios e os maias. Os primeiros
hieroglifos foram esculpidos, e depois pintados em pergaminho. Os hieróglifos foram usados
durante um período de 3.500 anos para escrever a antiga língua do povo egípcio.

6. Tabletes de Argila. Ou tabuinhas de barro, que eram usadas na antiga Suméria, já em 3.500
a.C. No AT há referência delas em (Jr 17.13 e Ez 4.1).

a. Cuneiforme. É a designação geral dada a certos tipos de escrita feitos com auxílio de objetos
em formato de cunha. É o mais antigo tipo conhecido de escrita, tendo sido criado pelos
sumérios por volta de 3500 a.C. Inventada pelos sumérios para registrar a língua suméria, a
escrita cuneiforme foi adotada subsequentemente pelos acadianos, babilônicos, elamitas, hititas
e assírios e adaptada para escrever em seus próprios idiomas. Foi extensamente usada na
Mesopotâmia durante aproximadamente 3 mil anos, apesar da natureza silábica do manuscrito
não ser intuitiva aos falantes de idiomas semíticos.

b. Cuneiforme Ugarítica ou Fonogramas. Trouxe avanço na escrita, e era escrito através do


simbolismo do som de cada vogal e consoante, e da união das mesmas. As tábuas ugaríticas
(descobertas em Ugarit, Espanha, 1.929) mostram a simplificação dos ideogramas e pictogramas.

7. Pedras. Foram usadas na Mesopotâmia, no Egito e na Palestina, por exemplo, o código de


Hamurabi e a Pedra de Roseta. Na Bíblia há citação de seu uso em (Ex 24.12; 32.15 e Dt 27.2-
3).

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a. Pedras preciosas. Como o ônix, referidos em Êxodo 39.6-14;

b. Metal. Em lâminas de ouro, cuja referência bíblica encontra-se em (Ex 28.36);

c. Cêra. Foi referida em (Is 8.1);

d. Madeira. Tábuas, em (Hc 2.2);

e. Óstracos. Pedaços de restos de azulejos e cascas de crustáceos, referidos em (Jó 2.8);

8. Linho. foi usado no Egito, Grécia e Itália, mas não tem referência bíblica.

9. Papiro. Em seguida ao emprego da pedra, do barro e da esteatita, aparece o papiro no Egito


antigo, em forma de rolo, e que era ornado suntuosamente de vinhetas coloridas. Eram utilizados
para narrar os grandes acontecimentos das dinastias faraônicas. O emprego do papiro como
suporte para escrever representou um grande avanço, pois o mesmo, por ser leve, fino e mais
facilmente manuseável, originou o que hoje conhecemos como “folha”. Os antigos egípcios
dominavam a técnica de colar até 20 folhas seguidas, resultando em rolos com até 40 metros de
comprimento. Para desenhar os símbolos, os escribas recorriam a uma varinha de caniço de 20
centímetros. Com o passar do tempo, verificaram-se os inconvenientes do papiro, além de caro,
caracterizava-se pela fragilidade e dificuldade de transporte, obrigando os usuários a recorrerem
tão somente a uma de suas faces e, mesmo assim, com extremo cuidado. Foi utilizado na antiga
Gebal, ou Biblos, e no Egito por volta de 2.100 a.C. Era obtido através da prensa de cascas
coladas. Foi esse o material utilizado por João, o discípulo de Cristo, para escrever o Apocalipse.

10. Pergaminho. O pergaminho apareceu na Ásia Menor, e diferente do papiro, uma vez que
era feito de couro, aceitava registros nos dois lados. A escrita sobre o pergaminho, além de abrir
espaço para criações artísticas antes impensáveis, sendo a produção de iluminuras uma delas,
trouxe duas inovações decisivas: O aproveitamento da pena de ganso em substituição ao agora
defasado pincel de caniço, e a disposição desse material no aspecto de folhas, de maneira que
fosse possível dobrá-las e costurá-las. O pergaminho surgiu pela primeira vez em Pérgamo,
cidade grega da Mísia, daí a origem do seu nome. O uso desse material se expandiu devido ao
monopólio imposto pelos exportadores de Papiro. Haviam dois tipos: o pergaminho e o velino, o
primeiro era feito com o couro de animais menores, como as ovelhas e cabras, e o segundo com
o couro de bois e antílopes, o que encarecia o produto, diminuindo a sua utilização. Paulo se
refere ao pergaminho em (2Tm 4.13).

11. Palimpsesto. Um pergaminho reutilizado, utilizado para escrever o Códice Efrainita em


345 d.C.

VI - MANUSCRITOS DA BÍBLIA

1. Manuscritos Originais. Os manuscritos originais de todos os livros da Bíblia, tanto quanto


saibamos, perderam-se, Deus na sua providência permitiu isso, talvez se existisse algum, os
homens o adorariam mais do que o seu divino Autor.

2. Manuscritos Existentes da Bíblia. Os manuscritos mais antigos do Novo Testamento


chamam-se “unciais”, porque foram escritos em letras parecidas com maiúsculas modernas que
foram escritos em velino ou couro de vitela. Depois apareceram os manuscritos “cursivos”, isto
é, foram lavrados em letras miúdas e ligeiras. Dos manuscritos unciais, os mais importantes são:
O Códice Vaticano (325-350); o Códice sinaítico (Alef) em grego, descoberto no Monte Sinai; o
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Códice Alexandrino (século IV); o Códice Efraimita (345) em Alexandria, no Egito; o Códice
Beza ou Códice de Cambridge, descoberto no Mosteiro de Santo Irineu, em Lião (Lyon), França,
dentre outros.

3. Quanto ao formato dos manuscritos eles podem ser códices ou rolos.

a. Códice (Codex). A origem da palavra vem do grego, “caules” (caudex), códice (codex). No
período da Igreja primitiva nos séculos II e III d.C., as Escrituras eram executadas em material
barato como o papiro, daí não terem sido tão bem preservados quanto os rolos hebraicos
encontrados nos sítios arqueológicos. O códice era basicamente um manuscrito em formato de
livro feito de pergaminho, as folhas tinham 65 cm de altura por 55 cm de largura, e começou a
ser utilizado no século II d.C. Depois que o papel foi inventado pelos chineses.

b. Rolo. Um livro nos tempos antigos constava de uma simples tira de papiro ou de pergaminho,
que usualmente se conservava enrolado em duas varas e se desenrolava quando qualquer pessoa
desejava lê-lo. Era conhecido como rolo ou pergaminho. Na bíblia encontramos a palavra rolo
em Salmos 40.7; Jeremias 36.2-32; Ezequiel 2.9; Ezequiel 3.1-3; Zacarias 5.1-2; Hebreus 10.7.
A diagramação na escrituração dos rolos antigos obedecia às medidas; largura = 1 mão e altura =
1 côvado (medida antiga correspondente à distância do cotovelo à ponta do dedo médio).
Geralmente os rolos eram guardados em vasos e eram enrolados até o final da leitura do Shabat
(sábado), mostrando de onde começaria o seguinte. Os rolos das sinagogas eram considerados
“rolos sagrados”, pois eram submetidos a regras rigorosas para a sua execução. O rolo principal
continha a Torah (Lei) e parte dos Nebhiim (profetas); em outros vinham os Kethubhim
(Escritos) e os Megilloth para as festas anuais. Era enrolado da direita para a esquerda e a sua
extensão dependia do tamanho do manuscrito.

VII - ORIGEM DO NOME BÍBLIA

A origem da palavra “Biblia” é remota. A forma mais antiga de um livro de que se tem notícia
era um rolo de papiro, planta abundante às margens do rio Nilo, usada pelos antigos egípcios,
gregos e romanos para escrever. “Livro” é um volume transportável, composto por páginas
encadernadas, contendo o texto manuscrito ou impresso, e/ou imagens e que forma uma
publicação unitária (ou foi concebido como tal). O nome Bíblia consta apenas na capa, mas não o
vemos através do volume sagrado. Foi primeiramente aplicado por João Crisóstomo, grande
reformador e patriarca de Constantinopla (398-404 a.D.). O vocábulo “Bíblia” significa “coleção
de livros pequenos”, isto porque os livros da Bíblia são pequenos, formando todo um volume
não muito grande como tão bem conhecemos. Os gregos chamavam a folha de papiro preparada
para escrita de biblos derivada do nome do porto fenício de Biblos (atual Jubayl/Líbano), ao rolo
pequeno de papiro os gregos chamavam bíblion, e ao plural deste chamavam biblos. Portanto, o
vocábulo Bíblia deriva da língua grega. No Novo Testamento grego constam os vocábulos biblos
(Jo 21.25).

VIII - ESTUDOS E CONHECIMENTOS DA BÍBLIA

1. Porque devemos estudar a Bíblia.

a. Porque ela ilumina o nosso caminho na escuridão (Sl 119.105);

b. Porque ela é alimento espiritual (Jr 15.16);

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c. Porque ela nos conduz a Deus (Jo 14.6);

d. Porque ela é quem traz a lume os pensamentos do coração do homem (Hb 4.12);

e. Porque o nosso julgamento será baseado nela (Jo 5.24-29).

2. Como se deve estudar a Bíblia.

a. Estude a bíblia conhecendo o seu autor: Deus (Is 34.16).

b. Leia a Bíblia diariamente (Dt 17.19), o servo de Deus que não lê a Bíblia, só recebe nutrição
quando alguém a explana para ele. Considere perdido o dia que você não ler a Bíblia.

c. Leia a bíblia com oração (1Rs 18.36.37).

d. Leia a Bíblia aplicando-se a si próprio, e nunca só aos outros. Existem pessoas que aplicam
todas as promessas e bênçãos a eles e a exortação e o juízo de Deus aos outros. Seja como Daniel
(Dn 9.1-6).

e. Leia a Bíblia toda (Jo 5.39), pois na Bíblia nada é dito de uma vez, mais paulatinamente,
nunca espere entender a Bíblia toda (Dt 29.29).

f. Para ler a Bíblia em um ano basta ler três (03) capítulos por dia de segunda a sexta e quatro
(04) capítulos nos sábados e domingos, num total de vinte e três (23) capítulos por semana, em
média 100 por mês. O leitor investirá apenas, em média, de 30 a 40 minutos diário de seu tempo
(cerca de 3% do seu dia).

3. Observações úteis e práticas no manuseio e estudo da Bíblia.

a) Apontamentos individuais dos assuntos em estudo;

b) Aprender a ler e escrever a referência bíblica, ex.: pontos abreviativos;

c) Conhecer a diferença entre texto, contexto, referência e inferência:

d) Texto. São as palavras contidas numa passagem;

e) Contexto. É a parte que fica antes ou depois do texto conforme a leitura; Referência. É a
conexão direta entre determinado assunto, que pode ser verbal ou real. Ex.: Ref. Verbal, é um
paralelismo de palavras, nem sempre tratam do mesmo assunto, como por Ex.: FÉ, que tem
vários sentidos nas escrituras. Já a ref. Real trata sempre do mesmo assunto, como por Ex.: a
Volta de Cristo, é algo concreto;

f) Inferência. É uma conexão indireta entre assuntos ou conclusões que se faz.

4. Conhecer as siglas das diferentes versões em vernáculos.

 ARC - Almeida Revisada e Corrigida. É uma Bíblia antiga que vem sendo impressa desde
1951 pela Imprensa Bíblica Brasileira.

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 ARA - Almeida Revisada e Atualizada. É a Bíblia de Almeida, revisada e publicada pela


Sociedade Bíblica do Brasil e começou a ser impressa a partir de 1958.

 FIG - Antônio Pereira de Figueiredo. Atualmente é impressa pela Sociedade Bíblica Britânica
e Estrangeira. Em 1778 e 1790.

 NTLH – Nova Tradução da Linguagem de Hoje. Lançada em 2.000.

5. Apontamentos individuais. Anote sempre que possível, coisas importantes que você aprende
no dia a dia, como experiências pessoais e coisas interessantes, pois a memória falha com o
decorrer do tempo, guarde em fichários, pastas, CD´s, disquetes, memória do PC, cadernos de
apontamentos, seminários.

6. Possuir boas fontes de consultas. “A Bíblia”, se possível todas as legítimas versões em


português e também em outras línguas, ter bons livros, mas eles nunca devem substituir a Bíblia.
Devemos estudar a Bíblia pela Luz do Espírito de Deus e não só pelas versões de teólogos. O
próprio Apóstolo Paulo tinha os seus Livros de consultas pessoais (2Tm 4.13).

7. Auxílio para compreensão. É sempre bom começar o estudo com o Novo Testamento; ter
um plano de estudo: “Busque” (Jo 5.39) “Medite” Sl 1.2; “Compare” (1Co 2.13). Leia
“sinteticamente” (um livro de cada vez), depois leia e estude “analiticamente” trecho por trecho;
procure “subsídios” para o estudo; Ex.: um dicionário Bíblico.

8. Atitudes do homem em relação à Bíblia.

a. Racionalismo. Em sua forma extrema nega a possibilidade de qualquer revelação


sobrenatural. Em sua forma moderada admite a possibilidade de uma revelação divina, mas essa
revelação fica sujeita ao juízo final da razão humana.

b. Romanismo. A Bíblia é um produto da igreja, por isso a Bíblia não é uma autoridade única e
definitiva.

c. Misticismo. A experiência pessoal tem a mesma autoridade da Bíblia.

d. Neo-ortodoxia. A Bíblia é uma testemunha falível da revelação de Deus na Palavra a respeito


de Cristo.

e. Seitas. A Bíblia e os escritos do líder ou fundador de cada seita possuem uma igual
autoridade.

f. Ortodoxia. A Bíblia é a nossa única autoridade

IX - O CÂNON DAS ESCRITURAS

1. A formação do Cânon. Considerações Fundamentais sobre a canonicidade: A palavra


“cânon” significa literalmente “cana, regra, norma” ou “vara de medir” (Ez 40.3). As varas
desse material eram usadas como régua para medir, e, portanto, a palavra veio a significar régua
ou material de fixação de uma determinada matéria. Com o tempo passou a designar regra ou
norma (Gl 6.16) e hoje significa um catálogo de um conjunto de livros que formam a Bíblia, os
quais estão cheios de normas e regras para a nossa salvação (Is 28.9-10).

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2. Cânon do Antigo Testamento (AT). Os livros do cânon do Antigo Testamento reconhecidos


foram reunidos sob a liderança de Esdras no quinto século a.C., os quais foram copiados por ele
mesmo. O Novo Testamento refere-se ao Antigo Testamento como Escritura (Mt 23.35), uma
expressão de Jesus equivaleria dizer hoje "de Gênesis à Malaquias", (cf. Mt 21.42; 22.29). No
Sínodo de Jâmnia (a.D. 90) Uma reunião de Rabinos Judeus reconheceu que os livros do Antigo
Testamento são inspirados por Deus.

3. A formação do cânon do Novo Testamento (NT). No período dos apóstolos, eles


reivindicaram autoridade para seus escritos (I Ts 5.27/Cl 4.16). No período pós-apostólico, todos
os livros foram reconhecidos exceto Hebreus, 2Pedro e 3João. No Concílio de Cartago; em 397
d.C. reconheceram como canônicos os 27 livros do Novo Testamento.

4. Os princípios de Canonicidade dos Livros do Novo Testamento (NT).

a. Apostolicidade. O livro foi escrito ou influenciado por algum dos Apóstolos.

b. Conteúdo. O suficiente, pois o seu caráter é espiritual.

c. Universalidade. Foi amplamente aceito pela igreja.

d. Inspiração. O livro oferecia prova interna de inspiração.

X - ALGUMAS PARTICULARIDADES DA BÍBLIA

1. O AT tem 929 capítulos e 23.144 versículos.

2. O NT tem 260 capítulos e 7.957 versículos.

3. O maior capítulo é o Salmo 119.

4. O menor capítulo é o Salmo 117.

5. O maior versículo está em Ester 8,9.

6. O menor versículo em Êxodo 20.13, isso dependendo das versões portuguesas com exceção
da “tradução brasileira” onde o menor versículo é Lucas 20.30, e em certas traduções o menor é
João 11.35.

7. A Bíblia tem mais de 173.000 palavras.

8. A Bíblia tem mais 3.600.000 (3 milhões e seiscentas mil letras).

9. Para alguém ler a Bíblia ininterruptamente seria preciso 50hs, sendo 38hs para o A.T e 12hs
para o N.T.

10. Os livros de Ester e Cantares não têm a palavra Deus, porém a presença de Deus é evidente
em ambos os livros.

11. Há na Bíblia 8.000 menções de Deus entre seus vários nomes e 177 menções do Diabo sob
seus vários nomes.

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12. A vinda do Senhor é referida 1.845 vezes, sendo 1.527 no Antigo Testamento e 318 no
Novo Testamento. Não é um assunto para séria meditação?

13. O livro de Isaías é uma miniatura da Bíblia. Tem 66 capítulos correspondentes aos 66 livros.
A primeira seção tem 39 capítulos correspondentes à mensagem do Antigo Testamento. A
segunda seção tem 27 capítulos, tratando de conforto, promessa e salvação, correspondente à
mensagem do Novo Testamento. O Novo Testamento termina mencionando o novo céu e a nova
terra. O mesmo acontece no término de Isaías (66.22).

14. Os três evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas) são chamados de “sinóticos”, porque o
conteúdo dos livros é parecido, enquanto que o evangelho de João tem o formato literário
diferente.

15. O Salmo 119 tem no Hebraico 22 partes de 8 versículos cada; o número 22 corresponde as
letras do alfabeto Hebraico. Cada parte se inicia com uma letra do alfabeto Hebraico, e também
em Lamentações de Jeremias nos capítulos 1.2-4 tem 22 versículos cada, compreendendo as 22
letras do alfabeto Hebraico; porém o capítulo três tem 66 versículos, cada três deles levando a
mesma letra do alfabeto, isso jamais poderia ser obra do acaso.

16. A frase “não temas” está registrada na Bíblia 365 vezes, uma para cada dia do ano.

17. O capítulo 19 de 2Reis é idêntico ao 37 de Isaías.

18. O AT encerra citando a palavra “maldição”.

19. O NT encerra citando “a graça de nosso Senhor Jesus Cristo”.

20. A Bíblia foi o primeiro livro impresso no mundo no ano de 1452 em Mainz (Alemanha) por
Gutenberg.

21. A Bíblia tem 1.189 capítulos. A divisão dos livros da Bíblia em capítulos é da autoria do
inglês Estévão Langton, arcebispo de Cantuária, e foi realizada no ano de 1.214.

22. A Bíblia tem 31.173 versículos. A divisão em versículos foi feita em duas etapas, o Antigo
Testamento em 1.445 pelo Rabino Nathn e o Novo Testamento em 1.551, pelo tipógrafo Robert
Stevens Stefano a (Vulgata Latina e a Septuaginta LXX).

23. A menor Bíblia impressa está na Inglaterra e pesa somente 20 gramas. Este fabuloso
exemplar da Bíblia mede 4,5 cm de comprimento, 3 cm de largura e 2 cm de espessura. Apesar
de ser tão pequenina, contém 878 páginas, possui uma séria de gravuras ilustrativas e pode ser
lida com o auxílio de uma lente.

24. A maior Bíblia que se conhece, contém 8.048 páginas, pesa 547 quilos e tem 2,5 metros de
espessura. Foi confeccionada por um marceneiro de Los Angeles, durante dois anos de trabalho
ininterrupto. Cada página é uma delgada tábua de 1 metro de altura, em cuja superfície estão
gravados os textos.

25. A menor Bíblia do mundo é uma placa de silício onde foi usado um raio focalizado de íons
para gravar cerca de 300.000 palavras em hebraico. A Nano Bíblia, de silício tem meio
milímetro quadrado e é recoberta com uma fina camada de ouro com 20 nanômetros de
espessura, e é menor que um cristal de açúcar. A façanha foi obtida pelos especialistas em

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nanotecnologia do Instituto de tecnologia de Haifa, em Israel. Nas Bíblias de edição católica o


total de livros é 73. Os sete livros a mais são chamados apócrifos, além dos livros apócrifos as
referidas bíblias têm mais quatro acréscimos nos livros canônicos.

26. Nas Bíblias de edição católica, os livros de I e II Samuel, e I e II Reis são chamados I, II,
III, e IV Reis respectivamente. I e II Crônicas são chamados I e II Paralipômenos, Esdras e
Neemias são chamados I e II Esdras.

27. Também nas edições católicas de Matos Soares e Figueredo, o Salmo 9 corresponde na
versão Almeida aos Salmos 146 e 147, que nas nossas Bíblias é o número 147. Deste modo os
três salmos finais são idênticos em qualquer das versões acima mencionadas, essas diferenças de
numeração não afetam o texto em si.

28. A Bíblia foi escrita por cerca de 40 diferentes autores que representavam 19 diferentes
ocupações (pastores, fazendeiros, pescadores, cobradores de impostos, médicos, reis...) que
viveram num período de 1.600 anos. São aproximadamente 50 gerações de homens.

29. Os primeiros 39 livros do Antigo Testamento foram escritos ao longo de um período de


1.000 anos, houve posteriormente um intervalo de 400 anos em que nenhuma escritura foi
redigida, exceto os livros apócrifos (não canônicos);

30. A primeira edição impressa do Novo Testamento em Grego foi publicada por incumbência
do Cardeal Ximenez em Alcala (em Latim, Complutum). Ela foi preparada em 1502 por
eruditos espanhóis. Esta edição era trilíngüe no texto hebraico (hebraico, a Vulgata e a
Septuaginta) e bilíngüe no texto grego (o texto grego e o texto latino). Por esta razão, a edição se
chama Poliglota Complutense, sua edição é de 1514.

31. Os últimos 27 livros do Novo Testamento foram escritos durante um período de 50 A 100
anos. Na época de Jesus a Bíblia era chamada de:

a. “Moisés e os profetas”
b. “Lei, profetas e Salmos”
c. “A escritura, ou as escrituras”

“E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se
cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos (Lc
24.44).
32. De acordo com as Sociedades Bíblicas Unidas, a Bíblia já foi traduzida para pelo menos
2.520 línguas e dialectos, sendo o livro mais traduzido do mundo;

XI - DIVISÃO DA BÍBLIA

A Bíblia está dividida em duas partes: O Antigo Testamento e o Novo Testamento.


1. Bíblia Hebraica. A palavra “testamento” corresponde a palavra hebraica “berith” (aliança,
pacto, contrato). O Antigo Testamento foi escrito na Palestina (terra de Jesus), na Babilônia
(onde o povo judeu, num determinado momento de sua história, esteve exilado) e no Egito (para
onde muitos judeus foram depois do cativeiro na Babilônia). Naturalmente que os judeus não
concordam em chamar suas Escrituras de "Antigo Testamento", pois isto representaria a

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aceitação de Jesus e da incompletude da revelação a eles feita pelo Senhor. O Cânon do Antigo
Testamento, como o temos atualmente, ficou completo desde o tempo de Esdras, na chamada
grande sinagoga após 445 a.C. Esdras dividiu o Cânon em duas partes: A Lei, e os Profetas (Mt
5.18,19), posteriormente na tradução da LXX, foi dividido em três, Lei, Profetas e Escritos
(Salmos), as quais Jesus citou em (Lc 24.44). A divisão dos livros no cânon hebraico consiste em
22 ou 24 livros. Os judeus chamam o Antigo Testamento de "Tanack", palavra formada das
iniciais de “Toráh” (Lei), “Neviim” (Profetas) e “Ketuvim” (Escritos), que é o conjunto dos
escritos sagrados.

2. Antigo Testamento. A expressão "Antigo Testamento" foi criada no século II d.C., e


popularizada pelos "pais latinos da Igreja" para denominar as Escrituras hebraicas, ou seja, os
textos sagrados dos judeus, até então chamados simplesmente de "Escrituras", exatamente para
distingui-los dos escritos recentemente produzidos pelos apóstolos e discípulos de Jesus (as
"Escrituras gregas"). O Antigo Testamento (AT) foi escrito entre 1520 e 432 a.C., portanto,
num período que durou 1088 anos. Malaquias escreveu um livro canônico em 432 e, por isso,
deve-se computar o tempo como acima citado. O arranjo dos livros do Antigo Testamento cristão
é baseado na LXX e na ordem proposta por São Jerônimo, sendo eles:

a. Pentateuco. São os 5 livros atribuídos a Moisés, e são eles: Gênesis, Êxodo, Levítico,
Números e Deuteronômio, e tratam das origens e das leis e estabelecimento de Israel.

b. Históricos. São 12 livros, e são eles: Josué, Juízes, Rute, 1 Samuel, 2 Samuel, 1 Reis, 2 Reis,
1 Crônicas, 2 Crônicas, Esdras, Neemias, Ester, e se ocupam da história de Israel nos seus vários
períodos:

 Teocracia. Sob os juízes.

 Monarquia. Sob os Reis; Saul, Davi e Salomão.

 Divisão do reino e cativeiro. Contendo os relatos dos reinos de Judá e de Israel sob a
liderança dos reis.

 Pós-cativeiro. Sob Zorobabel, Esdras e Neemias juntamente com os profetas


contemporâneos.

c. Poéticos. São 5 livros, e são eles: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares (Cântico dos
Cânticos), e também são conhecidos como sapienciais ou devocionais.

d. Proféticos. São 17 livros, de Isaías a Malaquias, e estão divididos em:

 Profetas maiores. São cinco livros, sendo eles: Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e
Daniel, e recebem esse nome pelo tamanho dos seus escritos os quais são extensos.

 Profetas menores. São 12 livros, sendo eles: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias,
Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias, e recebem esse nome porque os seus
escritos são menores. Não são chamados assim por causa da extensão dos seus ministérios, e sim
pelo tamanho dos seus livros.

3. Os sete livros que constam nas Bíblias católicas (Apócrifos).

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a. Tobias. Após o livro canônico de Esdras. Um romance do tempo do cativeiro de Israel pela
Assíria. Escrito cerca de 200 a.C.

b. Judite. Após o livro de Tobias. Um romance do tempo de Nabucodonosor. Escrito cerca 100
a.C.

c. Sabedoria de Salomão. Após o livro canônico de cantares, obra sapiencial, escrito por um
judeu de Alexandria, 100 a.C.

d. Eclesiástico. Após o livro da Sabedoria parecido com o livro de Provérbios. Chama-se,


também, “A Sabedoria de Jesus, Filho de Sirac”. Escrito cerca de 180 a.C.

e. Baruque. Após o livro canônico de Jeremias. Obra escrita cerca de 300 a.C. e que dá a
entender ser de Baruque, o escriba de Jeremias.

f. I Macabeus. Após o livro canônico de Malaquias, obra de grande valor sobre a era dos
Macabeus. Cerca de 100 a.C.

g. II Macabeus. Após o livro apócrifo de I Macabeus, obra de grande valor sobre a era dos
Macabeus. Cerca de 100 a.C.

h. Os apêndices ou acréscimos são quatro

 Ester. (Ester 10.4/16.24).

 Cântico dos três santos filhos: (Daniel 3.24- 90).

 História de Suzana: (Daniel cap. 13).

 Bel e o dragão: (Daniel 14).

A Igreja Católica aprovou os apócrifos em 18 de Abril de 1546 para combater a Reforma


protestante. A primeira edição da Bíblia contendo os apócrifos deu- se em 1592 com autorização
do Papa Clemente VIII.
4. Promessas da nova aliança. “Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova
com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no
dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porque eles invalidaram a minha
aliança apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor”. “Mas esta é a aliança que farei com a
casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a
escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo” (Jr 31.31-33). O
Antigo Testamento é a revelação de Deus para o povo de Israel apontando para a vinda do
Messias, que haveria de vim na plenitude dos tempos.

5. Novo Testamento. Trata-se da Nova Aliança que é chamada de Novo Testamento, do grego
Diateke, “Aliança, concerto ou testamento”, isto é, um documento contendo a última vontade de
alguém quanto a distribuição dos seus bens após a sua morte. A morte do testador que é Cristo
ratificou e selou a Nova Aliança, e, portanto, nos garante a herança (Hb 9.15-17). Os livros do
Novo Testamento foram escritos na Palestina (a terra de Jesus), na Síria, na Ásia Menor, na
Grécia e na Itália (lugares estes onde haviam sido fundadas comunidades cristãs). Escrito
originalmente em grego, com exceção do Evangelho de Mateus que foi escrito em hebraico. O
Novo Testamento divide-se em quatro grupos: Biografia, História, Doutrina e Profecia.

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a. Biografia. Os Evangelhos eram conhecidos na Igreja Primitiva, como o Evangelho, do grego


“evangellion” “Boas novas”. Descrevem a vida terrena de Cristo e o seu ministério.

 Mateus. Se dirige aos judeus e apresenta Jesus como o Messias (Leão).

 Marcos. Se dirige aos romanos e apresenta Jesus como o servo do Senhor (Boi).

 Lucas. Se dirige aos gregos e apresenta Jesus como Filho do Homem (Homem).

 João. Se dirige à Igreja e apresenta Jesus como o Filho de Deus (Águia).

b. História. É o livro dos Atos dos Apóstolos. Registra a história da Igreja primitiva.

c. Doutrina. São as 21 epístolas (de Romanos a Judas). Contém a doutrina da Igreja e se


subdividem em quatro partes:

 Eclesiásticas. São dirigidas às Igrejas, são elas: Romanos, 1 Coríntios, 2 Coríntios, Gálatas,
Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 Tessalonicenses, 2 Tessalonicenses.

 Individuais. São dirigidas a indivíduos, são elas: 1 Timóteo, 2 Timóteo, Tito, Filemon.

 Coletivas. A carta aos Hebreus, dirigida aos hebreus cristãos.

 Universais. Tiago, 1 Pedro, 2 Pedro, 1 João, 2 João, 3 João, Judas, dirigidas a todos,
indistintamente, embora 1 e 2 João sejam dirigidas a pessoas, mas se enquadram aí.

 Profecia. É o livro do Apocalipse ou revelação, e trata da segunda vinda pessoal de Cristo à


terra (revelação a Israel), da Grande Tribulação, do Milênio, do Juízo final e da Eternidade.

Os escritores do Novo Testamento passaram a chamar a primeira aliança de a “Antiga


Aliança,” porque foi substituída por uma “Aliança superior” feita com o sangue de Jesus Cristo:

XII - TEORIAS DA INSPIRAÇÃO

Existem muitas teorias acerca da autenticidade da inspiração das escrituras sagradas e colocam a
naufrágio a fé de muitas pessoas que não têm o seu alicerce firme no fundamento de Cristo
Jesus. São muitas as teorias da inspiração da Bíblia, entre elas estão:
1. Natural. Não há qualquer elemento sobrenatural envolvido na Bíblia, ela foi escrita por
homens de grandes talentos.

2. Mística ou Iluminativa. Os autores bíblicos foram cheios do Espírito como qualquer crente
hoje pode ser.

3. Mecânica (teoria da ditação). Os autores bíblicos foram apenas instrumentos passivos nas
mãos de Deus, como máquinas de escrever com as quais Ele teria escrito. Deve-se admitir que
algumas partes da Bíblia foram ditadas, exemplo; (os Dez Mandamentos).

4. Parcial. Somente o que não era conhecido foi inspirado (as coisas ocultas).

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5. Conceitual. Os conceitos foram inspirados e não as palavras.

6. Gradual. Alguns autores bíblicos foram mais inspirados do que outros.

7. Neo-ortodoxa. Autores humanos só poderiam produzir um registro falível.

8. Inspiração Falível. Uma teoria, que vem ganhando popularidade, pois diz que a Bíblia é
inspirada, mas não isenta de erros.

9. Verbal e Plenária. Esta é a verdadeira doutrina e significa que cada palavra (verbal) e todas
as palavras (Plenária) foram inspiradas por Deus na sua totalidade, ou seja, toda a Escritura é
inspirada por Deus.

a. Características da inspiração Verbal e Plenária.

 A verdadeira doutrina é válida apenas para os manuscritos originais.

 Esta inspiração se estende às suas próprias palavras.

 Vê Deus como o superintendente do processo de inspiração das escrituras não ditando aos
escritores, mas guiando-os a escreverem.

 Não inclui erros e nem contradições em lugar algum nas suas páginas.

b. Provas da inspiração Verbal e Plenária.

 Em (2Tm 3.16) aparece a palavra “inspirada”, do grego, Theopneustos, (soprado por Deus).
Esta palavra afirma que Deus é o autor das Escrituras e que estas são o produto de seu sopro
criador.

 Em (2Pe 1.21) Aparece a palavra “inspirados”, ou seja, homens totalmente Movidos


literalmente "carregados" pelo Espírito Santo.

 O uso de citações (Mt 15.4; At 28.25).

 O uso que Jesus fez do Antigo Testamento (Mt 5.17; Jo 10.35).

 O NT afirma que outras partes do NT são Escrituras (I Tm 5.18; II Pe 3.16).

XIII - IDIOMAS

1. O Hebraico. É uma língua semítica pertencente à família das línguas afro-asiáticas, com os
caracteres quadráticos. A Bíblia original, a Torah', que os judeus ortodoxos consideram ter sido
escrita na época de Moisés, cerca de 3.300 anos atrás, foi redigida em hebraico clássico (fenício
+ babilônico + quadrático). A primeira evidência escrita do Hebraico, o calendário de Gezer,
data do século X a.C., esse calendário é escrito sem nenhuma vogal, e não usa consoantes
substitutas de vogais mesmo nos lugares onde uma soletração mais moderna o requer. As cópias
existentes mais antigas da Bíblia foram encontradas entre os manuscritos do Mar Morto, escritos
entre o século II a.C. e o século I d.C.

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2. O Grego. Veículo fundamental de difusão do modo de vida grego no Oriente foi a língua
grega, conhecida como koiné, "comum", e designa a língua única, comum a todos, que substituiu
após as conquistas de Alexandre Magno, a pluralidade dos dialetos gregos. Esta língua é mais
simples do que o grego clássico e mais flexível na absorção de elementos novos, e torna-se
instrumento indispensável para a comunicação dos povos tão diferenciados que constituem as
monarquias helenísticas. O grego bíblico, tanto da Septuaginta (LXX) como do Novo
Testamento é a koiné. A koiné literária está na literatura extra bíblica, como a maioria das
inscrições e alguns papiros, enquanto a koiné falada está na maioria dos papiros, dos óstracos e
da Bíblia. Só Lucas e a Carta aos Hebreus aproximam-se do tipo literário.

3. Aramaico. Aramaico é a designação que recebem os diferentes dialetos de um idioma com


alfabeto próprio e com uma história de mais de três mil anos, utilizado por povos que habitavam
o Oriente Médio. Foi a língua administrativa e religiosa de diversos impérios da Antiguidade,
além de ser o idioma original de muitas partes dos livros bíblicos de Daniel e Esdras, assim
como do Talmude. O aramaico era a língua falada por Jesus e ainda hoje é a língua materna de
algumas pequenas comunidades no Oriente Médio.

XIV - TRADUÇÕES E VERSÕES DA BÍBLIA

1. O processo de tradução. Traduzir é, a rigor, passar um texto para outra língua. Isto parece
fácil e simples, mas não é. O que se diz numa língua pode, a princípio, ser dito em qualquer outra
língua. Não que seja um processo simples. Há alguns termos que são de difícil tradução, como,
por exemplo, a palavra "saudade". Nem sempre o texto traduzido diz exatamente a mesma coisa
que o original. Em muitos momentos o que se consegue é uma "semelhança interpretativa". Mas
não existe texto intraduzível, como explica Paulo Rónai, alguns textos têm tradução absoluta, ou
seja, deixam impressão igual em todos os leitores (RÓNAI, 1987, p.56). Já a tradução de textos
literários é uma aproximação, não Segundo Moacyr Scliar, Saturno nos trópicos, pp. 148-51, a
saudade é o mais luso dos sentimentos. A Bíblia tem muito de literatura, especialmente os
trechos poéticos. Isto talvez ajude a explicar o constante surgimento de novas traduções.

2. Texto massorético. Apesar da antiguidade dos livros bíblicos, os manuscritos mais antigos
que possuímos datam a maior parte do III e IV Século d.C.. Tais manuscritos são o resultado do
trabalho de copistas (escribas) que, durante séculos, foram fazendo cópias dos textos, de modo a
serem transmitidos às gerações seguintes. Transmintido por um trabalho desta natureza o texto
bíblico, como é óbvio, está sujeito a erros e modificações, involuntários ou voluntários, dos
copistas, o que se traduz na coexistência, para um mesmo trecho bíblico, de várias versões que,
embora não afetem grandemente o conteúdo, suscitam diversas leituras e interpretações
diferentes dum mesmo texto. A grande fonte hebraica para o Antigo Testamento é o chamado
Texto Massorético. O Texto Massorético (sigla TM) é considerado a fonte mais autorizada para
o texto hebraico bíblico original.

3. Versão Septuaginta (LXX). A Versão dos Setenta ou Septuaginta Grega, é o nome da


tradução da Bíblia hebraica para o grego koiné, traduzida em etapas entre o III e o I século a.C.
em Alexandria. Dentre outras tantas, é a mais antiga tradução da Bíblia hebraica para o grego,
língua franca do Mediterrâneo oriental pelo tempo de Alexandre, o Grande. A tradução ficou
conhecida como a versão dos Setenta (ou Septuaginta, palavra latina que significa setenta, ou
ainda LXX), pois setenta e dois rabinos trabalharam nela e, segundo a lenda, teriam completado a
tradução em setenta e dois dias. A Septuaginta foi usada como base para diversas traduções da
Bíblia, e inclui alguns livros não encontrados na Bíblia hebraica.

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4. Versão da Vulgata. Do latim “vulgos” (popular, corrente, do povo). É chamada Vulgata


Latina a tradução feita em latim por São Jerônimo, em 404 d.C. Com o objetivo de realizar uma
tradução de qualidade e fiel aos originais, Jerônimo foi à Palestina, onde viveu durante 20 anos,
Jerônimo foi um notável erudito da Igreja que estava em Roma, a qual nesse tempo ainda
mantinha a pureza espiritual, a quem o Papa Damaso (366-384) comissionou, em 383 a.D., para
revisar a Bíblia latina. A Vulgata latina foi à primeira obra impressa logo depois da invenção da
tipografia, saindo à luz no ano 1455.

5. Outras traduções importantes. Outras traduções começaram a ser realizadas por cristãos
novos nas línguas copta (Egito), etíope (Etiópia), siríaca (norte da Palestina) e em latim, a mais
importante de todas as línguas pela sua ampla utilização no Ocidente. Depois que a LXX
conquistou o mediterrâneo e a Europa, os cristãos entraram em conflito com os invasores godos
e hunos, que destruíram uma grande parte da civilização romana. Nos mosteiros, nos quais
alguns homens se refugiaram da turbulência causada por guerras constantes, o texto bíblico foi
preservado por muitos séculos, especialmente a Bíblia em latim na versão de Jerônimo. Não se
sabe quando e como a Bíblia chegou até as Ilhas Britânicas. Missionários levaram o evangelho
para Irlanda, Escócia e Inglaterra, e não há dúvida de que havia cristãos nos exércitos romanos
que lá estiveram no segundo e terceiro séculos. Provavelmente a tradução mais antiga na língua
do povo desta região é a do Venerável Bede. Relata-se que, no momento de sua morte, em 735
d.C., ele estava ditando uma tradução do Evangelho de João, entretanto, nenhuma de suas
traduções chegou até nós. Aos poucos as traduções de passagens e de livros inteiros foram
surgindo.

6. O primeiro livro impresso foi a Bíblia. Na Alemanha, em meados do Século XV, um


ourives chamado Johannes Gutenberg desenvolveu a arte de fundir tipos metálicos móveis. O
primeiro livro de grande porte produzido por sua prensa foi a Bíblia em latim. Cópias impressas
decoradas a mão passaram a competir com os mais belos manuscritos, esta nova arte foi utilizada
para imprimir bíblias em seis línguas antes de 1500 (alemão, italiano, francês, tcheco, holandês e
catalão); e em outras seis línguas até meados do século XVI (espanhol, dinamarquês, inglês,
sueco, húngaro, islandês, polonês e finlandês). Finalmente as Escrituras realmente podiam ser
lidas na língua destes povos.

7. Versões em português. A história registra que a primeira versão das Escrituras em português
foi produzida por D. Diniz (1279-1325), rei de Portugal que era um profundo conhecedor do
latim e estudioso da Vulgata. Algumas outras traduções realizadas em Portugal são dignas de
nota; os quatro evangelhos, traduzidos em apurado português pelo Padre jesuíta Luiz Brandão, e
no início do século XIX, o padre Antônio Ribeiro dos Santos traduziu os evangelhos de Mateus
e Marcos, ainda hoje inéditos.

8. A tradução de Almeida. João Ferreira de Almeida foi autor da grandiosa tarefa de traduzir
pela primeira vez em português, o Antigo e o Novo Testamento. Foi ministro do Evangelho na
Igreja Reformada Holandesa, com sede em Recife, durante a ocupação holandesa, no Século
XVII. Nasceu em Portugal, perto de Lisboa, em 1628, na localidade de Torre de Tavares, nas
proximidades de Lisboa, e mudou-se para o Sudeste da Ásia aos 12 anos de idade, vindo a
falecer em Java em 1691. Conhecedor do hebraico e do grego, Almeida pôde utilizar-se dos
manuscritos nessas línguas, baseando sua tradução no Textus Receptus, do grupo bizantino. Ao
longo desse criterioso trabalho, ele também se serviu das traduções holandesa, francesa (tradução
de Beza), italiana, espanhola e latina (Vulgata). Fato interessante é que o trabalho foi realizado
fora de Portugal, na cidade de Batávia, na Ilha de Java (Oceano Índico). Hoje, essa cidade
chama–se Djacarta, capital da República da Indonésia. Almeida traduziu o Novo Testamento
completo, o qual foi publicado em 1681 em Amsterdam, Holanda. Almeida traduziu o Antigo

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Testamento até o livro de Ezequiel, quando Deus o chamou para o lar celestial em 1691, e
Jacobus op den Akker, terminou a tradução em 1694, a qual foi publicada a obra completa em
1753.

9. A Bíblia no Brasil. Em 1902, as sociedades bíblicas empenhadas na disseminação da Bíblia


no Brasil patrocinaram uma nova tradução para o português, baseada em manuscritos melhores
que os utilizados por Almeida. A comissão constituída para esse fim, composto de eruditos nas
línguas originais e no vocábulo, entre eles o gramático Eduardo Carlos Pereira, fez uso de
ortografia correta e vocabulário apurado. Publicada em 1917, esteve sob a direção do Dr. H. C.
Tucker. Apesar de ainda hoje ser apreciadíssima por grande número de leitores, essa Bíblia não
conseguiu firmar-se no gosto do grande público, não sendo mais impressa atualmente.

10. Revisão da Tradução de Almeida. Em 1948 organizou-se a Sociedade Bíblica do Brasil


com o objetivo de “dar a Bíblia à pátria”. Essa entidade fez duas revisões no texto de Almeida,
trabalho esse iniciado em 1945 pelas Sociedades Bíblicas Unidas. A linguagem foi muito
melhorada, e não restam dúvidas de que nessa revisão foram usados manuscritos gregos dos
melhores, muito superiores aos do Textus Receptus, utilizados originalmente por Almeida. Das
duas revisões elaboradas pela recém-criada Sociedade Bíblica do Brasil, uma foi mais
aprofundada, dando origem à Edição Revisada e Atualizada (ARA), e uma menos profunda, que
conservou o nome “Corrigida” (ARC).

11. Linguagem de Hoje. Essa publicação das Sociedades Bíblicas Unidas, através da Sociedade
Bíblica do Brasil, baseia-se na segunda edição (1970) do texto grego. Esse texto tem tirado
proveito das vantagens da pesquisa moderna, pelo que é bom representante do original.
Publicada completa, A Bíblia na Linguagem de Hoje (NTLH) foi lançada em 1988 e tem como
propósito apresentar o texto bíblico em uma linguagem comum e coerente.

XV - ORIGEM DO DIA DA BÍBLIA

O Dia da Bíblia surgiu em 1549, na Grã-Bretanha, quando o Bispo Cranmer, incluiu no livro de
orações do Rei Eduardo VI um dia especial para que a população intercedesse em favor da
leitura do Livro Sagrado. A data escolhida foi o segundo Domingo do Advento, celebrado nos
quatro domingos que antecedem o Natal. Foi assim que o segundo Domingo de Dezembro se
tornou o Dia da Bíblia. No Brasil, o Dia da Bíblia passou a ser celebrado em 1850 com a
chegada dos primeiros missionários evangélicos na Europa e nos Estados Unidos que foram
semear a Palavra de Deus. Durante o período do Império, a liberdade religiosa aos cultos
protestantes era muito restrita, o que impedia que se manifestassem publicamente. Por volta de
1880, esta situação foi se modificando e o movimento evangélico, juntamente com o dia da
Bíblia foi ganhando força e aos poucos começou a popularizar-se e as diversas denominações
evangélicas institucionalizaram a tradição do dia da Bíblia, que ganhou ainda mais força com a
fundação da Sociedade Bíblica do Brasil, em junho de 1948. Em Dezembro deste mesmo ano,
houve uma das primeiras manifestações públicas do dia da Bíblia, em São Paulo, no Monumento
do Ipiranga; hoje, o dia dedicado às Escrituras Sagradas é comemorado em cerca de 60 países,
sendo que em alguns, a data é celebrada no segundo Domingo de Setembro, numa referência ao
trabalho do tradutor Jerônimo, na Vulgata, as comemorações do segundo Domingo de Dezembro
mobilizam, todos os anos, milhões de cristãos em todo o País.

XVI - CONCLUSÃO

Dispomos atualmente de um grande acervo de pesquisas de homens altamente conceituados a


respeito das cópias existentes das Escrituras. Devemos ser não somente leitores da Bíblia e sim
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amantes da mesma para que quando formos questionados sobre determinados textos, nós
possamos defendê-los junto aos céticos que vivem tentando encontrar erros nas Escrituras, que
possamos crescer tanto na Graça quanto no Conhecimento de Deus.

7) HERMENÊUTICA

I - INTRODUÇÃO

O estudo da hermenêutica é imprescindível ao missionário, pois a sua falta nos evangelismos,


púlpitos e nos devocionais tem gerado uma infinidade de interpretações, heresias e confusões no
seio da Igreja. Soa em nossos ouvidos a mesma exortação feita aos escribas pelo Senhor: “Errais
por não conhecer as Escrituras” (Mt 22.29), podemos ler a Bíblia, porém não conhecer a mente
de Deus expressa nela. O estudo da Hermenêutica é fundamental para o cristão que deseja se
tornar um obreiro aprovado (2Tm 2.15), pois a interpretação bíblica é essencial para a
compreensão e para o ensino correto das Escrituras. Certas pessoas "adulteram a palavra de
Deus" intencionalmente, por isso é necessário observar e entender o significado, compreender o
sentido para a época, depois entender o que a mensagem bíblica quer dizer para os dias de hoje e
aplicá-la.

II – ETIMOLOGIA

O termo "hermenêutica" deriva do grego hermeneuein (que significa interpreto, traduzo).


Platão foi o primeiro a empregar a palavra hermenêutica como termo técnico, é a arte de
hermeneia (interpretação). A Hermenêutica Bíblica cuida da reta compreensão e interpretação
das Escrituras. Consiste num conjunto de regras que permitem determinar o sentido literal da
Palavra de Deus, é o estudo cuidadoso e sistemático da Escritura para descobrir o significado
original que foi pretendido. A Escritura é explicada pela Escritura e pelo Santo Espírito. A Bíblia
interpreta a própria Bíblia. O estudo da Hermenêutica tem o propósito de interpretar as
produções literárias do passado, sua tarefa especial é indicar o meio pelo qual possam ser
removidas as diferenças entre o autor e os seus leitores, em qualquer época. Isso ocorre porque
ela se relaciona diretamente com outras áreas do estudo Bíblico, entre esses estão: o cânon, a
Crítica Textual, a Crítica Histórica, a Exegese, e a Eisegese, além da Teologia Sistemática e
Bíblica. Também há alguns problemas:

1. Cronológico. Está relacionado ao fato da Bíblia ter sido escrita há muito tempo atrás, pois o
primeiro livro foi escrito aproximadamente há 3.400 anos e o último em torno de 2.000 anos.

2. Geográfico. Isso se deve ao fato de que a maioria dos leitores estão longe demais de onde os
fatos ocorreram, sem contar que quase tudo mudou.

3. Cultural. A maior parte da cultura mudou, além de ser muito diferente a forma de pensar e
agir dos povos do mundo da época bíblica.

4. Linguístico. Como já se sabe, a Bíblia foi escrita nas línguas: hebraica, aramaica (Ed 4.8;
6.18; 7.12-26; Jr 10.11; e Dn 2.4; 7.28) e grega. Estas contêm muitos detalhes importantes e
ricos para um conhecimento mais detalhado em relação à Bíblia. Entretanto, foi por causa dessas

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línguas e das mudanças naturais, que surgiram os problemas em relação às interpretações


textuais, conforme consta nos melhores manuscritos encontrados.

5. Literário. As diferenças contidas nos estilos de escritos utilizados nos tempos bíblicos com
os de hoje são enormes. Um bom exemplo é o fato do NT utilizar muitas parábolas, enquanto
que o AT utiliza muitos provérbios e salmos, entre outros estilos. O importante é que o estudante
da Bíblia saiba que para estudá-la é preciso ter bom senso, paciência, disposição e dedicação ao
analisar os textos.

III – HISTÓRIA DA HERMENÊUTICA

1. Interpretação judaica. Apesar do povo de Israel estar sempre ouvindo as leis de Deus
(Toráh), continuava tendo a necessidade de interpretá-las para que a compreendessem. Pode-se
afirmar que a história da interpretação bíblica começou com Esdras quando o povo voltou do
cativeiro babilônio, por volta de 536 a.C., para a reconstrução do Templo de Jerusalém,
conforme consta no livro de (Ne 8.1-12). O povo pediu a Esdras que lesse a Toráh, porque no
período do exílio a compreensão do hebraico havia sido perdida e se falava o aramaico. Por isso
era necessário que alguém pudesse traduzir o texto para a língua, ou melhor, para a cultura do
povo judeu, conforme consta no versículo 8, o qual fala a respeito da leitura da Palavra de Deus
e como os levitas fizeram para que o povo a entendesse através da interpretação. A interpretação
judaica utiliza o método Pardês de interpretação do Tanakh (nosso Antigo Testamento). Das
letras iniciais desse método surgiu o acrônimo PaRDêS, que coincide com o termo persa e
hebraico paraíso. Pardês é um nome formado pelas letras iniciais desse método hermenêutico, os
quais são quatro, e são chamados de os quatro níveis de interpretação judaica, sendo eles:

2. Letrismo. Era o tipo de interpretação na qual as letras na mente do autor criavam


interpretações fantásticas. O rabino Akiba (50? - 132 d.C.), líder de uma escola para rabinos em
Jaffa, na Palestina, afirmava que toda repetição, figura, paralelismo, sinonímia, palavra,
partícula, pleonasmo e, ainda mais, a própria forma de uma letra possuía um significado oculto,
pois cada versículo das Escrituras possuem muitas explicações. Para ele cada letra hebraica tinha
vários significados.

3. Midráshica. O rabino Hilel (70? a.C. - 10 d.C.), nascido na Babilônia e fundador de uma
escola em Jerusalém, é considerado o fundador das normas básicas da exegese rabínica. Essas
regras foram divididas em seis (6) tópicos, os quais se subdividiram nos 613 mandamentos da lei
mosaica. Mesmo assim, continuou com uma exposição fantasiosa em vez de conservadora. Sua
exegese dava vários significados aos textos, palavras e frases sem levar em conta o contexto;
combinava textos que tinham palavras ou frases semelhantes sem se preocupar com as ideias
expostas em cada um, e interpretava aspectos incidentais de gramática.

4. Pesher. Este método de interpretação existia particularmente entre as comunidades de


Qumrãn e dava ênfase às coisas escatológicas. A comunidade de Qumrãn acreditava que tudo
quanto os antigos profetas escreviam tinha um significado profético. Esta interpretação
apocalíptica era comum entre eles, pois acreditavam que o "Mestre da Justiça" (Deus) tinha
revelado o significado das profecias, que sempre foi um mistério. Mas o que mais os agradava
era a ideia de pensarem que eles eram o remanescente das profecias.

5. Alegórica. Alegorizar é procurar um sentido oculto ou obscuro que se acha escondido no


texto. Entretanto este sentido é dado de acordo com a interpretação do intérprete. A interpretação
alegórica baseia-se, principalmente, no sentido literal que é tido como base. Dentro desta ótica, a
interpretação literal é um código que precisa ser decifrado e a alegorização traz o seu verdadeiro
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significado e dá sentido ao texto. Os judeus alexandrinos, no Egito, foram alcançados pela


filosofia grega e tiveram sérios problemas quando começaram a ser influenciados pela mesma.
Alguns achavam a resposta alegorizando a Toráh (Lei Mosaica). Duas pessoas se destacaram
neste período, Aristóbulo (100 a.C.) e Filo (20 a.C. - 54 d.C.). Aristóbulo acreditava que o AT
era a base da filosofia grega, por isso os ensinamentos só seriam compreendidos mediante a
alegorização. Filo ou Filão é considerado o alegorista judeu-alexandrino mais famoso. Apesar de
sofrer a influência da filosofia grega, tentou defender o AT contra todos. Exemplo: Se o texto
bíblico diz que Adão 'se escondeu de Deus', essa expressão é uma desonra a Deus, que vê todas
as coisas, portanto, só se pode tratar de alegoria.

6. Interpretação Patrística. A respeito dos pais da Igreja no século I d.C., sabe-se que em seus
escritos proliferavam algumas citações do AT, e entendiam que estas convergiam para Cristo.
Juntamente com os apóstolos, uma escola de interpretação alegórica dominou a Igreja nos
séculos seguintes. Mas esta alegorização tinha um propósito considerado digno, que era o desejo
de entender o AT como um documento cristão. Clemente de Roma (de 30 a 95 d.C.) fez muitas
citações detalhadas do AT e também citou o NT com muita frequência, com o intuito de reforçar
as suas próprias exortações. Inácio de Antioquia da Síria, escreveu sete cartas endereçadas à
Roma citando constantemente o AT e falando de Cristo; Policarpo de Esmirna, em sua Epístola
aos Filipenses, também citou o AT. A Epístola de Barnabé também contém as suas citações e é
nela que se encontra a Gemátria, a saber, a prática de atribuir significados aos números. Um
exemplo desses textos que mostravam que o AT prenunciava a Jesus Cristo é o de Justino
Mártir (100-164 d.C.). Apesar de alegorizar todos os textos que escrevia, ele afirmava que o AT
fora escrito para os cristãos. Todavia estes só poderiam entendê-lo através da alegorização.
Quem permaneceu quase intocável, quanto a alegorização, foi Irineu (130-202 d.C.), suas obras
mais conhecidas foram: Contra as Heresias e A refutação da falsa gnose. Ele ressaltou que o
melhor método de interpretação era o da fé. Outro que seguiu os mesmos caminhos de Irineu, foi
Tertuliano de Cartago (160-220 d.C.). Dizia que a solução para as heresias era a regra da fé, que
era mais conhecida como os ensinamentos ortodoxos sustentados pela Igreja. Mesmo
acreditando que as Escrituras tinham de ser interpretadas de forma literal, começou a ser
influenciado pela alegorização.

7. Interpretação Contemporânea. Conforme se vê, a interpretação passou por sérias mudanças


quanto aos métodos a serem empregados. A princípio passou a ser utilizado o método literal;
depois o método alegórico, que deixou o literal de lado; depois veio o método das tradições no
qual a Igreja predominou e não aceitou a opinião individual; surgiu então, o método racional que
não aceitava nenhum tipo de ideia sobrenatural e também o método subjetivo que descartava o
método objetivo. O estudante das Escrituras que não entender e nem procurar saber como
interpretar e quais os métodos existentes para a interpretação, ficará limitado a pegar um pouco
de cada um desses métodos já utilizados no passado. O resultado que obterá, mostrará que a sua
interpretação será uma "salada" ou uma forma de "resto de feira" de interpretação. Em qualquer
Igreja de hoje, encontra-se um tipo de interpretação que foi citado anteriormente. Da mesma
forma há os que misturam as interpretações e fazem uma só. Mas o que é mais triste é que a
maioria dos pregadores, pregam-nas em suas igrejas como sendo o melhor método de
interpretação existente. Além de existir, hoje em dia, todo o tipo possível de interpretação que já
foi visto, uma ideia é tida como ponto em comum, a platônica, pois todos creem que há uma
alma que se desprende do corpo e se une a alma de forma incorruptível no céu. Entretanto,
apenas este ponto em comum não é o suficiente para ser aceito como o certo. É necessário que o
estudante de teologia saiba como fazer uma interpretação de um texto, da melhor forma possível.
Para isso é preciso utilizar os fatores históricos, culturais, gramaticais, textuais e outros que o
texto apresente.

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IV - PRINCÍPIOS HERMENÊUTICOS

A Hermenêutica está dividida em duas subcategorias:

1. Hermenêutica geral. É o estudo das regras que regem a interpretação do texto bíblico inteiro.

2. Hermenêutica especial. É o estudo das regras que se aplicam a gêneros específicos como:
Parábolas, alegorias, tipos e profecias.

V - A RELAÇÃO DA HERMENÊUTICA COM OUTROS CAMPOS DE ESTUDO


BÍBLICO

1. Crítica Textual. Tenta averiguar o fraseado primitivo de um texto. Torna-se necessário, pois
não temos os originais dos manuscritos, temos apenas cópias, e essas variam entre si. Em
exegese, Crítica Textual (também chamada de Baixa crítica ou Crítica Documental) é o nome
dado ao estudo dos textos antigos e da sua presevação (ou corrupção) ao longo do tempo. A sua
tarefa é, portanto, a de reconstruir o texto de forma que seja o mais fiel possível ao original com
base nos documentos textuais disponíveis, essa crítica contrasta com a Alta crítica por ter o foco
na recuperação do texto em si, sem atentar para questões como autoria e contexto.

2. Crítica Histórica. Estuda a autoria de um livro, a data da composição, as circunstâncias


históricas que cercam sua composição, a autenticidade do seu conteúdo e sua unidade literária.

3. Exegese. É a interpretação profunda de um texto bíblico, jurídico, histórico ou literário. A


exegese como todo saber, tem práticas implícitas e intuitivas. A tarefa da exegese dos textos
sagrados da Bíblia tem uma prioridade e anterioridade em relação a outros textos, isto é, os
textos sagrados são os primeiros dos quais se ocuparam os exegetas na tarefa de interpretar e dar
seu significado. A palavra exegese deriva do grego “exegeomai, exegesis;” ex tem o sentido de
ex-trair, ex-ternar, ex-teriorizar, ex-por; quer dizer, no caso, conduzir, guiar. Por isso, o termo
exegese significa, como interpretação, revelar o sentido de algo ligado ao mundo do humano,
mas a prática se orientou no sentido de reservar a palavra para a interpretação dos textos bíblicos.

4. Eisegese. São as ideias e pessoais do leitor postos como interpretação daquilo que ele
entendeu. Esse termo está ligado à interpretação alegórica, ensejando abusos de interpretação, a
ponto de alguns autores afirmarem, ironicamente, que a Bíblia seria um livro onde cada qual
procura o que deseja e sempre encontra o que procura. Orígenes, cristão egípcio que escreveu
nada menos que 600 obras, defendia a interpretação alegórica dos textos sagrados, afirmando que
estes traziam, nas entrelinhas de uma clareza aparente, um sentido mais profundo, mas nem
sempre esse tipo de interpretação é correta.

5. Teologia Bíblica. É o estudo da revelação divina no AT, e no NT. Ela indaga como essa
revelação especifica contribuiu para o conhecimento que os crentes já possuíam naquele tempo.
Tenta mostrar o conhecimento teológico através dos tempos.

6. Teologia Sistemática. Organiza os dados bíblicos de uma maneira lógica, tenta reunir todas
informações sobre determinados tópico. Ex: (Deus, Jesus, Igreja).

7. Análise Histórico-Cultural e Contextual. Analisa como o próprio nome já diz, o ambiente


histórico-cultural do autor, com a finalidade de compreender as suas alusões, referências e
propósitos. Na verdade, o que ocorre é um verdadeiro abismo, porque se o estudante de teologia
não compreender o que o autor escreveu para o seu povo no passado, não poderá fazer uma
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aplicação para os dias de hoje e terá uma interpretação deficiente, ou até mesmo, muito distante
do que o autor imaginou dizer para o seu povo. Ao analisar um texto bíblico, devemos perguntar
o que o texto significa para nós, ou para o seu tempo. Entretanto a pergunta mais correta a ser
feita é: O que o autor queria dizer para o povo do seu tempo ou para ele próprio? Para
compreender melhor esse ambiente no qual o autor vive é preciso conhecer o ambiente histórico,
isto é, o contexto histórico-cultural no qual o povo bíblico vivia. Para tanto é necessário fazer as
seguintes perguntas: Quem escreveu o livro? Em que época? Por que o escreveu? Isto é, falar dos
possíveis problemas ou vitórias que ocorreram na época. Para quem foi escrito? E outras, no
mesmo sentido.

8. O autor. Aqui é necessário abranger todas as características que envolvem o autor. Para que
isto seja feito é preciso saber quem é o autor, pois nem todos os livros da Bíblia trazem o nome
do autor e nem sempre ele é o elemento principal, principalmente nos livros contidos no NT. É
preciso compreender o caráter e o temperamento o mais íntimo possível. Também é importante
descobrir qual a sua profissão, porque esta influencia muito na vida de uma pessoa.

9. O Contexto Social. Tudo o que acontece em volta do mundo vivido pelo autor tem que ser
levado em consideração, por isso o contexto social é algo muito importante a ser estudado para
compreender um texto. Ao se falar em contexto social é preciso saber se todas as coisas fazem
parte do contexto. Tudo o que acontecia em volta ou próximo ao autor é importante para a
compreensão do texto. A questão política é uma das que mais influenciam a vida do autor, não só
a política regional como a mundial, porque naquela época a forma de governo era monárquica,
mas não igual à da Idade Média. Então os países mais fortes dominavam e influenciavam os
demais. Não se pode entender o NT sem compreender a influência do domínio de Alexandre o
Grande por toda a terra e o Império Romano. Da mesma forma, fica mais fácil compreender as
profecias dos livros de Daniel e de Zacarias entendendo a história política. Se o intérprete não
conhecer a história de José e de seus pais não entenderá porque o povo de Israel tornou-se
escravo no Egito. Isso não ocorre apenas no AT, mas no NT também. Como compreender os
partidos existentes na época de Jesus se não conhecer a história e a política da época? Os
evangelhos relatam vários grupos existentes na época de Jesus, entre eles pode-se citar os
fariseus, saduceus, zelotes, publicanos, herodianos, essênios, etc. Também existia o Sinédrio e
outros mais, sem contar que sempre que alguém tentava acusar a Jesus jogava-o contra o Império
Romano. Por isso, em toda a Bíblia, é de suma importância conhecer as questões políticas, pois
assim a compreensão do texto e do que o autor queria passar fica mais nítida. Junto com a
questão política existente na época encontra-se a religião dos povos e a forma de governo. Não
se pode interpretar o significado de um texto com certa precisão sem esse tipo de análise, pois o
nosso objetivo é compreender o que o autor escreveu para o seu povo no passado, e somente
após isso ele poderá fazer uma aplicação para os dias de hoje.

10. Análise Léxico-Sintático: É o estudo do significado de palavras tomadas isoladamente


(lexicologia) e o modo como essas palavras se combinam (sintaxe) a fim de determinar com
maior precisão o significado que o autor pretendia lhes dar.
a. Apontar a forma literária geral do texto. A forma literária que o autor usa (poesia, prosa,
parábola outras), influencia o modo que ele pretende que suas palavras sejam entendidas.

b. Investigar o desenvolvimento do texto, e mostrar como a passagem em consideração se


encaixa no contexto.

c. Apontar as divisões naturais do texto. As principais unidades conceptuais e as declarações


transicionais revelam o processo de pensamento do autor e, portanto, tornam mais claro o
significado que ele quis dar.

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d. Identificar os conectivos dentro de parágrafos e sentenças. Observar os versículos,


parágrafos e sentenças (conjunções, preposições, pronomes relativos), mostram a relação que
existe entre dois ou mais pensamentos.

e. Determinar o significado isolado das palavras. Qualquer palavra que sobrevive por muito
tempo numa língua começa a assumir uma variedade de significados. Por isso é necessário
procurar os diversos possíveis significados de palavras antigas, e então determinar qual desses
possíveis significados é o que o autor tencionava transmitir num contexto específico.

f. Analisar a sintaxe. A relação das palavras entre si expressa-se por meio de suas formas e
disposições gramaticais.

g. Colocar os resultados de sua análise léxico-sintática em palavras que não tenham conteúdo
técnico, fáceis de ser entendidas, que transmitam claramente o significado que o autor tinha em
mente.

VI - REGRAS PARA FAZER ANÁLISE TEOLÓGICA

1. Determinar seu ponto de vista da natureza do relacionamento de Deus com os homens.

2. Apontar as implicações desta perspectiva, para as passagens em estudo.

3. Avaliar a extensão do conhecimento.

4. Determinar o significado que a passagem possuía para os seus primitivos destinatários á luz
do conhecimento que tinham.

5. Indicar o conhecimento complementar acerca deste tópico o que hoje temos por causa da
revelação posterior.

VII - MÉTODOS LITERÁRIOS ESPECIAIS

Para entender melhor a Bíblia é preciso compreender o que são as figuras de linguagem e saber
diferenciá-las num texto. Segue alguns tipos de figuras de linguagem:

1. Símile: É uma comparação expressa. É o típico emprego das expressões: semelhante ou


como. A ênfase é dada sobre algum ponto de similaridade entre as duas idéias expressas. O
Sujeito e a coisa com a qual está sendo comparada são mantidos separados para uma melhor
compreensão. "Mas, a quem compararei esta geração? É semelhante aos meninos que,
sentados nas praças, clamam aos seus companheiros" (Mt 11.16).

2. Metáfora: É uma comparação não expressa. O sujeito e a coisa com a qual é comparada estão
entrelaçados. Apesar da comparação entre o sujeito e a coisa se identificarem como uma só, o
autor não quer que sejam vistos como literais. Na metáfora um objeto é assemelhado ao outro,
afirmando ser o outro ou falando de si mesmo como se fosse o outro. É o típico emprego das
expressões dos verbos: Ser e Estar. "Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade
situada sobre um monte". Mateus 5.14. A metáfora pode ser dividida em:

 Antropopatismo: atribui a Deus, emoções, paixões e desejos humanos. "E não entristeçais o
Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção." (Ef 4.30).
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 Antropomorfismo: atribui a Deus membros corporais e atividades físicas. "Eis que o salário
que fraudulentamente retivestes aos trabalhadores que ceifaram os vossos campos clama, e os
clamores dos ceifeiros têm chegado aos ouvidos do Senhor dos exércitos” (Tg 5.4).

3. Provérbios: Os provérbios são "ditos concisos, breves, com um pouco de estimulante e uma
pitadinha de sal também". De forma geral têm um único ponto de comparação ou princípio de
verdade para comunicar um único pensamento ou comparação que o autor tinha em mente. Por
isso passam toda a verdade de um tempo em poucas palavras. Também podem ser como uma
parábola ou alegoria comprimida e, até mesmo, possuindo as características de ambas. "Disse-
lhes Jesus: Sem dúvida me direis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; tudo o que
ouvimos teres feito em Cafarnaum, faze-o também aqui na tua terra." (Lc 4.23).

4. Parábolas: O vocábulo parábola significa colocar algo ao lado de outra coisa e compará-lo. É
uma comparação, uma símile ampliada. A comparação é desenvolvida através de uma narrativa
entre dois fatos para explicar o que é desconhecido, conhecido e escondido, sempre visando um
fim prático. Era um método comum no Oriente. A parábola exige, somente, corresponder no seu
todo com a verdade central que se pretende ensinar. Através desta historieta contada é fornecida
uma lição de moral, mostrando assim, através de um fato real, concreto e vivido, a sua
surpreendente tendência. Não se pode entendê-la só tentando descobrir os detalhes existentes ou
atribuindo-lhes alguns. Enfim, é uma historieta narrada que fornece uma lição moral. Ex.: (Mt
13; Mc 4.1-33; Lc 8.4-15; 15.1-32);

a. Princípios para interpretação de parábolas.

 Análise Histórico-Cultural: O mesmo tipo de análise para interpretar passagens expositivas


deve usar-se na interpretação de parábolas, visto que as parábolas eram usadas para esclarecer ou
acentuar verdades que estavam sendo discutidas numa situação histórica especifica.

 Análise Léxico-Sintático: Existem palavras de difícil compreensão nas parábolas requerendo


uma análise das mesmas.

 Paralelismo: Buscar no texto bíblico passagens que façam referência a parábola estudada,
analisar parábolas que falem do mesmo assunto, fazer paralelismo com os sinóticos.

 Análise Teológica: São duas as principais questões teológicas as quais um expositor deve
responder antes de estar apto, a interpretar a maioria das parábolas de Jesus.

 Análise Literária: Através da história uma pergunta central concernente as parábolas tem
sido: "quanto é significativa? Crisóstomo e Teofilato argumentavam que há um só ponto central
numa parábola. Todo o restante é cortina ou ornamento.

5. Alegoria: É uma metáfora ampliada, onde a comparação não vem expressa e todo o mais se
entrelaça: a história e seu significado, a história e a sua aplicação e traz em seu conteúdo a
própria interpretação. É um uso figurativo, com narrativa fictícia e a aplicação de alguma história
ou fato que se admite. Geralmente tem diversos pontos de comparação, não necessariamente
concentrados ao redor de um núcleo. Um bom exemplo é a interpretação de (Ef 6.10-17),
analisando cada peça da armadura do cristão descrita como algo para a vida prática, tendo como
finalidade deixá-lo totalmente armado. Princípios para Interpretação de Alegorias são os mesmos
usados para interpretar parábolas: Análise histórico cultural, análise contextual, analise do
contexto imediato, análise Léxico-sintático, análise Literária, análise Teologia.
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6. Determinar as mensagens múltiplas de comparação, que o autor tinha em mente, mediante o


estudado contexto e dos pontos que ele acentuou. Ex.: (Ef 6.1-10; Jo 15.1-7).

a. Prosa e Poesia: Na prosa e na poesia encontra-se muito paralelismo, isto é, duas linhas ou
membros do mesmo período, na maior parte. Significa que as coisas correspondem às coisas e as
palavras às palavras.

b. Paralelismo Sinonímico: quando a mesma ideia é repetida em palavras diferentes. A 2a linha


de uma estrofe repete o conteúdo da 1a com palavras diferentes. Ex: (Jó 5.6; Sl 24.2; 103.10; Pv
6.2).

c. Paralelismo Antitético: quando a ideia da 2a linha é contrária à da 1a. Ex: (Sl 37.21; Pv
14.1).

d. Paralelismo Sintético, construtivo ou epitético: quando a 2a linha vai além da 1a,


completando ou explicando-a. Ex: (Sl 14.2); O paralelismo pode ser correspondente, quando a 1a
linha corresponde à 3ª e a 2ª à 4ª. Ex: (Sl 27.1); ou pode ser cumulativo, quando apresenta uma
série de idéias cumulativas e, algumas vezes, conduz a um clímax. Ex: (Sl 1.1; Is 55.6,7).

e. Tipos: As ideias básicas expressas por tipos e seus sinônimos são os conceitos de parecença,
semelhança e similaridade. Os tipos são parecidos com os símbolos e assemelham-se a estes. Os
símbolos servem de sinais de algo que representam, sem necessariamente serem semelhantes em
qualquer respeito. Já os tipos assemelham-se de uma ou mais forma às coisas que prefiguram.
São prefigurações, por isso sempre apontam para o futuro e sempre precedem historicamente ao
seu antítipo. A tipologia busca o vínculo entre as pessoas, eventos históricos ou coisas dentro da
história da salvação. Ex: (Jo 3.14,15). Os tipos contêm três características básicas: há um ponto
notável de semelhança ou analogia entre o tipo e seu antítipo (Rm 5.14-19 - Adão e Cristo). Os
tipos podem ser divididos em 5 classes:

 Pessoas típicas: aquelas cujas vidas demonstram um importante princípio ou verdade da


redenção, Ex: (Rm 5.14 - pecado/salvação);

 Eventos típicos: possuem uma relação analógica com algum evento posterior. Ex: (Mt
2.17,18), nos dias de Raquel a matança dos filhos é uma tragédia local (Jr 31.15), nos dias de
Jeremias é uma tragédia nacional; (o ponto em comum é a angústia demonstrada em face de uma
perda pessoal e querida);

 Instituições típicas: são práticas que prefiguram eventos posteriores da salvação, Ex: (Lv
17.11 com 1Pd 1.19 - o sangue dos cordeiros e o de Jesus Cristo);

 Cargos ou ofícios típicos: Moisés como profeta e Cristo também; Melquisedeque como
sacerdote e Cristo também (Hb 5.6); 5. Ações típicas: são ações ou atitudes tomadas por pessoas
que prefiguram algo que acontecerá, Ex: (Mac 14.22). Cristo comendo o pão e falando sobre o
seu corpo na cruz.

VIII - FIGURAS DE LINGUAGEM NA LÍNGUA PORTUGUESA

1. Figuras de Som.

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a. Aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais. “Esperando,


parada, pregada na pedra do porto”.

b. Assonância: consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos. “Sou um mulato


nato no sentido lato mulato democrático do litoral”.

c. Paronomásia: consiste na aproximação de palavras de sons parecidos, mas de significados


distintos. “Eu que passo, penso e peço”.

2. Figuras de construção.

a. Elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto. “Na sala,
apenas quatro ou cinco convidados” (Omissão de havia).
b. Zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes. Ele prefere cinema; eu, teatro
(omissão de prefiro).
c. Polissíndeto: consiste na repetição de conectivos ligando termos da oração ou elementos do
período. “E sob as ondas ritmadas e sob as nuvens e os ventos e sob as pontes e sob o sarcasmo e
sob a gosma e sob o vômito (...)”.
d. Inversão: consiste na mudança da ordem natural dos termos na frase. “De tudo ficou um
pouco. Do meu medo. Do teu asco”.
e. Silepse: consiste na concordância não com o que vem expresso, mas com o que se
subentende, com o que está implícito. A silepse pode ser:
 De gênero: Vossa Excelência está preocupado.

 De número: Os Lusíadas glorificou nossa literatura.

 De pessoa: “O que me parece inexplicável é que os brasileiros persistamos em comer


essa coisinha verde e mole que se derrete na boca”.

f. Anacoluto: consiste em deixar um termo solto na frase. Normalmente, isso ocorre porque se
inicia uma determinada construção sintática e depois se opta por outra. A vida, não sei realmente
se ela vale alguma coisa.
g. Pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem. “E rir meu
riso e derramar meu pranto”.
h. Anáfora: consiste na repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases. “Amor é
um fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer”.

3. Figuras de pensamento.

a. Antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo


sentido. “Os jardins têm vida e morte”.
b. Ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se, com isso,
efeito crítico ou humorístico. “A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças”.

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c. Eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese,
procura-se suavizar alguma afirmação desagradável. Ele enriqueceu por meios ilícitos (em vez
de ele roubou).
d. Hipérbole: trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática. Estou morrendo de sede
(em vez de estou com muita sede).
e. Prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são
próprios de seres animados. O jardim olhava as crianças sem dizer nada.
f. Gradação ou clímax: é a apresentação de ideias em progressão ascendente (clímax) ou
descendente (anticlímax). “Um coração chagado de desejos Latejando, batendo, restrugindo”.
g. Apóstrofe: consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma coisa personificada).
“Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus! ”

4. Figuras de palavras.

a. Metáfora: consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com base
numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. A metáfora implica,
pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica subentendido. “Meu pensamento é
um rio subterrâneo”.
b. Metonímia: como a metáfora, consiste numa transposição de significado, ou seja, uma
palavra que usualmente significa uma coisa passa a ser usada com outro significado. Todavia, a
transposição de significados não é mais feita com base em traços de semelhança, como na
metáfora. A metonímia explora sempre alguma relação lógica entre os termos. Observe: Não
tinha teto em que se abrigasse (teto em lugar de casa).
c. Catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, torna-
se outro por empréstimo. Entretanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está
sendo empregado em sentido figurado. O pé da mesa estava quebrado.
d. Antonomásia ou Perífrase: consiste em substituir um nome por uma expressão que o
identifique com facilidade: ...os quatro rapazes de Liverpool (em vez de os Beatles).
e. Sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos
do sentido. A luz crua da madrugada invadia meu quarto.

IX - VÍCIOS DE LINGUAGEM

A gramática é um conjunto de regras que estabelece um determinado uso da língua, denominado


norma culta ou língua padrão. Acontece que as normas estabelecidas pela gramática normativa
nem sempre são obedecidas, em se tratando da linguagem escrita. O ato de desviar-se da norma
padrão no intuito de alcançar uma maior expressividade, refere-se às figuras de linguagem.
Quando o desvio se dá pelo não conhecimento da norma culta, temos os chamados vícios de
linguagem.

1. Barbarismo: consiste em grafar ou pronunciar uma palavra em desacordo com a norma culta.
Pesquisa (em vez de pesquisa), prototipo (em vez de protótipo).
2. Solecismo: consiste em desviar-se da norma culta na construção sintática. Fazem dois meses
que ele não aparece (em vez de faz; desvio na sintaxe de concordância).

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3. Ambiguidade ou anfibologia: trata-se de construir a frase de um modo tal que ela apresente
mais de um sentido. O guarda deteve o suspeito em sua casa (na casa de quem: do guarda ou do
suspeito?).
4. Cacófato: consiste no mau som produzido pela junção de palavras. Paguei cinco mil reais por
cada.
5. Pleonasmo vicioso: consiste na repetição desnecessária de uma ideia. O pai ordenou que a
menina entrasse para dentro imediatamente. Observação: Quando o uso do pleonasmo se dá de
modo enfático, este não é considerado vicioso.
6. Eco: trata-se da repetição de palavras terminadas pelo mesmo som.
O menino repetente mente alegremente.

8) HOMILÉTICA (ELABORANDO SERMÕES)

I - INTRODUÇÃO

O missionário precisa saber comunicar a Palavra de Deus com eficiência e de maneira clara,
surge então, a necessidade da Homilética.

1. Definição de Homilética. O termo (Homilética) deriva do substantivo grego "homilia", que


significa literalmente "associação", "companhia", e do verbo homileo, que significa "falar",
"conversar". O Novo Testamento emprega o substantivo homilia em 1 Coríntios 15.33 ... as más
conversações corrompem os bons costumes. O termo "homilética" surgiu durante o Iluminismo,
entre os séculos XVII e XVIII, quando as principais disciplinas teológicas receberam nomes
gregos, como, por exemplo, dogmática, apologética e hermenêutica. Na Alemanha, Stier propôs
o nome Keríctica, derivado de keryx, que significa "arauto". Sikel sugeriu haliêutica, derivado
de halieos, que significa "pescador". O termo "homilética" firmou-se e foi mundialmente aceito
para referir-se à disciplina teológica que estuda a ciência, a arte e a técnica de analisar, estruturar
e entregar a mensagem do evangelho. O termo "homilética" tem suas raízes etimológicas em 3
palavras da cultura grega:

a. Homilos, que significa "multidão", "turma", "assembléia do povo" (cf. At 18.17);

b. Homilia, que significa "associação", "companhia" (cf. 1 Co 15.33);

c. Homileo, que significa "falar)", "conversar" (cf. Lc 24.14s.; At 20.11,24,26).

II - A RELAÇÃO ENTRE A HOMILÉTICA E OUTRAS DISCIPLINAS

Como disciplina teológica, a homilética pertence à teologia prática. As disciplinas que mais se
aproximam da homilética são a hermenêutica e a exegese. Enquanto a hermenêutica é a ciência,
arte e técnica de interpretar corretamente a Palavra de Deus, e a exegese a ciência, arte e técnica
de expor as ideias bíblicas, a homilética é a ciência, arte e técnica de comunicar o evangelho. A
hermenêutica interpreta um texto bíblico à luz de seu contexto; a exegese expõe um texto bíblico
à luz da teologia bíblica; e a homilética comunica um texto bíblico à luz da pregação bíblica. A
homilética depende amplamente da hermenêutica e da exegese. Homilética sem hermenêutica
bíblica é trombeta de som incerto (1 Co 14.8), e homilética sem exegese bíblica é a mera
comunicação de uma mensagem humanista e morta. A homilética deve valer-se dos recursos da
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retórica (assim como da eloquência), utilizar os meios e métodos da comunicação moderna e


aplicar a avançada estilística. A relação entre a homilética e as ciências modernas é de caráter
secundário e horizontal; pois as Escrituras Sagradas são a fonte primária, a revelação vertical, o
fundamento básico de toda a homilética evangélica. Por isso, o apóstolo Paulo escreveu aos
coríntios: (Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz
com ostentação de linguagem, ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, senão a
Jesus Cristo, e este crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre
vós. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de
sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em
sabedoria humana; e sim, no poder de Deus) (1 Co 2.1-5).

III - AS CARACTERÍSTICAS DA HOMILÉTICA

Charles W. Koller apresenta o conceito bíblico de pregação como (aquele processo único pelo
qual Deus, mediante Seu mensageiro escolhido, Se introduz na família humana e coloca pessoas
perante Si, face a face). Podemos representá-los por meio de um triângulo, cujos vértices
simbolizam o autor, o comunicador e o receptor:

DEUS

PREGADOR OUVINTE/COMUNIDADE

Neste triângulo, o pregador dirige-se a Deus, na preparação e na proclamação da mensagem, e


ao ouvinte, sua comunidade evangélica. O ouvinte recebe a mensagem da Palavra de Deus
através da comunicação pelo pregador ou por sua própria leitura. Deus, por Sua vez, é autor,
inspirador e ouvinte da Sua Palavra. Entretanto, é bom lembrar que o triângulo só se completa
com um núcleo: este âmago é a palavra do Cristo crucificado (1 Co 2.2). O triângulo, então,
deve ser aperfeiçoado da seguinte forma:

DEUS

PREGADOR OUVINTE/COMUNIDADE

Para os evangélicos, Cristo é o centro da Bíblia. Lutero ensinou enfaticamente: A Escritura deve
ser entendida a favor de Cristo, não contra Ele; sim, se não se refere a Ele não é verdadeira
Escritura ... Tire-se Cristo da Bíblia, e que mais se encontrará nela?
1. O conteúdo da homilética. Com a Palavra de Deus, é-nos dado o conteúdo da pregação.
Pregamos esta Palavra, e não meras palavras humanas. Na comunicação da Palavra de Deus,
lembramo-nos de que nossa pregação deve consistir nessa mesma Palavra: "Se alguém fala, fale
de acordo com os oráculos de Deus (1Pe 4.11). Este falar não é o nosso falar, sendo antes um
dom de Deus, um Charisma. No poder de Deus, nosso falar torna-se o falar de Deus (1Ts 2.13;
cf. 1Co 2.4s.; 2Co 5.20; Ef 1.13). Concluímos, pois, que o conteúdo da homilética evangélica é a
Palavra de Deus.

