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Direito Administrativo p/ Analista Judiciário –

TRT-SC. Teoria e exercícios comentados.


Prof Daniel Mesquita – Aula 00

AULA 00: Princípios da Administração


Pública

SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO 2

2. CRONOGRAMA 4

3. ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: CONCEITOS, ELEMENTOS, PODERES E


ORGANIZAÇÃO. 6

4. CONCEITO DO DIREITO ADMINISTRATIVO. 12

5. OBJETO DO DIREITO ADMINISTRATIVO 17

6. FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO 17

7. PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO 19

7.1 PRINCÍPIOS BASILARES 20


7.2 PRINCÍPIOS DO ART. 37, CAPUT, DA CF. 26
7.3 OUTROS PRINCÍPIOS CONSAGRADOS. 44

8. RESUMO DA AULA 53

9. QUESTÕES COMENTADAS 55

10. REFERÊNCIAS 63

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1. Apresentação

Bem vindos ao curso de Direito Administrativo, preparatório para


o concurso para Analista Judiciário (TRT 12ª Região).
Para o cargo de Analista Judiciário está previsto 400 vagas com
remuneração de R$ 7.566,22.
As provas serão realizadas no dia 21 de julho de 2013.
O concurso será realizado pela FCC.
E isso não está muito longe pra você não, meu amigo, tenha isso
em mente: SE VOCÊ ESTUDAR, VOCÊ VAI PASSAR E SE VOCÊ PASSAR,
VOCÊ VAI SER CHAMADO!
Hoje eu estou aqui desse lado, tentando passar o caminho das
pedras pra você, mas lembre-se de que eu já estive aí, onde você está
agora.
Pra você me conhecer melhor, vou falar um pouco de mim.
Meu nome é Daniel Mesquita, sou formado em Direito pela
Universidade de Brasília (UnB) e pós-graduado em direito público. A
minha vida no mundo dos concursos teve início em 2005, quando me
preparei para o concurso de técnico administrativo – área judiciária – do
Superior Tribunal de Justiça. Já nesse concurso, obtive êxito e trabalhei
por dois anos no Tribunal, na assessoria de Ministro da 1ª Turma.
Em seguida, passei para o concurso de analista do Tribunal
Superior Eleitoral (CESPE/UnB), na quarta colocação.
A partir daí, meu estudo foi focado para as provas de advogado
público (AGU, procuradorias estaduais, defensorias públicas etc.), pois
sempre tive como objetivo a carreira de Procurador de Estado ou do
Distrito Federal.
Nem tudo na vida são louros. Nessa fase obtive muitas derrotas
e reprovações nos concursos. Desanimei por algumas vezes, mas

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continuei firme em meu objetivo, pois só não passa em concurso quem


pára de estudar!
E essa atitude rendeu frutos, logo fui aprovado no concurso de
Procurador Federal – AGU.
Continuei estudando, pois ainda faltava mais um degrau:
Procuradoria de Estado ou do Distrito Federal.
Foi então que todo o suor, dedicação, disciplina, renúncia e
privações deram o resultado esperado, logrei aprovação no concurso de
Procurador do Distrito Federal. Tomei posse em 2009 e exerço essa
função até hoje.
Não posso deixar de mencionar também a minha experiência
como membro de bancas de concursos públicos. A participação na
elaboração de diversas provas de concursos, inclusive para tribunais,
me fez perceber o nível de cobrança do conteúdo nas provas, as
matérias mais recorrentes e os erros mais comuns dos candidatos.
Espero que a minha experiência possa ajudá-lo no estudo do
direito administrativo.
Vamos tomar cuidado com os erros mais comuns, aprofundar
nos conteúdos mais recorrentes e dar a matéria na medida certa, assim
como um bom médico prescreve um medicamento.
Para que esse medicamento seja suficiente, ele deve atacar
todos os sintomas e, ao mesmo tempo, deve ser eficiente contra o foco
da doença. Isso quer dizer que não podemos deixar nenhum ponto do
edital para trás.
Além disso, buscarei usar muitos recursos visuais para que a
apreensão do conteúdo venha mais facilmente.
Para reforçar a aprendizagem, resumirei o conteúdo
apresentado ao final de cada aula e apresentarei as questões
mencionadas ao longo da aula em tópico separado, para que você possa
resolvê-las na véspera da prova.

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Todos esses instrumentos você terá a sua disposição para


encarar a batalha.

2. Cronograma

Num concurso com muitos inscritos como esse, você não pode
perder tempo e deve lutar com as armas certas. A principal arma para
você vencer essa batalha é o planejamento.
Nesse curso serão ministradas 12 aulas de direito administrativo,
cada uma com os seguintes temas, de acordo com os pontos previstos
no edital:
Aula 00 (16/05/2013)
1 Administração pública: princípios básicos.

Aula 01 (22/05/2013)
5 Organização administrativa: administração direta e indireta;
centralizada e descentralizada; autarquias, fundações, empresas
públicas e sociedades de economia mista. 6 Órgãos públicos: conceito,
natureza e classificação.

Aula 02 (23/05/2013)
4 Ato administrativo: conceito, requisitos e atributos; anulação,
revogação e convalidação; discricionariedade e vinculação.

Aula 03 (29/05/2013)
2 Poderes administrativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder
regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do poder

Aula 04 (30/05/2013)
3 Serviços Públicos: conceito e princípios; delegação: concessão,
permissão e autorização.
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Aula 05 (05/06/2013)
7 Servidores públicos: cargo, emprego e função públicos. 8 Lei nº
8.112/90 (regime jurídico dos servidores públicos civis da União): Das
disposições preliminares; Do provimento, vacância, remoção,
redistribuição e substituição. Dos direitos e vantagens: do vencimento e
da remuneração; das vantagens; das férias; das licenças; dos
afastamentos; do direito de petição. Do regime disciplinar: dos deveres
e proibições; da acumulação; das responsabilidades; das penalidades.

Aula 06 (06/06/2013)
9 Processo administrativo (Lei nº 9.784/99): das disposições gerais;
dos direitos e deveres dos administrados.

Aula 07 (12/06/2013)
10 Controle: controle administrativo; controle judicial; controle
legislativo;

Aula 08 (13/06/2013)
Responsabilização da administração e responsabilidade civil do Estado.

Aula 09 (19/06/2013)
11 Lei nº 8.429, de 2/6/92: das disposições gerais; dos atos de
improbidade administrativa.

Aula 10 (20/06/2013)
12 Licitações: Lei nº 8.666/93: Conceito, finalidade, princípios, objeto,
obrigatoriedade, dispensa, inexigibilidade e vedações, modalidades,
procedimentos, anulação e revogação, sanções, pregão presencial e
eletrônico, sistema de registro de preços. Lei nº 10.520/2002.

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Aula 11 (21/06/2013)
Contratos administrativos : Características do contrato administrativo.
Formalização e fiscalização do contrato. Aspectos orçamentários e
financeiros da execução do contrato. Sanção administrativa. Equilíbrio
econômico-financeiro. Garantia contratual. Alteração do objeto.
Prorrogação do prazo de vigência e de execução.

Com base nesse cronograma, você já pode planejar o seu estudo,


dividindo o tempo que você tem até a prova pelas matérias
apresentadas. Dedique-se mais às matérias que tem maior peso e
naquelas em que você não tem muito conhecimento. Faça uma escala
de estudos e cumpra-a.
Se você seguir essas dicas, não tem erro, você vai passar!
Sem mais delongas, vamos à luta com o conteúdo da aula 00!
Rumo à aprovação!

3. Estado, governo e administração pública: conceitos,


elementos, poderes e organização.

Esse ponto introdutório do estudo do direito administrativo pode


ser cobrado em concursos, pois é o ponto base onde se estrutura todo o
direito administrativo. Por isso, não podemos ignorá-lo.
Vamos diferenciar, primeiramente, os conceitos de Estado, governo
e administração pública.
Estado é um ente, um sujeito de direitos, que tem como
elementos o povo, o território e a soberania.
Na definição de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (2010, p. 13),
“Estado é pessoa jurídica territorial soberana, formada pelos elementos
povo, território e governo soberano”.

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Como ente, o Estado é capaz de adquirir direitos e obrigações.