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2. A natureza da homilética. É a teoria e prática da pregação do evangelho de nosso bendito


Senhor Jesus Cristo, que revela o poder e a justiça de Deus para todo homem que nEle crê (Rm
1.16). O teólogo alemão Trilha as define a natureza prática da homilética como "a voz do
evangelho na época atual da igreja de Cristo". Os termos pregação e pregar, vem do latim
praedicare, que significa (proclamar). O Novo Testamento emprega quatro verbos para
exemplificar a natureza da pregação:

a. Kerysso, proclamar, anunciar, tornar conhecido (61 ocorrências no Novo Testamento). Está
relacionado com o arauto (keryx), "que é comissionado pelo seu Senhor para anunciar em alta
voz alguma notícia, para assim torná-la conhecida". Assim, pregar o evangelho significa fazer o
serviço e cumprir a missão de um arauto. João Batista era o arauto de Deus. Para sua atividade,
os sinópticos empregam o termo kerysso: (Mt 3.1; Mc 1.4; Lc 3.3). Jesus, por Sua vez, era
arauto de Seu Pai: Mt 4.17, 23; 11.1; e os doze discípulos, Paulo e Timóteo, arautos de Jesus:
(Mt 10.7, 27; Mc 16.15; Lc 24.47; At 10.42; Rm 10.8; 1Co 1.23; 15.11; 2Co 4.5; Gl 2.2; 1Ts
2.9; 1Tm 3.16; 2Tm 4.2).

b. Euangelizomai, evangelizar. Quem evangeliza transmite boas novas, uma mensagem de


alegria. Assim se caracteriza a natureza da prédica evangélica. O pregador do evangelho é o
portador de boas novas, de uma mensagem de salvação e alegria. Ele anuncia estas boas novas
de salvação ao homem corrompido por seu pecado (Is 52.7; Rm 10.15). O conteúdo do
evangelho é a salvação realizada por Jesus Cristo (Lc 2.10; At 8.35; 17.18; Gl 1.16; Ef 3.8; Rm
1.16; 1Co 15.1ss.), e seu alcance é o mundo inteiro. O evangelho não deve limitar-se a uma
classe especial. Ele é para todos. Todos têm direito de ouvir a mensagem de Jesus Cristo (At
5.42; 11.20; 1Co 1.17; 9.16).

c. Martyrein, testemunhar, testificar, ser testemunha. O testemunho de Jesus Cristo é outra


característica autêntica da prédica evangélica. Jesus convidou seus discípulos para serem Suas
testemunhas do poder do Espírito Santo (Lc 24.48; At 1.8). Neste sentido, os apóstolos
compreenderam e executaram seu ministério (At 2.32; 3.15; 5.32; 10.39; 13.31; 22.15; 23.11; 1
Jo 1.2; 4.14). A testemunha qualifica-se através da comprovação de sua experiência. Isto lhe dá
credibilidade, convicção e liberdade no cumprimento de sua missão. Por isso, a testemunha do
Novo Testamento testifica para outras pessoas aquilo que apropriou pela fé (2Tm 2.2).

d. Didaskein, ensinar. Encontramos este verbo 95 vezes no Novo Testamento. Seu significado é
sempre ensinar ou instruir. O Novo Testamento apresenta-nos Jesus como um grande educador
(Mt 7.28, 29). É o testemunho unânime de todos os escritores sinópticos, que sem dúvida
coincide com a realidade histórica, que Jesus 'ensinava' publicamente, i. e., nas sinagogas (Mt
9.35; 13.54 par.; Mc 6.2; 1.21), no templo (Mc 12.35; Lc 21.37; Mt 26.55; Mc 14.49; Jo 18.20)
ou ao ar livre (Mt 5.2; Mc 6.34; Lc 5.3). Somente Lucas 4.16ss. dá detalhes acerca da forma
externa de seu ensino (Lc 5.3; Mc 9.35; Mt 5.2). Os apóstolos também reconheceram a
importância do ensino para as igrejas recém-fundadas (At 2.42; 5.28). O alvo do ensino
apostólico era firmar os cristãos em sua fé, prepará-los para o serviço e aperfeiçoá-los para a
vinda do Senhor Jesus Cristo (Ef 4.11). Os apóstolos reconheciam o ensino como Charisma do
Espírito Santo (Rm 12.6; 1Pe 4.11).

IV - PORQUE PREPARAR SERMÕES?

"Sermão é Deus quem dá". Por que há níveis diferentes de sermões? Por que há pregadores
melhores que outros? Todos os sermões e todos os pregadores deveriam ser uniformes. Há culto
narcisismo nos púlpitos. Quase todos os pregadores se acham bons e não gostam de ser
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corrigidos. Corrigir um pregador não significa duvidar de sua vocação. Há pregadores que
encaram o preparo do sermão como descrença no poder espiritual deles.

1. O valor da pregação. Helmut Thielicke, famoso pregador alemão, disse: "Onde quer que
encontremos, hoje em dia, uma congregação cheia de vida, encontraremos no centro uma
pregação cheia de vida". Com isto podemos entender que a pregação é a principal tarefa do
pastor.

2. Objetivo do sermão. O objetivo geral é o propósito geral do sermão, a categoria a que ele se
encaixa em termos de fim último. O que se pretende com um sermão? Ocupar o espaço no culto?
Dar algum material para o povo pensar? Os ouvintes de um pregador ou são salvos ou são
perdidos. A quem se destina o sermão? A ênfase no seu conteúdo se para os salvos, se para os
perdidos, é o que determina o seu objetivo geral. São seis os objetivos gerais do sermão,
conforme Crane, (El sermon eficaz pg. 57-75): evangelístico, doutrinário, devocional,
consagração, ética (ou moral) e alento (pastoral). Destina-se a crentes e não crentes.

a. Sermão evangelístico. Sua finalidade é persuadir os perdidos a aceitarem Jesus Cristo como
Senhor e Salvador. Infelizmente, os sermões evangelísticos são, hoje, repletos de frases feitas:
"Deus te ama", "Você pode morrer esta noite", "Vem agora", etc., No entanto, um sermão
evangelístico pode ter um bom conteúdo (O evangelista não necessita de pobreza de ideias no
cumprimento de sua missão). Quatro verdades devem se delinear no sermão evangelístico:

 O homem natural está perdido;

 A obra redentora é de Cristo;

 As condições pelas quais o homem se apropria da obra redentora de Cristo;

 A necessidade de uma decisão, se não pública, pelo menos no íntimo;

b. O sermão doutrinário. Sua finalidade é instruir os crentes sobre as grandes verdades da fé e


como aplicá-las, portanto, é didático. O dom de ensino era muito difundido no cristianismo
nascente. Jesus era intitulado de "Mestre" e os seus seguidores de "discípulos". O sermão
doutrinário atende quatro funções na vida da igreja:

 Atende o desejo de aprender que existe na vida do crente;

 Previne contra as heresias;

 Dá embasamento à ação;

 Contribui para o crescimento dos ouvintes e do próprio pregador;

c. O sermão devocional. Sua finalidade é desenvolver nos crentes um sentimento de amorosa


devoção para com Deus, despertando sentimento de louvor.

d. O sermão de consagração. Sua finalidade é estimular os crentes a dedicarem talentos, tempo,


bens, influência, vida, etc., ao serviço de Deus. Estimula a igreja para vocação, abertura de novos
trabalhos, ofertas missionárias, etc.

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e. O sermão ético ou moral. Sua finalidade é orientar os crentes para pautarem suas condutas
diárias e relações sociais de acordo com os princípios cristãos. Assuntos que cabem aqui:
Matrimônio, adultério, divórcio, justiça social, racismo, dignidade da pessoa.

f. O sermão de alento (ou pastoral). Sua finalidade é fortalecer e alertar os crentes no meio de
crises pessoais ou comunitárias. Focalizam o cuidado de Deus para com o seu povo e o
livramento que o Senhor opera.

V - CLASSIFICAÇÃO DOS SERMÕES QUANTO A ESTRUTURA

Geralmente os sermões pertencem a uma dessas três categorias:

1. Sermão tópico ou temático. Trata de um tópico e não de um texto bíblico em particular. As


divisões derivam-se do tópico (ou tema). Exemplo 1: "A palavra divina é a verdade" (João
17.17). Na introdução o pregador mostrou como podemos crer na bíblia. Ela tem sido
comprovada pelos séculos. A argumentação seguiu a partir daqui: A palavra de Deus é a verdade
e isto está provado. Surgiram as três divisões. Observe cinco coisas:

a. Acertadamente, a ideia mais forte é a do último tópico. Grave bem isto.

b. As divisões nada têm a ver com o texto.

c. As divisões nada têm a ver com exposição.

d. As divisões derivam-se do tema ou tópicos.

e. As divisões são aleatórias, acidentais, arranjadas.

1.1. Vantagens do sermão tópico ou temático.

a. Possibilita o aperfeiçoamento da retórica. É o sermão típico dos grandes oradores;

b. É fácil de elaborar, porque a unidade é construída conforme o desejo do pregador;

c. Agradam a muitos ouvintes "preguiçosos mentais", porque não exige reflexão;

d. Possibilita que se esgote o assunto ou que se o encerre de modo completo;

e. Permite a discussão de qualquer assunto, pois as idéias vêm de fora do texto;

1.2. Perigos no uso do sermão temático ou tópico.

a. Negligenciar a exegese da palavra de Deus não a aplicando;

b. Atrair a atenção para o pregador. É a inteligência, argumentação e oratória dele que funciona;

c. Pode levar a alegorização.

1.3. Cuidados na confecção do sermão temático ou tópico.

a. O tema deve ser claro, específico e expressivo, pois tudo dependerá dele;
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b. Os argumentos devem vir em ordem progressiva;

c. Esquematize as divisões em uma das seguintes maneiras: explanação, argumentação,


aplicação. Esta é a melhor progressão.

2. Sermão textual. Trata do desenvolvimento de um texto bíblico, um ou dois versículos. As


divisões derivam-se do texto.

2.1. Textuais literais. É quando as divisões são literalmente as palavras do texto. Podendo
haver ligeira variação dos termos. Exemplo 3: "Cristo, o único mediador entre Deus e o Homem"
(João 14.6).

a. O CAMINHO;

b. A VERDADE;

c. A VIDA.

2.1. Na confecção do sermão pode se fazer perguntas ao texto: Quem? Que? Como? Por
quê? Para que? Exemplo 1: "A busca do reino de Deus" (Mateus 6.33).

a. O que? (Buscar). O REINO E A SUA JUSTIÇA;

b. Quem? (Deve buscar). VÓS, OS CRENTES;

c. Quando? (Buscar). EM PRIMEIRO LUGAR;

d. Por que? (Buscar). TODAS AS COISAS VOS SERÃO ACRESCENTADAS.

3. Sermão expositivo. Trata do desenvolvimento de um texto bíblico, geralmente longo. As


divisões também se derivam do texto. Sermão expositivo consiste na explicação ou explanação
de um trecho das escrituras. Não o confunda com homilia.

3.1. O sermão expositivo divide-se em:

a. Analítico: Analisa o texto versículo por versículo. E o sermão narrativo ou interpretativo do


texto lido;

b. Sintético: E uma síntese de todo o texto ou livro.

3.2. Suas limitações.

 É difícil manter a unidade e a concatenação das idéias

 Os assuntos não são tratados de um modo lógico e completo.

3.3. Suas vantagens:

a. Foi o método dos tempos apostólicos;

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b. Exige estudo sério da palavra de Deus (é benção para o pregador e é bênção para a igreja – é a
melhor maneira de edificar a igreja);

c. Obriga-se a tratar de assuntos que de outra forma ficariam esquecidos;

d. Presta-se a uma série de sermões bíblicos. Aplica-se uma série de passagens doutrinárias,
devocionais, evangélicas, parábolas, milagres, incidentes históricos e séries de sermões.

3.4. Suas exigências:

a. É necessário determinar o texto. O texto precede o sermão. Diferença de um sermão temático


e um expositivo, neste sentido;

b. É necessário a exegese do texto. Dá mais trabalho;

c. É preciso descobrir o assunto principal ou a lição principal;

d. As divisões devem se relacionar com o tema principal;

e. Deve-se evitar a multiplicação de minúcias, de detalhes desnecessários;

f. Não gastar tempo demasiado explicando pontos difíceis;

g. Não multiplicar a citação de passagens paralelas; Exemplo: "O remédio para a condição
humana" - (Ef 2.1-10).

h. Exemplo: A condição espiritual do homem natural está descrita em nosso texto sob três
figuras:

 O homem natural está morto - "morto em delitos e pecados"

 O homem natural está preso por uma trindade infernal: Segue o curso deste mundo. Vive
nos desejos da carne. Obedece ao príncipe das potestades do ar;

 O homem natural é um réu condenado - "filho da ira".

VI - A ORATÓRIA

1. Oratória: é em resumo, a arte de se falar em público. A Oratória dinâmica visa despertar a


rapidez na emissão de mensagens; com direcionamento lógico e preciso das informações que
pretendemos levar a um grupo de pessoas, agindo com persuasão homogênea. Na Antiguidade
houve dois grandes oradores. Um foi Cícero, o outro Demóstenes. Quando Cícero falava, as
pessoas aplaudiam e elogiavam: “Que grande discurso! ” Quando Demóstenes terminava, o povo
dizia: “Marchemos! ” Esta é a diferença entre apresentar um discurso e persuadir. O sucesso da
oratória consiste na eficácia da persuasão. Envolver o público.

2. Retórica: A arte de bem falar. Conjunto de regras relativas à eloquência.

3. Eloquência: A força de dizer. A faculdade de dominar por meios das palavras o ânimo de
quem ouve. Talento de convencer. Deleitar ou comover. Arte de bem falar.

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4. Orador: Pessoas que discursam bem em público, que tem o dom da palavra, pessoas
eloquentes.

5. Discurso: Disposição metódica sobre certo assunto. Reprodução de palavras de alguém nos
termos exatos na terceira pessoa.

VII - O MEDO DE FALAR EM PÚBLICO

1. Quais as causas do medo de se falar em público?

a. Traumas infantis - é uma das causas mais comuns entre os professores. Geralmente, este
trauma surge de "apresentações improvisadas" dentro das salas de aula de ensino infantil.
Lembra-se daquela professora que lhe obrigou a recitar um texto na frente da sala naquele dia
traumático (e que você tremeu mais que vara verde)? Pois é, profissionais assim são responsáveis
pela maioria dos casos de traumas de se falar em público.

b. Desconhecimento da matéria - o total, ou parcial, despreparo na matéria da qual falamos nos


gera insegurança: temos medo de que alguém faça uma pergunta acerca de um tópico do qual
não estudamos bem.

c. Insegurança - o medo de se expressar e não Ter o resultado desejado pode estar "minando" o
seu potencial criativo.

d. Como controlar o medo? Certo orador famoso falou que "nenhum curso ensina como perder
o medo de se falar em público. O que pode ser aprendido é como dominar o nosso medo". O que
passaremos agora são recomendações úteis para se controlar o medo.

2. Controle seu nervosismo - não alimente a chama do seu nervosismo. Roer unhas, colocar as
mãos no bolso, mexer os dedos, etc. - são atos que alimentam os nossos nervosismos. Evite-os.

3. Quando o medo aparecer encare-o normalmente - quando os sintomas do medo aparecer


em você (suor, empalidecimento, tremores, etc.) encare-os como algo comum. Todos os grandes
oradores que você admira passam pelas mesmas situações que você; só que com uma diferença:
eles aprenderam a controlar o medo.

4. Tenha uma atitude correta - os psicólogos falam que o "corpo fala"; geralmente esta
linguagem é estampada em nossos corpos através de gestos. Normalmente os nossos gestos são
inconscientes e as pessoas observam isto. Nossos gestos mostram o que se passa em nosso
íntimo. Portanto, quando for dar uma aula, ou preleção, apresente-se de uma maneira que passe
segurança a quem lhe ver. Tenha passos firmes e tranquilos. Isto passará para o auditório uma
imagem positiva ao seu respeito.

5. Saiba o que falar - faça um propósito de sempre falar do que você tem certeza ou domina
bem. Como vimos anteriormente, o desconhecimento da matéria é uma das causas do medo.
Portanto, negue-se a falar o que você não sabe.

6. Não adquira "vícios de orador" - Mãos no bolso, segurar canetas, segurar revistas, segurar
livros, etc. Estes são alguns “alivia medo" mais comuns nos meios pedagógicos. Estes "vícios"
em nada ajudam em controlar o nervosismo. Por isso, evite-os; pois poderá cansar o auditório.
Cuidado com os vícios de linguagem (né, tá, viu, etc.).

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7. Chame a sua voz com a respiração – Antes de falar é ideal fazer um relaxamento dos
ombros, cabeça e pescoço. Para passar do silêncio para o som, as cordas vocais estarão se
aproximando para realizarem uma vibração, por isso, comece a falar com cuidado, suavemente,
para não depender demasiada força. O nervosismo deixa a voz enroscada na garganta e cada
frase é pronunciada com dificuldade, aumentando assim a intranquilidade de quem fala. Tossir,
pigarrear, além de ser desagradável aos ouvidos de quem ouve não resolve o problema, pelo
contrário, pode agrava-lo. Se ocorrer um desequilíbrio na voz, durante a aula, chame a sua voz
respirando profundamente e ficando tranquilo.

8. Pratique - O medo de se falar em público só é controlado quando praticamos. Com o tempo


você fará tudo automaticamente. Não se preocupe se hoje você não fez "grandes coisas".
Amanhã pode ser o seu dia. Lembre-se: todos aqueles que você admira falar, já passaram pelo
que você passa.

9. Lembre-se - Quando se postar diante de uma plateia lembre-se destas técnicas e de que você
não deve nada a ninguém. A melhor recompensa que um orador pode receber é a atenção que os
ouvintes podem lhe dar.

10. Observar as pessoas - a fim de definir o assunto de interesse delas.

11. Desperte o interesse - Sempre despertar o interesse e a curiosidade do público a fim de


fugir da oratória maçante. Observe o comportamento do auditório, pois este serve de base para
avaliação do desenvolvimento e recepção do sermão. O olhar, os braços, a expressão facial, a
postura do ouvinte são elementos que nos falam e transmitem mensagens em códigos que
quando bem captadas lhe dá uma visão geral de seu desempenho e do andamento da pregação.
Assim poderá se adequar ao momento e até mesmo dar outro rumo em sua pronunciação.

VIII - INTRODUÇÃO OU EXÓRDIO

É a parte introdutória do sermão, ou seja, e o processo pelo qual o pregador procura preparar a
mente dos ouvintes e causar um interesse para com a mensagem e o mensageiro.

1. Objetivos da introdução ou exórdio: Conquistar a atenção dos ouvintes e despertar o seu


interesse pelo tema da prédica. A introdução tem a finalidade de tornar os ouvintes benévolos,
atentos e dóceis. Preparar os ouvintes para compreenderem o assunto a ser apresentado, pois é na
introdução que o pregador conquista a plateia.

2. Princípios para uma boa introdução ou exórdio: Em geral, deve ser breve: Como o
objetivo da pregação e apresentar aos homens a Palavra de Deus, convém que o pregador passe
logo a parte principal da mensagem. Deve Provocar o Interesse: Os primeiros minutos do sermão
são muitíssimo importantes. É aqui que o pregador ganha ou perde a atenção do ouvinte. Se
inicialmente for monótono, marcante ou trivial, provavelmente afetará a recepção da mensagem
pelos ouvintes. Por isso, deve empreender um esforço para atrair a atenção e cativar os ouvidos
do povo a sua mensagem. Procure despertar a curiosidade nas pessoas e evite as repetições,
começando todo sermão do mesmo modo. Empregue tratamento diferente em cada sermão.
Outra maneira de chamar a atenção, e relacioná-lo a situações da vida. A introdução deve visar
diretamente ao assunto.

3. As fontes de introdução ou exórdio: O texto às vezes uma referência ao auto das palavras
lidas ou uma explicação do texto. O contexto o que está dito antes ou depois do texto lido. O

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assunto do sermão pode se explicar as vantagens em considerar o assunto ou sugerir o fim


prático do discurso.

a. A ocasião. Talvez uma das melhores maneiras de se fazer uma introdução.

b. A ilustração. Que se relaciona bem com o assunto, ocasião, etc.

c. Empírica. Usando a experiência ou fatos da vida.

d. Citação notável. Algo que esteja acontecendo em novela, etc.

e. Geografia Bíblica. Acerca de rios, lagos, montes, cidades, etc.

f. História. Bíblica, da Igreja, Pátria, etc.

g. Declaração direta. Ex. "Regresso à Disciplina" O nosso mundo hoje enfrenta uma
necessidade elementar: a necessidade da disciplina.

h. Manchete dos jornais. Pode inclusive mostrar o recorte.

i. Fatos da vida. A fila de ônibus, os mendigos, as crianças abandonadas, etc.

4. Características de uma boa introdução ou exórdio:

a. Simplicidade. Evitar o pedantismo e o exibicionismo de qualquer forma.

b. Unidade. Uma ideia principal e suficiente com as demais que se agrupam ao redor.

c. Brevidade. A introdução demasiadamente elaborada mata o sermão. De 5 a 10% do tempo do


sermão.

d. Naturalidade. Deve-se falar em voz deliberada e clara. A linguagem deve ser natural e
inteligível.

e. Modéstia. A impressão egoísta no exórdio do sermão mata o efeito de todo o discurso e cria
antipatia ao pregador. Devesse evitar referências pessoais.

f. Sugestiva. Seu bom pensamento, narrativa interessante, descrição bem-feita, são elementos
fundamentais para estimular a imaginação e pôr os ouvintes a pensar antes de chegarem ao corpo
do sermão.

g. Apropriada. Ao lugar, ocasião e mensagem. Cordialidade expansivo, afável e franco. Clareza


sem antecipar os fatos.

5. Proposição ou tese: A proposição bíblica é a apresentação, explicação e desenvolvimento das


grandes idéias doutrinárias, éticas e espirituais das Escrituras, de forma simples e convincente,
que estimule o ouvinte. Normalmente é a parte de transição da introdução ao corpo do sermão.
Exemplo:

a. Baseados no que temos visto e lido nas manchetes de jornais, chegamos à conclusão que: "O
homem natural não entende nada das coisas de Deus".

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b. Baseados nestes fatos expostos da vida real, concluímos que: "Todo homem nasce pecador".

c. Em face da vida de fé e louvor dos homens de Deus, expressos nas páginas sagradas, temos a
certeza que a verdadeira adoração é uma questão de espírito e verdade.

6. O corpo do sermão: Esta parte do sermão recebe vários nomes, tais como: discussão,
argumento, desenvolvimento do sermão. O corpo do sermão exige uma atenção especial, visto
que o que precedeu foi um preparo para este momento, e o que virá após será uma questão
apenas de fechamento do assunto.

7. Definição das divisões: Divisões são as seções principais do corpo de um sermão bem
ordenado (esboço). Quer sejam enunciadas durante a entrega, quer não, um sermão corretamente
planejado será dividido em partes distintas que contribuirão para sua unidade.

8. Características gerais:

a. Quanto ao pregador: O corpo do sermão deve ser arquitetado de acordo com um plano ou
esboço definitivo. Não se pode denominar de sermão aquilo que não apresenta um plano
definitivo;

 As divisões devem ser claras e simples, livres de pontos obscuros, idéias vagas ou expressões
indefinidas, assim como de qualquer preocupação com efeitos sensacionalistas;

 As divisões devem promover a unidade de pensamento. A unidade é essencial a construção da


mensagem;

 As divisões ajudam o pregador a descobrir o tratamento Correto de um assunto;

 As divisões devem ser elaboradas harmonicamente. Use três afirmações, três exclamações,
três interrogações, mas nunca misture uma afirmação com. uma interrogação ou uma exclamação
com uma pergunta; empregue o menor número possível de divisões principais; recomenda-se
que as divisões sejam rítmicas. Num esboço de três pontos, usar-se-ia palavras com terminações
como: são, ação, avél, o, a, ar, er, ir, ismo ou dade. Ex.: Jo 19.1718.

Tema: "O Lugar' Chamado Calvário". Esboço:

 Era Lugar de Crucificação;

 Era Lugar de Separação;

 Era Lugar de Exaltação.

 As divisões principais devem observar a "Lei do Progresso Gradativo LPG", os pontos devem
ser colocados, em escala ascendente; devesse conduzir o sermão ao clímax no momento exato.

b. Quanto ao ouvinte: Há pelo menos duas grandes vantagens:

 As divisões esclarecem os pontos do sermão. É muito mais fácil para o ouvinte falada,
quando as idéias principais estão a acompanhar e entender uma mensagem ordenadas e
proferidas claramente;

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 As divisões ajudam a recordar, recapitular, os aspectos principais do sermão. Muitas


vezes, as pessoas que se dizem abençoadas pelo sermão, quando perguntadas pelo teor da
mensagem já não se lembram, ou apenas vagamente. Pode até ser falha de memória, no entanto,
na maioria dos casos foi falta de didática do pregador.

9. Defeitos que devem ser evitados:

 As digressões a mudança brusca e ilógica do tema;

 O excesso de divisões e subdivisões;

 A citação de nomes de pessoas, principalmente sem a devida permissão: As exceções ficam


para os livros, autores e casos notoriamente públicos.

 Procurar elaborar o sermão de forma simétrica, em relação ao tempo e em relação ao


conteúdo o número deve ser equitativo: Introdução = 4' I, II, III = 7' e Conclusão = 5', totalizando
30 minutos.

 Devem ser distintas: Conservando a linha mestra do pensamento deve haver dependência de
cada ponto. As vezes num grupo muito grande de divisões ou subdivisões nota-se apenas
repetições com palavras diferentes apenas.

10. As transições: É o elemento preparatório para se passar de uma divisão para outra, de um
assunto para outro. O ouvinte não tem diante de si, um esboço do sermão para segui-lo, e seu
único meio de acompanhar a sequência da mensagem é o pensamento do pregador e suas
próprias palavras;

 A transição deve ser feita de modo a permitir a passagem suave e fácil de idéias de uma parte
para outra parte do sermão;

 A transição pode ser feita com uma palavra, ou uma sentença breve, ou o anúncio da próxima,
divisão: Ex.: Agora, por conseguinte, novamente, ademais, vejamos, ponto seguinte, ou
enumerando as divisões, como: primeiro, segundo, terceiro..., etc.

 A transição também pode ser caracterizada pela mudança do tom de voz, gestos com as mãos,
respiração, silenciando-se, etc.

11. A conclusão ou peroração: Os grandes oradores gregos e romanos davam especial atenção
as suas pregações, parecendo sentir que a Conclusão era a batalha final que decidiria a guerra e,
assim, reuniam todas as suas forças para um esforço supremo. A conclusão e sem dúvida, o
elemento mais poderoso de todo o sermão. Se não for bem executada pode enfraquecer ou até
mesmo destruir as partes anteriores da mensagem. Alguns pregadores se esquecem da
importância da conclusão e, como resultado, seus sermões fracassam no ponto crucial. Em vez
de concentrarem o material num ponto (foco) de calor e poder, permitem que a corrente de
pensamento no final se dissipe em observações fracas, vagas ou sem importância.

a. Princípios básicos para o preparo da Conclusão: A conclusão deve ter uma finalização
natural e apropriada ao sermão como um todo. Por isso devesse evitar toda e qualquer matéria
nova ou estranha.

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 Deve ser pessoal. A pregação é o encontro, ou combate pessoal, homem com outros homens.
Ele é o mensageiro de Deus, e nesta posição suplica, exorta, persuade, aconselha, guia, desafia e
convida.

 Deve ser viva e enérgica. Uma reprodução forte e vivida do pensamento principal do sermão,
como pregos bem cravados no coração de cada ouvinte.

 Deve ser precisa, definida e clara nos pensamentos e na expressão. Se há uma parte do
sermão que exija maior clareza e conselhos definidos e objetivos, é justamente a conclusão.

b. Formas de Conclusão:

 Recapitulação. Não basta repetir as divisões, e necessário revivê-las. Este método e próprio
para iniciantes.

 Aplicação Prática. É a indicação daquilo em que a verdade pregada afeta a vida dos ouvintes,
de modo particular ou algum ponto especial;

 Apelo Direto. O pregador dirige-se individualmente ao ouvinte;

 Ilustração. E uma maneira muito atrativa de terminar uma mensagem;

 Sentença Final. Uma sentença forte e tocante; Poética Poesias, hinos, etc.

c. Características de uma boa Conclusão:

 Amorosa. Toda conclusão deve ser feita em tom de ternura e amor, nos gestos, nas palavras e
na voz;

 Segura. Sem desculpas ou tropeços;

 Sincera. Sem piadas ou gracejos de mau gosto;

 Positiva. Deve-se acentuar o positivo mesmo que o sermão tenha tratado do negativo;

 Breve. Deve-se evitar, contudo, a precipitação;

 Simples. Compreensível;

 Pessoal. Sem ser egoísta ou exibicionista.

12. Erros a serem evitados:

 As caudas nos sermões alheios. Até onde possível, o próprio pregador deve fazer o apelo;

 As falsas manifestações de arrependimento;

 Os gritos e ameaças com a finalidade de forçar o ouvinte a decidir;

 Evitar o ar de juiz e saber que no máximo o pregador e um advogado, sendo que sua posição
correta e a de intercessor;

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 Evitar gestos de ira, orgulho, desalento, frustração, etc; Evitar os truques.

IX - CONCLUSÃO

1. O apelo. O apelo não faz parte propriamente do sermão, porém, e um convite ao ouvinte a
aceitar e decidir em favor do que foi apresentado na pregação.

a. Indireto. Fala a congregação em geral; Ex.: "Se porventura há alguém que ainda não aceitou
a Jesus como Salvador, eu o convido a vir a frente e fazê-o" (Apelo congregacional).

b. Direto. Fala aos descrentes diretamente; Ex.: "Convido aos que ainda não fizeram um
compromisso com Deus a fazê-lo nesta oportunidade";

c. Pessoal. Dirige-se a uma pessoa em particular, geralmente pessoa conhecida. Devesse tomar o
cuidado para não constranger a pessoa ou fazê-la sentir se humilhada ou forçada;

d. Específico. Aos crentes em geral, para curas, vitórias, etc.

9) EVANGELISMO

I - INTRODUÇÃO

É muito importante que o missionário tenha acesa no seu coração a chama que arde em paixão
pelas almas que precisam ouvir a mensagem do Evangelho, a mensagem da salvação. Nesse
quesito a Igreja Primitiva foi um exemplo a ser seguido por todos aqueles que desejam seguir o
Ide de Jesus, pois até o ano 100 d.C., ela já havia ganhado cerca de 500 mil cristãos; no final do
século III acredita-se que em torno de 12% do Império Romano havia se convertido, algo em
torno de 10 milhões de pessoas.

II - ASPECTOS DO EVANGELISMO

1. Proclamação. Seria a comunicação ao pecador a respeito de sua condição de escravo do


pecado, da natureza e consequência dessa escravidão, do amor de Deus e Sua providência em
Jesus Cristo para salvação deste e, da chamada divina para uma decisão por Cristo Jesus.

2. Convencimento. O evangelista nesta ação seria apenas um instrumento nas mãos do Espirito
Santo, pois é o Espírito que convence e muda o coração do pecador (Jo 16.8).

a. Observação: O Espírito Santo não converte o homem, somente o convence da sua situação
pecaminosa, mas o ato de se converter deve partir do próprio homem (Ez 18.30).

3. Integração. Depois da conversão do pecador, este deve ser levado a um compromisso com o
corpo visível de Cristo (a Igreja), onde seria discipulado e levado ao desenvolvimento e
amadurecimento da sua fé em Cristo Jesus (Ef 4:12,13).

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III - EVANGELISMO (TERMOS)

1. Evangelização. É o ato de comunicar o Evangelho, a palavra “evangelização” indica ação,


significando “pregar o evangelho”. É a comunicação do evangelho a alguém de tal maneira, que
este pudesse tomar uma decisão consciente de aceitação ou rejeição à pessoa de Jesus Cristo
como Senhor e Salvador.

a. O Evangelismo e a Bíblia. Não existe Evangelho, e nem evangelismo sem a utilização da


Bíblia, portanto ela é a ferramenta que o evangelista utiliza, para que o Espírito Santo possa
convencer o homem de que ele precisa de Jesus (Jo 16.8,9). O Evangelista precisa conhecer
muito bem as Escrituras, e ter um conhecimento sólido a respeito das seitas e das heresias mais
comuns, pois geralmente encontrará alguém que precisará ser refutado.

2. O Protoevangelho. “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua


semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15). Esse termo é uma
alusão a pessoa de Jesus que viria para esmagar a cabeça da serpente (Satanás) através da sua
vitória sobre a morte através do seu sacrifício expiatório.

IV - EVANGELISMO INFANTIL

O evangelismo infantil muitas vezes deixado de lado, frequentemente não se exige muito em
termos de preparo dos professores e seus ajudantes (Mc 10.13,14).

1. Atitudes prejudiciais no evangelismo infantil. Julgar que crianças são incapazes de se


converter, julgar que crianças se contentam com qualquer coisa, subestimar a capacidade da
criança de se comprometer com Jesus e dar fruto, são atitudes no mínimo infantis.

2. Quem são os responsáveis.

a. Os pais (Dt 6.7).

b. Os pastores.

c. Os professores da Escola Dominical.

d. A Igreja.

e. Todos os cristãos (Mt 18.6).

3. Por quê evangelizar as crianças? Porque elas também estão debaixo do pecado de Adão
(Rm 3.23). Mesmo os bebês nascem debaixo dessa maldição do pecado, mas eles não pecam na
prática dos seus atos, pois ainda estão vivendo no período da inocência (Sl 51.5).

a. Porque Jesus as quer salvar (Mt 19.14).

b. Porque elas podem crer tão ou mais facilmente que os adultos (1Sm 3.4-15).

c. Porque não sabemos o que lhes reserva a vida (Jo 6.9).

d. Porque é mandamento (Pv 22.6).

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4. Como evangelizar crianças. Usando materiais didáticos, atraentes e eficientes, escolhidos


por pessoas que entendam de educação cristã. Contando com professores treinados, usando
linguagem acessível. Seguindo os Passos corretos na Evangelização, promovendo atividades
pedagógicas que estimulem a comunhão, a integração e o aprendizado bíblico. Ensinando os pais
a valorizarem o desenvolvimento espiritual de seus filhos.

V - ERROS QUE DEVEMOS EVITAR

Um engano que se pode cometer na evangelização é: Falar a uma pessoa acerca da sua relação
para com o Senhor Jesus e o perigo da sua perdição, e se não conseguir convencê-la, utilizar de
esforços humanos até afastá-la definitivamente, em vez de ganhá-la. É um erro também a
tentação de ficar satisfeito com uma concordância superficial em vez de conseguir-se uma
decisão genuína. É fácil confundir um aparente convencimento humano com uma convicção de
uma conversão operada pelo Espírito Santo.

VI - EVANGELISMO EM MASSA

Inclui cultos ao ar-livre, série de palestras ou conferências nas igrejas; cruzadas evangelísticas, e
campanhas. Só tem valor se houver uma preocupação séria com o discipulado. É melhor preparar
primeiro as pessoas para fazer o discipulado antes de fazer a evangelização.

1. Programas de rádio e de televisão;

2. Adesivos para veículos;

3. Revistas, e jornais para autoridades, consultórios médicos;

4. Apresentações de corais, bandas e conjuntos em público, em praças, em escolas, em bancos,


em repartições;

5. Distribuição de Bíblias a pessoas comuns e para as autoridades;

6. Literatura (folhetos) bem selecionados;

7. Palestras, Conferências, simpósios e seminários;

8. Artigos em jornais da cidade;

9. Telefone;

10. Cartas e cartões-postais e muitos outros…

11. Redes Sociais, Internet.

VII - FORMAS DE EVANGELIZAR O MUNDO

1. A importância de ir. “Ide” (Mc 16.15; Is 6.8).

2. A importância de pregar. “Pregai” (At 2.37,38).

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3. A importância de fazer discípulos. “Fazei discípulos” (Mt 28.19).

4. A importância de batizar. “Batizai-os” (Mt 28.19; At 8:36,38).

5. A importância de ensinar. “Ensinai-os” (Mt 28.19,20).

VIII - EVANGELISMO PESSOAL

É o mais tradicional e o mais eficiente, principalmente nos bairros mais pobres. Inclui pessoa a
pessoa; casa-em-casa; evangelização em aeroportos, em bares e restaurantes; contagem (venda
de livros); evangelismo em estações rodoviárias e ferroviárias; na entrada de estádios; em feiras-
livres; em filas, (bancos, ônibus, etc.); em hospitais, penitenciárias, em escolas (intervalos de
aula).

1. Deus foi o primeiro a evangelizar o homem. “Ora, tendo a Escritura previsto que Deus
havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas
as nações serão benditas em ti” (Gl 3,8).

2. Início do evangelismo pelos homens. No fim dos primeiros 2.000 anos, Deus chamou a
Abraão para fora do ambiente idolátrico (Js 24.2-13) de seu lar nativo (Gn 12.1) dando início
assim a um povo Conhecido como hebreu, israelita ou judeu. Deus equipou e preparou
especialmente esse povo durante muitas gerações, para que eles pudessem em tempo oportuno
tornarem-se depositários de uma revelação escrita. E eles, como uma nação separada de todos os
outros povos sobre a terra, pudessem espalhar a bênção desta herança entre todas as nações (Mc
16.15).

3. Quando evangelizar. Quando aparecer uma oportunidade. Enquanto o crente está indo, ou
seja, vivendo, ele está levando alguém a uma tomada de posição em relação a Jesus Cristo (At
8.26-39).

4. Onde evangelizar. Todas as nações, grupos de povos, em toda parte, em todo lugar por onde
passar. Sabemos que uma alma vale mais do que o mundo inteiro, e que Deus amou a
humanidade de tal forma que mandou o seu Filho para morrer por ela. Em resumo, evangelismo
pessoal significa ganhar almas, pessoalmente, embora Jesus falasse às multidões, ele nunca
deixou de falar para alguém que dele se aproximava. O Evangelho de João é o que mais destaca
o Evangelismo de Jesus. Jesus levou André para sua casa e quando este saiu o havia aceitado
como seu Messias (Jo 1.37,47). No capítulo (3), Jesus passava parte de uma noite revelando o
plano da salvação a uma só pessoa: Nicodemos. No capítulo quatro (4) Jesus passava sua hora de
almoço anunciando o Evangelho a uma mulher samaritana. No capítulo cinco (5) Jesus para
junto ao tanque de Betesda, para dar atenção a um homem inválido (Jo 3.2,15; 4.7,25-26; Lc.
5:5,8).

IX - O EVANGELISMO PESSOAL TEM UM ALVO

1. Salvar os perdidos (Lc 19.10).

2. Restaurar os desviados (Tg 5.20).

3. Edificar os crentes (1Co 14.13).

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4. Quando devemos evangelizar? Como os pecadores crerão agora se eu não falo agora? As
almas precisam ser ganhas para Jesus agora. Agora é que nós estamos vivos. Em Lucas 16 temos
a história de um homem que se interessou pela salvação dos outros, mas só depois de morto,
quando nada mais podia fazer (Lc 16.19-31).

5. Estratégias e táticas do ganhador de almas. Estratégia é a arte de traçar uma guerra, ou para
uma guerra, enquanto que a tática é a arte de dispor a tropa no terreno em que vai combater.
"Porque o amor de Cristo nos constrange” (2Co 5.14). Todo verdadeiro filho de Deus, seja
criança, jovem ou ancião, deve possuir o desejo ardente de ganhar almas para Cristo. O Mestre
nos chamou para sermos "pescadores de homens", "arrebatadores de almas" e suas
"'testemunhas". Um coração cheio de amor a Cristo e incendiado pelo espírito Santo é a marca de
verdadeiro ganhador de almas.

6. Algumas precauções que se deve tomar.

a. Evitar visitas em horários de refeição, salvo se houver prévia combinação para este horário.

b. Não efetuar visitas em local e horário de trabalho. Nessas circunstâncias, só se deve entregar
folhetos e formular rapidamente convite para as reuniões.

c. Evitar desperdício de tempo com assuntos extras e profanos, quais sejam: esportes, política,
etc. Podem também se aproveitar desses assuntos para entras com a mensagem do Evangelho.
Ex: Ao político, fala-se do reino de Cristo no coração; ao esportista, fala-se da carreira para
ganhar a taça celeste e, assim por diante.

d. Faça tudo para que sua visita seja "angelical", que deixe à atmosfera do lar visitado
impregnada do bom cheiro de Cristo. Não demore, não fale de ninguém, não chame a atenção
dos filhos das pessoas que você foi evangelizar.

e. Quando tiver de visitar presídios, hospitais etc., procure sempre saber os regulamentos de tais
instituições e obedeça à risca, e nunca se esqueça que o ganhador de almas sábio é (Pv 11.30).

X - ALGUNS ELEMENTOS DE SUCESSO NA ARTE DE VISITAÇÃO PESSOAL

1. Precisamos de tato. A palavra tato têm as seguintes definições: diplomacia, jeito,


discernimento, uma rápida apreciação intuitiva do que é certo, e próprio em qualquer situação. A
habilidade de fazer e dizer o que é certo de maneira que não ofenda as pessoas. Ex: Cristo com
os fariseus (Lc 20.19,26). Paulo perante o tribunal (At 23.1-17). Filipe e o Eunuco etíope (At
8.29-39).

2. O contato. Definido como o ato de exercer o sentido da isca para pescar, mas não vai pegar
o peixe enquanto não entrar em contato com os peixes. Um crente pode ter habilidade, jeito com
os outros e um bom conhecimento da Palavra de Deus, mas se ele não entrar em contato com os
incrédulos, então nunca irá ganhá-los para Cristo. Não forçar as oportunidades, e não perder as
oportunidades.

3. Instruções de como tratar a quem falamos de cristo.

a. Eu me considero bom, não pretendo mudar de religião. Em relação ao assunto em questão,


que é a salvação da alma, assunto diretamente ligado à Deus, ninguém é BOM.
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b. Qualquer religião serve. Das características de uma religião, destacamos uma delas: guardar-
se da corrupção do mundo.

c. Ah! Para ser salvo não preciso de ir à igreja. Sim, ir ao templo não salva ninguém, mas
quem é realmente salvo, deseja sempre estar nas reuniões da Igreja, pois existem centenas de
versículos no Novo Testamento em que Jesus esteve nas sinagogas e no Templo no culto a Deus
(Lc 13.9; Mt 21.12), além também de Paulo (At 21.27), Pedro (At 3.1) e os discípulos (At 2.46;
At 5.42). Essa é uma ideia recorrente do grupo dos desigrejados, que somente no Brasil superam
os 10 milhões de pessoas.

d. Sou mau elemento e Deus não quer pecador. Assim, Deus não faz acepção de pessoas que
se arrependam (At 10.34). Onde abundou o pecado, superabundou a graça (Rm 5.20).

e. Agora não me decidirei mais tarde. Você disse mais tarde, mais tarde sempre é tarde, e está
escrito que os de madrugada me buscarem não me acharão (Pv 8.17).

f. Já estou no fim da vida! Não sirvo mais. Enquanto há vida, há esperança. Antes da
sepultura, muitas coisas podem realizar-se (Ec 9.10).

g. Meus amigos me deixarão se eu for ser crente. Se não deixar pai, mãe, irmãos e amigos por
causa de mim, não é digno de mim (Lc 14.26).

h. Mas, como poderei saber a verdadeira religião? O caminho para o céu é só Jesus (Jo 14.6).

XI - PONTOS A SEREM CONSIDERADOS PARA A DISTRIBUIÇÃO DE


FOLHETOS

1. Conhecer o folheto e sua mensagem.

2. Entregá-lo com atitude de interesse.

3. Não insistir para que alguém o tome.

4. Manter-se calmo e com atitude de alerta.

5. Não discutir com ninguém.

6. Se alguém jogar fora o folheto tome a ajuntá-lo, ofereça o folheto com um sorriso sincero e
com as seguintes palavras: boa tarde, quero oferecer-lhe uma mensagem importante para sua
vida, um recado de Deus para você. Um folheto que explica o caminho da eterna salvação.

XII - EVANGELISMO SOB A UNÇÃO DO ESPÍRITO SANTO

1. Unção (At 1.8). A palavra unção é originada de ungir, e trata-se da aplicação do azeite (óleo)
ao corpo ou à cabeça da pessoa que era ungida pelo seu oficiante. A unção da maneira oficial era
concedida aos profetas, aos sacerdotes e aos reis. Veja os personagens que eram ungidos no
Antigo Testamento. O Profeta Eliseu (1Rs 19.16); sacerdotes (Ex 40.15); os Sumos-sacerdotes
(Ex 29.29), rei Saul – (1Sm 9.16); rei Davi (1Sm 16.13); rei Salomão (1Rs 1.34,39). No Novo
Testamento a ordem para a unção foi somente aos enfermos que eram ungidos pelos apóstolos e
presbíteros para serem curados (Mc 6.13; Tg 5.14).
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2. O evangelista cheio do poder. O ganhador de almas, deve manter-se no poder controle e


equilíbrio do Espírito Santo, para a efetuação de um trabalho laborioso. Na dimensão espiritual, a
nóvel de um verdadeiro cidadão dos céus! Pois fomos chamados das trevas para a luz, e somos
guiados pelo Espírito Santo (1Pe 2.5). Como vasos nas mãos de Deus, temos que nos manter
cheios:

a. Do Espírito Santo. Estêvão (At 6.5); Paulo (At 9.17); Barnabé (At 11.24); João Batista (Lc
1.15); todos (At 4.31).

b. Da Graça. Cristo, exemplo de graça, a graça que foi entregue a cada crente (Jo 1.16), e veio
por intermédio de Jesus (v. 17).

c. De poder. O poder está centralizado em Deus, onde devemos buscá-lo (1Cr 16.11). E você,
onde está centralizado?

d. De paixão (Mt 15.32). Jesus foi um grande exemplo de paixão (pelas almas). Como
discípulos de Jesus que somos, precisamos imitá-lo! E levar o verdadeiro alimento que é a
Palavra de Deus (Mt 4.4). Que esta Palavra habite em nós (Cl 3.16).

e. De boa-vontade. O mundo sedento, anseia por ouvir a voz (a Palavra) de Deus (Ct 8.13).

3. O Evangelista ganhador de almas. O Evangelista (ganhador de almas) deve colocar-se na


despesa de Deus para ser tocado. Exemplos:

a. O profeta Isaías (Is 6.4). Tocado pela brasa.

b. O profeta Jeremias (Jr 1.9). Tocado pela mão.

4. Ferramentas Do Ganhador De Almas (MC 16.15,16). Para a tarefa de ganhar almas precisa-
se da utilização sábia de instrumentos adequados. O marinheiro usa a bússola. O alfaiate utiliza a
tesoura, o lavrador utiliza o arado. Assim, cada trabalhador com sua ferramenta. E o que trabalha
para Jesus, buscando almas para o reino de Deus, suas ferramentas compõem-se de 4 peças, a
saber:

a. A palavra de Deus (2Tm 4.2).

b. A Fé (Hb 11.1,6).

c. O Amor (Jo 5.13).

d. A Oração (Mc 9.38). A oração é indispensável na tarefa de ganhar almas. Orando, as portas se
abrem (Ap 3.7,8), orando, pedimos obreiros (Lc 10.2), orando, acontecem milagres (1Rs 18.36-
38), orando, o crente vence e é próspero na tarefa de ganhar almas para Cristo.

10) DISCIPULADO E MISSÃO NO LAR

CAPÍTULO 1 – DISCIPULADO

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I - INTRODUÇÃO

É ensinar a alguém, algo novo, um novo conhecimento, um novo conceito, um novo padrão de
viver, em nosso caso é: Ensinar aos novos irmãos como viver para Deus, servindo a Ele,
adorando a Ele, em padrão de vida de acordo com sua maravilhosa palavra. É compartilhar com
ele nossa experiência, nossa fé, nossa alegria. É também assisti-los em suas necessidades
espirituais e suas dúvidas, ajudá-los a compreender a nova experiência da vida cristã. É também
levar o novo irmão que agora faz parte de uma nova família, “a família dos salvos” e, a uma
outra dimensão espiritual, pelo poder transformador da Palavra de Deus e do Espírito Santo.
Bem como passar a desfrutar das bênçãos e riquezas preparadas para os que de coração sincero
servem ao Senhor. A exemplo da igreja primitiva. O trabalho de discipulado/acompanhamento
aos novos convertidos é um ministério que tem sido esquecido pelas lideranças evangélicas.
Pesquisas mostram que menos de 1% dos membros das Igrejas Evangélicas estão trabalhando
nesta obra. A ausência de uma assistência aos novos irmãos em nossas igrejas constitui-se num
sério problema para o crescimento da obra. Uma certa igreja realizou uma cruzada, cerca de mil
pessoas decidiram-se a Cristo, seis meses após uns 100 era o que restava das mil, e apenas 6%
dos que se decidiram permaneceram e chegaram ao batismo. Implantado o trabalho de
discipulado houve uma mudança extraordinária e 5 em cada 6 novos crentes permaneceram e
chegaram ao batismo. É através do discipulado que o novo irmão recebe o aconselhamento
espiritual através do qual ele se firma na fé (Cl 1.28,29).

1. Etimologia do termo “ide”. Jesus instruindo os discípulos em (Mt 22.9 e 28.19,20), disse:
IDE, do grego (poreuomai) significando conduzir até o fim, e disse: Ide e fazei discípulos
(Versão ARA). As pessoas alcançadas em todo o mundo para serem discípulos devem ser
batizadas e praticar todos os ensinamentos do Evangelho v.20.

II - O DISCIPULADO NA BÍBLIA

1. O discipulado no Antigo Testamento. A Base Bíblica para o discipulado (Dt 6.1,2,5-9)


como um mandamento. No período dos Juízes Samuel estabeleceu uma escola de Discipulado
(1Sm 19.20). Foi profetizado que chegaria um tempo em que todos seriam discípulos (Is 54.13).

2. O discipulado no Novo Testamento. No Novo Testamento o discipulado encontrou sua


expressão máxima como missão da Igreja e tendo Jesus como modelo (Mt 28.9,20). Outros
exemplos (At 9.27,28; 11.25; 19.9; 2Tm 2.1; 1Pe 5.13).

3. Porque discipular? Porque novo crente precisa aprender as verdades espirituais básicas, e
aplicá-las à sua própria vida, para criar raízes e crescer na graça e no conhecimento do Senhor
Jesus Cristo. E isto acontece mais rapidamente através do discipulado e também evita que o
novo irmão abandone a fé quando vier as dificuldades, as críticas e incompreensão dos amigos e
familiares.

4. Como discipular? Através do acompanhamento por irmãos treinados para isso, através da
Escola Bíblica Dominical, de visitas planejadas aos novos irmãos, de estudos bíblicos
sistematizados e orientados, seguindo uma sequência de assuntos que facilite a compreensão dos
novos convertidos.
Exemplos:

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a. Conhecendo a salvação. É o Dom gratuito de Deus para resgate do homem pecador, do


poder das trevas e do mal. É também um ato soberano de Deus. É também o fruto e a prova
maior do amor de Deus para com o homem (Jo 3.16; Rm 5.8; Ef 1.7; 2.1).

b. Conhecendo a Bíblia. A Bíblia é a palavra de Deus, é também Deus falando conosco. Ela é o
livro dos livros. O melhor manual de conhecimento a respeito de Deus, do homem, do pecado e
da salvação. Um novo convertido precisa saber o que é a Bíblia, do que a Bíblia fala, de quem a
Bíblia fala, para quem a Bíblia fala, qual a razão da sua existência, e qual sua importância para a
humanidade; quem foi seu autor; quem a escreveu, em quais idiomas ela foi escrita; sua estrutura
e suas divisões. Se falharmos nesta tarefa é contribuiremos para uma geração de crentes neófitos
na fé e também para um crescimento lento do reino de Deus. O recomendável é que todo novo
convertido receba uma Bíblia no ato de sua decisão.

c. Por que devemos estudar a bíblia?

 Porque ela é luz que nos ilumina (Sl 119.105).

 Porque ela é alimento espiritual (Jr 15.16; 1Pe. 2.1,2).

 Porque ela é a espada do Espírito Santo (Ef 6.17).

IV - CONHECENDO DEUS

1. Deus tem qualidades que é peculiar somente a Ele, tais como: Onipotência (Sl 91.1),
Onipresença (Jr 23.24), e Onisciência (Jr 17.10).

2. Deus é Criador de todas as coisas (Gn 12.8).

3. Deus é provedor (Gn 22.8).

4. Deus é galardoador (Hb 11.6).

5. Deus é companheiro e amigo fiel (Tg 2.25).

6. Deus é seguro verdadeiro (Sl 46.1).

7. Deus é misericordioso (Lm 3.22,23).

V - CONHECENDO A IGREJA (EF 2.19)

A Igreja é união dos salvos, é também o grupo de pessoas que professam a mesma fé,
compartilham os mesmos princípios e doutrinas, obedecem às mesmas orientações, tem os
mesmos usos costumes e tem também a mesma liturgia de culto. A palavra “Igreja” quer dizer
também: “uma reunião de pessoas que foram chamadas para seguir a Cristo” em obedecendo a
sua palavra em amor e alegria. Os que formam a Igreja são chamados, pela Bíblia, de crentes, de
irmãos, cristãos, santos, eleitos, etc. Não confundir templo com igreja. A igreja somos nós, os
prédios onde congregamos sãos os templos.

1. A Igreja é local e/ou universal. Ao novo convertido devemos ensinar esses conceitos logo
de início para que saiba se orientar em seu caminhar e viver para Deus. Devemos ensinar com

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carinho, tato e sabedoria, para não provocar coque cultural irreversível e prejudicial. Isto deve
ser feito por irmãos treinados e que tenha um bom conhecimento bíblico.

VI - CONHECENDO O ESPÍRITO SANTO

O Espírito Santo é a 3ª pessoa da Trindade, o Consolador, orientador, intercessor e distribuidor


dos Dons espirituais e revelador dos ministérios de Deus e de sua palavra aos filhos de Deus, os
salvos em Jesus. Em até o segundo mês de fé, o novo convertido já precisa tomar conhecimento
da pessoa do Espírito Santo e seu papel em nossas vidas e em nosso favor. O Espirito Santo:

1. Revela (1Pe 1.21).

2. Ensina (Jo 14.26).

3. Clama (Gl 4.6).

4. Intercede (Rm 8.26).

5. Ordena (At 13.2).

6. Separa e envia missionários à obra (At 13.2-4).

VII - CONHECENDO O VALOR DA ORAÇÃO (TG 5.17,18)

O novo convertido deve aprender que através da oração, ele pode obter vitórias. Todos os que
oram e confiam a Deus os seus problemas, são recompensados com a reposta pelo Todo-
Poderoso. O novo convertido vai aprendendo o quanto é bom orar, e que tudo quanto pedimos ao
Senhor, com fé, mediante sua vontade recebemos (Mt 21.22). Orar é falar com Deus, é derramar
diante dele nossas necessidades, nossas angustias, nossos desejos, nossas ansiedades, e também
nossa alegria. A oração é um momento a sós com Deus, um momento de intimidade somente
com Ele .

1. Um salvo (um ganhador de almas). O novo irmão deve logo ser conscientizado que ele é
fruto de trabalho de evangelismo. Portanto como um filho de Deus obediente e consciente de seu
papel de salvo, ele também deve ser um evangelista, um ganhador de almas. A ele deve ser dado
instruções e conhecimento adequada para ser um ganhador de almas. o evangelismo mais
eficiente é o pessoal, é também o ministério que coloca todo crente na mesma posição: a de
mensageiro de Deus e anunciador de boas novas. Homens, mulheres, velhos e crianças na mesma
condição social e espiritual, a de sábios.

VIII - MODELOS DE INTEGRAÇÃO

1. Demonstre simpatia. As pessoas só permanecem na Igreja, quando se sentem amadas, e a


Igreja precisa promover um ambiente que gere sentimentos de amizade e carinho entre as
pessoas. O envolvimento de um nova pessoa pela simpatia pessoal se concretiza nas boas-vindas
na Igreja, com sincera alegria, capaz de criar um ambiente acolhedor e agradável a todos. No
término do culto ou reunião, devem também renovar a alegria de tê-los novamente nas próximas
reuniões. Também, outra forma de demonstrar simpatia, é apresentar o visitante a outras pessoas,
e especialmente a crentes que participem da classe de novos convertidos, ou de grupos de
discipulado. A oportunidade é rica para o início de uma amizade profunda com vistas ao
envolvimento e discipulado do visitante. Leia e medite (At 2.37-47).
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2. Acompanhe outros novos crentes. Algumas pessoas se perdem, unicamente, por serem
esquecidos e abandonados (Lc 15.8,9). É dever da Igreja prover a cada novo convertido
condições de crescimento espiritual. O evangelismo não pode ter por alvo apenas “orar por
pessoas”, mas, “restaurar vidas para o Senhor Jesus Cristo. Faça parte da equipe de
acompanhamento de novos crentes, a qual deve visitar semanalmente cada recém-convertido em
seu lar, em dia e hora previamente marcados, durante os dois ou três primeiros meses de sua
conversão. O testemunho pessoal do visitador é de grande valor para o fortalecimento da fé do
novo crente. Fale com entusiasmo e convicção daquilo que Deus tem feito em sua vida. Partilhe
suas experiências espirituais e suas vitórias.

a. Visite suas casas, convide-os para um almoço e/ou jantar com você.

b. Convide o novo convertido e ir a uma festa com você.

c. Compartilhe com ele suas experiências com Deus.

d. Ore com ele buscando de Deus solução para seus problemas.

e. Escolha alguns textos bíblicos e oriente-os que leiam meditem, vejam que lição prática
podem tirar para o dia a dia de suas vidas. Promova debate de assuntos que os ajude a crescer
espiritualmente. Evitando assuntos polêmico e os quais você não tenha conhecimento sólido.
Nos debates controle o ambiente para não gerar discussões pessoas ou infrutífera.

f. Use sua criatividade, não se prenda ao um modelo único com vários grupos de pessoas.

g. Dependendo do nível sociocultural das pessoas que o irmão estiver discipulando, use métodos
diferentes, de maneira que todos seja ensinados a viver um vida cristã vitoriosa, de convicção,
alegria e fidelidade com Deus. Não acomodado.

3. O crescimento da Igreja é a meta principal. O discipulado leva cada crente a crescer na


comunhão com Deus e a ter os mesmos sentimentos e objetivos.

CAPÍTULO 2 - MISSÃO NO LAR

I - INTRODUÇÃO

Não temos como falar de Missão no Lar sem citar o Pastor Wilson Alves Moreira Filho, pois o
mesmo há alguns anos vem fazendo um excelente trabalho na área da evangelização e do
discipulado na cidade de Imperatriz, e tem levado essa visão a muitas cidades, e a alguns estados
do Brasil. Também tem buscado aperfeiçoar o seu ministério nessa área, como por exemplo,
citamos a sua viagem em fevereiro de 2020, quando esteve no Estado do Texas/EUA, pela
Associação Evangelística Billy Graham aonde participou do curso de Discipulado e
Evangelismo para as Nações. Ao longo dos anos exerceu e trabalhou em várias funções e cargos
relacionados ao evangelismo e ao discipulado, como: Coordenador Geral em Imperatriz do
Projeto de Pequenos Grupos de Missão no Lar; Secretário de Evangelismo e Discipulado pelo
período de seis anos; Coordenador o Projeto Minha Esperança Brasil em Imperatriz; Coordenou
o Projeto de Evangelismo Caminhoneiros Para Cristo; Apresentador do Programa o Clamor da
Madrugada e Missão no Lar na TV Cidade Esperança Canal 14; Promotor de Missões no período
de dez anos; Professor do Curso de Missões pela Secretaria de missões da Assembleia de Deus
em Imperatriz (SEMADI). Estaremos fazendo uma abordagem a respeito de Missão no Lar, a

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partir do material cedido pelo referido Pastor Wilson para compor essa apostila. O Pastor
também é autor de algumas obras e materiais relacionados principalmente a evangelização em
residências, naquilo que são chamados de pequenos grupos de Missão no Lar, como:
1. Captando a Visão dos Pequenos Grupos;

2. Fazendo Discípulos;

3. Compreendendo a Missão no Lar;

4. 40 Dias de propósitos, estudo para grupos;

5. Minha Casa é Uma Extensão da Igreja;

6. Escritor do Livro Ganhando e discipulando através do Pequenos Grupos da Missão no Lar.

II - REQUISITOS PARA SE TORNAR DISCÍPULO DE JESUS

1. Negar a si mesmo, negar o egoísmo que é a patologia do eu. É a morte do eu, que significa
uma entrega absoluta a Deus (Lc 9.23);

2. Identificar-se com o mestre, que é a marca do verdadeiro cristianismo. O morrer precisa


ser diário (Gl 2.19,20); Satanás sempre tenta nos tirar da cruz (Mt. 16:21,23);

3. Deixar pai, mãe, irmãos, mulher, filho. Significa amar menos os familiares; Jesus deseja
que nossa lealdade e amor a Ele sejam superiores a todos (Lc 14.25,26);

4. Renunciar a tudo quanto tem. Não significa abandonar tudo quanto temos, mas que tudo
quanto temos deve ser colocado a serviço de Cristo e sob sua direção (Lc 14.33);

5. Ter disposição e disponibilidade. Não existe discípulo sem se ter tempo para estar junto;

6. Conhecer a vontade do mestre e exercê-la (Lc. 10:1,3; 6:46).

III - CONHECENDO O MÉTODO UTILIZADO

1. Os pequenos grupos sempre estiveram presente nos cuidados com o povo e na conquista de
vidas para Jesus, assim como na consolidação e no treinamento de pessoas (Êxodo 18.20,21; Mt
4.18-22).

a. A Igreja primitiva era uma igreja de duas asas.

b. Em Jerusalém era uma Igreja de grupos grandes

c. Era uma Igreja de pequenos grupos em Jerusalém como no resto do mundo.

2. A Igreja apostólica era a Igreja dos lares.

a. A Igreja na casa de Maria, mãe de Marcos (At 12.12).

b. A Igreja na casa de Priscila e Áquila (Rm 16.3-5; I Co 16.19).

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c. A Igreja na casa de Filemon (Fm 2).

d. A Igreja na casa de Ninfa (Cl 4.15; At 2.41-47).

e. Os crentes se reuniam diariamente no templo e nas casas (At 5.42).

f. As casas eram a espinha dorsal da estrutura da Igreja. Os maiores crescimentos de igreja e


abertura de novos trabalhos aconteceram e acontecem com os pequenos grupos.

3. Por que os melhores resultados aconteceram através pequenos grupos?

a. A casa do crente é muito importante para expansão do Reino de Deus.

b. As pessoas passam a conhecer Cristo através da vida do crente.

IV - PROBLEMAS ENFRENTADOS PELA IGREJA APÓS O TERCEIRO SÉCULO

1. Deixou de ser uma Igreja que atua nas casas.

2. Passou a ficar isolada da sociedade por acreditar que as quatro paredes do templo são
suficientes.

3. Deixou de crescer como antes por causa do comodismo espiritual.

4. Muitos passaram a achar que o Ide de Jesus é apenas para poucos.

5. Consideram que o chamado divino é apenas para missionários, evangelistas e pastores.

6. Que o púlpito é o responsável por ganhar almas, e crentes destemidos, de cuidar desses novos
irmãos.

7. Se a Bíblia mostra a Igreja primitiva utilizando os pequenos grupos, e os grandes resultados


das que o utilizam, por que você não faz parte de um pequeno grupo?

8. O retorno a essa vivência de Igreja depende de cada um de nós.

V - CONCLUSÃO

Jesus deu início a conquista do mundo através de um pequeno grupo, os apóstolos deram
continuidade, através dos séculos muitos irmãos deram continuidade ao plano de Deus até chegar
a nós. E agora, vai parar em você?

11) SEITAS E HERESIAS

I - INTRODUÇÃO

Deriva da palavra grega “Háiresia” e significa: escolha, seleção, preferência. Daí surgiu a
palavra SEITA. Do ponto de vista cristão, heresia é o ato de um indivíduo ou de um grupo
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afastar-se do ensino da Palavra de Deus e adorar e divulgar suas próprias idéias, ou as idéias de
outrem, em matéria de religião. Em resumo, é o abandono da verdade. O termo “heresia”
aparece no original em (At 5.17; 15.5; 24.5; 26.5; 28.22). O estudo da heresia é importante, pelo
fato de os ensinos heréticos e surgimento de seitas falsas serem parte da escatologia, isto é, ser
um dos sinais dos tempos sobre os quais falaram Jesus e seus Apóstolos.

1. Teísmo. Doutrina que admite a existência de Deus e a sua ação providencial no Universo. O
sujeito dos atributos divinos é distinto dos outros seres e pertence a ordem transcendental. Esse é
o criador do mundo e a sua causa vivificante. É no teísmo que o Deus verdadeiro (o Deus da
Bíblia) se revela ao homem através da sua Soberania, atributos, milagres, teofanias e epifanias.

2. Deísmo. Sistema dos que creem em Deus e na religião natural, mas rejeitam a Revelação
Divina. Um Deus sem atributos morais e intelectuais. Um Deus que não intervém na criação.
Não há revelação sobrenatural. O Deísmo admite que haja um Deus pessoal, que criou o mundo,
mas insiste que, depois da criação, Deus entregou o mesmo para ser governado pelas leis
naturais. Dessa maneira não seria possível haver nenhuma revelação e nenhum milagre. Esse
sistema é também chamado de racionalismo, porque eleva a razão à posição de supremo guia em
assuntos de religião; também se descreve como religião natural, como oposta à religião
revelada. Tal sistema é refutado pelas evidências da inspiração da Bíblia e as evidências das
obras de Deus na história. A ideia acerca de Deus é propagada pelo Deísmo é unilateral. As
Escrituras ensinam duas importantes verdades concernentes à revelação de Deus para com o
mundo: Primeira, sua transcendência, que significa sua separação (Is 6.1); segunda, sua
iminência, que significa sua presença no mundo e sua aproximação do homem (At 17.28; Ef
4.6). O Deísmo da ênfase à primeira verdade, enquanto o Panteísmo dá ênfase demais à segunda.

II - CATOLICISMO ROMANO

Até bem pouco tempo, os melhores livros escritos sobre seitas e heresias não incluía a Igreja
Católica Romana no seu esquema de estudos, talvez, devido ao fato de grande parte deles terem
sido escritos em países onde essa Igreja não exerce suficiente influência para ser notada como
tal. A Igreja Católica menciona o ano de 33. d.C. como data de sua fundação. Isto vem do fato de
que toda ramificação do cristianismo costuma ligar suas raízes originais à Igreja fundada por
Jesus Cristo. Mas a realidade é outra. Vejamos:

1. O catolicismo começou a tomar forma no ano 325, quando o Imperador Constantino,


convertido ao nominalmente ao cristianismo, pois continuou sendo sumo sacerdote do deus mitra
até a sua morte) convocou o 1º Concílio das igrejas, dirigido por Hósi Córdova, com 318 bispos
presentes, esses bispos eram cristãos, e ainda não havia o catolicismo romano.

2. A primeira Igreja construída no Vaticano recebeu o nome de “Igreja do Salvador”, e foi


construída por Constantino, e recebeu o nome de Católica somente no ano de 381, no Concílio
de Constantinopla com o decreto “Cunctos Populos”, dirigido pelo Imperador romano
Teodósio. Devido alterações que fez, deixou de ser católica. Não sabemos como pode ser romana
e universal ao mesmo tempo.

3. O Papa Nicolau I, no ano 858, foi o primeiro a usar coroa, serviu-se com muito efeito de uns
documentos espúrios, escritos no ano 857, conhecidos como Pseudas Decretais De Isidório.
Essas falsas decretais (documentos) eram pretendidas ser dos bispos dos séculos I e II, que
exaltavam o poder dos Papas.

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4. O Papado é uma instituição italiana que surgiu das ruínas do Império Romano e sobreviveu
pela fraude, como no caso das falsas decretais de Isidório, por astutas alianças políticas, como no
caso dos francos (o Rei Carlos Magno) e derramamento de sangue durante a Inquisição,
servindo-se para isso de exércitos dos reis subservientes.

5. Hoje nos estão em desespero na Itália, onde apenas 25% dos católicos são praticantes,
comparando-se com 41% em 1968. Se os Papas não conseguem manter a fé católica na Itália,
sede da Igreja e sede do Papado, como esperam realizar isso viajando por outros países?

6. É Pedro o fundador da Igreja? A Igreja Católica Romana considera a Apóstolo Pedro como
o fundador, a pedra fundamental sobre a qual Cristo edificou sua Igreja. Fundamenta esse
ensino, na passagem de (Mt 16.16-19). Mas devemos analisar os pronomes pessoais que
aparecem na narrativa de Mateus: Simão TU és PEDRO “Petros” (pedrinha, pedregulho), e
sobre ESTA (1ª pessoa do discurso que é o próprio Jesus, observe que Jesus não disse sobre
ESSA “Pedro”, e sim sobre ESTA) PEDRA “Petra” (cordilheira, rocha) edificarei a minha
Igreja. É interessante notar que o próprio Pedro relatou que Jesus é a Pedra (1Pe 2.4-8). Dessa
passagem, a Igreja Católica Apostólica Romana, segue o seguinte raciocínio:

a. Pedro é a rocha sobre a qual a Igreja está fundada;

b. A Pedro foi dada o poder das chaves, portanto, só ele detém o poder de abrir a porta do reino
dos céus;

c. Pedro tornou-se o primeiro Bispo de Roma;

d. Toda autoridade foi conferida a Pedro até nossos dias, através da linhagem de bispos e Papas,
todos vigários (substitutos) de Cristo na Terra.

7. Tenha ou não estado em Roma, o fato é que se Pedro foi Papa, foi um Papa diferente dos
demais que apareceram até agora. Senão vejamos:

a. Pedro era financeiramente pobre (At 3.6), diferentemente do Papa;

b. Pedro era casado (Mt 8.14,15), o Papa não pode se casar e constituir família;

c. Pedro foi um homem humilde, pelo que não aceitou ser adorado pelo centurião Cornélio (At
10.25,26), já o Papa aceita ser adorado e venerado pelos fiéis católicos;

d. Pedro foi um homem repreensível (Gl 2.11-14), o Papa é considerado infalível;

e. É de estranhar que Pedro, sendo “príncipe” dos apóstolos como ensina a Teologia Vaticana,
era Tiago e não ele, o Pastor da comunidade cristã de Jerusalém (At 15). Se Pedro tivesse sido
Papa, certamente ele não teria aceito a orientação dos líderes da Igreja quanto a obra missionária
(At 15.7).

f. O purgatório. A ideia de purgatório tem suas raízes no budismo e em outros sistemas


religiosos da antiguidade, e, é na verdade, um lugar transitório aonde as almas (espíritos)
imperfeitos ficam aguardando pagarem todos os pecados e então subirem ao Paraíso, e eles
sustentam esse ensino baseados nesse texto (Lc 12.58,59). O Papa Pio IV disse: “Os que
morreram culpados de pecados menores, que costumamos chamar de pecados venais e todos os
que vão ao purgatório pagam seus pecados e são levados ao céu após terminadas suas penas”.

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g. A Missa. A Missa é uma celebração do Padre e da Igreja pelo defunto que é paga em dinheiro
pelos familiares, o que na doutrina católica ajuda a expurgar os pecados do defunto. Na época de
Lutero os padres ensinavam que a pessoa após pagar um florim de prata pela alma de um morto
da família, automaticamente saía do Purgatório e subia ao Paraíso, aonde era recebido nos portais
celestiais pelo próprio Apóstolo Pedro, e então montava o jumentinho que carregou Jesus na sua
entrada triunfal em Jerusalém, e o próprio São Domingos iria guiar o asno até a presença de
Maria e de Jesus.

h. A hóstia e a ausência do vinho na Missa. A hóstia no catolicismo é um pão sem fermento e


que representa literalmente o corpo de Cristo, enquanto que o vinho representa literalmente o
sangue de Cristo, e para evitar a profanação do sangue de Jesus que é o agente direto da
salvação, o fiel só pode participara do vinho somente em ocasiões especiais, essa doutrina é
conhecida como Transubstanciação (transformação da substância na carne e no sangue de
Cristo).

i. O Paraíso católico. A doutrina católica ensina que aqueles que praticaram boas obras nesse
mundo e que são praticantes do catolicismo após morrerem vão direto para o Paraíso, e aqueles
que não praticaram boas obras e que eram católicos nominais, vão passar um certo período de
tempo expurgando as suas penas capitais no purgatório.

III - O MORMONISMO

A história do mormonismo tem início com a pessoa de Joseph Smith, nascido a 23 de dezembro
de 1805, no condado de Windsor, Estado de Vermont, nos Estados Unidos da América do Norte.
Para melhor compreender a história do mormonismo, torna-se necessário estudá-la partindo da
sua base, isto é, da vida de Joseph Smith, o fundador da seita.

1. A visão de Smith. Foi criado na ignorância, pobreza e superstição. Ainda moço,


decepcionou-se com as igrejas que conheceu. Foi nesse tempo que diz ter recebido a sua primeira
visão, segundo a qual apareceram-lhe o Pai e o Filho, denunciando a falsidade de todas as
igrejas, com as seguintes palavras: “Eles se chegam a mim com os seus lábios, mas seus
corações estão longe de mim; eles ensinam mandamentos dos homens como doutrina, tendo
aparência de santidade, mas negando o meu poder” (O Testemunho do Profeta Joseph Smith).

2. Fundação da Igreja Mórmon. Joseph Smith cedo encontrou quem o aceitasse como profeta,
pelo que fundou a “Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”. Desde aí, ficou
estabelecida como um princípio doutrinário que esta era a única Igreja verdadeira e que fora dela
não havia outro meio de salvação para o homem.

3. O livro de Mórmon. Cabe-nos perguntar: o livro de mórmon é também a Palavra de Deus?


Tem ele o significado e o valor que os mórmons dizem ter? A resposta a ambas as perguntas é
não! A opinião mais comum entre os estudiosos do mormonismo é que o conteúdo do Livro de
Mórmon, em grande parte, foi tomado dum romance de Salomão Spaulding, um Pastor
presbiteriano aposentado, que escreveu uma história fictícia dos primeiros habitantes da
América. As descobertas arqueológicas e os estudos históricos provam que os primeiros
habitantes da região indicada no livro de Mórmon, eram muito diferentes da descrição que ele dá
quanto aos costumes, nomes, caráter e línguas. O Livro de Mórmon contém mais ou menos
10.000 citações diretas da versão da Bíblia inglesa “King James” (versão do Rei Tiago),
publicada pela primeira vez em 1611. Os muitos erros gramaticais e de conteúdo do Livro de
Mórmon o fazem obra de homem e não Palavra de Deus.
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4. Acerca de Deus. Agora ouvi, ó habitantes da terra, judeus e gentios, santos e pecadores:
Quando nosso pai chegou no jardim do Éden, entrou nele com um corpo celestial e trouxe
consigo Eva, uma de suas esposas. Ele ajudou a organizar o mundo. Ele é Miguel, o Arcanjo, o
Ancião de deus! Acerca de quem santos homens têm escrito e falado; ele é o nosso pai e nosso
deus, e o único deus com quem devemos lidar.

5. A cerca de Jesus Cristo. Ele não foi gerado pelo Espírito Santo. Jesus Cristo foi polígamo:
Maria e Marta, as irmãs de Lázaro, eram suas esposas pluralistas e, Maria Madalena era outra.
Também a festa nupcial de Caná da Galileia, onde Jesus transformou água em vinho, realizou-se
por ocasião de um de seus casamentos (Brigham Young, Wife nº 19, 384). A poligamia é
permitida entre os mórmons.

6. Acerca da Bíblia. A Bíblia é a Palavra de Deus escrita pelos homens. É básica no ensino
mórmon. Mas os Santos dos Últimos Dias reconhecem que introduziram erros nesta obra
sagrada, devido à forma como este livro chegou a nós. A Bíblia Sagrada fala de si mesma, como:
Divinamente inspirada (Jr 36.2; 2Tm 3.16; 2Pe 1.21), verdadeira (Sl 119.142).

IV - ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA

1. História. O pregador itinerante batista William (Guilherme) Miller (1782–1849) de New


England, que fundou o Movimento do Advento na América, previu que o mundo acabaria em 22
de março de 1843 com o retorno de Cristo. Seus seguidores condenaram todas as igrejas daquela
época como sendo apóstatas, “Babilônia”, e incentivaram todos os cristãos a saírem delas.
Muitos o fizeram, e um movimento “adventista” nasceu e cresceu rapidamente. Não ocorrendo o
retorno de Cristo na data prevista, apontaram para a data de 22 de outubro de 1844. Jesus
novamente não veio. Após esse “grande desapontamento”, um outro grupo, o “pequeno
rebanho” insistiu que a data da sua previsão original tinha sido correta. Eles decidiram que o
evento que ocorreu em 1844, foi na verdade a entrada de Cristo no Santo dos Santos do
Santuário Celestial, onde ele supostamente deu início ao “juízo investigativo”. Este juízo revela
aos seres celestiais quem dentre os mortos será digno de ter parte na primeira ressurreição, e
quem, dentre os vivos, está preparado para a trasladação ao reino eterno. Essa doutrina foi
endossada e ensinada por Ellen G. White. De 1844 a 1851 o grupo ensinou a doutrina da “porta
fechada”, baseada na parábola das dez virgens. Qualquer pessoa que não tivesse a mensagem
adventista quando Jesus entrou no santo dos santos ficaria de fora permanentemente, como
ocorreu com as cinco virgens néscias. Separadas do Noivo, elas não podiam assim se tornarem
membros dos Adventistas, nem terem nenhuma esperança de vida eterna. Ellen White aprovou e
ensinou essa doutrina, e sua primeira visão foi responsável em grande parte pela aceitação da
doutrina por parte dos Adventistas. Em 1846 o grupo tinha adotado a doutrina dos Batistas do
Sétimo Dia, que ensinavam que todos os cristãos tinham de observar o sábado, o sétimo dia da
semana. Uma versão elaborada dessa doutrina, combinada com a doutrina do juízo investigativo,
se tornaram a marca característica dos Adventistas do Sétimo Dia. Em 1850 James White
(1821–1881) e Ellen G. White (1827–1915) começaram a publicar a revista The Review &
Herald, disseminando suas doutrinas adventistas e sabatistas. Isso contribuiu para que muitos
“Milleritas” (seguidores de William Miller) se organizassem num corpo distinto que adotou o
nome de Igreja Adventista do Sétimo Dia em 1860, incorporado formalmente em 1863 com
aproximadamente 3.500 membros em 125 congregações. Ellen White nunca ostentou
oficialmente o título de líder da Igreja, mas foi uma das fundadoras e assumidamente uma líder
espiritual. Ela propositadamente recusou o título de “profetisa”, e se autodenominou
“mensageira”. Ela, porém, alegou ter o “Espírito de Profecia”, e que suas mensagens vinham
diretamente de Deus para a direção e instrução da Igreja. Com seu conhecimento e
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consentimento, outros a chamaram de profetisa, e até mesmo de o próprio “Espírito de Profecia”.


Tendo apenas uma educação de nível primário, Ellen White alegou por anos que não sabia ler, e
que sua prosa literária era inspirada por Deus. Foi-se descoberto, porém, que ela não só sabia ler,
como também plagiava outros autores em quase todas as suas obras. Esses fatos foram
documentados e indiscutivelmente provados em vários livros. Na Conferência Geral de junho de
2000, foi votado que a organização afirmaria e defenderia mais energeticamente a ideia do
“Espírito de Profecia através do ministério de Ellen White”. A igreja ASD também ensina
outras doutrinas que são claramente irreconciliáveis com o evangelho bíblico.

2. As heresias adventistas. Eis algumas delas:

a. O Sábado. A Sra. White declara que a guarda do Sábado constitui o selo entre Deus e o seu
povo nos dias atuais: “Que é, pois, a mudança do Sábado, senão o sinal da autoridade da Igreja
de Roma “a marca da besta”.

b. O Sono da Alma. Afirmam que, depois da morte, somos reduzidos ao silêncio. Que morte é
morte mesmo, incluindo a própria alma. Ao morrer, o homem deixa realmente de existir. Isso é
uma inverdade (Mt 22.32; Lc 23.43). A vírgula depois da palavra hoje é um antigo artifício
usado por todos os hereges da antiguidade que procuraram negar a sobrevivência da alma, para
advogar a crença do sono da alma.

c. A Purificação do Santuário. Jesus Cristo hoje está fazendo o "Juízo Investigativo" que
consiste na purificação do santuário. A partir de 1844 Cristo estaria investigando quem deverá
ser salvo ou não, assim terminando o que ele começou na Cruz (Grande Conflito, pg. 299; 489;
428; 435; 489).

d. O Bode Emissário. Tipifica o próprio Satanás, autor do pecado, sobre quem os pecados dos
verdadeiros penitentes serão finalmente colocados (Idem, p. 421). Na verdade, admitir que Cristo
tomará nossos pecados do santuário celestial no final do Juízo Investigativo e os lançará sobre
Satanás, implica que seu sacrifício na cruz para remover nossos pecados não foi eficaz.

e. O Inferno. Agora o príncipe das trevas, operando por meio de seus agentes (os pastores que
pregam sobre a existência do inferno), representa a Deus como um tirano vingativo. A crueldade
é satânica. Deus é amor” (O Grande Conflito; p.534 – EGW - parênteses nosso). O ensino de
Jesus foi claro sobre o inferno: (Mt 13.41-42, 49-50; 22.13; 24.50-51; 25.30, 41, 46; 26.24; Mc
9.45, 47-48; Lc 12.4-5; 13.27-28).

f. Jesus é o Arcanjo Miguel. A senhora White afirma em seu livro (Os Patriarcas; pág. 366),
que Jesus é o Arcanjo Migue. A Bíblia apresenta muitas diferenças entre Jesus e Miguel: Jesus é
criador (Jo 1.3), Miguel é criatura (Cl 1.16); Jesus é Adorado por Miguel (Hb 1.6), Miguel não
pode ser adorado (Ap 22.8-9); Jesus é o Senhor dos Senhores (Ap 17.14); Miguel é príncipe (Dn
10.13); Jesus é Rei dos Reis; Miguel é príncipe dos Judeus (Dn 12.1). Há, portanto, clara
distinção entre Jesus e Miguel. Jesus é o Filho de Deus, e Miguel é anjo: Porque, a qual dos
anjos disse jamais: Tu és meu Filho, Hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai e Ele me
será por Filho? E outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de
Deus o adorem (Hb 1.5-6); Portanto fica claro aqui a superioridade de Jesus.

g. A Natureza Pecaminosa de Jesus. O Adventismo declara que: Em sua humanidade, Cristo


participou de nossa natureza pecaminosa, caída (....) De sua parte humana, Cristo herdou
exatamente o que herda todo o filho de Adão, uma natureza pecaminosa (Estudos Bíblicos. CPB.
P. 140/41). Jesus foi concebido pelo Espírito Santo no ventre de Maria (Lc 1.30), diferenciando-

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se de todos os homens que nasceram em pecado (Sl 51.5). Esse Cristo de natureza pecaminosa é
outro Jesus (2 Co 11.4).

h. Dieta alimentar. Muitos alegam... que a carne é essencial; mas é devido a ser o alimento
desta espécie estimulante, a deixar o sangue febril e os nervos excitados, que assim se lhes sente
a falta. Alguns acham tão difícil deixar de comer carne, como é o ébrio o abandonar a bebida...
(livro: A Ciência do Bom Viver, p.268,271). Existe uma proibição sobre tomar café, comer carne
de porco, tomar chá verde, dentre outros.

V - TESTEMUNHAS DE JEOVÁ

As Testemunhas de Jeová, formam uma das seitas que mais crescem atualmente. Face ao seu
proselitismo incontrolável, e o grande mal causado por seus ensinos à vida do crente, necessário
se faz estudá-la.

1. As Ideias de Russell. Foi Charles Taze Russell e alguns amigos adventistas começaram uma
classe para estudo da Bíblia em 1870, e em 1881 organizou-se a “Sociedade de Tratados da
Torre de Vigia de Sião”. Em 1884 a Sociedade foi legalmente estabelecida com Russell como
seu presidente. Ao rejeitar a doutrina do inferno, Russell também eventualmente rejeitou quase
todas as outras doutrinas cristãs e introduziu muitas doutrinas próprias que são fisicamente e
espiritualmente letais. Muitos de seus ensinamentos bizarros podem ser encontrados na sua obra
de seis volumes intitulada Estudos das Escrituras. Ele foi um homem de mau procedimento.
Casou-se em 1879, e por várias vezes foi levado ao Tribunal por sua própria esposa, em face de
maus tratos que sofria dele. Não podendo ela suportá-lo mais, o abandonou em 1887, dele
divorciando-se em 1913. Viu-se muitas vezes em apuros com a justiça devido a escândalos
financeiros. Devido à confusão causada por esses e outros grupos, o nome da organização foi
oficialmente mudado em 1931 para Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (“Watch
Tower Bible and Tract Society”); no dia 26 de junho de 1931 o nome Testemunhas de Jeová foi
adotado em um congresso em Columbus, no estado americano de Ohio. Foi sob a liderança de
Rutherford que a organização experimentou um crescimento fenomenal. Em 1928, a
organização contabilizava 44.000 membros, e quando da sua morte em 1942, a organização tinha
115.000 membros. Parte do crescimento pode ser atribuído à insistência de Rutherford de que o
fim do mundo estava próximo, e que o Armagedom ocorreria a qualquer momento. O presidente
que o sucedeu, Nathan H. Knorr (1905–1977), iniciou uma estratégia de expansão mundial que
dura até hoje. Em 1943, foi fundada uma escola de treinamento especial para missionários que
seriam enviados para várias partes do mundo, chamada de “Faculdade Bíblica de Gileade da
Torre de Vigia” o nome foi mais tarde mudado para Escola Bíblica de Gileade da Torre de
Vigia. Essa deu início aos métodos de ensino que as Testemunhas de Jeová usam até hoje. Foi
também sob a liderança de Knorr que a Tradução do Novo Mundo foi publicada.

2. A Trindade. O Juiz Joseph Rutherford deixou bem claro que as Testemunhas de Jeová não
creem na doutrina bíblica da Trindade. Ele comenta: “A origem da doutrina da ‘trindade’
remonta aos antigos babilônios e egípcios, e a outros mitologistas antigos. A conclusão óbvia,
portanto, é que Satanás deu origem à doutrina da ‘trindade’.

3. Deus Pai. Conhecido como Jeová, a Torre de Vigia o considera como sendo o único Deus
eterno e todo-poderoso. Dizem: “Houve, portanto, um tempo em que Jeová estava absolutamente
só no espaço universal”. Estando só, o primeiro ato criativo de Jeová foi a criação de seu Filho.
De acordo com a Bíblia, há um só Deus: (Is 43.10; 44.6–8; 45.5–6, 18, 22; 1Co 8.4). O Pai é
Deus: (2Pe 1.17; Fl 2.11). Atualmente os especialistas descartam totalmente a pronúncia do
nome de Deus como Jeová, sendo Javé o nome de Deus mais aceito na academia.

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4. Deus filho. A Torre de Vigia tem repetidamente negado a divindade de Cristo. Sob a
liderança de Knorr, a Torre de Vigia proclamou: Miguel, o arcanjo, não é outro a não ser o
Filho unigênito de Deus, agora Jesus Cristo. A Bíblia ensina que o Filho é Deus: (Jo 1.1; 8.58;
Rm 9.5; Fl 2.6-9; Hb 1.8). Ao contrário do que ensina a teologia da Torre de Vigia, Jesus não é
um ser criado, ou um anjo, mas é o Criador: (Jo 1.2,3; Cl 1.16; Hb 1.6; Ap 22.8–9).

5. Deus Espírito Santo. Como muitas outras seitas, as Testemunhas de Jeová negam a
divindade do Espírito Santo. Eles dizem que o Espírito Santo nada mais é do que uma força
ativa. A Bíblia ensina que o Espírito Santo é Deus (At 5.3,4), e não é somente uma força, mas
uma Pessoa: (Jo 16.13,14; At 8.29; 13.2).

6. O destino do homem: De acordo com a teologia das Testemunhas de Jeová, uma pessoa tem
um de três destinos possíveis. Os Ungidos (144.000) estarão no céu para reinarem com Deus
Jeová. O resto das Testemunhas de Jeová fiéis (que não fazem parte dos 144.000) viverão para
sempre numa Terra Paradisíaca. Ambas classificações são determinadas, em grande parte, com
base na participação dos indivíduos na Sociedade Torre de Vigia, bem como na pregação de
porta a porta de suas doutrinas. As pessoas que não são membros da Sociedade Torre de Vigia
serão destruídas por Jeová Deus e não mais existirão. Não há conceito de punição eterna, ou
inferno, na teologia da Torre de Vigia. Uma pessoa não alcança o favor de Deus por ser membro
da Torre de Vigia, ou levar literatura de porta em porta. Ao contrário, a salvação depende do
relacionamento que uma pessoa tem com Jesus Cristo (Jo 3.3, 16-20; At 4.12; Rm 3.24–26; 1Jo
1.7–10). A Bíblia ensina claramente que todos existirão eternamente, seja no céu ou em eterno
tormento no inferno: (Jo 14.1–3; Ap 6.9; Mt 23.33, 25.41, 45; Ap 20.14).

7. Outras doutrinas. Desde seu início, a Torre de Vigia tem feito falsas profecias sobre o fim
do mundo. Suas diversas previsões sobre o fim, para os anos de 1914, 1918, 1925, 1941 e 1975,
têm mantido o ritmo de crescimento de seu quadro social constante. A Torre de Vigia tem
rejeitado práticas médicas como vacinas, transplantes de órgãos e transfusões de sangue, e,
como resultado, tem causado a morte de muitos de seus membros através de sua história.
Curiosamente, a Torre de Vigia agora reconhece transplantes de órgãos e vacinas como sendo
práticas aceitáveis, contradizendo assim sua posição doutrinal prévia. A Torre de Vigia proíbe
seus membros de qualquer envolvimento em causas políticas ou serviço nas Forças Armadas. À
medida em que rejeita muitos costumes familiares tradicionais como sendo de natureza pagã, a
Torre de Vigia proíbe a celebração de aniversários, natal, páscoa, dia das mães, dia dos pais, e
quase todos os outros feriados.

VI - A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL

A Congregação Cristã no Brasil, fundada em 1910 pelo italiano Louis Francescon, durante anos
esteve entre as igrejas que mais crescem no Brasil. Seus equívocos doutrinários esposa
verdadeiras heresias, uma vez que são mantidas em prejuízo da integridade do Evangelho

1. Guerra declarada as outras igrejas. Durante vários anos a Congregação Cristã no Brasil
tem sido conhecida não só pela sua doutrina, mas também pela tenacidade com que se opõe às
demais igrejas evangélicas do Brasil. Quanto à Assembléia de Deus, particularmente, os
membros da Congregação Cristã no Brasil evitam qualquer tipo de relacionamento, alegando
para isto os seguintes motivos: A Assembléia de Deus possui pastores assalariados; as mulheres
não usam véu; não se observa a prática do ósculo santo; fecham-se as portas enquanto oram; os
membros possuem uma saudação diferente; o batismo no Espírito Santo é ensinado de modo
diferente.

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2. Aspectos doutrinários da Congregação. Independentemente das normas que regem o


relacionamento da Congregação Cristã no Brasil com as demais igrejas, ela ensina entre outras
coisas, o seguinte:

a. A Igreja não precisa de nenhum outro pastor além de Jesus Cristo. Eles alegam que os
pastores são ladrões e usurpadores de um cargo que é somente de Jesus, mas o próprio Jesus
constituiu apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres sobre as igrejas (Ef 4.11; Jr 3.15;
1Pe 5.2; At 20.28; 2Co 11.8; 1Tm 5.18; 1Co 9.4-14; 2Tm 2.4).

b. As mulheres cristãs devem usar o véu durante o culto. Em (1Co 11.5,6,11,13), Paulo
escreve uma apologia com respeito ao véu e seu uso na comunidade cristã de Corinto. Nos dias
da Igreja Primitiva, a mulher que não usasse véu nos cultos públicos agia como se tivesse rapado
a cabeça. Ora, a cabeça rapada era algo repugnante para os judeus, já que só as adúlteras tinham
a sua cabeça rapada, como castigo do seu crime (Nm 5.18). O mesmo acontecia com as escravas,
e, às vezes, com as mulheres em luto, mas isso não era usual para as mulheres que estavam no
seu estado normal.

c. Os crentes devem saudar-se com o ósculo santo. O Ósculo (beijo) era uma maneira comum
de saudação entre os orientais, muito antes mesmo do estabelecimento do cristianismo. Servia
aos judeus nas suas saudações, tanto nas despedidas como também na forma de demonstração
geral de afeto. O ósculo era entre os orientais uma expressão de saudações e respeito tão comum
quanto o aperto de mãos ou o abraço, na nossa cultura. Na Igreja primitiva, o ósculo era
simplesmente uma parte da saudação, quando os crentes se reuniam em seus cultos públicos.
Porém, não demorou muito até que fosse transferido para a própria liturgia, primeiramente como
um sinal de despedida, após a oração final, que encerrava cada reunião, mas, finalmente, como
parte do rito da Santa Ceia do Senhor. Houve regiões em que esta prática perdurou até o final do
século III. O ósculo santo entre os crentes primitivos não se limitava a ser praticado mulher com
mulher e homem como homem, como hoje fazem os irmãos membros da Congregação Cristã no
Brasil. Os costumes orientais indicam que o ósculo santo era aplicado na testa ou na palma da
mão, mas nunca nos lábios. Se os irmãos membros da Congregação Cristã no Brasil se saúdam
com o ósculo apenas no decorrer do culto, também está errado, já que na Bíblia os cristãos
primitivos saudavam-se assim publicamente (At 20.37).

d. O Evangelho não deve ser pregado fora dos locais habituais de culto. O fato de a
Congregação Cristã no Brasil não pregar o Evangelho pelas ruas e praças não encontra apoio nas
Escrituras. A sua omissão se deve à falsa interpretação que fazem de (Mt 6.5). Desse modo, com
medo de serem considerados hipócritas, desobedecem ao imperativo de Jesus (Mc 16.15). Como
será possível evangelizar o mundo inteiro quando se alcançam apenas aqueles que frequentam os
nossos templos? Na parábola da grande ceia, Jesus ensinou o modo como a Igreja deve proceder
quanto à evangelização (Lc 14.21,23). Segundo a Bíblia, Jesus pregou nas ruas (Lc 13.26), nas
praças públicas (Mc 1.15,20) e nos montes (Mt 8.1). Paulo pregou à beira de um rio e num
logradouro público (At 16.13; 17.17). Famosos cristãos do Novo Testamento foram salvos, não
num culto dentro de um templo, mas onde estavam, nos seus afazeres. Pedro, André, Tiago e
João, foram salvos durante um culto realizado por Jesus, à beira do mar da Galileia (Mt 4.18-22).
Mateus estava na coletoria (Mt 9.9), Lídia foi salva à beira de um rio (At 16.13-15), Dionísio e
muitos outros gregos foram salvos enquanto ouviam Paulo pregando no Areópago (At 17.34).
Jesus jamais disse ao pecador: "Vinde ao templo para serdes salvo", pelo contrário, Ele diz à
Igreja: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura" (Mc 16.15).

e. Os pregadores não devem estudar nem se preparar para a pregação, pois o Espírito
Santo colocará em sua boca as palavras certas no momento certo. O ensino da Congregação

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Cristã no Brasil de que o pregador não deve estudar, pois o Espírito Santo colocará na sua boca
as palavras certas no momento certo (Mt 10.19,20). Quando analisada esta passagem dentro do
seu contexto, verificamos que nenhuma alusão há ao fato de que o crente deve relaxar o estudo e
o conhecimento geral sob a garantia de que o Espírito Santo falará por ele quando estiver
pregando. Esta passagem se refere à maneira como o crente deve se comportar no momento da
provação, no caso de vir a ser conduzido aos tribunais e à presença de governadores e reis por
causa do nome de Cristo. Os mais destacados vultos das Escrituras falaram a esse respeito (Pv
9.9; Mt 13.52; 2Tm 2.15; 2Tm 4.13). Paulo dava prioridade aos "pergaminhos", a Bíblia dos seus
dias, mas por nada abandonava os outros "livros" de consulta disponíveis nos seus dias.

f. O dízimo restringe-se aos dias do Antigo Testamento. Abraão deu o dízimo a


Melquisedeque, mais ou menos quinhentos anos antes da outorga da Lei no Sinai (Gn 14.18-20).
Não muito tempo depois, Jacó, neto de Abraão, ao fugir da presença de seu irmão, fez um voto
ao Senhor, pedindo prosperidade em sua viagem, dizendo que ao voltar daria ao Senhor o dízimo
de tudo quanto tivesse recebido (Gn 28.20-22).

a. A soberania de Deus. O milagre da criação de Deus e o seu direito permanente de soberania


são ilustrados pelo resultado da seguinte pesquisa. Certa faculdade de estudos agrícolas fez uma
pesquisa das coisas indispensáveis empregadas na produção de 100 alqueires de milho em meio
hectare de terra. Verificou-se que o homem contribui apenas com o trabalho de preparar a terra,
plantar e colher, ao passo que Deus concorre com muitas coisas, como, por exemplo: cerca de
1.800.000 litros de água; uns 3.200 litros de oxigênio; 2.400 litros de carbono ou 8.200 de
monóxido de carbono; 73 quilos de nitrogênio; 57 de potássio; 18 de fósforo; 34 de enxofre; 23
de magnésio; 23 de cálcio; 908 gramas de ferro, além de pequenas quantidades de iodo, zinco e
cobre. Cem alqueires de milho! Quem os produziu? De quem são? Tudo pertence a Deus, no
entanto Ele nos entregou tudo, requerendo o retorno de apenas um décimo, e ainda sob a
promessa de que sobre aquele que o fizer, derramará bênçãos sem medida (Ml 3.10). O
reverendo Stanley Jones escreveu: "O Dízimo é um Sinal, uma Prova de que Você não é Dono,
mas Devedor". Assim como você paga impostos em reconhecimento do senhorio de mais
alguém, também com o dízimo você reconhece a soberania de Deus sobre os nove décimos
restantes. Da fidelidade de dar o dízimo advém grande abastança (Ml 3.10).

VII - O MOVIMENTO DA NOVA ERA

Esse movimento não se define por si próprio. Sua definição é um tanto obscura e seus objetivos
nunca são o que parecem ser. Na verdade, esse movimento é moderno na aparência, com tradição
e uma visão muito incomum do mundo, do homem, da vida, de Cristo. É uma forma de vida
perigosa, à luz da Bíblia, porque contraria tudo que ela ensina.

1. A Era de Aquário. Segundo os esotéricos, a Nova Era (New Age) foi iniciada na virada do
milênio, sendo inaugurada assim a Era de Aquário que é e era da Paz Global, que será a era do
surgimento de um governo mundial promovido pelo último Avatar (o Anticristo), o líder
supremo que vai se manifestar ao mundo ao mesmo tempo como o maior líder político e
religioso, sendo ele o cumpridor de todas as profecias de todas as religiões.

2. Deus. O deus da Nova Era não é um indivíduo, mas uma energia Gestalt, uma pirâmide
psíquica de consciência inter-relacionada, sempre em expansão, que cria, simultânea e
instantaneamente, universos e indivíduos aos quais são dados mediante o dom da perspectiva
pessoal e da duração, compreensão psíquica, inteligência e validade eterna. Sua energia é tão
incrível que realmente forma todos os universos e por sua energia estar dentro e por trás de todos
os universos.
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3. Trindade. O pensamento eterno é um; em essência ele é dois, Inteligência e Força; e quando
eles respiram, nasce uma criança; essa criança é o Amor. E assim se apresenta o Deus Trino, a
quem os homens chamam de Pai-Mãe-Filho.

4. Jesus Cristo. Jesus foi um judeu ideal, nascido em Belém da Judéia. Sua mãe foi uma linda
moça judia chamada Maria. Quando criança Jesus diferiu pouco das outras crianças, apenas por
ter, em vidas passadas vencido propensões carnais a ponto de ser tentado como os outros e não
ceder.

5. A Segunda Vinda de Cristo. Na tradição esotérica, o Cristo não é o nome de um indivíduo,


mas uma posição na hierarquia. O atual ocupante dessa posição, é o Sr. Maitréia, vem ocupando
por 2.600 anos, manifestou-se na Palestina através de seu discípulo Jesus, por 2.000 anos. Ele já
deu a conhecer que, desta vez, ele próprio virá.

6. Reencarnação. Essa doutrina será uma das notas-chave da nova religião mundial, como
também um agente esclarecedor para uma melhor compreensão dos problemas do mundo.
Quando Cristo esteve aqui, anteriormente, em pessoa, disse: “Sede vós, pois, perfeitos, como
perfeito é o vosso pai que está nos céus” (Mt 5.48).

7. O Clube de Roma. É claro que muitos desses acontecimentos têm a sua relevância no cenário
mundial para dar forma ao que será no futuro o reino da Besta, um exemplo disso é o que
aconteceu no ano de 1.968, quando um grupo de educadores, economistas, empresários,
banqueiros, líderes políticos e líderes religiosos de várias denominações como; budistas,
xintoístas, hindus e vários líderes cristãos e também de diversas seitas orientais e ocidentais
apoiados pela mídia do mundo
inteiro, se reuniram em Roma e
fundaram o Clube de Roma. A
intenção desse clube é dividir o
mundo em dez regiões
econômicas que um dia serão
sujeitas a um líder mundial,
tendo a sede desse governo em
Roma. Segundo eles o ponto
chave para a formação desses 10
blocos é a unificação da moeda
mundial, a eliminação da taxa
alfandegária, e futuramente o fim
do dinheiro em cédulas e moedas, onde só será possível fazer transações financeiras através do e-
money (dinheiro inteligente). Um exemplo desse tipo de moeda virtual é a bitcoin que cada
unidade custa 9.334,51 de dólares. O clube de Roma crer, que se o homem eliminar o dinheiro,
haverá uma redução nos assaltos, roubos, sequestros, tráfico de entorpecentes, dentre outros.
Dessas dez regiões econômicas, algumas são realidades, outras não. Os principais blocos
econômicos mundiais da atualidade são: NAFTA, AELC, UE, APEC, CEI, MERCOSUL,
OPEP, ASEAN, COMESA, ALCA. Dos 10 blocos idealizados pelo Cube de Roma o mais
improvável de se tornar realidade é um futuro bloco envolvendo o Oriente Médio, pois essa
região é um constante Barrio de pólvora instável por causa dos conflitos promovidos pelos
grupos radicais islâmicos que frequentemente promovem ataques contra as cidades de Israel. Isso
acontece por causa da posse da terra e do direito a herança de Abraão entre árabes e judeus por
causa da terra de Israel, e em especial a cidade de Jerusalém. A profecia diz que a descendência

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de Davi (os judeus) iria ser vítima de guerras (2Sm 12,10), e que os árabes seriam terroristas (Gn
16,12).

8. O Líder da religião mundial. Para os cristãos que ficarem no arrebatamento da Igreja, ele se
apresentará como o Cristo; para os budistas ele se apresentará como a reencarnação de Buda;
para os muçulmanos ele se apresentará como Maomé que retornará para converter o mundo
inteiro para Allah; para os hindus ele se apresentará como a reencarnação do deus Brama; para
os espíritas ele se apresentará como a reencarnação de Alan Kardec; para os judeus ele se
apresentará como o Messias prometido; para a Nova Era ele se apresentará como o Maitréia;
para os ufólogos ele se apresentará como o Iluminado; enfim, ele irá se passar pelo líder
espiritual supremo na Grande Tribulação.

VIII - ATEÍSMO

Doutrina que nega a existência de Deus, dizem seus seguidores, não existe Deus (Sl 14). São os
chamados materialistas.

1. Materialismo. Nega qualquer distinção entre a mente e a matéria; afirma que todas as
manifestações da vida e da mente e todas as forças, são simplesmente propriedades da matéria.
“O pensamento é secreção do cérebro como a bílis é secreção do fígado, o homem é apenas
uma máquina”. São esses alguns dos pensamentos prediletos dos materialistas. O homem é
simplesmente um animal, declaram eles, pensando que com isto poderão extinguir o conceito
generalizado acerca da superioridade do ser humano e do seu destino divino. Essa teoria é tão
absurda que quase não merece refutação. No entanto, em dezenas de universidades, em centenas
de novelas, e de muitos outros modos, a ideia está sendo discutida e aceita que o homem é
animal e máquina, que não tem responsabilidade por seus atos e que não existe o bem nem o
mal. A nossa consciência nos afirma que somos algo mais do que matéria e que somos diferentes
das árvores e das pedras. A experiência e a observação demonstram que a vida procede
unicamente da vida já existente e, por conseguinte, a vida que existe no mundo teve sua causa
em idêntica vida. Nunca se deu um caso em que a vida procedesse de substância morta.

IX – MARXISMO

Um dicionário comum definiria o marxismo como o conjunto das doutrinas filosóficas, políticas
e econômicas de Karl Marx e seus continuadores, que, reagindo às filosofias idealistas e
dualistas, pregam o advento do Socialismo alcançado através da luta de classes e da ditadura do
proletariado, o mesmo que materialismo dialético. Porém, à luz das Escrituras e das ciências
que tratam do comportamento humano, haveremos de notar que o marxismo é bem diferente
daquilo que os marxistas ou comunistas dizem ser.

1. Karl Friedrich Marx. É o pai intelectual do marxismo, nasceu em Treves, na Alemanha, em


1818, e morreu em 1883. Seus pais eram judeus, convertidos ao Cristianismo. Marx, mesmo
quando criança, fora batizado numa Igreja protestante na Alemanha. Após se formar em
Filosofia, ingressou no jornalismo e na política. Quando muito jovem, Marx se confessava
cristão. Nessa época, em sua tese: "O Jovem e a Escolha de Sua Carreira", advertia a juventude
a tomar em consideração a vontade de Deus, antes de cada um se decidir sobre a grande obra de
sua vida. Escreveu ele: "A própria religião ensina-nos que o Ideal que todos lutam para
alcançar, sacrificou-se a si próprio pela humanidade, e quem ousará contradizer tal afirmação?
Se escolhermos a posição na qual podemos realizar o máximo por ele, então não poderemos
nunca ser esmagados pelas responsabilidades, porque elas são apenas sacrifícios feitos em
favor de todos".
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2. A radical mudança. Aconteceu em 1835. Haviam-se passado apenas dois anos depois de ter
escrito tão belo depoimento, quando Karl Marx declarou-se um ateu convicto. Oito anos mais
tarde, diz: "O homem é que faz a religião; a religião não faz o homem... a religião é o ópio do
povo... o povo não poderá sentir-se realmente feliz enquanto não for privado da felicidade
ilusória mediante a superstição da religião!" Por essa época, num de seus poemas, Marx
escreveu o seguinte: "Desejo vingar-me daquele que governa lá em cima". Mas o que aconteceu
na vida de Karl Marx, para que, da noite para o dia, se transformasse num declarado inimigo de
Deus e do Cristianismo? No seu livro Era Karl Marx um Satanista? Richard Wurmbrand não
descarta a possibilidade de um envolvimento de Marx com o satanismo, forma de culto muito em
voga hoje em dia.

3. Vítima da falsa teologia. Antes de se ligar à Economia e tornar-se um comunista de renome,


Marx foi um humanista. Hoje, cerca de um terço do mundo é marxista. Nesse meio estão muitos
pseudo-cristãos, que, sem a experiência genuína e sobrenatural da conversão e sem a orientação
da Bíblia, caem vítimas das doutrinas infames do marxismo ateu e materialista. É aqui que se
enquadram os teólogos da Libertação como "tolos úteis", a serviço do marxismo.

4. O que prega o marxismo. Em síntese, o marxismo prega os seguintes temas:

a. A guerra de classes. Segundo o marxismo, a humanidade está dividida em duas forças que se
opõem: operários e patrões ou chefes e subordinados. O operário é a força chamada "tese";
enquanto os patrões são a força reacionária, a "antítese".

b. O conceito de paz. Para o marxismo a paz só é possível com a destruição do povo capitalista
pelo operariado, ou como dizem eles: "A vitória do proletariado sobre a burguesia". Deste
modo, o que chamamos de "paz" é para o marxismo um ato de guerra.

5. Marxismo versus Igreja. O marxismo considera a Igreja, na melhor das hipóteses,


irrelevante, e, na pior, como instituição econômica e, politicamente, opressora. O marxismo, que
pretende ser uma doutrina de salvação, só se satisfaz quando exerce um controle sobre todo o
homem, em seu ser e seu operar, num delírio de universalidade dominante. Nos poucos países
ainda sob governo marxista ou comunista, o Estado exerce controle sobre tudo. O cidadão é
vigiado e a delação é uma tradição, quase um dever. Dizer aqui que a Igreja é perseguida nos
países comunistas, para alguns simpatizantes do marxismo, não passa de sensacionalismo e
mentira veiculados pela imprensa ocidental, principalmente a imprensa norte-americana.

X - A MAÇONARIA

A Maçonaria é um assunto sobre o qual praticamente todas as pessoas gostariam de ler, mas
sobre o qual pouquíssimas têm a coragem de escrever e comentar abertamente. Um misto de
verdade e mitos sobre a Maçonaria tem feito surgir grande inquietação entre os não-maçons.
1. O que é a maçonaria? A Maçonaria é uma sociedade secreta e ritualística, incluindo em sua
filosofia a auto salvação do homem. É paga quando analisada à luz das Escrituras Sagradas.
Ainda que não seja uma igreja como conhecemos, constitui-se num movimento religioso e
sincretista.

2. Resumo histórico da maçonaria. Alguns historiadores afirmam provir a Maçonaria dos


antigos mistérios pagãos religiosos do velho Egito e da antiga Grécia. Outros admitem que ela
tenha se originado por ocasião da construção do templo de Jerusalém, no reinado de Salomão, rei
dos israelitas (1082-975 a.C.), e apontam como fundador, Hiram Abif, suposto arquiteto do
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citado templo. A maioria dos escritores maçons, porém, é de opinião que a Maçonaria deve sua
origem e existência a uma confraria de pedreiros, criada por Numa, em 715 a.C., que viajava
pela Europa e mais tarde construiu basílicas. Com o passar dos tempos, porém, essa sociedade
perdeu o seu caráter primitivo e muitas pessoas estranhas à arquitetura nela foram admitidas.

3. Símbolos da maçonaria. Apesar da aceitação de pessoas estranhas à arquitetura na


Maçonaria, instrumentos da arte de construir foram conservados como símbolos, dentro da
entidade, entre os instrumentos da simbologia maçônica, destacam-se: o compasso, a régua, o
esquadro, o nível, o prumo, o escopo, o malhete, a alavanca e tantos outros usados pelos mestres
da arquitetura. O esquadro significa a necessidade de o maçom afastar-se de tudo aquilo cujo
nível esteja em desacordo com a Sabedoria, Força e Beleza, palavras de grande significado
dentro do vocabulário maçônico. Ele significa, outrossim, que o maçom deve regular a sua
conduta e ações, sobretudo como tributo ao supremo Grande Arquiteto do Universo, que os
maçons dizem ser Deus. O nível ensina que todos os maçons são da mesma origem, ramos de um
só tronco e participantes da mesma essência. O prumo é o critério da retidão moral e da verdade,
que ensina o maçom a marchar, desviando-se da inveja, da perversidade e da injustiça. Segundo
a orientação maçônica, todos os maçons têm o dever de ensinar e praticar essas virtudes, e outras
mais, conforme a orientação dos mestres da Maçonaria.

4. A trilogia maçônica. Sabedoria, Força e Beleza são três palavras de efeito cabalístico no
vocabulário maçônico. Formam como que uma tríplice virtude. Segundo esta trilogia, o maçom
precisa levar em consideração a Sabedoria, para conduzi-lo em seus projetos; a Força, para
sustentá-lo em suas dificuldades; e a Beleza, para revelar a delicadeza dos sentimentos nobres e
fraternais do verdadeiro maçom.

5. Iniciação maçônica. Não é maçom quem quer e sim quem pode ser. "O maçom é obrigado
por seu caráter a obedecer à lei moral e, se devidamente compreende a Arte, não será jamais um
estúpido ateu nem um libertino religioso (Da Constituição de 1723, feita por Anderson.)

6. Os juramentos. Dependendo do rito em que o neófito está sendo iniciado (seja o Escocês,
Adoniramita ou Francês), ele será levado a fazer juramentos. O neófito tem o joelho direito em
terra, os olhos vendados, a mão esquerda sobre o coração, a direita sobre a Bíblia, a espada, o
compasso e a esquadria. A um golpe de malhete todos os presentes ficam em pé e o neófito
repete o juramento.

7. A maçonaria promove a idolatria. A índole idolátrica da Maçonaria é mostrada no fato de


ela admitir um tal de "São João da Escócia" ou "São João de Jerusalém" como patrono, e abrir
os seus trabalhos em seu nome.

12) O HOMEM (CRIAÇÃO, QUEDA E RESTAURAÇÃO)

I - INTRODUÇÃO

Esse campo de estudo nos abrirá um grande leque de possibilidades para a área do estudo da
Missiologia no que diz respeito ao homem. Pode-se afirmar que há poucas décadas a
antropologia conquistou seu lugar entre as ciências. Primeiramente, foi considerada como a
história natural e física do homem e do seu processo evolutivo, no espaço e no tempo. Se por um
lado essa concepção vinha satisfazer o significado literal da palavra, por outro restringia o seu
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campo de estudo às características do homem físico. Essa postura marcou e limitou os estudos
antropológicos por largo tempo, privilegiando a Antropometria, ciência que trata das
mensurações do homem fóssil e do homem vivo.

1. Definição de Antropologia. Vem do grego (anthropos, "homem", e logos, "razão,


pensamento") é a ciência que tem como objeto o estudo sobre o homem e a humanidade de
maneira totalizante, ou seja, abrangendo todas as suas dimensões. Os antropólogos, comumente
investigam as formas de desenvolvimento do comportamento humano, objetivando descrever
integralmente os fenômenos socioculturais.

II - QUE É O HOMEM?

“.... Que é o homem, para que faças caso dele, para que te ocupes dele, para que o inspeciones
cada manhã e o examines a cada momento?" A tarefa de definir homem, consiste em procurar
respostas para algumas perguntas essenciais: qual a natureza ou a essência do homem? Como se
distingue ele dos outros seres orgânicos, especialmente dos animais superiores? Essa distinção é
essencial e absoluta, ou apenas uma variação de grau? Qual o lugar do homem no mundo? Qual
sua missão ou seu destino? Como se relaciona com Deus?

1. Abordagem filosófica. A noção ocidental de homem como indivíduo tem como ponto de
partida o pensamento grego. Para Sócrates e Platão, cada ente só pode ser definido se todos os
seres do universo estiverem classificados segundo certas articulações lógicas e ontológicas.
Definir um ente, consiste então em tomar a categoria à qual ele pertence e situar essa categoria
no lugar ontológico que lhe corresponde. Esse lugar ontológico é determinado por dois
elementos de caráter lógico: a categoria próxima e a diferença específica. Para a filosofia grega,
o homem é um "ser racional", ou melhor dito, um animal que possui razão.

2. Abordagem biológica. Para as ciências naturais, a dificuldade de definir o que seja "homem"
consiste em escolher entre dois pontos de vista: o da estrutura anatômica e o que se refere às
faculdades reflexivas. O mais exterior dos caracteres humanos é sua tênue diferenciação
morfológica, dada por especializações anatômicas (a face menor que o crânio, a postura vertical
etc.) e fisiológicas (o desamparo em que se encontra o ser humano nos primeiros meses de vida,
a sexualidade aperiódica etc.). O homem pertence ao subfilo dos vertebrados, à ordem dos
primatas e a uma família formada por um único gênero, Homo. As tentativas de inserir o homem
dentro da ordem dos primatas não primam pela precisão, uma vez que as diferenças de detalhes
são complexas e controversas. O tamanho, e mais ainda, a complexidade do cérebro humano em
relação ao dos primatas não-humanos constitui o principal ponto de diferenciação anatômica.
Outras características anatômicas que distinguem o homem dos outros primatas, seja dos
macacos antropoides, seja dos primatas inferiores são: o pé, que serve de suporte e não é
preênsil; o primeiro dedo do pé, que não é oponível; os maxilares, de tamanho reduzido e pouco
salientes; a ausência de caninos salientes e interpostos; curva lombar, bacia e pelve formadas ou
modificadas para atender às funções de equilíbrio e suporte do corpo na posição ereta; membros
inferiores hipertrofiados, adaptados para o andar bípede; membros superiores mais curtos e
aperfeiçoados, com mãos grandes e preênseis, dotadas de dedos curtos e polegar oponível; nariz
saliente com pontas e asas bem desenvolvidas; ausência completa de pelos táteis ou tentáculos;
escassez acentuada de pelo secundário no corpo, exceto na cabeça, regiões axilares e púbica e no
rosto dos adultos masculinos; e presença de lábios cheios, invertidos e membranosos.

3. Abordagem psicossociológica. Permanece vaga e ambígua a correlação entre as dimensões


física e cultural do homem. Tal ambiguidade levanta a dúvida quanto ao problema de ser o
homem causa ou resultado, criatura ou criador de seu patrimônio cultural. A questão do
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determinismo ou da liberdade da condição humana extrapola o âmbito da antropologia e convoca


a uma perspectiva inovadora no campo das ciências humanas, trazida pela psicologia: o conceito
psicanalítico de inconsciente. Essa noção, que foi a principal descoberta de Sigmund Freud,
veio mostrar que o psiquismo não é redutível ao consciente e que certos conteúdos psíquicos só
se tornam acessíveis à consciência depois de vencidas certas resistências.

VI - TEORIAS DA ORIGEM DO HOMEM

1. Teoria da Evolução. Também chamada evolucionismo, afirma que as espécies animais e


vegetais existentes na Terra não são imutáveis, mas sofrem ao longo das gerações uma
modificação gradual, que inclui a formação de raças e espécies novas. Até o século XVIII, o
mundo ocidental aceitava a doutrina do criacionismo, segundo a qual cada espécie, animal ou
vegetal tinha sido criado independentemente, por ato divino. O pesquisador francês Jean-
Baptiste Lamarck foi dos primeiros a negar esse postulado e a propor um mecanismo pelo qual a
evolução se teria verificado. A partir da observação de que fatores ambientais podem modificar
certas características dos indivíduos, Lamarck imaginou que tais modificações se transmitissem à
prole: os filhos das pessoas que normalmente tomam muito sol já nasceriam mais morenos do
que os filhos dos que não tomam sol, e chegava mesmo a admitir que era a necessidade de
adaptar-se ao ambiente que fazia surgir nova característica, a qual, uma vez adquirida pelo
indivíduo, se transmitiria a sua prole. Em contraposição, a inutilidade de um órgão faria com que
ele terminasse por desaparecer. A necessidade de respirar na atmosfera teria feito aparecer
pulmões nos peixes que começaram a passar pequenos períodos fora d'água, o que teria
permitido a seus descendentes viver em terra mais tempo, fortalecendo os pulmões pelo
exercício; as brânquias, cada vez menos utilizadas pelos peixes pulmonados, terminaram por
desaparecer. A doutrina de Lamarck foi publicada em Philosophie zoologique (1809; Filosofia
zoológica), e teve, como principal mérito, suscitar debates e pesquisas num campo que, até
então, era domínio exclusivo da filosofia e da religião. Estudos posteriores demonstraram que
apenas o primeiro postulado do lamarckismo estava correto; de fato, o ambiente provoca no
indivíduo modificações adaptativas; mas os caracteres assim adquiridos não se transmitem à
prole.

a. Charles Darwin. Em 1859, publicou The Origin of Species (A origem das espécies), livro de
grande impacto no meio científico que pôs em evidência o papel da seleção natural no
mecanismo da evolução. Darwin partiu da observação segundo a qual, dentro de uma espécie, os
indivíduos diferem uns dos outros. Há, portanto, na luta pela existência, uma competição entre
indivíduos de capacidades diversas. Os mais bem adaptados são os que deixam maior número de
descendentes. Se a prole herda os caracteres vantajosos, os indivíduos bem-dotados vão
predominando nas gerações sucessivas, enquanto os tipos inferiores se vão extinguindo. Assim,
por efeito da seleção natural, a espécie aperfeiçoa-se gradualmente.

b. O que sugere a teoria da evolução? Darwin formulou a teoria da evolução baseando-se em


certas descobertas científicas. Sua teoria sustenta, em resumo, que “que no princípio houve
matéria inerte”. Ele acreditava que a conjunção casual de certos produtos químicos deu origem a
um composto que, por sua estabilidade e características superiores, adquiriu a capacidade de
sobreviver, adaptar-se e reproduzir-se. Em outras palavras, esta substância inicial tinha a
capacidade de criar outros compostos do mesmo tipo por meio de processos físicos e químicos
comuns. Isto é o que chamamos de “a primeira célula”. Por meio de sucessivas reações
químicas e mudanças no meio ambiente, o composto adquiriu uma crescente complexidade.
Através de bilhões de anos, sofreu inumeráveis mutações, adquiriu novas características, até que,
finalmente, resultou na estrutura químico-física que conhecemos como “homem”. Todas as

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formas de vida existentes na atualidade são apenas estágios da evolução casual da mesma
matéria inerte.

c. Passando a Limpo a Teoria da Evolução. O maior enigma quando nos deparamos com uma
nova máquina de complexo e suave funcionamento, projetada para um determinado fim, é
explicar como ela foi produzida. Digamos que o primeiro astronauta na Lua tivesse encontrado
ali um instrumento relativamente simples. Suponhamos que ele tivesse achado um relógio, onde
cada parte estivesse integrada as outras e, juntas, produzissem uma ação para um fim
determinado: girar seus ponteiros num ciclo constante. Teria ele exclamado: “como é
maravilhoso que isso tenha sido criado pelas leis da natureza ”, mesmo num lapso de milhões
de anos? Mesmo em termos matemáticos modernos, os defensores da teoria da evolução
admitem que a probabilidade de que a molécula inicial foi criada por acaso é uma em 10, isto é,
um sobre 10, seguido por 251 zeros! E esta inexpressiva, minúscula probabilidade de que este
primeiro elo hipotético houvesse sido produzido.

d. Por que a teoria da evolução é amplamente aceita? Uma das razões desta ampla aceitação
é que muita gente está predisposta a ela. Através da explicação do surgimento da vida como
resultado das forças naturais fortuitas, as pessoas se consideram autorizadas a negar a existência
do Criador e a acreditar que nossa vida aqui não tem uma finalidade predeterminada. Esta teoria
foi formulada precisamente quando os movimentos agnósticos ganharam terreno na Europa. A
teoria da evolução também serve aos teóricos políticos e a distintos partidos, que se
autoproclamaram ateístas, comunistas ou nazistas, e a teóricos sociais. Para estes, a luta de
classes pode ser considerada um exemplo da luta natural do indivíduo para sobreviver. E a luta
natural do indivíduo serve, como seleção natural, para aperfeiçoar a espécie. O credo racial de
Hitler é o exemplo mais aterrorizante do que acontece quando os princípios da teoria de Darwin
são aplicados à sociedade humana. Hitler propôs, entre outras atrocidades, a “eutanásia” para os
casos afetados de males incuráveis, porque: “a natureza não tem piedade das criaturas mais
fracas que são destruídas, sobrevivendo apenas os aptos. Ir contra a natureza causa a ruína ao
homem... e isso é um pecado contra a vontade do Eterno Criador... somente o descaramento
judeu pode exigir que dominemos a natureza” (Mein Kampf).

2. Teorias Criacionistas. O criacionismo foi durante muito tempo à explicação mais aceita
sobre a Criação e desenvolvimento do Universo e da vida. Mas durante vários séculos até a era
contemporânea, com o avanço das ciências naturais e o seu posterior desvinculamento da
religião, novas explicações foram deduzidas sobre a origem do Universo, do planeta Terra e da
vida. Essas transformações geraram e até hoje geram um enorme conflito entre certos grupos
religiosos, onde os cristãos se configuram como os principais proponentes dessa polêmica que
pode ser definida pelo seu mais famoso embate: Criacionistas x Evolucionistas. Criacionismo é
um termo geral utilizado para definir o sistema de crenças em que se afirma que o Universo e
tudo contido nele (galáxias, planetas, a vida, etc.) foram criados por uma entidade inteligente.

a. Criacionismo judaico. O criacionismo judeu não se difere muito do criacionismo cristão, já


que compartilham da mesma história da Criação. As vertentes também não se alteram, existindo
criacionistas e evolucionistas teístas. As únicas coisas que se alteram são as interpretações dadas
a Criação e como ela vem refletir na religiosidade do adepto. A maior parte dos judeus se
considera evolucionista teísta, embora os criacionismos mais literais ganhassem enorme espaço
entre os segmentos Ortodoxos do judaísmo.

b. Exocriacionismo. O Exocriacionismo postula que em um determinado período da pré-


história, civilizações alienígenas conduziram experiências de manipulação genética nos primatas
ancestrais de nossa espécie, misturando DNA alienígena e primata, formando assim o Homo

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Sapiens e alguns de seus ancestrais mais próximos no processo. Depois do período de criação,
essas civilizações permaneceram na Terra, exercendo suas influências nos seres humanos, em
um processo de aprendizagem e transmissão de conhecimento. Desde astronomia, as ciências
naturais, ao uso de utensílios, esse grupo particular acredita que a maior parte da tecnologia e
cultura das civilizações e grupos humanos do passado foi de origem alienígena. Essa crença é
apoiada pelos incríveis monumentos criados por civilizações que aparentemente não apresentam
o aparato tecnológico parar realizá-las, como as pirâmides tanto egípcias quanto das civilizações
da América central, quanto os gigantes de pedra da ilha de Páscoa. O principal grupo
exocriacionista é o Movimento Raeliano. Raelismo, uma seita que acredita que alienígenas
cientificamente avançados conhecidos como Elohim (nome retirado dos textos hebreus da Bíblia
Cristã e da Torá normalmente traduzido como Deus é traduzido pelo movimento raeliano como
“aqueles que vieram do céu”) criaram a vida na Terra através de engenharia genética, e que a
combinação de clonagem humana e “transferência de mente” podem promover a imortalidade.

c. Desenho Inteligente (Intelligent Design). Postula que certas características do Universo e


dos seres vivos são mais bem explicadas por uma causa inteligente, e não por um processo
natural como a seleção natural. Seus defensores aclamam Intelligent Design como uma teoria
científica que é considerada no mesmo nível, ou até superior, as teorias propostas pela
comunidade científica em relação à origem da vida. Suas divisões são tênues e pouco
significativas. Enquanto alguns acreditam que toda a vida e o Universo foram criados por uma
entidade inteligente, outros postulam que só certas partes dos organismos e do Universo foram
criadas por essa entidade inteligente. Essa é a base científica relacionada ao criacionismo bíblico
mais sólida e contundente, pois é cheia de dados e provas científicas que apoiam suas teorias.

d. Criacionismo da Terra jovem (YEC´s). Os Young Earth Cretionists acreditam que o


Universo e a Terra tenham sido criados recentemente (aproximadamente de 6 a 10 mil anos
atrás) e toda a vida contida nele de acordo ao texto de Gênesis (literalistas). A maior parte aceita
a "microevolução" enquanto um grupo menor não, mas todos em geral negam a
"macroevolução". Dentro da microevolução existem os que defendem que Deus criou vários
grupos de animais separados, chamados de tipos criados (created kind) e que através da
microevolução, eles se adaptaram aos mais diversos ambientes, mas continuando o mesmo
"tipo" de animal. Já existem outros que negam prontamente qualquer existência de evolução,
afirmando que Deus criou todas as espécies como elas são até hoje sem modificações.

e. Criacionismo da Terra antiga (OEC´s). Os Old Earth Cretionists compartilham a maior


parte de suas características com os YEC´s, mas divergem em certos pontos da interpretação
bíblica e da idade da Terra. Os OEC´s acreditam que a Terra foi criada em um período remoto
entrando em acordo com a idade estimada pela ciência de 4,5 bilhões de anos. Eles também
defendem que certas partes do Gênesis devem ser interpretadas metaforicamente. Mesmo
entrando em concordância com a maior parte das ciências, os OEC´s ainda não aceitam a Teoria
da Evolução em sua totalidade, ou a repudiam totalmente.

f. Evolucionismo teísta. Os Theistic Evolutionists acreditam que o Universo, o planeta Terra e


vida foram criados por Deus, mas diferem dos outros grupos criacionistas por aceitarem
completamente a Teoria da Evolução, vendo ela como uma ferramenta para com a qual Deus
construiu a vida na Terra. A maior parte do grupo aceita uma visão alegórica do relato do
Gênesis e entram em conformidade com as ciências em si. Existem pequenas divergências sobre
o papel do homem na evolução. Enquanto alguns grupos acreditam que os seres humanos
evoluíram da mesma forma que outros animais, outros veem que o homem foi à criação especial
de Deus, tendo uma evolução mais "planejada" que as dos outros animais. A evolução teísta
contradiz a Bíblia. A evolução teísta exige ancestrais pré-humanos para o homem (para os quais

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nenhuma evidência jamais foi encontrada), não contradiz apenas o livro de Gênesis, mas toda a
Bíblia. Moisés afirma que DEUS formou Adão "do pó da terra", e que depois formou Eva a
partir de uma de suas costelas (Gn 2.7, 18-22). Ancestrais pré-humanos não podem ser
reconciliados com o relato autenticado por Jesus: "Não tendes lido que o Criador desde o
princípio os fez homem e mulher, e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe, e se
unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne?" (Mt 19.4-5). Além disso, Paulo afirmou
que o pecado entrou no mundo por meio de Adão, e pelo pecado a morte (Rm 5.12). Se Adão e
Eva tivessem tido ancestrais que viveram e morreram por milhares (ou milhões) de anos de
evolução até que Deus os humanizasse, a morte teria operado na terra antes que Adão pecasse –
uma contradição clara!

VII - A CONSTITUIÇÃO DO HOMEM

1. Descrição Bíblica. Os dois primeiros capítulos de Gênesis fornecem a descrição bíblica no


que diz respeito à criação do homem. A primeira narrativa que é encontrada em Gênesis 1.26,27
é de natureza mais geral. A Segunda, em Gênesis 2.4-25, fornece alguns detalhes a mais; é o
complemento da primeira. Deus é o criador do homem. Foi Ele quem, num ato especial, o fez em
conjunto com os demais elementos constituintes da criação, porém o homem é a coroa, o
dominador; assim foi destinado pelo criador que, segundo o relato sagrado, ao criá-lo, usou uma
linguagem especial: “Façamos o homem à nossa imagem”. A Bíblia afirma que os seres
humanos foram criados à imagem de Deus. Gn 1.26 registra as palavras do Criador: “Façamos o
homem [´adam - “humanidade”] à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”. Outros textos
bíblicos demonstram com clareza que os seres humanos, embora descendentes de Adão e Eva e
já caídos (ao invés de criados diretamente por Deus), continuam a levar a imagem de Deus (Gn
9.6; 1Co 11.7; Tg 3.9). Os termos hebraicos em Gn 1.26 são tselem e demuth.

a. Tselem, empregado 16 vezes no Antigo Testamento refere-se basicamente a uma imagem ou


modelo funcional.

b. Demuth, empregado 26 vezes, refere-se, de modo variado, a semelhanças visuais, audíveis e


estruturais num desenho, padrão ou forma. Esses termos parecem estar explicados na
continuação (vv. 26-28), quando a humanidade recebe poder para subjugar a Terra (ou seja,
controlá-la pelo conhecimento, por saber aproveitá-la) e governar (de modo benéfico) as demais
criaturas. O Novo Testamento emprega as palavras eikõn (1Co 11.7) e hemoiõsis (Tg 3.9).

2. A Doutrina da Natureza do Homem. Ao estudarmos as partes constituintes da natureza do


homem, desejamos reiterar que cremos ser ele o resultado de uma criação especial de Deus, e é
assim que consideraremos toda a constituição do homem, como vindo da parte de Deus.

a. A Parte Material. O corpo do homem não é certamente diferente à restante criação material,
e Deus aparece agora a formar esse corpo duma substância já existente, “pó da terra”, hebraico
aphar, o que em hebraico não é barro húmido e sim terra seca, o que implica nos elementos
químicos existentes na composição da terra. A finalidade desta narração é explicar o significado
do ato divino indicado por bara em (Gn 1.27), sobretudo para frisar que, ao contrário do que se
passara com a criação dos outros seres, Deus formou o homem "soprando-lhe nos narizes o
fôlego da vida" (Gn 2.7). A expressão terra, do hebraico 'adamáh (Gn 2.7), significa a terra
vermelha ou solo arável. E daí deriva o nome hebraico do homem “adam”. Excetuando os casos
de (Gn 1.26) e (Gn 2.5), onde o artigo seria inadmissível, a narração hebraica emprega sempre o
artigo ("o Adão") até (Gn 2.20), onde o termo passou a ser um nome próprio.

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b. Composição espiritual do ser humano. Ele o formou do pó da terra e depois soprou “o


fôlego de vida” em suas narinas. Tão logo o fôlego de vida, que se tornou o espírito do homem,
entrou em contato com o corpo do homem, a alma foi produzida. Portanto, a alma é a
combinação do corpo e do espírito do homem. As Escrituras, por isso, chamam o homem de
“alma vivente”. O fôlego de vida tornou-se o espírito do homem, isto é, o princípio de vida
dentro dele. O Senhor Jesus nos diz que “é o espírito que vivifica” (Jo 6.63). Este fôlego de vida
vem do Senhor da Criação. Todavia, não devemos confundir o espírito do homem com o Espírito
Santo de Deus. O último é diferente do nosso espírito humano. Romanos 8.16 manifesta esta
diferença declarando que “o Espírito mesmo testifica com o nosso espírito que somos filhos de
Deus”. O original da palavra “vida” em “fôlego de vida” é chay e está no plural. Isto pode ser
uma indicação para o fato de que o sopro de Deus produziu uma vida dupla: a vida da alma e a
vida do espírito. Quando o sopro de Deus entrou no corpo do homem, ele se tornou o espírito do
homem; mas quando o espírito reagiu com o corpo, a alma foi produzida. Isto explica a origem
da vida do nosso espírito e da nossa alma. Devemos admitir, entretanto, que este espírito não é a
Própria vida de Deus, pois, “o sopro do Todo-Poderoso me dá vida” (Jó 33.4). Existem duas
outras correntes teológicas de interpretação para a composição físico-espiritual do ser humano.
Essas correntes de interpretação se identificam como dicotomistas e tricotomistas.

3. Dicotomia. A palavra dicotomia significa duas partes ou divisões. Esta teoria é seguida por
um grande número de teólogos (entre eles os calvinistas): que o homem se compõe de duas
partes ou divisões: a material e a espiritual. Mesmo sobre esta teoria dicotômica há pontos de
vista diferentes. A corrente mais forte da teoria dicotômica é a que considera o homem composto
de duas substâncias: a material e a imaterial. Alma e espírito são, nessa teoria, a mesma coisa. Os
dicotomistas defendem que cada ser humano neste mundo é dotado de um corpo material por
um eu pessoal imaterial. Entendem que "alma” dá ênfase àquilo que é distinto na personalidade
consciente de uma pessoa; e que o "espírito" carrega consigo não só as nuances da personalidade
derivadas de Deus, mas também a dependência dele e a distinção do corpo como tal.

4. Tricotomia. Que o corpo é o revestimento exterior do homem é, sem dúvida, correto, mas a
Bíblia nunca confunde espírito e alma como se fossem idênticos. Não somente são diferentes em
termos, mas suas próprias naturezas diferem entre si. A Palavra de Deus não divide o homem em
duas partes, isto é, alma e corpo. Ela trata o homem antes como sendo tripartido: espírito, alma e
corpo. Assim, lemos em (1Ts 5.23). Este verso mostra precisamente que o homem todo é
dividido em três partes. O apóstolo Paulo refere-se aqui à santificação completa dos crentes
dizendo “vos santifique completamente”.

a. A Alma do Homem. Além de ter um espírito que o capacita a ter comunhão com Deus, o
homem também possui uma alma, sua consciência própria. Ele torna-se consciente da sua
existência pela obra da alma. Ela é a sede da sua personalidade. Os elementos que nos fazem
seres humanos pertencem à alma. Intelecto, pensamento, ideais, amor, emoção, discernimento,
escolha, decisão etc., são apenas as várias experiências da alma que é o órgão da nossa
personalidade. É por isso que, às vezes, a Bíblia chama o homem de “alma”, como se o homem
tivesse apenas esse elemento. Por exemplo: Gênesis 12.5 refere-se às pessoas como “almas”.
Quando Jacó trouxe sua família inteira para o Egito, novamente é registrado que “todas as almas
da casa de Jacó, que vieram para o Egito eram setenta” (Gn 46.27). A Bíblia, por conseguinte,
chama o homem de “uma alma”. O que constitui a personalidade do homem são as três
principais faculdades: vontade, mente e emoção.

 Vontade. É o instrumento para nossas decisões e revela nosso poder de escolha, ela manifesta
nossa disposição ou indisposição; “queremos” ou “não queremos”. Sem ela o homem é reduzido
a um autômato.

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 Mente. O instrumento para nossos pensamentos, manifesta nosso poder intelectual, dela surge
a sabedoria, o conhecimento e o raciocínio. A falta dela faz o homem tolo e embotado.

 Emoção. O instrumento para os nossos gostos e antipatias. Por meio dela somos capazes de
expressar amor ou ódio e sentir alegria, ira, tristeza ou felicidade. Qualquer falta dela tornará o
homem tão insensível como pau ou pedra. Um estudo cuidadoso da Bíblia fornecerá a conclusão
de que essas três faculdades principais da personalidade pertencem à alma.

 A Vida da Alma. Alguns eruditos da Bíblia indicam-nos que existem três palavras diferentes
empregadas no grego para designar “vida”: bios, psiqué, zoe. Todas elas descrevem a vida, mas
exprimem significados bem diferentes. Bios refere-se aos meios de vida ou subsistência. Nosso
Senhor Jesus usou esta palavra quando elogiou a mulher que havia lançado no tesouro do templo
toda a sua subsistência. Zoe é a vida mais elevada, a vida do espírito. Sempre que a Bíblia fala de
vida eterna ela usa esta palavra. Psiqué refere-se à vida animada do homem, sua vida natural ou a
vida da alma. A Bíblia emprega este termo, quando descreve a vida humana. Aqui devemos
observar que as palavras “alma” e “vida da alma”, na Bíblia, são uma só e a mesma palavra no
original. No Antigo Testamento a palavra hebraica para “alma” - nefesh - é usada igualmente
para “vida da alma”. O Novo Testamento consequentemente emprega a palavra grega psiqué
tanto para “alma” como para “vida da alma”. Por isso sabemos que a “alma” não é apenas um
dos três elementos do homem, mas também a vida do homem, sua vida natural. Em muitos
lugares na Bíblia “alma” é traduzida como “vida”. Exemplo: A carne, porém, com sua vida, isto
é, com seu sangue (Gn 9.4,5); os que buscavam a vida do menino estão mortos (Mt 2.20);

b. O Espírito do homem. É a outra parte imaterial do homem que em hebraico é ruach e em


grego é pneuma; e indica uma energia vital superior, o espírito existe, tem personalidade, pode
viver fora do corpo, é imortal, faz parte da divindade de Deus. Toda comunicação de Deus com o
homem ocorre ali no espírito. Este espírito não é sinônimo da nossa alma, nem é o mesmo que o
Espírito Santo.

 A Função da Consciência no Espírito do Homem: “O Senhor teu Deus lhe endurecerá o


espírito” (Dt 2.30); “Salva os contritos de espírito” (Sl 34.18); “Põe um espírito novo e reto
dentro de mim” (Sl 51.10); “Tendo Jesus dito isto, turbou-se em espírito” (Jo 13.21);
“Revoltava-se nele o seu espírito, vendo a cidade cheia de ídolos” (At 17.16); “O mesmo
Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16); “Presente no
espírito, já julguei, como se estivesse presente” (1Co 5.3); “Não tive descanso no meu espírito”
(2Co 2.13); “Porque Deus não nos deu o espírito de covardia” (2Tm 1.7).

 A Função da Intuição no Espírito do Homem: “O espírito na verdade está pronto” (Mt


26.41); “Mas Jesus logo percebeu em seu espírito” (Mc 2.8). “Ele, suspirando profundamente em
seu espírito” (Mc 8.12); “Comoveu-se (Jesus) em espírito” (Jo 11.33); “Paulo foi pressionado no
espírito” (At 18.5). “Sendo fervoroso de espírito” (At 18.25); “Eu, constrangido no meu espírito,
vou a Jerusalém” (At 20.22). “Pois, qual dos homens entende as coisas do homem, senão o
espírito do homem que nele está” (1Co 2.11). “Porque recrearam o meu espírito assim como o
vosso” (1Co 16.18). “O seu espírito tem sido recreado por vós todos” (2Co 7.13).

 A Função da Comunhão no Espírito do Homem: “Meu espírito exulta em Deus meu


Salvador” (Lc 1.47). “Os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade” (Jo
4.23). “Deus, a quem sirvo em meu espírito” (Rm 1.9). “Para servirmos em novidade de espírito”
(Rm 7.6). “Recebestes o espírito de adoção, pelo qual clamamos: Aba, Pai” (Rm 8.15). “O
Espírito mesmo testifica com o nosso espírito” (Rm 8.16). “O que se une ao Senhor é um espírito

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com ele” (1Co 6.17). “Cantarei com o espírito” (1Co 14.15). “Se bendisseres com o espírito”
(1Co 14.16). “E levou-me em espírito” (Ap 21.10). Por estas Escrituras podemos saber que
nosso espírito possui, pelo menos, estas três funções. Embora os não regenerados ainda não
possuam vida, eles, todavia, possuem estas funções (mas o culto deles é de espíritos maus).
Algumas pessoas manifestam mais destas funções enquanto que outras menos. Entretanto, isto
não implica que não estejam mortos em delitos e pecados. O Novo Testamento não considera os
que têm uma consciência sensitiva, intuição aguda ou tendência e interesse espiritual, como
sendo indivíduos salvos. Tais pessoas apenas nos provam que, à parte da mente, da emoção e da
vontade da nossa alma, também temos um espírito. Antes da regeneração, o espírito está
separado da vida de Deus; só depois dela é que a vida de Deus e do Espírito Santo habita em
nosso espírito. Eles foram, então, vivificados para serem instrumentos do Espírito Santo.

VIII - A QUEDA DO HOMEM

1. A ocorrência da queda. Quando Deus criou o homem Ele lhe deu uma liberdade perfeita. Ele
não fez dele um autômato, controlado automaticamente por sua vontade. Isto é evidente em
Gênesis 2, quando Deus instruiu o homem original a respeito de qual fruto ele poderia ou não
comer. O homem que Deus criou não era uma máquina dirigida por Deus; pelo contrário, ele
possuía perfeita liberdade de escolha. O homem tinha em sua posse uma soberania pela qual
poderia exercitar sua vontade, escolhendo obedecer ou não. Este é um ponto muito importante,
pois devemos reconhecer que em nossa vida espiritual Deus nunca nos priva da nossa liberdade.
Sabemos que a alma do homem escolheu a árvore do conhecimento do bem e do mal, ao invés da
árvore da vida. Porém, não está claro que a vontade de Deus para Adão era que ele comesse do
fruto da árvore da vida? Sim, porque antes de proibi-lo de comer do fruto da árvore do
conhecimento do bem e do mal e adverti-lo que no dia em que dele comesse morreria (Gn 2.17),
Ele primeiro ordenou que Adão comesse livremente de toda árvore do jardim e propositalmente
mencionou a árvore da vida no meio do jardim. Quem pode dizer que isto, não é assim? “O fruto
do conhecimento do bem e do mal” eleva a alma e abafa o espírito. Deus não proíbe o homem de
comer deste fruto apenas para testá-lo. O homem original sucumbiu à morte, porque comeu do
fruto do conhecimento do bem e do mal, desenvolvendo assim, de forma anormal, sua vida da
alma. Satanás tentou Eva com uma pergunta. Ele sabia que isto despertaria o pensamento da
mulher. Se ela estivesse completamente sob o controle do espírito, rejeitaria tal interrogação. Por
tentar responder, ela exercitou sua mente em desobediência ao espírito. Foi assim que Eva
considerou a pergunta. Satanás provocou seu pensamento da alma primeiro e depois avançou
para apoderar-se da sua vontade. Resultado: ela caiu em pecado. Satanás sempre usa a
necessidade física como o primeiro alvo de ataque. A tentação de Satanás alcança primeiro o
corpo, depois a alma e finalmente o espírito. A queda do homem foi ocasionada pela busca de
conhecimento, por isso, Deus usa a loucura da cruz para “destruir a sabedoria do sábio” (1Co
3.18-20; veja também 1.18-25).

2. A Morte. Quando Deus falou com Adão no princípio Ele disse: “no dia em que dela comeres
(o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal) certamente morrerás” (Gn 2.17).
Entretanto, Adão e Eva continuaram a viver por centenas de anos depois de comerem do fruto
proibido. A morte de Adão começou no seu espírito. O que é a morte realmente? Segundo a
definição científica, morte é “a suspensão da comunicação com o ambiente”. A morte do espírito
é a suspensão da sua comunicação com Deus. A morte do corpo é a interrupção da comunicação
entre este e o espírito. No Novo Testamento aparecem duas palavras para morte, sendo nekrós,
referência genérica aplicada tanto a morte física quanto a espiritual, (Tg 2, 24), e thanatos,
aplicada somente a morte espiritual e eterna (Ap 1, 18).

a. Tipos de morte.
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 Morte física. É o cessar das atividades biológicas, resultando na separação entre o corpo
(parte material) e a alma e o espírito (parte imaterial) do homem (Lc 9, 59,60/ Lc 16,22).

 Morte espiritual. É a separação da comunhão do homem do seu Criador (Is 59, 2).

 Morte eterna. Também é denominada na Bíblia de segunda morte, e, é o sofrimento eterno


do homem, e o castigo pela sua desobediência perante o seu Criador (Ap 20, 11-15).

IX – A SALVAÇÃO DO HOMEM SOB TRÊS ASPECTOS

1. O Homem natural. Ele é chamado natural porque ainda não experimentou a regeneração.
Vive segundo a natureza pecaminosa e decaída desde a queda ocorrida no Éden. Ele está
perdido. A menos que aceite a Jesus, não há solução para ele. Esse homem não pode ser
reformado nem melhorado. Ele tem de ser transformado pelo poder do Espírito Santo (Rm 8.9;
7.18). O Homem Natural não compreende as coisas de Deus, não discerne as coisas de Deus
porque elas são espirituais. Na natureza carnal, não habita bem algum de ordem espiritual (Rm
7.18). Eis mais alguns textos sobre o homem natural: em (Ef 2.3; At 26.14; 2Pe 2.12). Ele
desconhece completamente as coisas sobrenaturais de Deus. Ele só entende as coisas físicas,
materiais; as coisas deste mundo; desta vida.

2. O Homem espiritual (1Co 2.15). O homem espiritual é assim chamado por ser
impulsionado, controlado e dirigido pelo Espírito Santo. O seu “eu” está vivo, mas se acha
crucificado com Cristo (Gl 2.20, Rm 6.11). O plano (e a vontade) de Deus é que sejamos
espirituais (Rm 12.1,2). Ver mais sobre o homem espiritual em (Gl 6.1; 1Pe 2.5; Hb 5.14). O
Relacionamento do Homem Espiritual com Deus. O homem espiritual é exatamente o inverso do
homem natural. Este relacionamento é tríplice: O homem espiritual aceitou a Cristo como seu
Salvador e “nasceu de novo” espiritualmente (Jo 3.5). Ele submete-se inteiramente a Cristo
como seu Senhor, em todas as áreas da sua vida. Ele é cheio do Espírito. Tem vigor e vida
espiritual abundante, como ocorre entre o tronco e os ramos da videira (Jo 15.5). O homem
espiritual tem a mente de Cristo. E, pelo Espírito Santo, discerne bem a tudo (1Co 2.16).

3. O homem carnal. Pelo contexto desta passagem e de outras congêneres, vê-se que o homem
carnal é crente e salvo. Não obstante, sua vida cristã é mista, dividida e marcada por constantes
subidas e descidas. Ele é um crente que “começa pelo Espírito e termina pela carne” (Gl 3.3). É
chamado carnal porque a velha natureza adâmica, herdada da raça humana, nele prevalece; ainda
não foi subjugada pelo Espírito Santo (Rm 8.13). A natureza humana pecaminosa, existente em
todo crente, embora não possa ser mudada, precisa ser mortificada e vencida pelo poder do
Espírito Santo (Cl 3.5; Gl 2.19; 6.14; Rm 8.13). Nem todo crente vive uma vida consagrada, nem
se acha disposto a vencer plenamente a natureza adâmica. Na Igreja de Corinto, muitos crentes
eram carnais. A sua velha natureza estava livre para agir ao invés de “levar cativo todo
pensamento à obediência de Cristo” (2Co 10.3-5). Isso só há de ser obtido por nossa inteira
submissão a Cristo, como nosso Senhor, e pela obra santificadora do Espírito Santo em nosso
ser (Rm 6.13; Gl 5.16). Conforme está escrito em (Rm 6.11), não é o pecado que morre dentro
do crente, o crente é que deve morrer para o pecado e viver para Deus. Também, conforme Gl
6.14, não basta o mundo estar crucificado para o crente; o crente é que tem de estar crucificado
para o mundo. Um dos grandes perigos na vida cristã consiste em se descer da cruz. Essa é uma
mensagem para quem já é discípulo de Cristo (Mt 16.24; Lc 14.27).

13) FAMILIA CRISTÃ


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I - INTRODUÇÃO

O missionário deve ter um bom conhecimento sobre esse assunto, e saber lidar com as mais
variadas situações e com os contextos modernos de família para poder aconselhar os casais e
filhos, ou mesmo uma família inteira, incluindo os parentes. Cerca de 474 vezes na Bíblia
menciona a família, quase sempre relacionada com o chefe da mesma, por exemplo: A família
de Rúbem, a família de Elimeleque, etc., além destes destaques, em muitas outras ocasiões
ocorrem referências à família designada por casa ou geração, a casa de José (Gn 50.8), a geração
de Terá (Gn 11.27).

1. O primeiro casal (Gn 1.27). No último dia da criação (6º dia), Deus criou - bara (criar,
verbo exclusivamente utilizado em relação a Deus) o homem - ’adam (homem, humanidade,
humano), essa ação denota a criação tanto do homem, quanto da sua mulher, os quais foram
criados em ´adam (Gn 1.27), indicando não simplesmente um homem (adjetivo), mas a própria
humanidade (substantivo comum de dois gêneros - masculino e feminino), pois no capítulo dois
de Gênesis, Deus tirou a mulher de uma das costelas - tsalotayn (lado, costela, do lado) do
homem, porque ela já estava lá quando eles foram criados em ´adam (humanidade). A ideia da
palavra hebraica é a de que Deus tomou do lado de Adão, não somente das costelas, mas dos
seus ossos, cartilagens, veias, artérias, músculos, pele, dentre outros, por isso ao acordar, Adão
disse: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa,
porquanto do varão foi tomada (Gn 2.23).

2. Os gêneros na criação do homem. Cientificamente podemos provar que a mulher saiu do


homem, pois o homem tem um par de cromossomos masculinos XY, já a mulher tem um par de
cromossomos femininos que é XX. Nesse caso, se Deus tivesse criado primeiro a mulher, e a
partir dessa Ele fosse tirar o homem, isso seria geneticamente impossível, pois a mulher tem um
par de cromossomos XX, e não poderia originar o homem que tem no seu par de cromossomos o
Y além do X (XY). E como tudo o que Deus criou está dentro das leis por Ele estabelecidas,
duplicou o cromossomo X do homem, e o inseriu na formação cromossômica da mulher (XX). O
Homem foi criado à imagem - tselem (aspecto, imagem) e semelhança - dêmuwth (semelhança,
similaridade) de Deus, o qual também tem atribuições concedidas por Ele (Gn 11.6).

3. O DNA humano (genoma). O homem é um ser complexo, e no seu código genético


(genoma) está codificado todas as suas informações pessoais, exatamente no núcleo de cada uma
das células do seu corpo. Os genes são unidades de informação que formam os cromossomos, os
quais são formados por centenas de milhares de pares de bases nitrogenadas (A-T ou C-G) que
determinam as características humanas gerais ou individuais de cada pessoa. O DNA (Ácido
Desoxirribonucleico) humano possui 3 bilhões, 164 milhões, e 700 mil letras, que estão
codificadas no núcleo da célula (ovo - primeira célula após a fecundação) que após a fecundação
se divide e se multiplica, fazendo uma cópia precisa de si mesma passando o código genético
para os 10 trilhões (mais de 1013) de células do corpo humano. O DNA está armazenado em
forma de uma espiral entrelaçada e possui 2 nanômetros de diâmetro. Para se ter uma ideia do
tamanho microscópico do mesmo, pegue uma régua e observe que ela está dividida em
centímetros e milímetros, agora pegue um milímetro e faça a divisão por mil, você vai encontrar
o micrômetro, pegue um micrômetro desses e faça a divisão por mil, você vai ter um nanômetro,
e é dentro do microscópico espaço de 2 nanômetros que está guardado o código genético do ser
humano que é o banco de dados aonde estão guardadas todas as características dos seres
humanos, como a cor da pele, a cor dos olhos, a cor dos cabelos, a altura, dentre outros, até
mesmo as doenças hereditárias e patológicas estão lá. Os genes de uma criança são herdados do
pai e da mãe, pois o homem possui um par de cromossomos XY, sendo que o cromossomo Y
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humano possui cerca de 60 milhões de pares de bases que é passado de pai para os filhos,
determinando o sexo (gênero) da criança, ou seja, é o pai quem determina o sexo dos filhos
(gênero).

4. Eva mitocondrial. Deus fez cair um sono pesado em Adão (anestesia geral) e fez uma
cirurgia nele, e tirou uma de suas costelas, que é um dos ossos do corpo humano que mais
possuem células tronco (células que geram a vida que é exatamente o que é necessário para
poder clonar uma pessoa, um órgão, uma cartilagem, ou restaurar algum lugar que foi
danificado, como por exemplo, um coração que sofreu um enfarto) e fez uma manipulação
genética da costela e a transformou na primeira mulher, Eva - chavváh (vida ou vivente, mãe dos
viventes, Gn 2.22), e fechou o lugar com carne (Gn 2.21). A ciência chama a primeira mulher de
Eva mitocondrial, e ela recebe esse nome por causa do DNA mitocondrial que está presente na
mitocôndria das células, e é diferente do DNA nucleico que está presente no núcleo das células.
Esse DNA é passado apenas da mãe para os filhos, e o motivo da mitocôndria não ser herdada do
pai, ocorre porque no momento da fecundação o espermatozoide perde a sua cauda (corpo), não
havendo a entrada de mitocôndria, sendo a única fonte de DNAmt a materna. O cromossomo X
da mulher possui cerca de 153 milhões de pares de bases que são passados da mãe para os filhos,
ou seja, é a mulher a responsável pelas características pessoais dos filhos (cor dos olhos, altura,
aparência. Uma pesquisa feita pela Drª. Rebeca L. Cann, do Departamento de Biologia da
Universidade da Califórnia (EUA), em Berkeley, realizou uma pesquisa com o intuito de
descobrir a origem da raça humana através do DNAmt, ela e sua equipe realizaram testes em 147
indivíduos dos 5 continentes, de todos os grupos humanos espalhados pelo planeta, como os
aborígenes, os pigmeus, os siberianos, e etc., e concluiu que todos possuem DNAmt idêntico.
Portanto, todos os seres humanos tiveram uma ancestral em comum, pois como já falamos
acima, o DNA Mitocondrial só é passado da mãe para os filhos. Segundo os doutores Lawrence
Loewe e Siegfried Sherer, quando é calculado o tempo em que as variações genéticas acontecem
no material genético dos grupos humanos, a Eva mitocondrial teria vivido entre 6.000 e 6.500
anos atrás, e esse estudo científico foi publicado pela revista científica (Science). Segundo
alguns cientistas criacionistas como o Dr. Michael Behe, professor de Bioquímica na
Universidade Lehigh, e membro do Centro de Ciência e Cultura do Discovery Institute, o
primeiro homem habitou a Ásia central e não a África, e depois na época de Pelegue (divisão),
os povos se dividiram pelos continentes.

5. Reserva de DNA (origem das etnias). Os povos (famílias) que conhecemos hoje, são
descendentes dos três filhos de Noé: Sem (nome), Cam (quente), e Jafé (aberto). A Ciência
explica que dentro do DNA existem reservas genéticas que foram responsáveis pela variação
encontrada nas diversas espécies e afirmam que o primeiro casal era ruivo. Um exemplo
envolvendo um dos conceitos mais simples da variação é a cor da pele. No ano de 2015, um
casal de etnia africana com reserva genética suficiente de DNA Mitocondrial tiveram uma
menina loira. O nascimento de Nmachi, filha de um casal de nigerianos Angela e Benjamin
Ihegboro radicados em Londres, intrigou geneticistas e especialistas na Inglaterra. Com olhos
azuis, pele e cabelos loiros, o bebê possui pais negros, certos de não possuírem qualquer
ascendência branca em ambas as famílias.

II - A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO PLANO DE DEUS

1. Definição de família. Em termo de unidade, é o conjunto de todas as pessoas presentes, que


vivem sob o mesmo teto, sob a proteção ou dependência do dono de casa (chefe da família), que
vivem na intimidade do lar, que se comunicam, que se amam e se ajudam reciprocamente e se
respeitam.

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2. A fecundidade é benção de Deus. Muitos discordam desta afirmativa, mas à luz da Bíblia, os
filhos são benção de Deus à família (Gn 1.28; 9.1; l7.6). Nos tempos antigos, a esterilidades era
motivo de tristeza. Ana se sentia infeliz por ser estéril e buscava em Deus a solução do
problema. Raquel era estéril e, em desespero clamou a Jacó, seu marido: “Dá-me filhos, senão
morrerei”. A Bíblia afirma que Deus faz com que a mulher estéril seja alegre mãe de filhos. Os
conceitos humanos sobre a procriação têm mudado, mas nós nos firmamos no que diz a Palavra
de Deus, que permanece para sempre. (Mt 24.35). Á exceção do ser humano, para todos os
viventes o sexo tem a finalidade exclusiva de procriação; não fazem dele motivo de orgias e
obscenidades. Para o ser humano, a finalidade do sexo além da procriação, constitui uma parte da
vida de amor do casal. Mas não exclusivamente para um deleite e satisfação carnal, como se vê
em nossos dias.

3. A formação do lar e o cuidado dos filhos. As crianças são a complementação do casamento.


São a alegria e a esperança dos pais (Sl 113.09). O cuidado dos filhos abrange além da nutrição e
educação secular, a instrução cristã. Disto pode resultar homens aptos para serem usados por
Deus de um modo extraordinário (2Tm 3:14-17; Hb 11:23-27). É num lar cristão, mediante o
ensino da Palavra de Deus e o bom exemplo dos pais, que é desenvolvido e aprimorado o caráter
dos filhos. Portanto, o propósito de Deus é, não somente que os filhos sejam gerados, mas,
sobretudo, educados no caminho da justiça e da verdade divina (Pv 22.6). Os pais devem esperá-
los na expectativa de bênçãos de Deus e não de peso. Satanás tem ganho terreno na guerra contra
a família. A ingratidão e rebelião dos filhos tem resultado na desafeição dos pais, a ponto de
tentarem evitar filhos por meios prejudiciais à saúde, ou mesmo criminosos, o aborto e outros.
Os crentes em Cristo, ao contrário, devem ter consciência de que os filhos não só lhes pertencem,
mas são também filhos de Deus, os filhos são herança do Senhor (Sl 127.3).

4. O propósito do matrimônio (1co 7.25-28,32-35,39-40). Em hebraico o matrimônio recebe o


nome de Kidushim (consagração, santificação ou dedicação), pois para o judeu o casamento é
um ciclo de dedicação de um homem para com uma mulher e também para os seus filhos. O
casamento é uma instituição divina criada por Deus com vistas à pureza da família e à formação
de uma sociedade justa e ordeira. O Casamento é a única instituição na terra que teve início antes
da entrada do pecado no mundo (Gn 2.18). Deus criou o homem e a mulher, dois sexos distintos,
com atração natural de origem divina, merecem ser encarados com o mesmo respeito que se deve
as coisas sagradas (Hb l3.4). Por isto o casamento se compõe de 3 aspectos: Legal, social e
espiritual.

a. O casamento é uma instituição legal. O casamento é garantido e protegido por Lei. No ato
do casamento os cônjuges se submetem a um processo legal que regulamenta a sua convivência e
comportamento de um para o outro. Os preceitos legais mais justos a respeito do casamento têm
fundamento nas Sagradas Escrituras (Rm 7.2).

b. O casamento é uma instituição social. Além das formalidades, em todos países e todas as
culturas, o casamento é celebrado com o apoio solene da família (Rt 4.9-12). As famílias dos
cônjuges se unem na expectativa da formação de um novo lar e uma nova família.

c. O casamento é uma instituição espiritual. Feliz o lar onde marido e mulher comungam a
mesma fé. Onde ambos são felizes em Cristo. Há entretanto casos em que apenas um dos
cônjuges crê no Evangelho. Paulo destaca a influência espiritual da mulher cristã nestas palavras:
“O marido descrente é santificado pela mulher”. Ela deve confiar que não está lutando só, Deus
lhe garantirá vitória (At 16.31). Do mesmo modo a mulher descrente pode ser santificada pelo
marido. A condição é a mesma. O marido tem que exercer a sua influência espiritual andando
conforme as escrituras. O processo para a santificação dos filhos é o mesmo dos pais, visto que

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eles dependem da influência espiritual dos pais para levá-los a Cristo. Assim pela pregação do
Evangelho, pela paciência e pelo exemplo de fé e obediência a Deus, os pais santificam seus
filhos (At 16.32-34). Em um lar onde só uma pessoa é crente, esta deve considerar-se como a
única luz, no velador, com a missão de iluminar o seu ambiente. Por isso, a atitude do crente
deve ser a de quem tem uma missão a cumprir, uma luta a vencer, uma vitória a conquistar. O
que não deve acontecer é o crente acomodar-se e tornar-se infrutífero (Jo 15.16; Mc 4.18,19).

III - O PADRÃO DIVINO PARA O MARIDO (EF 5.25-31; 1PE 3.7)

A Bíblia, a palavra de Deus, tem a resposta acertada para todas as questões do viver humano.

1. Amar a Esposa. Maridos, amai vossas mulheres. (Ef 5.25). Não havendo amor, o marido
pode abusar de sua autoridade, que pode conduzi-la a aflições e amarguras. É o amor a base
peculiar das afeições, da confiança e da fidelidade (Jo 4.18), o amor do marido é indispensável
para a prosperidade do lar. Como amar a Esposa? Da mesma forma que Cristo amou a Igreja (Ef
5.25). O amor de Cristo para com a Igreja é o padrão do amor que o marido deve dedicar a sua
esposa. Em que se revela o amor de Cristo para com a Igreja? Na forma como ele se entregou por
ela (Ef 5.25), Cristo purifica e santifica a sua Igreja perdoando-lhe as falhas e imperfeições e
com os mesmo sentimento e virtude, deve o esposo amar a esposa, pois quem ama a sua mulher
ama a si mesmo (Ef 5.28). São os dois em uma só carne (Ef 5.31), ambos são membros do corpo
de Cristo (Ef 5.30).

2. Deveres conjugais do marido.

a. A prática legítima do sexo. As liberdades do casal, a abstinência ou separação


temporal, estão preceituadas em (1Co 7.2-5), e devem ser objetos de aceitação comum de
marido e mulher, o sexo. Não obstante ser o ato físico, para o casal cristão deve ser antes,
uma união de almas e de espírito. A mulher não é uma coisa ou objeto para ser visto
apenas como sexo, sem o devido respeito a sua vontade, disposição, e até condições de
saúde. Disto pode proceder frustração, mágoa e discórdia e até enfermidades.

b. Companheirismo e solidariedade. A mulher necessita do companheirismo em todos os


momentos como também necessita da solidariedade dele, mesmo quando toma uma
decisão errada e faz algo que não devia fazer.

c. Manutenção da família. Alimentação, vestuário e saúde, etc., e nesta última necessita


de cuidado especial, principalmente com a da esposa. A mulher pode até ajudar, mais a
responsabilidade é dele.

d. Proteção da família. O marido é também o responsável pelas medidas de proteção e


segurança, tanto do planejamento como da ação. Proteção, física, moral, espiritual.

IV - O PADRÃO DIVINO PARA A ESPOSA (1Pe 1-6; Ef 5.22-24)

A doutrina neotestamentária, determina deveres da mulher para com o marido:

1. Submissão e obediência. A doutrina cristã ensina a submissão da mulher ao marido (Ef


5.22-24) e não ao nível de escravidão, conforme alguns pensam, mas, pelo amor, bom
trato, respeito, fidelidade, carinho, lealdade e solidariedade.

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2. Respeito e fidelidade, lealdade e solidariedade. A prudência e submissão da mulher


cristã é o meio para conduzir o marido não crente a salvação em Cristo. Não existe algo
mais convergente para a conversão de uma pessoa do que o testemunho da outra que tenha
uma vida real de experiência com Deus (Mt 5.16). Esse conjunto exerce forte influência
sobre a vida dos cônjuges.

3. O exemplo de santas mulheres. Os deveres impostos às mulheres em relação ao


marido não são novos. Tem sido ordenado por Deus, reconhecidos e praticados pelas mais
notáveis mulheres mencionadas nas sagradas escrituras. Eis algumas delas: Sara obedecia
a Abraão (1Pe e 3.6); Maria era submissa de José (Mt 2.13,14), Isabel vivia de comum
acordo com Zacarias (Lc 1.60).

4. Deveres da mulher casada. De Elizabeth Elliote lemos: “Nós somos criadas para ser
mulheres. O fato de eu ser uma mulher não me faz um tipo de cristão diferente, mas o fato
de eu ser cristã, me faz uma mulher diferente. Eu aceito o que Deus tinha em mente para
mim quando Ele me criou. Eis ai uma boa expressão de reconhecimento dos deveres de
uma mulher cristã”. Paulo recomenda a Tito a instruir “as mulheres idosas para que
ensinem as mulheres novas a serem prudentes a amarem os seus maridos” (Tt 2.3-5).

5. Deveres conjugais da esposa. Neste sentido o ensino para a mulher e o mesmo para o
homem. Por isso repetimos o que já foi dito. Os direitos e deveres conjugais, a prática
legitima do sexo, as liberdades do casal, as abstinências ou separação temporal estão
preceituadas em (1Co. 7.2-5), e devem ser objetos de aceitação de marido e mulher (Co
1.10). Ela deve cuidar da casa, do marido e dos filhos. Feliz a mulher casada que se acha
habilitada para esses deveres e a eles se dedica diligentemente.

V - O PADRÃO DIVINO PARA OS PAIS

1. O pai. Essa palavra vem do hebraico av e do aramaico aba, e significa aquele que protege,
que supre, que trabalha em prol da sua casa. Não é uma obrigação o pai ser rico, mas é dever
esforça-se para manter a família dignamente, mediante trabalho diligente e bem planejado, senão
pode colocar em risco o padrão de vida da sua família (2Rs 2.1). O pai rico não deve julgar que a
riqueza e o conforto, são o melhor que deve proporcionar a seus filhos (Pv 8.13; 16.6). O
comportamento do homem é atestado por Deus (Jó 1.8), e serve de exemplo podia inspirar
confiança a seus filhos.

2. A autoridade do pai. O pai não deve ser déspota, mas usar a autoridade no governo dos
filhos. Os filhos de Jó se submetiam a autoridade do pai, embora estivessem em suas casas. Jó
era o sacerdote da família e trazia os filhos ao altar da adoração. O pai não pode santificar os
filhos, mas pode conduzi-los à santificação, pela aproximação de Deus e obediência à sua
Palavra, à semelhança de Abraão, tinha um altar para a família, oferecia sacrifício de acordo com
o número de filhos. A prática da vida espiritual, envolvendo a família deve ser diária, com amor
e fé. Os que servem a Deus retamente devem servi-lo continuamente. A adoração de Deus no
seio da família, não pode ser coisa acidental, mas regular.

3. Os cuidados da mãe. A mãe tem uma responsabilidade especial pelos filhos, desde o
nascimento. A ela cabem as primeiras tarefas de ensinar e treinar os filhos com amor. A mãe tem
maiores oportunidades, pois passa mais tempo com eles do que o pai. Há brilhantes exemplos de
grandes homens que receberam diretamente a influência de heroicas mulheres no papel de mãe.
Deus inclui pai e mãe, numa ação conjunta, de cuidado, de amor e de ensinamento persistente,
em comunicar aos filhos: Os princípios de fé e obediência à palavra de Deus (Dt 6.5,6).
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4. Os pais devem comunicar o conhecimento de Deus aos filhos. Esta responsabilidade é


tanto do pai como da mãe. Ensina o teu no caminho que deve andar e quando velho não se
desviará dele (Pv 22.6). “Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua
alma e de todo o teu coração” (Dt 6.5; Mc 13. 30 e 31). A apostolo João acrescenta: “E dele
temos este mandamento: Que quem ama a Deus, ama também a seu irmão” (1 Jo 4.21). O amor
é a base segura da família. Ensinar isto aos filhos, é plantar a felicidade no lar, com reflexo na
igreja e na sociedade (Is 26.9). O grande cuidado dos pais deve ser o de passar aos seus filhos e
sucessores, como legado puro, o conhecimento das verdades eternas de Deus, mediante o ensino
e as experiências vividas com Deus.