Além disso, ele tem personalidade jurídica própria, tanto internamente
(perante os agentes públicos e os cidadãos) quanto no cenário
internacional (perante outros Estados).
O povo, por sua vez, legitima a existência do Estado, pois é do
povo que origina todo o poder representado pelo Estado. Isso está
expressamente consignado no art. 1º, parágrafo único, da Constituição
(“Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição).”
Soberania é o poder que tem o Estado de se administrar. Por causa
da soberania, o Estado pode regular o seu funcionamento, as relações
privadas de seus cidadãos e as funções econômicas e sociais de seu
povo. Em razão da soberania, o Estado edita leis que se aplicam ao seu
território, sem se sujeitar a qualquer tipo de ingerência de outros
Estados.
Por fim, o território é a área onde o Estado exerce sua soberania.
Assim, já verificamos o conceito de Estado e os seus elementos
(povo, território e soberania). Temos, portanto:
ESTADO = POVO + TERRITÓRIO + SOBERANIA
Os elementos (povo + território + soberania) do Estado não podem
ser confundidos com suas funções. As funções estatais, normalmente
denominadas “Poderes do Estado”, são divididas em: legislativa,
executiva e judiciária.
Funções estatais = Poderes do Estado

Legislativo
Executivo
Judiciário

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A ideia da existência de funções estatais já era mencionada por


Aristóteles, na Grécia Antiga, mas foi Montesquieu, na obra “O Espírito
das Leis” (1784), quem esmiuçou o tema e influenciou todas as
Constituições modernas, a partir da Revolução Francesa.
A Constituição brasileira, na mesma linha, informa que as três
funções ou Poderes da União, “independentes e harmônicos entre si”,
são o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. (art. 2º)
O Legislativo edita atos gerais, impostos de forma isonômica a
todos. Esse Poder é o que, por excelência, representa a vontade do
povo. É o povo, por meio de um mandato conferido a seus
representantes, quem edita as leis que limitarão até mesmo o exercício
das demais funções estatais.
O Executivo atua por meio de atos específicos na gestão da coisa
pública, visando uma situação concreta, dentro dos limites previamente
estabelecidos pela lei e agindo em prol do interesse público.
O Judiciário, por fim, exerce a jurisdição (= dizer o direito). Isso
quer dizer que é dele a função precípua de resolver os conflitos
existentes entre os indivíduos, entre estes e o Estado ou entre os entes
que compõem o Estado, bem como é dele a função de interpretar a lei
para julgar os casos e aplicar o direito.
A separação das funções estatais não quer dizer que haja uma
divisão estanque, congelada, de poder entre o Executivo, o Legislativo e
o Judiciário. O poder do Estado é soberano, uno, indivisível e emana do
povo. Todos os Poderes são partes de um todo: a atividade do Estado.
Por isso, a designação mais correta para essa repartição é o vocábulo
“funções” e não “Poderes”
Além disso, por vezes, um Poder exerce atividade típica de outro.
Esse fenômeno será melhor estudado nas aulas de direito
constitucional, mas não podemos deixar de mencionar o sistema de
freios e contrapesos consagrado em nossa Constituição.

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A função legislativa, por exemplo, pode ser exercida, nos casos


definidos na Constituição, por meio de medidas provisórias editadas
pelo chefe do Executivo. O Poder Judiciário, do mesmo modo, possui
instrumentos para sanar a omissão do Legislativo, como a ADI por
omissão e o mandado de injunção (foi o que decidido pelo STF nos MI
670, MI 708 e MI 712) Também o Poder Judiciário pode, em hipóteses
excepcionais, interferir no mérito administrativo, ou seja, interferir nas
razões de conveniência e oportunidade que levaram o Executivo a
praticar determinado ato.
Assim, nenhuma das funções é “exclusiva”, mas sim “precípua” de
cada um dos Poderes. Por isso, se diz que a separação das funções no
Brasil é “flexível”, pois cada um dos Poderes detém atribuições típicas e
atípicas (estas, em tese, seriam de outro Poder).
Além disso, no sistema de freios e contrapesos, as funções
promovem uma mútua fiscalização umas das outras (o Poder Legislativo
fiscaliza atos dos Poder Executivo, por meio dos Tribunais de Contas, o
Poder Judiciário avalia a legalidade e os procedi;mentos adotados pelo
Legislativo, o Executivo nomeia os juízes dos tribunais de segunda
instância e de instância superior etc.).
Seguindo no estudo do Estado, percebemos que a sua
organização é promovida por sua Constituição, que, normalmente, é a
lei maior de um Estado. É esse texto quem define como se da a
organização política, a divisão dos territórios, a forma de governo, a
forma de Estado, a delimitação das atribuições de cada função (Poder),
os direitos individuais que limitam a atividade do Estado perante o
indivíduo etc.
Para que você não se perca, é bom mencionarmos que o Brasil
adota o federalismo como forma de Estado e a república como forma de
governo.
E o que seria governo, então?

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Leandro Zannoni, na obra Direito Administrativo, Série Advocacia


Pública, afirma que governo é elemento do Estado e o define como “a
atividade política organizada do Estado, possuindo ampla
discricionariedade, sob responsabilidade constitucional e política” (p.
71). Podemos complementar esse conceito com a afirmação de
Meirelles (1998, p. 64-65) de que “governo é a expressão política de
comando, de iniciativa, de fixação de objetivos do Estado e de
manutenção da ordem jurídica vigente”.
Não ignoramos – e você também não – que tanto o conceito de
Estado como o de governo podem ser definidos sob diversos enfoques.
O primeiro, por vezes, é apresentado sob o critério sociológico, político,
constitucional etc. O segundo, muitas das vezes, é subdividido em
sentido formal (conjunto de órgãos), em sentido material (funções que
exerce) e em sentido operacional (condução política).
Contudo, como esse não é um tema muito cobrado em provas,
apresentamos apenas o enfoque constitucional do conceito de Estado e
o sentido operacional de governo.
Agora que você já sabe os conceitos de Estado e de governo,
vamos agora para o conceito de Administração Pública.
A Administração Pública pode ser definida em seu sentido amplo e
em seu sentido estrito.
Em sentido amplo, na lição de Di Pietro (2009, p. 54), a
Administração Pública se subdivide em órgãos governamentais e órgãos
administrativos (sentido subjetivo) e função política e administrativa
(sentido objetivo).
Em sentido estrito, a Administração Pública é subdividida nas
pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos que exercem funções
administrativas (sentido subjetivo) e na atividade exercida por esses
entes (sentido objetivo).
Administração Pública

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sentido amplo sentido estrito


sentido subjetivo órgãos pessoas jurídicas,
governamentais e órgãos e agentes
órgãos administrativos públicos
sentido objetivo função política e atividade exercida por
administrativa esses entes

Se você entender que em sentido subjetivo o enfoque é dado


naqueles que realizam as funções e que em sentido objetivo se observa
a própria função exercida, fica fácil decorar o quadro acima.
A Administração Pública em sentido subjetivo (designada por
Vicente Paulo e Marcelo Alexendrino como Administração Pública em
sentido formal ou orgânico).
Em sentido objetivo (= material ou funcional), a Administração
Pública é definida, por Di Pietro (2009, p. 57), como “a atividade
concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob regime jurídico total
ou parcialmente público, para a consecução dos interesses coletivos”.
Essas atividades (ou funções) exercidas pelas pessoas jurídicas,
órgãos e agentes da Administração podem ser separadas em três
grupos: fomento, polícia administrativa e serviço público.
Fomento é a atividade administrativa que incentiva o
desenvolvimento daqueles que exercem funções de utilidade ou de
interesse público. Quando a Administração concede auxílio financeiro a
um produtor rural ou a uma ONG ela está exercendo a atividade de
fomento.
Além dessa forma de fomento, a Administração também pode
conceder financiamentos sob condições especiais, favores fiscais ou
destinar imóveis desapropriados a entidades sem fins lucrativos.
A atividade de polícia administrativa, por sua vez, são os atos da
Administração que limitam interesses individuais em prol do interesse

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coletivo. Esse tema será melhor explorado na aula relativa aos poderes
da administração, quando falaremos sobre o poder de polícia.
Por fim, serviço público, na lição de Di Pietro (2009, p. 55), é “toda
atividade que a Administração Pública executa, direta ou indiretamente,
para satisfazer à necessidade coletiva, sob regime jurídico
predominantemente público”.
Outros doutrinadores incluem a regulação (atividade permanente
de edição de atos normativos e concretos sobre atividades públicas e
privadas, de modo a implementar políticas de governo) e a intervenção
(direta = atuação do Estado no domínio econômico; e indireta =
regulamentação e fiscalização de atividades privadas) como funções da
Administração Pública.
Todas essas funções têm por finalidade executar as políticas de
governo, exercer a função administrativa em prol do interesse público,
promover a ordem econômica, urbanística, financeira etc., promover
serviços públicos essenciais e incentivar as atividades privadas de
interesse social.
ESTADO GOVERNO ADM. PÚBLICA
É um ente, um É a expressão política A atividade (sentido
sujeito de direitos, de comando, de objetivo) que o Estado
que tem como iniciativa, de fixação desenvolve, sob regime
elementos o de objetivos do público, para a realização
povo, o território e Estado e de dos interesses coletivos,
a soberania. manutenção da por meio (sentido
ordem jurídica subjetivo) das pessoas
vigente jurídicas, órgãos e agentes
públicos.