5. O que os pais devem evitar. É dever dos pais evitar palestras que deixem dúvidas nos filhos,
quanto a doutrina ou à dignidade das pessoas, especialmente das que pregam a Palavra de Deus.
“As más conversações, corrompem os bons costumes” (1 Co 15.33).

VI - OS FILHOS E A CONTINUAÇÃO DA OBRA DE DEUS

O plano de Deus para a família tem relação com grandes benefícios dirigidos a uma nação e/ou
as nações, durante as gerações e a eternidade.

1. A entrada solene de Samuel no serviço do santuário. Os pais devem ficar alegres se os seus
filhos têm uma chamada ministerial. Provavelmente tinha 3 anos de idade quando foi trazido a
casa de Deus.

2. Aspectos do plano divino para os filhos. Deus honra a nossa fé e o nosso ardente desejo de
ver nossos filhos dedicados à sua obra, por que dele os recebemos e a Ele pertencem, embora
permaneçam conosco, para nossa alegria; os filhos que entregamos a Deus, Ele nos retribuirá
com abundantes bênçãos. O êxito dos nossos filhos vem do Senhor ao permaneceram na fé
juntamente conosco nos retos caminhos do Senhor.

VII - O NAMORO CRISTÃO

1. Namoro. É a relação afetiva mantida entre duas pessoas que se unem pelo desejo de estarem
juntas e partilharem novas experiências. É uma relação em que o casal está comprometido
socialmente, mas sem estabelecer um vínculo matrimonial perante a lei civil ou religiosa. O
namoro cristão envolve a parte do conhecimento social e a preparação para o noivado, e
posteriormente o casamento no Senhor, e jamais a relação sexual entre os namorados. Uma das
coisas que nos tempos bíblicos era exclusivo aos noivos era o beijo na boca (Ct 1.2; 4.11), mas
na sociedade moderna tornou-se normal entre namorados. Outra coisa essencial nas páginas da
Bíblia é a virgindade, tanto do homem, quanto da mulher (Ct 4.12; Ap 14.4).

2. Virgindade. Do latim virginitate, declinação de virginitas (estado de quem ainda não teve
relação sexual nenhuma), sendo que a origem remota é o latim virgo ("mulher jovem" ou
"menina"), que designava a mulher que ainda não tivera relações sexuais (Lc 1.34), e no sentido
semântico mais abrangente, a terra inexplorada. A palavra latina surgiu por analogia do lexema
em vireo (ser verde, fresca ou florescente), principalmente com referência botânica, em
particular, virga (tira de madeira). A virgindade está relacionada a uma aliança (um concerto
que o homem faz com Deus, e, em se tratando do casamento, é um pacto entre duas pessoas de
sexo oposto). Na Bíblia, sempre que alguém fazia uma aliança com Deus havia um
derramamento de sangue, um animal era morto. Quando o rapaz se guarda para a moça e a moça
para o rapaz (sexualmente) até a primeira noite de núpcias e têm a sua primeira relação sexual,
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geralmente ocorre um sangramento devido à ruptura do hímen da mulher, e da pele do falo do


homem, e nesse momento é estabelecida uma aliança entre esse homem e essa mulher que não é
simbólica, mas real, pois há um derramamento de sangue. A Bíblia orienta a tratar as moças com
toda a pureza como se elas fossem nossas irmãs (1Tm 5,2). A moda do pós-modernismo é: Se
você não transa não é homem, ou se você não for para a cama com o seu namorado, você não
ama ele de verdade, mas o verdadeiro amor a futura esposa ou o futuro marido é dizer não aos
seus desejos (1Co 13,4-7).

3. Consequência do sexo antes do casamento. Para a sociedade moderna, é comum que um


casal de jovens durma junto para testar se o relacionamento dos dois vai dar certo. A
consequência disto é que há pessoas vivendo juntas há 10, 20 anos ou mais, e nunca se
preocupam em oficializar o casamento (1Ts 4.3). O homem quando vai casar pode até dizer que
é liberal e que não se importa se a moça é virgem, mas bem no íntimo da sua alma ele preferiria
que ela fosse virgem e que ele fosse o primeiro a conhecê-la. Em (1Co 7.8,9), a Bíblia diz que é
melhor casar do que viver abrasando. Ainda em (1Co 7.32) ela nos diz que o corpo não é para a
prostituição, senão para o Senhor. A palavra de Deus chama de fornicação ao sexo pré-nupcial,
pois, tanto o homem como a mulher se desvaloriza ao fazer sexo antes do casamento. O que
surge fatalmente após uma relação sexual antes do casamento? Geralmente uma grande
decepção. Num levantamento feito entre jovens que praticaram sexo prematuramente chegou-se
à seguinte conclusão: 50% disseram que foi uma decepção; 30% disseram que foi desagradável
e revoltante; e só 20% responderam que foi agradável. Você é um vaso (I Ts 4. 4,5).

4. Que riscos o jovem corre se tiver relação sexual antes do casamento. O sexo antes do
casamento é arriscado sob vários aspectos; doenças venéreas, AIDS, Hepatite C. As doenças
venéreas podem causar infecções sérias como a cegueira e a morte. E o pior, é que pode ser
transmitida para os filhos com os mesmos efeitos. Veja nessa ilustração o que pode acontecer
com alguém que tem relações sexuais fora da vontade de Deus, essa ilustração é baseada em uma
história real: Marta, uma jovem crente, era noiva de Tiago, presidente dos jovens de uma Igreja
muito conceituada, de doutrina firme e de comunhão invejável. Por causa do amor que havia
entre ambos e dos carinhos que cada vez ficavam mais audaciosos, decidiram dormir juntos e
esqueceram qual era a vontade de Deus em relação aos solteiros, e foi mais ou menos assim:
Marta dormiu com Tiago que tinha dormido com Helena e com Maria que tinha dormido com
José que tinha dormido com 5 prostitutas das quais duas delas tinham AIDS. Por causa de uma
noite de prazer com o noivo crente, Marta contraiu o vírus da AIDS. A vida de uma pessoa pode
mudar completamente após ter relação sexual com alguém antes do casamento, e o mais correto
para quem já teve vários parceiros sexuais e se tornou um crente e quer se casar, é no mínimo
fazer um teste de doenças sexualmente transmissíveis e de HIV. Geralmente nos lares de mães
solteiras podemos ver o desespero refletido em cada rosto, por não conhecerem o que as aguarda
amanhã, pois a moça moderna começa a pensar que é senhora de tudo e que sabe o que está
fazendo, então o inimigo de nossas almas começa a agir, e a partir desse ponto pode surgir uma
gravidez inesperada que a partir do 28 dia de fecundação tem o coração já a palpitar, e para
aquelas que abortam está escrito em Jeremias uma advertência (Jr 2.34,35).

VIII - O NOIVADO

O noivado é o tempo para o lançamento da base matrimonial. No Antigo Testamento se um


homem deitasse com uma mulher antes do casamento, este deveria pagar o valor do dote da
noiva (Ex 22.16,17).

1. Como surgiu a aliança. A tradição de usar a aliança de casamento é antiga e era praticada
entre os egípcios no ano 3 a.C., pois eles acreditavam que o quarto dedo da mão esquerda
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possuía uma veia especial e que era ligada diretamente ao coração, por isso, passaram a usar
neste quarto dedo as alianças, e a maioria destes anéis eram feitos de tecido ou couro, para que os
corações dos amantes permanecessem para sempre atraídos um pelo outro. Quando o Egito foi
conquistado por Alexandre (o Grande), esse costume foi levado para a Grécia e também para o
mundo ocidental, e foram os gregos que passaram a usar a aliança matrimonial na mão esquerda
com o nome grego diatheke (aliança, acordo, união, pacto), o anel nupcial serve essencialmente
para indicar um elo, uma aliança, um voto, e a ambivalência desse símbolo provém do fato de
que o anel une e isola ao mesmo tempo. Os romanos adotaram a prática após terem conquistado
a Grécia e, com a conversão do mundo greco-romano ao cristianismo, o uso da aliança na mão
esquerda se tornou obrigatório para os que se casavam na Igreja durante a Idade Média, bem
como a entrega dos presentes. No século XV, a aliança com diamante foi recebida por uma
mulher, surge também o primeiro beijo em público, e no século XVI surge o casamento civil que
se tornou obrigatório pela Igreja Católica. As noivas usavam buquês e mais tarde foi
acrescentado o véu em referência a pureza, e após esse período, a tradição do noivado passou a
ser tão importante quanto o casamento, sendo que a cerimônia acontecia 12 meses antes da
união, durante esse período a noiva deveria ser fiel ao noivo, caso contrário seria chamada de
adúltera e não poderia noivar novamente. A Igreja manteve esta tradição que foi sendo passada
gradativamente. Segundo a Igreja, a aliança de casamento passa da mão direita para a mão
esquerda para representar a aproximação do compromisso definitivo. Se for usada na mão
esquerda, ela fica mais próxima do coração. O Papa Inocêncio III declarou que deveria haver
período de espera a ser observado até o pedido de casamento e a realização cerimônia
matrimonial, é por isso que existe um anel de noivado e depois a aliança de casamento. O
primeiro anel de noivado que se tem notícia foi dado pelo rei da Alemanha Maximiliano I, a
Maria Burgundy em 1447.

2. Quem começou errado, não terminará certo. Se o início de uma casa exige cuidados com
os alicerces, maior cautela deve haver ao se iniciar a construção do lar (Gn. 24.58-67).

3. A escolha do companheiro. Considerando o assunto, observemos os pontos básicos para tão


importante escolha cujo sucesso está ligado ao bom desempenho do candidato, da família e da
religião. Estes detalhes podem ajudar na escolha acertada do companheiro ideal para a fundação
do lar cristão. A família da pessoa pretendida, deve ser estruturada de modo cristão a servir de
modelo para o novo lar a ser construído e a vida espiritual do candidato é fator essencial, pois
exercerá profunda influência, positiva ou negativa, na formação do futuro lar. Estas coisas têm
mais importância, para a estabilidade do lar, do que a beleza física do semblante e dotes
financeiros (Pv 31.30).

4. Relacionamento com os pais. Não é raro um novo casal encontrar sérios problemas por
causa do relacionamento com os pais. O casal deve continuar amando e respeitando seus pais,
mas convém saber que o relacionamento com os pais não deve ser mais o de infantes ou
dependentes, o compromisso maior é de conjugue para o outro. Agora eles estão estabelecendo o
seu próprio lar, e toda a atenção e convivência devem ser empregadas no relacionamento mais
importante, o de marido e mulher.

IX - O LAR, O ACONCHEGO DA FAMÍLIA

1. O lar.

a. que é um lar? Vem do nome dado aos deuses romanos protetores de um domicílio, os Lares,
que se relacionavam ao local onde era aceso o fogo para cozinhar e aquecer, um conceito que
hoje não temos mais. A palavra “lar” em nosso idioma ainda se usa para “local onde se acende o

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fogo numa casa”, mas sendo substituída por “lareira”, e tem algumas palavras relacionadas ao
seu significado, como: Abrigo, agasalho, blusa, cachecol, camisa, camiseta, casacão, casaco,
colete, edred om, gabardine, gorro, jaqueta, lareira, luvas, manta, paletó, pulôver, suéter. O lar
é onde habita uma família, pai, mãe e filhos. Pelo casamento é estabelecido o lar, provisão de
Deus para a felicidade do ser humano. Mesmo sem riqueza, e sem luxo, o lar pode ser de paz, de
amor e de felicidade, onde todos amem a Deus e sintam-se bem, não somente vivendo juntos
mas unidos em amor (Rm 12.10).

b. O lar cristão. Deve ser cheio do amor de Cristo, sendo o relacionamento de uma família.

c. A importância do lar para o homem e a mulher. O lar foi a sábia provisão de Deus para a
felicidade humana. O lar é onde todos aprendem a paciência, o bom entendimento, a
consideração de uns para com os outros, torna-se o ambiente predileto do casal. O amor que os
une, a paz que os tranquiliza, a presença de Deus que os alegra e conforta, constituem o seguro
alivio das responsabilidade do casal.

d. A importância do lar para os filhos. Os filhos precisam do lar para se sentirem seguros e
felizes, esta felicidade depende de fatores tais como: Amor, provisão, segurança, instrução,
disciplina, correção, boa alimentação, higiene, compreensão e carinho. Tudo isso concorre para a
formação do caráter personalidade ajustada dos filhos.

e. A importância do lar para a Igreja e a comunidade. Em cada lar cristão, a Igreja tem a sua
extensão, pois oram e planejam a sua colaboração no trabalho do Senhor. Em cada lar cristão
onde Deus habita há um couro que o Louva. O lar cristão é um baluarte contra as forças do mal,
é também uma benção popular e uma tranquilidade para a comunidade.

2. Bases para o desenvolvimento do lar.

a. Renúncia do interesse próprio (Fp 2.4). Priorizando o interesse do cônjuge/consorte,


“companheiros da mesma sorte”. Quando o homem cuida dos interesses de sua esposa, esta
cuida dos seus ao mesmo tempo.

b. Atividades em pleno acordo (Fl 2.2). Muitas vezes os problemas do lar procedem de
diferentes atividades do casal. Nenhum lucro material compensa o fracasso do casamento
especialmente dos servos de Deus. Portanto, as atividades do casal devem ser planejadas de
modo a evitar o enfraquecimento do amor conjugal (Pv 17.1). Pais e filhos devem estar
solidários e leais em todos os momentos da vida da família quer nos bons ou nos maus.

c. Educação dos filhos (Pv 1.8). A educação dos filhos é um passo importante no
desenvolvimento do lar. A responsabilidade da educação dos filhos cabe a ambos, pai e mãe, e é
um dever muito digno, do qual não devem fugir os pais crentes.

3. Empenho pelo desenvolvimento do lar.

a. Harmonia no lar. Havendo bom relacionamento com Deus, é possível haver plena harmonia
no lar. O lar torna-se o lugar mais agradável para todos, marido, mulher e filhos. Mesmo
havendo riqueza e conforto, sem harmonia não será agradável (Pv 17.1). Normalmente, as
circunstancias da vida em comum não fazem dos cônjuges amantes eternos, sempre agradáveis,
um casal feliz. Cada um continuará sendo uma personalidade distinta, e as divergências podem
aparecer logo cedo trazendo surpresas e perplexidade. Durante toda via é necessário que haja
ajustamento entre ambos. A Paciência que significa fortaleza para resistir às ofensas sem
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ofender (Rm 12.21), a Sabedoria que não se irrita, mas indica o caminho para a solução dos
problemas (Tg 3.13-18), a Honestidade que induz a pessoa reconhecer o seu erro e admitir a
razão do companheiro, e o Desprendimento, que não busca apenas ser ajudado, mas ajudar, sem
interesse próprio (Fp 2.3,4). Se mediante o casamento o marido e a mulher se tornam “dois numa
só carne”, e sendo ambos membros do corpo de Cristo, mais fácil se torna aceitar a
recomendação divina (lCo 1.10).

b. A responsabilidade dos construtores do lar. Pais, parentes e amigos podem ajudar com
boas orientações aos que pretendem iniciar o seu lar, mas a responsabilidade maior é dos pais,
para tanto, temos conselhos divinos no (Sl 37.4-5).

X - A QUESTÃO DAS RELAÇÕES DE GÊNERO

Esta temática deve ser considerada e conhecida por todos aqueles que lidam na obra missionária
com esse tipo de contexto, pois são questões que "desafiam" a perspectiva de um diálogo
intercultural nas ações do Missionário, que muitas vezes por falta de preparo, não consegue dar
uma resposta convincente para aqueles que lhe questionam sobre esse assunto, mas as Escrituras
não nos deixam dúvidas, pois no princípio o Criador fez, macho e fêmea, homem e mulher (Gn
1.27).

1. Estudos de gênero. A Bíblia fala somente de dois gêneros (masculino e feminino), mas o
conceito moderno (masculino, feminino, e neutro) chegou até nós através de pesquisadores
norte-americanos que passaram a usar a categoria "gender" para falar das "origens,
exclusivamente sociais das identidades subjetivas de homens e mulheres", que segundo eles não
existe uma determinação natural dos comportamentos de homens e de mulheres, apesar das
inúmeras regras sociais calcadas numa suposta determinação biológica diferencial dos sexos
usadas nos exemplos mais corriqueiros, como ”mulher não pode levantar peso” ou ”homem não
tem jeito para cuidar de criança”.

2. Identidade de gênero. Foi um psicólogo norte-americano chamado Robert Stoller (1978),


que estudou inúmeros casos (de indivíduos hermafroditas ou com os genitais escondidos, e que,
por engano, haviam sido rotulados com o gênero oposto ao de seu sexo biológico), que afirmou
que é “mais fácil mudar o sexo biológico do que o gênero de uma pessoa". Para ele, uma criança
aprende a ser menino ou menina até os três anos, momento de passagem pelo complexo de Édipo
ou de Elektra, e também pela aquisição da linguagem. Para Stoller este núcleo de nossa
identidade de gênero se constrói em nossa socialização a partir do momento da rotulação do bebê
como menina ou menino. Isto se dá no momento de nascer ou mesmo antes, e com as novas
tecnologias de detectar o sexo do bebê, quando se atribui um nome à criança, essa passa a ser
tratada imediatamente como menino ou menina. A partir deste assinalamento de sexo,
socialmente se esperarão da criança comportamentos condizentes a ele. Caso tenha havido um
erro nesta rotulação inicial (em raros casos de intersexualidade ou “hermafroditismo”, como
trata Stoller), será praticamente impossível mudar a identidade de gênero deste indivíduo após os
três anos de idade, uma vez que ele tiver superado a fase do complexo de Édipo ou de Elektra,
momento no qual todo ser humano descobre que é único e não a extensão do corpo da mãe. A
homossexualidade segundo ele, seria um desvio da identidade de gênero, uma vez que o
indivíduo não buscaria um "outro diferente de si” como objeto de seu desejo. Nos anos 1970, o
conceito de gênero foi criado para distinguir a dimensão biológica da dimensão social, embora a
Biologia possa dividir a espécie humana entre machos e fêmeas, a maneira de ser homem e de
ser mulher é expressa pela imposição da cartilha LGBTQI+ da ONU que vem sendo promovida
nos últimos anos no mundo e, segundo ela, homens e mulheres são produtos da realidade social e

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não decorrência direta da anatomia de seus corpos, e “sexo é biológico, gênero é construção
social”.

3. Identidade de gênero no Brasil. No Brasil a coisa não tem sido muito diferente do que já
acontece nos Estados Unidos e em alguns lugares do mundo como a Holanda, pois nos lugares
públicos e corporativos, é geralmente levado em consideração três gêneros, além dos travestis e
dos transexuais:

a. Cisgênero. Pessoa cuja identidade de gênero está alinhada ao seu sexo biológico. Aquelas que
são biologicamente mulheres e possuem identidade de gênero feminina ou biologicamente
homens e possuem identidade de gênero masculina. Utiliza-se esse termo como oposto de
“transgênero”.

b. Transgênero. Terminologia normalmente utilizada para descrever pessoas que transitam


entre os gêneros. Contudo, há quem utilize esse termo para se referir apenas àquelas pessoas que
não são nem travestis, nem mulheres transexuais e nem homens trans, mas que vivenciam os
papéis de gênero de maneira não convencional.

c. Não-binário. É alguém que não se identifica completamente com o “gênero de nascença”


nem com outro gênero. Esta pessoa pode não se ver em nenhum dos papéis comuns associados
aos homens e as mulheres, bem como podem vivenciar uma mistura de ambos.

4. Nome Social. É o prenome adotado pela pessoa travesti, mulher transexual ou homem trans,
que corresponde à forma pela qual se reconhece, identifica-se e é reconhecida (o) e denominada
(o) por sua comunidade. Atualmente, ainda não há no Brasil uma Lei que determine e garanta a
retificação de prenome e sexo no registro civil. Travestis, mulheres transexuais e homens trans,
quando assim desejam, solicitam a alteração no documento de identidade por meio de uma ação
judicial. Este processo é, muitas vezes, demorado e a decisão pela retificação depende do
entendimento de cada juiz/a. Na maioria dos casos, a mudança fica condicionada à existência de
laudo médico e/ou realização de terapia hormonal/cirurgia. Sabemos que o nome é, junto com a
aparência, a primeira coisa que nos apresenta e identifica. É muito importante que o nome social
seja respeitado, de acordo com a identidade de gênero, independente da alteração no RG. Por
isso, existem hoje decretos estaduais e municipais que garantem o direito do uso do nome social
por travestis e transexuais em órgãos públicos.

14) ECONOMIA NO LAR

I - INTRODUÇÃO

A base de um viver feliz muitas vezes está na maneira em como você administra suas finanças.
A má administração tem causado prejuízos irreparáveis. Quantos casais vivem de forma
desajustada em função da má gestão de seus recursos. O sábio Salomão no Livro de Eclesiastes
nos adverte sobre um tempo que virá em nossas vidas quando teremos de conviver dependendo
dos outros. Preste atenção ao que ele nos fala no (Ec12.1-8), “lembra-te também do teu Criador
nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas
a dizer: Não tenho neles contentamento”. Uma das questões mais preocupantes com o nosso
povo é a falta de preocupação com o futuro. Precisamos aprender que não é pecado economizar
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para o futuro, uma vez que precisamos de meios para sobreviver às intempéries. Quem não pensa
em envelhecer, certamente é porque quer morrer novo. Uma velhice programada certamente será
bem melhor para se viver. Por isso é que não podemos pensar em gastar tudo que ganhamos,
para que possamos ter um bom aproveitamento de nosso trabalho. Muitas pessoas por ainda
serem novas, nunca pararam para pensar num plano de aposentadoria, ou mesmo em uma
pequena poupança, e por isso muitas vezes são pegos de surpresa. Não podemos esquecer que
na parábola dos talentos ao distribuir os talentos entre os seus empregados, a principal exigência
daquele Senhor foi que eles multiplicassem o talento através do trabalho. Ninguém pode chegar
diante de Deus e culpá-lo por não ter prosperado na vida material. Quem pode levantar e dizer
que nunca teve oportunidades de prosperar financeiramente. Por menores que tenham sido suas
chances, certamente todos nós tivemos e ainda teremos muitas oportunidades para multiplicar
aquilo que com suor conseguimos.

II - JOSUÉ (UM MODELO PARA NÓS)

Algumas virtudes devem caracterizar aqueles que, como Josué, também se colocam à disposição
da obra de Deus (Js 1.9).

1. Coragem. Para trabalhar.

2. Confiança. Que o Senhor lhe dará vitória.

3. Disposição. Para aproveitar cada oportunidade.

4. Determinação. Para fazer aquilo que é certo.

Deus não encontrou outra pessoa que, em Israel preenchesse tão bem-estas qualidades como, em
Josué. Outra grande problemática são aqueles, que infelizmente são trabalhadoras, mas não tem
sabedoria suficiente para conservar o que ganha com tanto Sacrifício, e muitas vezes jogam tudo
fora sem nem se darem conta do que estão fazendo, e depois ficam a lamentar a falta de sorte.
Vamos entender que tudo é uma simples questão de Organização. Precisamos apreender priorizar
nossos gastos. Nunca devemos fazer uma compra levados por impulsos. Antes de fecharmos um
negócio, precisamos analisar a real necessidade que temos de determinados objeto. Infelizmente
tem pessoas que são levadas por um mal chamado consumismo que vez por outra estão diante de
consequências desastrosas por não terem parado para avaliar sua condição financeira, sua
possibilidade econômica, sua posição social, etc. tem até aqueles que querem competir com
alguém, e dizem: se ele pôde comprar, porque eu não posso comprar também? Pessoas que agem
desta forma estão sujeitas a passarem por frustração mais tarde (Fl 4,11). A vida parece ser bem
melhor quando entendemos nossa condição financeira. Não queremos dizer que você tem que
está conformado ou ficar parado, esperando cair do Céu. Preguiça também é pecado. Você só
não pode é colocar o chapéu onde a mão não alcança.

III - O SEGREDO DO SUCESSO FINANCEIRO OU PESSOAL É SIMPLES

1. Aproveite cada oportunidade que lhe bater à porta.

2. Valorize e ame tudo que lhe pertence – não jogue fora.

3. Acredite no seu potencial/sonho – tudo é possível ao que crer.

4. Não desanime diante do primeiro obstáculo – continue lutando.


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5. Esteja sempre pronto para um possível recomeço – não desanime.

6. Não esqueça que Deus é responsável pelo seu crescimento (1Co 3.6), “eu plantei, Apolo
regou; mas Deus deu o crescimento”.

IV - ECONOMIA, A ARTE DE ADMINISTRAR BEM NOSSAS FINANÇAS

1. Economia no lar. O conjunto de medidas (ações e previsões) praticadas visando uma perfeita
administração da receita e das despesas da família, para suprir suas necessidades sem gerar
déficit. Saber quanto ganha, para saber quanto gastar é de vital importância.

2. Base para uma economia equilibrada.

a. Planejamento de despesa. Faça uma lista de suas necessidades. Dentro dela faça outra lista
do que é essencial, dentro desta faça outra que é realmente prioritária. Atenda primeiro está
última, depois a penúltima, então depois atenda a primeira. Discuta este planejamento com todas
as pessoas da casa que possa influenciar a alteração dele.

b. Não gastar com supérfluo. Coisas desnecessárias, que não tem utilidade, devem ser
colocadas de lado. Quando gastamos com o supérfluo, corremos o risco de enfrentar dificuldades
futuras. Tenha sabedoria para não sofrer depois. Seja criterioso com suas finanças.

3. Economia no cotidiano (dia a dia).

a. Economia na compra. Pechinchar- não compre no primeiro lugar que entrar, cheque os
preços em pelo menos três estabelecimentos diferentes.

b. Economia no uso de alimentos (Jo 6.1). No Brasil desperdiça-se 30% do campo até a porta
do consumidor. Evite desperdiçar daí em diante. Não jogue restos de alimentos fora, quando
pode ser aproveitado. Não cozinhe mais do que o necessário. Não ponha no prato mais do que
você come. E etc. Qualquer desperdício fica muito caro e faz muita falta.

c. Vestuário. Saiba comprar, não compre na boutique, nem em vendedores ambulantes,


sacoleiras ou semelhantes, se seu dinheiro é pouco, procures as lojas de liquidação, ou nas
promoções, elas também vendem coisas boas, é só saber procurar.

d. Tenha a roupa do dia a dia (uso doméstico) e a roupa de ir a lugares especiais. Como a
Igreja, festas, etc. Tenha cuidado no lavar, no secar, no passar o ferro. Veja com certa
periodicidade se o lugar que você guarda sua roupa está bem limpo, se não tem traça, barata,
grilo, ou outros insetos que destoem roupas. Tudo isso somado, nos proporcionam uma boa
economia.

e. Calçados. os calçados devem ser limpos logo após o uso e não somente antes do uso. Tenha o
cuidado de guardar os calçados limpos. Eles duram mais e estão sempre bonitos.

f. Remédio. Quando comprar um remédio, tome-o todo, muitos não ficam sarados das doenças
porque nunca tomam todo o remédio recomendado e comprado para curar a doença. Evite
comprar remédio desnecessário, para a maioria das doenças, nosso organismo tem defesa, e só
aguardar ele reagir. Mais para isso é necessário está vigilante com a saúde.

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g. Pratique saúde preventiva, ela é mais barata, mais rápida e não é dolorosa. Todos os
membros da família devem consultar uma vez por ano, mesmo que não estejam sentindo nada.
Façam todos os exames preventivos possíveis que o SUS paga. Mantenha a saúde da família em
boas condições

h. Tarifas públicas (água, luz, telefone, gás). Não deixe a torneira pingando ou derramando
água. Quando estiver defeituosa troque-a, não deixe lâmpadas acesas sem necessidade, onde não
há alguém. Quando for usar o telefone, fale somente o necessário, relatos longos, use o correio,
escreva. Não aceite botijão com vazamento, troque-o imediato. Procure o distribuidor, não
aceite, pois além de lhe causar prejuízo ainda põe em risco sua família.

i. Fidelidade nos negócios (Mt 5.37). Honre todos os seus compromissos, não compre o que
não possa pagar. É melhor sofrer a necessidade e/ou segurar o desejo do que o cobrador está
continuamente em sua porta. Tenha autocontrole no querer. Antes de comprar qualquer coisa
responda satisfatoriamente três perguntas: O quê que eu quero? Porquê que eu quero? E para quê
que eu quero?

V - FIDELIDADE COM DEUS (DÍZIMOS)

1. Abraão (o modelo para nós). O fato de Abraão dar o dízimo ao sacerdote Melquisedeque
nos mostra que isto já era uma prática conhecida, bem antiga, antes mesmo da existência dos
Levitas, ministros religiosos que eram mantidos com o dízimo (Nm 18.24 e 26). Em (Gn 14.20),
vemos a primeira menção ao dízimo, na Bíblia que aconteceu quando ele voltava da matança dos
reis, ocasião em que Melquisedeque que era sacerdote do Deus Altíssimo, e também rei de
Salem lhe saiu ao seu encontro e o abençoou (Hb 7.1). E Abraão separou o dízimo de tudo (Hb
7.2), e deu dos melhores despojos, DEU! (Hb 7.4). Enquanto que Levi (levitas) pagam o Dízimo,
PAGOU (Hb 7.9). Abraão é o modelo de dizimista, pois ele deu os dízimos pela fé, mais de 400
anos antes da Lei de Moisés ser dada ao povo judeu. Isso nos mostra que nós somos dizimistas
pela fé segundo o modelo de Abraão, pois Abraão não deu o dízimo para ser abençoado, e sim
porque ele já era um homem abençoado por Deus. O dízimo que damos na casa de Deus hoje não
é segundo os rudimentos da Lei, e sim porque somos gratos a Deus, e reconhecemos que tudo o
que temos pertence a Deus, e nós somos os seus mordomos nessa terra. Abraão recebeu de
Melquisedeque Pão e Vinho, os elementos que prefiguram a Ceia do Senhor, a carne e o sangue
de Jesus (Gn 14.18), o próprio Jesus orientou a respeito da prática das obras de Abraão, e ter sido
dizimista foi uma delas (Jo 8.39).

a. Importante: O termo correto é DAR, DEVOLVER, ou PAGAR os DÍZIMOS, e não


DIZIMAR. Esse termo nunca aparece na Bíblia relacionado ao Dízimo. Dizimar significa,
provocar a morte (de parte de um grupo, ger. de um em cada grupo de dez); desfalcar, provocar a
morte em massa de (grande número de pessoas); exterminar, "as duas guerras mundiais
dizimaram milhões de pessoas"
O fato de Abraão dar o dízimo ao sacerdote Melquisedeque nos mostra que isto já era uma
prática conhecida, bem antiga, antes mesmo da existência dos Levitas, ministros religiosos que
eram mantidos com o dízimo (Nm 18.24,26). Entretanto, podemos ver a existência do princípio
do dízimo desde o jardim do Éden: “E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do
jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás;
porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.16,17). Deus havia dado a
Adão e Eva todas as árvores frutíferas para alimento, com exceção de uma: A árvore do
conhecimento do bem e do mal. O Senhor deu tudo ao casal, mas, requereu para sim uma parte.
Ao não tocar nesta parte que pertencia a Ele, nossos primeiros pais estariam reconhecendo que o
Eterno é o dono de tudo (Sl 24.1), e que aquilo que eram e tinham se devia a sua bondade.
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Quando comeram da árvore proibida, fizeram o uso indevido daquilo que pertencia unicamente
ao Criador. Transgrediram a Lei do dízimo. Roubaram a Deus e trouxeram sobre si a maldição
(Ml 3.8,9). Fazia parte do estilo de vida de Abraão adorar o Criador com os dízimos e obedecer a
todos os mandamentos (Gn 26.5). A fidelidade do pai da fé (Gl 3.7) foi aprendida e seguida por
seus descendentes (Gn 28.22). Que exemplo para nós! Todo aquele que verdadeiramente é filho
espiritual de Abraão seguirá o seu exemplo de ser dizimista e não deixará de ensinar essa prática
sagrada aos seus filhos. A mesma bênção de (Ml 3.10) está disponível nos dias de hoje para
aqueles que são fiéis: “Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na
minha casa; e provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do
céu e não derramar sobre vós bênção sem medida”. A respeito das ofertas serão abordadas na
apostila de Missiologia.

VI - FONTES DE RENDA

1. Só o esposo trabalha. Ele não dar satisfação de quanto ganha e/ou, a mulher não ver a cor do
dinheiro, nem faz parte do planejamento de gasto do mesmo. Fica inteiramente alheia. Modelo
errado.

2. Só a esposa trabalha. Muitas mulheres, não dá satisfação de como gasta o dinheiro, e as


vezes não quer mais ser submissa ao esposo, querem assumir a chefia da família. Atitude errada.

3. Os dois (esposo e esposa) trabalham. O dinheiro do esposo é para o custeio da família e o


dela é só para comprar roupas, calçados e supérfluo. Modelo errado.

Nos três casos, o dinheiro é da família e, portanto, dever ser planejado o seu uso por todos,
esposo, esposa e filhos que possa ajudar. Uma família com um bom planejamento é sem dúvida
uma família com orçamento equilibrado e sem muitas dificuldades financeiras. Isto é, tem suas
necessidades básicas supridas e todos vivem felizes e prósperos.

a. Viagem. Não faça viagem se não é realmente necessário. Tem gente que tem um mau hábito
de estar andando para um lado e para outro, não há dinheiro que dê, não tem orçamento que
resista, é um mau hábito.

VII - PLANEJAMENTO FAMILIAR

Muitas pessoas (e famílias) não têm um planejamento do que elas querem. Hoje querem uma
coisa, amanhã querem outra, no dia seguinte já querem outra. Quem assim age, nunca consegue
muita coisa, nunca consegue um patrimônio, pois sempre está inseguro com suas finanças, e isto
traz muito prejuízo. O ideal é que toda a família tenha um planejamento de vida, onde tenha
metas de curto, médio e longo prazo. Isso implica em determinar um alvo e trabalhar para
alcançá-lo, não importa quão grande seja o esforço despendido. Quem não sabe aonde quer
chegar, não chega a lugar algum. Quem não tem um alvo para conquistar, não conquista coisa
alguma.

VIII - DEZ DICAS PARA SAIR DA INADIMPLÊNCIA

1. O processo do endividamento em quase todas as situações tem seu início quando você passa a
recorrer a empréstimos para complementar seus compromissos. Enquanto a pessoa tem crédito
fica criando dívidas para pagar dívidas. PARE enquanto há tempo porque você simplesmente
está piorando cada vez mais sua situação.

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2. Se estiver pagando apenas o valor mínimo do cartão de crédito por meses e meses, você está
praticamente jogando dinheiro fora. Seu débito nunca diminui e este dinheiro representa juros
das administradoras. O correto é abrir mão do cartão, suspender o pagamento do valor mínimo e
negociar o pagamento do valor total em prestações fixas para liquidar o débito.

3. No início as administradoras dificultam bastante, falam que você tem de continuar a pagar
pelo menos o valor mínimo, etc. Entretanto, a partir do segundo mês sem receber, eles mesmos
apresentam proposta de parcelamento do valor total.

4. Quando negociar qualquer dívida, nunca aceite a primeira proposta que lhe apresentarem,
procure sempre barganhar mais. Se eles oferecem para dividir o débito em seis meses, por
exemplo, peça para dividir em 20 vezes. Claro que de imediato eles também não vão aceitar, mas
pode ficar em 15 ou 12 meses.

5. Faça uma reavaliação em seu orçamento. Procure restabelecer com total prioridade as
despesas da subsistência de sua família. Pague primeiro seu condomínio, escola, aluguel ou
prestação do imóvel, telefone, energia, etc.

6. Verifique quanto você ganha por mês e o total dos seus débitos. Separe o valor para manter
sua subsistência e o que sobrar é para pagar dívidas.

7. Procure resolver primeiro os débitos que envolvam nomes de outras pessoas. As compras que
você fez com fiadores ou em nome de alguém merecem prioridade para limpar o nome da pessoa
e recuperar a confiança que você recebeu.

8. As contas de valores pequenos podem também ser eliminadas com prioridade.

9. Modifique seus hábitos de CONSUMO e de sua família, caso contrário você vai voltar a
cometer os mesmos erros. Em fase de crise, economizar é a palavra de ordem. Consumo de
telefone, energia, despesas supérfluas têm de ser eliminadas. Para gastar todo mundo é solidário,
entretanto na hora do endividamento apenas um ou o casal assume a responsabilidade. Lembre-
se: “um pequeno vazamento pode afundar um grande navio”

IX - DICAS PARA QUEM TRABALHA EM CASA

O home office vem arrebanhando uma legião de adeptos no Brasil. Segundo pesquisa
encomendada pela Cisco, 76% dos entrevistados acreditam não ser preciso estar fisicamente no
local de trabalho para ser produtivo e uma porcentagem ainda maior, 83%, garantiu que estaria
disposta a trocar altos salários por maior flexibilidade na jornada de trabalho. Levando em conta
o cenário esboçado pela pesquisa, confira algumas dicas para você que também não vê graça na
rotina de bater cartão.

1. Antes de começar qualquer negócio, procure conhecer a fundo o ramo em que pretende
investir. Analise a concorrência na região, faça cursos, vá a feiras e seminários, pesquise
produtos e serviços similares na internet, identifique seus futuros clientes e suas necessidades. E,
claro, faça um plano de negócios.

2. Fique atento às questões de zoneamento, higiene e saúde, em geral rigorosas para quem atua
nas áreas de alimentos e cosméticos. Rio de Janeiro, São Paulo e Fortaleza são algumas das
cidades do país que têm legislação específica para quem trabalha em casa. Verifique a legislação
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que rege o zoneamento do bairro onde você mora e veja se há qualquer impedimento para a
abertura de empresa em casa.

3. Não se esqueça de pedir o alvará de funcionamento na prefeitura de sua cidade, pois esta
atitude evitará futuros transtornos, e você trabalhará de forma segura e equilibrada.

4. Solicite um segundo alvará ao órgão responsável pela vigilância sanitária, caso você pretenda
trabalhar com alimentos. A legislação tem regras rígidas: a cozinha, por exemplo, não pode ser a
mesma usada por moradores; precisa ser instalada em área independente, com azulejos até o teto
e piso impermeabilizado, entre outros itens.

5. Concentre suas atividades num único espaço, não invadindo os demais cômodos da casa. Sua
família não precisa compartilhar sua rotina profissional. Prepare um espaço (quarto, edícula,
garagem) para sediar o novo negócio. Use os mesmos tipos de móveis e equipamentos que
adotaria num ponto comercial.

6. Tenha uma linha telefônica exclusiva para o negócio. Atenda sempre de modo formal e, na
sua ausência, prefira a secretária eletrônica à ajuda de familiares para anotar recados. Estude o
caso de contratar os serviços de escritórios virtuais. Com eles você pode ou não ter um espaço
para trabalhar, pode alugar salas apenas para reuniões e usar diversos serviços, como os de
copiadora, motoboy, recebimento de correspondência, atendimento telefônico profissional, etc.

7. Um site é um ótimo cartão de visitas e ajuda a dar credibilidade a um novo negócio. Além
disso, ao registrar o domínio, você também recebe um e-mail (voce@suaempresa.com.br), o que
dá uma aparência mais profissional aos contatos feitos com clientes e fornecedores

8. Defina horários para o início e o término do expediente. Um pouco de disciplina nos horários
não faz mal a ninguém e ajuda na sua qualidade de vida e na de sua família.

9. Estabeleça regras claras com sua família, para não misturar problemas e situações da vida
doméstica com as da empresa. Separe a pessoa física da pessoa jurídica. O caixa da empresa não
pode ser confundido com o cofrinho da família.

10. A aparência conta pontos preciosos na conquista de respeito e confiança de clientes,


fornecedores e empregados. Vista-se como se fosse ao escritório. Diz um provérbio popular que
o mundo trata melhor quem se veste bem.

X - COMPRAS POR IMPULSO? CUIDADO

1. Foi ao supermercado para comprar leite, pão e feijão e saiu também com o bolo, sorvete,
alguns temperos, uma tábua de passar roupa que estava na promoção e mais uma blusa de malha.
A impulsividade diante das gôndolas se tornou comum entre consumidores brasileiros, que frente
à grande variedade de itens e bombardeio das ofertas são tentados a gastar no supermercado mais
do que tinham planejado.

2. Pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em parceria com Confederação


Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revela que os super e hipermercados ultrapassaram os
shoppings como lugares nos quais os consumidores mais se deixam levar pelos impulsos.
Segundo a pesquisa, que alerta para o risco do descontrole no orçamento doméstico, 34% dos
entrevistados admitiram gastar mais do que o planejado quando estão em supermercados, contra
25% dos shopping centers.
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3. O estudo do SPC/CNDL apontou que as compras sem planejamento são uma prática comum
principalmente nas classes A, B e C. Para não se render à tentação de colocar no carrinho uma
variedade de itens que não estavam adicionados às despesas e podem fazer a diferença no
orçamento, especialistas em finanças dizem que o consumidor deve sair de casa protegido pela
lista de compras, que pontua as necessidades.

4. Outras dicas simples também são importantes, como evitar fazer compras com fome e não se
sentir obrigado a levar produtos oferecidos na degustação só porque experimentou. Conhecer a
dinâmica das vendas também é importante. Geralmente, para chegar aos itens básicos, o
consumidor terá primeiro que enfrentar corredores muitas vezes gigantes, repletos de guloseimas
e itens que escapam da sua meta. Ter consciência dessa estratégia do varejo pode ajudar.

XI - PARA DAR UM BASTA NA COMPRA POR IMPULSO, SIGA ESSAS


DICAS

1. Faça uma lista de compras: Parece bobagem, mas a lista é fundamental. Separe os produtos
por seção para não ter que ficar indo e vindo de uma seção para outra. Por exemplo, produtos de
higiene pessoal e beleza , como sabonete, xampu, desodorante, devem estar juntos na sua lista,
ok?

2. Não vá ao supermercado com fome: Não pense que esta dica é só para quem está de dieta .
Ir ao supermercado com fome leva qualquer um a cometer excessos. E a gente acaba levando
mais do que deveria, enchendo o carrinho com doces, salgadinhos, bobagens que não levaria se
fosse seguir à risca uma lista de compras.

3. Não leve as crianças: Ir às compras com os filhos resulta sempre em uma lista de guloseimas
e produtos que não estavam no seu orçamento. Inclua na lista as coisas que eles gostam, mas se
puder deixe-os em casa. Se para a gente é difícil resistir à tentação, imagina para os pequenos!

4. Preste atenção em todas as prateleiras: Os supermercados costumam colocar nas prateleiras


mais baixas, ou nas bem altas, os produtos de menor preço. Antes de comprar, olhe todas as
opções.

5. Não vá ao supermercado no dia em que recebeu seu salário: Ir ao supermercado com o


bolso cheio de dinheiro (ou com a sensação de) não é uma boa ideia. Vá no dia seguinte ao seu
pagamento, quando já tiver noção do que está devendo, assim não sairá gastando à toa.

6. Compre alimentos da estação: Frutas, legumes e verduras fora de época ficam mais raros e
caros.

7. Avalie custo e benefício: Embalagens menores, mas com produtos concentrados, que rendem
mais, podem acabar custando menos no resultado final.

15) BATALHA ESPIRITUAL

I - INTRODUÇÃO

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Batalha espiritual (guerra Espiritual) é hoje uma linguagem universal, todos os crentes já o
ouviram pelo menos uma vez este termo, não é um modismo de evangelismo e missões, Batalha
Espiritual é uma situação de vida real do crente, que começa no momento do nosso nascimento,
não importa se cremos ou não, se gostamos ou não, estamos em Guerra Espiritual. Esta luta
contra as trevas envolve os todos os crentes, seja qual for seu dom ou vocação. Fazer
evangelismo é fazer guerra contra as trevas, é tirar da cegueira espiritual os cativos de Satanás
(2Co 4.4). Esta guerra começou com a rebelião de Lúcifer, Deus permite participarmos dela aqui
na terra até aquele Dia, quando Cristo porá fim definitivamente a todas as operações de Satanás.

II - QUAL A POSIÇÃO DO GUERREIRO?

Um guerreiro é um soldado, um combatente, um campeão, portanto, um vencedor (1Tm 2.3), sua


real posição é assentado nos lugares celestiais em Cristo Jesus, acima de todo principado,
potestades, poder, domínio e de todo nome que se possa referir (Ef 1.21/2.6). Um soldado é parte
integrante de um corpo que pode ser chamado de guarnição, destacamento, batalhão ou
regimento. Em Joel 2.2b e 5b, encontramos duas características marcantes do Exército de Deus:
“Um povo grande e poderoso em ordem de combate”.

1. Grande. Pois, mais são os que estão conosco (1Rs 6.16).

2. Poderoso. Pois maior é aquele que está em nós (1Jo 4.4). Nunca digas estou só, pois o Senhor
Jesus afirma categoricamente: “Eis que estou convosco todos os dias...” (Mt 28.20). Nunca mais
digas: não posso, pois está escrito: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4.13).

III - DIVERSAS POSIÇÕES A SEREM OCUPADAS NO EXÉRCITO DE DEUS

1. Infantaria. São aqueles que estão na linha de frente, basicamente no corpo a corpo com o
inimigo, destituindo potestades, expulsando demônios, invadindo pessoalmente o território do
inimigo, pisando neste território e tomando posse em nome do Grande General, o Senhor dos
exércitos.

2. Artilharia. É composta pelo grupo que utiliza armas de longo alcance, como: Intercessão,
combate espiritual em grande escala, Fé sobrenatural e Palavras de autoridade (2Rs 6.18; Mt
8.8b; Mt 17.20b). O objetivo principal da artilharia é enfraquecer as forças inimigas, atingindo
alvos selecionados como: Principados, Potestades, Dominadores deste mundo tenebroso (2Co
10.4,5; Ef 6.12), bombardeando as fortalezas inimigas, o trabalho é facilitado para os infantes
que estão na linha de frente, os quais, despojarão o inimigo, tomando-lhe as vidas preciosas e
transportando-as para o Reino da Luz (Is 49.25).

3. Regimento motorizado. São agrupamentos que utilizam os grandes equipamentos de guerra


para atingir as grandes massas. Ex.: O rádio, a televisão, os grandes seminários, os navios, etc.
Seu objetivo principal é lançar de uma só vez toneladas de sementes da Palavra de Deus (Is
40.9).

4. Engenharia. É o grupo dotado de uma capacidade especial de engendrar meios através dos
quais é aumentado, facilitando e ampliando o poder de fogo do Exército de Deus. São as técnicas
e táticas especiais do Espírito Santo - O Grande Ensinador - que nos leva a resultados
surpreendentes. Deus sempre levantou e treinou os seus engenheiros de guerra. Ex.: Moisés (Ex
17.11), Josué (Js 10.12b), Josafá (2Cr 20.22ª), Paulo e Silas (At 16.25,26). Utilizando-se de

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artifícios, humanamente loucos, estes homens venceram batalhas e situações humanamente


impossíveis.

5. Comunicações. O elemento deste agrupamento tem como missão promover o apoio de


comunicações necessária àqueles que o recorrem ou dele dependem. Existem tanto as
comunicações ativas, que dão diretrizes de ataque, quanto a passiva, que visam preservar do
perigo eminente. Em ambos os casos, Deus utiliza com frequência os seus profetas, conforme
(Am 3.7). E não com menos frequência a sua Palavra (Hb 1.1). Ex.: A estratégia através de
Jaaziel (2Cr 20.14-17); aviso através de Elizeu (2Rs 6.6).

6. Suprimento. Visa promover o suprimento regular e extraordinário, tanto da necessidade


básica de sobrevivência e bem-estar do soldado, quanto, dos equipamentos e munições por ele
utilizados. Ex.: Davi, antes de se tornar rei, assistia seus irmãos, na frente de batalha, com
mantimentos (1Sm 17.15,17, 18).

7. Departamento médico. Este grupo de forma especial cuida do tratamento e recuperação dos
feridos e doentes. Cuida também da saúde preventiva da tropa. Num combate há sempre aqueles
que por um ou outro motivo são feridos e necessitam de cuidados especiais. Ex.: Parábola do
Bom Samaritano (Lc 10.34-37).

IV - O ARSENAL DE GUERRA DO EXÉRCITO

1. As Armas de Defesa (ou defensiva).

a. Capacete da Salvação. É a proteção mental da esperança da salvação (1Ts 5.8).

b. Couraça da Justiça. Vestimenta protetora contra as acusações do nosso adversário (Rm


8.33).

c. Escudo da Fé. Apaga todos os dardos inflamados do maligno (Ef 6.16; 2Cr 20.20b).

d. Calçado do Evangelho da Paz. O único que ilumina o caminho e livra do tropeço (Sl
119.105, 165).

e. O Sangue de Jesus. Plenamente eficaz contra o pecado (1Jo 1.7).

2. As Armas de Ataque (ou ofensivas).

a. Cinto da Verdade. É arma de ataque, pois nada pode contra a verdade (2Co 13.8), é
instrumento libertador (Jo 8.32).

b. A Espada do Espírito. É a Palavra de Deus, com ela sujeitamos o inimigo, arrasamos a


impiedade; ela é como raio preparado para matar o inimigo (Dt 33.29; Ez 21.15).

c. O Sangue de Jesus. Poderoso contra Satanás (Ap 12.11).

d. A Oração. A oração mantém as armas carregadas, prontas para entrar em ação (Sl 18.3-17).

e. Nome de Jesus. Simplesmente imbatível diante das armas convencionais do inimigo (1Sm
17.45).

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3. Arma Estratégica. Unção quebra o jugo (Is 10.27), oração e jejum (Mc 9.29).

a. Arma de Apoio. Os anjos de Deus trabalham a nosso favor (Hb 1.14).

V - A VIDA DO GUERREIRO

Os crentes desta geração precisam mudar de mentalidade, chega de pensarmos e vivermos como
ovelhinhas desmamadas, como filhinhos desamparados, pedra no sapato dos pastores,
empecilhos para o progresso da obra, sempre chorões, sempre reclamando, sempre correndo
atrás de novidades e modismos, sempre aprendendo, mas, nunca colocando em prática. Esta é a
época dos guerreiros do Senhor. Jesus virá buscar uma Igreja madura, preparada. Deus está
levantando um exército de consagrados para realizar esta tarefa. Todo o plano de Deus na terra
só poderá ser realizado através de sua Igreja. Portanto chegou a hora de deixarmos de lado a pre-
guiça, a omissão, o desinteresse e assumirmos a posição de filhos valorosos e em nome de Jesus,
guerrearmos, as guerras do Senhor, conosco vai Ieová Sabaoth (o Senhor dos Exércitos!

1. Requisitos Exigidos Para Ser Um Guerreiro Vitorioso Contra as Estratégias de Satanás.

a. Compromisso com Jesus como Salvador, e comunhão plena com Ele.

b. Ser uma pessoa de oração e jejum.

c. Ter uma noção geral da Bíblia.

d. Fazer parte de uma Igreja local, devendo estar submisso ao Conselho de Pastor.

e. A sua moral deve ser em alinhamento com o Novo Testamento.

f. Ser uma pessoa emocionalmente estável.

g. Ser um bom exemplo em tudo.

h. Ter um Espírito perdoador (Mt 6.12).

i. Acreditar que Deus é bom e deseja boas coisas para os seus filhos.

j. Ter recebido o batismo ou poder de Deus no Espírito Santo.

k. Crer e estar aberto para receber os dons sobrenaturais do Espírito Santo.

l. Saber como guiar pessoas para Jesus.

m. Saber como guiar pessoas a renunciar a Satanás e suas obras.

n. Saber como orar por alguém para receber o poder do Espírito Santo.

o. Experimentar a oração da cura da alma.

p. Buscar revelação de Deus, de como agir em uma Batalha Espiritual.

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2. O Guerreiro Deve Conhecer as Estratégias de Satanás Contra a Missão da Igreja (2Co


2.10b, 11).

a. Acabar com as orações (Mt 9.37,38).

b. Dividir as tropas (Fp 1.27,28).

c. Matar os soldados da linha de frente.

 Matam materialmente (Fp 2.27,30; At 7.49,60);

 Matam espiritualmente (Gl 3.3).

d. Ferir um soldado (2Tm 4.14).

e. Sabotar as bases de abastecimento - Dízimos, ofertas, socorro (Fp 4.15,16).

3. Princípios da guerra. Passemos agora a examinar os princípios básicos. Se quisermos ser


bons guerreiros espirituais devemos avançar na santificação. Temos abaixo 05 princípios que nos
ajudam a nos equiparmos para essa Batalha.

a. Certifique-se que está em bom relacionamento com Deus.

b. Confesse todos os pecados conhecidos.

c. Busque a cura para os pecados persistentes.

d. Quanto mais elevada a liderança para a qual Deus chamá-lo mais elevados deverão ser os seus
padrões de santidade.

VI - ARMADILHAS A SEREM EVITADAS

A Batalha Espiritual em nível estratégico não é para todos. batalhar contra os principados e as
potestades da maldade não é uma atividade própria para os tímidos ou os desanimados. Trata-se
de uma guerra e baixas devem ser esperadas. Eis uma lista de armadilhas comuns nessa Guerra
Espiritual em nível estratégico sobre as quais devemos ter consciência, a fim de evitá-las o
máximo possível.

1. Ignorar essa guerra.

2. Ter medo de participar da guerra.

3. Subestimar o Inimigo.

4. Ser arrogante.

5. Falta de Intercessão Pessoal.

6. Orações sem propósito.

7. Fazer a Obra Antes do Tempo.


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8. Retórica Vazia.

9. Falta de Cobertura espiritual.

10. Avançar sozinho.

11. Estamos debaixo de autoridade.

a. Um dos maiores problemas em muitos que se dizem crentes, é que são insubmissos à
autoridade, querendo ganhar batalhas espirituais, sem estarem debaixo do comando de Deus,
através dos servos levantados por ele. Este foi o grande problema de Saul (1Sm 13.8-14).

VII - GUERRA EM TRÊS DIMENSÕES

1. Primeira dimensão: O Mundo. Vem da palavra grega “kosmos” que significa:

a. O Planeta Terra. “O mundo foi feito por intermédio dele...” (Jo 1.10).

b. Os habitantes da terra. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira... (Jo 3.16).

c. O Sistema mundial. “O mundo inteiro jaz no maligno” (1Jo 5.19).

2. Segunda dimensão: O Sistema Mundial. Está pronto para funcionar sem Deus, contrariando
tudo o que é verdadeiro em Jesus Cristo. É composto de “belos conceitos” de cultura, música,
arte, filosofia, conhecimento, atividades sociais, ciência, política, religião e prazer.
Aparentemente estas coisas não são más em si mesmas, porém Satanás as entrelaça de tal forma,
a fim que o homem se envolva diretamente com elas a ponto de afastar-se de um verdadeiro
relacionamento com Deus e com as coisas espirituais. Quando Satanás não pode alcançar o
homem, mediante tentações para que ele cometa pecados grosseiros da carne, ele se muda para
as avenidas inocentes da: educação, carreiras profissionais, fama, dinheiro, etc. a fim de que elas
ocupem o primeiro lugar em nossas afeições, tomando o lugar de prioridade que só cabe a Jesus
Cristo (1Jo 2.15.16; Tg 4.2-4).

3. Terceira dimensão: Contra Satanás (política) Jo 12.31; 16.11. Príncipe no grego (archon)
significa: potentado político que está em constante trabalho de influência no governo humano e
seu sistema político (Dn 10.13), de acordo com esta passagem bíblica concluímos que está se
travando constantemente uma batalha invisível por trás dos acontecimentos mundiais. Príncipe
da potestade do ar Ef 2.1,2. Toda pessoa sem Cristo, está espiritualmente morta e governada,
diretamente ou indiretamente por ele. Satanás governa a atmosfera de pensamento, ideias, planos
e práticas deste sistema mundial ímpio.

XIII - SATANÁS INJETA SEU VENENO NAS SEGUINTES ÁREAS:

a. Na educação. Permeia o mundo atual, a síndrome da permissividade. O Diabo apoderou-se


de homens como: Freud, Spock, Dewey e outros para distorcer os conceitos fundamentais da
disciplina, respeito e autoridade dos pais e a moralidade.

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b. Na filosofia. Os filósofos foram instrumentos de Satanás para desviar o homem das eternas
verdades de Deus. Ex.: Hegel - filósofo alemão, ensinou que o estado não tinha que obedecer às
leis morais, nem os governos tinham de manter acordos (Hitler a seguiu com perfeição).

c. No cinema e na televisão. A permissividade nestes meios de comunicação é alarmante. Os


filmes campeões de bilheteria, são os que falam de violência, do sexo, e do ocultismo.

d. Na moda. Satanás procura de todas as maneiras trazer a sensualidade para a vestimenta do


homem e principalmente da mulher (1Tm 2.9).

e. Na música. Satanás trabalha de modo minucioso na área de música. A capacidade da música


em excitar e incitar não é novidade. Ela produz as mais variadas emoções. O Rock Metal, tem o
objetivo de empurrar suas mensagens com maior força e se utiliza da mudança de ritmos,
levando os ouvintes a atos de verdadeira selvajaria. O objetivo do Diabo é ganhar o apoio no
pensamento dos crentes, para afastá-los do ponto de vista divino (2Co 10.4,5/I Jo 4.4).

IX - COMO VENCER ESSES INIMIGOS.

1. Reconhecer a guerra. A Guerra Espiritual, está sendo travada, e todos se acham envolvidos
nela, quer queiram ou não, quer concordem ou não, ela não afeta apenas alguns crentes, nem
dura só algum tempo. Todos os crentes estão envolvidos nela 24 horas por dia, 07 dias por
semana e nos 365 dias do ano. Estamos engajados nesta batalha, tenhamos ou não consciência
disso. A Palavra de Deus nos adverte que aqui na terra não é lugar de descanso (Mc 2.10), Lem-
bre-se “A ignorância é a maior arma contra a vitória” (2Co 2.11).

2. Rejeitar os ataques do Diabo. Este é o aspecto passivo da luta. Quando percebemos o que
Satanás está querendo fazer, procuremos evitá-la (1Tm 6.11), Paulo exorta a Timóteo a fugir das
tentações das riquezas, em (2Tm 2.2), Paulo diz a Timóteo: “Foge das paixões da mocidade”. A
retirada pode parecer que o Diabo está levando vantagens, mas é tática de guerra, para um
fortalecimento maior e uma preparação adequada para o ataque final (Ef 6.10).

3. Resistir aos Ataques do Diabo. Este é o aspecto ativo da luta. A Bíblia diz: “Resisti ao
Diabo e ele fugirá de vós”. Para que esta resistência se torne eficaz é necessário: fortalecer-se no
Senhor e na força do seu poder. É imperativo que deixemos o Senhor conceder-nos sua força,
sem ela não temos probabilidades contra o incrível poder de Satanás.

X - PLANO PARA A CONQUISTA DE CIDADES

É preciso dar o primeiro passo de fé, é preciso atravessar o Jordão. “Todo lugar que pisar a
planta do teu pé, vo-lo dei, como Eu disse a Moisés” (Js 1.3; 3.1-5).

1. Passos a Serem Dados.

a. Envolva o maior número possível de igrejas.

b. Dependência total do Espírito Santo, busca sincera e espera, pois, Ele é quem trará novas
revelações, tanto para desmascarar o inimigo como avisar a hora de agir.

c. Colocar em prática imediatamente a visão. Devemos tomar a iniciativa de passarmos a visão a


outros líderes, pastores, e buscar de todas as maneiras colocar em prática aquilo que o Espírito
Santo nos revelar.
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d. É preciso sentir compaixão por crianças, órfãos, viúvas e pobres. Precisamos servir na prática
(Tg 2.14).

e. Criarmos um plano ousado e mensurável, não basta lançarmos palavras, do tipo: “minha
cidade para cristo”, e não se fazer nada. Deus honrará nossa fé conjugada com nosso trabalho.

f. Exercitarmos o amor - vencer o mal com o bem (Rm 12.20,21). As bruxas, feiticeiros, presos,
drogados, ladrões, são alvos do amor do Criador. Eles não são inimigos, são vítimas.

g. Ter sempre um alvo. Destruir a fortaleza do Diabo (Ag 2.21,22; Is 47.1; Ap 18.1,2). É
preciso destruir a fortaleza de Satanás para que se tome posse da cidade, conquistando-a para
Cristo.

h. Estratégia de Guerra.

a. Fazer um mapeamento espiritual da cidade, ou alvo a ser conquistado.

b. Conhecer as armas do inimigo e como neutraliza-la.

c. Ter consciência plena e transparente que a Guerra Espiritual não é tarefa de uma igreja ou
denominação, e sim de todo o corpo de Cristo.

d. Preparação espiritual (2Cr 7.14/Js 3.5).

e. Trabalhar com uma equipe de intercessores chamados por Deus para este ministério.

XI - JEJUM

O Senhor Jesus não só praticou como deu seu aval ao verdadeiro jejum, praticado não para
agradar aos homens, mas a Deus.

1. O ensino bíblico sobre o jejum (Mc 9.29). O que é o jejum bíblico? Em suma, jejum bíblico
é a abstinência parcial ou total de alimentos, com finalidades espirituais. Essa prática vem desde
o Antigo Testamento. Vejamos:

a. Davi. Este buscou a Deus pela criança, e observou rigoroso jejum e recolhendo-se passava a
noite toda prostrado sobre a terra (2Sm 12.16);

b. Ester (Et 4.16). “ Vai, ajunta todo os judeus que se acham em Susã, e jejuai por mim”;

c. Esdras (Ed 8.21,23). “Então proclamai ali um jejum...Nós pois, jejuamos e pedimos isso ao
nosso Deus e Ele atendeu às nossas orações”.

Essa prática do jejum foi incorporada no Novo Testamento, onde a Igreja de Antioquia jejuou
para a escolha de missionários (At 13.2,3).

2. O jejum torna.

a. A oração mais “proveitosa”;

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b. A meditação da Palavra de Deus mais “profunda”;

c. Senso da presença de Deus mais “real”.

Observação: “De nada adiantará jejuar se o crente não se afastar do pecado ou se estiver como
propósito a exaltação do ego”.

3. Tipos de jejum.

a. Jejum parcial. Compreende apenas a abstinência de determinados alimentos (Dn 1.16).

b. Jejum total. Esse tipo de jejum, por sua vez, compreende a abstinência de todos os alimentos,
exceto a água (Mt 4.1,2).

c. Jejum absoluto. Esse compreende a abstinência total de alimentos e de água (Et 4.16; At.
9.9).

d. O jejum de Moisés e Elias. Estes jejuns foram feitos durante 40 dias, no entanto, o exemplo
deles foge à regra porque foi praticado sob condições sobrenaturais (Ex 24.38; 1Re 19.8).

Observação: “Tenhamos muito cuidado e sejamos prudentes, pois o jejum sem água não pode
exceder a três dias, sob pena de sujeitar o organismo a graves enfermidades e até mesmo à
morte”.

4. Por que praticar o jejum?

a. É um ato de consagração a Deus. O jejum é a parte do culto “racional” (razão, Rm 12.1), pois
ele simboliza o ato de entrega sem reservas ao Senhor, através do despojamento da carne.

b. A oração é a força que nos impulsiona, e certos tipos de demônios só saem com jejum e
oração (Mc 9.29).

c. À medida que a carne se mortifica o espírito fica livre para exercitar o que ele mais deseja:

d. Quem jejua não precisa tocar trombeta sobre a sua espiritualidade (Lc 18.9-14).

e. Ele exerce poder medicinal sobre o corpo.

f. O jejum desintoxica o organismo.

5. O verdadeiro jejum que agrada a Deus. É um costume do povo cristão a prática do jejum
em momentos de dificuldade. Quando jejuamos estamos abdicando das nossas necessidades
primárias essenciais em prol da busca de resposta e direção de Deus. O jejum é uma arma que o
cristão dispõe em momentos de guerra espiritual. No entanto, muitas vezes, o jejum não é
praticado da forma correta ou, em certas ocasiões, nem mesmo é aceito pelo Senhor! Em
primeiro lugar, o jejum não pode ser tratado como uma “penitência” ou “carga” suportada por
aquele que o pratica. Não é do agrado de Deus o sofrimento de seu povo, como está escrito no
início dos versículos citados: “Seria esse o jejum que eu escolhi? O dia em que o homem aflija a
sua alma? Consiste porventura em inclinar o homem a cabeça como junco e em estender
debaixo de si saco e cinza? ” (Is 58.5). Também não adianta jejuar se a nossa vida não mudou
conforme o evangelho de Cristo! Se continuamos no pecado, na mentira, no engano e na

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prostituição, desobedecendo a Palavra, estaremos simplesmente passando fome à toa”, pois o


Senhor não atentará para nós. O jejum que realmente agrada a Deus é aquele feito com um
coração sincero, por uma pessoa que teve sua vida transformada pelo poder da Palavra e, desta
forma, tem ações e comportamento dignos da atenção e do cuidado de Deus: “Acaso não é este o
jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo e que
deixes ir livres os oprimidos e despedaces todo jugo? Porventura não é também que repartas o
teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desamparados? Que vendo o nu, o cubras,
e não te escondas da tua carne? ” (Is 58,6-7).

XII - ORAÇÃO (1Tes. 5.17,18).

1. Ao Pai (Jo 16.23). Nós somos sabedores de que só Jesus nos pode introduzir à comunhão
com o Pai. Sem um mediador, um homem fraco, imperfeito, pecador, seria incapaz de entrar na
presença do Deus Santo, Todo-Poderoso.

2. No nome de Jesus (Jo 14.13). Vemos aqui, Jesus sendo o caminho para a comunhão entre
filho e Pai. No entanto, todas as orações feitas ao Pai, têm que ser carimbadas com o nome de
Jesus.

3. O Espírito Santo intercede por nós (Rm 8.26). Quando não sabemos que tipo de orientação
pedir, o Espírito nos ajuda a orar. Em momentos de medo, quando nem sequer sabemos para
onde ir ou em quem confiar, o Espírito Santo nos ajuda a orar. Quando nos sentimos tristes,
deprimidos e sem esperança e o peso nos ombros nos faz cair de joelhos, o Espírito Santo nos
ajuda a orar. "E o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer, para que
sejais ricos de esperança no poder do Espírito Santo." (Rm 15.13).

4. A natureza da oração.

a. Confissão dos pecados (1Jo 1.9; Sl 32.5).

b. Intercessão pelos outros (Tg 5.16; Rm 10.1).

c. Agradecimento a Deus (Fp 4.6).

5. A base da oração.

a. Relação com Deus (Rm 8.15).

b. De joelhos o crente é invencível.

6. Os motivos da oração.

a. Salvação (Rm 10.13).

b. Sabedoria (Tg 1.5).

c. A volta de Cristo (Mt 24.42). Santidade de coração e poder na oração são inseparáveis.

7. Os obstáculos para a oração.

a. O pecado (Is 59.2).


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b. O orgulho (Tg 4.3,6; Lc 18.9-14).

c. Ocupação (Ef 5.16). “Usando bem cada oportunidade, porquanto os dias são maus”. A
oração: A força maior contra satanás.

d. A oração pode (Tg 5.16).

 Abrir prisões (At 16.25).

 Fazer chover (Tg 5.17).

 Limpar corações (Sl 51.10).

 Fazer tremer (At 4.31).

XII - CONCLUSÃO

Orar não se aprende de um dia para o outro: “É um exercício espiritual que dura a vida toda”.
Portanto, “orai sem cessar” (1Tes. 5.17). Ore por outros crentes ao seu redor, para que Deus
mostre a você e aos seus amigos os passos específicos que vocês deverão dar para implantar o
que aprenderam mediante a leitura e estudo desta apostila.

16) OS ANJOS DE DEUS, SATANÁS E OS DEMÔNIOS

I - INTRODUÇÃO

Ao nosso redor há um mundo espiritual poderoso, populoso e de recursos superiores ao nosso


mundo visível. Bons e Maus espíritos passam em nosso meio, de um lugar para o outro, com
grande rapidez e movimentos imperceptíveis. A palavra anjo é ensinada, pelo menos, em 34
livros da Bíblia Sagrada, e ocorre cerca de 275 vezes nas Escrituras.

1. Etimologia e termos. O vocábulo “anjo” tal qual aparece nas versões correntes, vem de uma
raiz hebraica “mal´akh” (lê-se malaque). No grego, anjo vem da palavra angelos que significa
mensageiro (lê-se anguelós); em ambas as línguas, esta palavra pode ser usada para referir-se a
mensageiros celestiais ou a mensageiros humanos. Nem sempre, na Bíblia, eles foram chamados
explicitamente de anjos, mas em vários livros das escrituras, são chamados também de “varões”
(Gn 18.2), “vigilantes” (Dn 4.13), “filhos de Deus” (Jó 38.7), “santos” (Sl 89.7), “estrelas” (Jó
38.7), “espíritos” (Hb 1.14) etc.

2. Filhos por criação. Os anjos, criados por meio dele e para Ele (Cl 1.16).
Os anjos, também são filhos de Deus numa condição original, visto que Deus os criou, em
separado e distinto de todas as outras criaturas. A Bíblia declara que os anjos de Deus são
organizados em milícias espirituais, que povoam os céus em distintas ordens e graus. Trata-se
então de uma habitação numa dimensão celestial.

3. Três aspectos fundamentais para conhecer essa doutrina.

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a. Primeiro. Desde o princípio do cristianismo, os gnósticos prestavam adoração aos anjos (Cl
2.18); depois na Idade Média, com as crenças absurdas dos rituais de bruxarias envolvendo culto
aos anjos, e agora em nossos dias, os estudos cabalísticos personalizados no meio esotérico e
místico, ensinam novamente o culto aos anjos, por meio de bruxos sofisticados e modernos.

b. Segundo. A evidência de possessão demoníaca e adoração a demônios de forma veemente em


nossos dias. O apóstolo Paulo parece travar grande luta com a grande idolatria que considerava
adoração a demônios (1Co 10.19-21). Nos últimos dias, esta adoração aos demônios e a ídolos
deve aumentar bastante (Ap 9.20-21).

c. Terceiro. A prática acentuada do espiritismo que cresce assustadoramente nesses últimos


dias, conduzindo homens, mulheres e crianças a profundos caminhos de trevas e cegueira
espiritual (1Tm 4.1-2). E ainda a obra de satanás e dos espíritos maléficos, atrapalhando o
progresso da graça em nossos próprios corações e a obra de Deus no mundo (Ef 6.12).

II - A CRIAÇÃO DOS ANJOS

“No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1), no princípio, não da eternidade, mas do ato
criativo de Deus (Elohim), vejamos como está o referido texto no original:

“Bereshit bara Elohim eth haShamayim veeth haáreths”.

Segundo a Torá (Pentateuco); alguns teólogos interpretam que esse versículo que acabamos de
ver refere-se em primeiro lugar a criação do imaterial, ou seja, primeiro Deus cria o
“haShamayim” ou “céus”, isso não se referindo ao firmamento ou ao céu que está sobre as
nossas cabeças, mas ao mundo espiritual, ao local de sua habitação e a todo o exército angelical.
Observando esse texto juntamente com o texto de Jó, que diz: “Onde estavas tu, quando eu
fundava a terra”? Faze-me saber se tens inteligência... quando as estrelas (Lúcifer e Jesus, Is
14.12; Ap 22.16) da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus (anjos)
rejubilavam? (Jó 38.4,7). Que Deus se refere aqui à criação está completamente claro, mas agora
a criação não do imaterial, porém a do material. Portanto, quando na criação do material, ou seja,
da terra ou do mundo físico como diz o texto, os anjos já existiam no momento que Deus lançou
os fundamentos da terra, quando Ele a criou no princípio do mundo, neste momento então os
anjos rejubilavam, dessa forma, então entendemos que os anjos foram criados antes da fundação
do mundo. “Louvai-o todos os seus anjos; louvai-o todas as suas regiões celestes. Louvem o
nome do Senhor, pois mandou ele, e foram criados” (Sl 142.2,5). De (Cl 1.16,17), deduzimos
que todos os anjos foram criados simultaneamente. Igualmente, deduzimos que a criação dos
anjos foi completa naquela ocasião e que nenhum outro anjo foi acrescentado depois ao seu
número.

1. Sua aparência. Nas histórias que se têm colecionado, há anjos com asas e outros sem asas,
anjos que se parecem com anjos e outros que se parecem com seres humanos. Parece que os
anjos que aparecem como homens, e não como anjos, vão ter a aparência de quem estão
visitando. Em outras palavras, se o anjo que apareceu à mãe de Sansão não se parecesse com um
israelita, ela não teria chamado filho de Deus, como sendo ele um profeta israelita (Jz 13.6). Se
os anjos que aparecem sem que se saiba que são anjos (Hb 13.2), então aparecem aos chineses
como chineses, aos africanos como africanos, e a americanos como americanos. Isso significa
que há anjos aparecendo como negros e brancos.

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2. A natureza dos anjos. No antigo testamento o salmista os chama de espíritos ministradores


(Sl 104.4; Hb 1.4). Alguns escritores renomados, já discutiram bastante sobre a natureza dos
anjos. Este fato, entretanto, não impede sua transfiguração quando se fizer necessária (Gn
18.2,22).

3. O caráter dos anjos. As escrituras nos dão a entender que, antes da queda dos anjos, em um
passado remoto, eles eram santos apenas no seu caráter, mas não eram no seu ser (Ez 28.16).
Porém, aqueles anjos que se mantiveram fiéis a Deus durante a grande revolta de satanás,
guardando o seu estado original, Deus os confirmara em santidade tanto no seu caráter como em
seu ser. Eles possuem um senso de apreciação da santidade do Criador, e adoram de forma
espontânea, livre (2Co 3.17).

4. Uma grande confusão a respeito dos anjos. Um relato bíblico que se encontra em (Gn 6.2),
alguns chegaram a afirmar que os “filhos de Deus” que aqui está descrito tratam-se dos anjos,
porém devemos considerar que Deus não criou os anjos tendo corpos físicos e tendo genitálias e
sêmem com a capacidade da procriação. E a Bíblia afirma que naqueles dias haviam gigantes na
terra, ou seja, os gigantes não são fruto da relação sexual entre anjos caídos e as mulheres
descendentes de Caim (Gn 6.2,4). Assim como, a expressão “estrelas” não simbolizam apenas os
anjos, mas as estrelas do firmamento, a expressão “filhos de Deus” no Antigo Testamento,
poderia simbolizar a linhagem direta de Sete não se tratando dos anjos de Deus.

5. O número de anjos. A quantidade existente de anjos é única e incontável, porque desde que
foram criados não foram aumentados ou diminuídos. Eles não procriam e foram criados de uma
só vez pelo poder da palavra de Deus. A Bíblia utiliza as expressões variadas para designar:
“milhares de milhares”, “multidões dos exércitos celestiais”, “muitos milhares de anjos” (Ap
5.11; Dn 7.10; Dt 33.2; Hb 12.22; Lc 2.13).

6. Os anjos e a eternidade. Para se entender melhor devemos partir do princípio do que é ser
eterno: “Ser eterno é não possuir princípio, e nem fim”. Portanto, os anjos não são eternos,
porque um dia eles foram criados (Cl 1.16), porém possuem a Vida Eterna, conforme disse
Jesus: “... não podem mais morrer” (Lc 20.36).

7. A personalidade dos anjos. Os anjos possuem personalidade como nós seres humanos,
porém devemos destacar que a nossa personalidade por enquanto, está sujeita a corrupção do
pecado, mas a deles está em um estado de santidade perfeito como já falamos. Os anjos em sua
personalidade possuem:
a. Sabedoria: são detentores de grande sabedoria (2Sm 14.20);

b. Intelecto: possuem a capacidade de perscrutar, de investigar minuciosamente, ou seja, grande


poder de raciocínio (1Pe 1.12);

c. Emoção: foram tomados de grande emoção no momento do nascimento do Salvador (Lc


2.13-14);

d. Vontade: demonstraram vontade se desejavam continuar servindo ao Criador ou se serviriam


a Satanás (Judas v6).

III - A ORGANIZAÇÃO DOS ANJOS

A Bíblia nos ensina que os anjos estão organizados da seguinte forma:

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1. Serafins. O vocábulo Serafim deriva do hebraico “seraph” (significa ardente, refulgente ou


brilhante, nobres ou afogueados). Esta classe de anjos aparece uma só vez na Bíblia em Isaías
6.1-3. Neste texto, os serafins estão intimamente ligados à adoração e louvor ao Senhor. Nesse
serviço eles mantém, proclamam e promovem a Santidade de Deus. Na visão de Isaías os
serafins são representados com seis asas. esses seres estão ligados intimamente com o próprio
Deus, pois estão voando acima do trono do Todo-Poderoso louvando-o constantemente (Is 6.2,3)
eles são ministros de louvores que cantam o “trishagion” que é a tríplice adoração a Trindade
Santa (Santo, Santo, Santo), quando o profeta Elias desafiou os profetas de Baal no monte
Carmelo ele ofereceu a Deus uma tríplice oferta de gratidão a Deus juntamente com o holocausto
(1Rs 18.34). Os Serafins são seres bem diferentes, pois eles possuem três pares de asas (Is 6.2).
As asas de todos os serafins tinham funções especificas, com duas asas cobriam o rosto, numa
atitude de reverência diante do Senhor, com duas asas cobriam os pés, demonstrando a santidade
que se deve ter ao andar diante de Deus, e com as duas últimas eles voavam, demonstrando a
liberdade de adoração diante do Eterno. Essa visão de Isaías de anjos alados não significa que
todo o anjo obrigatoriamente, tem que ter asas, mas essas asas são para demonstrar para o profeta
a capacidade que esses anjos têm para se locomover e se movimentar, a fim de realizar a vontade
do Eterno.

a. Primeiro par de asas: com duas asas eles voavam constantemente acima do trono de Deus
entoando hinos e glorificando a majestade do Eterno (Is 6.2), essas asas foram as que
impulsionaram um dos Serafins a voar até o profeta Isaias, o qual purificou os seus lábios com
uma brasa viva que tirara do altar (Is 6.6,7).

b. Segundo par de asas: com duas asas eles cobriam os seus rostos em sinônimo de humilhação
a santidade de Deus. No livro do Apocalipse o Apóstolo João viu Deus assentado no seu trono
com um livro selado (Ap 5.1), e a grandeza daquele livro era tão grande que ninguém podia nem
sequer olhar para ele (Ap 5.3,4).

c. Terceiro par de asas: com duas asas cobriam os pés em sinal de reverencia a presença de
Deus guardando os seus pés. Quando Moisés teve o seu primeiro encontro com Deus no monte
Horebe, o Senhor mandou ele tirar as sandálias dos seus pés em reverencia ao lugar em que ele
estava (Ex 3.5), quando Jacó acordou-se do seu sono ele disse: Quão terrível é esse lugar é a
casa de Deus a porta dos céus (Gn 28.17) e o Salomão falou sobre o respeito a esse lugar (Ec
5.1), pois é na casa de Deus que Ele manifesta a sua glória (2Cr 7.1-3).

2. Querubins (hebraico “queruvim). Essa classe de anjos se destaca pela ligação que possuem
com o trono de Deus. A palavra querubim, no original hebraico é querub (bendizer, louvar,
adorar, exaltar, glorificar, enaltecer, reverenciar, engrandecer), tem o sentido de “guardar e
cobrir”. Eles aparecem (Ex 26.1; 1Rs 6.33-35; Ez 41.18; Ex 25.22), o local de onde Deus falava.
Esses seres angelicais são vistos com formas bem animalescas pelo profeta Ezequiel no seu livro
profético, nos capítulos 1 e 10 eles são vistos com a aparência de homem, com quatro rostos (Ez
1.5,6,10/10.5,6,14,19,20), e cada um desses rostos lhes dão uma característica particular: O rosto
de homem dá a eles características humanas como a inteligência, o rosto de leão dá a eles a
ferocidade, o rosto de boi dá a eles a submissão, e o rosto de águia dá a eles a visão aperfeiçoada.
Os teólogos creem que esses seres representam toda a criação de Deus, o homem representando a
humanidade, o leão representando os animais selvagens, o boi representando os animais
domésticos e a águia representando os seres angelicais. Cada um desses rostos são
representações de personalidades do próprio Cristo, pois, em cada um desses rostos Cristo se
manifesta.

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3. O Anjo do Senhor. No (Sl 34.7) diz: “O Anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o
temem, e os livra”. O Anjo do Senhor é a expressão usada, quase sempre no Antigo Testamento
para designar o próprio Cristo em várias de suas manifestações antes de sua encarnação,
podendo ocorrer uma teofania. Podemos ler 60 ocorrências no Antigo Testamento, onde sua
aparição e autoridade o classifica de forma especial (Gn 16.11; 16.13; 18.2; 18.13-33; 22.11-18;
24.7; 31.11-13; 32.24-30; Ex.3.2-6; Jz.2.1; 6.11-14; 13.21,22). Há vários argumentos que
afirmam ser uma teofania da segunda pessoa da Trindade (Cristofania). A linguagem, malak
Yaweh (YHVH), é um título singular e peculiar mostrando que esse personagem era mais do que
um anjo. Este anjo, identificado como Yaweh (Js 5.1).

4. Arcanjo. A palavra arcanjo representa a mais elevada posição na hierarquia angelical. O


prefixo arc vem do grego archai, sugere tratar-se de um chefe, um príncipe, um primeiro-
ministro. Entre os livros apócrifos, existe o livro de Enoque, que apresenta sete arcanjos, a
saber: Uriel, Rafael, Raquel, Saracael, Miguel, Gabriel e Remiel. Mas o único nome dessa lista
que aparece nos livros canônicos da Bíblia que usamos é o do Arcanjo Miguel “Miykã´El” -
quem é semelhante a Deus? (Judas v 9). Esse arcanjo se destaca como uma espécie de
administrador e protetor dos interesses divinos em relação a Israel (Dn 12.1; Judas v9). O
Arcanjo Miguel é denominado “príncipe dos filhos de Israel” porque é o guardião dessa nação
(Ap 12.7-12).

5. Anjos. Ao que parece, a palavra “anjo” determina um termo geral, relativo aos seres
celestiais. Entretanto, além deste termo geral, percebemos uma categoria chamada “anjos”, que
em sua forma difere de outras categorias, como a dos serafins e a querubins (feição de rosto,
asas, etc.). O único anjo mencionado pelo nome é Gabriel, onde na visão de Daniel ele aparece
voando rapidamente, mas não possui asas (Dn 9.21). Geralmente eles aparecem em forma
humana, podendo até mesmo ser confundidos com homens (Gn 19.4-5; Js 5.13).

6. Os vigias ou vigilantes (santos). Do aramaico ìrin com o hebraico ´ur (estar acordado).
Somente o profeta Daniel fala sobre eles (Dn 4.13,17,23), e, ao que parece esses seres são
agentes dos juízos de Deus, talvez sejam os mesmos anjos executores das pragas do livro do
Apocalipse (Ap 14.6-20). Esses anjos são uma classe de príncipes no Céu, pois cada um deles
têm um cinto de ouro no peito (Ap 15.6), no capítulo 7,2 um anjo ordena a quatro anjos
executores que detêm os quatro ventos, a não fazerem nada contra as pessoas na terra, até que
elas fossem seladas nas testas com o selo de Deus, esse ser exerce a mesma função dos vigias
vistos por Daniel. Na época que o rei Davi reinava em Israel ele fez o censo do povo, e isto foi
desagradável aos olhos do Senhor que mandou um anjo destruidor até a cidade o qual tirou a sua
espada da bainha e exterminou 70.000 homens com a espada e uma praga destruidora (1Cr
21.12,14,15).

7. Os quatro seres viventes (animais viventes). Os sábios judeus afirmam que quando os
hebreus peregrinavam no deserto do Sinai, as 12 tribos formavam quatro grupos de três tribos, e
cada um desses grupos guardavam um dos lados do Tabernáculo, e cada um dos quatro lados
tinha um líder e uma bandeira:

a. Ao Norte (a tribo de Dã) que era cabeça sobre Nafitali e Aser, e tinha como baluarte a
bandeira da Águia.

b. Ao Sul (a tribo de Rúbem) que era cabeça sobre Simeão e Gade, e tinha como baluarte a
bandeira do Homem.

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c. Ao Leste (a tribo de Efraim) que era cabeça sobre Manassés e Benjamim, e tinha como
baluarte a bandeira do Novilho.

d. Ao Sul (a tribo de Rúbem) que era cabeça sobre Zebulom e Issacar, e tinha como baluarte a
bandeira do Leão.

O Apóstolo João viu esses 4 seres (uma mistura de querubins e serafins) tendo as suas
personalidades separadas, porém na visão do profeta Ezequiel no capítulo 1 e no capítulo 10,
também viu 4 seres, sendo que nesses as personalidades estavam unidas em cada um deles. Os 4
seres que tanto João, quanto Ezequiel viram, são um tipo da Glória do Eterno manifestada em
Jesus, e também uma manifestação de Cristo nos 4 evangelhos, sendo Mateus o Leão (o
Messias), Marcos o Boi (o Servo sofredor), Lucas o homem (o filho do homem), e João a Águia
(o filho de Deus).

IV - CLASSIFICAÇÃO DOS ANJOS

Esta é a classificação angelical, segundo o texto de Colossenses 1.16:

1. Tronos: conforme está no original grego, “thronoi” tem um sentido especial porque se refere
a uma classe de anjos que está ligada diretamente à majestade e soberania de Deus. É possível
que os querubins estejam ligados a essa atividade real, pois em alguns textos identificam os
querubins com os seres sobre os quais Deus está assentado e reinando (1Sm 4.4; Ex 25.18-22;
2Rs 19.14).

2. Domínios: vem do termo grego “kuriothes ou kuriotethoi” tem o sentido de soberanias ou


dominações (Ef 1.21). A classe especial de anjos dominadores tem como função principal
executar as ordens de Deus sobre as coisas criadas.

3. Principados: a palavra principado no grego bíblico é “archai”, como já estudamos, refere-se


a uma classe de anjos que na corte angelical ocupa a posição de príncipe.

4. Potestades: a palavra potestade vem do grego “exousiai”. Não se trata de poderes angelicais
isolados, mas são chamados de potestades, porque foram investidos de uma autoridade especial.
Vários exemplos se destacam na Bíblia das ações poderosas dessa classe de anjos. Um destes
anjos fora enviado por Deus para destruir Jerusalém e só parou a destruição quando Deus
ordenou que guardasse a sua espada (1Cr 21.15-27). O salmista destaca anjos que são magníficos
em poder (103.20).

V - O MINISTÉRIO DOS ANJOS

Os anjos possuem diversas atividades muito importantes como: serem transmissores da vontade
de Deus (Dn 8.16-17; Zc 1.8-17), louvarem constantemente a Majestade Eterna (Is 6.3),
participarem do ministério da Igreja de Cristo (At 12.15; 1Co 11.10) e muito mais, além de
ajudar aqueles que hão de herdar a salvação (Hb 1.4), protegerem as crianças (Mt 18.10); eles
possuem ministérios específicos, vejamos:

VI - OS PERIGOS DOUTINÁRIOS SOBRE OS ANJOS

1. A desvalorização do sobrenatural. O apóstolo Paulo provoca uma grande confusão perante


o Sinédrio (reunião de autoridades do povo judeu), Paulo se declara favorável à ressurreição dos
mortos (At 23.6-8). Ele disse isso, porque no Sinédrio havia muitos saduceus. Mais do que uma
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linha religiosa, os Saduceus praticamente era um partido político entre os judeus, composto
principalmente por pessoas da elite intelectual, dos ricos e da linhagem dos sacerdotes. Não
criam na ressurreição dos mortos, nem em anjos, nem nos demônios, e criam que o homem
definia ao seu futuro através de suas boas ou más escolhas (Mt 22.23; Mc 12.18; Lc 20.27).

2. A supervalorização do sobrenatural. Enquanto os Saduceus não criam na ressurreição e


nem nos anjos, havia outra linha doutrinária que ia para outro extremo, que valorizava
exageradamente os anjos. No início da era cristã, apareceram pessoas que espalharam idéias
absurdas, como afirmaram que os anjos deveriam ser cultuados como se fossem deuses.

3. O culto dos anjos (Cl 2.18). Havia alguns indivíduos no seio da igreja de Colossos ensinando
com uma aparência falsa de humildade e ensinando a adoração aos anjos como sendo apropriado
aos crentes daquela igreja, reivindicando, para isso percepções místicas especiais, através de
visões (baseando-se em visões). Diversas religiões do mundo vieram a existir, segundo seus
fundadores por revelações entregues por feudo anjos. O islamismo, segundo sua história, o
profeta Maomé recebera uma revelação do Arcanjo Gabriel, vindo assim, surgir o Alcorão ou
Corão (Livro principal do Islã), surgindo assim o Islã. O mormonismo, segundo relato de Josef
Smith, quando estava em seu quarto em plena madrugada fora visitada por um anjo de nome
Morôni que indicou ao mesmo um local onde ele encontraria tábuas de ouro contendo o
evangelho celeste, surgindo a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

4. Os anjos não aceitam adoração. Na revelação do livro de apocalipse o apóstolo João por
duas vezes se prostra aos pés do anjo para adorá-lo, mas o mesmo não aceitou tal adoração, e diz
ser conservo de João, de seus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro (a
Bíblia). E ainda, afirma: “Adorar a Deus” (Ap 19.10; Ap 22.8,9).

5. Jesus é superior aos anjos. O autor de Hebreus afirma que Jesus é tão superior aos anjos,
que é expressão exata de Deus (Hb 1.3-4). “O Filho é resplendor da glória de Deus e a expressão
exata do seu ser, sustentando todas as coisas por sua palavra poderosa. Depois de ter realizado a
purificação dos pecados, ele se assentou à direita da Majestade nas alturas, tornando-se tão
superior aos anjos, quanto o nome que herdou é superior ao deles”. Paulo em (1Tm 2.5), diz que
entre Deus e os homens, há apenas um mediador ou intermediário: Cristo Jesus, homem.

6. Homem, um pouco menor que os anjos. A Bíblia, (Hb 2.5-7), nos diz que Deus fez o
homem “um pouco abaixo dos anjos” (em algumas traduções, aparece “um pouco menor que os
anjos”). Isto não quer dizer que o Senhor menosprezou os homens, colocando-os como seres de
2ª categoria. O homem é tão importante que foi feito “à imagem e semelhança de Deus”, o que
não aconteceu com nenhuma outra criatura, sendo chamado de coroa de toda a criação.

VII - SATANÁS E OS DEMÔNIOS

Em tempos remotos, houve uma rebelião entre os seres espirituais, nos lugares elevados (Jó 4.18;
Mt 25.41; 2Pe 2.4). O mais elevado dos anjos “Querubim ungido”, encabeçou essa rebelião. Por
certo há muitas ordens de seres angelicais, algumas dotadas de grande poder, e outras de poder
inferior aos homens, alguns elementares, talvez similares aos animais irracionais, e outras com
inteligência ainda inferior aos irracionais.

1. O Fato de sua Queda. Quando nos referimos ao relato da criação em Gn 1, lemos sete vezes
que o que Deus havia feito era bom. No último versículo desse capítulo, lemos “viu Deus tudo
quanto fizera, e eis que era muito bom”. Isso certamente inclui a perfeição dos anjos em
santidade quando originalmente criados. Não poucos teólogos acreditam que (Ez 28.15) se refere
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a Satanás. Assim sendo, então ele é definitivamente mostrado como tendo sido criado perfeito.
Todavia, diversas passagens mostram alguns dos anjos como maus (Sl 78.49; Mt 25.41; Ap 9.11;
12.7-9), isto se deve ao fato de terem deixado seu próprio principado e habitação apropriada (Jd
6) e pecado (2Pe 2.4). Não há dúvida que Lúcifer tenha sido o chefe da apostasia. Is 14.12 se
refere a ele como sendo a Estrela da Manhã e Filho da Alva, e lamenta a sua queda. Ez 28.15-17
semelhantemente descreve sua queda. Não pode haver dúvidas, portanto, de que houve realmente
uma queda para alguns dos anjos.
Apocalipse 12, 3; viu-se, também, outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com
sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas.
Aqui João viu outro “sinal” semeion (sinal, prodígio, ocorrência incomum, que transcende o
curso normal da natureza) no céu, e eis um dragão “drákon” (dragão, grande serpente, um
nome para Satanás). Esse dragão é o próprio “Diabo”, a antiga serpente “nahash” (serpente,
cobra, imagem de serpente, serpente veloz mitológica). A figura da serpente aparece em todos os
registros históricos da antiguidade, pois também era um termo técnico para os répteis em geral.
Por exemplo: O crocodilo era chamado em alguns povos de serpente. Na Bíblia encontramos o
termo serpente voadora (Is 14.29). Os registros fósseis estão cheios de répteis que voavam
(serpentes). No livro de Gênesis aparece a serpente que era o mais astuto de todos os animais
que Deus havia criado, e que só começou a rastejar sobre o seu próprio ventre após ser
amaldiçoada, e provavelmente era um réptil que tinha patas e asas (Ap 12,9), como os
pterodátilos. Essa serpente é chamada em hebraico de “Satãn” (do aramaico Satana); Satanás
(adversário, alguém que se opõe) que enganará todo o mundo inteiro na Grande Tribulação (Ap
12,9). Quando Satanás foi criado pelo Eterno, ele era o selo da perfeição (Ez 28,12), o qual
habitava no jardim plantado no Éden (jardim cercado, lugar de delicias, Ez 28,13). Ele era um
adorador por excelência, e era chamado de Estrela da Manhã (Jó 38,4), que em latim é Lúcifer
“resplandecente” (Is 14,12), mas um dia ele quis estabelecer o seu trono nas bandas do Norte da
congregação e desejou ser semelhante ao Altíssimo (Is 14,14) e maior que os anjos de Deus (Is
14,13). Ele era o Querubim ungido da guarda celestial (Ez 28,14) que andava na presença de
Deus, até que pecou no seu coração (Ez 28,15; Is 14.13,14). Esse pecado contaminou a mente de
vários anjos a tal ponto de os lançarem em oposição ao Eterno.

2. O Norte dos Céus. Em (Jó 26.7) está escrito que: “Ele estende o Norte sobre o vazio e faz
pairar a terra sobre o nada”. No ano de 2002 a Cosmologia e a Astrofísica, descobriram que no
Norte do Céu existe um vazio “tohu” (nada, espaço vazio) com um buraco de 1 milhão e 300 mil
anos luz que não tem absolutamente nada, nenhum vestígio de estrelas, somente matéria escura.
A ira de Deus geralmente vem do Norte, e foi nessa região que Satanás intentou estabelecer o
seu trono (autoridade), mas ele foi lançado de lá antes que pudesse realizar o seu intento.

3. Um terço dos anjos caíram. No capítulo (Ap 12, 4 a) diz que; “A sua cauda arrastava a
terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra”. Satanás corrompeu uma terça
parte das estrelas (anjos), fazendo-os rebelarem-se contra o seu Criador, perdendo então os seus
lugares nos céus. O Dragão arrastou com a sua cauda uma terça parte das estrelas do Céu, mas
por que o Dragão não arrastou as estrelas com a boca, ou com as garras, e sim com a cauda? O
profeta Isaías diz que o ancião, o homem de respeito, é a cabeça; o profeta que ensina a mentira é
a cauda (Is 9.15). A mentira é a essência da natureza de Satanás, pois ele jamais se firmou na
verdade e ele mesmo é mentiroso e também o pai da mentira (Jo 8,44). De alguma forma, Deus
permitiu Satanás disseminar a sua doutrina fermentada, e essa doutrina penetrou no coração dos
anjos, sendo que muitos deles seguiram a Satanás espontaneamente nessa rebelião a qual os
levou a guerrearem entre si. O Arcanjo Miguel reuniu os dois terços restantes e lutou contra o
outro um terço rebelde que apoiou a Satanás (Ap 12.4,7,8). Embora o capítulo 12 de Apocalipse
descreva uma guerra futura que acontecerá na Grande Tribulação, o texto nos mostra uma guerra
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colossal, nos dando um vislumbre do que aconteceu na rebelião de Satanás originalmente.


Grande parte dos príncipes angelicais que abandonaram as suas moradas foram aprisionados em
cadeias eternas de escuridão e estão aguardando o juízo do grande dia (Jd v 6), os demais
príncipes e anjos de classes inferiores foram lançados na esfera celestial (Ef 6,12). O Dragão
visto no céu, é na verdade uma figura mitológica utilizada aqui para mostrar a natureza
animalesca de Satanás. O povo canaanita acreditava que existia um monstro mitológico chamado
de Leviatã, o qual era um animal marinho de 7 cabeças (Is 27,1). É interessante notar que no
Dragão as coroas estão sobre as 7 cabeças, enquanto que na Besta que emerge do mar, as coroas
estão nos 10 chifres. O fato das cabeças do Dragão serem 7, é na verdade uma tentativa
descarada de Satanás imitar a Perfeição do Eterno, enquanto que as coroas são os reinos desse
mundo, pois ele acredita que os reinos deste mundo são seus, pois ele os ofereceu ao próprio
Senhor Jesus na tentação no deserto (Lc 4,5-7).

4. O trono de Satanás. O Dragão (Satanás) dará a Besta (o Anticristo) o seu poder (poder,
força, habilidade, poder para realizar milagres, poder e riquezas que crescem pelos números,
poder que consiste ou baseia-se em exércitos, forças, multidões) o seu trono (governo, domínio),
e grande autoridade, pois ele e seus agentes demoníacos assim como os anjos de Deus também
estão organizados em classes hierárquicas. No capítulo 28 do livro do profeta Ezequiel,
encontramos uma profecia em linguagem poética direcionada ao rei Itobal II, e quando lemos a
poesia, percebemos que ela realmente não pode ser aplicada na sua totalidade ao rei, e sim a um
outro personagem que está por trás, nos bastidores. Nós chamamos em Teologia esse tipo de
linguagem, de Casuística (exame de casos particulares e cotidianos em que se apresentam
dilemas morais, nascidos da contraposição entre regras e leis universais prescritas por
doutrinas filosóficas ou religiosas e as inúmeras circunstâncias concretas que cercam a
aplicação prática destes princípios). O profeta diz que o coração do rei de Tiro estava elevado e
exaltado com o orgulho e a soberba, a tal ponto de afirmar que estava assentado na cadeira do
Eterno. Na verdade, esse desejo procede do próprio Satanás que vive desejoso de se assentar na
cadeira do Eterno no coração dos mares, ou seja, governar os povos (Ez 28.2; Ap 17.15). Como
Satanás perdeu o seu lugar no céu, ele resolveu deturpar a criação, e ficou esperando o momento
certo, e este momento foi quando Deus deu forma ao mundo caótico, e criou o homem do pó da
terra colocando-o no jardim que Ele havia plantado no Oriente do Éden (Gn 2.15). Satanás
queria o seu trono no Norte do Céu, mas como ele não conseguiu, então o colocou na Ásia
Menor na região do Éden, em especial no atual país da Turquia. Todas as 7 Igrejas a quem fora
escrito primordialmente o livro do Apocalipse, estão localizadas na Turquia asiática (Ásia
Menor). É na região de Pérgamo (Ap 12.13) na Turquia que está literalmente o trono de Satanás,
e o interessante é que a Turquia asiática fica na famosa janela 10/40 (Nome dado aos 62 países
que formam um retângulo imaginário de 10ºC de Latitude e 40ºC de Longitude acima da linha
do Equador). A região engloba o Norte da África, o Oriente Médio e a maioria dos países da
Ásia, países dominados pelo islamismo, hinduísmo e budismo. Esse termo foi criado pelo
missionário Cristão e estrategista de Parceiros Internacionais CEO, Luis Bush em 1990, para
referir-se às regiões do hemisfério oriental, além de europeus e africanos, e parte do hemisfério
ocidental. É esse trono (domínio, governo, influência) que ele vai oferecer e dar a Besta
(Anticristo) que subiu do mar a qual vai conseguir o apoio global das pessoas e vai governar o
mundo tendo que pagar apenas um preço! Vender a sua alma para Satanás. O mundo inteiro vai
adorar o Dragão (Satanás) que deu o seu poder a Besta cuja a ferida mortal fora curada (Ap
13.3,4).

5. O Resultado de sua Queda. As Escrituras registram diversos resultados decorrentes sua


queda, entre eles alistamos que:
a. Todos eles perderam sua santidade original e se tornaram corruptos em natureza e conduta
(Mt 10.1; Ef 6.11,12; Ap 12.9);

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b. Alguns deles foram lançados no inferno (tártaro) e estão acorrentados até o dia do julgamento
(2Pe 2.4);

c. Outros permaneceram em liberdade e trabalham em definida oposição à obra dos anjos bons
(Ap 12.7-9; Dn 10.12,13,20,21; Jd 9);

d. Pode também ter havido um efeito sobre a criação original em Gn 1;

e. Eles serão, em um dia futuro, atirados para a terra (Ap 12.8,9) e, após seu julgamento (1Co
6.3), no lago de fogo (Mt 25.41; 2Pe 2.4; Jd v 6).

17) EBD NO CAMPO MISSIONARIO

I - INTRODUÇÃO

A falta de um bom ensino na Escola Bíblica Dominical é que existe muitos crentes raquíticos,
sem o devido crescimento espiritual, ao invés de trabalhar para o crescimento da Igreja, mas ao
contrário, esperam só pelos líderes. A Palavra de Deus é uma espada de dois gumes. Espada é
uma arma, sabendo usá-la se vence o inimigo, mas não o sabendo se comete suicídio. É por isso
que os professores da Escola Bíblica Dominical devem estar devidamente preparados.

II - CONCEITO DE ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL

A Escola Bíblica Dominical é a escola de ensino bíblico da Igreja, que evangeliza enquanto
ensina, conjugando assim dois lados da comissão de Jesus à Igreja, conforme (Mt 28.20 e Mc
16.15). Ela não é uma parte da Igreja; ela é a própria Igreja ministrando ensino bíblico metódico.
A Escola Bíblica Dominical é um ministério pessoal para alcançar crianças, jovens, adultos, a
família, a comunidade inteira, tal como fazia a Igreja dos dias apostólicos. Ela é a única escola
de educação religiosa popular que a Igreja dispõe. A Escola Bíblica Dominical devidamente
funcionando, é o povo do Senhor, no dia do Senhor, estudando a Palavra do Senhor, na casa do
Senhor. A Escola Bíblica Dominical existe para ministrar a pequenos e grandes, ensino religioso
segundo a Palavra de Deus, e isto de maneira pedagógica e metódica, como é de se esperar de
uma organização que leva o nome de escola. Sendo o ensino na Escola Bíblica Dominical um
ministério pessoal, o verdadeiro Professor de classe está sempre mais chegado a seus alunos na
Igreja, do que qualquer outro obreiro da mesma, inclusive o Pastor. Logo, uma Escola Bíblica
Dominical devidamente organizada, cuja direção e professores são espirituais e idôneos,
treinados para o ensino bíblico e equipados com literaturas e meios apropriados, é um poderoso e
eficiente ministério pessoal para alcançar a todos na Igreja, na família, na comunidade. O ensino
das doutrinas e verdades eternas da Bíblia, na Escola Bíblica Dominical, deve ser pedagógico e
metódico como numa escola, sem, contudo, deixar de ser espiritual. A Escola Bíblica Dominical
também coopera eficazmente com o lar na formação dos hábitos legítimos e cristãos, práticas e
deveres sociais bíblicos, resultando na formação do caráter ideal, segundo os princípios do
genuíno Cristianismo. A escola secular instrui e contribui para a formação de bons hábitos, mas
não promove educação do caráter genuinamente cristão. Ela visa com prioridade o intelecto do
aluno. Já a Escola Bíblica Dominical sendo genuinamente bíblica, educa e instrui, mediante o
ensino da Palavra, visando prioritariamente o coração do aluno. A ordem divina vista em
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Hebreus 10.16 não deve ser alterada: “coração e mente, e não ao contrário”. A Escola Bíblica
Dominical evangeliza enquanto ensina. Para tanto, toda lição nunca deve ser concluída sem a
aplicação pessoal, específica, evangélica. Quem evangeliza fala ao coração, e quem ensina fala
ao raciocínio, à inteligência, dependendo, é evidente, do Espírito Santo. Ora, a Bíblia é a
revelação progressiva de Deus; seu constante estudo sob a direção do Espírito Santo, conduz-nos
a uma crescente revelação dele e a visões mais gloriosas de sua divina pessoa. É evidente que tal
estudo seja gradual, dosado, em classes, de acordo com as diversas idades, respeitando-se assim
as grandes divisões da vida humana, para um real aproveitamento. Assim fazem também a
escolas seculares para com seu corpo discente.

III - A HISTÓRIA DA ESCOLA DOMINICAL

A Escola Dominical tal como a temos hoje é uma instituição moderna, mas tem suas raízes
aprofundadas na antiguidade do Velho Testamento, nas prescrições dadas por Deus aos
patriarcas e ao povo de Israel. A Escola, como a temos hoje não havia então, mas havia o
princípio fundamental – o do ensino bíblico determinado por Deus aos fiéis e aos estranhos ao
seu redor. Sempre pesou sobre o povo de Deus a responsabilidade de ensinar a lei divina. A
Escola Dominical é a fase presente da instrução bíblica milenar que sempre caracterizou o povo
de Deus. Estudemos em resumo, como se desenvolveu a instrução religiosa nos tempos bíblicos
e nos tempos modernos, isto é, os primórdios que depois resultaram na origem e
desenvolvimento da Escola Bíblica Dominical em sua forma atual.

1. Nos dias de Moisés. Examinando o Pentateuco, vemos que no princípio, entre o povo de
Deus, eram os próprios pais responsáveis pelo ensino da revelação divina no lar. O lar, então era
de fato uma escola onde os filhos aprendiam a temer e a amar a Deus (Dt 6.7; 11.18,19). Havia
também reuniões públicas de que participavam homens, mulheres e crianças, aprendendo a lei
divina (Dt 31.12,13).

2. Na época dos sacerdotes, reis e profetas de Israel. Os sacerdotes, além do culto divino,
tinham o encargo do ensino da lei (Dt 24.8; 1Sm 12.23; 2Cr 15.3; Jr 18.18). Os sacerdotes eram
intermediários entre o povo e Deus, assim como os profetas eram intermediários entre Deus e o
povo. Os reis de Judá, quando piedosos, aliavam-se aos sacerdotes na promoção do ensino
bíblico. Temos disto um exemplo no bom rei Josafá que enviou líderes levitas e sacerdotes por
toda a terra de Judá para ensinarem ao povo a lei do Senhor (2Cr 17.7-9).

3. Durante o cativeiro Babilônico. Nessa época, os judeus no exílio, privados de seu grandioso
templo em Jerusalém, instituíram as “sinagogas” tão mencionadas no Novo Testamento. A
sinagoga era usada como Escola Bíblica, casa de cultos e escola pública. O filósofo judeu, Filo
de Alexandria, falecido em 50 d.C., com seu testemunho insuspeito, afirma que “as sinagogas
eram casas de ensino, tanto para crianças como para adultos”. Na sinagoga a criança recebia
instrução religiosa dos 5 aos 10 anos de idade; dos 10 aos 15 anos continuava a instrução
religiosa, agora com o auxílio dos comentários e tradições dos rabinos. Aos sábados, a principal
reunião era matutina, incluindo jovens e adultos.

4. No Pós Cativeiro. Nos dias de Esdras e Neemias, lemos que quando o povo voltou do
cativeiro um grande avivamento espiritual teve lugar entre os israelitas. Esse despertamento teve
origem numa intensa divulgação da Palavra de Deus e inclui um vigoroso ministério de ensino
bíblico. É dessa época que temos o relato do primeiro movimento de ensino bíblico metódico
popular similar ao da nossa Escola Bíblica Dominical de hoje. O capítulo 8 de Neemias dá um
relato como era a Escola Bíblica popular de então – ou como chamamos hoje: “Escola Bíblica
Dominical”. Esdras era o superintendente (Ne 8.2); o livro texto era a Bíblia (v. 3); os alunos
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eram homens, mulheres e crianças (v. 3; 12.43). Treze (13) auxiliares ajudavam Esdras na
direção dos trabalhos (v.4), e outros 13 serviam como professores ministrando o ensino (vv. 7,8).
O horário ia da manhã ao meio dia (v. 3). Afirma o versículo 8 que os professores liam a Palavra
de Deus e explicavam o sentido para que o povo entendesse. É certo que aí há um grande
problema linguístico envolvido: “o povo falando aramaico ao retornar do exílio”. Mas o que
sobressai mesmo é o ensino da Palavra, patente em todo o capítulo. Por certo, o leitor gostaria de
ter pertencido a uma escola assim, espiritualmente avivada.

5. Nos dias de Jesus. Glorificando assim a missão de ensinar. Das 90 vezes que alguém se
dirigiu a Cristo nos Evangelhos, 60 vezes Ele é chamado de “Mestre”. Grande parte do
ministério do nosso Senhor foi ocupado com o ensino (Mt 4.23; 9.35; Lc 20.1). Sua última
comissão à Igreja foi “Ide e ensinai” (Mt 28.19,20). Sua ordem é clara. A quem e onde Jesus
ensinava?

a. Nas sinagogas (Mc 6.2);

b. Em casas particulares (Mc 2.1; Lc 5.1);

c. No templo (Mc 12.35);

d. Nas aldeias (Mc 6.6);

e. Às multidões (Mc 6.34);

f. A pequenos grupos e individualmente (Lc 24.27; Jo caps. 3 e 4).

2. Seus apóstolos também ensinavam (Mc 6.30b; At 5.21). É evidente que se a Igreja de hoje
cuidasse devidamente do ensino bíblico junto às igrejas e novos convertidos, teríamos uma Igreja
muito maior.

3. Após a ascensão do Senhor. Os apóstolos e discípulos continuaram a ensinar. A Igreja dos


dias primitivos dava muita importância a esse ministério (At 5. 41,42). O apóstolo Paulo, um
grande mestre, foi maravilhosamente usado por Deus nesse ministério. Ali, tanto há alimento
para adultos quanto para crianças espirituais. Ele e Barnabé, por exemplo, passaram um ano todo
ensinando na igreja em Antioquia (At 1.26). Em Éfeso, ficou 3 anos ensinando (At 20.20,31).
Em Corinto, ficou um ano e 6 meses (At 18.11). Seus últimos dias em Roma foram ocupados
com o ensino da Palavra (At 28.31).

4. A partir do terceiro século. Vemos que a marcha do ensino bíblico na Igreja sofreu uma
solução de continuidade, devido a males que penetraram no seio da mesma. Houve calmaria. A
Igreja ficou estacionária. Ganhou fama, mas perdeu poder. Abandonou o método do prescrito por
Jesus: “o de pregar e ensinar”. Sobrevieram a seguir as densas trevas espirituais da Idade Média.

5. Muitos séculos depois veio a Reforma Religiosa. Com elas a imperiosa necessidade do
ensino bíblico para instruir os crentes, consolidar o movimento e garantir sua prossecução. Os
líderes da Reforma dedicaram especial atenção ao preparo de livros de instrução religiosa, bem
como reuniões destinadas a esse mister. Eles sabiam que o trabalho não consistia somente em
pregar, mas também em instruir espiritualmente.

6. A fase atual (a Escola Dominical Moderna). O movimento religioso que nos deu a Escola
Bíblica Dominical como temos hoje, começou em 1780, na cidade de Gloucester, no sul da

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Inglaterra. O fundador foi o jornalista evangélico (episcopal) “Robert Raikes”, de 44 anos,


redator do Gloucester Jornal. Raikes foi inspirado a fundar a Escola Bíblica Dominical ao sentir
compaixão pelas crianças de sua cidade, perambulando pelas ruas, entregues à delinqüência,
pilhagem, ociosidade ao vício, sem qualquer orientação espiritual. Ele que já há 15 anos
trabalhava entre os detentos das prisões da cidade, pensou no futuro daquelas crianças e decidiu
fazer algo em seu favor, afim de que mais tarde também não fossem parar na cadeia. Procurava
as crianças em plena rua e em casa dos pais e as conduzia ao local da reunião, fazendo-lhes apelo
para que todos os domingos estivessem ali reunidas. O início do trabalho não foi fácil. Outro
grande promotor da Escola Bíblica Dominical, então incipiente foi o batista londrino Wiliam
Fox, trabalhando harmoniosamente com Raikes. De acordo com as diretrizes de Raikes, nas
reuniões dominicais, além do ensino das Escrituras, era também ministrado às crianças
rudimentos de linguagem, aritmética e instrução moral e cívica. O ensino das Escrituras consistia
quase sempre em leitura e recitação. Em seguida, teve início a prática de comentar os versículos
lidos. Muito depois é que surgiu a revista da Escola Bíblica Dominical, com lições seguidas e
apropriadas. Raikes enfrentou oposição. As igrejas da época encararam o surgimento da Escola
Bíblica Dominical como uma inovação e coisa desnecessária. Os mais zelosos (?) acusavam
Raikes de “profanador do Domingo” (Anders). Dizia os seus oponentes que reuniões de crianças
malcomportadas, no templo, era uma profanação. Raikes não tomava conhecimento disto e a
obra tomava vulto. O jornal do qual ele era redator foi uma coluna forte na defesa e apoio da
nova instituição, publicando extensa série de artigos sobre o título “Escola Bíblica Dominical”,
reproduzido nos jornais londrinos. Foi assim o começo da Escola Bíblica Dominical – o começo
de um dos mais poderosos movimentos da história da Igreja...

7. Alguns fatos históricos. Ao fundar a primeira Escola Bíblica Dominical, em 20 de Julho de


1780, Raikes estabeleceu o seguinte: “desenvolver inicialmente uma fase experimental de três
anos de trabalho”. Após isso, conforme os frutos produzidos, ele divulgaria ao mundo tudo sobre
o trabalho em andamento. Nessa fase experimental (1780 – 1783), Raikes fundou 7 Escolas
Bíblicas dominicais somente em Gloucester, tendo uns 30 alunos em média. Foi no dia 3 de
Novembro de 1783 em que Raikes triunfalmente publicou em seu jornal a transformação
ocorrida na vida de duas crianças. Até hoje, 3-11-1783 é considerado como dia natalício da
Escola Bíblica Dominical. Os benditos e abundantes resultados causaram tal impacto no modo
de vida da sociedade, que um ano após (1784), Raikes era o homem mais popular da Inglaterra.
No ano seguinte ele organizou a primeira união de Escola Bíblica Dominical, em Gloucester.
Agora as igrejas passaram a dar apoio ao trabalho de Raikes. A Escola Bíblica Dominical passou
das casas particulares para os templos, os quais passaram a encher-se de crianças. Por sua vez, o
atual sistema de escola públicas inspirou-se no movimento da Escola Bíblica Dominical. Após o
início do século XIX, muitos outros países adotaram a Escola Bíblica Dominical, sempre com
excelentes resultados. A própria Inglaterra reconhece que foi preservada de movimentos
políticos e extremistas radicais, como o da Revolução Francesa de 1789, graças ao
despertamento espiritual através de Weslley e Whitefield, e a educação religiosa provida pela
Escola Bíblica Dominical. Durante muito tempo, só crianças frequentavam a Escola Bíblica
Dominical. Os adultos ingressaram depois. Hoje, em inúmeros lugares ocorre o inverso: “quase
só adultos são beneficiados ficando as crianças em último plano”. Em 1784, isto é, quatro anos
após o início do movimento, a Escola Bíblica Dominical já contava com 250 mil alunos
matriculados.

IV - OS OBJETIVOS DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL

A Escola Bíblica Dominical tem objetivos definidos para atingir. Não se trata apenas de uma
reunião domingueira comum, ou um culto a mais. Esses objetivos são três, a saber:

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1. Ganhar almas para Jesus. A Escola Bíblica Dominical como iremos mostrar depois, pode
tornar-se num dos mais eficientes meios de evangelização. O primeiro grande dever do professor
da Escola Bíblica Dominical, é agir e orar diante de Deus no sentido de que todos os seus alunos
aceitem a Jesus como Salvador e O sigam como seu Senhor e Mestre. Há professores que
ensinam a verdade bíblica durante anos sem nunca verem um aluno convertido, talvez porque
nunca os levaram a aceitar a Cristo na própria sala de aula. O meio certo de levar almas a Cristo
é usar a Palavra e confiar na operação do Espírito Santo (Jo 3.5; 16.8; I Pe 1.23). O professor não
pode salvar seus alunos, mas pode levá-los a Cristo, o Salvador, como fez André (Jo 1.42). A
Bíblia não diz: “Ensina a criança no caminho em que ela vai andar, ou que andar”, mas no
caminho em que ela deve andar (Pv 22.6 – ARA). O Salmo 51.13, mostra que o ensino da
Palavra conduz à conversão dos pecadores. Aplicação. Temos lido de Escola Bíblica Dominical
cujos relatórios nacionais registram 80 mil conversões em 1 ano, evangelizando enquanto ensina
nas classes, bem como noutras atividades programadas pela Escola Bíblica Dominical.

2. Desenvolver a espiritualidade dos alunos e o caráter Cristão. O ensino da Palavra é uma


obra espiritual, significa cultura da alma. Ganhar o aluno para Cristo é apenas o início da obra:
“é mister cuidar em seguida da formação dos hábitos cristãos, os quais resultarão num caráter
ideal modelado pela Palavra de Deus”. São os hábitos que formam o caráter: “e este influi no
destino da pessoa”. Afirma a Psicologia: “o pensamento conduz ao ato, o ato conduz ao hábito, o
hábito conduz ao caráter, o caráter conduz o destino da pessoa”. Isso humanamente falando. Em
toda parte, vê-se um crescente interesse no campo da instrução secular, notadamente no que
tange à influência. Com devido respeito a essa instrução que temos por indispensável para o
progresso e sobrevivência de um povo, queremos afirmar que a escola prover apenas instrução,
mas não prover educação. Esta tem de vir do lar e da Igreja, se esta for bíblica e fundamental.
Deixe a criança sem instrução e veja o resultado... O mesmo acontece espiritualmente ao novo
convertido, seja criança, jovem, adulto ou velho. O futuro do novo convertido (infante ou adulto)
depende do que for lhe ensinado agora. Nesse sentido, o alvo do professor deve ser o de ajudar
cada aluno convertido a viver uma vida verdadeiramente cristã, em inteira consagração a Deus,
sendo cheio do Espírito Santo. Um dos intuitos, da Escola Bíblica Dominical, é fazer de seus
alunos, homens e mulheres verdadeiros cristãos, cujas vidas se assemelhem em palavras e obras
ao ideal apresentado em Jesus Cristo, conforme lemos em Romanos 8.20, portanto que a tarefa
do professor da Escola Bíblica Dominical é da máxima importância e do maior alcance,
precisando não somente do conhecimento da matéria (a Bíblia) e da arte de ensinar (Pedagogia),
mas também de influenciar e orientar o pensamento do aluno, resultando em continua moldagem
do caráter cristão ideal no sentido moral e espiritual.

3. Treinar o Cristão para o serviço do Mestre. Ao prover treinamento espiritual, a Escola


Bíblica Dominical apresenta ao aluno oportunidades ilimitadas de servir ao divino Mestre.
Inúmeros obreiros de nossas igrejas saíram da Escola Bíblica Dominical. Talvez o leitor seja um
deles. Grandes frutos têm produzido esta Escola. O famoso e sempre lembrado evangelista DL.
Moody foi um deles. Esse serviço tanto pode ser na Igreja local como em qualquer parte do país
ou do mundo, aonde o Senhor enviar. O privilégio de contribuir para a causa de Cristo e o dever
de empreender alguma espécie de atividade cristã, são coisas que devem ser traduzidas à
consciência dos alunos da Escola, com oração.

V - A ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DA ESCOLA BÍBLICA


DOMINICAL

1. A organização Geral. Tem forma tríplice. Ela é pessoal, material e funcional.

2. A Organização Pessoal. Oficiais da Escola Bíblica Dominical. É a diretoria da Escola.


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a. Professores da Escola Bíblica Dominical. É o corpo docente da Escola. Têm sobre si a


maior responsabilidade, pois lidam diretamente com o aluno e com o ensino.

b. Alunos da Escola Bíblica Dominical. É o corpo discente da Escola. É a “matéria prima” da


mesma. A escola existe para atender as necessidades dos alunos.

3. A Organização Material.

a. O prédio. Instalações apropriadas, com salas de aula independentes.

b. O mobiliário. Apropria-se de acordo com a idade dos alunos.

c. O material didático (literatura). São as diferentes revistas de aluno e professor, bem como o
respectivo material de apoio, obedecendo a um currículo bíblico, e de acordo também com a
idade dos alunos. Os métodos de ensino devem adaptar-se às necessidades de cada faixa etária.

4. Organização Funcional. Trata do funcionamento da Escola Bíblica Dominical, visando


alcançar seus objetivos. Grande responsabilidade têm aqui o pastor da Igreja e a Diretoria da
Escola. A organização funcional cuida da:

a. Espiritualidade.

b. O ensino da Palavra.

c. Planejamento.

d. Diretoria da Escola Bíblica Dominical. Formada pelo Superintendente, Secretário,


Tesoureiro, Bibliotecário.

5. O Corpo Discente da Escola Bíblica Dominical. São os alunos da Escola Bíblica Dominical
São organizados em classes, departamentos, conforme suas idades, dentro das possibilidades e
situações.

a. O agrupamento de alunos por idade. O propósito disto é a eficácia do ensino. Numa casa de
família, a alimentação varia entre as crianças e os adultos. Na Escola Bíblica Dominical não
pode ser diferente!

b. A Organização da classe.

ALUNOS DEPARTAMENTOS IDADES

Até 25 Dois
Dep. Infantil Até 11 anos
Dep. de Jovens e Adolescentes 12 anos para cima
Até 100 Três
Dep. Infantil Até 11 anos
Dep. de Intermediários 12 a 14 anos
Dep. de Jovens e Adolescentes 15 anos para cima

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Até 200 Quatro


Dep. Infantil Até 11 anos
Dep. de Intermediários 12 a 14 anos
Dep. de Jovens e Adolescentes 15 a 24 anos
Dep. de Adultos 25 anos para cima
Acima de 200 Todos os Departamentos

VI - PROFESSOR (A) DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL

Em se tratando do assunto ensino, temos como pontos básicos, o professor e o aluno.

1. O Professor. É uma pessoa escolhida por Deus para exercer um Ministério; o Ministério do
Ensino da Palavra de Deus (A BÍBLIA). O professor exerce influência marcante sobre os seus
alunos, tais como: vestir, trajar, falar, hábitos e costumes, comportamento. Jesus é o principal
exemplo prático de um grande professor (Jo 13.13).

VII - PLANEJAMENTO

Para muitos de nossos professores até parece estarmos falando algo fora de nosso alcance, o que
não é verdade. Não é preciso que o crente tenha nascido para ensinar ou tenha que cursar uma
Universidade (seria ótimo se todos fizessem faculdade), para se tornar um bom professor da
E.B.D., basta querer! (A força do querer. Lc 18.41-43). Deve apreciar as técnicas necessárias e
desenvolver uma atitude mental adequada, que se transformará num autêntico artista. (Porque
ensinar é uma arte). Uma boa escola de estudo bíblico não acontece sem planejamento; o
professor planeja e prepara atividades didáticas.

18) ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA (LIDERANÇA)

I - INTRODUÇÃO

Os que pretendem dedicar suas vidas ao Campo missionário devem ter uma visão parcial da
abertura, organização, controle financeiro e patrimonial de uma entidade religiosa. Diante disso,
não se pode desconsiderar o fato de que as igrejas fazem parte de uma sociedade, são
organizações formadas por pessoas (recurso humano), e recursos não humanos (físicos,
materiais, financeiros etc.), portanto, uma instituição religiosa, uma organização sem fins
lucrativos que deve se preocupar com as questões formais, burocráticas e administrativas, tanto,
ou mais que as organizações seculares porque representam o Reino de Deus na terra. A Igreja

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está inserida na sociedade, e, a ela, são atribuídas responsabilidades jurídicas e de gestão. Todas
as entidades religiosas estão sujeitas às leis vigentes no país para exercer suas atividades, assim,
estão obrigadas a se tornarem pessoa jurídica, com a finalidade de serem reconhecidas pela lei e
ter a existência legal.

II – ADMINISTRAÇÃO

1. Etimologia. “Administração” deriva do latim ad e minister. Ad (direção, tendência para) e


minister (subordinação ou obediência), que significa direção para tendência e obediência
respectivamente, ou seja, designa o desempenho de tarefas de direção dos assuntos de um grupo.
A administração foi considerada uma ciência recentemente, quando começou a ser ensinada na
Universidade de Harvard (EUA - 1950), mas sua história percorre milênios.

2. Administração Eclesiástica. É a ação de administrar de forma eficiente, obedecendo normas,


padrões e/ou princípios estabelecidos, com direitos e deveres antes determinados ao que pertence
ou relaciona-se à Igreja, organizações ou entidades religiosas. Isso pode ser comprovado nas
palavras dos estudiosos Stoner e Feeman, os quais ensinam que Administração é o "processo de
planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos membros da organização, e de usar todos
os recursos disponíveis da organização para alcançar os objetivos definidos”. Referências
históricas acerca das magníficas construções erigidas durante a antiguidade no Egito, na
Mesopotâmia, e na Assíria testemunharam a existência em épocas remotas de dirigentes capazes
de planejar e guiar os esforços de milhares de trabalhadores em monumentais obras que
perduram até nossos dias, como as pirâmides do Egito. Os papiros egípcios atribuídos à época de
1300 a.c. já indicam a importância da organização e da administração da burocracia pública no
Antigo Egito. (CHIAVENATO, 2003, p.26).

3. Administração na Bíblia. Administrador (diacheiristí). O distribuidor da casa, ou seja, um


gerente, ou supervisor, um empregado com a capacidade de administrar e distribuir (Lc 12.42/Lc
16.1). Por extensão, um agente fiscal (tesoureiro). De oikos, "habitação, família, residência e a
base de 'nomos "lei, regulação, princípio. Raízes: oikos, "habitação, família, residência, 'nomos,
"lei, regulação, princípio, governador, administrador, despenseiro.

4. Exemplo:
Gerente Igreja

Ensino

Líder
Gestor Departamento
s

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III - MODELOS DE GESTÃO

Gestão de recursos Gestão de processos Gestão de pessoas


De consumos Objetivando Integrando
Tecnológicos Otimizando Supervisionando
Eclesiásticos Coletivizando Assessorando
Financeiros Motivando

Gestão de Educação Gestão de inclusão Gestão da Igreja


Planejamento Deficientes físicos Estatuto
Avaliação Deficientes visuais Regimento Interno
Relação Deficientes auditivos Assembleias
Afetividade Com transtornos Costumes

IV - REQUISITOS PARA UM ADMINISTRADOR ECLESIÁSTICO

1. Cheio do Espírito Santo (At 6.3).

2. Fiel. (Lc 16.1, 2; Nm 12.7, 8; 1Tm 4.12; Mt 24.45-47).

3. Zeloso. Por si 1Tm 4.13-16; pela família (1Tm 3.4-5; no falar 2Sm 23.2); Como Pastor – (Jo
10.11; Ez 34.1-10; Jr 23.1,2; Zc 11.17; 1Pe 4.11).

4. Sincero. Isto é, falar só a verdade e só o necessário (2Tm 2.15; 1Pe 4.11).

5. Benigno. (Jo 13.35; Rm 12.9,10; 1Co 3.1 a 4; 16.14).

6. Vigilante. (Mt 24.42-44; 1Co 16.13; Ne 4 13-15; 1Tm 2.3; Ap 2.3).

7. Objetivo. (1Co 9.26; Fp 3.14). O que fazer, porque fazer, para que fazer e como fazer. Dê
ordem possíveis de serem cumpridas.

8. Paciente. (Tg. 5. 8 e 9).

9. Obediente. (Rm 13.1; Ef 6.5a9). Tudo seja feito de conformidade com a vontade de Deus.
Ex.: José Gn 39.2-5; Moisés; Josué. Observação: O que faz o servo eficiente, não é sua
capacidade e sim sua obediência

10. Perseverante. (Ne 4; Tg 1.25).

11. Mordomo/Administrador. (Ex. de José Gn 39.2-5).

12. Vocacionado. (1Co 7.20; Ef 4.1; 2Tm 1.9; 2Pe 1.10). Toda e qualquer pessoa para exercer
determinada função com perfeição é necessário que tenha vocação, amor e dedicação pela Obra
de Deus, além desses requisitos é necessário que receba, também, um chamado divino, ao que
conceituamos de convite ou autorização de Deus para exercer as funções vocacionais.

V - COMO ADMINISTRAR

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Um administrador precisa conhecer todos os regulamentos, estatutos, normas e leis que regem a
sua área de atuação. Precisa conhecer temas variados e possuir um conhecimento geral dos
acontecimentos da época. Jesus nos chamou de Mordomos, mordomo é um administrador, chefe
de diversos departamentos (Lc 16.10-12), isto quer dizer, que devemos ter visão de conjunto, de
todo e não de uma parte isolada. A administração de uma Igreja tem vários departamentos, por
exemplo: Departamento de evangelismo, missões, E.B.D, administrativo, sociocultural, jurídico,
financeiro e contábil. Cabe ao administrador harmonizar todos estes departamentos como uma
máquina com várias engrenagens bem lubrificadas e ajustadas, para que haja um perfeito
funcionamento do todo (Ef 4.16).

1. Um administrador precisa ser um líder. Os homens se dividem em duas: Os ativos e os


passivos; os líderes e os liderados, os de vontade forte, os imbuídos de uma inabalável convicção
de querer e vencer; e os fracos, impotentes, à espera do acaso.

2. Liderar. É influenciar. Esta talvez seja a melhor definição, portanto, é estimular os liderados
rumo ao alvo estabelecido. O Termo original grego para presidir ou governar (liderar) é
Kubernésis, que literalmente significa assumir o comando ou as diretivas de qualquer grupo (At
27.11; Ap 18.17; 1Co 12.28). O dom de liderança (administração e governo) é a capacidade
espiritual que o Espírito Santo concede a alguns membros do corpo de Cristo, habilitando-os
para dirigir pessoas. Se pudéssemos perguntar para Neemias o que é liderança, certamente ele
nos responderia: “Liderar é saber planejar, integrar, motivar, avaliar estabelecer alvos”, pois,
foi o que ele fez quando liderou o projeto de reconstrução dos muros de Jerusalém. O Líder é
alguém que além de sobressair no grupo consegue influenciá-lo. No conceito Cristão o líder deve
ser um exemplo para os liderados, deve estar disposto a servir e o seu caráter dever ser moldado
pelo caráter de Cristo.

3. Característica dos líderes. Não subestimam a si mesmos, mas adquirem a confiança e a


força necessária para enfrentarem corajosamente todas as dificuldades na realização de seus
projetos. Confiam em Deus e em si mesmos. A falta de confiança significa um descrédito em si
próprio. Uma pessoa confiante é capaz de utilizar todo o seu potencial, alcançar toda sua
capacidade e utilizar toda a sua força na busca de seu objetivo.

VI - TIPOS DE LÍDERES

1. O líder dirigente.

a. Transmite uma visão atrativa;

b. Não investe muita energia nos detalhes do processo;

c. São convincentes mostrando de que forma as coisas podem ser;

d. Eles atraem as pessoas para tornarem-se parte da solução e não o problema (motivação);

e. Mantém as pessoas em estado de extrema euforia, apontadas a uma direção específica e


esperançosas em relação ao futuro;

f. São palestrantes eficazes e bons ouvintes.

2. O líder estratégico.
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a. Analisam informações para com elas fazerem as melhores escolhas;

b. Não são impulsionados pela emoção;

c. Trabalha mais com a ideia do que com as pessoas;

d. Demoram tomar decisões;

e. Sua contribuição para a busca da visão é criar meios práticos de transformar a ideia em
realidade.

3. O líder formador de equipe.

a. Os líderes formadores de equipe são fascinados pela dimensão interativa da busca;

b. O líder formador de equipe vê a busca da visão como um quebra cabeças gigantesco, no qual
todo indivíduo que encontra é uma peça que procura seu lugar certo;

c. O papel do líder formador de equipe é ajudar tais indivíduos a achar, desfrutar e ter sucesso
nesse lugar;

d. Os líderes formadores de equipe são otimistas e amáveis;

e. Os líderes formadores de equipe podem ser vitimados por sua força maior relacionamento
investindo muita confiança e crédito em pessoas que não se saem (ou às vezes, não podem se
sair) bem como prometido.

4. O líder operacional.

a. O líder operacional é bom com ideias, informações e pessoas, ele é o elo que falta para a
eficácia da visão;

b. Gostam de administrar os recursos que permitem que a busca seja consumada;

c. São benquistos, mas normalmente são retraídos e evitam chamar a atenção sobre si próprios;

d. Eles iniciam, coordenam, integram, facilitam, avaliam e aumentam os esforços das pessoas;

e. Os líderes operacionais constroem os sistemas que ligam as contribuições de todos.

VII - ESTILOS DE LIDERANÇA

Segundo Joacir Martinelli, a classificação mais popular das formas de se liderar admite existir a
liderança “autocrática” e a “democrática”.
1. Liderança autocrática. Esse tipo de liderança é a que menos motiva, pois é impositiva, e
implica dizer o que, como, quando, e onde fazer. O líder traça um plano, determina as diretrizes
e o liderado apenas executa ordens, mas não participa. É uma comunicação de mão única, onde
há pouco apoio emocional. O líder autocrático é mais conhecido como “chefe”. Fica nítido que a
atenção principal deste líder está voltada para as tarefas e não para as relações humanas de seu
grupo. Seu poder é baseado na posição que ocupa.
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2. Liderança Democrática. Nesse tipo de liderança o líder continua a dirigir e supervisionar


atentamente a realização da tarefa, mas também dá apoio emocional. Solicita e pede sugestões.
Envolve as pessoas em discussões de trabalho, reconhece e elogia, ouve, proporciona respeito,
amizade e calor humano, elogiando as boas ideias. Esse tipo de liderança pode não ser o mais
usado, porém, é o mais recomendado e certamente é o que mais motiva. O líder democrático
busca compartilhar suas decisões e atividades com os outros membros do grupo. Podemos dizer
que ele possui outra visão do ser humano e de si. Sua atenção está voltada principalmente para as
relações interpessoais e vê seu poder baseado na credulidade que o grupo lhe atribui.

a. Um administrador precisa conhecer todos os regulamentos, estatutos, normas e leis que


regem a sua área de atuação. Precisa conhecer temas variados e possuir um conhecimento
geral dos acontecimentos da época.

VIII - RELACIONAMENTO INTERPESSOAL

Nunca deixe de fazer um cumprimento genuinamente amigo, afetuoso, caloroso, sincero aos
irmãos, seja novo convertido ou não, bem como as demais pessoas. Aquele que se sente amado e
bem tratado por você estará mais disposto a ouvi-lo.

1. Tenha cuidado com seu marketing pessoal, a primeira imagem que apresentamos ás pessoas,
somos nós mesmo. Se elas nos aceitarem, aceitarão nossa mensagem, caso contrário não nos
ouvem, não aceita nossa mensagem. Um administrador precisa conhecer tática de comunicação e
só deve abordar assuntos dos quais tenha conhecimento. Quando for inquirido a dar opinião ou
resposta de assuntos dos quais não possuir conhecimento suficiente para tal, peça desculpa e um
tempo para dar uma resposta, e vá pesquisar o assunto.

2. Jamais minta para qualquer pessoa. Fale sempre e somente a verdade, você não é obrigado a
dizer toda a verdade, mas não minta. Tenha cuidado da linguagem quando estiver falando com
alguém, descubra se ele está lhe entendendo. Use uma linguagem sadia, ética e clara.

3. Aprecie as pessoas como elas são, receba a ajuda que ela lhe queira dar, saiba ver nas pessoas
sempre o que elas têm de positivo e o negativo ignore.

4. Os padrões e deveres da vida cristã nunca devem ser imposto, devem ser ensinados e deixe
que elas; as pessoas, por si mesmas decidam se querem adotá-los ou não. O cristianismo é
liberdade e nunca imposição.

IX - UM LÍDER PRECISA SABER ESTABELECER METAS

1. Metas. É um algo a ser perseguido, buscado, é o objetivo a ser alcançado em determinado


tempo.

2. Um líder precisa saber planejar. (Lc 14.31; Ne 4.4).

a. Planejamento é:

 Decidir o que se vai fazer;

 Como se vai fazer;

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 Quando se vai fazer;

 Que recursos vamos precisar: humanos e materiais e financeiros;

 Como e onde vamos conseguir estes recursos;

 Que métodos vamos usar;

 Quais os tempos para a execução de cada etapa do planejamento.

b. Avaliação é: Importante, tanto para o líder, quanto para os liderados (equipe de trabalho). Ela
é importante por quê? A avaliação dá suas mostras:

 O resultado do nosso trabalho.

 Se estamos alcançando os objetivos propostos.

 As dificuldades encontradas.

 A criatividade dos membros da equipe.

 Ajuda a reorientar o planejamento.

 Onde se deve e pode melhorar nas atividades posteriores.

3. Organização da Igreja. Na Igreja é Necessário que haja:

a. Livro de registro de membros (com dados pessoais).

b. Ficha de membros e congregados;

c. Livro de controle financeiro; (livro Contábil).

d. Livro de ata para registo de reuniões, onde se trata assuntos importantes.

e. Uma diretoria.

f. Um conselho fiscal.

g. Estatuto.

h. Regimento Interno.

i. Registro na Receita Federal (C.N. P. J.) = Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica.

X - AQUISIÇÃO DE BENS - MÓVEIS E IMÓVEIS

A aquisição de um imóvel para entidades religiosas poderá ser comprada ou doada.

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1. Compras. É a forma mais conhecida de se adquirir os bens que se deseja nas organizações
eclesiásticas, a documentação deve ser no nome da Igreja e nunca no nome de alguém.

2. Doação. A documentação de imóveis para entidades religiosas, como as demais, acontece


através de transferência como registro público ou título definitivo. Quando o imóvel não tem
registro próprio ou está em fase de regularização faz-se um Contrato de Compra e Venda ou
Declaração, ambos com testemunhos e assinaturas devidamente reconhecidas, mesmo sendo área
de demarcação ou desdobramento do INCRA. Essa documentação deverá ser efetuada em nome
da própria entidade, seja ou não filial.

XI - ABERTURA DE ENTIDADE RELIGIOSA NA FORMA DA LEI

1. Ata de Fundação. É a Ata do registro do culto de abertura da Igreja, seja ela sede de Campo,
ou uma congregação. Nessa Ata deve constar os nomes completos de quem abriu o culto em
oração, quem cantou os hinos, quem leu a palavra, aonde leu, quem pregou, quem encerrou o
culto e quem impetrou as bênçãos apostólicas.

2. Ata de Posse. Para que tenhamos uma entidade religiosa devidamente regularizada é
necessário que haja determinado número de adeptos para que os mesmos em reunião ordinária
façam a Ata de escolha da diretoria, composta de seis membros, escolhendo também seu
Conselho Fiscal com cinco membros, podendo as secretarias serem criadas posteriormente de
conformidade com o padrão da organização. Após a Ata ser lavrada, será registrada em Cartório
apropriado e consequentemente repassado a um técnico em contabilidade para registro junto à
Receita Federal. No Estatuto da entidade deverá constar finalidade, convenção a qual é filiada,
os direitos e deveres a serem cumpridos, credo, secretarias, etc.

XII - UMA IGREJA PARA SER BEM SUCEDIDA PRECISA SER:

1. Autodirigida. As decisões devem ser tomadas pelos membros/congregados, com a orientação


do Pastor/dirigente, conforme os princípios bíblicos.

2. Auto Propagadora. Isto é, cada irmão deve ser ensinado, instigado, orientado e motivado a
ser um ganhador de almas, um evangelizador.

3. Autossustentável. Deve prover o sustento do seu próprio obreiro e as despesas de seu


funcionamento. Deve também determinar sua forma de contribuição, com exceção do dízimo
que tem a forma bíblica.

XIII - CONCLUSÃO

O bom administrador é aquele que está sempre pronto a ouvir, pois ao tomarmos decisões
devemos ouvir várias opiniões e conselhos. Disse-nos o Sábio Salomão: ...na multidão de
conselheiros há segurança (Pv 11.14b), diz ainda: Onde não há conselhos frustram-se os
projetos, mas com a multidão de conselheiros eles se estabelecem (Pv 15.22). Daí a função do
Ministério da Igreja, para tomar as decisões, administrativas, em conjunto, pois o obreiro não
pode decidir sozinho, pois estará colocando-se em risco, estará assumindo sozinho as
consequências de sua decisão isolada e, às vezes, errônea. O bom administrador deve, também,
está sempre pronto a ceder diante de determinações decisões, não deve impor suas idéias, pois é
melhor ceder do que sofrer as consequências de uma decisão arbitraria e intransigente, levando
os membros a ficarem insatisfeitos. Roguemos ao Senhor Jesus Cristo que capacite seus obreiros
para serem bons mordomos de sua obra. Medite nas palavras de Nosso Senhor que estão
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registradas em (Lc 12.42-48; 16.1-13), e seja um mordomo fiel e prudente. Observe o conselho
de Paulo a Timóteo e aplica-o à tua vida (1Tm 6.3-19).

19) ESCATOLOGIA

I – INTRODUÇÃO

O termo vem das palavras grega escatos (últimas) + logos (estudo), que significa literalmente,
estudo da últimas coisas.

II - O ESTADO INTERMEDIÁRIO

1. Onde Estão os Mortos?

a. Antes da Ressurreição de Cristo. Para compreender o ensino bíblico sobre o lugar para onde
vão os mortos, é necessário observar o texto original tanto do Antigo quanto do Novo
Testamento. A palavra sheol, no Antigo Testamento, equivale em sentido a Hades, no Novo.
Ambos os termos designam o lugar para onde, nos tempos do Antigo Testamento, eram levados
todos os mortos: justos e ímpios, havendo, no entanto nessa região dos mortos uma divisão para
os justos e outra para os ímpios, separados por um abismo intransponível (Lc 16.22-26). Todos
estavam ali plenamente conscientes. O lugar dos justos era de felicidade, prazer e segurança. Era
chamado "Seio de Abraão" e "Paraíso"(Lc 16.22). Já o lugar dos ímpios era e ainda é chamado
de Hades.

b. Depois da Ressurreição de Cristo. Antes de morrer por nós, Jesus prometeu que as portas do
Inferno não prevalecerão contra a Igreja (Mt 16.18). Isto mostra que os fiéis de Deus, a partir dos
dias de Jesus não mais desceriam ao Hades, isto é, à divisão ali reservada para os Justos. Esse
texto indica futuridade em relação à ocasião em que foi proferido por Jesus. A mudança ocorreu
entre a morte e a ressurreição do Senhor, pois Ele disse na cruz ao ladrão arrependido: "Hoje
estarás comigo no paraíso" (Lc 23.43). Escreve o apóstolo Paulo: "Quando ele, Jesus, subiu às
alturas, levou cativo o cativeiro, e concedeu dons aos homens. Ora, que quer dizer subiu, senão
que também havia descido até as regiões inferiores da terra?" (Ef 4.8,9). Entende-se, pois, que
Jesus ao ressuscitar levou consigo os crentes do Antigo Testamento, que jaziam no "Seio de
Abraão".

c. Onde estão os Crentes Mortos? Na segunda carta de Paulo aos coríntios no capítulo 12, ele
fala de um homem que foi arrebatado até o terceiro céu (2Co 12,2), que no decorrer do capítulo
descobrimos que este homem poderia ser ele mesmo (2Co 12,7,8), a não ser que ele estivesse
falando de outra pessoa que viveu essa experiência, e que o havia confidenciado. Paulo fala que
esse homem foi arrebatado até o paraíso (lugar de delícias, parte do Hades que os judeus tardios
pensavam ser a habitação das almas dos piedosos até a ressurreição, o paraíso no qual nossos
primeiros pais habitaram antes da queda ainda existe, não sobre a terra ou nos céus, mas acima e
além do mundo, céu, paraíso) onde ouviu (2Co 12,4) e viu (2Co 12,7) coisas inefáveis as quais
ao homem não é lícito falar (2Co 12,4). Esse 3º céu é o lugar aonde estão todos aqueles que
morrem no Senhor, o qual também é chamado na Bíblia de Seio de Abraão (Lc 16,22). Segundo
a tradição judaica o Seio de Abraão é o lugar de descanso dos patriarcas, dos profetas, dos reis, e
daqueles que guardaram a Lei de Moisés, e não é exatamente o Céu dos céus, pois o Céu dos
céus é um lugar de luz inacessível o qual homem nenhum jamais viu, e nem é capaz de ver (1Tm
6,16). Nas revelações que Paulo recebeu, ele contemplou coisas gloriosas que o fez ser um crente
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confiante em Jesus, e que os seus sofrimentos seriam para prepará-lo para morar na eternidade de
glória com o Eterno (2Co 4,16-18). O Apóstolo Paulo alimentou a esperança dos seus irmãos de
fé, mostrando a eles que o Espírito Santo já os havia revelado as maravilhas do céu (1Co 2,9-11).
Devemos levar em consideração que basicamente o livro do Apocalipse apresenta a revelação do
Santuário Celeste (Ap 21,3), que é o Tabernáculo, e os santos foram vistos debaixo do altar de
Deus (Ap 6,9/8,3/11,19). Esse Altar dos Holocaustos está do lado de fora do Tabernáculo, o que
nos transmite a ideia de que os santos que são vistos debaixo desse altar estão no Paraíso que
está localizado no terceiro Céu, não no Céu dos Céus aonde o Eterno habita, o que difere daquilo
que geralmente nos é ensinado, pois o Altar dos Holocaustos fica no pátio do Tabernáculo
(Santuário), e não dentro do Tabernáculo. As almas estão debaixo do Altar, e não debaixo do
Trono de Deus. Portanto, os crentes que agora dormem no Senhor, estão no Céu, pois o Paraíso
está agora ali, como um dos resultados da obra redentora do Senhor Jesus Cristo (2 Co 5.8). No
momento do arrebatamento da Igreja, porém, seus espíritos virão com Jesus, unir-se-ão a seus
corpos ressurreto, e subirão com Cristo, já glorificados. Depois que Cristo subiu para o Céu, a
Bíblia nunca mais se refere ao Paraíso como estando "em baixo". Desse ponto em diante todas as
referências no Novo Testamento sobre o assunto, falam da localização do Paraíso como estando
"em cima" ou "no alto".

d. A Presente situação dos Ímpios Mortos. Para os ímpios mortos não houve qualquer
alteração quanto ao seu estado. Continuam descendo ao Hades, o "império da morte", onde
ficarão retidos em sofrimento, consciente, até o Juízo Final, após o Milênio, onde serão julgados
e condenados ao Inferno eterno (Ap 20.13-15). Assim sendo, qualquer fantasma ou "alma do
outro mundo" que porventura aparecer por aqui, é coisa diabólica, porque do Hades não sai
ninguém. É uma prisão, cuja chave está nas mãos de Jesus (Ap 1.18). Alma do outro mundo não
vem à Terra, pois os salvos estão em Jesus, e os perdidos que morreram estão encerrados para o
grande dia do juízo do Grande Trono Branco. O Diabo, sim, por enquanto está solto vivo e ativo
no planeta Terra.

III - O CÉU

O destino final e eterno da Igreja é sua habitação na eterna presença de Deus. A Bíblia e a
doutrina cristã chamam isto de "Céu". Mas, como é o Céu?
1. Céu é Um Lugar Indescritível. Quando as pessoas perguntam qual a crença cristã sobre o
Céu, não é possível dar uma resposta precisa e detalhada. As razões são óbvias. Como seria
possível explicar a um índio que vive nas selvas do Xingu como é a cidade do Rio de Janeiro?
Todavia, tanto os silvícolas quanto os citadinos vivem no planeta Terra, respiram o mesmo ar e
gozam dos benefícios do mesmo Sol. Mas o Céu, como quer que ele seja, deve ser
fundamentalmente diverso. Sua definição deve estar quase além do entendimento e imaginação
do homem. A coisa mais importante que podemos dizer neste caso é que o Céu é onde Deus está.
Em termos do livro de Apocalipse, “Deus habitará com os homens” (Ap 21.3). O ponto alto da
história bíblica da redenção levada a efeito por Deus e “a Cidade Santa”, Deus com o seu povo.
Em tal comunidade, Deus enxugará toda lágrima e não haverá mais pranto, luto, nem dor,
"porque as primeiras coisas passaram” (Ap 21.4).

IV - O INFERNO

Ao mesmo tempo em que é um grato privilégio referirmo-nos ao Céu como a morada dos justos,
se constitui um solene dever reconhecer o ensinamento da Bíblia acerca do Inferno, o lugar onde
os maus serão castigados. A tendência própria da doutrina do castigo futuro é separar o homem
do pecado, assim como a doutrina da bem-aventurança futura o estimula e o atrai à santidade.
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Evidentemente, tudo o que tivermos de dizer sobre o Inferno como "lugar de tormento", deverá
ser provado pelas Escrituras. Sem este auxílio, nosso raciocínio não é digno de crédito.
1. O Inferno Existe. É inegável que há um inferno, em vista dos seguintes textos das Escrituras:

a. "Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o para longe de ti, pois te é melhor que
se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno".

b. "E não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode
fazer parecer no inferno a alma e o corpo" (Mt 10.28).

c. "Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?" (Mt 23.33).

d. "E, se a tua mão te escandalizar, corta-a; melhor é para ti entrares na vida aleijado, do que,
tendo duas mãos, ires para o inferno, para o fogo que nunca se apaga" (Mc 9.43).

e. "Mas eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder
para lançar no inferno; sim, vos digo, a esse temei" (Lc 12.5).

f. Os Maus Serão Castigados no Inferno. Que é castigo? É a imposição de uma pena por
causa de desobediência. Impor uma pena sem haver desobediência, seria uma calamidade e não
um castigo. Neste caso o castigo tem relação com o pecado, e, debaixo do governo de Deus, a
pena é imposta por sua lei. É Deus quem executa a pena de morte eterna aos transgressores da
sua lei. Segundo o ensinamento das Escrituras, os ímpios no Inferno serão castigados na medida
do que requerem as suas faltas. Isto demonstra que o castigo será à medida da gravidade da falta,
será gradual em intensidade e não quanto à duração, uma vez que as Escrituras mesmas dizem
que o castigo será eterno.

V - O ARREBATAMENTO DA IGREJA

O arrebatamento da Igreja compreende a primeira fase da segunda vinda do Senhor Jesus Cristo.
Como um acontecimento profético-histórico o arrebatamento tem como centro de atenção a
Igreja triunfante que velando aguarda o Salvador. A discussão e estudo da doutrina do
arrebatamento ou rapto da Igreja, nos conduz, inevitavelmente à consideração dos seguintes
eventos a ele pertinentes:
1. A Ressurreição dos Mortos em Cristo. O arrebatamento da Igreja será precedido pelo soar,
no céu, do brado de Jesus, a voz do arcanjo de Deus. Será o suave soar dessa orquestra celeste
que propiciará a ressurreição dos mortos em Cristo (1 Ts 4.14,16). Dessa ressurreição farão parte
todos os crentes, desde Abel, até o último a morrer antes do arrebatamento. Uma vez que todos
quantos dormem em Cristo, estão no Paraíso, é de se compreender que as suas almas
desencarnadas, por ordem expressa de Jesus, descerão aos seus sepulcros onde os seus corpos
jazem desintegrados em pó, daí ressurgindo um corpo glorioso e glorificado. É o que é
corruptível se revestindo da incorruptibilidade (1 Co 15.54). Quanto aqueles que morreram no
seu pecado, sem o conhecimento do Cristo prometido ou manifesto, não reviverão senão no final
do governo milenial de Jesus Cristo (Ap 20.5), para comparecerem perante o Grande Trono do
Juízo Final.

2. A Transformação dos Santos Vivos. Diz o apóstolo Paulo: Eis que vos digo um mistério: Na
verdade, nem todos dormirão, mas todos serão transformados, num momento, num abrir e fechar
de olhos, ante a última trombeta... nós seremos transformados. Porque convém que isto que é

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corruptível se revista de incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade (1


Co 15.51-53). Prossegue o apóstolo Paulo dizendo: "Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do
Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que
dormem... nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles (os santos
ressuscitados) nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o
Senhor" (1 Ts 4.15-17).

3. O Tribunal de Cristo. Ressuscitados os mortos em Cristo e transformados os santos vivos,


formarão um só corpo, e após se encontrarem com Cristo nos ares, esse corpo uno e indivisível,
dará entrada no tribunal de Cristo, no Céu. Quanto a isto, dizem as Escrituras: "Porque todos
devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver
feito por meio do corpo, ou bem, ou mal" (2 Co 5.10). O julgamento a ter lugar no Tribunal de
Cristo não terá o mérito de determinar quem será e quem não será salvo. Não. Só os salvos
comparecerão ali. Se antes, nenhuma condenação havia para os que estão em Cristo Jesus,
tampouco ali será lugar de condenação. Como pecador, o crente já foi julgado em Cristo na cruz
e absolvido pela graça e misericórdia de Deus. Como filho, foi julgado durante a sua
peregrinação aqui na terra. Perante o Tribunal de Cristo o crente será julgado como servo, para
aquisição de galardão (1 Co 3.11-15).

4. As Bodas do Cordeiro. Findo o julgamento do Tribunal de Cristo, a Igreja fiel será chamada
a ter acesso à sala do banquete da festa das Bodas do Cordeiro. Cristo e a Igreja se tomarão o
centro das atenções de todos os seres celestiais. Durante as Bodas do Cordeiro, a Igreja será vista
no seu aspecto universal. Ali estarão juntos todos os santos do Antigo e Novo Testamento. Todos
os crentes do Oriente e do Ocidente tomarão assento à sua mesa (Mt 8.18). O que é mais
importante, Cristo mesmo servirá aos seus, numa eterna demonstração de amor e serviço àqueles
que na terra foram comprados pelo seu sangue e poder eterno.

VI - A GRANDE TRIBULAÇAO

Ao mesmo tempo em que o Céu está em festa decorrente da chegada triunfal de todos os remidos
de todas as épocas, a terra estará a sofrer uma tribulação sem precedentes na sua história. A esse
período de trevas pelos quais os habitantes da terra passarão, a Bíblia chama de "A Grande
Tribulação". Será um período de cerca de sete anos, durante os quais o Anticristo, a Besta e o
Falso Profeta (uma espécie de trindade satânica), assumirão o governo do mundo, e quando as
taças da ira divina estão sendo derramadas sobre os que habitam na terra. Será um período de
indescritível horror. A Igreja, porém, estará em gozo no monte da salvação de Deus.
1. O Anticristo. O Anticristo vai governar o mundo inteiro por um período de 7 anos, e terá
influência sobre o país de Israel por apenas 3 anos e meio ou 1.260 dias, ou ainda 42 meses (Ap
11,1-3). Este período também é conhecido nas Escrituras como a Septuagésima semana de
Daniel (Dn 9,27). Assim como Hitler, esse homem hipnotizará as massas a seu bel prazer, e na
metade da tribulação (metade da semana de 7 anos) se declarará deus e exigirá a adoração para
si mesmo (Ap 13,4,8), receberá adoração dos moradores da terra através de uma imagem que irá
falar (Ap 13,14,15), e vai perseguir os santos e cuidará em mudar os tempos e a lei. Esse será o
período em que ele irá subjugar a nação de Israel. Já o poder, a autoridade e o seu trono serão
uma cortesia do próprio Diabo para ele, pois vai se assentar no trono de Deus no 3º Templo que
será reconstruído em Jerusalém (Mt 24,15) querendo parecer deus (2Ts 2,4). O Anticristo será
um gentio que se levantará dentre as nações.

2. Dez chifres. O número 10 na Bíblia, sempre tem o sentido de totalidade, como é o caso das
10 pragas no Egito, 10 chifres da besta, 10 dez dedos da estátua, 10 mandamentos, 10 leprosos,
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10ª parte (dízimo). Os 10 chifres (chifre, canto pontiagudo, pessoa auxiliar poderoso) são 10
reis portando 10 diademas (diadema, fita ou faixa azul que era marcado com branco, usada
pelos reis da Pérsia para prender o turbante ou a tiara, ornamento real para a cabeça, coroa),
e, tratam-se de reinos consistentes e poderosos. Estes dez reis (governantes escatológicos),
exercerão autoridade sobre as demais nações das fronteiras do antigo império romano o qual se
estendia do Ocidente ao Oriente, cobrindo três continentes (europeu, asiático e africano), e
progressivamente sobre quase todo o mundo, implantando uma globalização político-econômica
que será exercida pelos polos comerciais (blocos econômicos). Também terão sob sua liderança
um grande poderio militar, bélico, e nuclear, com aparatos tecnológicos de ponta que serão
comandados pela Besta que subiu do mar. “Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda
não receberam reino, mas recebem autoridade como reis, com a besta, durante uma hora” (Ap
17.12). Esses 10 reis ainda não
receberam autoridade como reis,
ou seja, não estão governando, e
serão levantados como líderes
eleitos por voto direto em
eleições efetuadas pela própria
ONU, sendo eleitos como um
governo provisório mundial que
irá se transformar numa ditadura
global. Esses reis serão
simpatizantes da Besta e a
apoiarão, pois é dito aqui que
tanto os 10 reis, quanto a Besta,
receberão autoridade como reis durante “uma hora”. “Têm estes um só pensamento e oferecem à
besta o poder e a autoridade que possuem” (Ap 17.13). Os 10 reis têm uma ambição em
comum, guerrear contra o Cordeiro (Ap 17,14), ou seja, perseguirão os seguidores do Cordeiro
(os 144.000 judeus). No ano de 1.968, um grupo de educadores, economistas, empresários,
banqueiros, líderes políticos e líderes religiosos de várias denominações como; budistas,
xintoístas, hindus e vários líderes cristãos e de diversas seitas orientais e ocidentais apoiados
pela mídia do mundo inteiro, se reuniram em Roma e fundaram o Clube de Roma. A intenção
desse clube foi dividir o mundo em 10 regiões econômicas que um dia serão sujeitas a um líder
mundial, tendo a sede desse governo em Roma. Segundo eles o ponto chave para a formação
desses 10 blocos é a unificação da moeda mundial, a eliminação da taxa alfandegária, e
futuramente o fim do dinheiro em cédulas e moedas, onde só será possível fazer transações
financeiras através do e-money (dinheiro inteligente). Um exemplo desse tipo de moeda virtual é
a bitcoin que cada unidade custa 9.334,51 de dólares. O clube de Roma crer, que se o homem
eliminar o dinheiro, haverá uma redução nos assaltos, roubos, sequestros, tráfico de
entorpecentes, dentre outros. Dessas dez regiões econômicas, algumas são realidades, outras não.
Os principais blocos econômicos mundiais da atualidade são: NAFTA, AELC, UE, APEC, CEI,
MERCOSUL, OPEP, ASEAN, COMESA, ALCA. Dos 10 blocos idealizados pelo Cube de
Roma o mais improvável de se tornar realidade é um futuro bloco envolvendo o Oriente Médio,
pois essa região é um constante Barrio de pólvora instável por causa dos conflitos promovidos
pelos grupos radicais islâmicos que frequentemente promovem ataques contra as cidades de
Israel.

3. A Aliança de Paz. O Anticristo fará uma aliança com as nações, inclusive com árabes e
judeus (Dn 9,27) durante sete anos, e na metade desse período (três anos e meio) ele quebrará o
pacto, pelejará contra o povo judeu após vencer as duas testemunhas (Ap 11,7), tomará
Jerusalém pela espada (Zc 14,2), se assentará no trono do Eterno e se declarará deus (2 Ts 2,4).

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Como os judeus não o adorarão como tal (Dt 6.4,5), serão perseguidos e mortos (Mt 24,15-23),
mas o Eterno não irá desampará-los (Dn 12,1).

4. O Falso Profeta. O Falso Profeta, principal associado do Anticristo durante a Grande


Tribulação, é identificado pelo apóstolo João, nas seguintes palavras: “Vi ainda outra besta
emergir da terra; possuía dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão”. Entra em
cena agora a segunda Besta, a qual emergiu da terra. A 1ª Besta emergiu do mar (povos, tribos,
línguas e nações), porém, essa aqui surge da terra, mas qual o significado de terra? Terra aqui é
uma clara referência a Terra de Israel nas Escrituras, e representa um reino, pois a mesma tem
dois chifres (reis), o que pode ser uma referência aos poderes político e religioso. Segundo a
Bíblia chifre é sinônimo de poder, e aqui é a combinação de dois poderes, o político (rei ou
ditador) e o religioso (sacerdote ou profeta), provavelmente sendo o político em Roma e o
religioso em Jerusalém. Será semelhante a um cordeiro, mas falará como um dragão (Ap 13,1).
Essas são características de um homem que se levantará na terra de Israel preenchendo os
requisitos de um Messias (cordeiro Jo 5,43), mas atuará como um falso profeta o qual será visto
como tal, parecerá humilde como um mestre iluminado, e com um olhar penetrante de uma falsa
bondade que será superficial, pois o mesmo será um grande orador que hipnotizará as massas
com os seus sermões. Ele fará grandes sinais e prodígios a tal ponto de fazer descer fogo dos
céus na presença dos homens, os quais irão adorar a 1ª Besta como se fosse deus (Ap 13,14). O
Falso Profeta será uma espécie de "ministro de cultos" do governo do Anticristo enquanto durar
a Grande Tribulação. Ele promoverá um grande avivamento religioso mundial, juntando todas as
seitas e credos religiosos existentes na época, formando uma super-igreja mundial. Ele "também
opera grandes sinais, de maneira que até fogo do céu fará descer à terra, diante dos homens".
Evidentemente serão prodígios de mentira, operados segundo a eficácia de Satanás (2 Ts 2.9).

5. A popularidade da Besta e a Globalização. A Bíblia fala sobre quatro coisas que farão a
Besta popular, e que serão as ferramentas da globalização mundial: A sua Imagem, o seu nome,
o número do seu nome e sua marca. No momento, só o seu número é revelado: 666. A pessoa, o
nome, a marca e a imagem só serão revelados após o arrebatamento da Igreja. Note o que diz o
apóstolo Paulo: "Porque já o mistério da injustiça opera: somente há um que agora resiste até
que do meio seja tirado; e então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro
da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda" (2 Ts 2.7,8). O número 6 repetido três
vezes em relação à Besta, fala da suprema exaltação do homem, cujo número da numerologia
bíblica é 6. O 6 três vezes, pode significar o homem exaltando-se a si mesmo como se fosse
Deus, a exemplo do que fez Lúcifer no princípio. "Quanto à Besta ter número, convém notar que
as nações mais adiantadas projetam pôr em prática um sistema de números permanentes para
todos os cidadãos, a partir do nascimento ou da naturalização, visando ao controle total da
população. Os computadores já estão fazendo isso, controlando animais e mercadorias. Entramos
na era em que tudo será controlado à base de números. Em todos os países já há muita coisa
controlada à base de números permanentes".

6. Duração da Grande Tribulação. A Grande Tribulação abrangerá um período de sete anos,


dos quais os piores serão os últimos três anos e meio. Quanto a este período, diz a Escritura que
o Anticristo “proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará
em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues na sua mão por um tempo, e tempos, e metade
de um tempo” (Dn 7.25). “E foi-lhe dada uma boca para proferir grandes coisas e blasfêmias; e
deu-se-lhe poder para continuar por quarenta e dois meses”. E abriu a sua boca em blasfêmias
contra Deus, para blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que habitam no céu (Mt
24.21,22). O sofrimento nesse tempo será de tal monta que se durasse mais tempo, ninguém
escaparia com vida. Note o que disse Jesus sobre essa época da história da humanidade: Porque
haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem

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tampouco há de haver. E, se aqueles dias não fossem abreviados nenhuma carne se salvaria; mas
por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias (Ap 17.16).

7. Haverá Salvação Durante a Grande Tribulação? De que haverá salvação durante a Grande
Tribulação, dão provas os seguintes textos das Escrituras: Joel 2.32 e Apocalipse 6.9-11; 7.9-
11,14; 12.17; 15.2 e 20.4. Certamente que as condições espirituais prevalecentes durante a
Grande Tribulação não serão tão favoráveis quanto hoje. Tremendas trevas espirituais
envolverão o mundo e o terror do Inferno atormentará o coração dos homens. Apesar de todo
esse quadro adverso na sua visão de Patmos, João viu uma grande multidão formada de judeus e
gentios, salva durante o reinado do Anticristo. No meio dessa multidão inumerável estarão
aqueles crentes que não subiram no arrebatamento da Igreja, que, despertados por tal fato,
decidirão por permanecer fiéis a Jesus, a despeito de toda e qualquer prova de sofrimento. Deste
modo não pairam dúvidas, de que haverá conversões durante a Grande Tribulação.

VII - A MANIFESTAÇÃO DE CRISTO EM GLÓRIA

Quando Jerusalém estiver cercada pelos exércitos do Anticristo, e aos judeus não restar escape,
então eles clamarão angustiados em busca do auxílio de Deus. "Eis o grito dos teus atalaias! Eles
erguem a voz, juntamente exultam; porque com seus próprios olhos distintamente vêem o
retorno do Senhor a Sião" (Mt 24.20). Em resposta ao aflitivo clamor dos filhos de Israel,
"aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o
Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu com poder e muita glória" (1 Ts 4.17).
1. Distinção Entre Arrebatamento da Igreja e a Manifestação de Cristo. Cremos já não
haver nenhuma dúvida quanto a afirmação anteriormente feita, de que a segunda vinda de Cristo
se dará em duas fases: arrebatamento da Igreja, e manifestação pessoal de Cristo em glória. Na
primeira fase, o arrebatamento da Igreja, Cristo virá para os seus. Não tocará os seus pés na terra,
tampouco será visível ao mundo. Ele virá até as nuvens, onde receberá a sua Igreja triunfante
para que com Ele adentre às mansões celestiais. Já na segunda fase, a manifestação propriamente
dita, sete anos após a primeira, Cristo virá com os seus. Nesse momento, sim, todo olho o verá,
não como um Cristo abatido e humilhado, mas exaltado e triunfante. Paulo se refere à primeira
fase da vida de Cristo, para os seus, nos seguintes termos: "... nós, os vivos, os que ficarmos,
seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e
assim estaremos para sempre com o Senhor" (Zc 14.4). Já o profeta Zacarias, referindo-se à
segunda fase da vinda de Jesus, profeticamente vislumbra o seguinte quadro: "Naquele dia,
estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; o
monte das Oliveiras será fendido pelo meio...” (Zc 12.3,9).

2. A Batalha do Armagedom. O profeta Zacarias descreve o palco da grande batalha do


Armagedom nos seguintes termos: “... contra ela (Jerusalém) se ajuntarão todas as nações da
terra. Naquele dia (diz o Senhor) procurarei destruir todas as nações que vierem contra
Jerusalém... então sairá o Senhor e pelejará contra essas nações, como pelejou no dia da batalha"
(Ap 19.20). A palavra "Armagedom" significa "monte de Megido". Também conhecido como a
planície de Jezreel, nesse amplo e espaçoso lugar, os exércitos do Anticristo estarão congregados
para aquilo que poderia ser o ataque decisivo contra a cidade de Jerusalém. Será neste momento
de apertura dos judeus, que se dará a manifestação de Jesus, revestido com poder e glória, pronto
a pelejar pelo seu povo. A batalha anteriormente analisada como um confronto de proporções
puramente humanas assume feições duma guerra entre Jesus Cristo e Satanás. O triunfo de Jesus
sobre os exércitos do Anticristo em Armagedom será esmagador. Destruídos os exércitos hostis a

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Israel, o triunfo final de Cristo será coroado com o confinamento do Anticristo e do Falso Profeta
no Lago de Fogo e Enxofre, que é o Inferno final (Mt 25.31-34,41,46).