4. Conceito do Direito Administrativo.

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Esse ponto introdutório do estudo do direito administrativo pode


ser cobrado em seu concurso, pois é o ponto base onde se estrutura
todo o direito administrativo. Por isso, não podemos ignorá-lo.
O direito administrativo tem origem na Revolução Francesa,
quando surgiu o Estado de Direito.
A partir daí surgiram dois sistemas do direito administrativo
no mundo: sistema europeu-continental e o sistema anglo-
americano (common law).
O primeiro sistema teve origem na França e é focado,
essencialmente, em reger as relações entre cidadãos e Administração,
fixando prerrogativas e deveres à Administração, bem como
consagrando garantias individuais em face do poder público. Nele há a
dualidade de jurisdição, ou seja, não é só o Poder Judiciário quem dá a
última palavra em uma disputa, há também a jurisdição administrativa,
exercida pelo Conselho de Estado.
E o outro sistema, o anglo-americano, em quê consistiria?
O sistema anglo-americano, por sua vez, deixa para o âmbito do
direito privado as relações entre Estado e cidadãos. A jurisdição é una,
exercida exclusivamente pelo Poder Judiciário.
No Brasil, embora a influência seja mais forte do sistema
europeu-continental, adota-se a jurisdição una.
Mas será que não há qualquer exceção à jurisdição una no
Brasil?
É, meu caro concursando sagaz, você já ouviu dizer que há
exceções. E há mesmo!
FALOU EM EXCEÇÃO: ABRA O OLHO!!!
Em hipóteses excepcionais exige-se o prévio esgotamento das
instâncias administrativas para se ingressar no Poder Judiciário.
Na Constituição, o art. 217, §1º, informa que o Poder Judiciário
só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas

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após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.


Entretanto, a justiça desportiva tem o prazo máximo de sessenta dias,
contados da instauração do processo, para proferir decisão final.
Outra hipótese excepcional é a prevista na súmula nº 02/STJ.
Para que haja o interesse na impetração do habeas data, o indivíduo
deve esgotar as instâncias administrativas antes da impetração (“não
cabe o Habeas Data - CF art.5º, LXXII, “a”- se não houve recusa de
informações por parte da autoridade administrativa”).
Mais recentemente, o art. 7º, § 1º, da Lei 11.417/06, que
disciplina a Súmula Vinculante, determina o exaurimento da via
administrativa para que seja cabível a reclamação ao STF (na
reclamação o STF dirá se houve ou não violação, pela Administração, do
texto da súmula vinculante). Vale a transcrição do dispositivo:

Art. 7o Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar enunciado de


súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente caberá
reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou outros
meios admissíveis de impugnação.
§ 1o Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só
será admitido após esgotamento das vias administrativas.

Por fim, a lei que regula o mandado de segurança (Lei


12.016/09) determina que não será concedido o mandado de segurança
quando se tratar de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito
suspensivo, independentemente de caução.
Desse modo, as exceções à jurisdição uma no Brasil podem ser
resumidas da seguinte forma:
 ações relativas à disciplina e às competições desportivas;
 impetração do habeas data (prévio esgotamento das
instâncias administrativas);

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 reclamação ao STF afirmando violação à súmula vinculante


pela Administração (prévio exaurimento da via
administrativa);
 mandado de segurança (não cabe se for possível recurso
administrativo com efeito suspensivo, sem caução).
Chegamos, aqui, ao momento de abordarmos os conceitos de
direito administrativo. Infelizmente, não existe apenas um conceito,
mas vários. Cada um segundo uma escola ou um critério distinto. Para
o seu concurso, é bom que você saiba o conceito de pelo menos três
escolas ou critérios. Vamos a eles:
a) Escola do serviço público: Nesse ponto o Direito
Administrativo está associado ao serviço público, não distinguindo a
atividade jurídica do Estado e o serviço público que é atividade material.
Esse critério nasceu na França, tendo como um dos seus ideologistas
Duguit que afirma que o direito público se resume às regras de
organização e gestão dos serviços públicos. Porém é nítido que o
serviço público não abrange todo o conteúdo do Direito Administrativo.
b) Critério do Poder Executivo: Concentra toda a atividade
administrativa como disciplina exclusiva do Poder Executivo. O que é
compreensivelmente questionável, levando-se em conta que todos os
demais Poderes podem exercer atividade Administrativa.
c) Critério das relações jurídico-administrativas: Alguns
autores afirmam que o Direito Administrativo é o conjunto de normas
que norteiam o enlace entre a Administração e os administrados. O que
é inadmissível já que outros ramos do direito disciplinam essa relação, e
no mais o Direito administrativo trata de outros assuntos.
d) Critério teleológico: O Direito Administrativo analisado por
este ponto de vista seria o sistema de regras, normas jurídicas que
orientam a atividade do Estado para o cumprimento de seus fins. Essa
corrente foi aceita por diversos doutrinadores, entre eles Oswaldo

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Aranha que definiu o direito Administrativo como “ordenamento jurídico


da atividade do Estado-poder, enquanto tal, ou de quem faça as suas
vezes, de criação de utilidade pública, de maneira direta e imediata.” O
questionamento desse critério está na sua abrangência, é como se ele
tivesse passado do ponto.
e) Critério negativo ou residual: De acordo com essa
corrente, o Direito Administrativo tem por objeto as atividades
desenvolvidas para a consecução dos fins estatais, excluídas a
legislação e a jurisdição ou somente esta. Di Pietro (2009, p. 46).
f) Critério da Administração Pública: O Direito
Administrativo seria a junção de todos os princípios que ordenam a
Administração Pública, no que concerne às suas entidades, aos órgãos,
aos agentes e às atividades para realizar o que o Estado almeja.
Professor isso cai em concurso? Pode ter certeza que sim! Se
você quiser focar em alguns, foque nas definições apresentadas nos
itens (a), (d), (e) e (f).
E qual é a conceituação admitida hoje pela doutrina brasileira?
O conceito de Direito Administrativo dependerá do critério
adotado por cada doutrinador.
Leandro Zannoni define “Em sentido amplo, Direito
Administrativo é o ramo do direito público interno que visa a satisfazer
os interesses da coletividade de forma direta e concreta.”
Di Pietro, por sua vez, conceitua o direito administrativo
como “o ramo do direito Público que tem por objeto os órgãos,
agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a
Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que
exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus
fins, de natureza pública.”
Como se vê, o conceito mais admitido pela doutrina brasileira
tem inspiração no critério da Administração Pública.

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5. Objeto do Direito Administrativo

O principal objeto do direito administrativo é a regulação da função


administrativa. Essa função administrativa envolve vários aspetos.
E quais aspectos seriam esses, que formam o objeto do direito
administrativo? São os seguintes:
 Aspecto subjetivo: aqui o direito administrativo estuda os
órgãos, as entidades e os agentes públicos;
 Aspecto jurídico: aqui o direito administrativo avalia as
prerrogativas da Administração e as sujeições jurídicas.
 Aspecto material: o enfoque aqui é a atividade
administrativa, executada pelo aparelho do Estado (ou quem
dele receba delegação para o exercício de atribuições
públicas), abrangendo as atividades de prestação de serviço
público, fomento, poder de polícia e intervenção no domínio
econômico e na propriedade privada.
Você já sabe, então, que o direito administrativo estuda a função
administrativa, que envolve os aspectos subjetivos, jurídicos e
materiais.

6. Fontes do Direito Administrativo

As fontes do direito administrativo são:


Lei (em sentido amplo) – é a principal fonte do direito
administrativo (fonte primária). Aqui, quando falamos “lei”, nos
referimos a todo arcabouço legislativo ao dispor do direito
administrativo: Constituição, leis ordinárias, leis complementares,
decretos, portarias e outros atos normativos.

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A doutrina, ou seja, os ensinamentos dos teóricos e estudiosos


do direito administrativo, encontrados nos textos, artigos e livros
também são fontes.
A jurisprudência, que quer dizer o conjunto de decisões dos
tribunais, é a terceira fonte do direito administrativo. Recentemente, foi
incluída a súmula vinculante entre as fontes do direito administrativo,
decorrente da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
Os costumes, ou seja, a praxe administrativa e social, surgem a
partir de regras criadas pela própria sociedade, que os consideram
obrigatórias e que não estão escritas. São importantes quando
influenciam na lei e jurisprudência e são considerados fonte do Direito
Administrativo.
Por fim, os princípios gerais de direito são importantes fontes do
direito administrativo, pois deles extraímos, por exemplo, o postulado
da ampla defesa e contraditório (aplicável aos procedimentos na
Administração).
Assim, para que fique bem claro, apresentamos o seguinte
quadro:

Fontes do direito administrativo

Lei
Doutrina
Jurisprudência
Costumes
Princípios gerais de direito

Questão de
concurso

1) (ESAF/AFC/CGU/2006) A primordial fonte formal do Direito


Administrativo no Brasil é:
a) a lei.