3. O Julgamento das Nações. Vencedor da Batalha do Armagedom, agora, Cristo estabelece o


julgamento das nações (Jl 3.2,12). Atente para o fato de que o julgamento é de "nações" e não de
"indivíduos". A Bíblia diz que esse julgamento se dará no Vale de Josafá, local até aqui
desconhecido. O propósito desse julgamento é determinar quais nações terão participação no
Milênio. Assim compreendido, não há dúvida de que nações tomarão parte do Milênio, enquanto
que outras serão completamente aniquiladas. "Conforme está escrito em Mateus 25, haverá três
classes de nações nesse julgamento: ovelhas, bodes e irmãos”. Somente nações-bodes e nações-
ovelhas serão julgadas. “'Irmãos”', devem ser os judeus - os irmãos de Jesus segundo a carne...
“Ovelhas” devem ser os povos pacíficos, amigos, protetores e defensores de Israel. “Bodes”
devem ser os povos sanguinários, belicosos, e hostis a Israel, e, que seguiram e adoraram o
Anticristo (Mt 25.34). Enquanto que para as "nações-bodes" está destinado o Inferno; às nações
tipo "ovelhas", dirá o Senhor Jesus Cristo: "Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino
que vos está preparado desde a fundação do mundo" (Ap 20.1-3). O "reino" aqui referido não é o
Céu, mas, sim, o reino milenar de Cristo sobre a Terra.

4. O Aprisionamento de Satanás. Na sua visão em Patmos, dentre tantas coisas que lhe foram
reveladas, João teve a seguinte visão: "E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo,
e uma grande cadeia na sua mão”. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e
Satanás, e amarrou-o por mil anos. E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele,
para que mais não engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja
solto por um pouco de tempo. Por enquanto Satanás não será ainda lançado no Lago de Fogo,
mas é posto numa prisão, de onde não poderá sair para perturbar as nações, enquanto durar o
governo milenial de Cristo. O aprisionamento de Satanás, como bem disse o apocalipsista
Armando Chaves Cohen, "não significa que o povo se tornará tão esclarecido que Satanás, ainda
que deixado livre, não pode mais continuar a enganar, e assim está 'virtualmente amarrado'
...Não é sobre o povo da terra que se opera a mudança, nem é dele que se fala aqui, mas sobre
Satanás: ele é amarrado e encarcerado. Não se diz que o povo, isto é, a humanidade, torna-se tão
instruída, tão fortificada contra os ataques do Maligno de modo a ficar imune, enquanto o Diabo
mesmo é deixado livre para continuar sua obra. Não. Satanás em pessoa é agrilhoado e preso.
Isto não significa outra coisa. O fechar e guardar todas as casas de uma cidade não seria a mesma
coisa com a prisão e encarceramento do ladrão. Não se trata de prevenção contra Satanás.
Significa, realmente, que ele foi amarrado e lançado na prisão pelo período de mil anos".

VIII - O MILÊNIO

Ao aprisionamento de Satanás seguir-se-ão mil anos de paz e de governo perfeito sob o reinado
de Sua Majestade, o Senhor Jesus Cristo, assinalando o começo duma nova dispensação. Esse
período de mil anos de governo de Jesus Cristo ainda não é o princípio de um mundo novo, mas
tão somente o fim de um mundo antigo. O que o sábado judaico é para-semana, assim será o
Milênio para a era presente. Haverá um governo perfeito durante o reino milenial de Cristo e
seus santos; mas não haverá um mundo perfeito. No seu aspecto mais abrangente, o Milênio terá
os seguintes propósitos:
1. Fazer convergir em Cristo todas às coisas, isto é, toda a criação (1 Co 15.24-28).

2. Estabelecer a justiça e a paz na terra, eliminando toda rebelião contra Deus (Is 2.3; 60.3;
66.20).

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3. Fazer convergir nele (o Milênio) todas as alianças da Bíblia.

4. Fazer Israel ocupar toda a terra que lhe pertence e fazê-lo cabeça das nações.

5. Cumprir as profecias a respeito do Messias.

6. Satisfazer o anseio dos filhos de Deus que estão continuamente a orar: "Venha o teu reino".

7. Quem Participará do Milênio. Dois grupos de povos distintos tomarão parte no Milênio: os
crentes glorificados, consistindo dos santos do Antigo e do Novo Testamento, da Igreja
triunfante, dos santos oriundos da Grande Tribulação; e os povos naturais, em estado físico
normal, vivendo na terra, a saber: judeus salvos saídos da Grande Tribulação, gentios poupados
no julgamento das nações, e o povo nascido durante o Milênio propriamente dito. No estado
glorificado, os salvos não estarão limitados à terra. Seus corpos ressurretos não estarão sujeitos
às limitações do tempo e do espaço como quando estavam em seus corpos mortais. Pelo
contrário, serão como os anjos, dotados de corpos espirituais, não sujeitos às limitações da
matéria.

8. O Milênio em Relação a Israel. Uma vez que um grande e majestoso templo deverá ser
construído em Jerusalém durante o Milênio, é admissível que alguns dos sacrifícios do Antigo
Testamento venham a ser oferecidos a Deus aí. A diferença básica entre esses sacrifícios a serem
oferecidos e os oferecidos nos dias do Antigo Testamento, é que esses apontavam para o que
Jesus haveria de fazer, enquanto que aqueles são um memorial do que Jesus já fez. Além da
restauração e revigoramento do culto a Deus, em Jerusalém, Israel alcançará muitas outras
bênçãos no Milênio, dentre as quais se destacam a plena posse da terra prometida, e o privilégio
da nação vir a ser uma bênção para todo o mundo da época. Jerusalém será a sede do governo
milenial e mundial de Cristo (Is 22). De Jerusalém sairão tanto as diretrizes religiosas como as
leis civis para o mundo. Os grandes centros de decisões políticas do mundo atual, caso ainda
existam no Milênio, cederão ao poder e ao esplendor emanante de Jerusalém. Pois, diz a Bíblia
que tanto a "lei" como "a palavra do Senhor" sairão de Jerusalém (Is 2.3).

9. O Milênio em Relação à Igreja. No Milênio a Igreja estará glorificada com Cristo na


Jerusalém celeste. A Igreja exercerá a co-regência com Cristo durante esse período áureo da
história da humanidade. Revestidos dum corpo glorioso e glorificado, os salvos estarão acima
dás limitações do tempo e do espaço sujeitos quando ainda em seus corpos mortais. Terão um
corpo como o de Cristo ressurreto, que se locomove sem obstáculos e sem barreiras. Assim como
na transfiguração de Cristo, Moisés e Elias não estavam sujeitos às limitações físicas, de igual
modo os componentes da igreja, no Milênio não estarão sujeitos a essas limitações. Em todas as
passagens que aludem à Igreja no Milênio, os salvos são sempre designados como em glória,
glorificados e em lugares sublimes com o Senhor. Evidentemente tudo quanto imaginarmos e
dissermos acerca da glória futura da Igreja, está mui aquém do que isso realmente significa.

10. O Milênio em Relação ao Mundo em Geral. Durante o Milênio o mundo será saturado do
conhecimento de Deus. Caravanas procedentes das mais diferentes nações irão a Jerusalém
buscar a lei do Senhor (Ez 39.29). Certamente que o pecado não será de todo erradicado da terra.
Não. A natureza humana continuará a mesma, porém, devido ao aprisionamento de Satanás e às
bênçãos do reinado e da presença pessoal de Cristo, ninguém estará impossibilitado de se
submeter ao senhorio de Jesus Cristo. Serão tantas as facilidades e condições e obediência a
Cristo, que ninguém poderá se desculpar em não lhe obedecer. Quanto à maneira como os
habitantes da terra nesse tempo serão visitados pelo Senhor, diz o próprio Deus: "Já não
esconderei deles o meu rosto, pois derramarei o meu Espírito sobre a casa de Israel, diz o Senhor

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Deus... Porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os
meus juízos e os observeis (Is 2.4). Durante o Milênio, o antagonismo será removido de entre os
homens. A ciência e o progresso atingirão o seu apogeu e alcançarão o fim a que se propuseram.
Fronteiras já não existirão como obstáculos à penetração de estrangeiros. As casas já não
precisarão de fechaduras e cadeados. Moléstias tais como o câncer, a lepra e a AIDS já não
ceifarão vidas na proporção que conhecemos hoje. Não haverá mortandade entre as crianças. As
nações já não necessitarão de exércitos armados para guarnecer as suas fronteiras, pois "estes
converterão as suas espadas em relhas de arados, e suas lanças em podadeiras: uma nação não
levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra" (Rm 8.19-22). No
Milênio, a própria terra, como habitat do homem, passará por transformações que alterarão
sensivelmente, para melhor, o seu clima e a sua produtividade. De igual modo os animais
sofrerão mudança na sua natureza durante essa época áurea. A ferocidade deles será removida
para dar lugar à docilidade. Não mais se atacarão, nem representará qualquer ameaça ao homem.
Toda a criação, afetada que foi pela queda do homem, de igual modo participará das bênçãos
decorrentes do governo milenar de Cristo (Ap 20.7).

IX - OS EVENTOS FINAIS

1. Terminado o Milênio, Satanás que fora preso antes, será novamente solto por um breve
espaço de tempo (Ap 20.7,8). Essa soltura momentânea de Satanás, servirá para o seguinte:

2. Provar aquelas pessoas que nasceram durante o Milênio;

3. Revelar que o coração do homem não convertido permanece inalterado, mesmo no reino
pessoal do Filho de Deus;

4. Demonstrar pela última vez quão pecaminosa é a natureza humana, e que o homem por si
mesmo jamais se salvará, mesmo sob as melhores condições;

5. Demonstrar que Satanás é completamente incorrigível.

6. A Última Revolta de Satanás. "E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua
prisão, e sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e
Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha". Gogue e Magogue
em Apocalipse 20.8 são as nações rebeladas contra Deus, instigadas por Satanás, e conduzindo
um furioso ataque contra os santos. Segundo análise do professor Antonio Gilberto, não se trata
absolutamente de Gogue e Magogue de Ezequiel 38 e 39, e em seguida dá as razões para o seu
argumento. Gogue, em Ezequiel 38-39.

Ez 38.2- 6 - Gogue é um bloco de nações.


Ez 38.6-15 - Gogue vem do Norte.
Ez 38.16 - Gogue age por um ato divino.
Ez 38.21,22 - Gogue é destruído por espada.
Ez 39.11-13 - Gogue é sepultado em Israel.
Ez 30,39 - Gogue vem antes do Milênio.
Gogue, em Apocalipse 20.

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Ap 20.8 - Gogue é todas as nações.


Ap 20.8 - Gogue envolve toda a terra.
Ap 20.7,8 - Gogue é movido pelo Diabo.
Ap 20.9 - Gogue é destruído por fogo do céu.
Ap 20.9 - Gogue é totalmente destruído pelo fogo.
Ap 20.9,10 -Gogue vem após o Milênio.
2. O Juízo Final. Em seguida ao aprisionamento de Satanás, e o seu conseqüente
encarceramento no Lago de Fogo e Enxofre, será estabelecido o Juízo do Grande Trono Branco,
o juízo final. Quanto a esse momentoso evento, diz o apóstolo João: "E vi um grande trono
branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se
achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e
abriram-se os livros; e abriu-se outro que é o da vida; e os mortos foram julgados pelas coisas
que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras" (Ap 3.21). É nessa época que os ímpios
mortos em todos os tempos experimentarão uma ressurreição própria para, diante do trono de
Deus, ouvir a sentença final condizente com as suas obras. Os salvos por Cristo não passarão
pelo vexame desse julgamento, uma vez que já estão glorificados por Cristo. Mais do que isto, os
santos vencedores estão assentados em tronos como assistentes de Cristo nesse julgamento final
(2Pe 3.7,10-13). Ninguém será suficientemente esperto para fugir do juízo final. Diante do trono
do juízo de Deus estarão "grandes e pequenos". Grandes e pequenos, aqui não significa adultos e
crianças, mas senhores e servos, sábios e indoutos, ricos e pobres. Refere-se a classes sociais e
não a faixa de idade. Os mortos salvos durante o Milênio certamente ressuscitarão nessa ocasião
para serem também recompensados com a vida eterna. Só assim se explica a presença do livro da
vida nesse julgamento. Todos quantos comparecerem perante o Grande Trono Branco,
independentemente da classe social a que pertenceram ou da religião da qual foram adeptos,
serão julgados segundo a reta justiça de Deus.

3. A Redenção dos Céus e da Terra. Escreve o apóstolo Pedro: "Mas os céus e a terra que
agora existem, pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o
dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios..., mas o dia do Senhor virá como o ladrão de
noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a
terra, e as obras que nela há, se queimarão. Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que
pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, aguardando, e apressando-vos para a vinda
do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? Mas
nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça" (Cl
1.20). Uma vez que não só a terra, mas todo o espaço sideral também está contaminado pelo
pecado e pela ação deletéria do Diabo, não apenas a terra, mas também os céus, sofrerão a ação
purificadora de Deus na consumação dos séculos. Será a desordem do homem, do pecado e do
Diabo, sendo abolida, para dar lugar à ordem e à harmonia de Deus.

4. O Eterno e Perfeito Estado. Consumado todo o plano de Deus para o final dos séculos,
haverá perfeita harmonia entre o céu e a terra. Cumprir-se-á na sua íntegra a profunda declaração
do Espírito Santo através de Paulo, quanto ao alcance final da obra de Cristo: "E que, havendo
por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as
coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus" (Ap 22.3). Nesse tempo "céu e
terra hão de ser a mesma grei", como bem diz o poeta sacro. Sim, porque o muro de separação (o
pecado) foi totalmente desfeito. Tudo quanto é santo, perfeito e belo, se associa ao eterno e
perfeito estado quando a ordem divina abolir e substituir o caos hoje dominante no reino dos
homens.
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20) CERIMÔNIAS E SOLENIDADES

I - INTRODUÇÃO

É essencial para o missionário saber celebrar as liturgias das mais variadas e solenidades que são
feitas tanto na Igreja, quanto em outros locais, pois no campo, com certeza vai precisar saber
celebrar essas cerimônias e solenidades. O vocábulo latino ” caeremonia” chegou ao português
do Brasil como cerimônia. Essa é a ação realizada de acordo com um costume, um regulamento
ou uma norma, com o objetivo de prestar homenagem ou expressar respeito ou adesão a algo ou
alguém. Uma cerimônia pode estar ligada a um ritual, ou rito baseado na tradição. O ato em
questão requer o cumprimento de várias etapas formais que conferem solenidade.

II – A LITURGIA E O CULTO

1. Liturgia. A palavra liturgia: grego leiturgia, "serviço público" ou "serviço do culto“.


Compreende uma celebração religiosa pré-definida, de acordo com as tradições de uma
religião em particular; pode incluir ou referir-se a um ritual formal e elaborado.

2. Cerimônia. O conjunto das cerimônias religiosas de uma religião é conhecido como culto ou
liturgia. A palavra culto (do verbo latino colere, "cultivar") é empregada em geral para
significar "adoração", mas na ciência das religiões é um termo coletivo que designa todas as
formas de rito religioso.

III - O CULTO PÚBLICO

A direção de um culto cabe prioritariamente ao Espírito Santo (Jo 14.26), o homem é apenas um
colaborador indispensável pois através dele é que o Espírito Santo opera (At 2.40,41). O
elemento humano na direção de um culto a Deus precisa estar em sintonia com o Espírito Santo.
Pois dirigir um culto requer muita responsabilidade, pois o obreiro vai distribuir alimento do céu
(alimento espiritual) aos filhos de Deus. Um culto ao Senhor é um ato sublime de glorificação da
pessoa dEle. O culto público é o destinado a todas as pessoas, também chamado culto
evangelístico. Os hinos e a leitura bíblica devem ser escolhidos de acordo com a mensagem a ser
transmitida, de modo que toque nos corações dos ouvintes. Não devemos alongar tanto os nossos
cultos, pois há descrentes; mães com crianças que perdem a graça do trabalho por ficar
enfadonho. Alguns hinos da Harpa Cristã apropriados para a ocasião: 66, 81, 80, 78, 15, 76,
111, 109, 77, 70, 102, 172, 171, 203, 227, 211, 208, 20,

IV - CULTO EM AÇÃO DE GRAÇAS

Muitos são os motivos que o povo de Deus celebra um culto em ação de graças. E esta iniciativa
tem respaldo bíblico, tanto no Velho quanto no Novo Testamento. Um culto de ação de graças é
um culto de agradecimento e louvor ao Senhor por uma benção em especial. Geralmente as
comunidades cristãs fazem cultos de ação de graças a Deus pelo aniversário da congregação,
pelo aniversário de um departamento local específico, pela vida de um membro da Igreja, etc.
Além dos cultos de ação de graças nas igrejas locais, também é muito comum entre os cristãos a
prática de realizar culto de ação de graças nos lares. Da mesma forma, esses cultos é uma
celebração de gratidão ao Senhor por alguma bênção alcançada. No entanto, é importante
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entender que todo culto deve ser celebrado conforme os moldes bíblicos. Quando a Igreja se
reúne, seu principal objetivo é glorificar a Deus, render-lhe graças, ser edificada mediante a
exposição da Escritura, se empenhar na prática da oração, entoar cânticos e salmos e a poderosa
Palavra de Deus (Sl 116.12; Fl 4.6).

1. Sugestão: Segue alguns textos bíblicos apropriados para um culto em ação de graças (Sl
103.1-5; 106.3; 105.1-5; 116. 12-14; Cl 3.15-17; 1Ts 5.18; 1Tm 1.12; Ef 5.20), e alguns hinos da
Harpa Cristã: 597, 596, 79, 370, 121, 196, 42, 130.

V - CELEBRAÇÃO DA CEIA DO SENHOR

Em (Ex 12.15) está instituído a primeira Páscoa, e, em (1Co 11.23-26), a Ceia do Senhor. A Ceia
do Senhor é um memorial neotestamentário que representa a mais sublime festa da Igreja aqui na
terra. Foi instituída por Jesus, para que seus servos, sempre que a celebrassem tenham a memória
do seu padecimento na cruz do calvário. A narrativa de Paulo em (1Co 11.20-32), é o registro
mais antigo que temos dessa celebração, e data do ano 57 d.C., ou seja, 27 anos depois da
celebração feita por Jesus e os seus discípulos (Mc 14.22-26). Cinco anos antes, o Apóstolo
Paulo havia ensinado à Igreja de Corinto (1Co 11.23), e então argumenta sua autoridade quando
diz: “Eu recebi do Senhor, o que também vos ensinei”. O modelo correto é o da primeira que foi
preparada pelos apóstolos e ministrada por Jesus. Conforme relatos de (Mt 26.17-20; Mc 14.18;
Lc 22.29,20), da qual participaram os discípulos.

1. Formas de celebrar a Ceia do Senhor.

a. Transubstanciação (errada). Doutrina Católica que afirma que o pão e o vinho tornam-se
literalmente a carne e o sangue de Cristo respectivamente. Posição defendida por católicos.

b. Consubstanciação (errada). Doutrina das igrejas tradicionais que afirma que a presença de
Cristo está dentro dos elementos da Ceia e trazem após a oração do sacerdote conferindo graça e
transformando-se num verdadeiro sacramento. Posição defendida por episcopais e luteranos.

c. Memorial (correta). Doutrina Bíblica seguida pelos pentecostais (Assembleia de Deus), que
segundo a Bíblia Jesus está presente no ato da Ceia espiritualmente com os crentes, e que os
elementos da mesma são um memorial, uma lembrança da sua morte, ressureição, e a esperança
de que ele vai voltar para arrebatar a sua Igreja (1Co 11.26).

2. Os elementos da Ceia do Senhor (Santa Ceia).

a. O Pão. Simboliza o corpo de Cristo que foi dado por nós (1Co 11.24; Is 53.5), não se torna o
corpo de Cristo fisicamente, mas é apenas de caráter representativo: (1Co 11.24), em memória
de mim. Portanto, é extremamente errado orar a Deus para transformar os elementos da ceia,
pois Jesus está presente espiritualmente no memorial, e não de corpo físico como sustenta a
Igreja Católica a respeito da hóstia que para eles é literalmente o corpo físico de Cristo. Então,
como devemos orar? Dando graças (1Co 11.24)!

b. O Vinho (O cálice). Simboliza o sangue de Cristo derramado por nós (1Co 11.25). Não se
torna o sangue de Cristo, é de caráter representativo: (1Co 11.25), “em memória de mim”. Deve
ser um vinho não fermentado (com álcool), pois a Páscoa no Antigo Testamento, e nos dias em
que Jesus participou dela na última ceia com os seus discípulos, era extremamente proibido o uso
de qualquer alimento que fosse fermentado (Ex 12.15).

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c. Passos para o ofício. Em (1Co 11.24-28), a Bíblia diz que Jesus ordenou que os discípulos
repetissem essa cerimônia para que ele fosse lembrado, e que quando se ajuntassem para comer
do pão e beber do vinho, lembrariam do sacrifício de Jesus na cruz. De preferência o culto de
Santa Ceia deve ser um culto especial, só para a Ceia. Segue os mesmos princípios: oração
inicial, de preferência de joelhos; hinos que se refiram a Ceia (hinos da Harpa Cristã sugeridos:
301, 39, 199, 223, 22, 482, 35, 59, 60, 152, 308, 292, 282, 277).

VI - LANÇAMENTO DE PEDRA FUNDAMENTAL

O lançamento de pedra fundamental de uma obra para uso da Igreja do Senhor, tornou-se um
costume altamente significativo, pois é uma oportunidade que temos de cultuar a Deus e motivar
os irmãos a contribuir com os trabalhos de construção. É também um momento de exercitar a fé
nas promessas de Deus, e juntos levarmos ao conhecimento dos que nos rodeiam, o progresso da
obra de Deus aqui na terra (1Rs 6.1). O ato em si não exige um programa minucioso, mas deve
ser levado a efeito com muita alegria e expressão de louvores a Deus (Tg 5.13). O ato não deverá
ser demorado, e poderá ser feito assim: Convidar para a solenidade as autoridades locais e as
igrejas vizinhas.

1. Liturgia do culto. Oração inicial, agradecendo a Deus pelo passo de fé que a Igreja está
dando e suplicando a presença de Deus na solenidade, louvores com hinos próprios para o ato
(hinos da Harpa Cristã: 16, 93, 144, 212, 258), e cantados com vigor e verdadeiro sentido de
adoração; leitura do texto oficial do culto que pode ser (Gn 28.20-22). Convidar os obreiros
presentes, começando pelo mais conceituado no meio evangélico, para colocarem no lugar a
pedra fundamental. A cavidade poderá ser feita no momento para tornar o ato mais solene, em
seguida será feita a oração solene quando os obreiros houverem tomado a pedra com o oficiante
e a colocará na cavidade (buraco na terra).

2. Nota: Aconselha-se não pôr na cavidade uma Bíblia como alguns têm feito, pois entendemos
que a Bíblia, a Palavra de Deus não é para ser enterrada, mas anunciada. Além disso, é um ato
simbólico no início da construção, e quem enterra a Palavra comete um equívoco, pois a Palavra
é viva, e eterna. Enterro significa fim.

3. Observação: Se for oportuno, organize um desfile até o local do evento. Será uma maneira de
atrair o povo até o local do evento.

VII - INAUGURAÇÃO

O ato de inaugurar tem como finalidade agradecer a Deus pelo êxito alcançado e suplicar a sua
indispensável bênção para que sejam plenamente realizados os propósitos com os quais foi feita
a obra (Sl 110.1-5; 122.1-9; 2Co 5.1). Muitas são as obras realizadas pelos homens na atualidade
que se inaugura solenemente como: residências, colégios, hospitais, fábricas, etc. Entretanto
queremos nos prender a obras destinadas ao serviço sagrado, como um templo, por julgarmos
que tem maior importância, pelo sentido espiritual que encerra. Neste caso, será realizado um
culto com todas as suas características espirituais. E serão convidados para o ato inaugural as
autoridades locais e igrejas vizinhas.

1. Liturgia do culto inaugural. Normalmente o povo se reúne em frente do prédio, estando a


porta principal ainda fechada. No horário marcado, o oficiante iniciará a solenidade com oração.
O oficiante dará breve mensagem sobre o assunto (2Cr 7.14-16; Sl 132.8-10). Leitura adequada,
em seguida hinos adequados a inauguração, os hinos da Harpa Cristã nº 77, 144, 388, 477, 388,

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436, 454, 631, 632, 618). Após o corte ou o desatar a fita, adentrar ao templo na seguinte ordem:
Autoridades, convidados especiais, pastores, demais obreiros, corais, banda e o povo em geral.

2. Nota: Ao desatar a fita, o oficiante poderá citar ou ler (Is 26.2) ou outra expressão bíblica
própria para a ocasião. Quando todos já estiverem dentro do templo, ainda de pé, se fará a oração
inaugural. Em seguida as apresentações, as saudações e continuará o culto. A continuação do
culto é como os demais.

3. Observação: No momento das apresentações, é justo que se faça alusão aos serviços
prestados pelas pessoas que contribuíram para o êxito do trabalho. É um procedimento bíblico
sermos agradecidos. No término do culto, oração de despedida e agradecimento a Deus pela
vitória alcançada e uma palavra de agradecimento aos que atenderam o convite

VIII - BATISMO NAS ÁGUAS

O batismo nas águas ou em águas, é uma ordenação do Senhor Jesus conforme (Mt 28.19 e Mc
16.15). A palavra "Batismo" significa imergir, ou seja, o batismo é realizado por imersão (Mt
3.16; At 8.38). A ordenança do batismo saiu dos lábios de Jesus e todos os que verdadeiramente
acreditam no Senhor têm a alegria de cumprir este mandamento: "Portanto ide, fazei discípulos
de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mt 28.19).

1. Fórmula do batismo.

a. Só em nome de Jesus (errada). Alguns argumentam que o batismo tem que ser feito só em
nome de Jesus, mas afirmar isso acerca da fórmula batismal é uma prova de falta de
conhecimento Bíblico e teológico. Quem pensa assim criou uma fórmula que não existe modelo
nas Escrituras. A menção do batismo em nome de Jesus (At 2.38; 8.16; 10.48 e 19.5) encontra-se
em passagens que não tratam da fórmula batismal, e, sim, de atos ou eventos feitos em nome de
Jesus, pois tudo o que é feito em nossas vidas deve ser feito em nome de Jesus. Veja o que diz o
apóstolo Paulo em (Cl 3.17): "E tudo quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei-o em
nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai". O cristão quando se reúne, se reúne
em nome de Jesus; Quando louva a Deus com cânticos, louva em nome de Jesus; Quando
apresentamos uma criança, apresentamos em nome de Jesus. Os textos do livro de Atos só nos
mostram essa realidade e não uma fórmula batismal, veja (At 2.38): "Em nome de Jesus Cristo";
(At 8.16), "em nome do Senhor Jesus". Se essas passagens revelassem a fórmula batismal, seriam
iguais, pois qualquer fórmula é padronizada. O que a Palavra está dizendo é que as pessoas eram
batizadas na autoridade do nome do Senhor Jesus, mesmo porque não é possível que Pedro,
pouco tempo depois da ordem de Jesus, em (Mt 28.19), agisse de modo tão diferente, alterando a
fórmula batismal.

b. Em nome da Trindade (correta). Quando realizamos um batismo, realizamos em nome de


Jesus, mas de acordo com a fórmula dada por Cristo: "Em nome do Pai, Filho e Espírito Santo"
(Mt 28.19). Com o advento das redes sociais a fórmula do batismo tem sido banalizada, pois
surgiram muitos sites em que os seus conteúdos argumentam que ao batizarmos alguém,
devemos citar os nomes hebraicos de Deus (YHVH), Jesus (Yeshua) e do Espírito Santo (Ruach
há Qodesh), causando confusão nas mentes dos incautos, mas não encontramos nenhuma base
sobre isso nas Escrituras, pois no Novo Testamento grego não aparece o nome hebraico de Jesus
(Yeshua), e sim o seu nome grego (Iesous), e o nome latino de Jesus (Jesvs) é uma transliteração
direta do grego (Iesous).

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2. Liturgia do batismo. O ato deve ser praticado na forma bíblica e quem vive a vida
recomendada pela Palavra de Deus. O exame de quem vai se batizar deve ser criterioso, sempre
que possível pelo Pastor da Igreja. Em seguida deve ser apresentado à Igreja, para que a mesma
aprove ou não o candidato apresentado. Uma vez aprovado pelo plenário da Igreja, deve ser
apresentado a Deus em oração. Havendo desaprovação, o candidato dever ser melhor ensinado
na vida cristã e aguardar uma próxima oportunidade vivendo fielmente ao Senhor. O oficiante já
dentro da água ou fora dela, fará a leitura bíblica seguida de uma oração, antes de dar início ao
ato. O batizante será orientado a colocar as mãos entrelaçadas sobre o peito. O oficiante colocará
uma mão sobre batizando e levantando a outra mão ao alto, lhe fará as seguintes perguntas: O
irmão crê que Jesus é o Salvador e Senhor de sua vida? Promete viver para Ele durante toda a
sua existência? Está disposto a obedecer a sua palavra incondicionalmente? Após ouvir o sim,
do candidato, o oficiante dirá: “Segundo a tua confissão, o teu testemunho, e a ordem do Senhor
Jesus; eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Se houver alguém enfermo, e
com dificuldades de locomoção, recomenda-se deixar por último, é mais prudente. Terminado o
batismo, o oficiante fará uma oração para dar ciência ao dirigente do trabalho que concluiu o ato.
Alguns hinos da Harpa Cristã sugeridos: 470, 447, 389, 360, 358, 471, 515.

Observação: Se o batismo for efetuado em águas correntes, é importante que o oficiante


conheça o local, e tenha auxiliares consigo, para evitar perturbações à solenidade. Cabe a quem
fica na direção do trabalho a distribuição de outros atos que terão lugar paralelamente, como
cânticos, segurança, vigilância e etc.

IX - NOIVADO

Ficar noivo é um costume adotado pela nossa sociedade, por quem pretende assumir a
responsabilidade de um casamento. Para tanto, os pretendentes já devem ter decidido assumir
uma posição mais séria e definida quanto ao casamento. Com muita frequência namorados
solicitam do seu Pastor a celebração do seu noivado, e não raras vezes o obreiro fica embaraçado
quanto a forma de proceder a cerimônia solene. Coisa que por sua vez é simples, mais muito
importante (Is 62.5; Jl 2.16).

1. Sugestão para celebração de um noivado. Em primeiro lugar, o noivado é uma solenidade


que dá início a união de duas famílias, e como tal deve ser oficiado em casa de um dos pais.
Muitos são de acordo que o noivado deverá ser oficiado na Igreja para que todos tomem
conhecimento, entretanto consideramos que esta festa deve ocorrer entre as duas famílias, e com
a presença do Pastor da Igreja, juntamente com os convidados pelas famílias. Então quem vai
oficiar um noivado deve ter um prévio entendimento com o casal de namorados, fazendo-lhes
ver que o lugar mais adequado para a solenidade é no recinto da família, e não no templo. O dia,
horário e o local devem ser previamente acertados. O oficiante deve comparecer devidamente
trajado, para dar um brilho especial ao evento. A linguagem deve ser clara; porém equilibrada
quanto ao aconselhamento às partes. O ofício deve ter início justificando-se o motivo do
encontro; o oficiante prenunciará as seguintes palavras: “Estamos aqui diante de Deus, para de
forma solene celebrarmos o noivado de (citar os nomes dos noivos) sendo de comum acordo às
duas famílias, e considerando que o tempo de namoro foi suficiente, para que este casa chegasse
à conclusão de que Deus os quer unir em casamento, e que agora diante de Deus Pai, Filho e
Espirito Santo, e testemunhado por todos os presentes, oremos pedindo a Deus que oriente e
fortaleça esta união”. Feita a introdução e a oração inicial, o oficiante fará a leitura de um texto
da Palavra de Deus que poderá ser os seguintes: (Gn 24.58-61; Sl 1.1-3; Pv 16.1; Mt 18.19; Lc
6.48). Após a leitura, o oficiante fará um breve comentário sobre a mesma, para dizer ao casal
que a responsabilidade agora será muito maior; tanto diante da família, da sociedade, da Igreja e
principalmente diante de Deus. Dirá que o noivado não dará direito a práticas sexuais, que só
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será permitido após o casamento, momentos em que os dois tornar-se-ão a mesma carne.
Também deve lembrar que o proceder dos noivos deve ser norteado pelo temor do Senhor, afim
de que a preparação para o casamento receba a plenitude das bênçãos do Altíssimo e em tudo Ele
seja glorificado. Depois da palestra, o ministrante pedirá aos pais dos namorados para ficarem
próximos aos filhos, e com as alianças levantadas dirá: “Estas alianças serão testemunhas
visíveis do pacto que estas duas vidas celebram diante de Deus”. É um compromisso solene que
deve ser respeitado por ambos, e pelas famílias a quem pertencem, cujo efeito conduz ao altar do
matrimônio com a certeza de que Deus confirmou a decisão tomada. Os hinos sugeridos da
Harpa Cristã são: 150, 195, 13, 250, 492, 362, 317.

2. Ato seguinte: O oficiante pedirá ao pai do rapaz para colocar a aliança no dedo e na mão
correspondente da moça. Após, a mãe da moça colocará a aliança no dedo e na mão
correspondente do rapaz. Após este ato o oficiante pedirá para que o noivo coloque a sua mão
em que está a aliança sobre a mão em que está a aliança da sua noiva e fará oração a Deus,
pedindo-lhe que confirme o que se acaba de celebrar. Após a oração, os noivos se
cumprimentarão na condição de noivos e dirão um ao outro com suas próprias palavras e então o
ministro dará a reunião por encerrada deixando o lugar para os cumprimentos entre as famílias e
os convidados.

X - CELEBRAÇÃO DE CASAMENTO

O casamento é uma instituição que tem os seus fundamentos, normas e princípios contidos na
Palavra de Deus (Gn 2.24): “Portanto deixará o homem seu pai e sua mãe e unir-se-á à sua
mulher, e serão os dois uma só carne”. Quanto a maneira de celebrá-lo, não há muitas opções, se
desejamos que o ato seja realizado dentro dos critérios bíblicos, éticos, culturais, morais e legais.
O casamento religioso com efeito civil, amparado no decreto lei 1.110, de 23 de maio de 1950,
que é oficiado pelo Pastor, com a autorização do Juiz. Este deve ser sempre que possível o
preferido pelos cristãos. Os nubentes, através do escrivão “ad hoc” que funciona na Igreja, ou
por conta própria, devem habilitar-se para o casamento no Cartório de sua circunscrição
(Comarca). Após a habilitação, apresentarão a Certidão expedida ao escrivão, e ao mesmo
tempo comunicar ao Pastor da Igreja para que o mesmo tome conhecimento quanto a data do
evento e outras implicações de ordem eclesiástica e jurídica. Com base na habilitação, o escrivão
“ad hoc” lavrará o termo de casamento em formulário oficial e o fará constar em livro próprio
da Igreja que servirá de prova para o Registro Civil do Casamento.

1. Importante: Os noivos devem ter profundo conhecimento sobre a importância do


casamento. Palestras devem serem ministradas pelo Pastor, ensinando que o casamento é um ato
divino e sagrado, e deve ser respeitado e preservado. Veja referência: (Mt 19.5,6). “E disse:
portanto deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão os dois uma só carne.
Assim não são mais dois, mas uma só carne; portanto o que Deus ajuntou não o separe o
homem”. O oficiante deve conhecer os noivos pelos seus nomes, ou tê-los anotados em sua
mesa, para consultá-los quanto necessário. O oficiante deve ter certeza de que o termo foi
lavrado de acordo com o expedido pelo Cartório.

2. A solenidade. A organização de entrada na Igreja, e a música escolhida para o ato fica a


critério da organização. O oficiante ao mesmo tempo, toma sua posição. Os nubentes com as
testemunhas se posicionam, e logo o Ministro dirá as seguintes palavras: Comparecem a esta
solenidade (fulano) e (fulana) para solenemente unirem-se em matrimônio (havendo cumprido as
formalidades legais, conforme consta no decreto nº_____ expedido pelo ________________
etc.). O oficiante perguntará aos presentes: Há alguém que se oponha a este ato? (Esta pergunta
consta das formalidades capituladas no Código Civil). Em seguida o oficiante fará ao noivo a
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seguinte pergunta: Fulano é de sua livre e espontânea vontade, receber como sua legítima
esposa? Promete diante de Deus, ajudá-la, assisti-la, protegê-la em todos os momentos de sua
vida seja na bonança ou na adversidade? O “sim, prometo”, deve ser ouvido por todos. A mesma
pergunta deve também ser feita à noiva, que por sua vez também responderá sim, prometo. No
caso de a cerimônia incluir entrega de alianças, o Ministro dirá ao noivo: "__________________
(nome do noivo), que penhor você dará a __________________ (nome da noiva) como teste-
munho de suas promessas?" O noivo porá a aliança sobre a Bíblia do Ministro, e o ministro,
segurando a aliança, dirá ao noivo que repita as seguintes palavras: "Usando esta aliança como
símbolo de nossa união, eu me caso contigo, unindo a ti o meu coração e a minha vida, e
tornando-te participante de todos os meus bens." Entregando a aliança ao noivo para que ele a
coloque no dedo anular da noiva, o Ministro dirá ao noivo: "Que esta aliança seja o símbolo
puro e imutável do seu amor." Em seguida, o Ministro dirá à noiva: "__________________
(nome da noiva), que penhor você dará a __________________ {nome do noivo) como teste-
munho de suas promessas?" A noiva colocará a aliança sobre a Bíblia do Ministro, e este,
segurando a aliança, dirá à noiva que repita as seguintes palavras: "Usando esta aliança como
símbolo de nossa união, eu me caso contigo, unindo a ti o meu coração e a minha vida, e
tornando-te participante de todos os meus bens." Entregando a aliança à noiva para que ela a
ponha no dedo anular do noivo, o Ministro dirá à noiva: "Que esta aliança seja o símbolo puro e
imutável do seu amor." Em seguida o oficiante pronunciará as seguintes palavras: “Diante da
vossa manifestação de vontade, de vos receberdes em matrimônio, eu Ministro do Evangelho,
representando neste matrimônio o registrado civil, em nome de Deus e da Lei vos declaro
casados”. Nesse instante o auditório deve estar de pé e, logo após deverá ocupar os assentos.
Após isso, o oficiante anunciará a leitura do termo de casamento pelo escrivão. Após a leitura,
segue as assinaturas, no termo do livro da Igreja, na ordem prevista na lei: Oficiante, noivo,
noiva, testemunhas, então o Ministro iniciará o ato religioso, com uma leitura bíblica seguida de
uma breve oração, estando todos de pé. Os textos podem ser: (Gn 2.18-24; Hb 13.1; Ef 5.22,23).
O tempo para a explanação não deve exceder a 15 minutos. Se houver mais de um cântico, coral,
conjunto, ou solo, deve o primeiro ser executado logo após a leitura da Palavra e antes de
qualquer explanação. O Ministro tomando as alianças, levantando as duas, e separando uma da
outra dirá: “Que estas alianças, feitas de metal nobre, sirva como memorial deste pacto feito
diante das testemunhas presentes”. Após, o Ministro os fará ajoelhar para receberem as bênçãos
em oração, então o Ministro concluirá, dizendo: “O que deus ajuntou não o separe o homem”.
Hinos sugeridos da Harpa Cristã: 150, 195, 13, 250, 492, 362, 317.

XI - APRESENTAÇÃO DE CRIANÇA

“Deixai vir a mim as crianças, e não as impeçais, porque das tais é o Reino de Deus” (Lc
18.16). O ato de apresentar crianças tem respaldo bíblico, ainda que não constitua um
mandamento neotestamentário. Era um costume instituído na Lei de Moisés, que logo a Igreja
adotou na forma que conhecemos (Lc 2.21-24). O oficiante do ato é sempre o Pastor da Igreja
ou, no seu impedimento, um obreiro que imediatamente responda em seu lugar. Não existem, a
rigor, normas que privem os obreiros ainda não pertencentes ao ministério de praticarem o ato,
desde que estejam na função de dirigentes do trabalho se não houver um Ministro presente. A
apresentação da criança é celebrada sempre no final do culto, com uma oração específica,
estando presentes, os pais ou pessoas que o crie como responsável legal. O oficiante deve receber
a criança, conhecer o nome completo da mesma que vai ser apresentada. Se os pais não forem
suficientemente conhecidos, deve-se apresentar os pais para que a Igreja tome conhecimento.
Após a oração, o oficiante devolverá a criança a mãe ou responsável, em seguida são dados os
parabéns aos pais ou responsáveis. Na oportunidade deve o oficiante lembrar os pais ou
responsáveis da responsabilidade na educação cristã dos filhos. (Dt 6.4-9; Pv 22.6).
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Nota: Constantemente são trazidas crianças de pais não crentes para serem apresentadas. A
decisão do obreiro de aceitar ou não é exclusivamente pessoal.

XII - UNÇÃO COM ÓLEO

1. Unção com óleo. A unção com óleo tem sido matéria duramente debatida por alguns
ministérios que utilizam o azeite para ungirem casas, carros, móveis, terrenos, animais, e por aí
vai. A Bíblia nos ensina a maneira correta de procedermos que é ungir os enfermos (Tg 5.14-15).
A unção é praticada pelos presbíteros, evangelistas e pastores, que também são presbíteros. Não
é, biblicamente função de mais ninguém. Se o enfermo estiver internado em hospital, só deve ser
ungido com autorização/consentimento do seu médico. O local da unção é a cabeça. E, é
conveniente informar que o óleo é usado como símbolo do Espírito Santo, mas a cura vem pela
oração da Fé. “...e a oração da fé salvará o doente...”. No momento da unção do enfermo são
sugeridos alguns hinos da Harpa Cristã: 7, 517, 415, 453, 360, 167, 6, 520, 510, 491, 594, 427,
292, 129, 110.

2. Azeite da Unção. Diferente do que muita gente prega hoje nos púlpitos das igrejas, o óleo
(azeite) da unção utilizado no Antigo Testamento para ungir determinadas pessoas especiais e
objetos sagrados, não tem relação alguma com os tipos de óleos utilizados atualmente nas igrejas
para ungirem os enfermos. O azeite que foi confeccionado no Antigo Testamento por Moisés,
tinha uma única finalidade específica que era ungir os utensílios do Tabernáculo e os sacerdotes
filhos de Arão, que eram os sumos sacerdotes que iriam assumir o ofício como tal, após o
término do ministério de seu pai (Ex 30,26-32; (Ex 30.22). Cada especiaria era preparada
separadamente segundo está registrada na Toráh Oral (conjunto de tradições a respeito dos
pormenores relacionados às leis de Moisés), e após estarem prontas eram então colocadas dentro
de uma panela com água e eram fervidas juntas até que a água evaporasse, então estavam prontos
os 35 quilos de azeite para a unção. Deus deu uma ordem específica sobre esse azeite especial o
qual deveria ser fabricado uma única vez e não mais que isso (Ex 30.31-33). É importante
esclarecer aqui que o azeite geralmente era derramado sobre a cabeça e sobre os olhos do Sumo
Sacerdote, o que apontava para a sua condição de príncipe do Eterno (unção sobre a cabeça) e a
visão e revelação do Eterno (unção sobre os olhos). Se o Sumo Sacerdote substituto fosse filho
do Sumo sacerdote em exercício, então não seria necessariamente obrigatória a unção deste, mas,
se o Sumo Sacerdote morresse, e o seu filho ainda não tivesse a idade de assumir o ofício, então
seria escolhido um Sumo Sacerdote de outra família e então seria necessária a unção sobre este.
Posteriormente esse óleo especial foi utilizado também para ungir alguns profetas, como por
exemplo Eliseu (1Rs 19.16), e também os reis da tribo de Judá, em especial a Davi, que foi
ungido com esse óleo especial uma vez (1Sm 16.13), e Salomão o qual foi ungido por duas
vezes com esse óleo (1Rs 1.39,45) que ficava armazenado dentro de um chifre, e que era
guardado no Tabernáculo. Na prática, Salomão não precisaria receber a unção deste óleo, por ser
ele filho de Davi, mas como o seu irmão Adonias estava usurpando o trono, então foi necessária
a confirmação de Deus. Existem alguns reis que foram ungidos com o óleo na Bíblia, e que não
pertenciam a tribo de Judá, nesse caso era uma ordem que partia do próprio Deus, como foi o
caso de Jeú que foi ungido por determinação de Deus através do profeta Eliseu (2Rs 2.1-3), mas
esse azeite não era o mesmo que Moisés havia preparado anteriormente, e nem mesmo era
preparado com as mesmas especiarias, esse óleo era chamado de o bálsamo de Gileade (Jr 8.22)
o qual era também utilizado como remédio sobre os doentes. O rei Davi foi ungido por duas
vezes com esse bálsamo de Gileade, uma em Judá (2 Sm 2.4), e a outra em Hebrom (2Sm 5.3),
além da unção que recebeu com o óleo que havia sido preparado por Moisés (1Sm 16.13). A
unção que era derramada sobre os reis era diferente da unção dos sacerdotes, pois o azeite era
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derramado sobre a cabeça, apontando para a sua condição de rei perante o povo de Deus, e
também sobre a testa, indicando a Sabedoria de Deus sobre ele, e as vezes esse óleo poderia
descer pela barba e orla das vestes também (Sl 133.2). O próprio termo utilizado no hebraico
para Messias (ungido) vem da palavra (ungir). Esse óleo da unção desapareceu na destruição do
primeiro Templo de Jerusalém na época de Nabucodonosor, e quando esse templo foi restaurado,
não havia mais esse óleo especial ali, e como Deus proibiu o povo de fabricar outro semelhante,
inevitavelmente vem a seguinte pergunta: Como será feita a unção do Messias? O médico amado
Lucas nos dá essa resposta no seu Evangelho, quando ele diz: O Espírito do Senhor está sobre
mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos
cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, 21 Então, passou
Jesus a dizer-lhes: Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir (Lc 4.18). Jesus é o
Ungido de Deus que foi enviado para o que era seu, mas o seu povo o rejeitou (Jo 1.11), e por
causa dessa rejeição Israel tem permanecido cego até os dias de hoje (Rm 11.7-11), porém, no
futuro o Eterno vai restaurar a Glória de Sião e vai reinar sobre o mundo inteiro a partir de
Jerusalém em Israel (Is 2.1-4).

XIII - FUNERAL

O povo israelita tinha um profundo respeito pelos seus mortos; não praticavam o desprezo que os
gregos tinham pelo corpo, nem também cultuavam seus mortos como os egípcios. O método de
sepultamento em meio ao povo de Israel foi se modificando vagarosamente ao longo do tempo, e
na época de Cristo a lavagem e preparação para o sepultamento era bastante importante no
costume dos judeus. Para os israelitas o morto deveria ser enterrado no prazo de tempo mais
rápido possível, o corpo não era embalsamado, pois eles entendiam que deveria se tornar em pó
naturalmente, já no Egito o período para o embalsamamento era de 40 dias. Entre os judeus, o
cadáver era lavado, e enfaixado com tiras de linho juntamente com especiarias e perfumes. O
luxo com que era feito o sepultamento variava de acordo com as condições financeiras, o que
podia variar era a qualidade das tiras de linho, a quantidade e qualidade dos perfumes, a caixa
ossaria, a procissão com músicos e carpideiras, etc., (Lc 7.14; Mt 27.59; Jo 19.39,40). O corpo
era carregado num féretro, também chamado de andor, que nada mais era que uma tábua aonde
o corpo ia em cima enfaixado e a multidão o carregava; alguns féretros eram muitos luxuosos, já
outros, simples tábuas. Não havia caixões naqueles tempos, mas sim caixas ossuárias. O morto
era deixado em cima de uma laje com muito perfume para tentar neutralizar o odor, e depois de
feita a decomposição os ossos eram recolhidos em uma caixa e estas eram guardadas nos
túmulos, que continham diversas delas. Tais caixas eram feitas de cerâmica e mediam
aproximadamente 60 a 90 cm de comprimento, 30 cm de altura e 30 cm de largura, muitas destas
caixas são encontradas até hoje por arqueólogos; elas eram geralmente bastante decoradas, e
geralmente o nome do morto estava gravado nela. As procissões não eram silenciosas, lembre-se
que os judeus extravasavam seus sentimentos e não os guardavam, eles choravam e gritavam em
alta voz e batiam no peito. Por incrível que pareça, havia este costume nos tempos bíblicos, as
famílias dos mortos contratavam pranteadores (carpideiras e carpideiros) profissionais que eram
especializados em aumentar a tristeza do enterro, gritando nome de antepassados e criando um
clima cada vez mais depressivo, as famílias mais pobres às vezes contratavam somente um
destes, mas famílias ricas, dezenas. Os pranteadores recebiam seus pagamentos no fim do
enterro. Os cantores também não podiam faltar, eles entoavam lindos cantos e salmos cujas letras
se encaixavam bem para a ocasião, as letras tinham o objetivo de consolar. Na retaguarda da
procissão vinham os músicos, e o instrumento estabelecido pelos rabinos para o funeral era a
flauta.
1. Os velórios. Hoje em dia nós temos os velórios, e poucas pessoas sabem que isto é um
costume pagão que a Igreja Protestante herdou da Católica. Velório significa velar ou tomar

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conta da “alma do morto” ou “de seu corpo”, até que o padre chegue e encomende a alma. Mas é
duro demais querer explicar isto no momento de um enterro, a Igreja Evangélica deveria tratar de
livrar o seu povo disto, instruindo-o. Se você tiver de dirigir um velório, aproveite a ocasião e
pregue o Evangelho sutilmente e ore pelo consolo dos familiares.

2. Culto fúnebre. A cerimônia fúnebre é a que menos agrada ao Ministro oficiante, porém não
se pode fugir ao dever do ofício. Enfim, é mais uma oportunidade para se evidenciar os valores
espirituais.

3. Na residência ou no templo. O ministro se posicionará ao lado do féretro e lerá as seguintes


passagens (Jo 11.25-26; 1Ts 4.13-18; 2Co 1.5-7; 5.10; 1Co 15.35-55; Sl 116.15; Ap 14.13; 21.3,
4), que será seguida de uma oração e pelos hinos, que só serão cantados, se autorizado pela
família enlutada. Hinos sugeridos: 203, 332, 392, 241, 161, 316, 187, 592, 513, 61, 56, 55, 33,
623, 620, 614, 485, 398 (Harpa Cristã). Na hora do sepultamento, cantar o hino de nº 02 e
encerrar a cerimônia com uma oração.
4. A mensagem. A explanação do texto lido deve seguir a orientação do Espírito Santo.

a. O falecido era crente. Se a pessoa falecida era crente em Cristo Jesus, o Ministro preparará
uma mensagem de conforto e encorajamento baseado na esperança do que morre em Cristo. Não
deve falar dos defeitos da pessoa falecida, nem tampouco exagerar suas virtudes (Sl 103.13-17,
Fl 1.23; Sl 27.5) oferecem parâmetros apropriados para a mensagem.

b. O falecido não era crente. Se a pessoa falecida não era crente, poderá ser dito o seguinte:
"Por ter cessado sua existência terrena, entregaremos seu corpo à terra. Terra à terra, cinza à
cinza, pó ao pó. O espírito, nós o deixamos na mão de Deus. Este é o ponto final de uma vida.
No sepulcro não há obras, nem conhecimento, nem sabedoria, e a ele todos nós iremos cedo ou
tarde. Portanto, consagremo-nos hoje mesmo a meditar sobre a eternidade, e procedamos
esforçadamente na realização do máximo daquilo que Deus colocou em nossas mãos. Façamos
o que é correto e bom. Confiemos naquele que diz: 'Eu sou a ressurreição e a vida; aquele que
crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá
eternamente.'"

5. A entrega do corpo à terra. O ministro jogará um punhado de terra (uma só vez) sobre o
féretro, enquanto pronuncia as seguintes palavras: "Porquanto aprouve a Deus, Todo-poderoso,
em sua infinita providência, separar deste mundo a alma deste irmão, (ou irmã, ou criança,
conforme for o caso); portanto, nós entregamos o seu corpo à terra. Terra à terra, cinza à cinza,
pó ao pó, com a esperança e a certeza da ressurreição para a vida eterna de todos os que
dormiram em Cristo."

XIV – SEPARAÇÃO E CONSAGRAÇÃO DE OBREIROS E MINISTROS

1. Diáconos e Presbíteros. O ato de separação ao diaconato, e a consagração ao presbitério


(1Tm 3.1), é da maior importância para o próprio obreiro (Rm 11.29), para a Igreja a que
pertence (1Tm 3.7,13), e ainda para quem o oficia (2Tm 1.6). A indicação do obreiro cabe à
Igreja com seu corpo ministerial, porém quem tiver a tarefa espiritual de ministrar a ordenação
leva também consigo grande parcela de responsabilidade no ato de imposição de mãos (At
13.2,3). Cabe ao Ministro que oficia o ato ordenatório expor com clareza a importância do
exercício do Ministério que o candidato vai desenvolver. Depois da leitura dos nomes, os
candidatos à consagração se ajoelharão, em seguida serão impostas as mãos sobre cada um deles,
e se orará por eles, depois de lhes dizer o seguinte:
"Irmão______________________________________ (nome e sobrenome do candidato), os
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ministros e demais obreiros presentes lhes impomos as mãos, separando-o para o ministério ao
qual Deus o tem chamado, e pedimos ao Senhor que coloque sobre você a graça e os dons do
Espírito Santo, que o capacitarão para desempenhar este ministério." Em seguida, um dos
ministros (ou outro obreiro competente) orará por essa pessoa em particular, e assim se fará com
cada uma das pessoas separadas ao diaconato, ou consagrados ao presbitério. Hinos da Harpa
Cristã sugeridos: 605, 602, 601, 600, 503, 9, 24, 46, 115, 127, 132, 212, 299.

XV - BODAS DE PRATA E/OU DE OURO

1. Celebração. É um ato consagrado pela sociedade, mas é também uma boa oportunidade para
louvar a Deus pelas vitórias concedidas aos cônjuges pelo tempo de boa conveniência conjugal,
pelos descendentes que resultaram da união, (se houver). O ministro deve conhecer o quanto
melhor o viver feliz do casal, para que suas afirmações acerca deles não fujam a verdade. E só
deve ser mencionado atos positiva, marcante na vida do casal. Esta cerimônia não precisa ser
longa. O oficiante iniciará sempre com oração; os preparativos devem ser os melhores para
tornar o ato o mais solene possível. Entrada, púlpito, música adequada, tudo disposto para o
evento. Diante do ministro, os cônjuges, acompanhados de descendentes (se houver) ou de
alguém de seu relacionamento afetivo; se postarão e o ministro dará: “Louvamos a Deus pela
vida deles no matrimônio. Os nossos irmãos (nome do esposo e da esposa) solenemente
celebram as bodas (de prata ou de ouro) desta feliz e próspera união”. O ministro fará a leitura
da Palavra de Deus num dos seguintes textos: (Sl 103.1,2,5; 112; 128; Pv 31.10-31; Ef 5.22-33;
Hb 13.1,4; 1Pe 3.1-7), etc., a louvores solo, corais e etc. Em seguida o ministro dirá aos
cônjuges: Por (25 ou 50 anos) tendes vivido em santa União conjugal. É justo oferecerdes um
culto em ação de graças em gratidão por essa união que já dura (25 ou 50 anos) firme e
indissolúvel para a glória de Deus. O ministro dirá mais alguma coisa que sentir sob inspiração,
tomando por base os textos escolhidos. Hinos sugeridos da Harpa Cristã: 150, 195, 13, 250, 492,
362, 317.

2. Entrega das alianças. O ministro concluirá falando da importância das alianças entregando-
as aos cônjuges, primeiro ao marido que, ao colocar no dedo da esposa, ou transferindo a
oportunidade para um filho ou neto dirá algo de reconhecimento e elogio à esposa. Depois, a
esposa fará o mesmo com o esposo. O ministro fará a oração final, pedindo a Deus a continuação
de suas bênçãos sobre o casal e dará a bênção apostólica sobre eles.

XVI - DESPEDIDA DE OBREIRO PARA O CAMPO

É uma prática neotestamentária que se encontra em (Atos 13.2,3). Acreditamos que é do agrado
do Mestre que mantenhamos a mesma regra espiritual. Nada pode substituir a oração e o jejum
quando temos que separar e enviar um embaixador do Reino de Deus para o exercício do
ministério. A leitura bíblica e os hinos devem ser adequados ao que se está celebrando. Eis
alguns textos (Mt 9.35-38; Mc 16.15-20; Jo 17.18; 20.21; 10.16; 28.19; At 1.8), etc. Feita a
leitura, se fará oração e a apresentações, um obreiro falará em nome dos demais ou dos grupos
que se façam representar. Todos os atos, como poesias, cânticos, palavras de incentivo ao obreiro
que se despede, deverão acontecer antes da mensagem final. Após o mensageiro/pregador, que
poderá ser o que se despede, o pastor da igreja convidará a congregação para, em oração,
ministrar ao enviado e família as bênçãos do Senhor. Caso o orador final não seja o que se
despede, este deverá ter uma oportunidade para falar à igreja. Concluído o trabalho, o enviado e
família ficará à saída do templo em lugar próprio, para receber os cumprimentos da igreja. Hinos
da Harpa Cristã sugeridos: 605, 602, 601, 600, 503, 9, 24, 46, 115, 127, 132, 212, 299.

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XVII - CELEBRAÇÃO DE QUINZE ANOS

Tornou-se costume entre nós a celebração de ato solene na comemoração dos 15 anos, de nossas
mocinhas. Aqui daremos algumas sugestões para a celebração deste ofício. Esta cerimônia em
nossa igreja é um costume novo, consequente da evolução dos tempos, exigida pela sociedade;
não tem base bíblica, mas, também não fere a Bíblia. Por isso convém cuidado na condução
dessa cerimônia, para que o culto de gratidão a Deus, não se assemelhe a uma peça teatral. A
preparação do local para celebração do culto solene, se for o templo, deve ser cuidadosa, para
evitar manifestações de sentimento vaidoso. Cabe ao Pastor da Igreja expedir instruções
normativas a respeito. O celebrante deve fazer contato por antecipação com os pais da (s)
aniversariante (s), dando-lhe (s) orientação necessária quanto à elaboração do programa. O ofício
em si pode constar dos seguintes atos: O aniversariante poderá ingressar no recinto do culto na
forma convencional e aguardar o momento em que o oficiante comece o trabalho, quando, então,
se posicionará no lugar que lhe foi designado. Hinos sugeridos da Harpa Cristã: 295, 88, 575,
562, 533, 3, 25, 219.

1. Entrada dos pares. Uma música instrumental suave será executada, o Ministro conduzirá
pelo braço a mãe da aniversariante, e a deixará em um dos lados da plataforma. Ele se situará ao
lado direito da cadeira colocada para a aniversariante, e ali permanecerá de pé durante toda a
cerimônia. A seguir desfilarão 14 pares de moças e rapazes. Cada rapaz conduzirá uma moça
pelo braço esquerdo. Cada uma das moças terá uma flor na mão (podem ser usados cravos ou
açucenas). À medida que forem entrando, os casais se posicionarão em ambos os lados da
cadeira destinada a aniversariante, ao longo da plataforma, o rapaz de um lado e a moça de outro,
cada fileira terá, alternadamente, um rapaz e uma moça.

2. Entrada da aniversariante. Outra música apropriada será executada, a aniversariante entrará


segurando o braço de seu pai (ou, em substituição, o braço de quem ela escolher), caminhará
lentamente até a plataforma, e se sentará na cadeira especialmente decorada para a ocasião.
Dirigindo-se aos presentes, o Ministro dirá: "Amados irmãos e amigos, é para mim um privilégio
dar-lhes as boas-vindas em nome de Jesus Cristo por ocasião desta cerimônia de ação de graças
pelos 15 anos de vida de __________________ (nome da aniversariante), filha de
__________________ (nomes e sobrenomes dos pais). Com grande alegria invocamos a
presença de Deus para este ato e sobre a vida desta jovem. Oremos."

3. Oração. "Pai amado, nós nos aproximamos de ti neste momento para agradecer-te pela vida
de_________________ (nome da aniversariante). Damos-te graças porque tu a tens abençoado
até esta formosa idade de 15 anos. Imploramos-te que 3 teu Santo Espírito continue a guardá-la
e a proteja durante todos os dias de sua vida. Em nome de Jesus Cristo, nós te pedimos. Amém."

4. Entrega de flores e leitura bíblica. Nesse momento outra música de fundo será executada.
Cada moça, começando pela última que entrou, caminhará até a cadeira onde se encontra a
aniversariante, lhe entregará a flor e lerá para ela em uma Bíblia na qual estão marcados os 14
textos que hão de ser lidos, o texto bíblico que lhe corresponde, de modo que todos possam
ouvir. (A primeira moça, que entrou com a Bíblia, após ler seu texto, a entregará à segunda, e a
segunda à terceira, e assim sucessivamente). Moça 1: "Como purificará o jovem o seu caminho?
Observando-o segundo a tua palavra." (Sl 119.9). Moça 2: "Lembra-te do teu Criador nos dias
da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer:
Não tenho neles contentamento." (Ec 12.1). Moça 3: "Ninguém despreze a tua mocidade, mas sê
exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza." (1Tm 4.12).
Moça 4: "Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua
mocidade. Anda pelos caminhos do teu coração, e pela vista dos teus olhos, mas sabe que por
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todas estas coisas te trará Deus a juízo." (Ec 11.9). Moça 5: "Exorta semelhantemente os moços
a que sejam moderados. Em tudo te dá por exemplo de boas obras. Na doutrina mostra
integridade, reverência" (Tt 2.6,7). Moça 6: "Foge também dos desejos da mocidade; e segue a
justiça, a fé, o amor, e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor." (2Tm 2.22).
Moça 7: "Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de rubis." (Pv 31.10).
Moça 8: "Aquele, pois, que sabe o bem que deve fazer e não o faz, comete pecado." (Tg 4.7).
Moça 9: "Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade,
fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei." (Gl 5.22,23). Moça 10:
"Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, pois dele procedem as saídas da
vida." (Pv 4.23). Moça 11: "Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus."
(Mt 5.8). Moça 12: "Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade edificada sobre
um monte." (Mt 5.14). Moça 13: "Quando disseste: Buscai o meu rosto; o meu coração te disse:
O teu rosto, Senhor, buscarei." (Sl 27.8). Moça 14: "O mesmo Deus de paz vos santifique
completamente. E todo o vosso espírito, alma e corpo, sejam plenamente conservados
irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo." (1Ts 5.23).

5. Entrega da Bíblia e coroação. Quando todas as moças tiverem entregado as flores e lido o
texto bíblico diante da aniversariante, entrará o líder dos jovens da Igreja ou a esposa do
ministro, receberá a Bíblia das mãos da última moça, se colocará ao lado da jovem e dirá:
"Permita o Senhor que você guarde em seu coração, como um ramo de flores que nunca
murchará, os sábios conselhos que a Palavra de Deus lhe tem dado. Se você seguir com
fidelidade a vontade de Deus, receberá no final a coroa da vida." Em seguida a pessoa que
pronunciar estas palavras entregará à aniversariante a Bíblia na qual foram lidos OS 14 textos
antecipadamente marcados, e colocará sobre sua cabeça uma coroa que estava mantendo segura
na outra mão.

6. Saída do cortejo e da aniversariante. Uma música suave e majestosa será executada nesse
momento enquanto os participantes se preparam para sair. Os casais começarão a sair da
plataforma para a porta, na ordem inversa da que entraram, por último, sairá a aniversariante.

XVIII - SOLENIDADES CÍVICAS NO TEMPLO

As solenidades cívicas que costumeiramente ocorrem em nossos templos são, em geral, as


celebrações da Pátria (7 de Setembro), certas homenagens que por representantes do povo são
feitas a pessoas do nosso convívio, e outras reuniões cívicas, às quais se deseja dar uma feição
religiosa, como se celebrasse um culto em ação de graças. O dirigente deve conhecer os motivos
dos eventos e as pessoas que representam o povo e a instituição que o promove. A ordem pode
ser a seguinte: Abertura com oração, e louvores a Deus, Leitura bíblica por alguém que for
designado; oração. O dirigente fará a apresentação das autoridades presentes e dos visitantes,
nomeando os principais. Em geral, executa-se o Hino Nacional cantado por todos os presentes
(em tom de fã maior) e/ou tocado pela banda (em tom de dó maior), após o que o dirigente
declarará abertas a solenidade, mencionando o motivo. A palavra é, então, franqueada aos
titulares de entidades civis, militares e eclesiásticas, presentes e/ou representados. As
oportunidades serão intercaladas com louvor. Falará então o representante da organização que
promove o evento. Após esse orador, não se dá mais oportunidade a ninguém para falar sobre o
evento, salvo alguém cuja representatividade sobrepuje a este. O último orador de fato será o
mensageiro da Palavra de Deus, que deve ter tempo suficiente para desenvolver a sua mensagem
evangelística. Após o sermão, o dirigente fará ou designará alguém para fazer o apelo. Havendo
decisões, far-se-á oração pelos que se decidiram. Com uma palavra de agradecimento, o culto
será concluído, após a oração final e bênção apostólica.

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1. Nota: O programa para essas solenidades convém que seja criteriosamente elaborado, com o
tempo bem distribuído, para que o nome do Senhor seja exaltado. Hinos da Harpa Cristã
sugeridos: 633, 634, 635, 636, 637, 638, 639, 640.

XIX - A BÊNÇÃO APOSTÓLICA (2Co 13.13)

Impetrar a Bênção Apostólica no final de cada culto é sagrado, e uma prática consagrada entre
nós da Assembléia de Deus, e quase todos os evangélicos. Cabe dizer que tal ato não é
propriamente um mandamento, ou uma norma bíblica, mas acreditamos de todo o coração, que o
Espírito Santo de Deus foi quem inspirou o uso da Bênção Apostólica. A fórmula pode ser
diversificada entre os obreiros, mas o padrão bíblico é: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o
amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos”. Amém! (2Co 13.13).

21) NOÇÕES DE CONSTRUÇÃO

I - INTRODUÇÃO

A finalidade desta apostila é passar para os alunos do Curso de Missões algumas noções básicas
sobre construção civil. Bem verdade que não se pode aprender em apenas 08 horas-aula todo o
processo de construção nos seus mínimos detalhes. O que queremos é orientar de forma clara e
rápida como proceder e o que procurar na hora de construir.

Construção civil. Entendemos por construção civil a ciência que estuda as disposições e
métodos seguidos na realização de uma obra sólida, útil e econômica; por obra todos os trabalhos
de engenharia de que resulte criação, modificação ou reparo, mediante construção, ou que tenha
como resultado qualquer transformação do meio ambiente natural.

II - CONSTRUÇÃO DE TEMPLO

1. Pormenores. As construções de modo geral obedecem determinados padrões estabelecidos


pela prefeitura (Secretaria de Infraestrutura) e pelo CREA (Conselho Regional de Engenharia
e Agronomia). Para iniciarmos uma construção é necessário que antes façamos um desenho da
arquitetura com aprovação de um Engenheiro civil, registrando o mesmo junto ao CREA,
Prefeitura (Alvará de construção) e INSS.

2. Contribuições. Todas as contribuições para entidades religiosas são voluntárias. Em nossas


organizações temos as seguintes formas de contribuições:

a. Dízimos;

b. Ofertas;

c. Coletas;

3. Podendo classificar-se em: comuns, específicas, nominativas e anônimas.

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a. Comuns. São aquelas que normalmente são colhidas nos cultos para despesas gerais.

b. Especificas. São aquelas que se destinam para um fim especifico (Ex.: construção, compra de
equipamentos, etc.).

c. Nominativas. São aquelas que é registrado o nome do ofertante.

d. Anônimas. São aquelas que não se registra o nome do ofertante.

III - AQUISIÇÃO DO IMÓVEL

1. Da localização do terreno.

a. Verificar se o terreno está localizado próximo de prédios públicos, como por exemplo: Escola,
Hospital, Posto de Saúde, Delegacia de Polícia etc., e se próximo não existir outro templo
religioso com distância inferior a 500m.

Observação: É importante lembrar que terreno com medida inferior a 10m de largura não é
apropriado para templos.

b. Verificar nos Cartórios de Registro da Localidade se o referido imóvel não está sobre
protesto, penhora ou hipoteca.

c. Depois de tomadas todas estas providências, o pagamento do imóvel deve ser feito mediante a
transferência imediata da escritura, que deve ser colocada no nome do agente promotor
(SEMADI), e registrado em Cartório.

IV - LEGALIZAÇÃO DE PROJETOS

1. Junto a Órgãos Competentes. Antes de iniciar quaisquer atividades de construção, o


primeiro passo é procurar uma pessoa habilitada para projetar a construção de acordo as normas
do ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

2. Estudos preliminares.

a. No estudo preliminar são realizados os aspectos social, técnico e econômico, a localização do


lote e suas características, as opções possíveis, as avaliações de custos e de prazos. Para esse
estudo, deve ser contratado um técnico ou um profissional prático para fazer as medidas do lote,
determinando a área² (m²) do mesmo.

b. Situar o lote dentro da quadra, e suas medidas até às esquinas das ruas que formam a mesma.

c. Anotar os números das casas vizinhas, ou mais próximas do lote, para eventuais
identificações.

d. Verificar se existe rede elétrica, rede de esgoto, rede de água, tipo de pavimentação existente
na rua e nível econômico das construções vizinhas.

e. Não existindo rede de água, haverá a necessidade de colher informação nos vizinhos quanto a
profundidade média dos passos práticos.
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3. Devem ser tomadas as seguintes providências imediatas:

a. Limpeza do terreno. Para maior facilidade de trabalho no levantamento plano-aritmétrico


permitindo-se obter um retrato fiel de todos os acidentes de terreno e serviços de reconhecimento
do solo.

b. Abertura de poço freático. É sem dúvida a técnica que melhor satisfaz aos fins de
prospecção, pois não só permite uma possibilidade de se conhecer o solo melhor, como também,
permite a extração de algum material que pode ser empregado na construção, além de fornecer a
água usada na construção.

4. Anteprojeto. Feito o estudo preliminar, passa-se a elaboração do anteprojeto, para o qual


necessitamos mais os seguintes elementos:

c. Uso permitido da construção.

d. Plano diretor do município.

e. Residencial, comercial, industrial, recreativo, religioso e outros usos.

5. Densidade populacional do município para se prover a taxa de crescimento e tamanho


da OBRA.

a. Gabarito permitido (pelo código de obra do município).

 Altura permitida da obra.

 Recuos frente, fundo e laterais.

 Coeficiente de ocupação do lote = 70%.

6. Elementos geográficos naturais do local.

a. Latitude (Local);

b. Meridiano (Frente);

c. Orientação magnética (Posição de dormitórios etc.);

d. Regimes de ventos predominante;

e. Regime Pluvial;

f. Regime de temperatura (Altura).

Observação: Os desenhos não podem ser esquemáticos, mais devem ser completos claramente
de modo a permitir uma avaliação de cesto e de prazo. As peças apresentadas são plantas, cortes
esquemáticos e elevação.

V - PROJETO

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O projeto é consequência direta do anteprojeto. Compõe-se de duas partes distintas: partes


gráficas e partes escritas.

1. Partes Gráficas: que consiste das seguintes peças:

 Planta baixa;

 Cortes transversais e longitudinais;

 Fechadas frontal e lateral;

 Detalhes arquitetônicos;

 Infra e superestrutura de concreto;

 Instalações elétricas;

 Instalações hidro sanitárias.

a. Planta. É a projeção horizontal da seção reta passando em determinada cota. Pode ser de
quatro tipos:

b. Planta baixa. É a projeção horizontal da seção reta passando acima do piso. Nessa planta
secante são assinaladas por convenções, espessuras das paredes, larguras e posições dos
sanitários etc.

c. Planta do telhado. Representa a projeção horizontal das formas dos planos de declividades
dessas águas.

d. Planta de situação. Estabelece a posição da obra dentro do lote, fixando os recuos e


alinhamentos.

e. Planta de locação – é a que fixa as cotas dos elementos da fundação e infraestrutura com
relação às divisões do lote e o alinhamento das vias públicas.

OBS.: Os recuos para templos religiosos são: 4m frente e 1,5m laterais.

f. Cortes. São as projeções verticais dos cortes feitos num prédio por planos secantes
igualmente verticais de modo a representar as partes internas mais importantes, obtendo-se um
desenho das diferentes alturas de portais, janelas, portas, vigas, espessura da laje, do piso, do
forro, do telhado e dos alicerces. Usam-se no mínimo dois cortes: um longitudinal e um
transversal. O primeiro corresponde ao sentido da lateral, e o segundo é perpendicular ao
primeiro.

g. Fachadas. São projeções verticais dos exteriores do edifício, apanhando todos os elementos
dentro da configuração total.

h. Detalhes. São desenhos de dimensões ampliadas de certos elementos da construção para


melhor interpretação.

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i. Estruturas. São expressas por desenhos cotados e dimensionados de todos os elementos


estruturais da obra, como: alvenaria, madeira (telhado, formas), concreto armado e ferragens.

j. Instalações elétricas. São expressas por desenhos e perspectivas com cotas e


dimensionamento das redes de água fria, água quente, esgoto, e águas pluviais.

k. Impermeabilização. Deve-se obedecer às normas da ABNT.

l. Cronograma físico financeiro – é um calendário gráfico rigoroso, onde se prevê a época dos
eventos das atividades, e estabelece as datas dos suprimentos financeiros.

2. Partes escritas.

 Especificação de Materiais;

 Memorial descritivo;

 Orçamento;

 Registros.

a. Especificação de Materiais. Conjunto de condições mínimas a que deve satisfazer os


materiais para uma determinada obra. Determinação para execução de serviços visando o padrão
de qualidade.

b. Memorial Descritivo. É uma exposição detalhada do projeto, descrevendo as soluções


adotadas, as características dos materiais, os métodos do trabalho.

c. Orçamento. É a parte escrita que estabelece o custo provável da obra, nele constam as
unidades, as quantidades, os preços unitários, e os custos parcial e total.

d. Registro. Trata da legalidade dos projetos junto aos órgãos competentes.

 Prefeitura: Alvará de Construção;

 CREA: Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura;

 INSS: Matrícula.

VI - CANTEIRO DE OBRAS

O canteiro de obra deverá ser organizado de forma que lhe d6e condições de trabalho e
distribuição conveniente dos espaços. Um canteiro de obra bem prático deverá ter água, um
almoxarifado para materiais perecíveis (ex.: cimento) e tapume cercando o lote. OBS: O local da
construção é obrigatório que seja cercado.

1. Fundação. Fundação são os elementos estruturais destinados a transmitir ao terreno os cargos


de uma estrutura.

 Fundações diretas ou rasas (sem estacas).

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 Fundações indiretas ou profundas (com estacas).

Tomamos por exemplo uma construção de um templo religioso com as seguintes dimensões: 10
x 20, ou seja, 10 metros de frente por 20 metros lateral. Obedecendo aos critérios técnicos, serão
necessários alguns cuidados na hora de definir o tipo de fundação e condições normais, ou seja,
em um terreno onde tenha um solo compacto. Não será necessário o uso de sapatas. Nesse caso,
uma fundação com estacas moldadas in Loco. Resolvemos o problema da fundação.

a. Estaca in loco: Escavação feita com um tipo de trado ou cavadeira manual e depois lançado o
concreto até atingir a altura da viga baldrame.

b. Viga baldrame: É uma cinta de concreto armado, aplicada sobre o baldrame de blocos ou
tijolos determinando a altura do piso. Essa viga deverá ter medidas = (15 x 30 cm) ou seja 0,15m
de largura por 0,30m de comprimento com ferro de 5/16” a 3/8” e estribos a cada 15cm 4.2”

c. Pé direito. O pé direito é a medida que vai do piso a parte mais baixa do telhado; para templo,
o pé direito tem que ser de 4,00m a 6,00m2.

d. Cálculos de área de janelas. Segundo a ABNT, as aberturas das janelas e de um sexto da


área total = numa área de 200m2. Abertura para janelas é de 33m2.

NOTA: Divide o número encontrado por 10m, é o nosso caso:

FICA = 33 = 33 = 1,5 x 2,20 = 2,2 + 1,5 =


10 1,50

e. A dosagem do concreto. O concreto deve ser feito com dosagem de (1, 3, 3) ou seja:

 1 lata de cimento;

 3 latas de areia lavada;

 4 latas de cascalho lavado

A quantidade de concreto encontrado, multiplicando a largura pela altura e comprimento = Ex:


(0,15 * 0,30 * 60) = 2,7m3. Encontrando o volume do concreto, multiplica por 357 Kg de
cimento. Ex: 2,7 * 357 = 963,9 Kg. A quantidade de cimento e de 963,9 / 50 = 19278
arredondamentos = 20 sacos. Resultado: Numa construção de um templo 10 x 20, é necessário
20 sacos de cimento, para a viga baldrame, as colunas usa-se o mesmo processo de cálculos.

f. As ferragens. Para calcular o consumo de ferro. Nesse Exemplo acima, consiste em medir o
comprimento dos baldrames onde vai passar as vigas e colunas. EX: 20 + 20 + 10 + 10 = 60
metros
10 Cálculo = 60 x 4 / 12 = 20 x 5 = 100 Kg

20 20 Observação: O valor de cinco


varia de acordo com a bitola usada
10 no caso o 5/16”.

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g. Tabela de ferro.

O 4.2 =1,5 Kg por barra.


O 5.0mm = 3/16 = 2,0 Kg por barra.
O 6.0mm = ¼ = 3,0 Kg por barra.
O 8.0mm = 5/16 = 5,0 Kg por barra.
O 10.0mm = 3/8 = 6,5 Kg por barra.
O 12.7mm = ½ = 9 Kg por barra.
O 16.0mm = 5/8 = 13 Kg por barra.
O 20.0mm = 1 // = 18 Kg por barra.

Observação: A barra mede 12 metros de Comprimento.

h. Estribos. O 4.2 a cada 15 cm da viga ou pilar. OBS: Os estribos servem para prender os
ferros longitudinais e deve Ter de 3 cm menor que os diâmetros das vigas e pilares de todos os
lados.

i. Distância entre pilares. A distância dos pilares é de 4,00 metros.

j. Dosagem para levante de paredes. A preparação da massa para levante de paredes mais
adequado é de (1, 3, 4) ou seja, 1 lata de cimento 3 latas de areia e 4 latas de barro.

k. Dosagem para reboco. Traço para reboco 1, 4, 2.

 1 lata de cimento, 4 latas de areia;


 2 latas de bar.

22) NOÇÕES DE DIREITO

I - INTRODUÇÃO

O Direito está relacionado as leis, aos direitos, e aos deveres dos cidadãos de uma Pátria (País).

1. Direito. Sua raiz é expressa no latim como directus, indicando retidão, no entanto em sua
forma original é encontrada como ius, iuris, que entende o justo. Sobre directus, observa-se
referência em rectus, com raiz no indo-europeu *reg, interpretado explicitamente como reto, e
que funciona como uma ponte para a montagem de certas palavras, tais como: correto (no latim
correctus), retificação (no latim retificatio), regra (no latim regula) ou ressurreição (no latim
tardio como resurrectio).

II - AS 7 LEIS UNIVERSAIS DOS FILHOS DE NOÉ (GENTIOS)

A Bíblia nos dá um norte a respeito disso quando Deus estabeleceu no livro de Gênesis, as 7 leis
Universais antes da entrega das tábuas da Lei, através de Moisés no Sinai ao povo de Israel.
Essas 7 leis Universais são as leis que Deus deu aos gentios para andarem na sua presença.

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Enquanto os israelitas são regidos por 613 leis da Torá (Pentateuco), os filhos de Noé (gentios)
são disciplinados por 7 leis morais universais referidas na Torá e enumeradas pela tradição
judaica. O ser humano que respeita as 7 leis de Noé é considerado justo entre as nações e possui
lugar no mundo vindouro. São elas:

1. Não praticar idolatria.

2. Não blasfemar contra Deus.

3. Respeitar a vida humana.

4. Respeitar o direito alheio.

5. Respeitar a família e o casamento.

6. Respeitar os animais.

7. Estabelecer tribunais.

III - OS 10 MANDAMENTOS

Moisés escreveu os cinco primeiros livros da Bíblia, que descrevem o nascimento da


nação milhares de anos atrás. A missão de Moisés era libertar os israelitas para que eles se
tornassem uma luz para as nações vizinhas. Moisés começou liderando os israelitas (ou judeus) a
partir da escravidão no Egito com uma missão de resgate conhecida como Páscoa – onde Deus
libertou os israelitas de uma maneira que pontava para uma libertação futura para toda a
humanidade. Mas o objetivo de Moisés não era apenas liderar os israelitas resgatando-os da
escravidão do Egito, mas também guiá-los para um novo estilo de viver. Então, cinquenta dias
após a Páscoa que resgatou os israelitas, Moisés os liderou até o Monte Sinai (ou Monte
Horebe) onde eles receberam a lei. Mas quais ordenanças Moisés recebeu? Embora a Lei
completa fosse muito extensa, Moisés recebeu um conjunto de mandamentos morais específicos
escritos por Deus nas tábuas de pedra, conhecidas como os Dez Mandamentos (ou Decálogo).
Estes Dez Mandamentos formavam um resumo da Lei para o povo de Israel, e não para a Igreja.
São eles:

1. Não terás outros deuses além de mim.

2. Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas
águas debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto, porque eu, o
Senhor, o teu Deus, sou Deus zeloso, que castigo os filhos pelos pecados de seus pais até a
terceira e quarta geração daqueles que me desprezam, mas trato com bondade até mil gerações
aos que me amam e obedecem aos meus mandamentos.

3. Não tomarás em vão o nome do Senhor, o teu Deus, pois o Senhor não deixará impune quem
tomar o seu nome em vão.

4. Lembra-te do dia de sábado, para santificá-lo. Trabalharás seis dias e neles farás todos os teus
trabalhos, mas o sétimo dia é o sábado dedicado ao Senhor, o teu Deus. Nesse dia não farás
trabalho algum, nem tu, nem teus filhos ou filhas, nem teus servos ou servas, nem teus animais,
nem os estrangeiros que morarem em tuas cidades. Pois em seis dias o Senhor fez os céus e a

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terra, o mar e tudo o que neles existe, mas no sétimo dia descansou. Portanto, o Senhor abençoou
o sétimo dia e o santificou.

5. Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor, o teu Deus, te
dá.

6. Não matarás.

7. Não adulterarás.

8. Não furtarás.

9. Não darás falso testemunho contra o teu próximo.

10. Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem seus
servos ou servas, nem seu boi ou jumento, nem coisa alguma que lhe pertença.

IV - JUSTIÇA

É a particularidade do que é justo e correto, como o respeito à igualdade de todos os cidadãos,


por exemplo. Etimologicamente, este é um termo que vem do latim justitia, que é o princípio
básico que mantém a ordem social através da preservação dos direitos em sua forma legal. A
Justiça pode ser reconhecida por mecanismos automáticos ou intuitivos nas relações sociais, ou
por mediação através dos tribunais.

1. Justiça romana. Acredita-se que Iustitia foi introduzida à Roma pelo imperador Augusto em
27 a.C. e, portanto, não era uma divindade muito antiga no panteão romano. A justiça foi uma
das virtudes comemoradas pelo imperador Augusto em seu “clipeus virtutis”, e um templo
de Iustitia foi estabelecido em Roma em 8 de janeiro de 13 a.C., pelo imperador Tibério.