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b) a doutrina.
c) a jurisprudência.
d) os costumes.
e) o vade-mécum.

Vimos que a lei é a fonte que mais se destaca, a principal.


E a nossa Carta Maior, a CF, lidera todos os atos normativos. Outros
exemplos de atos normativos são: as leis complementares, as
ordinárias, os tratados internacionais que incorporam o ordenamento
jurídico. Portanto gabarito: letra “a”.

7. Princípios da Administração

A primeira coisa que você deve saber é que o sobre os princípios


da Administração Pública é que o regime jurídico administrativo está
fundado, basicamente, sobre dois princípios: o da supremacia do
interesse público sobre o privado (ou princípio do interesse público) e o
da indisponibilidade, pela administração, dos interesses públicos.
O segundo ponto que você deve saber sobre os princípios da
Administração Pública é a palavra LIMPE, ou seja, a sigla que designa
os princípios constitucionais expressos no caput do art. 37 da
Constituição, assim redigido:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte:

Assim, LIMPE = Princípios constitucionais da legalidade, da


impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência.

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Vistos os pontos fundamentais, que você não pode esquecer nem


por decreto, passamos agora para a análise de cada um dos princípios
do direito administrativo.

7.1 Princípios basilares


Como vimos, os princípios basilares são o da supremacia do
interesse público sobre o particular (ou princípio do interesse
público) e o da indisponibilidade.
Pelo primeiro, entendemos que sempre que houver conflito entre
interesse público e o particular deve prevalecer o interesse público, que
representa a coletividade.
A supremacia do interesse público orienta todo o regime jurídico
administrativo. Em decorrência desse princípio, a Administração Pública
goza de poderes e prerrogativas especiais com relação aos
administrados, o que faz com que o poder público possa atuar imediata
e diretamente em defesa do interesse coletivo, fazendo prevalecer a
vontade geral sobre a vontade individual.
Diz-se, portanto, que a relação entre Estado – indivíduo é de
verticalidade. As ordens do Estado se impõem aos indivíduos de forma
unilateral.
Isso não quer dizer que os entes públicos podem fazer o que
bem entendem com os indivíduos. A supremacia não é absoluta, deve
respeitar os direitos individuais e coletivos previstos na Constituição (p.
ex.: liberdade, propriedade, devido processo legal, moradia, saúde etc)
e devem ser exercidas sempre visando o interesse público.
ALERTA MÁXIMO! ALERTA MÁXIMO!
Nunca se esqueça: o princípio da supremacia do interesse
público sobre o privado é limitado também pela proporcionalidade,

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ou seja, o ato praticado pelo administrador só será legítimo se o meio


utilizado por ele for adequado para atender ao fim perseguido.
Se ele abusar, tomar uma medida gravosa ao administrado e
desnecessária ou se escolher um meio inadequado, o princípio da
supremacia não vai proteger esse administrador.
Você já ouviu falar em interesse público primário? Existe
interesse público secundário?
Existe sim, meus caros, leia com atenção.
O interesse público primário coincide com a realização de
políticas públicas voltadas para o bem estar social. Pode ser
compreendido como o próprio interesse social, o interesse da
coletividade como um todo.
O interesse público secundário decorre do fato de que o Estado
também é uma pessoa jurídica que pode ter interesses próprios,
particulares. Esses interesses existem e devem conviver no contexto
dos demais interesses individuais. De regra, o interesse secundário tem
cunho patrimonial.
Por fim, não é a toa que o princípio da supremacia do interesse
público é um princípio basilar do direito administrativo. É em razão do
que existe o poder de polícia (que é “o poder de que dispõe a
administração pública para condicionar ou restringir o uso de bens e o
exercício de direitos ou atividades pelo particular, em prol do bem-estar
da coletividade” - Marcelo Alexandrino 2010, p. 239). Além disso, é em
razão dele que se diz que o poder público tem a seu dispor as cláusulas
exorbitantes e pode desapropriar bens particulares.
Vamos agora ao princípio da indisponibilidade do interesse
público?
Não esmoreça, guerreiro!
Esse princípio decorre da ideia de que os interesses da
Administração não são de uma pessoa ou de um agente, mas de toda a

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coletividade. Por isso, eles não podem ser apropriados ou alienados por
ninguém, pois não pertencem a ninguém de forma específica.
Nas palavras de Bandeira de Melo (2010, p. 74), nem mesmo “o
próprio órgão administrativo que os representa não tem disponibilidade
sobre eles, no sentido de que lhe incumbe apenas curá-los – o que
também é um dever – na estrita conformidade do que predispuser a
intentio legis”. Continua o autor, afirmando que a noção de
administração opõe-se à ideia de propriedade.
Importante ter em mente, que a Administração não é titular de
qualquer interesse público. O titular desses interesses é o Estado, pois
este é constituído pelo povo e, como vimos, todo poder emana do povo.
É a partir da indisponibilidade do interesse público que surgem
os princípios da legalidade, da finalidade, da razoabilidade, da
proporcionalidade, da motivação, da responsabilidade do Estado, da
continuidade do serviço público, do controle dos atos administrativos,
da isonomia, da publicidade e da inalienabilidade dos interesses
públicos.

Questões de
concurso

2) (FCC - 2008 - TCE-AL - Procurador) O regime jurídico


administrativo possui peculiaridades, dentre as quais podem ser
destacados alguns princípios fundamentais que o tipificam. Em relação a
estes, pode-se afirmar que o princípio da
a) supremacia do interesse público informa as atividades da
administração pública, tendo evoluído para somente ser aplicado aos
atos discricionários.
b) supremacia do interesse público informa as atividades da
administração pública e pode ser aplicado para excepcionar o princípio

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da legalidade estrita, a fim de melhor representar a tutela do interesse


comum.
c) legalidade estrita significa que a administração pública deve
observar o conteúdo das normas impostas exclusivamente por meio de
leis formais.
d) indisponibilidade do interesse público destina-se a restringir a
edição de atos discricionários, que só podem ser realizados com
expressa autorização legislativa.
e) indisponibilidade do interesse público destina-se a restringir a
atuação da administração pública, que deve agir nas hipóteses e limites
constitucionais e legais.
Com relação ao item a, a supremacia do interesse público
fundamenta todas as atividades da Administração Pública,
independente da discricionariedade ou vinculação dos atos, por isso o
item está errado. Com relação ao item b, está incorreto, pois o princípio
da legalidade em direito administrativo impõe à Administração Pública a
obediência estrita à lei e ao ordenamento jurídico. Assim, todos os seus
atos devem estar de acordo com a lei, não sendo possível contrariá-la
nem tratar de tema não previsto em lei. Dessa forma não é possível
invocar o interesse público para burlar o princípio da legalidade
administrativa. O item c está incorreto, pois a legalidade, no direito
administrativo, abrange não apenas o disposto nas leis formais, mas o
ordenamento jurídico como um todo (Constituição, leis, decretos,
regulamentos, portarias etc.). Com relação ao item d, a alternativa está
incorreta, porquanto o princípio da indisponibilidade do interesse público
tem relação direta com todos os atos administrativos e não só com os
discricionários. Por fim, o item “e” é o que apresenta a resposta correta,
pois a indisponibilidade do interesse público destina-se a restringir a
atuação da administração pública, que deve agir nas hipóteses e limites
constitucionais e legais. Se o administrador seguir o que diz a lei,

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certamente estará agindo de forma a resguardar o interesse público,


pois a norma sempre busca, em última análise, resguardar esse
interesse, pois a lei é elaborada pelo povo.
Gabarito: Letra “e”.

3) (FCC - 2012 - TJ-RJ - Comissário da Infância e da


Juventude) O princípio da supremacia do interesse público
a) informa toda a atuação da Administração Pública e se
sobrepõe a todos os demais princípios e a todo e qualquer interesse
individual.
b) está presente na elaboração da lei e no exercício da função
administrativa, esta que sempre deve visar ao interesse público.
c) informa toda a atuação da Administração Pública,
recomendando, ainda que excepcionalmente, o descumprimento de
norma legal, desde que se comprove que o interesse público restará
melhor atendido.
d) traduz-se no poder da Administração Pública de se sobrepor
discricionariamente sobre os interesses individuais, dispensando a
adoção de formalidades legalmente previstas.
e) está presente na atuação da Administração Pública e se
consubstancia na presunção de veracidade dos atos praticados pelo
Poder Público.
O Princípio da supremacia do interesse público orienta todo o
regime jurídico administrativo. Porém, não é um princípio absoluto,
devendo ser respeitado os direitos individuais e coletivos previstos na
Constituição. Tampouco se sobrepõe aos demais princípios, lembrando
que o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado é
limitado também pela proporcionalidade. Alternativa “a” errada.
Você já percebeu que o princípio da supremacia está presente na
aplicação da lei e na própria elaboração da lei (pois ambas as atividades

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são motoras do Estado). Também está correta a afirmação de que esse


princípio sempre deve visar o interesse público, coletivo. Alternativa “b”
correta.
Volto a dizer, a supremacia não é absoluta, deve respeitar os
direitos individuais e coletivos previstos na Constituição, na norma
legal, não podendo descumpri-la e nem dispensar nenhuma formalidade
legal. Letra “c” e “d” erradas.
Os institutos apontados na letra “e” são distintos, tendo em vista
a presunção de veracidade dos atos administrativos não se confunde
com o princípio da supremacia do interesse público. Letra “e” errada.
Gabarito: Letra “b”.

4) (FCC - 2010 - TRE-AM - Analista Judiciário - Área


Administrativa) A respeito dos princípios básicos da Administração, é
correto afirmar:
a) Em razão do princípio da moralidade o administrador público
deve exercer as suas atividades administrativas com presteza, perfeição
e rendimento funcional.
b) Os princípios da segurança jurídica e da supremacia do interesse
público não estão expressamente previstos na Constituição Federal.
c) A publicidade é elemento formativo do ato e serve para
convalidar ato praticado com irregularidade quanto à origem.
d) Por força do princípio da publicidade todo e qualquer ato
administrativo, sem exceção, deve ser publicado em jornal oficial.
e) O princípio da segurança jurídica permite a aplicação retroativa
de nova interpretação de norma administrativa.

O item “a” está errado, pois traz a definição do princípio da


eficiência.

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O item “b” está correto, o princípio da segurança jurídica não está


no LIMPE (veja que o enunciado da questão informa “princípios básicos
da Administração”), está apenas no art. 2º da Lei 9.784/99 e, de forma
reflexa, no art. 5º, XXXVI, da Constituição. Do mesmo modo, o princípio
da supremacia do interesse público não está expresso na Constituição
como princípio básico da Administração, ele está implícito no
ordenamento jurídico.
O item “c” está errado, pois a publicidade não é elemento
formativo do ato, mas sim elemento que dá eficácia ao ato. Os
elementos formativos do ato são: sujeito, motivo, objeto, forma e
finalidade.
O item “d” também está errado, o ato não precisa ser publicado em
jornal oficial para atender ao princípio da publicidade, o atendimento a
este princípio pode se dar de diversas maneiras (p. ex: se a lei não
exige a publicação em diário oficial, atenderá ao princípio da publicidade
a fixação do ato em local público na repartição ou no site do órgão ou
do ente público).
Por fim, o item “e” é errado, pois o princípio da segurança jurídica
proíbe a aplicação retroativa de nova interpretação de norma. Desse
modo, o gabarito é a letra “b”.

7.2 Princípios do art. 37, caput, da CF.


Passemos agora a tratar dos princípios do LIMPE.
O princípio da legalidade existe, justamente, para consagrar o
princípio da indisponibilidade do interesse público. Se esse interesse
não pode ser alienado pela Administração, ele deve ser curado, tratado,
cuidado, promovido, nos termos da vontade geral e nos limites
conferidos pelo povo.
E como o povo confere limites aos atos da Administração?

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Por meio da edição de leis!


É por isso que o princípio da legalidade significa a subordinação
da Administração às imposições legais.
Diferentemente das ações privadas dos indivíduos, em que
ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei (autonomia da vontade), no princípio da legalidade da
Administração Pública, esta só pode realizar, fazer ou editar o que a lei
expressamente permite.
Num Estado de Direito, as ações da Administração são definidas
e autorizadas previamente pelo povo, por meio de leis aprovadas pela
vontade geral.
Na jurisprudência do STF, encontramos casos clássicos em que
se decidiu com fundamento no princípio da legalidade. Dentre eles, no
MS 26.955, o Tribunal decidiu que “a alteração de atribuições de cargo
público somente pode ocorrer por intermédio de lei formal”.
Mas e se a lei não define exatamente como o administrador deve
agir?
Nesse caso, o gestor deve observar as demais fontes do direito
administrativo. Ele não pode realizar o ato de modo ilógico ou
incongruente. Deve se pautar nos princípios gerais da Administração
para agir de modo razoável, escolhendo a melhor opção dentre as
hipóteses oferecidas na legislação (princípio da razoabilidade).
Toda competência conferida por lei deve obedecer a certo fim.
Por isso o agir da Administração deve ser adequado ao que se pretende
atingir, ou seja, deve haver uma correlação entre os meios adotados e
os fins almejados (mais uma vez, o princípio da proporcionalidade se
aplica).
Tamanha a importância do princípio da legalidade para a
Administração Pública que Di Pietro (2009, p. 63) afirma que os

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princípios fundamentais do direito administrativo são o da legalidade e o


da supremacia do interesse público sobre o particular.
Se a banca afirmar que esses são os princípios basilares do
direito administrativo, a alternativa não estará errada, pois estará
adotando a posição de Di Pietro. Entretanto, como vimos acima, a
posição de Bandeira de Mello, no sentido de que os princípios basilares
são a supremacia do interesse público sobre o particular e a
indisponibilidade do interesse público, que vem sendo cobrado, pois é
deste último que surge o princípio da legalidade.

Questões de
concurso

5) (FCC - 2012 - TRE-SP - Analista Judiciário) De acordo com a


Constituição Federal, constituem princípios aplicáveis à Administração
Pública os da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência. Tais princípios aplicam-se às entidades
a) de direito público, excluídas as empresas públicas e sociedades
de economia mista que atuam em regime de competição no mercado.
b) de direito público e privado, exceto o princípio da eficiência que
é dirigido às entidades da Administração indireta que atuam em regime
de competição no mercado.
c) integrantes da Administração Pública direta e indireta e às
entidades privadas que recebam recursos ou subvenção pública.
d) integrantes da Administração Pública direta e indireta,
independentemente da natureza pública ou privada da entidade.
e) públicas ou privadas, prestadoras de serviço público, ainda que
não integrantes da Administração Pública.

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Além de muita atenção, observe que o enunciado pede DE


ACORDO COM A C.F., é imprescindível que você tenha conhecimento
desse artigo:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte:

Gabarito: Letra “d”.

6) (FCC - 2012 - TCE-AP - Analista de Controle Externo) De


acordo com a Constituição Federal, os princípios da Administração
Pública aplicam-se
a) às entidades integrantes da Administração direta e indireta de
qualquer dos Poderes.
b) à Administração direta, autárquica e fundacional,
exclusivamente.
c) às entidades da Administração direta e indireta, exceto às
sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica.
d) à Administração direta, integralmente, e à indireta de todos
os poderes e às entidades privadas que recebem recursos públicos,
parcialmente.
e) à Administração direta, exclusivamente, sujeitando- se as
entidades da Administração indireta ao controle externo exercido pelo
Tribunal de Contas.
Essa questão caiu duas vezes no ano de 2012, e tem grandes
chances de cair na sua prova! Leia mais uma vez:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte:

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Gabarito: Letra “a”.

7) (FCC - 2011 - DPE-RS - Defensor Público) Na relação dos


princípios expressos no artigo 37, caput, da Constituição da República
Federativa do Brasil, NÃO consta o princípio da
a) moralidade.
b) eficiência.
c) probidade.
d) legalidade.
e) impessoalidade.

É importante que você se lembre que os princípios da


Administração Pública expressos no caput do art. 37 da Constituição são
representados pela palavra LIMPE. Confira a redação do dispositivo:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte:

Assim, LIMPE = Princípios constitucionais da legalidade, da


impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência.
Fica fácil perceber que o princípio da probidade não consta do
dispositivo. Gabarito: Letra “c”.

Segundo o princípio da impessoalidade a Administração não


pode praticar qualquer ato com vistas a prejudicar ou beneficiar
alguém, nem a atender o interesse do próprio agente, o agir deve ser
impessoal, pois os agentes públicos devem visar, tão somente, o
interesse público.