2. Símbolos da Justiça romana.

a. A Balança. Representam imparcialidade e a obrigação da lei de pesar as evidências. Cada


lado deve ser analisado e comparações são feitas à medida que a justiça é feita.

b. A Espada. Este item simboliza a imposição e o respeito, e significa que a justiça mantém sua
decisão e decisão e é capaz de agir. O fato de a espada ser desembainhada e muito visível é um
sinal de que a justiça é transparente e não é um instrumento do medo. Uma lâmina de dois gumes
significa que a justiça pode decidir contra qualquer uma das partes depois que as evidências
forem analisadas, e é obrigada a aplicar a decisão, bem como proteger ou defender a parte
inocente.

c. A Venda nos olhos. Representa a imparcialidade e objetividade da lei e não permite que
fatores externos, como política, riqueza ou fama, influenciem suas decisões, pois mostram que
sua concepção do direito era mais um saber agir, um equilíbrio entre a abstração e o concreto,
que significa que "todos são iguais perante a lei" e "todos têm iguais garantias legais", ou
ainda, "todos têm iguais direitos".

d. A chama. Representa a “verdade”, nunca deixada de lado quando se busca a justiça, enquanto
a espada simboliza a “autoridade judicial”, a capacidade coercitiva de executar julgamentos. Os
romanos pretendiam, assim, atingir a “prudentia“, ou seja, o equilíbrio entre o abstrato (o ideal)
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e o concreto (a prática). A justiça deve buscar a igualdade entre todos. Segundo Aristóteles, o
termo justiça denota, ao mesmo tempo, legalidade e igualdade. Assim, justo é tanto aquele que
cumpre a Lei (justiça em sentido estrito) quanto aquele que realiza a igualdade (justiça em
sentido universal). Justiça também é uma das quatro virtudes cardinais, e, segundo a doutrina da
Igreja Católica, consiste "na constante e firme vontade de dar aos outros o que lhes é devido”.

V - O PODER JUDICIÁRIO

A tarefa do Poder Judiciário é aplicar a Lei, julgando e interpretando fatos e, assim, assegurando
a aplicação do Direito conforme a Constituição. Os Órgãos da Justiça asseguram os direitos
individuais, coletivos e sociais da população, instituições e Estado. O órgão máximo da justiça
no Brasil é o Supremo Tribunal Federal, composto por 11 ministros nomeados pelo Presidente
da República.

1. O Supremo Tribunal Federal (STF). É o órgão máximo do Poder Judiciário brasileiro, e a


ele compete, precipuamente, zelar pelo cumprimento da Constituição, conforme definido em seu
art. 102. Por esse motivo, o STF é conhecido como o Guardião da Constituição Federal.

2. Tribunal de justiça. No sistema judiciário brasileiro, o Tribunal de Justiça é constituído por


juízes de segunda instância, conhecidos por desembargadores. Os tribunais de justiça são
hierarquizados e classificados de acordo com a sua jurisdição e competência. Por exemplo, o
Tribunal Superior Eleitoral (responsável pela aplicação da justiça no âmbito eleitoral), o
Tribunal Superior do Trabalho (responsável pela aplicação da justiça no trabalho) e o Superior
Tribunal de Justiça (responsável pela execução da justiça em todo o território nacional).

3. Justiça Federal. A Justiça Federal é regida pelo Superior Tribunal de Justiça, competindo a
ela o cumprimento da justiça pelos órgãos ou instituições que envolvem o Estado Brasileiro,
assim como as suas autarquias, fundações e empresas públicas. A Justiça Federal é dividida em
duas instâncias: Varas Federais, formadas por juízes federais; e os Tribunais Regionais
Federais.

VI - HIERARQUIA DAS LEIS

1. Constituição (Lei Magna de um povo). Conjunto de regras e preceitos, que se dizem


fundamentais, estabelecidos pela soberania de um povo para servir de base à sua organização
política e firmar direitos e deveres de cada um de seus componentes. No Brasil temos uma
Constituição Federal, em razão do sistema federativo adotado. São usadas também outras
designações com o mesmo sentido como: Lei Fundamental, Lei Magna, Código Supremo,
Estatuto Básico, Leis das Leis, etc.

2. Leis Complementares. As leis complementares destinam-se a complementar as normas


previstas na Constituição. Para que o Poder Legislativo (Congresso Nacional) aprove uma Lei
Complementar exige-se quórum especial, portanto, diferente das leis ordinárias. Face a sua
função de complementar ordenamentos constitucionais, a Lei Complementar é hierarquicamente
superior às Leis Ordinárias.

3. Leis Especiais. As Leis Especiais, em razão de serem específicas, adquirem uma hierarquia
superior quando conflitantes com as normas gerais.

4. Leis Ordinárias e Medidas provisórias. A Lei é uma regra de direito ditada pela autoridade
estatal e tornada obrigatória para manter, numa comunidade, a ordem e o desenvolvimento. A
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Medida Provisória, editada pelo Presidente da República, tem força de Lei durante 30 dias. Neste
prazo deverá ser rejeitada ou transformada em Lei pelo Poder Legislativo, ou então reeditada por
mais 30 dias.

5. Decretos. Os decretos são decisões de uma autoridade superior, com força de lei, para
disciplinar um fato ou uma situação particular. O Decreto, portanto, sendo hierarquicamente
inferior, não pode contrariar a lei, mas pode regulamentá-la, ou seja, pode explicitá-la, aclará-la
ou interpretá-la, respeitados os seus fundamentos, objetivos e alcance.

6. Pessoas Jurídicas. A pessoa jurídica pode ser uma sociedade anônima, uma sociedade
limitada, uma firma individual, uma associação, uma cooperativa, etc. A Sociedade Civil com
fins lucrativos é registrada no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas (Se for Sociedade
Anônima tem que ser registrada na Junta Comercial), as Sociedades Comerciais são registradas
na Junta Comercial.

7. Firma Individual. A Firma Individual confunde-se com a pessoa física. A Razão social é o
nome do titular, o nome fantasia ou a marca podem ser quaisquer outros.

8. Sociedade Limitada. A Sociedade Limitada exige participação de mais de uma pessoa, os


sócios podem ser pessoas físicas ou jurídicas. Os sócios respondem pelo total do capital social. O
gerente, ou gerentes devem ser definidos no contrato social, as alterações sociais serão
procedidas conforme convencionado no contrato. O capital social não precisa ser totalmente
integralizado, ou seja, mesmo definido um capital os sócios podem estabelecer a forma e prazo
para subscrevê-lo e integralizá-lo. A sociedade tem vida, direitos, obrigações e patrimônio
próprios, que não se confundem com os dos sócios. A sociedade limitada é uma "sociedade de
pessoas". A Sociedade Ltda. pode usar "Razão social" ou "Denominação Social". A empresa de
serviços não está sujeita ao ICMS (estadual) mas tem de pagar Imposto sobre os Serviços - ISS
(municipal). As sociedades limitadas podem ser dissolvidas judicialmente quando os sócios não
compuserem amistosamente para sua transferência ou liquidação. Havendo vontade da maioria
dos sócios (em relação ao capital) em prosseguir com a sociedade o sócio dissidente, ou que
queira a dissolução, receberá os seus haveres conforme contrato e poderá ser retirado da
sociedade. As cláusulas contratuais que não tragam prejuízo direto aos sócios minoritários,
poderão ser alteradas pela vontade da maioria. As sociedades civis não podem falir, já que não
são comerciais, mas podem ser liquidadas ou ter decretada sua insolvência.

9. Sociedade Anônima. A Sociedade Anônima é regida conforme seus estatutos e seu capital é
dividido em ações. Os acionistas poderão influenciar na administração da sociedade em
conformidade com o seu poder de decisão nas assembleias de acionistas, ou seja, dependendo da
categoria e quantidade de suas ações.

a. A Sociedade Anônima só pode usar a "Denominação Social".

b. A Sociedade Anônima classifica-se como uma "sociedade de capital".

10. Usos e Costumes. Os usos e costumes são uma importante fonte do Direito do Trabalho.
Muitas vezes, nos usos e costumes e na sua reiterada aplicação pela sociedade, é que se origina a
norma legal. Mesmo na empresa costumam aparecer regras que são aplicadas reiteradamente,
mas que não estão disciplinadas em lei. A gratificação é um pagamento feito pelo empregador
que tem por natureza o costume. De tanto os empregadores pagarem uma gratificação natalina
espontânea é que ela passou a ser compulsória, dando origem ao atual décimo-terceiro salário
(lei 4.090/62). O próprio contrato de trabalho não precisa ser necessariamente feito por escrito,

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podendo ser regido por aquelas regras do costume, ou seja, do que foi acordado tacitamente pelas
partes (art. 443 da CLT).

VII - PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO

Existem princípios que são comuns ao direito em geral, por exemplo, que ninguém poderá alegar
a ignorância do Direito; que se deve respeitar a dignidade da pessoa humana; que é proibido o
abuso de direito; que é vedado o enriquecimento sem causa, etc.
o princípio da boa-fé nos contratos é aplicável em qualquer contrato, seja no Direito Civil ou no
Comercial, mas também no Direito do Trabalho.

1. Empregado. É toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador,
sob a dependência deste e mediante salário.

2. Trabalhador Temporário. É a pessoa física contratada "por empresa de trabalho temporário,


para prestação de serviço destinado a atender à necessidade transitória de substituição de pessoal
regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de tarefas de outras empresas". É, portanto,
empregado da empresa de trabalho temporário, não tendo, porém, todos os direitos que são
assegurados pela CLT. Não deixa de ser, por conseguinte, empregado, porém um empregado
especial, com direitos limitados à legislação especial. A empresa de trabalho temporário o coloca
para trabalhar por um prazo máximo de 3 meses, cobrando um preço para tanto, que compreenda
os encargos sociais do trabalhador e sua remuneração pelo serviço.

3. Trabalhador Autônomo. A CLT não define trabalhador autônomo, apenas empregados. 0


Trabalhador autônomo é, portanto, a pessoa que presta serviços habitualmente por conta própria
a uma ou mais pessoas, assumindo o risco de sua atividade econômica; não é subordinado como
o empregado, não estando sujeito ao poder de direção do empregador, nem tendo horário de
trabalho, podendo exercer livremente a sua atividade, no momento que o desejar, de acordo com
a sua conveniência.

4. Trabalhador Eventual. o trabalhador eventual é a pessoa física contratada apenas para


trabalhar numa certa ocasião específica, exemplo: trocar uma instalação elétrica, consertar o
encanamento, etc., terminado o evento cessa a relação jurídica trabalhista.

5. Trabalhador Avulso. Trabalhador avulso é quem presta serviço a diversas empresas, sem
vínculo empregatício, pode ser de natureza urbana ou rural.

6. Estagiários. São alunos regularmente matriculados que frequentam efetivamente cursos


vinculados à estrutura do ensino público e particular, nos níveis superior, profissionalizante de
segundo grau ou escolas de educação especial, como escolas de formação de professores de
primeiro e segundo grau. O estágio é realizado mediante compromisso celebrado entre o
estudante e a parte concedente, com interveniência obrigatória da instituição de ensino.

7. Empregador. A CLT considera empregador "a empresa, individual ou coletiva, que


assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de
serviços". São equiparados ao empregador, para efeitos de relação de emprego, os profissionais
liberais, instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins
lucrativos, e outros que admitirem trabalhadores como empregados.

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8. Ajuda de custo. Ajuda de custo é parcela paga de uma só vez para o empregado atender a
certas despesas, sobretudo de transferência. Tem caráter indenizatório, nunca salarial, mesmo
quando excede de 50% do salário.

9. Comissões. Parcela salarial devida ao empregado comissionista, com base em percentual


aplicado sobre o total das vendas realizadas. A comissão pode mista (salário fixo + comissão) ou
pura (apenas comissão).

10. Diárias. São importâncias concedidas para cobrir gastos com deslocamento do trabalhador
da sede da empresa e cessam quando ele retorna.

11. Gratificação. Parcela salarial devida ao empregado, normalmente em virtude de um


trabalho especial executado durante a jornada normal de trabalho.

12. Décimo Terceiro Salário. Integram o 13º salário as horas extras prestadas habitualmente, a
gratificação periódica contratual, pelo seu duodécimo. O 13º salário deve ser pago em duas
parcelas. A primeira será paga entre os meses de fevereiro novembro de cada ano e a segunda até
o dia 20 de dezembro, descontando-se o INSS. Seu valor corresponderá a 1/12 da remuneração
devida em dezembro, por mês de serviço, do ano correspondente, sendo que a fração igual ou
superior a 15 dias de trabalho será havida como mês integral. A primeira parcela deverá ser paga
até 30 de novembro do ano em curso, salvo se paga no ensejo das férias.

13. Auxílio doença. Quando um empregado se afasta por motivo de doença por mais de 15 dias,
seu contrato de trabalho é suspenso a partir do 16º dia. Quanto aos primeiros 15 dias, a empresa
deve pagar o 13º salário; do 16º dia em diante ficará isenta. Quando o auxílio-doença se der por
acidente de trabalho o 13º salário deve ser pago integralmente.

14. Salário Família. O salário família é fixado pela previdência social. Tem direito a ela os
filhos com até 14 anos ou inválidos. Cada filho tem direito a uma quota.

15. Salário Maternidade. O salário maternidade é devido por cento e vinte dias de repouso sem
prejuízo do emprego. O valor pago pela empresa será compensado quando do recolhimento das
contribuições previdenciárias sobre a folha de pagamento.

16. Vale-transporte. O vale-transporte será custeado pelo beneficiário, na parcela equivalente a


6% de seu salário básico ou vencimento, excluídos quaisquer adicionais ou vantagens. O vale-
transporte não tem natureza salarial, nem se incorpora à remuneração do beneficiário para
quaisquer efeitos. O empregado que desejar receber ou não o benefício do vale transporte, deverá
preencher uma Declaração e Termo de Compromisso.

17. Auxílio Doença. Os 15 primeiros dias do afastamento do trabalhador em função de doença


serão pagos pela empresa, computando-se como tempo de serviço do trabalhador, porque trata-se
de hipótese de interrupção do contrato de trabalho. A partir do 16º dia é que a Previdência Social
paga o auxílio doença. O tempo de afastamento é computado para férias, pois se trata de
enfermidade atestada pelo INSS, salvo se o empregado tiver percebido da Previdência Social,
prestação de auxílio doença por mais de 6 meses, embora descontínuos, durante o curso do
período aquisitivo de suas férias.

18. Acidente de Trabalho. O dia do acidente do trabalho e os 15 dias seguintes serão


remunerados pelo empregador. Trata-se de hipótese de interrupção do contrato de trabalho, pois

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conta-se o tempo de serviço. O auxílio doença acidentário é devido pela Previdência Social a
contar do 16 dia seguinte ao afastamento do trabalho em consequência do acidente.

19. Aposentadoria por Invalidez. O empregado que for aposentado por invalidez terá suspenso
seu contrato de trabalho durante o prazo fixado pela legislação previdenciária para a efetivação
do benefício. A aposentadoria por invalidez, toma-se efetiva após cinco anos contados da data do
início da aposentadoria por invalidez ou do auxílio doença que o antecedeu.

VIII - O CIDADÃO

1. O que é cidadão. É o habitante da cidade; indivíduo no gozo (ou exercício) dos direitos civis
e políticos de um Estado (Dic. Aurélio).

2. Quando se torna cidadão. No momento em que se faz o alistamento eleitoral.

3. Para que serve o exercício da cidadania. Para reivindicar os direitos do cidadão, com o
objetivo do construir e transformar a sociedade, obtendo benefícios individuais e coletivos de um
Estado.

4. O estrangeiro é cidadão? Ele pode exercer sua cidadania em território estrangeiro? É


cidadão em relação ao seu pais de origem, e pode fruir dos direitos dos cidadãos do pais onde se
encontra, como estrangeiro.

5. Direitos e deveres do cidadão (Constituição Federal). Os direitos e deveres individuais e


coletivos do cidadão estão exarados no artigo 5º da Constituição da República Federativa do
Brasil, ou Constituição Federal, nos seus setenta e sete incisos.

6. Liberdade de Culto - Diz o Art. 5º e inciso VI da Constituição Federal, de 05 de outubro de


1988: “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício
dos CULTOS RELIGIOSOS e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas
liturgias”.

IX - AS INSTITUIÇÕES SOCIAIS

1. Que é Instituição Social. Fundação, estabelecimento, associação, organização, etc. (Dic.


Aurélio).

2. Para Que Servem as Instituições Sociais. Para organizar, congregar, controlar e dirigir as
pessoas ou indivíduos para auto realização e realização coletiva, e ainda com vista a obtenção de
objetivos comuns que muitas das vezes só é possível a sua conquista através de grupos sociais
organizados. Diz respeito ainda à própria natureza gregária do ser humano, ou seja, o homem
não consegue viver muito tempo sozinho ou isolado dos demais indivíduos.

3. Quais os Tipos de Instituições Sociais.

a. Civis. A família, a sociedade comercial e outras associações entre os cidadãos comuns;

b. Eclesiásticas. Igrejas, Seminários, Institutos Bíblicos, etc.

c. Militares. Exército, Marinha, Aeronáutica, Polícia Militares, Corpos de Bombeiros, etc.

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d. Políticas. Partidos Políticos, Sindicatos, Associações de Bairros, etc.

X - SEPARAÇÃO DA RELIGIÃO DO ESTADO

A República principiou estabelecendo a liberdade religiosa com a separação da Igreja do Estado.


Isso se deu antes da constitucionalização do novo regime, com o decreto 119-a, de 07/01/1890,
da palavra de Ruy Barbosa, expedido pelo governo provisório. A Constituição de 1891
consolidara essa separação e os princípios básicos da liberdade religiosa, (arts.11, § 2º; 72, §§ 3º
a 7º; 28 e 29). Assim, o Estado Brasileiro se tornara laico, admitindo e respeitando todas as
vocações religiosas. O decreto 119-A/1890 reconheceu a personalidade jurídica a todas as igrejas
de confissões religiosas. O Art. 113, item 5º, da Constituição de 1934 estatuiu que as associações
religiosas adquirem personalidade jurídica nos termos da Lei civil. Os princípios básicos
continuaram nas constituições posteriores até à vigente. Quanto ao tema deste tópico –
liberdade de organização religiosa houve pequenos ajustes quanto às relações Estado-igreja,
passando de uma separação mais rígida para um sistema que admite certos contatos.

1. Separação e Colaboração. De acordo com o Art. 19, I, é vedada à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos municípios estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-las,
embaraçar-lhes o exercício ou manter como eles ou seus representantes, relações de dependência
ou aliança, ressaltava, na forma da Lei, a colaboração de interesse público. A constituição
mesma já faculta que recursos públicos sejam, excepcionalmente, dirigidos a escolas
confessionais, como definido em Lei, desde que comprovem finalidade não lucrativa e apliquem
seus excedentes financeiros em educação, e assegurem a destinação de seu patrimônio a outra
escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao poder público, no caso de encerramento
de suas atividades (Art. 213). É mera faculdade que, por conseguinte, não dá direito subjetivo
algum a essas escolas de receber recursos do poder Público.

2. Assistência Religiosa. É assegurada, nos termos da Lei, a prestação de assistência religiosa


nas entidades civis e militares de internação coletiva (forças armadas, penitenciárias, casas de
detenção, casas de internação de menores etc.).

3. Casamento Religioso. O casamento válido juridicamente é o civil, mas o casamento religioso


terá efeito civil, nos termos da Lei (Art. 226, 1º e 2º). A Constituição de 1988 preferiu remeter a
regulamentação da validade civil do casamento para a Lei, ao contrário das constituições
anteriores que já estabeleciam as condições e requisitos da equiparação, trazendo, a esse
propósito, norma de eficácia plena.

4. Do Registro do Casamento Religioso para Efeitos Civis (LEI N.º 6.015, DE 31 DE


DEZEMBRO DE 1973). Art. 71º. Os nubentes habilitados para o casamento poderão pedir ao
oficial que lhes forneça a respectiva certidão, para se casarem perante autoridade ou ministro
religioso, nela mencionando o prazo legal de validade de habilitação. Art. 72º. O termo ou
assento do casamento religioso, subscrito pela autoridade ou ministro que o celebrar, pelos
nubentes e por duas testemunhas, conterá os requisitos o Art. 70, exceto o 5º. Art. 73º. No prazo
de trinta dias a contar da realização, o celebrante ou qualquer interessado poderá, apresentando o
assento ou termo do casamento religioso, requerer-lhe o registro ao oficial do cartório que
expediu a certidão. 1º. O assento ou termo conterá a data da celebração no lugar, o culto
religioso, o nome do celebrante sua qualidade, o cartório que expediu a habilitação, sua data, os
nomes, profissões, residências, nacionalidade das testemunhas que o assinarem e os nomes dos
contraentes. § 2º. Anotada a entrada do requerimento, o oficial fará o registro no prazo de 24
(vinte e quatro) horas. § 3º. A autoridade ou ministro celebrante arquivará a certidão de
habilitação que lhe foi apresentada, devendo, nela anotar a data da celebração do casamento. Art.
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74º. O casamento religioso, celebrado sem a prévia habilitação perante o oficial de registro
público poderá ser registrado desde que apresentados pelos nubentes, com o requerimento de
registro, a prova do ato religioso eles eventual falta de requisitos no termo da celebração.
Parágrafo único – Processada a habilitação com a publicação dos editais e certificada a
inexistência de impedimentos, oficial fará o registro do casamento religioso, de acordo com a
prova do ato e dos dados constantes do processo, observado no disposto no Art. 70. Art. 75º. O
registro produzirá efeitos jurídicos a contar da celebração do casamento.

5. Crimes contra a Religião. Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo,
Art. 208. Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir
ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de
culto religioso: Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa. Parágrafo único. Se há
emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à
violência.

a. Escarnecer de alguém por motivo religioso. Ultraje significa insulto; afronta; ofensa;
difamação; injúria. Escarnecer significa zombar; criticar; motejar; caçoar. Crença religiosa
consiste na fé em Deus ou na convicção em relação ao sobrenatural. Função religiosa é a
atividade desempenhada por uma pessoa (ministro do culto), no exercício da prática religiosa. A
ação deve ser praticada contra uma determinada pessoa e não a um grupo devendo ser realizada
em público, mas sempre em função da crença ou função religiosa

b. Impedir cerimônia e prática Religiosa. Impedir significa embaraçar; estorvar; obstar a;


paralisar; obstruir; interromper; suspender. Perturbar significa alterar; desnortear; desarranjar;
atrapalhar; agitar. A Lei Penal protege a cerimônia e a prática de culto religioso como valores
ético-sociais, desde que não seja contrariada, a ordem e paz pública, bem como os bons
costumes.

c. Vilipendiar ato ou objeto de culto. Vilipendiar significa humilhar; desonrar; desprezar;


tratar com desdém; ultrajar injuriosamente; considerar como vil; difamar; insultar; ofender;
vexar; do estar. O vilipêndio, que deve ser em público, pode ser praticado verbalmente,
graficamente ou através de gesticulação. O ato de vilipendiar ato de culto religioso refere-se a
objetos consagrados ao culto, como por exemplo: Bíblia Sagrada, hinários, louças utilizadas para
a Santa Ceia, instrumentos musicais, etc.

d. Constrangimento Público. O crime de constrangimento legal, nos termos do


art. 146 do Código Penal, consiste no ato de constranger alguém, mediante violência ou grave
ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a
não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda. Trata-se de crime de baixo
potencial ofensivo, uma vez que a pena cominada ao crime de constrangimento ilegal é de
detenção de 3 meses a um ano ou multa, remetendo-se o procedimento à lei 9.099/95.

e. Calúnia, difamação e injúria. São três os crimes contra a honra tipificados pelo nosso
código penal: Calúnia (art. 138); Difamação (art. 139) e Injúria (art. 140). Em muitas situações,
tanto o leigo como os operadores do direito, confundem os três institutos. Enxergo de forma bem
natural essa confusão, pois devido aos detalhes que cada instituto possui, se pouco explorados,
causam certa dificuldade de definição.

23) SAÚDE NO CAMPO MISSIONÁRIO


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I - INTRODUÇÃO

O missionário quando é enviado para o campo missionário deve ter em mente noções de saúde
pública e básica, pois como sabemos o povo brasileiro e até mesmo os campos de outros países
para onde são enviados os missionários é composto de pessoas de baixo poder aquisitivo e que
por isso estão longe das condições necessárias para uma vida saudável. A Constituição da
Organização Mundial da Saúde estabelece que o gozo do melhor estado de saúde é um direito
fundamental de todos os seres humanos, sejam quais forem suas raças, religiões, opiniões
políticas, condições econômicas e sociais, e que saúde é o estado de completo bem-estar físico,
mental e social e não apenas a ausência de doenças.

1. Saneamento básico. O verbo sanear quer dizer tornar são, habitável, sanar, remediar,
restituir ao estado normal. A expressão saneamento básico trata dos problemas relativos ao
abastecimento d’água, à coleta e disposição dos esgotos sanitários, ao controle da poluição
causada por esses esgotos, à drenagem urbana (águas pluviais) e ao acondicionamento, coleta,
transporte e destino final dos resíduos sólidos. Saneamento básico é fator de proteção à qualidade
de vida, sua inexistência compromete a saúde pública, o bem-estar social e degrada o meio
ambiente. Qualidade de vida e meio ambiente estão intrinsecamente relacionados. É preciso
preservar o meio ambiente fazendo-o permanecer salutar. Vários são os fatores diretos ou
indiretos, que influenciam na saúde das pessoas, tais como iluminação e ventilação adequadas,
habitação, fadiga, alimentação, ignorância, Educação, analfabetismo, promiscuidade, alcoolismo,
drogas, etc.

2. Saúde Pública. É a arte de promover e recuperar a saúde, orientando não apenas a pessoa
doente mais também o homem são, além de investigar as causas que existem no meio que o
rodeiam. Saúde pública é acima de tudo uma medicina preventiva e tem como aliado principal o
saneamento básico, o qual envolve a educação sanitária.

3. Doenças oriundas da falta de saneamento básico. São decorrentes tanto da quantidade


como da qualidade das águas de abastecimento, do afastamento e destinação adequada dos
esgotos sanitários, do afastamento e destinação adequada dos resíduos sólidos, da ausência de
uma drenagem adequada para as águas pluviais e principalmente pela falta de uma educação
sanitária. Para o engenheiro sanitarista é conveniente classificar as doenças infecciosas em
Categorias relacionando-as com o ambiente em que são transmitidas, desse modo:

a. Doenças infecciosas relacionadas com a água;

b. Doenças infecciosas relacionadas com excretas (esgotos);

c. Doenças infecciosas relacionadas com o lixo;

d. Doenças infecciosas relacionadas com a habitação.

4. Doenças infecciosas relacionadas com a água. Dos muitos usos que a água pode ter alguns
estão relacionados, direta ou indiretamente, com a saúde humana como água para beber, para
asseio corporal, para a higiene do ambiente, preparo dos alimentos, para a rega, etc. Na relação
água/saúde influenciam tanto a qualidade quanto a quantidade da água. As doenças infecciosas
relacionadas com a água podem ser causadas por agentes microbianos e agentes químicos e de

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acordo com o mecanismo de transmissão destas doenças podem ser classificadas em quatro
grupos:

1o. Grupo. Doenças cujos agentes infecciosos são transportados pela água e que são adquiridos
pela ingestão de água ou alimento contaminados por organismos patogênicos, como por
exemplo:

a. Cólera (agente etimológico: Vibrio Choleras);

b. Febre tifoide (agente etimológico: Salmonella Typhi);

c. Disenteria bacilar (agente etimológico: Shigella Spp);

d. Hepatite infecciosa (agente etimológico: Vírus), etc.

e. Medidas de controle. Tratamento adequado das águas de abastecimento (medida de


engenharia – ETA). Desinfecção caseira de água:

 Fervura: ferver durante 15 minutos e depois aerar;

 Iodo: 2 gotas de solução iodo (7%) em 1 litro d’água;

 Cloro: 1 gota de água sanitária (2%) em 1 litro d’água;

 Evitar ingestão de água de fonte desconhecida.

2o. Grupo. Doenças adquiridas pela escassez de água para a higiene. Estudos realizados em
várias comunidades comprovaram que a quantidade de água é mais importante que a qualidade.
Quando se aumentou o volume de água utilizado pela comunidade verificou-se uma diminuição
na incidência de certas doenças do trato intestinal, porém a diminuição não foi significativa
quando se melhorou a qualidade. A falta de água afeta diretamente a higiene pessoal e doméstica
propiciando principalmente a disseminação de doenças tais como:

a. Diarreias: responsáveis por grande parte da mortalidade infantil;

b. Infecções de pele e olhos: sarnas, fungos de pele, tracoma (infecção nos olhos), etc.;

c. Infecções causadas por piolhos: como a febre tifo.

d. Medidas de controle. Fornecer água a população em quantidade suficiente para uma


adequada higiene pessoal. Caso não haja sistema público de abastecimento, como no caso de
zonas rurais, devem-se utilizar águas subterrâneas ou águas meteóricas.

 Águas subterrâneas:

 Poços profundos ou artesianos;

 Poços rasos ou freáticos;

 Fontes.

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 Águas meteóricas:

 Cisternas aproveitando as águas que caem sobre os telhados.

3º. Grupo. Doenças adquiridas pelo contato com a água que contém hospedeiros aquáticos. São
aqueles em que o patogênico passa parte do seu ciclo de vida na água, em um hospedeiro
aquático (caramujo, crustáceo, etc.). Um exemplo clássico é a esquistossomose, em que, a água
poluída com excretas e que contém caramujos aquáticos, proporciona o desenvolvimento dos
vermes de shistosoma no interior dos caramujos. Depois os vermes são liberados na água na
forma infectiva (cercarias). O homem é infectado através da pele, quando entra em contato com a
água contaminada. Outras doenças deste grupo são contraídas pela ingestão de peixe malcozidos
e crustáceos contaminados.

a. Medidas de controle.

 Evitar o contato com água contaminada;

 Controlar a população de caramujos;

 Evitar a contaminação das águas superficiais através do tratamento adequado das excretas
bem com sua disposição final.

4º. Grupo. Doenças transmitidas por insetos vetores relacionados com água. São aquelas
adquiridas através de picadas de insetos infectados que se reproduzem na água ou vivem
próximos a reservatórios de água (mananciais, água estagnadas, córregos, etc.), como por
exemplo:

a. Malária (vírus) transmitida por mosquitos do gênero Anópheles;

b. Febre amarela e dengue (vírus) transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, que se reproduzem
em água limpa como, por exemplo, latas d’água, pneus com água, etc.;

c. Doenças do sono (causa sono mortal) que é transmitida pela mosca “tsé-tsé” (Glossino
longipennis) que se reproduz e vive nas vegetações das margens de córregos, picando as pessoas
que vivem em áreas próximas;

d. Oncocercose (causa cegueira), transmitida pela mosca (Simulium) que põe seus ovos em
córregos de fluxos rápidos e bem aerados.

e. Medidas de controle.

 Eliminação dos locais de reprodução dos insetos através de drenagem;

 Proteção das habitações através de telas contra insetos;

 Fornecimento de água a população para evitar visitas a córregos.

II - DOENÇAS INFECCIOSAS RELACIONADAS COM EXCRETAS (ESGOTOS)

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São aquelas causadas por patogênicos (vírus, bactérias, protozoários e helmintos) existentes em
excretas humanas, normalmente nas fezes. Muitas doenças relacionadas com as excretas também
estão relacionadas a água. Podem ser transmitidas de várias formas como, por exemplo:

1. Contato de pessoa a pessoa. Ex.: poliomielite, hepatite A;

2. Ingestão de alimento e água contaminada com material fecal. Ex.: salmonelose, cólera, febre
tifoide, etc.;

3. Penetração de alimentos existentes no solo através da sola dos pés. Ex.: Ascaris lumbricoides,
ancilostomíase (amarelão), etc.;

4. Ingestão de carne de boi e porco contaminada. Ex.: Teníase;

5. Transmissão através de insetos vetores que se reproduzem em locais onde há fezes expostas
ou águas altamente poluídas (tanques sépticos, latrinas, etc.) Ex.: filariose, causada por vermes
nematoides do gênero filaria que se desenvolvem no organismo dos mosquitos transmissores
que pertencem ao gênero Culex. Estes mosquitos se reproduzem em águas poluídas, lagos e
mangues. A presença desses mosquitos está associada a falta de sistemas de drenagem e a
carência de disposição adequada dos esgotos.

a. Medidas de controle.

 Escolhas de métodos adequados para coleta, tratamento, disposição final e reutilização


(irrigação) dos efluentes;

 Disposição de sanitários nas habitações;

 Identificação e controle dos locais de multiplicação de insetos vetores relacionados com


excretas;

 Fornecimento de água em quantidades e qualidade adequada para a população;

 Inspeção dos alimentos.

III - DOENÇAS INFECCIOSAS RELACIONADAS COM O LIXO

1. Os resíduos sólidos (lixo) quando maldispostos. Proporcionam a proliferação de moscas, as


quais são responsáveis pela transmissão de uma infinidade de doenças infecciosas (amebíase,
salmonelose, etc.) O lixo serve ainda com o criadouro e esconderijo de ratos que também são
transmissores de doenças como: peste bubônica, leptospirose (transmitidas pela urina do rato) e
febres (devido a mordida do rato). O lixo também favorece a proliferação de mosquitos que se
desenvolvem em água acumulada em latas e outros recipientes abertos comumente encontrados
nos monturos. O homem pode ainda contaminar-se pelo contato direto ou indireto através da
água por ele contaminada (Chorume).

a. Medidas de controle.

 Acondicionamento adequado na fonte de produção, o qual deve ser mantido tampado para
evitar ratos e insetos;
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 Sistema de coleta de lixo eficiente;

 Adequada disposição final de lixo (aterros sanitários, compostagem, incineração, etc.).

IV - DOENÇAS INFECCIOSAS RELACIONADAS COM HABITAÇÃO

1. As interações entre habitação e saúde humana são numerosas, destacando-se alguns aspectos:

a. Localização das habitações: pode ter grande efeito sobre a saúde de seus moradores. As
habitações devem ser localizadas longe dos focos de vetores de doenças tais como: depósitos de
lixo, águas estagnadas, etc. Assim doenças como malária e dengue podem ser controladas.

b. Instalações hidro sanitárias: o projeto das habitações deve prever a existência de instalações
hidro sanitárias de modo que se tenha suprimento de água e afastamento dos esgotos
satisfatoriamente. As instalações hidro sanitárias devem proporcionar adequada higiene pessoal e
doméstica. Deste modo doenças como giardíases, disenterias, diarreias, etc. podem ser evitadas.

c. Proteção contra doenças infecciosas transmitidas através do ar: As habitações devem ser
projetadas de maneira tal que proporcionem adequada ventilação, temperatura e umidade do ar.
Pode-se, desta forma, evitar a transmissão de doenças cujos agentes de doenças são transportados
pelo ar como por exemplo: meningite, sarampo, difteria, doenças respiratórias, etc.

d. Proteção contra a instalação de vetores de doenças: neste caso estão as doenças transmitidas
pelos ratos, moscas, baratas, barbeiros, etc. Um exemplo clássico é a doença de chagas
transmitidas pelo barbeiro. Este inseto procura se alojar nas fendas das paredes das habitações de
taipa e a noite, ao alimentar-se do sangue humano, defeca infectando a pessoa. A doença de
Chagas tem maior incidência em populações rurais de baixa renda, onde são comuns habitações
de taipa malconservadas.

V - PARALELAMENTE A TODAS AS MEDIDAS DE CONTROLE DAS


DOENÇAS INFECCIOSAS, É INDISPENSÁVEL A EDUCAÇÃO SANITÁRIA DA
POPULAÇÃO

1. DST´S (doenças sexualmente transmissíveis). São doenças infecciosas e contagiosas,


causadas por microrganismos que se pega tendo relação sexual com uma pessoa infectada.

a. Sífilis. É uma doença causada pelo “T. Pallidum” que pode se tornar muito perigosa quando
não tratada ou tratada inadequadamente. Os sintomas principais são: indisposição geral, febre,
ínguas, erupção na pele, queda de cabelo, lesões na boca e órgãos genitais. Não tratada, pode
afetar o coração, ossos e nervos. Mulheres grávidas contaminam os filhos.

b. Gonorreia ou blenorragia. Doença infecciosa causada por germes chamados de gonococos.


A mulher não sente nada, o homem sente dor ao urinar, secreção de pus no pênis. Em grau
elevado, a mulher sente dor de cólica, febre, vômitos e calafrios. Não tratada, afeta os ovários e o
útero. Até mesmo pode ocorrer de esterilidade. No homem, pode causar esterilidade, inflamação
dos testículos, próstata e bexiga.

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c. Uretrites não gonocócicas. É uma inflamação do canal da urina que se pega no ato sexual
com pessoa infectada. Ocorre secreção semelhante à clara do ovo, desconforto ao urinar,
geralmente a mulher não sente nada.

d. Condiloma acuminado. É conhecido como “cavalo de crista”. Doença causada por vírus.
Causa verrugas na área genital, não causa dor, o problema é que nas mulheres grávidas cresce
muito e pode obstruir a vagina, obrigando a realização de cesariana. Pode ocorrer câncer no
útero.

e. Corrimentos vaginais. Doença causada por germes, na maioria das vezes, adquirido em
relações sexuais com pessoas infectadas. São normais quando: sem cheiro, em pouca quantidade
e de cor clara. Não são normais quando: são de cor amarelada ou esverdeada, dão coceira,
causam dor ao urinar e na relação sexual, e tem mau cheiro.

f. Cancro mole. É uma doença causada por germes Haemophilus Ducreyi. Aparecem feridas
dolorosas nos órgãos genitais, aparecem ínguas.

g. Herpes genital. É uma doença causada por germes chamados vírus do herpes simples.
Apresenta pequenas bolhas doloridas na região genital. Depois, estas bolhas se tornam feridas.
Esta doença favorece o aparecimento de câncer, e a gestante pode passar para o filho.

h. Clamídia. É uma doença infecciosa, e causa dor ao urinar. Há secreção no pênis, lesões nos
órgãos reprodutores, esterilidade, febre e pode até causar aborto.

i. Pediculose do púbis. Conhecido vulgarmente por piolho-chato. Os piolhos causam prurido


nas virilhas, atacam as regiões genitais e anal. Podem afetar também a pele e o corpo.
Geralmente se localizam em regiões como: área dos olhos, pelos e genital.

j. AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). Causada pelo vírus HIV, ataca as


células do sangue que protegem o corpo contra doenças. Se contrai através do ato sexual, uso de
seringas contaminadas e transfusão de sangue contaminado. Os sintomas são: diarreia, fadiga,
grande perda de peso, febres, tosse seca, feridas embranquecidas na boca (sapinho), íngua por
todo o corpo.

2. Prevenção. O correto é que cada pessoa tenha relação com sua própria esposa, e a esposa
com seu esposo. Como isso não ocorre na maioria, o uso de preservativos (camisinha) é ideal.
Use seringa descartável, receba sangue controlado por exame, no caso de transfusão.

a. Regras gerais de prevenção.

b. Tenha uma boa higiene pessoal como: lave as mãos antes de comer alimentos, lave bem
os alimentos, lave as mãos depois de usar o banheiro, etc.;

c. Ande calçado, se for trabalhador rural use luvas, botinas, máscara, etc.;

d. Beba água potável, fervida ou filtrada;

e. Vacine as crianças e verifique a data de validade de suas vacinas;

f. Evite contato com pessoas contaminadas;

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g. Use mosquiteiro, tele seu lar, faça dedetização na casa e quintal para combater os ratos,
baratas, etc.;

h. Uso de preservativos quando manter relação sexual;

i. Use seringa descartável;

j. Se preciso for fazer transfusão, só faça se o sangue tiver controle.

VI - PRIMEIROS SOCORROS

Os primeiros socorros são apenas a primeira ajuda a ser dada ao ferido. Eles servem para aliviar
a dor e estabilizar o estado da pessoa, mas não servem como tratamento ou cura. Você sempre
deve pedir ajuda a um adulto, e o ferido deve ser levado a um hospital. Como os acidentes são
imprevisíveis é necessário que todos, incluindo pessoas leigas conheçam o mínimo necessário
para prestarem socorros de urgência nos problemas mais comuns da vida diária. Os socorros de
urgência estão baseados em princípios médicos e cirúrgicos e apesar de apresentarem
relativamente fáceis e simples, podem assumir importância vital para a vítima.

1. Condições básicas para um socorrista prestar os primeiros-socorros.

a. Manter a calma e tranquilidade;

b. Afastar curiosos, pois dificultam o trabalho de socorrista a agir rapidamente;

c. Se houver mais de um acidentado observar e agir no caso de maior urgência;

d. O socorrista tem como prioridade recuperar e manter a respiração da vítima.

2. Hemorragia. É a perda sangüínea em virtude do rompimento de um vaso venoso ou arterial.


Toda a hemorragia deve ser controlada imediatamente pois em casos graves pode causar a morte
do acidentado em poucos minutos.

a. Métodos de controle de hemorragia.

 A compressão direta do local;

 Elevar a região acima do nível do coração;

 Aplicações frias;

 Compressão digital;

 Aplicação de torniquete ou garrote dos membros inferiores e superiores.

3. Envenenamento.

a. Veneno. É toda e qualquer substância que produz alterações fisiológicas e metabólicas.

b. Sintomas.
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 Dores abdominais;

 Náuseas;

 Vômitos;

 Sudorese;

 Palidez.

4. Corpos estranhos.

a. Olhos:

 Nunca esfregar os olhos;

 Não tentar retirar o corpo estranho;

 Mandar a vítima fechar os olhos para permitir que as lágrimas lavem e remova o corpo
estranho;

 Tentar deslocar a partícula puxando a pálpebra superior, sobre a inferior;

 Irrigar o olho com água limpa;

 Se descobrir o corpo estranho, tentar retirar com cuidado, tocando-o de leve com a ponta
úmida de um lenço;

 Se não conseguir retira-lo, levar a vítima ao hospital.

b. Nariz.

 Comprimir com o dedo a narina não obstruída;

 Mandar a vítima fechar a boca e soltar o ar pela narina em que se encontre o corpo estranho;

 Não deixar que a vítima assoe com violência;

 Não introduzir nenhum instrumento na narina (arame, grampo, palito, pinça, etc.);

 Se o corpo estranho não sair procurar imediatamente o médico.

c. Ouvido.

 Não introduzir no ouvido nenhum instrumento (arame, palito, grampo, pinça, alfinete);

 No caso de pequenos insetos, o socorro de urgência consiste em colocar gotas de azeite ou


óleo comestível no ouvido, a fim de imobilizar e matar o inseto;

 Deixar o paciente deitado de lado com o ouvido afetado voltado para cima;

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 Deixar paciente assim por alguns momentos e depois virar a cabeça para escorrer o azeite e
assim será fácil a saída do inseto morto;

 Se o corpo estranho não sair, levar a vítima ao hospital.

d. Asfixia. É qualquer condição que dificulte a entrada e saída do ar nos pulmões, prejudicando
as trocas gasosas. Causas das asfixias:

 Obstrução das vias aéreas superiores por aspiração;

 Asfixia por gás de cozinha;

 Asfixia por afogamento;

 Asfixia por enforcamento;

 Asfixia por eletricidade;

 Asfixia por soterramento.

e. Respiração artificial. Como conhecer uma parada respiratória:

 Observar o peito da vítima, se não mexer, é sinal de que houve parada dos movimentos
respiratórios;

 Os lábios, língua e unhas ficam cianóticas;

 Aplicar a respiração artificial urgente;

f. Como fazer a respiração artificial.

 Afrouxar toda a roupa de vítima;

 Verificar se há corpo estranho obstruindo a boca ou a garganta;

 Colocar a vítima deitada de costas;

 Levantar o pescoço da vítima com uma das mãos e inclinar a cabeça para trás;

 Usar a mão que levantou o pescoço para puxar o queixo da vítima para cima;

 Colocar sua boca com firmeza sobre a boca da vítima;

 Fechar bem as narinas da vítima usando o polegar e o indicador;

 Soprar para dentro da boca da vítima até notar que o peito dela está se levantando;

 Deixar a vítima expirar a ar livremente;

 Esse movimento deve ser repetido quinze vezes por minuto;

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 Se a vítima não voltar a respirar livremente, esteja pronto a recomeçar tudo outra vez;

 Procurar o socorro médico urgente;

 Se transportar a vítima não interromper o ritmo da respiração.

g. Parada cardíaca. Os casos de parada cardíaca exigem ação imediata. Não espere a chegada
do médico, no caso de:

 Não perceber batimentos do coração;

 Não conseguir palpar o pulso;

 A vítima apresentar palidez.

h. Massagem cardíaca externa.

 Deitar a vítima sobre uma superfície dura;

 Colocar suas mãos sobrepostas na metade inferior do externo;

 Fazer uma pressão para que se abaixe o esterno, comprimindo o coração de encontro a coluna
vertebral. Descomprimir em seguida;

 Repetir a manobra tantas vezes quanto necessário (cerca de 60 vezes por minutos).

i. Cuidados.

 Nos jovens. Fazer pressão apenas com uma mão;

 Nas crianças e bebês. Fazer pressão apenas com os dedos para evitar fraturas no esterno ou
coluna.

 Se ocorrer parada respiratória e parada cardíaca, fazer respiração artificial e a massagem


cardíaca, alternadamente.

j. Fraturas.

 Introdução: ë a quebra da continuidade do osso, existem dois tipos de fratura.

 Fratura fechada: quando o osso quebra e não rompe a pele.

 Fratura Exposta ou Aberta: quando o osso quebra e rompe a pele.

k. Conduta do socorrista:

 Imobilizar a parte afetada;

 Pode colocar gelo no local;

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 Remova imediatamente a vítima para o hospital.

Observação: Caso a fratura seja exposta não tente colocar o osso no lugar, imobilize e remova a
vítima imediatamente.

24) ÉTICA CRISTÃ E PASTORAL

I - INTRODUÇÃO

Essa disciplina é de grande importância para a vida do missionário que está no Campo fazendo a
Obra de Deus. Em princípio, “Ética” pode ser definida como o estudo crítico da moralidade e
está relacionada aos costumes de um grupo, povo, tribo ou nação. Consiste na análise da
natureza da vida moral humana, incluindo os padrões do “certo” e do “errado” pelos quais sua
conduta passa ser guiada e dirigida. Em resumo, é na pratica aquilo que você pensa e faz.

1. Diferentes tipos de ética. Quanto a sua aplicação, a ética se divide em vários tipos: Ética
Social, Ética Política e Ética Religiosa. A Ética Social abrange os princípios que regem o
comportamento da família e da sociedade como um todo. A Ética Política fala dos princípios de
condução e administração do bem público, como sejam: O município, o Estado e a federação;
enquanto a Ética Religiosa tem a ver com os princípios que regem o comportamento espiritual do
homem, pertença ele a religião que pertencer, ou professe ele a crença que professar.

II - ÉTICA CRISTÃ

Particularmente “Ética Cristã”, no contexto evangélico, é um somatório de princípios que


formam e dão sentido à vida cristã normal, é a marca registrada de cada crente, é o que cada
crente pensa e faz. Por aquilo que o crente é e faz, evidencia a sua dependência de Deus e do seu
próximo. Aqui está a fundamental diferença entre “Ética Cristã” e “Ética” como simples estudo
crítico da moralidade.

1. Evidências da Ética Cristã. Como um modelo de vida concreta, a ética cristã apresenta o
crente ao mundo de quatro formas, dadas a seguir:

a. Sal da terra. Aqueles que já experimentaram o novo nascimento e agora vivem de acordo
com a vocação divina, Jesus diz: “vós sois o sal da terra” (Mt 5.13). O sal tem a propriedade de
conservar, equilibrar e dar sabor. “Como sal da terra” o crente possui a singular
responsabilidade de conservar a sua identidade com Deus, ser um agente de equilíbrio e
comunica sabor ao ambiente onde o império da morte se faz presente e impera.

b. Luz do mundo. Em Mt 5.14, Jesus diz aos seus seguidores de todos os tempos: “Vos sois a
luz do mundo”. A luz brilha e se opõe às trevas. É exatamente isto o que Deus quer que o cristão
faça.

III - BASES DA ÉTICA CRISTÃ

Como um princípio de vida definido, a ética cristã repousa sobre bases igualmente definidas,
como:
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1. O Decálogo. Os dez mandamentos, também chamados “Decálogo”, dados por Deus a Moisés
no monte Sinai (Ex cap. 20), formam o primeiro tratado ético, dado pelo Senhor com o propósito
de reger o comportamento do homem. Como tal, o decálogo estabelece os deveres do homem
para com Deus, para consigo mesmo e para com o seu próximo.

2. Os Profetas. Aos profetas, de modo especial, coube a responsabilidade de interpretar e


popularizar o ensino da Lei, e neste particular os profetas eram uma espécie de vigilantes e
promotores do desenvolvimento espiritual e social da nação. Na qualidade de mensageiros da
vontade divina, confirmavam a fé dos humildes e tementes a Deus, condenavam a
autossuficiência dos arrogantes, e elevavam a fidelidade e justiça divinas acima de tudo e
qualquer padrão humano.

3. Os Sábios. Como os profetas, os sábios, mais precisamente Jó, Davi e Salomão, tiveram um
papel específico e decisivo na forma da ética cristã. Com o patriarca Jó aprendemos o quanto o
homem pode sofrer e ainda assim não se afastar do seu Redentor que vive (Jó 19.25). Com Davi,
através de seus salmos, aprendemos que a despeito das nossas naturais limitações, Deus é Senhor
do universo e vela por nós (Sl 121). Com Salomão, através de seus provérbios imortais e do seu
Eclesiastes, aprendemos que a verdadeira sabedoria tem a sua fonte em Deus e que qualquer tipo
de vida ou ocupação descentralizada de Deus é pura vaidade.

IV - CONCEITOS ÉTICOS

Como dinâmica de vida, a Ética Cristã pode ser manifestada através do conceito ou julgamento
que se faz a respeito de determinados valores que integram o nosso dia-a-dia como:

1. O lar é a expressão física do casamento e principal núcleo da sociedade, da religião e da


pátria, pelo que deve ser conservado sob a santa e sábia tutela de Deus.

2. Biblicamente, toda propriedade pertence a Deus, que é o Criador, a despeito de


reconhecermos que a fé bíblica admite a necessidade da propriedade individual dentro de certa
medida.

3. A despeito de a Igreja ser um organismo espiritualmente vivo, e não uma organização


humana creu no poder que Ele, como um todo, ou os seus membros individuais possuem no
sentido de alterar o curso da história humana e do comportamento da sociedade.

4. A família cristã é uma entidade na qual Deus é o elemento central, onde o marido exerce as
funções de sacerdote e profeta, onde a esposa e mãe é de estimável valor, e onde os filhos são
bênçãos de Deus.

5. O bem não possui existência independente de Deus. O mesmo só tem sentido quando
aceitável em Deus.

6. O mal é o oposto do bem. É essencialmente aquilo que é desagradável e ofensivo.

7. A chamada nova moralidade, de fato, nada mais é do que a velha imoralidade vestida dum
falso moralismo, abominável aos olhos de Deus e repudiável pelo cristão.

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8. O comportamento é definido como o “conjunto de ações de um indivíduo, observáveis


objetivamente”. Neste particular o comportamento do Cristão deve ser digno de forma tal que
influencie os homens a se chegarem a Deus (Mt 5.16).

Nos domínios da fé, o caráter cristão se constitui na mais evidente prova de que o homem não
somente nasceu do Espírito, mas que também anda no Espírito (Gl 5.25).

V - A ÉTICA E O HOMEM

1. Cuidando do corpo. O cuidado do corpo, em geral, exige que se preste muita atenção às leis
do sistema físico, e naturalmente é proibida toda e qualquer transgressão delas, pois aqueles que
as transgridem hão de sofrer as consequências. É necessário que o homem tome cuidado do
corpo par desenvolver a força e mantê-lo em boas condições de saúde, coisas estas essenciais ao
espírito no desempenho do seu trabalho. Algumas considerações sobre alguns pontos que se
relaciona com o cuidado do corpo.

a. A maneira certa de comer. Exerce também muita influência na saúde. O que come é
importante, mas não menos importante é o como se come. Disse um célebre higienista americano
que: “cavamos a nossa sepultura com os dentes”, queremos dizer com isso que a nossa maneira
de comer muitas vezes nos encurta a vida. A Bíblia é completa nos seus pormenores, pois a
aliimentação que o povo fazia nos tempos bíblicos é considerada a mais saudável do mundo
pelos especialistas (dieta do Mediterrâneo), pois eles tinham uma dieta pobre em carne vermelha,
e rica em peixes, além de comerem tâmaras, damascos, péssegos, figos, frutas secas, vinho novo
(pobre em álcool), além de muito azeite de oliva, e a total abstenção da gordura animal (Lv 3.9-
11).

b. Limpeza. A limpeza do corpo é outra exigência do cuidado do corpo. A pele exerce função
importantíssima na vida do corpo humano.

c. Exercício físico. O exercício físico é necessário para manter o corpo em boas condições, pois
sem ele perderá o calor e aquela abundância de vida tão necessária ao homem na vida (1Tm 4.8).
A má interpretação desse versículo, fez com que os pastores e pregadores ensinassem por muitos
séculos que a atividade física não era necessária, mas o que o versículo diz, é que pouco
proveitosa para a caridade, e não para a saúde biológica.

d. Descanso. O descanso é outro ponto que se relaciona com o cuidado próprio. Há certos
limites para as atividades do corpo, e o homem não tem o direito de os ultrapassar. O trabalho
esgota as energias e é necessário repouso para restaurá-las. Vemos que, Deus vendo esta
necessidade, fez com que se ficasse sempre as pálpebras do homem cansadas, cobrindo-lhe a
visão.

2. Cuidando do espírito. Após termos estudado o dever do homem em relação ao cuidado com
o corpo, verificaremos também em relação ao cuidado do espírito, porque o cuidado próprio
inclui atenção e obediência às leis do nosso ser espiritual. O espírito, assim como o corpo,
necessita alimentar-se, de guardar-se puro, de excitar-se. “Eu sou o pão da vida, aquele que vem
a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede” (Jo 6.35). Nesse ponto destaca-se a
leitura diária da Palavra de Deus. A prática do jejum também é importante para quebrantar a
carne e fortalecer o espírito humano (Mc 9.29).

VI - ÉTICA MINISTÉRIAL

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1. O missionário como homem. De princípio, devemos ver no missionário, alguém como a


gente. Alguém de carne e osso. Alguém que espera ser compreendido, amado e ajudado. Ele é
uma pessoa como outra que conhecemos. Ele sorri quando está alegre, chora quando está triste,
sente-se cansado após um exaustivo dia de atividades. Como homem é dotado de naturais
virtudes, porém, sujeito ao fracasso tanto quanto os demais homens. Por ser homem, o
missionário deve sempre atentar para os seis itens que apresentaremos a seguir:

a. Deve estar sob constante dependência e proteção divina. É o fraco escudado no forte. Só
assim poderá estar seguro e permanecer em pé no dia da adversidade.

b. Deve orar e vigiar para não cair em tentação. Muitos missionários, considerados
verdadeiros campeões nas batalhas do Senhor, por negligenciarem a oração e vigilância,
sucumbiram. Se expuserem as setas inflamadas do maligno e caíram feridos sob a espada do
diabo.

c. Deve conter seus impulsos carnais. Poucas áreas da vida do missionário exigem tanto
cuidado e vigilância quanto ao seu trato com as folhas de Eva. Por isto precisa ter cuidado para
não se exceder nas suas ações e demonstrações de afeto com pessoas que não sejam seus
conjugues.

d. Deve ter cuidado com o seu temperamento. O temperamento é a marca registrada de todo
ser humano, e serve para distinguir os indivíduos quanto ao comportamento. Ele é parte
inseparável da personalidade humana, e assim será do nascimento à morte. Este fato, porém, não
anula o cuidado que o missionário deve ter no sentido de disciplinar o seu temperamento, muitas
das vezes incontrolável no trato com seus familiares e pessoas que o cercam. Para exercer
perfeito controle sobre seu temperamento, o obreiro precisa permitir que o Espírito santo o
domine e o faça um exemplo digno de ser imitado.

e. Deve ter cuidado com a língua. Evitando dizer tudo o que quer, pois, disse alguém que
quem diz o que quer, terminará ouvindo o que não quer.

f. Deve ser sincero. Quando tiver de avaliar as suas intenções e ações, não se envergonhar de
confessar em que falhou, e de corrigir o que errou.

2. O missionário e seus colegas de ministério. O sucesso ministerial do missionário é


resultante duma série de fatores, os quais é impraticável menciona-los na sua totalidade aqui.
Queremos enfatizar que todas as vezes que você se vê diante de um obreiro de sucesso, saiba que
ele é um homem cercado de amigos e goza de um bom relacionamento com os seus colegas de
ministério, sejam eles ministros que trabalhem em campos que não o seu, sejam eles os seus
cooperadores imediatos.

VII – A ÉTICA E A POLÍTICA

“Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor” (Sl 33.12-22). Cremos nessa Palavra como inspiradora.

1. Etimologia da palavra. O termo política é derivado do grego antigo (politeía), que indicava
todos os procedimentos relativos à Pólis (cidade-Estado grega). Por extensão, poderia significar
tanto cidade-Estado quanto sociedade, comunidade, coletividade e outras definições referentes à
vida urbana. Segundo o Dicionário Aurélio, é a arte de administrar, de governar.

2. Os poderes. Na história da humanidade, entre patriarcas, senhores feudais, reis, imperadores,


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aristocratas etc., de onde surgiu a ideia de fazer uma divisão para governar? A divisão do
governo em três poderes remonta à Grécia Antiga e aos filósofos clássicos. Essa teoria ganhou
corpo ao longo da história e desenvolveu-se de várias formas, e hoje boa parte dos países
ocidentais a adota. No Brasil não é diferente, já que o poder é dividido entre Legislativo,
Executivo e Judiciário.

VIII - HISTÓRIA DA DIVISÃO DOS TRÊS PODERES

Em grande parte do mundo ocidental estabeleceu-se um modelo de divisão do poder político em


três, como forma de organização dos Estados. A ideia da separação dos poderes do Estado
remonta à Grécia antiga. Aristóteles é o grande precursor da ideia de separação de poderes. Na
sua obra Política, ele divide o Estado em Poder Deliberativo, Poder Executivo e Poder
Judiciário. Quase 2000 anos depois, o iluminista John Locke defendeu uma ideia semelhante em
sua obra, Segundo Tratado sobre o Governo Civil. Para Locke, cada poder tem uma
responsabilidade específica:

1. Poder Legislativo: Formula as leis;

2. Poder Executivo: Aplica as leis;

3. Poder Federativo: É responsável por questões de ordem externa.

Em sua teoria, o Poder Legislativo é superior aos demais. No século XVIII, Montesquieu
elaborou a Teoria da Separação dos Poderes em sua obra, O Espírito das Leis, ele apresenta a
divisão atual dos poderes políticos e seus respectivos campos de atuação. Os três poderes são:
Executivo, Legislativo e Judiciário. Os teóricos do Iluminismo teorizaram formas de governos
que restringiam o poder dos monarcas absolutos de seu tempo. A criação dessas teorias para o
Estado reflete a preocupação em afastar governos absolutos e dos esforços de evitar a produção
de normas tirânicas. Com os poderes bem divididos em diferentes instâncias, atuando de forma
autônoma e com limites entre eles, seria impossível a formação de um regime tirânico ou
autoritário. Na Constituição brasileira de 1988, o Princípio da Separação dos Poderes é
estabelecido no art. 2º, sob o título dos princípios fundamentais, e constitui uma das quatro
cláusulas pétreas (lei que não pode ser alterada) do ordenamento jurídico brasileiro. Nela está
determinado que: “[...] são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.

IX - QUAIS SÃO OS TRÊS PODERES QUE GOVERNAM O BRASIL?


Os poderes no Brasil são divididos em Legislativo, Executivo e Judiciário. O poder é um só, mas
há uma divisão de atribuições e funções do Estado. Seja pela criação de normas, pela execução
de projetos econômicos ou pelo julgamento de um delito, o poder está presente na vida dos
cidadãos. José Bonifácio foi um dos grandes nomes da história do Brasil. Atuou no Poder
Legislativo de sua época. Como Senador, impactou para sempre a história do Brasil. A divisão
visa garantir equilíbrio entre os poderes e harmonia. Para que cada um execute o que lhe
compete e não interfira na vida dos outros poderes. No exercício de suas atribuições e
obedecendo os limites da lei, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário devem buscar realizar a
finalidade do Estado, qual seja:

 A construção de uma sociedade livre, justa e solidária;


 A garantia do desenvolvimento nacional;
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 A erradicação da pobreza e da marginalização;


 A redução das desigualdades sociais e regionais;
 A promoção do bem de todos, afastando os preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.

1. Como funcionam os poderes no Brasil?


a. Poder Executivo. O poder executivo é composto por:

 Presidente, a nível federal;


 Governadores, a nível estadual;
 Prefeitos, a nível municipal.

No Brasil, o regime republicano adota o sistema presidencialista de governo. O chefe do


Executivo é eleito de 4 em 4 anos, podendo reeleger-se para mais um mandato. Cabe ao poder
executivo conceber e implantar programas e projetos de governo. Estes devem estar voltados às
metas sociais, econômicas e institucionais que preveem a Constituição. Tudo isto deve ser feito
de modo articulado com os demais poderes e níveis de governo, aplicando corretamente os meios
e os recursos mobilizados. A administração pública compreende duas dimensões:

 Jurídica. Expressa no relacionamento harmônico dos três poderes;


 Funcional. Correspondente à necessária integração do Governo Federal com os estados e
municípios.

b. Poder Legislativo. O Poder Legislativo é um órgão colegiado responsável por estabelecer as


leis do Estado e fiscalizar o poder Executivo. O colegiado é composto pelos deputados federais e
pelos senadores. Entre suas funções estão a elaboração de:

 Emendas à Constituição;
 Leis complementares;
 Leis ordinárias;
 Decretos legislativos;
 Resoluções;
 Leis delegadas.

A Câmara dos Deputados é composta por 513 deputados eleitos para um mandato de 4 anos e o
Senado Federal é composto por 81 senadores eleitos para um mandato de 8 anos. O poder
Legislativo no Brasil já protagonizou importantes episódios como o impeachment de dois
presidentes e o golpe que adiantou o reinado de Dom Pedro II. Entenda o Golpe da Maioridade e
o Segundo Reinado. Nos Estados, o Poder Legislativo é representado e exercido pela Assembleia
Legislativa, constituída de representantes do povo, os deputados estaduais.

c. Poder Judiciário. O Poder Judiciário é formado pelos seguintes órgãos:

 Supremo Tribunal Federal (STF);


 Superior Tribunal de Justiça (STJ);
 Tribunais regionais federais;
 Tribunais dos estados, do distrito federal e dos territórios.
 Quem são os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal e como chegaram à instância mais
alta do poder judiciário brasileiro? A minissérie Os 11 Supremos apresenta um dossiê de cada
membro da corte. Assista gratuitamente no site o Brasil Paralelo.
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Os tribunais regionais federais representam a segunda instância da justiça federal. O Poder


Judiciário tem competência para processar e julgar os crimes políticos e as infrações penais
praticadas contra a União e causas relativas a direitos humanos.

X - POR QUE PREFERIR CANDIDATOS EVANGÉLICOS?

1. É uma orientação de Deus. Quando Deus orientou o povo de Israel sobre a escolha de
dirigentes afirmou com propriedade (Dt 17.15). Estamos numa Democracia, onde o cidadão que
é eleitor tem o direito de escolher os mandatários do município, do estado e do país. Como então
desobedecer a essa sábia orientação de Deus, elegendo estranhos para nos comandar quando
podemos escolher irmãos nossos, que pensam como nós, que oram como nós, que servem ao
mesmo Deus, e sentam conosco nos mesmos bancos dos templos que frequentamos? Só muita
influência diabólica é que faz um crente preferir derrotar seu irmão na fé e eleger um estranho
quando os dois disputam o mesmo cargo em pé de igualdade. Deus promete em (Dt 28.13) que o
seu povo será sempre "cabeça e não cauda". Como isto será possível se o crente prefere votar no
estranho por inveja, ciúme, falta de amor, ou em troca de favores eventuais e migalhas distri-
buídas por políticos corruptores às vésperas de eleições? É por essas e outras que as orações em
favor do país não são respondidas. "Pedis e não recebeis por que não sabeis pedir" (Tg 4.3).
Quem pede a Deus para resolver os problemas da nação, diminuir a injustiça, estancar e reduzir a
inflação, melhorar o nível de emprego, possibilitar o surgimento de mais escolas e hospitais e ao
mesmo tempo derrota o seu irmão na fé para votar em candidatos que não temem a Deus e até o
combatem e escarnecem dele, não pode esperar resposta às orações em favor do país (Hc 1,1-4).

2. Por amor a Deus e aos irmãos. Jesus disse: "Nisto conhecerão que sois meus discípulos, se
vos amardes uns aos outros" (Jo 13.35), o amor é, portanto, a grande marca do cristão. Agora,
como explicar um irmão que ama ao outro, votando contra ele, combatendo sua candidatura,
preferindo um viciado, dissoluto, materialista, corrupto, idólatra ou macumbeiro e deixando o
seu irmão ser derrotado, e o Evangelho ser questionado nas perguntas capciosas dos seus
inimigos "onde está o amor dos irmãos que deixaram o candidato deles perder a eleição"?

3. Por que somos inteligentes. Não se pode entender um crente que combate toda a sorte de
distorções e pecaminosidade do homem natural, que ora pelo seu país pedindo a Deus para
alterar a situação de crise que atravessamos, chegar no dia da eleição e deixar de votar numa
pessoa que acredita na Bíblia, que nasceu de novo, que tem a mente de Jesus Cristo preferindo
eleger ateus, idólatras ou feiticeiros, só porque falam mais bonito ou têm mais dinheiro para
comprar votos. Vejam o que diz Provérbios 25.26; 29.2 e Salmos 94.20.

4. Podemos fiscalizá-los e puní-los. O candidato evangélico que se elege comprometido com as


igrejas tem que ter um comportamento diferente. Precisa dar testemunho público, com a sua
vida, de que é nascido de novo. E se não for assim? Temos como fiscalizá-lo, admoestando-o
pessoalmente ou através do seu Pastor. Caso não se corrija, caso seja fisiológico, incompetente,
injusto e antiético, como grande parte dos políticos, resta-nos a arma poderosa, “o voto”. Do
mesmo modo como contribuímos para a sua eleição, podemos substituí-lo escolhendo nas
eleições futuras outro irmão que queira se comportar na vida pública como servo de Deus, que
deseje ser "sal" e não queira ficar “insípido”.

XI - QUEM DEVE OU NÃO, SER ESCOLHIDO

1. O maior contingente é o dos vaidosos. São os que pretendem fazer do mandato um palco
para suas exibições.

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2. Outra grande parcela é dos gananciosos e invejosos. São os que acham que os políticos
ganham rios de dinheiro. Só olham para a remuneração dos parlamentares. Não se preocupam
com a análise dos seus compromissos, das suas despesas, do nível de vida que são obrigados a
levar em decorrência dos cargos que ocupam.

3. Para apenas conseguir vantagens pessoais e para a família. Empregos, principalmente,


utilizando os mandatos que pretendem conquistar, quando deveriam visar o bem de toda
comunidade a qual vai representar.

XII - MULTIPLICIDADE DE CANDIDATURAS

Outro problema sério é o do número exagerado de candidatos evangélicos. Mesmo que sejam
afirmativas as qualidades dos candidatos e tenham condições de vitória, uma pletora de
candidaturas diminui as chances de vitória e inviabiliza a eleição possível que está relacionada
com o potencial da comunidade.

1. O processo de escolha. Se a comunidade seleciona previamente o candidato através de pes-


quisas, consultas, debates, eleições preliminares ou outros métodos democráticos, o escolhido
tem um respaldo bem maior pois o grupo assume responsabilidade definida. Sem dúvida é uma
candidatura bem mais legítima do que a nascida da vontade individual e só depois levada à
comunidade para obter apoio. Claro que esse apoio não deve ser dado em nome da igreja tal ou
da denominação X. Quem deve indicar e sustentar as candidaturas evangélicas são os cidadãos
evangélicos, individualmente, embora unidos numa só vontade. Como pessoas físicas embora
agindo com amor e entusiasmo em favor da vitória do irmão na fé, como se cada um fosse o
candidato. O escolhido pelo grupo de líderes através de organismos formais ou reuniões
informais, desde que preenchidos os requisitos essenciais mínimos, merecerá a cobertura total da
comunidade. Os que forem superados no processo seletivo legítimo equilibrado, devem cerrar
fileiras em torno do indicado.

2. Requisitos essenciais. Para merecer os votos dos evangélicos é necessário que o candidato
reúna condições mínimas que incluem:

a. Testemunho cristão exemplar.


b. Capacidade intelectual.
c. Vocação para a vida pública.
d. Possibilidade de arregimentação.
e. Ter uma mensagem de renovação.

XIII - CUIDADO COM OS AMIGOS DO EVANGELHO

1. Quem são essas figuras? São políticos malandros, as chamadas "raposas" que, às vésperas
das eleições começam a aparecer nas igrejas evangélicas e nos gabinetes pastorais, oferecendo
ajudas e vantagens em troca dos votos dos crentes. Estão enquadrados em (2Pd 2.3). A primeira
coisa que dizem, a "chave" para a abertura da conversa, é que não são crentes, mas são "amigos
do Evangelho". Outros, sacam do talão de cheques e vão logo oferecendo uma ajuda para a
construção do templo ou uma colaboração para uma campanha qualquer que a igreja esteja
realizando (nunca falta campanha financeira na maioria das igrejas). Se o Pastor não é um
homem equilibrado, arguto, temente a Deus, está feito "o acordo com Nabucodonosor" como
costuma dizer o conhecido pastor Geziel Gomes. O Pastor ou o dirigente está pactuando com a
desonestidade, com o assalto ao erário público, com a deformação cívica e moral do nosso povo.
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Daí para levar aquele político ao púlpito é um pulo. O mesmo servo de Deus que doutrina a
igreja com toda a ênfase e sinceridade, Bíblia aberta e empunhada com entusiasmo e ardor contra
o adultério, a idolatria, o roubo, a feitiçaria, a falta de amor, o crime, é o mesmo que apresenta à
igreja o candidato (que pratica todas essas coisas ou se acomoda a elas), como "amigo do
Evangelho" que deu cinquenta bancos ou vinte sacos de cimento. Onde fica a consciência livre
do cristão? E onde fica o amor fraternal para com o irmão na Fé que é candidato ao mesmo posto
eletivo disputado por aquele "amigo da Causa"? Onde fica a recomendação do apóstolo Paulo de
que "primeiro estão os domésticos na Fé"? E onde fica a orientação do próprio Deus a respeito
de quem deve ser colocado em posição de comando? O pior, sobretudo, é a falta de
representatividade posterior.

XIV - PRIMEIRO OS DOMÉSTICOS NA FÉ, ENSINA O APÓSTOLO PAULO

Mesmo que o candidato evangélico não tenha condições financeiras nem influência política para
dar uma ajuda para a igreja ou conseguir a nomeação de alguém, é preferível votar nele. Eleito,
terá condições de ser um ponto de apoio. E se, obtendo essas condições, o político evangélico
nada fizer de útil, de prático, de importante para a comunidade, ou deixar o Evangelho de Cristo
por causa de um mandato, nada mais fácil do que derrotá-lo em eleições futuras. Os pleitos
periódicos, no regime democrático, servem exatamente para isso; para julgamento e punição dos
que não se comportam segundo os que deles esperam seus eleitores. Cuidado pastores, os lobos
travestidos de ovelhas estão se aproximando cada vez mais e em maior número de seus gabinetes
e templos. Fazem as ofertas, oferecem os tijolos e as telhas, contratam dois ou três crentes e
depois se dirigem a um centro espírita ou a um terreiro de macumba, para pedir proteção aos
"pais de santo", fazer suas oferendas e oferecer as mesmas vantagens. Oferecem carteiras
escolares às igrejas e instrumentos de música às escolas de samba. Para eles é tudo a mesma
coisa - a "mercadoria" que estão comprando é voto. Tanto faz "comprar" de crente como de ma-
cumbeiro. Enquanto isso, os candidatos evangélicos são discriminados, são "esquecidos" nas
citações de púlpito ou sofrem campanhas destruidoras de que não adianta votar neles por que não
têm condições de ganhar... É claro? Se os pastores e os crentes não votam no irmão, como é que
ele vai se eleger? Com o voto de espíritas? Com o apoio de umbandistas? Com a ajuda de
materialistas? Este é um assunto que merece reflexão e determinação à base do arrependimento
diante de Deus, pedindo perdão por esses pecados que muitos já cometeram no passado e que;
esperamos firmemente no Senhor, não serão cometidos neste ano de eleições tão importantes,
quando são escolhidos os homens e mulheres que vão dirigir os nossos municípios. Vamos
colaborar com a pátria elegendo candidatos que amem a Justiça. (Pv 2.2).

XV - UM MUTIRÃO NACIONAL

1. As mulheres precisam agir. Mulheres evangélicas! Senhoras e moças dedicadas e piedosas


das nossas igrejas! Mulheres de oração e de fé! Chegou o momento de agir. Não basta a oração.
É preciso ação. Lutem em defesa dos seus filhos, dos seus netos, dos seus irmãos, de suas
famílias, de vocês próprias! As escolas de grau médio e as universidades estão quase todas do-
minadas pela mensagem diabólica da desagregação familiar, da desmoralização da autoridade,
do materialismo destruidor que ridiculariza a religião, combate a fé, desmente a existência de
Deus e tenta destruir os valores cristão da nossa Nação. Combater a corrupção e votar em
corruptos é pecado. Defender a harmonia da família, o respeito mútuo entre marido e mulher e
votar um homens e mulheres que consideram preocupação com esses assuntos em "atraso", é
entregar armas na mão do adversário para que destruam o edifício de amor, justiça e paz que
desejamos construir através dos nossos lares e das nossas igrejas. Vamos agir com sabedoria de
Deus. Vamos destruir as obras do diabo, inspirados no poder de Jesus Cristo e na assistência do
Espírito Santo votando em irmãos e irmãs de vida cristã exemplar, capacidade intelectual e
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formação bíblica suficientes para enfrentar os inimigos do nosso Deus e da nossa fé, orando e
agindo para que o Senhor tenha misericórdia do nosso país e nos livre da maldição de sermos
dirigidos por dissolutos e macumbeiros. Vamos reagir! Pacificamente, mas com determinação a
fim de não sermos julgados pelo nosso Deus como coniventes e cúmplices de uma situação
pecaminosa que salta aos olhos de quantos conhecem a Palavra da Verdade. Se nós não
enfrentarmos a escalada dessas hostes malignas da desagregação moral, do ateísmo, da feitiçaria,
quem o fará? Não esperemos que Deus "levante pedras'' quando nós podemos falar através do
nosso voto e da nossa ação. Estamos numa democracia. Aproveitemos a liberdade que o Senhor
nos permite desfrutar. Mirem-se no exemplo de Débora (Juízes cap. 4 e 5) e de Ester (Ester cap.
4)! Façam a sua parte!

2. A hora e a vez da juventude. Juventude evangélica do Brasil! Rapazes e moças das nossas
igrejas. Estudantes ou já profissionais. Solteiros ou casados. A maioria do nosso povo tem menos
de 30 anos de idade. Esta pátria vos pertence. Vocês não são o Brasil de amanhã, são o Brasil de
hoje; todavia o futuro interessa mais a vocês do que às gerações de maior idade. Enquanto Cristo
não volta, façam alguma coisa pelo país. Vocês não têm apenas as opções do socialismo
materialista ou do capitalismo explorador. A bela e única alternativa da juventude cristã é o
amor, a justiça, a verdade, a liberdade, essência da Bíblia Sagrada. Não acreditem nessa balela
de que política é pecado. Isto é uma cilada que o diabo tem aproveitado para impedir que o povo
de Deus assuma maiores responsabilidades de direção no país e possa contribuir para maior
expansão do Evangelho e melhoria das condições de vida do nosso povo. O Cristianismo não é
apenas uma resposta para o espírito; não é " ópio do povo" como asseverou um teórico
comunista. O cristianismo é solução para os problemas do homem, em qualquer país, em
qualquer tempo desde que os seus ensinamentos sejam seguidos com firmeza e acerto. Sejam
vocês a vanguarda desse mutirão nacional em favor dos candidatos evangélicos. Não importa a
denominação. Mesmo que não concordem com alguns pontos doutrinários do candidato, pensem
no principal e fundamental: o vínculo do sangue de Cristo que nos une como irmãos; talvez com
costumes diferentes, com roupas diferentes, mas nosso irmão. Sempre, agora e no porvir. Então,
jovens evangélicos, façam sua militância política não seguindo os agitadores materialistas nem
os extremistas de direita, pois ambos são nefastos â democracia, à liberdade e à justiça. Formem
ao lado dos candidatos evangélicos, distribuindo panfletos, organizando caravanas para visitas a
bairros ou municípios, esclarecendo as pessoas menos politizadas. Uma campanha eleitoral,
sobretudo para quem não dispõe de volumosos recursos financeiros como quase todos os
candidatos evangélicos, é uma luta árdua e cansativa. É preciso contar com muitos voluntários
para que se tenha êxito. Irmãos e irmãs que em outras eleições, votaram em crentes e depois se
decepcionaram por algum motivo com evangélicos que foram eleitos, não façam disso razão
suficiente para votam contra irmãos na fé ou para fazerem críticas e campanhas contra
candidatos evangélicos. Um erro não justifica o outro. Concedam um voto de confiança ao irmão
que é candidato a prefeito ou a vereador. Pratiquem o amor fraternal e Deus os abençoará!

25) PSICOLOGIA E ACONSELHAMENTO

I - INTRODUÇÃO

É notório o fato de que os estudos sobre as questões que norteiam o comportamento humano,
despertem interesse para os missionários, pois um dos problemas que ele enfrentará no campo
missionário será sobre o comportamento humano. Da mesma forma, temperamento,

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personalidade e caráter, são palavras utilizadas com frequência nos campos missionários, porém,
seus significados quase sempre são confusos e/ou utilizados de forma errônea.

II - PSICOLOGIA

É o estudo da alma. Para os gregos, a alma e o espírito era concedida como parte imaterial do ser
humano, e engloba o pensamento, os sentimentos de amor e ódio, a irracionalidade, o desejo, a
sensação e a percepção. Os filósofos pré-socráticos, definiam a relação do homem com o
mundo através da percepção.

1. Etimologia. A primeira grande obra psicológica de que se tem notícia é do pensador


Aristóteles (384-322 a.C.). De anima (Acerca da Alma). Embora já se estudasse a alma humana,
o termo Psicologia só aparece no século XVI, com Rodolfo Goclênio. A palavra psicologia tem
sua raiz etimológica nos termos (psiché – alma + logos – razão, estudo).

III - PERSONALIDADE

A personalidade é formada durante as etapas do desenvolvimento psico-afetivo pelas quais passa


a criança desde a gestação. Para a sua formação incluem tanto os elementos geneticamente
herdados (temperamento) como também os adquiridos do meio ambiente no qual a criança está
inserida. São várias as teorias que versam sobre personalidade tanto quanto as controvérsias,
temas de discussões presentes em toda história da filosofia, psicologia, sociologia, antropologia e
medicina geral. Uma das escolas de grande destaque no estudo da personalidade, foi a
psicanálise de Sigmund Freud, que sustenta que os processos do inconsciente dirigem grande
parte do comportamento das pessoas. Outra escola importante foi a do americano B. F. Skinner
que sustenta a tese de que a aprendizagem se dá pelo condicionamento. Desde a gestação, as
crianças já se encontram em condições ambientais distintas, sofrendo com a ação dos estresses e
apresentando comportamentos particulares.

1. John Locke (1632-1704). Grande parte das pessoas que trabalha na educação já ouviu falar
que “a criança é como uma folha em branco na qual são registradas várias experiências”. Esta
ideia, que também influenciou bastante a Psicologia, provém de um pensador chamado John
Locke. Imaginou o espírito da criança como uma folha em branco (tábula rasa) na qual serão
registradas as experiências. John Locke também tem papel decisivo na Pedagogia e na
Psicopedagogia.

2. Ponto de vista biológico. Do ponto de vista biológico, a pessoa já traz consigo, em seus
genes, diferentes tendências, interesses e aptidões que também são formados pela combinação
dinâmica entre diversos fatores hereditários e uma infinidade de influências sócio psicológicas
que ela recebe do meio ambiente. Então, podemos dizer que a personalidade é formada por dois
fatores básicos:

a. Hereditários: são os fatores que estão determinados desde a concepção do bebê. É a estatura,
cor dos olhos, da pele, temperamento, reflexos musculares e vários outros. É aquilo que o bebê
recebe de herança genética de seus pais.

b. Ambientais: São aqueles que também exercem uma grande influência porque dizem respeito
à cultura, hábitos familiares, grupos sociais, escola, responsabilidade, moral e ética, etc. São
experiências vividas pela criança que irão lhe dar suporte e contribuir para a formação de sua
personalidade. O temperamento apresenta aspectos estilísticos. A personalidade contém aspectos

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do comportamento. Ao contrário do temperamento, a personalidade se refere à função de


integrativa do comportamento humano.

IV - O CARÁTER

O termo caráter é originário do grego “charakter” e refere-se a sinal, marca, ao instrumento que
grava. Aplicado esse termo à personalidade, denota aqueles aspectos que foram gravados,
inscritos em cada indivíduo durante o seu desenvolvimento. De acordo com Reich (1995), o
caráter é o conjunto de reações e hábitos de comportamento que vão sendo adquiridos ao longo
da vida e que especificam o modo individual de cada pessoa. Portanto, o caráter é composto das
atitudes habituais de uma pessoa e de seu padrão consistente de respostas para várias situações.
Incluem aqui as atitudes e valores conscientes, o estilo de comportamento (timidez,
agressividade e assim por diante) e as atitudes físicas (postura, hábitos de manutenção e
movimentação do corpo). É a forma com que a pessoa se mostra ao mundo, com seu
temperamento e sua personalidade. Como exemplo, podemos pensar numa sala de aula cheia de
alunos, onde, sem ninguém esperar, entra um bandido armado. É provável que todos se assustem,
porém, cada qual irá reagir com base em sua estrutura de caráter. Alguns desmaiam de medo;
outros tem diarreia, sono, taquicardia, sudorese; encontramos também aqueles que querem
persuadir o bandido; os que tentam seduzi-lo; os que procuram enfrentá-lo, mesmo ele estando
armado. E assim, uma sucessão de comportamentos irão aparecer perante a mesma situação.

1. Formação do caráter. Um fator de suma importância para a formação e o tipo de caráter que
a criança irá desenvolver, está relacionado à frequência e a intensidade da frustração. Isso
significa que para que ocorra um bloqueio na etapa do desenvolvimento e, por consequência, a
formação de um traço de caráter, é preciso que a frustração ou o estresse seja aplicado com certa
frequência e/ou que sua intensidade seja suficiente para atingir o limiar da criança. A formação e
o tipo de caráter de uma pessoa são determinados por vários fatores (REICH, 1995). O primeiro
desses fatores, diz respeito ao momento em que ocorre a frustração, ou seja, a etapa em que a
criança estiver atravessando em seu desenvolvimento.