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Por isso que se diz que o princípio da impessoalidade se


confunde com o da finalidade, pois ato administrativo que não visa o
interesse público viola tanto o princípio da impessoalidade como o da
finalidade.
Entretanto, outro aspecto do princípio da impessoalidade é
exclusivo e inconfundível: esse princípio também informa que os atos
realizados no âmbito da Administração não são praticados por Fulano,
Beltrano ou Cicrano, mas pelo órgão ao qual o agente se vincula.
As regras constitucionais que impõem a realização do concurso
público para provimento de cargos na Administração Pública (art. 37,
II) e a que determina que as contratações devem ser precedidas de
licitação (art. 37, XXI) decorrem do princípio da impessoalidade.
Em atenção ao princípio da impessoalidade, deve ser
rechaçada toda forma de utilização de publicidade institucional para
promoção pessoal de políticos.
Caro amigo, nesse momento você deve ligar o SINAL DE
ALERTA! Pois vamos tratar de um dos princípios mais cobrados nos
últimos concursos: o princípio da moralidade!
O princípio da moralidade impõe ao administrador o dever de
sempre agir com lealdade, boa-fé e ética. Além de obedecer aos limites
da lei, o gestor deve verificar se o ato não ofende a moral, os bons
costumes, os princípios de justiça, de equidade e, por fim, a ideia de
honestidade.
O tema que mais vem sendo cobrado em concursos quanto ao
princípio da moralidade é a Súmula Vinculante 13 do STF, que veda a
prática do nepotismo na Administração Pública.
A partir da edição dessa súmula restou consagrado o
entendimento de que não é preciso de lei em sentido formal para se
punir um indivíduo por nomear parentes para cargos públicos. Isso

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porque, essa prática viola frontalmente os princípios constitucionais da


moralidade e da impessoalidade.
Pela importância da SV nº 13, transcrevemos a sua redação:

“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,


colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo
de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em
comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na
Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido
o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.”

Como se vê, a súmula vinculante impede a nomeação de


cônjuge, companheiro ou parente da autoridade nomeante ou de
servidor da mesma pessoa jurídica para exercício de cargo em
comissão, de confiança ou de função gratificada em qualquer órgão de
quaisquer dos poderes e de quaisquer dos entes estatais.
A súmula considera prática imoral a nomeação de parentes
colaterais em até terceiro grau.
O texto veda, também, o nepotismo cruzado ao informar que
a súmula alcança as “designações recíprocas”, ou seja, a SV nº 13 veda
a nomeação de um parente de Fulano, que é presidente da FUNASA,
por exemplo, para o exercício de um cargo em comissão no INSS
enquanto, ao mesmo tempo, Beltrano, que é parente do presidente do
INSS, é nomeado para exercício de cargo em comissão na FUNASA.
Muita atenção nesse ponto: após a edição da Súmula Vinculante
em comento, o Supremo Tribunal Federal afirmou que “a nomeação de
parentes para cargos políticos não implica ofensa aos princípios que
regem a Administração Pública, em face de sua natureza
eminentemente política, e que, nos termos da Súmula Vinculante 13,
as nomeações para cargos políticos não estão compreendidas nas

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hipóteses nela elencadas” (RCL 6650, divulgado no Informativo STF


524).
MUITO IMPORTANTE!!!!
No âmbito do Distrito Federal, foi editado o Decreto nº 32751/11,
que busca interpretar a Súmula Vinculante nº 13, coibindo o nepotismo
no DF.
Destaco dessa norma, os arts. 3º e 4º. Leia com atenção:
Art. 3º São proibidas as nomeações, contratações ou designações para
cargo em comissão ou função de confiança e atendimento a necessidade
temporária de excepcional interesse público, de:
I - familiar de autoridade administrativa (=Governador e Vice Governador),
no âmbito de toda a Administração Pública Direta e Indireta do Poder
Executivo do Distrito Federal;
II - familiar de ocupante de cargo em comissão ou função de confiança, no
âmbito do mesmo órgão ou entidade.
§1º Aplicam-se também as vedações deste Decreto quando existirem
circunstâncias caracterizadoras de ajuste para burlar as restrições ao
nepotismo, especialmente mediante nomeações ou designações recíprocas,
envolvendo órgão ou entidade da Administração Pública do Distrito Federal.
§2º É vedada ainda a contratação direta, sem licitação, por órgão ou
entidade da Administração Pública do Distrito Federal, de pessoa jurídica na
qual haja administrador ou sócio com poder de direção que seja familiar de
qualquer autoridade administrativa e, no âmbito do mesmo órgão ou
entidade, de familiar de ocupante de cargo em comissão ou função de
confiança.
§3º As vedações deste artigo estendem-se às relações homoafetivas.
Art. 4º Não se incluem nas vedações deste Decreto as nomeações,
designações ou contratações:
I - de servidores ocupantes de cargo de provimento efetivo, bem como
de empregados permanentes, inclusive aposentados, observada a
compatibilidade do grau de escolaridade do cargo ou emprego de origem, ou
a compatibilidade da atividade que lhe seja afeta e a complexidade inerente
ao cargo em comissão ou função comissionada a ocupar, além da qualificação
profissional do servidor ou empregado;
II - realizadas anteriormente ao início do vínculo familiar entre o
agente público e o nomeado, designado ou contratado, desde que não se
caracterize ajuste prévio para burlar a vedação do nepotismo;
III - de pessoa já em exercício no mesmo órgão ou entidade antes do início
do vínculo familiar com o agente público, para cargo, função ou emprego de
nível hierárquico igual ou mais baixo que o anteriormente ocupado;
IV - para atendimento a necessidade temporária de excepcional interesse
público, quando precedidas de regular processo seletivo.
Parágrafo único. Em qualquer caso, é vedada a manutenção de familiar
ocupante de cargo em comissão ou função de confiança sob subordinação
imediata da autoridade administrativa.
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Como se vê, é vedada a nomeação de parente, até o terceiro grau,


de autoridade administrativa (= do Governador e do Vice) para
qualquer cargo em comissão ou função de confiança no âmbito de toda
a Administração Pública do Poder Executivo do Distrito Federal.
Com relação aos demais agentes públicos ocupantes de função de
confiança ou cargo em comissão, não é possível a nomeação de
parentes desses agentes para exercício de função de confiança ou cargo
em comissão dentro do mesmo órgão do parente.
Portanto, olho aberto, meus amigos: não ofende o princípio da
moralidade a nomeação de parentes para o exercício de cargo político,
como o de Secretário de Estado, Ministro, presidente de autarquia, etc.
Outro enfoque do princípio da moralidade é que a sua
inobservância constitui ato de improbidade administrativa (art. 37, §
4º, da CF).
Mas o que seriam “atos de improbidade”?
A Lei nº 8.429/92 responde essa questão ao afirmar que
constitui ato de improbidade:
(a) auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em
razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade (=
enriquecimento ilícito – art. 9º);
(b) qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje
perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação
dos bens ou haveres de entidades públicas (= causam prejuízo ao
erário – art. 10);
(c) qualquer ação ou omissão que viole os deveres de
honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições (=
atentam contra os princípios da Administração Pública – art. 11).
Apesar da redação clara da lei e da Constituição, que não
excluem qualquer autoridade das sanções pela prática de improbidade,

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num julgamento pouco moralizador, o Supremo Tribunal Federal


entendeu que o Presidente da República e os Ministros não
respondem por improbidade administrativa com base na Lei 8.429/92
(RCL 2138: divulgado no Informativo STF nº 471, julgado em
13.06.2007).
Por outro lado, o Superior Tribunal de Justiça entende que “os
prefeitos podem ser processados por seus atos pela Lei nº
8.429/92” (RESP 12433779 – AgRg, julgado em 21.06.2011).
Sobre o princípio da moralidade, vale apreciar as seguintes
questões:

Questões de
concurso

8) (FCC - 2011 - TRE-AP - Analista Judiciário - Área Judiciária)


A conduta do agente público que se vale da publicidade oficial para
realizar promoção pessoal atenta contra os seguintes princípios da
Administração Pública:
a) razoabilidade e legalidade.
b) eficiência e publicidade.
c) publicidade e proporcionalidade.
d) motivação e eficiência.
e) impessoalidade e moralidade.

Se o sujeito se valeu de publicidade oficial para promoção


pessoal, esse ato viola o princípio da impessoalidade, a obra não é dele,
mas do povo, feita em nome do povo e com o dinheiro do povo. Noutro
giro, ao se valer do dinheiro público gasto na obra para se
autopromover, o agente público pratica ato imoral, contrário à
honestidade, violando, assim, o princípio da moralidade. Por isso, o
gabarito é a letra “e”.

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9) (FCC - 2011 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Técnico Judiciário -


Área Administrativa) O Jurista Celso Antônio Bandeira de Mello
apresenta o seguinte conceito para um dos princípios básicos da
Administração Pública: De acordo com ele, a Administração e seus
agentes têm de atuar na conformidade de princípios éticos. (...)
Compreendem-se em seu âmbito, como é evidente, os chamados
princípios da lealdade e boa-fé. Trata-se do princípio da
a) motivação.
b) eficiência.
c) legalidade.
d) razoabilidade.
e) moralidade.

Não é preciso muito esforço para concluir que o trecho de Celso


Antônio trata da moralidade. O princípio da moralidade impõe ao
administrador o dever de sempre agir com lealdade, boa-fé e ética.
Além de obedecer aos limites da lei, o gestor deve verificar se o ato não
ofende a moral, os bons costumes, os princípios de justiça, de equidade
e, por fim, a ideia de honestidade.
Assim, o gabarito é a letra “e”.

10) (FCC - 2010 - PGE-AM - Procurador) NÃO é situação que


configura nepotismo, a sofrer a incidência da Súmula Vinculante no 13,
editada pelo Supremo Tribunal Federal, a nomeação de
a) sobrinho de Secretário de Estado para cargo de dirigente de
autarquia estadual.
b) cunhado de Presidente da Assembleia Legislativa para cargo de
assessor da Presidência do Tribunal de Justiça.

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c) irmão adotivo de Secretário de Estado para cargo de diretor na


respectiva Secretaria.
d) cônjuge de Governador para cargo de Secretário de Estado.
e) sogro de Deputado Estadual, para cargo de assessor em
gabinete de outro Deputado Estadual.

Pela importância da SV nº 13:

“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,


colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo
de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em
comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na
Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido
o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.”

Muita atenção nesse ponto: após a edição da Súmula Vinculante


em comento, o Supremo Tribunal Federal afirmou que “a nomeação de
parentes para cargos políticos não implica ofensa aos princípios que
regem a Administração Pública, em face de sua natureza
eminentemente política, e que, nos termos da Súmula Vinculante 13,
as nomeações para cargos políticos não estão compreendidas nas
hipóteses nela elencadas” (RCL 6650, divulgado no Informativo STF
524).
Portanto, olho aberto, meus amigos: não ofende o princípio da
moralidade a nomeação de parentes para o exercício de cargo político,
como o de cônjuge de Governador para cargo de Secretário de Estado.
Assim, o gabarito é a letra “d”.

11) (UEG- 2008- AGENTE DE POLÍCIA) A Administração Pública


tem de tratar a todos os administrados sem discriminação. Os
posicionamentos políticos ou ideológicos não podem interferir na

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atuação administrativa. Os preceitos citados correspondem ao princípio


da
a) eficiência.
b) legalidade.
c) moralidade.
d) impessoalidade.
Segundo o princípio da impessoalidade a Administração não
pode praticar qualquer ato com vistas a prejudicar ou beneficiar
alguém, nem a atender o interesse do próprio agente, o agir deve ser
impessoal, pois os agentes públicos devem visar, tão somente, o
interesse público.
Gabarito: Letra “D”.

Vamos em frente, passamos agora ao princípio da


publicidade.
Nas palavras de Zannoni (2011, p. 45), o princípio da
publicidade impõe “transparência aos atos administrativos, sob pena de
ineficácia, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas em lei”.
Se todo poder emana do povo, nada mais lógico do que dar a
mais ampla publicidade aos atos editados pela Administração Pública,
seja por meio de boletins internos, por certidões, pelo diário oficial ou
mesmo pela internet. É por isso que a Constituição traz em seu bojo o
art. 5º, XXXIII:

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de


seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado;

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Com se percebe da redação do dispositivo, em certos casos, a


própria Constituição impõe o dever do sigilo. Como assim? A própria
Constituição impõe o sigilo?
Isso mesmo, em certos casos a CF impõe o sigilo. São eles: para
proteger a intimidade do indivíduo (art. 5º, X) e para promover a
segurança da sociedade e do Estado.
Outro regramento constitucional relacionado ao princípio da
publicidade é o direito dos indivíduos de petição aos Poderes Públicos
em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder e a
obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal, tudo isso
independentemente do pagamento de taxas (art. 5º, XXXIV).
Se as informações relativas à pessoa do solicitante, constantes
de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
caráter público, não forem fornecidas, o indivíduo poderá se valer do
habeas data perante o Poder Judiciário, para que este intervenha e
determine o fornecimento da informação (art. 5º, LXXII, da CF).
Não podemos concluir o princípio da publicidade sem estudarmos
o art. 37, §1º, da CF:

§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas


dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de
orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens
que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores
públicos.

Como se vê, a publicidade deve ter caráter educativo,


informativo ou de orientação social.
MUITO CUIDADO: a vedação de utilização de publicidade
institucional para promoção pessoal decorre do princípio da
impessoalidade.

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Passemos então ao derradeiro princípio expresso no art. 37,


caput, da Constituição Federal, o princípio da eficiência.
Esse princípio consagra a busca de resultados positivos, seja sob
o enfoque do agente público, que deve exercer suas funções da melhor
forma possível, seja sob enfoque da própria estrutura administrativa,
que deve sempre buscar prestar os melhores serviços públicos, com os
recursos disponíveis.
Isso quer dizer que os serviços públicos devem ser prestados
com presteza, agilidade, perfeição, adequação e efetividade. Devem
atingir os objetivos e metas, utilizando um mínimo de recursos para
obter o máximo de resultados.
Conforme informamos acima, esse princípio foi inserido no caput
do art. 37 apenas com a reforma administrativa de 1998 (EC nº 19).
Essa emenda constitucional não só inseriu o princípio da eficiência na
Constituição, buscou promover uma reforma administrativa do Estado,
de modo que ele deixasse de ser um Estado burocratizado e passasse a
ser um Estado gerencial, focado na persecução de resultados.
Vamos treinar um pouco?

Questões de
concurso

12) (FCC - 2011 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Técnico Judiciário -


Segurança) Analise as seguintes proposições, extraídas dos
ensinamentos dos respectivos Juristas José dos Santos Carvalho Filho e
Celso Antônio Bandeira de Mello:
I. O núcleo desse princípio é a procura de produtividade e
economicidade e, o que é mais importante, a exigência de reduzir os
desperdícios de dinheiro público, o que impõe a execução dos serviços
públicos com presteza, perfeição e rendimento funcional.

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II. No texto constitucional há algumas referências a aplicações


concretas deste princípio, como por exemplo, no art. 37, II, ao exigir
que o ingresso no cargo, função ou emprego público depende de
concurso, exatamente para que todos possam disputar-lhes o acesso
em plena igualdade.
As assertivas I e II tratam, respectivamente, dos seguintes
princípios da Administração Pública:
a) moralidade e legalidade.
b) eficiência e impessoalidade.
c) legalidade e publicidade.
d) eficiência e legalidade.
e) legalidade e moralidade.

O primeiro conceito é o do princípio da eficiência, pois ele fala em


“reduzir os desperdícios de dinheiro público” e em “execução dos
serviços públicos com presteza, perfeição e rendimento funcional”.
O item II, por sua vez, traz um exemplo de aplicação do princípio
da impessoalidade. O concurso público, assim como a licitação, são
exemplos de aplicação do princípio da impessoalidade na Administração,
pois esta selecionará um servidor público ou um fornecedor, por meio
de critérios objetivos, abertos a todos aqueles que preencherem as
exigências previamente estabelecidas e que, ao final, se apresentarem
como os melhores agentes ou fornecedores para a Administração.
Desse modo, o gabarito é o item “b”.

13) (FCC - 2010 - MPE-SE - Analista - Direito) Sobre o princípio


da publicidade, é correto afirmar:
a) A veiculação de notícias de atos da Administração pela
imprensa falada, escrita e televisivada atende ao princípio da
publicidade.

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b) Se a lei não exigir a publicação em órgão oficial, a publicidade


terá sido alcançada com a simples afixação do ato em quadro de
editais, colocado em local de fácil acesso do órgão expedidor.
c) As edições eletrônicas do Diário Oficial da União são
meramente informativas, não produzindo, em nenhuma hipótese, os
mesmos efeitos que as edições impressas.
d) A publicação de atos, contratos e outros instrumentos
jurídicos, inclusive os normativos, pode ser resumida.
e) A publicidade é elemento formativo do administrativo.
Com relação ao item a, o mesmo encontra-se incorreto, pois para
atender ao princípio da publicidade é necessário divulgação oficial. O
item b, por sua vez, é correto, pois nos casos em que a lei não exige a
publicação em órgão oficial, normalmente os atos internos, como a
simples fixação do mesmo em quadro de editais, satisfaz o princípio da
publicidade. O item c está incorreto, pois a forma eletrônica do diário
oficial é uma das formas de divulgação oficial. A letra d está errada,
pois os instrumentos normativos não podem ser publicados de forma
resumida. Por fim, a publicidade não é elemento que formativo do ato
administrativo, mas elemento que dá eficácia ao ato. Desse modo, o
gabarito da questão é a letra b.