V - O TEMPERAMENTO

A palavra temperamento tem sua origem do latim (temperamentum = medida). Representa a


peculiaridade e intensidade individual dos afetos psíquicos e da estrutura dominante de humor e
motivação. Breuer, citado por Freud (1987, p. 205) define temperamento como sendo: as
grandes diferenças entre as pessoas vivazes e as inertes e letárgicas, entre as que `não conseguem
ficar paradas´ e as que têm o `dom inato de se espreguiçarem nos sofás´, e entre os espíritos
mentalmente ágeis e os embotados, que conseguem tolerar a inação intelectual por um período
ilimitado de tempo. Essas diferenças, que constituem o “temperamento natural” de um homem,
por certo se baseiam em profundas diferenças em seu sistema nervoso no grau em que os
elementos cerebrais funcionalmente quiescentes liberam energia. Atualmente, o que mais se
aceita a respeito do temperamento é que certas características são decorrentes de processos
fisiológicos do sistema linfático, bem como a ação endócrina de certos hormônios. Assim,
pode-se explicar a genética e a interferência do meio sobre o temperamento de cada pessoa.
Então, poderíamos definir temperamento como sendo uma disposição inata e particular de cada
pessoa, pronta a reagir aos estímulos ambientais; é a maneira de ser e agir da pessoa,
geneticamente determinado; é o aspecto somático da personalidade. O temperamento pode ser
transmitido de pais para filhos, porém, não é aprendido, nem pode ser educado; apenas pode ser
abrandado em sua maneira de ser, o que é feito pelo caráter. O temperamento é o conjunto básico
de nosso ser; é a combinação de diferentes características, transmitidas geneticamente, as quais
inconscientemente, controlam nosso procedimento. Devido à diferença dos temperamentos, as
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pessoas poderão ter reações ou comportamentos diferentes perante a mesma situação. Certo
ditado diz sabiamente: “nas melhores pessoas encontramos os maiores defeitos e nas piores
pessoas, as maiores virtudes”. Conhecer nosso próprio temperamento é fundamental para que
possamos buscar uma canalização positiva de nossas atitudes advindas do temperamento e o
fortalecimento das nossas qualidades. Há cerca de 2500 anos, Hipócrates, considerado o pai da
Medicina, classificou o temperamento da espécie humana em quatro tipos básicos:

1. Sanguíneo. Típico de pessoas de humor variado;

a. Qualidades. Comunicativo, destacado, entusiasta, afável, simpático, bom companheiro,


compreensivo, crédulo.

b. Defeitos. Fraco de ânimo, volúvel, indisciplinado, impulsivo, inseguro, egocêntrico,


barulhento, exagerado, medroso.

c. O Apóstolo Pedro era sanguíneo. O sanguíneo tem o “sangue quente”. “As falhas de Pedro
estavam justamente no calor do seu coração”. Ele exibia calor, intensivamente em suas emoções
e ação dinâmica. Ninguém foi tão falante, tão vibrante e tão decisivo como Pedro. Amava ao
Senhor intensamente e era o seu companheiro de todas a horas (Mt 17.1); entristeceu-se por lhe
ter dito terceira vez: Amas-me? (Jo 21.17,17); demonstrava publicamente as suas emoções para
com o Senhor (Jo 6.69). Era desinibido e sincero (Lc 5.8,8); comunicativo, sempre respondia
com entusiasmo às emoções do seu coração (Mt14.28-29;28); as vezes agia por impulso (Jo
18.10).

2. Melancólico. Característico de pessoas tristes e sonhadoras;

a. Qualidades. Habilidoso, minucioso, sensível, perfeccionista, esteta, idealista, leal, dedicado.

b. Defeitos. Egoísta, amuado, pessimista, teórico, confuso, antissocial, crítico, vingativo,


inflexível.

c. Moisés era melancólico. Muitos personagens da Bíblia demonstraram possuí-lo, mas o mais
destacado foi Moisés. Moisés era talentoso foi instruído em toda a ciência dos egípcios (At 7.22);
abnegado e perfeccionista (Deus usou essa qualidade para lhe dar os detalhes da Lei, da justiça
divina e do Tabernáculo, Hb 11.23-34); leal (os livros da Lei, revelam isso) e extremamente
dedicado (Ex 32.31,32); sofria de um complexo de inferioridade que trazia à tona todas as
fraquezas do melancólico (Ex 3.11-13; Ex 4.1,3,10,13). Muitas vezes se deixava dominar pela ira
(Nm 20.9-12) e pela depressão (Nm11.11-15). O seu encontro com o Senhor no Monte Horebe e
a frequente busca da sua face, contudo, fizeram dele um homem cheio do Espírito Santo, um
líder destemido, e tornou-se “o homem mais manso da Terra” (Nm 12.3).

3. Colérico. Peculiar de pessoas cujo humor se caracteriza por um desejo forte e sentimentos
impulsivos, com predominância da bile;

a. Qualidades. Enérgico, resoluto, independente, otimista, prático, eficiente, decidido, líder,


audacioso.

b. Defeitos. Iracundo, sarcástico, impaciente, prepotente, intolerante, vaidoso, autossuficiente,


insensível, astucioso.

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c. Paulo era colérico. A principal qualidade do colérico é a força de vontade, que faz dele uma
pessoa enérgica, eficiente, resoluta, e um líder cheio de audácia e otimismo. Paulo foi um
portador desse temperamento notável, o livro de Atos e suas cartas nos revela isso. Exemplos:
(Gl 1.10; Fp 3.10-14; Gl 1.15-18; At 14.19-24; Fl 3.10-14). Apesar deste caráter ativo, prático,
dinâmico e corajoso, Paulo antes de conhecer a Jesus e receber o Espírito Santo, demonstrou-se
um homem cruel, zangado, hostil e amargurado (At 9.1; At.7.58,59); astucioso e prepotente (At
9.2). Ele testificou de si mesmo, o que vemos em (1Tm 1.12-16), porém, o enchimento diário do
Espírito Santo, a entrega de suas falhas a Deus (2Co 12.7-10), fizeram dele um líder apto a
escrever (Gl 5.16-22). Olhando para suas fraquezas, ele afirmou ”Posso todas as coisas naquele
que me fortalece” (Fp 4.13).

4. Fleumático. Encontrado em pessoas lentas e apáticas, de sangue frio.

a. Qualidades. Calmo, tranquilo, cumpridor de deveres, eficiente, conservador, pratico, líder,


diplomata, bem-humorado.

b. Defeitos. Calculista, temeroso, indeciso, contemplativo, desconfiado, pretensioso,


introvertido, desmotivado.

c. Abraão era fleumático. Todas as qualidades do fleumático estavam presentes na vida do fiel
Abraão. Ele era pacífico, prático e bem-humorado (Gn 13.8,9); leal, calmo e eficiente (Gn 14.14-
16); cumpridor de seus deveres (Gn 14.20); conservador em seus princípios (Gn 14.22-24). Deus
o provou em todas as suas promessas, mas ele permaneceu firme na fé. O Senhor falou sobre ele:
“Eu o tenho conhecido” (Gn 18.19). Todavia, ele apresentava também os defeitos desse tipo de
temperamento. Com o crescimento da sua vida espiritual e submissão a Deus, assumiu suas
posições e foi liberto da incredulidade (Hb 11.8-9); do medo (Hb 11.17) e fortalecido na fé (Gn
22.8). Apesar de seu temperamento, o seu direcionamento à Deus, o fez um dos maiores homens
que já viveu. O homem carnal e o cristão imaturo se deixam dominar ou influenciar pelos
aspectos negativos do seu temperamento. Muitas situações difíceis na Igreja, no lar, e na vida
secular, são criadas por desconhecimento de nossas fraquezas e falta de um critério espiritual
para tomar nova direção.

VI - PRINCIPAIS TEORIAS DO COMPORTAMENTO

1. Behaviorismo. Behaviorismo é uma teoria psicológica que objetiva estudar a psicologia


através da observação do comportamento, com embasamento em metodologia objetiva e
científica fundamentada na comprovação experimental, e não através de conceitos subjetivos e
teóricos da mente como sensação, percepção, emoção e sentimentos.

a. Behaviorismo metodológico. A maior escola de pensamento americana surgiu no início do


século XX, sendo influenciada por teorias sobre o comportamento e fisiologia animal. A
tradução do inglês de Behavior é comportamento, portanto, o foco de estudo do
comportamentismo ou comportamentalismo (título traduzido) é o comportamento observável, e o
condicionamento é o método utilizado nesta escola. Foi fundada por John B. Watson (Pai do
Behaviorismo Metodológico) que acreditava que o controle do ambiente de um indivíduo
permitia desencadear qualquer tipo de comportamento desejável.

b. Behaviorismo radical (1904-1990). Foi influenciado, inicialmente, pelas teorias de Ivan


Pavlov e Edward Thorndike. E, posteriormente, pelas teorias do operacionismo. Foi Burrhus
Frederic Skinner o maior autor neocomportamentalista, levantando a tona seu condicionamento
operante e a modificação do comportamento (Behaviorismo Radical). No meio do século XX,
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vários autores escreveram sobre o pensamento, a cognição. Diziam fazer parte do


comportamento este pensamento, estava sendo criada uma divisão no behaviorismo: A
Psicologia Cognitiva. Exemplo: a história real da vida das irmãs indianas Amala e Kamala.

 Amala e Kamala. Também conhecidas como as meninas lobo, foram duas crianças
selvagens encontradas na Índia no ano de 1920. A primeira delas tinha um ano e meio e faleceu
um ano mais tarde. Kamala, no entanto, já tinha oito anos de idade, e viveu até 1929. Kamala
viveu durante oito anos na instituição que a acolheu, humanizando-se lentamente. Ela necessitou
de seis anos para aprender a andar e pouco antes de morrer só tinha um vocabulário de 50
palavras. Atitudes afetivas foram aparecendo aos poucos. Ela chorou pela primeira vez por
ocasião da morte de Amala e se apegou lentamente às pessoas que cuidaram dela e às outras
crianças com as quais viveu.

2. Gestalt. Fundada dentro da filosofia por Max Wertheimmer e Kurt Koffka, a Gestalt traz
novas perguntas e respostas para a Psicologia. Ela se detém nos campos da percepção e na visão
holística do homem e do mundo. Criticava principalmente a Psicologia de Wundt, que era
chamada de Psicologia do "tijolo e argamassa", pois via a mente humana dividida em estruturas.
A Gestalt (guès) (do alemão Gestalt, "forma"), também conhecida como gestaltismo (teoria da
forma, psicologia da Gestalt, psicologia da boa forma e leis da Gestalt). É uma doutrina que
defende que, para se compreender as partes, é preciso, antes, compreender o todo. Refere-se a
um processo de dar forma, de configurar "o que é colocado diante dos olhos, exposto ao olhar".
A palavra Gestalt tem o significado "de uma entidade concreta, individual e característica, que
existe como algo destacado e que tem uma forma ou configuração como um de seus atributos".

3. Psicanálise (1856-1939). Quando se pensa em procurar um psicólogo, um emaranhado de


ideias invade a mente: Tem-se a falsa impressão de que é preciso estar transtornado
emocionalmente ou mentalmente para procurar ajuda. Também se imagina uma sala sombria,
com móveis pretos e um divã. Atrás dele alguém calado e de aspecto severo, fechado. Muito
desse imaginário coletivo faz parte do legado deixado por Sigmund Freud, Pai da Psicanálise. Na
verdade, nem todo psicanalista é psicólogo. Ele pode ser formado em Medicina, por exemplo. O
seu interesse pela Psiquiatria, entretanto, se iniciou com as descobertas de Charcot, seu futuro
mestre, e os estudos sobre Histeria, considerado naquela época, doença de mulher,
principalmente daquelas que não haviam casado. O termo histeria vem de “útero” e até hoje as
mulheres solteiras de idade mais avançada são chamadas de forma desprezível, de histéricas.
Freud descobriu que a histeria possuía causas emocionais e que as pessoas nas quais eram
recalcadas, ou seja, as que não extravasavam seus desejos libidinais, poderiam sofrer de crises
histéricas, inclusive homens. A Psicanálise é conhecida pela investigação do inconsciente e pela
descoberta da sexualidade infantil, tema polêmico até hoje. Freud não teve apenas um mestre,
mas vários nomes inspiraram sua teoria, desde Goethe a Nietzsche.

a. A gestação da Psicanálise e a descoberta do inconsciente. Qual poderia ser a causa de as


pessoas esquecerem das coisas ruins e boas? Quando Freud deixava os seus pacientes a vontade,
ele percebeu que eles ficavam embaraçados para responderem as suas perguntas, a esta força
psíquica que se opunha ele chamou resistência. E chamou de repressão o processo psíquico que
visa encobrir e fazer desaparecer a consciência, uma ideia ou representação insuportável e
dolorosa que está no inconsciente.

b. 1ª Teoria sobre a estrutura do aparelho psíquico.

 O Inconsciente. Exprime o conjunto de conteúdos não presentes no campo da consciência.

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 O Pré-consciente. Refere-se ao sistema onde permanecem aqueles conteúdos acessíveis a


consciência.

 O Consciente. É o sistema do aparelho psíquico que recebe ao mesmo tempo as informações


do mundo e as do mundo interior.

c. 2ª Teoria sobre a estrutura do aparelho psíquico.

 O Ide. É onde se localizam as pulsões da vida e da morte. É regido pelo princípio do prazer.

 O Ego. É o sistema que estabelece equilíbrio entre as exigências do Ide, as exigências da


realidade e a as ordens do Ego.

 O Superego. Origina-se com o complexo de Édipo, ou com o complexo de Elektra. Começa


a partir da internalização das proibições, dos limites e da autoridade. O conteúdo do Superego
refere-se as exigências sociais e culturais.

a. O Complexo de Édipo. É um conceito que foi defendido pelo psicanalista Sigmund Freud,
que se refere a uma fase de desenvolvimento psicossexual da criança, chamada fase fálica, em
que ela começa a sentir desejo por sua mãe e ódio e ciúme de seu pai. Segundo Freud, a fase
fálica acontece entre os 3 e 6 anos de idade, que é quando acontece uma mudança no
comportamento da criança que faz com que idealize a sua mãe e desenvolva um sentimento de
amor por ela ao mesmo tempo em que há ciúme do seu pai, que passa a ser considerado um rival.
Para a psicanálise, esta é uma fase determinante para o seu comportamento na idade adulta,
principalmente em relação à sua identidade e comportamento sexual.

b. Como identificar o complexo de Édipo. O complexo de Édipo faz parte do desenvolvimento


psicossexual da criança, podendo as características serem notadas a partir dos 3 anos de idade,
sendo as principais:

 Sentimento de grande afeto à mãe;

 Sentimentos negativos em relação ao pai, podendo haver sentimento de ódio;

 Maior interesse pelo órgão sexual;

 Ciúme excessivo quando os pais estão juntos;

 Atitudes agressivas em relação ao pai, já que o enxerga como rival;

Essas características podem desaparecer naturalmente à medida que a criança se desenvolve, isso
porque percebe que a mãe não responde aos seus sentimentos da forma como gostaria, passando
a se comportar de forma semelhante ao pai.

c. O que é o complexo de Édipo mal resolvido? De acordo com a teoria de Freud, a criança
que não consegue resolver o complexo de Édipo é aquela que não conseguiu se identificar com o
pai, ou seja, que não imita os comportamentos do seu gênero e, por isso, não desenvolve
comportamentos que busquem substituir a figura materna. Por isso, Freud determina que, quando
o complexo de Édipo se prolonga na vida adulta, pode ter como desfecho a homossexualidade
masculina, problemas relacionados com a relação sexual e com o casal.

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d. Complexo de Elektra. Na mitologia grega, era filha de Agamêmnon e Clitemnestra, irmã de


Orestes, Crisotemi e Ifigênia. Amargurada e impulsiva, Electra, levada mais pela fúria do que
pela maldade, induziu seu irmão Orestes a assassinar sua mãe, vingando a morte de seu pai,
arquitetada por Clitemnestra. O complexo de Electra é um conceito desenvolvido pelo psiquiatra
Carl Jung, e uma fase normal do desenvolvimento psicossexual da maioria das meninas, na qual
existe uma grande afeção pelo pai e um sentimento de rancor, ou má vontade, em relação à mãe,
podendo até ser possível que a menina tente competir com a mãe para ganhar a atenção do pai.
Geralmente, esta fase surge entre os 3 e os 6 anos, e é ligeira, mas pode variar de acordo com a
menina e o seu grau de desenvolvimento. Na maioria dos casos, o complexo acontece porque o
pai é o primeiro contato que a menina tem com o sexo oposto. Assim como o complexo de
Édipo, desenvolvido por Sigmund Freud, a resolução do complexo Electra influenciará o
desenvolvimento da vida sexual adulta e como a menina se relaciona com o sexo oposto.

e. Como identificar o complexo de Elektra? Alguns sinais que podem indicar que a menina
está entrando na fase do complexo de Electra incluem:

 Necessidade de se colocar sempre entre o pai e a mãe para os afastar;

 Choro descontrolado quando o pai precisa sair de casa;

 Sentimentos de grande afeto em relação ao pai, que podem levar a menina a verbalizar a

 Vontade de casar com o pai um dia;

 Sentimentos negativos em relação à mãe, especialmente quando o pai está presente.

Estes sinais são normais e temporários, por isso, não devem ser uma preocupação para os pais.
No entanto, se se mantiverem após os 7 anos ou se forem piorando com o tempo, pode ser
importante consultar um psicopediatra para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento, caso
necessário.

f. Quando pode ser um problema? O complexo de Elektra geralmente se resolve sozinho, e


sem grandes complicações, à medida que a menina vai crescendo e observando a forma como a
sua mãe age em relação ao sexo oposto. Além disso, é o pai quem deve estabelecer os limites da
relação pai-filha, de modo que a menina perceba que é com outras crianças com quem deve
brincar e interagir. Porém, quando a mãe está muito ausente ou castiga a filha pelas suas ações
durante esse período da sua vida, pode acabar dificultando a resolução natural do complexo, o
que faz com que a menina mantenha os seus fortes sentimentos de afeto pelo pai, que podem
acabar se tornando em sentimentos de amor, resultando em um complexo de Electra mal
resolvido.

VII - ACONSELHAMENTO BÍBLICO

As pessoas vão sempre procurar seus líderes e amigos para que estes o ajudem em suas crises,
por isso, cabe ao cristão que exerce algum tipo de liderança estar preparado para ajudar o
próximo, não com receitas populares, mas com amor, conhecimento e espiritualidade. Por isso,
cabe aos líderes e interessados dentro do corpo de Cristo, preparar-se para fazer o melhor, dentro
de sua capacidade humana de aperfeiçoamento, de dedicação e da capacitação espiritual recebida
do Senhor, não esperando nada em troca, mais do que o ser humano imperfeito pode dar. A
Igreja foi criada por Deus com o intuito de dar continuidade ao anúncio do reino de Deus e de
suas implicações. A ela virão pessoas de todos os cantos para encontrarem descanso para suas
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almas. É papel da igreja o ser uma comunidade terapêutica, aonde as pessoas vão para curar as
feridas de suas almas, não um lugar de mimo ou promessas, mas uma clínica onde o mestre Jesus
atua em tempo integral, através de seus servos, para aliviar a sobrecarga da vida dos seus.
1. O Conselheiro. Dentre algumas qualificações exigidas daquele que aconselha estão:

a. Cordialidade. Este ato implica em cuidado, respeito ou preocupação sincera pelo


aconselhado, sem levar em conta seus atos e atitudes. Nem sempre o aspecto moral e volitivo do
aconselhado é o mais elogiável, contudo cabe ao conselheiro entender e cooperar com o processo
de restauração;

b. Sinceridade. Envolve que o conselheiro seja uma pessoa aberta, franca, que evita o
fingimento a atitude de superioridade. O aconselhado deve ter certeza que está falando com uma
pessoa confiável e que está concentrada no problema, agindo com sinceridade.

c. Empatia. Colocar-se no local do aconselhado. Como ele pensa? Quais seus valores, crenças,
conflitos íntimos e suas mágoas? O bom conselheiro mostra-se sempre sensível a estas questões.
O conselheiro que consegue ser empático, tem maiores probabilidades de alcançar sucesso em
sua atividade.

VIII - TÉCNICAS DE ACONSELHAMENTO

O aconselhamento é, primariamente, uma relação que uma pessoa, o ajudador, busca assistir
outro ser humano nos problemas da vida. Seguem abaixo algumas técnicas básicas para o
processo de ajuda.
1. Atenção. O conselheiro deve oferecer total atenção ao aconselhado. Olhar nos olhos, ter
postura serena e gestos tranquilos, chamar pelo nome, sempre com sensibilidade;

a. Ouvir. Segundo o psiquiatra Armand Nicholi, o ato de ouvir eficazmente envolve: Ter
percepção para não interferir na livre expressão do aconselhado; evitar expressões verbais e não
verbais dissimuladas de desprezo e juízo; aguardar pacientemente diante de períodos longos de
silêncio ou lágrimas; ouvir o que o aconselhado está tentando dizer e não só o que ele diz; usar o
par de olhos e ouvidos para captar mensagens transmitidas pelo tom de voz, postura e outras
pistas não verbais; analisar as próprias reações em relação ao aconselhado; evitar desviar os
olhos enquanto o aconselhado fala; compreender que é possível aceitar o aconselhado sem
aceitar suas atitudes e estilo de vida, dentre outros.

b. Responder. É necessário que o conselheiro saiba ouvir, mas, com a mesma importância, deve
falar a fim de cumprir o papel de conselheiro. Sua fala deve envolver:

 Orientação: usar expressões que dirijam a conversa ao caminho correto;

 Reflexão: é um modo de permitir que os aconselhados saibam que o conselheiro está com o
aconselhado, entendo suas crises e sentimentos;

c. Perguntas: usar perguntas, as quais, se feitas com habilidade, podem auxiliar no


autoconhecimento e na descoberta de soluções para as crises;

d. Confrontação: lançar ideias diferentes da linha pensada e idealizada pelo aconselhado;

e. Informação: apresentar fatos e ideias que não sejam de conhecimento do aconselhado;

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f. Interpretação: expor ao aconselhado qual o significado de seu comportamento e dos eventos


que se sucedem;

2. Apoio e Encorajamento. O apoio inclui a orientação do aconselhado no sentido de fazer uma


avaliação de seus recursos espirituais e psicológicos, encorajá-lo à ação e ajudar com quaisquer
problemas ou fracassos que possam resultar desta ação.

3. Ensinar: o conselheiro é um educador, ensinando através da instrução e orientado o


aconselhado à medida que ele aprende a enfrentar os problemas da vida. O aconselhamento é
mais eficaz quando é dirigido de forma a tratar as questões de forma concreta, evitando apenas
conceituações vagas.

IX - PRINCIPAIS TRANSTORNOS MENTAIS

1. Depressão. Depressão é uma palavra frequentemente usada para descrever nossos


sentimentos. Todos se sentem angustiados de vez em quando, ou muito alegre às vezes, e tais
sentimentos são normais. A depressão é algo bastante diferente: é uma doença como outra
qualquer que exige tratamento. Muitas pessoas pensam estar ajudando um amigo deprimido ao
incentivarem ou mesmo cobrarem tentativas de reagir, distrair-se, de se divertir para superar os
sentimentos negativos. Os amigos que agem dessa forma fazem mais mal do que bem, são
incompreensivos e talvez até egoístas. Ninguém sabe o que um deprimido sente, só ele mesmo e
talvez quem tenha passado por isso.

2. Ansiedade. A ansiedade é uma sensação ou sentimento decorrente da excessiva excitação do


Sistema Nervoso Central em consequência da interpretação de uma situação de perigo. Parente
próximo do medo, a ansiedade (muitas vezes onde a diferenciação não é possível) é distinguida
dele pelo fato de o medo ter um fator desencadeante real e palpável enquanto na ansiedade o
fator de estímulo teria características mais subjetivas. A ansiedade é o grande sintoma de
características psicológicas que mostra a intersecção entre o físico e psíquico, uma vez que tem
claros sintomas físicos como: taquicardia (batedeira), sudorese, tremores, tensão muscular,
aumento das secreções (urinárias e fecais) aumento da motilidade intestinal, cefaleia (dor de
cabeça). Quando recorrente e intensa também é chamada de Síndrome do Pânico (Crise ansiosa
aguda).

3. Transtorno bipolar. É uma enfermidade na qual ocorrem alterações do humor,


caracterizando-se por períodos de um quadro depressivo, que se alteram com períodos de
quadros opostos, isto é, a pessoa se sente eufórica (mania). Tanto o período de depressão, quanto
da mania podem durar semanas, meses ou anos. O termo mania não significa "repetição de
hábitos", mas sintomas de euforia. O Transtorno do Humor pode ocorrer, ao longo da vida,
dentro de um curso bipolar ou unipolar. O curso unipolar refere-se a episódios somente de
depressão e, no bipolar, depressão e mania (euforia).

4. Mania. Humor "para cima", excitado, exaltação, alegria exagerada e duradoura; irritabilidade
(impaciência, "pavio curto"); agitação, inquietação física e mental; aumento da energia, da
produtividade ou começar muitas coisas e não conseguir terminar; pensamentos acelerados,
tagarelice; achar que possui dons ou poderes especiais de influência, grandeza e poder; otimismo
e autoconfiança exagerados; aumento dos gastos, endividamentos; distração fácil: tudo desvia a
atenção; maior contato social e desinibição, comportamento inadequado e provocativo,
agressividade física elou verbal; erotização, aumento da atividade e necessidade sexuais; insônia,
redução da necessidade de sono;

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5. Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Evitar usar as toalhas de mão utilizadas pelos


demais membros da sua família, não conseguir tocar com a mão no trinco da porta de um
banheiro público, ter medo de passar perto de cemitérios ou entrar numa funerária, de deixar um
chinelo virado. Assim como outros comportamentos semelhantes, podem, na verdade, constituir
sintomas do chamado transtorno obsessivo-compulsivo ou TOC. Esses mesmos comportamentos
e preocupações, entretanto, podem se tornar claramente excessivos, quando repetidos inúmeras
vezes em um curto espaço de tempo e quando acompanhados de grande aflição. O TOC é um
transtorno mental incluído pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da
Associação Psiquiátrica Americana, entre os chamados transtornos de ansiedade. Manifesta-se
sob a forma de alterações do comportamento (rituais ou compulsões, repetições), dos
pensamentos (obsessões como dúvidas, preocupações excessivas) e das emoções (medo,
desconforto, aflição, culpa, depressão). Sua característica principal é a presença de obsessões:
pensamentos, imagens ou impulsos que invadem a mente e que são acompanhados de ansiedade
ou desconforto, e das compulsões ou rituais: comportamentos ou atos mentais voluntários e
repetitivos, realizados para reduzir a aflição que acompanha as obsessões.

a. Dentre as obsessões mais comuns estão: A preocupação excessiva com limpeza (obsessão)
que é seguida de lavagens repetidas (compulsão); as dúvidas (obsessão), que são seguidas de
verificações (compulsão). A obsessão está ligada aos pensamentos; já os atos ou
comportamentos são denominados de comportamentos compulsivos. O que são obsessões?
Obsessões são pensamentos ou impulsos que invadem a mente de forma repetitiva e persistente.
Podem ainda ser imagens, palavras, frases, números, músicas, etc. Sentidas como estranhas ou
impróprias, as obsessões geralmente são acompanhadas de medo, angústia, culpa ou desprazer.
O indivíduo, no caso do TOC, mesmo desejando ou se esforçando, não consegue afastá-las ou
suprimi-las de sua mente. Apesar de serem consideradas absurdas ou ilógicas, causam ansiedade,
medo, aflição ou desconforto que a pessoa tenta neutralizar realizando rituais, compulsões, ou
através do evitar determinadas situações (não tocar, evitar certos lugares).

6. Esquizofrenia. Esquizofrenia é uma doença mental que afeta a capacidade de a pessoa


distinguir se as experiências vividas são ou não reais. Afeta ainda a capacidade de pensar
logicamente, sentir emoções e sentimentos, e comportar-se em situações sociais. Não há cura
para a esquizofrenia, mas o tratamento controla os sintomas e ajuda a pessoa a ter uma vida
parecida com a de quem não sofre da doença. Ou seja, pode trabalhar, namorar, ter amigos e
divertir-se. Um fator importante: Pessoas que têm um familiar com esquizofrenia têm maior
chance de desenvolver a doença - mas ainda não se sabe quais os genes envolvidos ou se a
presença deles é suficiente para o desenvolvimento da esquizofrenia. Gêmeos idênticos têm 50%
de chance de desenvolver a doença quando um deles já desenvolveu. Alguns pesquisadores
acreditam que a esquizofrenia é resultado de uma combinação de fatores genéticos e ambientais.
Certas pessoas nascem com essa tendência, mas o problema só aparece se expostas a
determinados fatores ambientais. Não existe um consenso de quais seriam os fatores ambientais
envolvidos, mas estudos sugerem que infecções, má nutrição na gravidez e complicações no
parto podem contribuir posteriormente para o desenvolvimento da esquizofrenia. Os sintomas
são variados e podem aparecer subitamente, embora, geralmente, a doença se manifeste em
meses ou anos. Inicialmente, os sintomas podem não ser evidentes, e são confundidos com
alterações próprias da idade ou com de outras doenças psiquiátricas. Os indivíduos começam a
perceber que há algo estranho, mas muitas vezes são incapazes de contar para seus familiares.
Podem relatar que estão mais tensos, tendo dificuldade de concentração ou para dormir,
começam a isolar-se das pessoas, não conseguem mais ficar com os amigos e param de estudar
ou trabalhar. Com a progressão da doença, aparecem os sintomas mais característicos da psicose
(perda da noção da realidade).

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X - CONCLUSÃO

O Pastor, Obreiro, ou mesmo o missionário que está no campo, precisam saber lidar com a mente
dos seus liderados ou membros das suas comunidades, pois é de extrema importância essa
compreensão para o saudável crescimento da obra de Deus. Imagine uma pessoa que sempre
testemunha que é arrebatada constantemente ao inferno, e dependendo da posição dessa pessoa
ela vai persuadir muitas pessoas sobre as suas visões. Mas na Bíblia não existe nenhuma base
para sustentar isso, o máximo que pode acontecer é Deus revelar em visões, man nunca a pessoa
ir e vir (Lc 16.19-31; Ap 20.11-14). Então, essa pessoa com toda a certeza sofre de um transtorno
mental chamado de Esquizofrenia, pois a Bíblia não é contraditória, mas o homem é.

26) MÚSICA, LOUVOR E A ADORAÇÃO

I - INTRODUÇÃO

A música tem sido importante aliada em vários segmentos do ensino secular. Não é por acaso
que ela é usada em terapias, na expressão artística, nas escolas entre outros. Ela faz parte de
momentos marcantes e, dificilmente, encontra-se alguém que não se identifique com algum
estilo musical. A música e os músicos sempre desempenharam um papel vital na adoração ao
Senhor.

II - PORMENORES A RESPEITO DA MÚSICA

A música é muito antiga, visto que desde os primórdios os homens produziam diversas formas
de sonoridade. Lembre-se, portanto, que a música é um tipo de arte que trabalha com a harmonia
entre os sons, o ritmo, a melodia, e a voz. Todos esses elementos são importantes e podem nos
transportar para outro tempo e espaço, resgatar memórias e reacender emoções. Antes de
começarmos a explorar o assunto, é necessário um pouco de conhecimento sobre música.

1. Música. É a arte de manifestar os diversos afetos da nossa alma, espírito e corpo através do
som. Assim como o homem se divide em 3 partes, a música também se divide em 3 partes, tendo
a melodia interagindo com o espírito do homem, a harmonia com a alma do homem, e o ritmo
com o corpo do homem.

a. Melodia. É a combinação de sons sucessivos, dados uns após os outros, e interage com o
espírito do homem, que em hebraico é ruach, e em grego é pneuma. Indica uma energia vital
superior, o espírito existe, tem personalidade, pode viver fora do corpo, é imortal, e faz parte da
divindade de Deus. Toda comunicação de Deus com o homem ocorre ali no espírito. Este
espírito não é sinônimo da nossa alma, nem é o mesmo que o Espírito Santo (Rm 8,16).

b. Harmonia. É a combinação de sons simultâneos emitidos de uma só vez. Ex: Acorde (grupo
de notas que preenche e embeleza a melodia), e interage com a Alma. A palavra alma em
hebraico é nefesh, e do grego psiqué, que dependendo do contexto pode ter vários significados.
A alma é o elo de ligação entre a parte material do homem (corpo) e a parte imaterial (espírito).
A alma na Bíblia aparece relacionada a palavra coração (hebraico - lev, levav, ou grego -
kardia), também a palavra mente (grego - nous, dianoia), e as entranhas (grego - splagchnon)
os rins, lombo e fígado (hebraico – kaved, Ez 21,21), rins (hebraico - kilyah, Jó 16,3 e o grego –

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nephroi, Apo 2,23), lombos (hebraico - mothen, Na 2,10). Todos estes termos estão ligados ao
íntimo, e as emoções, pois alma é a sede das emoções.

Ritmo. É a combinação dos valores pequenos e grandes, nos mostrando a velocidade da melodia,
e interage com o corpo. A palavra corpo vem do grego soma, e do latim corpus, e é a parte física
do homem que é totalmente material, pois a Bíblia diz que ele foi feito do pó, e para o pó voltará
(Ec 12,7).

A música nada mais é do que a arte do som. Portanto, o som tem 4 propriedades:

1 – Duração: é o tempo de produção do som.

2 – Intensidade: se o som é forte ou fraco.

3 – Altura: se o som é grave ou agudo.

4 – Timbre: é a origem do som (fonte emissora ex: se vier de um violão, violino, cavaquinho,
flauta, voz humana etc.).

Os sons musicais conforme as suas alturas recebem os seguintes nomes: DO-RE-MI-FA-SOL-


LA-SI-DO, novamente seguindo em ordem repetitiva, onde damos o nome de escala natural ou
diatônica.

III - A PRECONCEPÇÃO DA MÚSICA

Segundo a ciência, existem emissão de sinais sonoros que são captadas por radiotelescópio, e o
próprio universo está em constante harmonia através das quatro leis que o regem, sendo elas: A
gravitacional, a eletromagnética, a nuclear fraca e a nuclear forte, as quais mantém o Universo
em sintonia. Em outras palavras, o Universo é uma grande orquestra sinfônica e filarmônica.
Na terra por exemplo, os ruídos das ondas quebrando na praia, os trovões, a comunicação entre
os animais, o barulho do vento balançando as árvores. Tudo isso influenciou também as pessoas
a explorarem os sons que seus próprios corpos produziam, como as batidas do coração, a
circulação do sangue pelas veias e artérias, os movimentos dos pulmões, entre outros. Como, por
exemplo, os sons das palmas, dos pés batendo no chão, da própria voz.

1. A música estava presente na criação. Qual a relação entre Deus e a música? Teria a música
algo a ver com a redenção humana? Para estas e outras perguntas encontramos respostas nas
Escrituras. O livro de Jó, no capítulo 38, versículos de 4 a 7, relata o momento sublime da
criação. Lá estava o Todo-Poderoso “lançando os fundamentos da terra”. O versículo 7 nos traz a
impressionante revelação de que havia música na criação: “…quando as estrelas da alva juntas
alegremente cantavam”. É fácil perceber que antes da criação a música já existia, por onde se
conclui ter sido criada por alguém que só pode ser o Senhor Deus. Esta música era perfeita até
sofrer as consequências resultantes do pecado do homem instigado por Satanás. Daí por diante,
tornou-se decaída e misturada, de acordo com os sentimentos do homem, que é capaz de amar e
odiar quase ao mesmo tempo.

2. Deus é criou os primeiros instrumentos musicais. “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que
era muito bom…” Gn 1:31. Lá estava o Éden, jardim de Deus. De acordo com Ezequiel 28:13-
15, havia no Éden um lugar, mais precisamente um monte santo, onde um querubim especial
tinha a responsabilidade do serviço musical. Para isso ele dispunha de alguns instrumentos, entre
eles: pífaros e tambores, com os quais cumpria o propósito divino. Outra importante revelação

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bíblica: “…a obra dos teus tambores e dos teus pífaros estavam em ti; no dia em que foste criado
foram preparados” – v. 13. Aqueles instrumentos foram preparados por alguém, certo? Quem foi
este alguém? A resposta é: o Senhor Deus! Quando o querube (singular de querubim) foi
colocado naquele lugar, encontrou tudo pronto. O Deus Todo-Poderoso já havia criado nele os
instrumentos musicais.

3. Lúcifer foi o maior músico entre os anjos. “Elevou-se o teu coração por causa da tua
formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante
dos reis te pus, para que olhem para ti” (Ez 28:17). Deus criou um grande músico, o melhor de
todos, ele foi criado como o selo da perfeição, cheio de sabedoria e formosura. Era ungido e em
seu corpo haviam tamborins e pífaros. Era perfeito em seus caminhos. Mas certa vez, achou-se
iniquidade em seu coração. Começou a praticar a maldade em seu ministério e chegou ao ponto
de achar que seus dons e talentos o faziam semelhante ao próprio Deus. Qualquer semelhança
com alguns músicos de hoje em dia é “mera” coincidência. Está escrito: “Filho do homem,
levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro, e dize-te: Assim diz o Senhor Deus: Tu eras o selo
da perfeição, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. Estiveste no Éden, jardim de Deus;
cobrias-te de toda pedra preciosa: a cornalina, o topázio, o ônix, a crisólita, o berilo, o jaspe, a
safira, a granada, a esmeralda e o ouro. Em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no
dia em que foste criado foram preparados” (Ez 28:12-13). Lúcifer (termo latino para luz,
resplandecente, brilhante, estrela) quando foi criado, era um ser perfeito. Porém, nele brotou a
iniquidade. Seu coração elevou-se por causa de seus dons e chegou a tal ponto que comprometeu
até mesmo sua sabedoria. O resplendor que ele ganhou por causa de seus dons afogaram sua
sanidade (Ez 28:17). Ele chegou ao ponto de declarar: “… Eu subirei ao céu; acima das estrelas
de Deus exaltarei o meu trono; e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do
Norte; subirei acima das alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo” (Is 14:13-14).

IV - DEUS É COMPOSITOR

Até parece brincadeira, mas a verdade é que o texto bíblico nos revela ter havido um dia em que
o Senhor Deus resolveu se comunicar com seu povo através de um cântico de sua autoria:
“Escreverei para vós outros este cântico, e ensinai-o aos filhos de Israel; ponde-o na sua boca,
para que este cântico me seja por testemunha contra os filhos de Israel” – Dt 31:19. Depois da
obra da cruz, onde se deu a restauração espiritual e moral do homem, também foi restaurada a
musicalidade divina. Davi declara que depois de ter sido tirado de um lago horrível, do poço de
perdição, foi colocado sobre uma rocha (a figura de Cristo) e recebeu um cântico novo (Sl 40:2-
3). Este cântico novo é a música divina presente no homem regenerado, e que agora faz parte de
sua nova vida (Sl 42:8), de seu relacionamento com Deus (Sl 30:12), com os seus irmãos (Ef
5:19) e de seu testemunho diante dos homens (Salmos 40:3; Salmos 126:2). Agora entendemos o
propósito divino com relação à música. Ela foi criada por Deus e colocada no homem para que
este o adore com amor todos os dias e por toda a eternidade!

1. O primeiro fabricante de instrumentos musicais na terra. A Bíblia nos fala que os


descendentes de Caim, isso mesmo, de Caim eram homens dotados de dons naturais e de uma
grande inteligência e sabedoria para confeccionarem (fabricarem) coisas, como por exemplo, os
filhos de Zilá, Jabal que foi o pai dos que habitam em tendas e têm gado (empreendedor e
fabricante de tendas, Gn 4:20), e o nome do seu irmão era Jubal que foi o pai de todos os que
tocam harpa e órgão (fabricante de instrumentos musicais, Gn 4:21), e Tubalcaim, mestre de
toda obra de cobre e de ferro (ferreiro e artífice, Gn 4:22).

V - A MÚSICA HEBRAICA TEM A SUA MAIOR REPRESENTAÇÃO NOS


SALMOS
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O termo vem da tradução grega da LXX, “Psalmos”, e significa "cânticos" ou "cânticos


sagrados“ e é derivado da raiz hebraica Zamer que significa “cantar, tocar" em cordas de um
saltério. O título hebraico é Tehillim, e significa "louvores“ ou "cânticos de louvor". Os 150
salmos estão organizados em cinco livros, tendo cada um deles na sua conclusão, uma
enunciação de louvor e invocação dirigida a Deus, a saber:

Livro I (1-41). Quase todos os salmos desse livro foram creditados a Davi, com exceção dos
números 1, 2, 10 e 33. Provavelmente foi o primeiro saltério oficial de Israel. Este livro usa
livremente o nome pessoal de Deus YHVH, traduzido nas versões portuguesas por Yahweh,
Iavé, Javé, Jeová, Yaúh, Yauha, Yaou, Deus ou Senhor, o que na verdade são formas erradas de
transliteração para esse nome pessoal.

Livro II (42-72). Desse número, sete (42, 44-49) são dedicados "aos filhos de Corá", um é
identificado como sendo de Asafe (50), oito de Davi, um de Salomão (72) e quatro estão sem
títulos (43,66,67,71). Que essa coleção foi originariamente separada do primeiro livro é
demonstrado pela repetição do Salmo 14 no Salmo 54, e parte do Salmo 40 no salmo 70, e pelo
fato de que o termo Elohim (Deus) é constantemente usado como o nome divino em vez de
YHVH.

Livro III (73-89). O núcleo básico desse livro é formado pelo grupo dos salmos (73-83)
atribuídos a Asafe, que era ministro de louvor de Davi (1Cr 16.4-7); ele utiliza o termo Elohim,
enquanto que nos demais salmos desse livro aparece YHVH. Este é o mais breve dos cinco
livros, e foi atribuído por meio dos seus títulos aos filhos de Corá (84,85,87, talvez o 88), a Davi
o (86), a Hemã, o ezraíta (88; cf. 2Cr 35.15) e a Etã, o ezraíta (89; cf. 1Cr 2.6).

Livro IV (90-106). O Salmo (90) é atribuído a Moisés; quinze salmos desse grupo são atribuídos
a Davi, um a Salomão (127) e o Salmo 96 e parte do Salmo 105 a Davi (1Crônicas 16.7-33). Os
Salmos (90-99) formam um grupo de dez salmos sabáticos, e o Salmo 100 é o salmo tradicional
para o dia da semana. Os Salmos (103-104) são os dois Salmos de Bênção e Adoração que tem
como base o refrão: “Bendize ó minha alma ao Senhor! Os Salmos (105-106) constituem dois
Salmos de Aleluia”.

Livro V (107-150). Livro V (107-150). Neste livro existem dois grupos davídicos (108-110) e
(138-145), além de dois outros salmos também atribuídos a Davi (112) e (133). Os Salmos (113-
118) são conhecidos como o HalIel egípcio ou o mais popular Hallelu-Yáh (Aleluia!).
Referindo-se ao Êxodo, Salmo (114). Os Salmos (120-134) são chamados de Cânticos dos
degraus, ou Cânticos da subida, e são os Cânticos dos peregrinos, que são entoados em
comemoração ao retorno do exílio, e usados pelos devotos na sua peregrinação anual a
Jerusalém. Os Salmos (146-50) são conhecidos como o Gadol HalIel (grande louvor). Cada um
desses cinco salmos inicia e termina com a palavra hebraica Hallelu-Yáh, que significa: "Louvai
ao Senhor". O salmo 150 não é apenas o último dos salmos, é também uma enunciação de louvor
e invocação a Deus; ele é também uma doxologia para todo o saltério.

1. Os Títulos dos salmos. Existem cinco tipos de títulos nos salmos. Há aqueles que descrevem
a natureza do poema; Salmo, cântico, masquil (didático), mictão (algo muito precioso),
shiggaion (poema emotivo), oração, louvor. Outros estão conectados com o cenário musical ou
execução dos salmos, exemplos típicos disso são: “Para o cantor-mor, sobre Neguinote, sobre
Neilote, Alamote, Seminite ou Gitite que provavelmente são os nomes dos instrumentos
musicais. “Sobre Mute-Laben", "Aijelete-HásSaar", etc., representando as melodias.

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2. Os paralelismos. Entre os recursos literários da música hebraica, o Paralelismo é considerado


por muitos como a característica principal. A correspondência de um verso ou uma linha com
outro verso, é chamada de paralelismo. Quando uma proposição é emitida, e uma segunda é
juntada a ela, ou feita com base nela, equivalente ou contrastante com ela em sentido ou
semelhante a ela na forma de construção gramatical, a estas chamo de linhas paralelas; e às
palavras ou expressões que respondem uma à outra nas linhas correspondentes, termos
paralelos”. Como isso classificou-se os Paralelismo nos seguintes tipos:

a. Paralelismo Sinonímico: A segunda linha repete a ideia da primeira linha sem fazer qualquer
adição ou subtração significativa. Exemplo: Salmo 103,10; “Não agiu conosco conforme os
nossos pecados / e não nos retribuiu conforme nossas iniquidades”.
b. Paralelismo Antitético: A segunda linha da poesia contrasta ou nega o pensamento e o
sentido da primeira linha. Exemplo: Salmo 106,15; concedeu-lhes o que pediram, mas fez
definhar-lhes a alma.

c. Paralelismo Sintético: Este não tem sido considerado um paralelismo real, pois, embora os
significados se sigam, o equilíbrio de pensamento se perde. Exemplo: Salmo 148, 7; louvai ao
SENHOR da terra, monstros marinhos e abismos todos [figura inanimada];

d. Paralelismo Emblemático: A forma de pensamento é expressa de forma figurada e depois


literal ou vice-versa. Exemplo: Salmo 42,1; “Como a corsa anseia pelas correntes das águas
[literal]/assim minha alma anseia por ti, ó Deus [figurado ou abstrato]”.

e. Paralelismo Quiástico: Consiste no cruzamento de grupos sintáticos paralelos (dois ou quatro


vocábulos), de forma que o grupo de vocábulos do primeiro se repete no segundo em ordem
inversa (AB x BA). Exemplo: Sl 107.16: “Pois, ele quebrou as portas de bronze e as trancas de
ferro despedaçou”.

VI - AS PARTES DA MÚSICA HEBRAICA

1. A Linha. É a unidade básica da poesia hebraica, e é formada de cólons, os quais podem ser
bicólon (dois), tricólon (três), quadricólon (quatro) ou mais. Exemplo: Salmo 117, 1; louvai ao
SENHOR, vós todos os gentios, louvai-o, todos os povos. Esse versículo é bicólon (possui dois
cólons):

Louvai ao SENHOR, vós todos os gentios (1ª sentença, aos gentios);

Louvai-o, todos os povos (2ª sentença, a todos os povos).

2. A Estrofe. As linhas juntas formam uma estrofe, assim como as frases juntas formam um
parágrafo na prosa, e elas são agrupadas a partir de um tema comum. Exemplo:

Salmo 148.

V.s., 1 - 6 formando uma 1ª estrofe; Convite aos céus para louvar ao Senhor.

V.s., 7 - 14 formando uma 2ª estrofe; convite a terra para louvar ao Senhor.

3. A Estância. O conjunto de estrofes com o mesmo tema é chamado de estância, e é


comumente encontrada em salmos longos. Exemplo:
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Salmo 139.

Encontramos duas estâncias (Temas).

V.s., 1 – 18; 1ª estância enfatiza a natureza de Deus - 1ª estância temos 4 estrofes: V.s. ,1-6/7-
12/13-16/17-18;

V.s., 19 – 24; 2ª estância enfatiza o poeta meditando na poesia - 2ª estância temos 1 estrofe:
V.s. ,19-22/23-24;

O significado da palavra “Selá”. Este vocábulo que aparece entre parênteses nas nossas bíblias,
é de origem desconhecida, aparecendo 71 vezes nos Salmos e três vezes em Habacuque. Israel
cantava os Salmos em forma de oração acompanhados por instrumentos musicais, e no momento
em que se deveria fazer uma pausa para contemplação do que foi lido e cantado se colocava esse
vocábulo. Portanto deve ser uma pausa musical ou uma instrução litúrgica encontrada na Bíblia
em Hebraico e em muitas traduções que preservaram a palavra.

VII - OS INSTRUMENTOS MUSICAIS QUE APARECEM NA BÍBLIA

1. Instrumentos de corda. A harpa e a lira eram instrumentos leves, portáteis, com cordas
esticadas numa estrutura de madeira. Davi tocava um instrumento de corda para acalmar a alma
do angustiado Rei Saul. (1 Sm 16:23). Esses instrumentos foram usados por uma orquestra na
dedicação do templo de Salomão e em outras ocasiões alegres, como em festividades (2 Cr
5:12; 9:11). O Adufe também era chamado de Alaúde o instrumento cordofone de braço (Jz
11:34/ 1 Sm 18:6/ Sl 68:25). O Alaúde em geral tinha um formato diferente da harpa, e muitas
vezes, consistia de algumas cordas esticadas numa estrutura com uma caixa de ressonância. As
cordas que vibravam talvez produzissem um som melodioso parecido ao do violão clássico de
hoje. As cordas eram de fibras vegetais retorcidas ou de tripa de animal. O Alaúde é a tradução
da vulgar palavra hebraica Nebel que é a maior parte das vezes traduzido pelo termo saltério. O
Saltério era um instrumento de cordas para acompanhar a voz (Sl 33.2; 144.9). Era uma espécie
de alaúde semelhante à viola, mas de forma triangular ou trapezoidal, enquanto que a Harpa é o
mais antigo instrumento musical que se conhece, existindo já antes do dilúvio (Gn 4.1). Os
hebreus faziam uso dela, não só para as suas devoções, mas também nos seus passatempos. Nas
suas primitivas formas parece ter sido feita de osso e da concha de tartaruga. Que a harpa era um
instrumento leve na sua construção, claramente se vê no fato de ter Davi dançado enquanto
tocava, assim como também fizeram os levitas (1 Sm 16.23; e 18.10). Não era usada em ocasiões
de tristeza (Jó 30.31; Sl 137.2). Uma Observação Importante sobre a Harpa e a Lira, ambos os
instrumentos apesar de serem bem parecidos um com o outro. Possuem diferenças sim. E
inclusive no texto bíblico, ambos os instrumentos são usados e por vezes citados no mesmo
versículo/referência bíblica, como podemos ver no livro de Salmos 81:2, 92:3, etc.

2. Instrumentos de sopro. Esses instrumentos são mencionados com frequência na Bíblia. Um


dos mais antigos é a buzina judaica, conhecida como Shofar. Tratava-se de um chifre oco de
carneiro que produzia tons altos e estridentes. Os israelitas usavam o Shofar a fim de reunir as
tropas para a batalha e para indicar ao povo a hora de agir, como vemos por exemplo em (Ex
19:26/Nm 10:8-10). Outro tipo de instrumento de sopro era a trombeta de metal. Um documento
encontrado entre os Rolos do Mar Morto indica que os músicos podiam tocar uma variedade
impressionante de tons nesse instrumento. O Senhor pediu que Moisés fizesse duas trombetas de
prata para serem usadas no tabernáculo (Nm 10:2-7). Mais tarde na inauguração do templo de
Salomão foram usadas 120 trombetas para produzir um som poderoso (2 Cr 5:12,13). Os
artesãos faziam trombetas de vários tamanhos, e algumas delas chegavam a medir mais de
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90 centímetros do bocal até a extremidade em forma de sino. Um dos instrumentos de sopro


favoritos dos israelitas era a flauta, e o seu som alegre e melodioso animava as pessoas em
reuniões familiares, festas e casamentos (1 Rs 1:40; Is 30:29). O som lírico da flauta também
podia ser ouvido nos funerais como parte do ritual de luto (Mt 9:23), outro instrumento parecido
com a flauta e que era muito utilizado era a lira (Sl 57:8/Is 5:12). Também haviam no tempo do
cativeiro na Babilônia a Gaita de foles (Dn 3.5, 15), o Pífaro (Jó 21.12; Dn 3.5) e a Cítara (Dn
3.5).

3. Instrumentos de percussão. Nas celebrações, os israelitas usavam vários instrumentos de


percussão. Os sons rítmicos ajudavam a despertar fortes emoções. O pandeiro era feito de pele
de animal bem esticada numa estrutura redonda de madeira. Quando um músico ou dançarino
batia no pandeiro com a mão, ele produzia um som seco de tambor. Quando se balançava o
pandeiro, sininhos presos nele produziam um som rítmico. Outro instrumento de percussão era
conhecido como sistro que era uma espécie de chocalho, sendo uma armação metálica oval e
barras horizontais com discos de metal e um cabo, e quando balançado rapidamente para a frente
e para trás, o sistro produzia um som metálico agudo e ritmado. Os címbalos de bronze
produziam um som ainda mais agudo e eram discos de dois tamanhos. Havia címbalos grandes,
que eram batidos com força um no outro. E havia címbalos menores, melodiosos, que eram
tocados entre dois dedos. Os dois produziam um som de metal, mas com intensidades diferentes
(Salmo 150:5). Os Tambores eram instrumentos grandes de percussão (Gn 31.27; 1 Sm 10.5),
enquanto que os Tamborins eram pequenos tambores, e ainda hoje as mulheres do Oriente
dançam ao som do tamborim (Ex 15.20; 2 Sm 6.5; Jó 21.12); Podemos perceber também ao
longo do texto bíblico, instruções voltadas aos músicos. A técnica musical é bem vista na Bíblia,
especialmente no livro dos Salmos. Vejamos:

 Cantar harmoniosamente (Sl 47.7);

 Pessoas que tocam bem são sempre prioridade, primeiros da lista (1 Sl 17.18);

 Haviam pessoas treinadas em música (I Cr 15.22);

 Tocar bem ao Senhor (Sl 33.3);

 Composição de Músicas ao Senhor (Sl 22:25);

 Envolvimento da congregação (Sl 47:1).

VIII - A MÚSICA NO NOVO TESTAMENTO

O Novo Testamento não dá referências quanto ao lugar da música no culto como faz o V.T. Com
a vinda de Cristo, e durante os primeiros anos da Era Cristã, houve perseguição em larga escala.
Os cultos públicos tornaram-se quase que inexistentes e pequenos grupos de cristãos se reuniam
para o culto sob condições as mais secretas. As apresentações musicais em massa como então
registradas no V.T, cessaram e o uso da música foi restringido a estes pequenos grupos. De um
modo geral o uso da música na Igreja primitiva se constituía nos salmos dos hebreus e suas
melodias. Com o passar do tempo, eles começaram a usar hinos compostos pelos próprios
membros das igrejas. Eram hinos de conforto, consolação e alegria durante o período de
perseguição e martírio. Muitos iam ao encontro da morte cantando estes hinos de louvor ao
Salvador e Senhor Jesus Cristo. Não há evidência de instrumentos musicais nas sinagogas
descritas no Novo Testamento, além de (Ap 5:8, 14:2 e 15:2). A música na igreja parece estar
ausente nos Atos dos apóstolos, embora Paulo tenha cantado na prisão e louvores tenham sido
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apresentados nas igrejas. A única referência, não ambígua, de música nas igrejas é em (1Co
14:26), embora (Cl 3:16/Ef 5,19) possa muito bem se referir as atividades de adoração pública.
De fato, nenhum instrumento musical é mencionado em relação com o culto das igrejas do Novo
Testamento.

1. Magnificat. É a designação que a tradição cristã atribuiu ao cântico ou salmo que a mãe de
Jesus, Maria, entoou quando na gravidez do Salvador. O termo “Magnificat” vem do latim e,
como tal, aparece na Vulgata Latina (tradução da Bíblia para o latim). Significa, ao pé da letra:
“Engrandece” - “Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor”. (Lc. 1:46), mas pode
ser entendido também como uma expressão de louvor, júbilo, alegria.

2. Benedictus. É igualmente um hino, este, porém, está baseado no cântico de Zacarias. Ao pé


da letra, quer dizer: “Bendito” ou “louvado seja”. “Bendito o Senhor Deus de Israel, porque
visitou e remiu o seu povo...” (Lc. 1:68). Além desses dois termos, existem ainda o “Nunc
Dimittis”: “agora despedes” (Lc. 2:29-32) e “Glória in Excelsis”: “glória nas alturas” (Lc.
2:14).

3. A importância dada à música por Jesus. Jesus recomendou seus discípulos para que
participassem regularmente, dos cultos no Templo: “E, depois de o adorarem, voltaram com
grande júbilo para Jerusalém; e estavam, continuamente, no templo, louvando e bendizendo a
Deus” (Lc 24:52,53), e, em Mateus 26:30, encontramos Jesus, conforme o costume, observando
a refeição da Páscoa. Não se sabe que hino foi cantado, mas de acordo com velhos costumes, foi
provavelmente, uma porção de Hallel” dos Salmos 115 a 118. O Cântico de um hino por Jesus e
seus discípulos nesta ocasião, a mais solene, dignificou e enobreceu para sempre o lugar do
cântico de hinos no culto.

4. As recomendações de Paulo. Paulo, conhecia a importância da música sacra na vida do


salvo, em duas cartas deixa transparecer o seu conceito de música como meio de adoração e
como ajuda ao ensino. Encontramos em Efésios 5:19 “Falando entre vós com salmos, hinos e
cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração”. Em Colossenses 3.
16, “a palavra de Cristo habite em vós, ricamente em toda a sabedoria; ensinai-vos e admoestai-
vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, com gratidão, louvando a Deus em
vossos Corações”.

IX - A MÚSICA E SUA UTILIDADE

1. Poder persuasivo. A música em si só tem um poder capaz de penetrar em áreas insondáveis


de nosso ser íntimo, estimulando-nos para coisas positivas e ou para as negativas. A música é um
dos meios mais eficazes para persuadir alguém. E se sacra, penetram em muitos corações
tornando-os servos de Deus. Alguns homens, no limiar da vida pecaminosa, ao ouvir um cântico
espiritual conseguiram forças para voltar-se para Deus e terminar suas vidas glorificando o nome
excelso do Senhor nosso Deus. Transformação têm acontecido com pessoas incrédulas que se
converteram ao ouvir o povo de Deus cantar de todo o coração e fervor. De igual modo, muitas
pessoas excluídas têm se reconciliado com Deus e sua igreja, persuadidas pelo cântico de um
hino consagrado ao Senhor dos céus e da terra (Sl 40. 1-4).

2. Poder terapêutico. Há também no cântico um poder terapêutico cuja eficácia ninguém pode
negar. Temos o exemplo de Saul, quando Davi, o servo de Senhor, entoava salmos de louvor a
Deus, o rei era aliviado de sua perturbação diabólica. Quantas muitos de nós nos encontramos
em situações de tristeza e louvamos ao Senhor somos fortalecidos.

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3. Evidências do poder na música. Exemplos:

 A queda dos muros de Jericó (Js 6.20).

 Confusão produzida no acampamento dos midianitas por sonidos de trombetas (Jz 7.16.22).

 A vitória de Josafá sobre Moabe e Amom (2Cr 20. 14-22).

 Paulo e Silas na prisão (At. 16. 25, 26). “ Pela meia-noite Paulo e Silas oravam e cantavam
hinos a Deus, enquanto os presos os escutavam. De repente houve um tão grande terremoto que
foram abalados os alicerces do cárcere, e logo se abriram todas as portas e foram soltos os
grilhões de todos”. A música tem o poder de arrancar o ser humano das preocupações comuns da
vida, elevando-o ao clímax espiritual. Essa experiência leva o homem a ter sua capacidade
perspectiva tão aumentada que pode perceber e receber em sua vida a operação de Deus em
profundidade.

X - O QUE SÃO OS HINOS CRISTÃOS?

As letras chamadas Hinos Cristãos têm, em suas palavras, palavras diretas ao seu foco de
culto. Elogios de Deus preenchem sobre as melodias dos hinos podem ser cantadas por qualquer
um que seja, tendo o Senhor como o centro do ser uma pessoa. Nomeados como canções
congregacionais, esse tipo de música tem grande inspiração em textos bíblicos e expressam a fé
comum à igreja. Os hinos são entoados há séculos e, independente de estilo musical, tem apenas
um objetivo: adorar ao Senhor.

1. O que cantar? Dê preferência aos hinos da harpa cristã. Hinário oficial das Assembleias
de Deus no Brasil, a Harpa Cristã completa em 2022, cem anos de existência. A primeira edição
foi lançada em 1922, na AD em Recife (PE), com hinos para culto público, Santa Ceia, batismo,
casamento, apresentação de crianças funeral, entre outros. No início, a Assembleia de Deus
utilizava o hinário Salmos e Hinos, que também era usado por outras igrejas evangélicas
históricas. Em 1921, os pioneiros decidiram criar um hinário destacando também as doutrinas
pentecostais da denominação. Foi criado, então, o Cantor Pentecostal, sob a orientação editorial
de Almeida Sobrinho, com 44 hinos e dez corinhos, impressos pela tipografia Guajarina. A
primeira edição da Harpa Cristã, em 1922, teve uma tiragem inicial de mil exemplares. A
segunda edição, em 1923, foi impressa no Rio de Janeiro e tinha 300 hinos. Já em 1932, a Harpa
Cristã contava com 400 hinos. A primeira Harpa Cristã com letra e música começou a ser
elaborada em 1937. Com o passar dos anos, foram acrescentados outros hinos até que o hinário
oficial chegou a 524. Até o ano de 1981, todos os hinos já haviam sido revisados. Em 1979, o
Conselho Administrativo da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), cumprindo
resolução da Assembleia Geral da CGADB, nomeou uma comissão para proceder a revisão geral
da música e letra dos hinos da Harpa Cristã. A proposta foi apresentada pelo pastor Adilson
Soares da Fonseca. As análises tiveram o apoio técnico e especializado de João Pereira, na
correção e adaptação da música; e Gustavo Kessler, na revisão das letras.

2. Os primeiros hinos cantados nas Assembleias de Deus. A música pentecostal, no início do


movimento no Brasil, se dividia em música importada e em composições brasileiras. Em seus
primórdios, as Assembleias de Deus cantavam os tradicionais hinos formais protestantes do
hinário da Igreja Congregacional, Salmos e Hinos, para o seu cântico congregacional, que
também eram utilizados por diversas igrejas evangélicas históricas. O hinário Salmos e Hinos
havia sido publicado em 1861 pelos missionários congregacionais Robert e Sara Poulton Kalley.

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3. A Harpa Cristã. O primeiro caso de um hinário com música nas Assembleias de Deus
ocorreu em 1929, em Belém do Pará, quando os pastores Samuel Nyström e Julião Silva
publicaram naquela cidade uma edição da Harpa Cristã só com música. Nesta edição vinham
apenas os títulos dos hinos, por não lhes ter sido possível imprimir letra e música, por causa dos
poucos recursos técnicos de impressão na época. A gráfica impressora foi a do jornal Boa
Semente, que precedeu o Mensageiro da Paz, a qual funcionava na Travessa 9 de Janeiro 75. Em
1932 foi lançado no Rio de Janeiro o Livro de Música da Harpa Cristã, mimeografado, contendo
a música de 400 hinos. Nessa época, a Harpa Cristã sem música estava na sua 4ª edição.

XI - DEFININDO LOUVOR E ADORAÇÃO

1. Louvor. Literalmente “barulho” (elogiar, gabar, exaltar, enaltecer, glorificar, aprovar,


aplaudir, bendizer). No novo testamento encontramos a palavra Eulogien - elogiar, bendizer; e
apalavra Eucharistein, expressão de gratidão num relacionamento íntimo entre o que louva e
aquele que é louvado. Hebraico yãdhâ, associada às ações e gestos corporais que acompanham o
louvor; e zãmar que é associada com a música tocada ou cantada “halal” aparece 160 vezes no
Antigo Testamento e é a raiz de “Haleluiah”. Esta palavra ligada ao verbo hebraico hilel,
significa louvar, que no pi’el, é uma construção que indica o intensivo, que na 2° pessoa do
plural do imperativo é Hallelu, que juntando ao Yáh, fica Hallelu-Yáh e pode ser traduzido por
“louvado seja Yáh”, portanto, louvai ao Senhor ou ainda. De acordo com a Bíblia, o louvor está
associado com a ideia de agradecimento, elogio, valorização, glorificação, exaltação, por aquilo
que Deus faz (fez, fará) em nossa vida ou na dos outros. (Sl. 145:4; Sl. 147:12-13; Is. 25:01; Lc.
19:37), ou seja, nós louvamos a Deus por Suas obras, bênçãos, curas, livramentos, perdão, graça,
amor, misericórdia, cuidado, etc. O louvor está sempre associado a uma ação de Deus. Deus age
(agiu, agirá) e seu povo o louva (agradece, exalta, elogia, etc.). Contudo, o motivo principal do
louvor é a Salvação em Cristo. Algumas razões pelas quais devemos louvar a Deus:

 Acima de tudo, porque Ele é Deus, digno e merecedor! (Sl 96:4 a 6; Ap 4:11).
 Porque somos ordenados a fazê-lo (Sl 148:1).
 Porque Deus habita no meio dos louvores (Sl 22:3).
 Há poder no louvor (Sl 149:6).
 Porque é bom louvar a Deus (Sl 92:1/Sl 135:3).
 Porque fomos criados para isso (Is 43:21/Ef. 1:6; Ap. 5:8 a 11).
 O louvor é o único ministério que não tem fim, pois é eterno (Ap.5:8 a 11).

2. Adoração. Adorar é prestar culto, ter veneração, ter grande apreço, reverenciar algo ou
alguém. No caso da vida cristã, no dia a dia, o indivíduo dedica ao Senhor a sua vida. Essa
análise sólida pode ser por meio de canções, serviço voluntário, conduta bíblica, etc. Adorar
significa literalmente “Prostrar-se”, do hebraico Shachar (reverenciar, venerar, amar
extremosamente, ter grande predileção a, cultuar, curvar-se, cair com o rosto em terra, render-
se). Aparece 170 vezes no Antigo Testamento É usado como forma comum de se chegar diante
de Deus em adoração (Jr 7:2), a palavra grega equivalente é, “Proskuneo”, sendo, pros (na
direção de) + Kuneo (beijar) Gn 22:5; 24:26, 48; Ex 4:31, 12:27, 34:8; Js 5:14; 2 Cr 29: 29-30;
Ne 8:6; Jô 1:20; Sl 95:6, 132:7; Mt 2:2, 11; Mc 15:19; Jô 4:22-24; Fp 3:3; Ap 5:14, 7:11, 11:16,
14:7, 15:4, 19:4, 10, 22:8-9.

XII - A DIFERENÇA ENTRE LOUVOR E ADORAÇÃO

De acordo com muitos significados diretos, o louvor pode ser divulgado, de maneira coletiva ou
individual. Por exemplo, uma música pode não falar o nome de Deus, mas pode falar sobre a
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natureza, apreciando a criação. Também há casos de músicas que falam sobre situações
particulares como milagres ou experiências individuais. Estas pessoas podem fazer parte da
realidade de muitos membros de uma igreja. Já a adoração tem um foco único, neste caso, em
Deus, e deve ser feita de maneira a “prestar um culto” consciente. Partindo do indivíduo, que
pertence a um coletivo e dirigido exclusivamente a Deus.

1. Paralelo entre louvor e adoração.

a. Louvor: Motivado na alma por um impulso de receber do Senhor.

b. Adoração: Motivado no espírito por um impulso de dar ao Senhor.


c. Louvor: Pode ser comunitário.

d. Adoração: É individual.

e. Louvor: Brota das emoções.

f. Adoração: Brota da devoção.

g. Louvor: Pelos feitos de Deus.

h. Adoração: Pelo que Deus é.

XI – CONCLUSÃO
Esperamos em Deus que esse material tenha lhe ajudado a entender melhor a Música, o Louvor e a
Adoração do ponto de vista bíblico, que Deus te ebençoe em o nome de Jesus!

27) NOÇÕES DE PORTUGUÊS

I - ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Em português, com exceção do til (~) e dos casos de crase, o acento gráfico só pode ocorrer na
sílaba tônica das palavras, que são as destacadas nos exemplos a seguir:

Ca-FÉ, ca-fe-ZI-nho, e-co-NÔ-mi-co, e-co-no-MI-a, se-cre-TÁ-ria, se-cre-ta-RI-a.

Portanto, a identificação da sílaba tônica da palavra deve preceder a aplicação das regras de
acentuação. As regras só se aplicam às palavras da língua portuguesa e às devidamente
aportuguesadas. Apesar de podermos memorizar muitas formas corretas, a única maneira de se
aprender acentuação com segurança é aplicando as regras.

II - PONTUAÇÃO

1. Ponto-e-vírgula (;). Poucos sabem usar corretamente o ponto-e-vírgula, até porque é possível
escrever textos extensos sem necessariamente ter que usar esse sinal de pontuação, em que pese

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sua grande utilidade. Trata-se de pontuação intermediária entre a vírgula e o ponto, pendendo
mais para o ponto, já que todo ponto-e-vírgula pode ser substituído por ponto.

2. Reticências (...). Pode ser usado em três diferentes circunstâncias:

a. Para indicar supressão de letras, palavras ou frases;

b. Para assinalar pausa prolongada;

c. Para marcar a supressão do pensamento.

3. O Desafio da vírgula (,). O domínio da pontuação, especialmente da vírgula, é sempre um


desafio, exigindo atenção, entendimento do texto e conhecimento de sintaxe. Sendo a vírgula o
maior dos problemas, vamos a ela. Observe a estrutura regular (ordem direta) de uma frase:
Sujeito Predicado Complemento (s) Circunstância (s)
(verbo) (adjuntos adverbiais)
A cigarra morre de frio e de fome no inverno.
Importante: Se a frase for construída por apenas esses elementos, cada um em número não
superior a dois, nessa ordem, não há condições para se usar vírgula.

III - POR QUE PORQUE, PORQUÊ E PORQUÊS, POR QUÊ?

1. Por quê (separado e com acento), só pode ocorrer em final de frase interrogativa, direta ou
indireta:

a. Interrogação direta: Marcos não veio à reunião, por quê?

b. Interrogação indireta: Marcos não veio à reunião, ninguém sabe por quê.

Obs.: Para ter certeza de que se trata de interrogação indireta, basta subentender a palavra
motivo após o por quê: Marcos não veio à reunião, ninguém sabe por quê (motivo).

2. Por que (separado e sem acento) ocorre em duas situações: Em início de interrogação,
direta ou indireta:

a. Direta: Por que Marcos não veio à reunião?

b. Indireta: Ninguém sabe por que Marcos não veio à reunião.

Quando pode ser substituído por pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais: Desconhece-se a
razão por que (pela qual) Marcos não veio.

3. Porquê / Porquês (junto e com acento), é a forma correta quando se trata de substantivo. É
de fácil identificação, porque vem precedido sempre de artigo (o, a, os, as, da, das, do, das, na,
nas, no, nos, etc.), pronome demonstrativo (este, estes), ou adjetivo:

a. Desconhece-se o porquê da ausência de Marcos.

b. O estudo dos porquês é interessante.

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c. Os estudantes se defrontam com muitos porquês.

4. Porque (junto e sem acento) é a forma correta para os casos que não se enquadram nos
demais, ou seja, não sendo nenhum dos casos anteriores, grafa-se porque: Marcos não veio
porque estava doente.

IV - HÁ/A

Usa-se há para indicar tempo passado e nos sentidos de existir, ocorrer: Há muito tempo
acontecem esses fatos. Há muita polêmica em torno do assunto. Utiliza-se a:

a. Para indicar tempo futuro: Daqui a algum tempo saberemos a verdade. Daqui a pouco
iniciará o jogo.

b. Para indicar distância: Isso ocorreu a cem metros da minha casa.

V- CONCORDÂNCIA NOMINAL

Concordância nominal é a concordância do substantivo, porque o substantivo é o nome por


excelência. O substantivo serve para designar as pessoas e as coisas. Concordância nominal é a
concordância também do pronome, quando este, eventualmente, substitui o substantivo. Às
vezes, o pronome não substitui, mas acompanha o nome, o substantivo. Nestes casos, em que ele
não substitui o nome, funciona como satélite do substantivo, porque gira em torno dele,
combinando com ele, ajustando-se a ele. São também “satélites” do substantivo, além do
pronome, o artigo, o adjetivo e o numeral. Por exemplo, na frase:

Onde estão os nossos dois meninos danados?

Você pode perceber a existência do substantivo (meninos) e dos satélites: artigo (os), pronome
(nossos), numeral (dois) e adjetivo danados. Veja, portanto, que aquilo que gira em torno do
nome precisa concordar com ele. No nosso caso, os satélites os, nossos, dois, danados
concordaram com o nome meninos. Quando a concordância não se faz com o nome, e sim com o
verbo, fala-se em concordância verbal.

VI - CLASSES GRAMATICAIS

É a classificação das palavras em grupos de acordo com a sua função na língua portuguesa. Elas
podem ser variáveis e invariáveis, dividindo-se da seguinte forma:

 Palavras variáveis - aquelas que variam em gênero, número e grau: substantivo, verbo,
adjetivo, pronome, artigo e numeral.
 Palavras invariáveis - as que não variam: preposição, conjunção, interjeição e advérbio.

1. Substantivo. O substantivo é também fácil de ser reconhecido. É o nome propriamente dito.


Por ele denominamos as pessoas, as coisas, os animais, os sentimentos, as ações, enfim, os seres
em geral, reais ou imaginários, materiais ou espirituais (caneta, Brasil, cáfila). Os substantivos
são classificados em: simples ou composto, primitivo ou derivado, comum ou próprio, concreto,
abstrato e coletivo.

a. Gênero. O gênero do substantivo está dividido em masculino e feminino.


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b. Número. Os números do substantivo são o singular e o plural. Agora, vamos repetir a regra
básica da concordância nominal. O adjetivo concorda com o substantivo em gênero e número.
Quando digo funcionário aplicado, o adjetivo aplicado deve estar no gênero masculino e no
número singular, porque deve concordar com funcionário, que está no masculino e no singular.
Quando digo lojas sujas, sujas, que é adjetivo, deve estar no feminino plural, porque o adjetivo
deve concordar com o substantivo. E o substantivo lojas deve estar no feminino plural.

2. Adjetivo. É a qualidade que se atribui ao nome. Quando dizemos: João Batista é um


funcionário aplicado. A palavra aplicada é adjetivo, pois é qualidade do funcionário.

a. Não esqueça: A regra básica da concordância é: o adjetivo concorda com o substantivo em


gênero e número.

 Gênero é o masculino e o feminino.

 Número é o singular e o plural.

É fácil reconhecer o adjetivo, pois ele é sinônimo de qualidade que é atribuída ao substantivo.

Irmão estudioso - Irmãos estudiosos.

b. Observe: estudioso sempre concorda com aluno, no singular ou plural, no masculino ou


feminino. Aluno é um substantivo e estudioso é um adjetivo.

3. Verbo. É a palavra que indica ações, estado ou fenômenos da natureza, tais como: sair,
correr, chover. Exemplos de frases com verbo:

 Sairemos esta noite?


 Corro todos os dias.
 Chovendo, eu não vou.

Os verbos são classificados em: regulares, irregulares, defectivos e abundantes.

4. Pronome. É a palavra que substitui ou acompanha o substantivo, indicando a relação das


pessoas do discurso, tais como: eu, contigo, aquele. Exemplos de frases com pronome:

 Eu aposto como ele vem.


 Contigo vou até a Lua.
 Aquele tipo não me sai da cabeça.

Tipos de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, relativos, indefinidos e


interrogativos.

5. Artigo. É a palavra que antecede o substantivo, tais como: o, as, uns, uma. Exemplos de
frases com artigo:

 O menino saiu.
 As meninas saíram.
 Uns meninos tocaram a campainha.
 Uma chance é o que preciso.

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Os artigos são classificados em: definidos e indefinidos.

6. Numeral. É a palavra que indica a posição ou o número de elementos, tais como: um,
primeiro, dezenas. Exemplos de frases com numeral:

 Um pastel, por favor!


 Primeiro as damas.
 Dezenas de pessoas estiveram presentes.

Os numerais podem ser: cardinais, ordinais, multiplicativos e fracionários.

7. Preposição. É a palavra que liga dois elementos da oração, tais como: a, após, para.
Exemplos de frases com preposição:

 Entreguei a carta a ele.


 As portas abrem após as 18h.
 Isto é para você.

As preposições são classificadas em: preposições essenciais e preposições acidentais.

8. Conjunção. É a palavra que liga dois termos ou duas orações de mesmo valor gramatical, tais
como: mas, portanto, conforme. Exemplos de frases com conjunção:

 Vou, mas não volto.


 Portanto, não sei o que fazer.
 Dançar conforme a dança.

As conjunções são classificadas em coordenativas (aditivas, adversativas, alternativas,


conclusivas e explicativas) e subordinativas (integrantes, causais, comparativas, concessivas,
condicionais, conformativas, consecutivas, temporais, finais e proporcionais).

9. Interjeição. É a palavra que exprime emoções e sentimentos, tais como: Olá! Viva! Psiu!
Exemplos de frases com interjeição:

 Olá! Sou a Maria.


 Viva! Conseguimos ganhar o campeonato.
 Psiu! Não faça barulho aqui.

As interjeições são classificadas em: alegria, desejo, dor, surpresa, silêncio, entre outros.

10. Advérbio. É a palavra que modifica o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, exprimindo
circunstâncias de tempo, modo, intensidade, entre outros, tais como: melhor, demais, ali.
Exemplos de frases com advérbio:

 O melhor resultado foi o do atleta estrangeiro.


 Não acha que trouxe folhas demais?
 O restaurante é ali.

Os advérbios são classificados em: modo, intensidade, lugar, tempo, negação, afirmação, dúvida,
entre outros.

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VII - MORFOSSINTAXE

A Morfossintaxe é a análise feita às orações em termos morfológicos e em termos sintáticos.


Recorde-se que: A análise morfológica analisa as palavras de uma oração individualmente, ou
seja, independentemente da sua ligação com as outras palavras. A análise sintática, por sua vez,
analisa conjuntamente a relação das palavras de uma oração, ou seja, a função que as palavras
desempenham na sua formação.

1. Análise Morfológica. Analisa, individualmente, as classes de palavras, que são: substantivo,


artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição.
Exemplo: Utilizamos a água sem desperdício.

Utilizamos - 1.ª pessoa do plural do verbo utilizar, conjugado no presente do indicativo, voz
ativa;

 A - Artigo definido;
 Água - substantivo comum;
 Sem - preposição essencial;
 Desperdício - substantivo abstrato.

2. Análise Sintática. Estuda a função e a ligação dos termos da oração. Esses termos são:
sujeito, predicado, complemento verbal, complemento nominal, agente da passiva, adjunto
adnominal, adjunto adverbial e aposto. Exemplo: Utilizamos água sem desperdício.

 (Nós) - sujeito oculto


 Utilizamos - verbo transitivo direto e indireto
 A água - objeto direto. Água é o núcleo do objeto
 Sem desperdício - adjunto adverbial

Na gramática, o conjunto de palavras que estabelecem sentido completo forma uma frase, que
pode ou não ter verbo. Na análise sintática, o verbo é a palavra mais importante para a
identificação dos demais elementos. Por isso, só ocorre em frase verbal. Uma frase verbal, por
sua vez, como o nome indica, é aquela que apresenta verbo. Ex: Saí de casa (sair = verbo). A
análise sintática é um dos assuntos estudados na sintaxe, parte da gramática encarregada de
analisar a função das palavras em uma frase. Para fazer uma análise sintática correta deve-se
saber distinguir o que é frase, oração e período.
3. Frase, oração e período. Uma frase é o conjunto de palavras que, juntas, desencadeiam
sentido lógico e completo. Nela, a presença do verbo não é obrigatória. No entanto, vale lembrar
que para a análise sintática a presença do verbo é necessária. Em uma frase pode haver uma ou
mais orações. A oração é toda frase que contém um verbo ou uma locução verbal e, geralmente,
depende de outros elementos que se encontram na frase. As orações podem ser ligadas por
vírgulas ou conjunções. Dividem-se de acordo com a função que exercem. Essa divisão é feita
por meio de termos, que podem ser essenciais, integrantes ou acessórios. O conjunto de orações
forma um período, que pode ser simples (com uma oração) ou composto (com duas ou mais
orações), conforme a quantidade de verbos que apresentar. Um exemplo de oração com período
simples é “O dia está maravilhoso! ”.

Para período composto tem-se “Marina acordou e foi direto para a cozinha”.

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4. Como fazer a análise sintática. Antes de fazer a classificação dos termos de uma oração,
deve-se observar se ela é verbal ou nominal, pois a análise sintática é feita apenas em frases
verbais. Tendo certeza de que se trata de uma frase verbal, deve-se iniciar o raciocínio lógico
pelo período simples. Assim, precisa-se encontrar o verbo para descobrir qual é o tipo de período
em questão. Após encontrar o verbo, deve-se classificar o sujeito e procurar por complementos
para, depois, localizar os predicativos que podem estar ou não presentes no contexto. Por fim,
depois de encontrar o verbo, sujeito e complementos, deve-se procurar os adjuntos adverbiais ou
nominais.

5. Termos essenciais da oração. São considerados termos essenciais de uma oração o sujeito e
predicado. No entanto, deve-se atentar para o fato de que nem toda oração tem sujeito.

a. Sujeito. É o elemento (alguém ou alguma coisa) sobre a qual é dada a informação. À palavra
que possui mais importância, dentro do contexto, classifica-se como núcleo do
sujeito. Exemplos:

 Sua tia ligou, mas não quis deixar recado (tia é o núcleo do sujeito).

 O casal comprou uma cama (casal é o núcleo do sujeito).

b. Tipos de sujeito:

 Determinado: quando é possível identificar o sujeito na frase. Os sujeitos determinados


podem ser classificados como simples, quando houver apenas um núcleo, e compostos, quando
houver dois ou mais núcleos.

 Indeterminado: quando a frase possuir um verbo que não faz referência a alguém, tornando
impossível de identificar o sujeito, tem-se um caso de sujeito indeterminado.

 Oculto ou elíptico ou desinencial: classifica-se como sujeito oculto a frase que o sujeito for
um dos pronomes: eu, tu, ele, ela, você, nós ou vós. Exemplo: Gosto de comer. (Sujeito: eu).

6. Termos integrantes. Além dos termos essenciais, as frases podem ter termos integrantes, que
ajudam a dar sentido, mas não são essenciais, ou seja, sem eles a frase continua sendo
compreensível. Dividem-se em:

7. Complemento verbal. Os complementos verbais, como o nome indica, são os termos


integrantes que complementam o sentido dos verbos transitivos. Exemplos:

 Ganhei livros.

 Comi salada.

 Bebi água.

8. Complemento nominal. O complemento nominal acrescenta informação a um nome


(substantivo, adjetivo ou advérbio) por meio de preposição. Exemplos:

 Toda criança tem necessidade de leite materno.

 A mãe estava orgulhosa dos seus filhos.


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9. Agente da passiva. Na voz passiva, o agente indica quem executa a ação. O termo aparece
seguido de preposição. Exemplos:

 O cuscuz foi feito por Alana.

 Os índios foram catequizados pelos jesuítas.

10. Predicativo do sujeito. Termo do predicado que tem a função de atribuir qualidade ao
sujeito, podendo fazê-lo por meio de um verbo de ligação ou não. Exemplos:

 Fernanda é desastrada.

 A mesa está quebrada.

 A dentista trabalha feliz.

VIII - TERMOS ACESSÓRIOS

Dão uma nova informação à frase. Contudo, não tiram o sentido dela caso estejam ausentes.

1. Adjunto adnominal. O adjunto adnominal é o termo acessório capaz de especificar um


núcleo nominal e caracterizar um substantivo por meio de adjetivos, artigos, numerais, pronomes
ou locuções adjetivas. Exemplos:

 O menino educado deu o seu brinquedo à criança de rua (educado, sua, de idade = adjunto
adnominal).

 A fome de Elaine só aumenta (de Elaine = adjunto adnominal).

2. Adjunto adverbial. O adjunto adverbial faz referência a um verbo, adjetivo ou a um


advérbio, indicando uma circunstância. Exemplos:

 Fala lentamente.

 Cheguei rápido. Vim de avião.

3. Aposto. O aposto é a pausa entre um termo e outro para explicar ou exemplificar uma ideia
que aparece na frase. Geralmente aparece separado por pontuação, que pode ser vírgula, dois
pontos, parêntese ou travessão. Exemplos:

 Bob, o cachorro do vizinho, é um pit bull.

 Gosto de várias frutas: melão, melancia, laranja, manga e banana, por exemplo.

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 A Semana Santa de Sevilla (maior festa religiosa da Europa) é um dos eventos mais
procurados pelos turistas na época das celebrações pascais.

 Roupa Nova — um grupo de sucesso da música brasileira — nunca mais gravou música nova.

4. Vocativo. Vocativo vem de “vocação”, ato de chamar alguém. Assim, na gramática é o termo
que serve para chamar alguém. Normalmente, indica com quem se fala. Esse grupo não possui
relação sintática com o sujeito ou predicado da oração. Exemplos:

 Vá devagar, João!

 Pedro, meu filho, obedeça seu pai.

5. Predicativo do objeto. O predicativo do objeto é o termo que qualifica ou caracteriza o


complemento dado a um verbo. Assim, atribui qualidade ao objeto direto e, em alguns casos, ao
objeto indireto. Exemplos:

 Nós consideramos este momento maravilhoso.

 Hoje acordei muito tranquila.

IX - CONCLUSÃO
É importante que o Missionário não só estude esse material básico sobre a língua portuguesa e as suas
regras, mas que também estude com assiduidade uma boa gramática completa para que o mesmo tenha
um bom conhecimento da sua própria língua para uma melhor interpretação e pregação das Escrituras.
Grato, Pr. Sidiney Pinheiro, que fui o reponsável pela atualização desse material A Paz do Senhor a
todos!

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