14) (FCC - 2012 - TRE-PR - Analista Judiciário) A eficiência, na


lição de Hely Lopes Meirelles, é um dever que se impõe a todo agente
público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e
rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função
administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas
com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e
satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus
membros. (Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo, Malheiros,
2003. p. 102).

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Infere-se que o princípio da eficiência


a) passou a se sobrepor aos demais princípios que regem a
administração pública, após ter sua previsão inserida em nível
constitucional.
b) deve ser aplicado apenas quanto ao modo de atuação do agente
público, não podendo incidir quando se trata de organizar e estruturar a
administração pública.
c) deve nortear a atuação da administração pública e a organização
de sua estrutura, somando-se aos demais princípios impostos àquela e
não se sobrepondo aos mesmos, especialmente ao da legalidade.
d) autoriza a atuação da administração pública dissonante de
previsão legal quando for possível comprovar que assim serão
alcançados melhores resultados na prestação do serviço público.
e) traduz valor material absoluto, de modo que alcançou status
jurídico supraconstitucional, autorizando a preterição dos demais
princípios que norteiam a administração pública, a fim de alcançar os
melhores resultados.
O princípio da eficiência consagra a busca de resultados
positivos, seja sob o enfoque do agente público, que deve exercer suas
funções da melhor forma possível, seja sob enfoque da própria
estrutura administrativa, que deve sempre buscar prestar os melhores
serviços públicos, com os recursos disponíveis. Porém o princípio da
eficiência não se sobrepõe a nenhum outro princípio, afinal nenhum
princípio é hierarquicamente superior a outro.
Gabarito: Letra “c”.

15) (FCC - 2012 - TJ-PE - Técnico Judiciário) Tendo em vista os


princípios constitucionais que regem a Administração Pública é
INCORRETO afirmar que a

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a) eficiência, além de desempenhada com legalidade, exige


resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento
das necessidades da comunidade e de seus membros.
b) lei para o particular significa pode fazer assim, e para o
administrador público significa deve fazer assim.
c) moral administrativa é o conjunto de regras que, para disciplinar
o exercício do poder discricionário da Administração, o superior
hierárquico impõe aos seus subordinados.
d) publicidade não é elemento formativo do ato; é requisito de
eficácia e moralidade
e) impessoalidade permite ao administrador público buscar
objetivos ainda que sem finalidade pública e no interesse de terceiros.
O examinador pede a alternativa INCORRETA, como já
estudamos todos os princípios, ficou óbvio que a alternativa “e” está
errada, afinal: segundo o princípio da impessoalidade, a
Administração não pode praticar qualquer ato com vistas a prejudicar
ou beneficiar alguém, nem a atender o interesse do próprio agente, o
agir deve ser impessoal, pois os agentes públicos devem visar, tão
somente, o interesse público.
Gabarito: Letra “e”.

7.3 Outros princípios consagrados.


Passemos agora a outros princípios consagrados da
Administração Pública, mas que não estão insertos no art. 37, caput,
muito embora alguns deles tenham previsão constitucional em outros
dispositivos.
Começamos pelo princípio da finalidade.
Segundo esse princípio, todas as ações da Administração devem
ser praticadas visando o interesse público. Mais uma vez retomamos ao
fundamento de nosso Estado de Direito: a finalidade perseguida pelo

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gestor é aquela conferida previamente pelo titular do poder – o povo –


através das leis.
Seja a finalidade concebida em sentido amplo (interesse
público), seja a concebida em sentido estrito (definida por lei), ambas
decorrem da vontade geral.
É por isso que Bandeira de Mello afirma que o princípio da
finalidade está contido no princípio da legalidade, pois o primeiro
corresponde à aplicação da lei tal que ela é.
Segundo Meirelles (1998, p. 87-88), o princípio da finalidade se
confunde com o da impessoalidade, na medida em que ambos
caminham para a concretização do que exige a lei e o interesse público
e não a fins pessoais.
Você sabia que há um nome específico para aquele que age em
desvio de finalidade (que age buscando fim diverso do interesse público
ou do fim previsto em lei)?
Há sim, chamamos isso de desvio de poder. A autoridade age
dentro dos limites da sua competência, mas o ato não atende ao
interesse público ou ao fim visado na norma. Por essa razão, o ato não
pode ser sanado, devendo ser extirpado do mundo jurídico pela
anulação.
Na aula de atos administrativos você verá que há diferença entre
desvio de poder e excesso de poder. Fique conosco até lá!
Voltemos aos princípios!
Ao falarmos do princípio da legalidade, demos uma pincelada nos
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, que decorrem
daquele.
Pelo princípio da razoabilidade, a Administração deve atuar,
no exercício dos atos discricionários (atos que a lei tenha dado certa
margem de liberdade ao administrador), obedecendo critérios aceitáveis
do ponto de vista racional, ou seja, com bom-senso, prudência e

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racionalidade. Assim, esse princípio é um dos limites do ato


discricionário.
O princípio da razoabilidade ganhou previsão constitucional com
a Emenda Constitucional 45 – que tratou da reforma do Poder Judiciário
– ao inserir, no art. 5º, determinação para que os processos tenham
duração razoável no âmbito administrativo e judicial (inciso LXXVIII).
Outro limite para a discricionariedade que também decorre do
princípio da legalidade é o da proporcionalidade.
Como vimos acima, a Administração deve editar seus atos na
medida necessária para alcançar os fins legais.
A proporcionalidade pode ser entendida como o meio adequado
(exigível ou necessário), ou seja, a relação lógica entre o que se busca
e o instrumento que se edita para o resultado. Nesse enfoque, a
Administração só deve promover algum ato se houver uma necessidade
real para a sua edição. Não pode o poder público, por exemplo,
construir uma ponte em um local onde não há estrada que leve um
veículo até a ponte.
Noutro giro, a proporcionalidade também é apurada sob o
enfoque da proporcionalidade em sentido estrito, ou seja, pela avaliação
entre o meio utilizado e o fim almejado. Os meios utilizados devem ser
os estritamente necessários para se promover a alteração buscada pelo
poder público. Não se podem tolerar gastos excessivos para a execução
de pequenas tarefas. A Administração não pode, por exemplo, comprar
armas de fogo para exterminar os ratos de um prédio público.
Você verá nas próximas aulas que, em regra, o Poder Judiciário
não pode interferir no juízo de discricionariedade do administrador. Se a
lei conferiu alguma margem de liberdade para a prática de determinado
ato administrativo é o gestor quem deve fazer um juízo de conveniência
e oportunidade para preencher a lacuna e praticar o ato.

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Esse juízo de conveniência e oportunidade é chamado de mérito


administrativo.
Em situações excepcionais, contudo, o Poder Judiciário,
verificando tratar-se de caso esdrúxulo, pode realizar um critério de
proporcionalidade e de razoabilidade para avaliar o ato discricionário do
administrador e retirá-lo do mundo jurídico, caso ele seja
desproporcional ou desarrazoado.
Tanto o princípio da razoabilidade como o da proporcionalidade
decorrem do devido processo legal material e da legalidade (art. 5º,
LIV, e 37, caput, da CF).
Embora represente a melhor técnica, alguns doutrinadores
apresentam os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade como
sinônimos. Assim, se em sua prova o examinador afirmar que
razoabilidade é a adequação entre meios e fins, assinale correto.
São muitos os princípios, não são? Pois é, a vida de concursando
é dura! Não se preocupe, transporemos esse muro juntos, venha
comigo para os últimos princípios!
A doutrina destaca também o princípio da motivação.
Segundo Di Pietro (2009, p. 80), o princípio da motivação exige
que a Administração Pública indique os fundamentos de fato e de direito
de suas decisões, justificando-as.
A sua obrigatoriedade se justifica tanto nos atos discricionários
como nos atos vinculados, porquanto o titular do poder – o povo – tem
o direito de saber quais as razões que estão ensejando a edição de atos
pelo poder público. Através da motivação, o cidadão pode impugnar o
ato perante o Poder Judiciário ou questionar o gestor acerca de suas
decisões.
Em suma, a motivação é um instrumento necessário para que o
controle dos atos administrativos seja exercido.

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A motivação encontra previsão na CF para os julgamentos do


Judiciário (art. 93, X). As decisões judiciais não fundamentadas serão
nulas.
A CF, entretanto, é omissa em relação aos julgamentos
administrativos. Assim, entende-se que o princípio da motivação é um
princípio constitucional implícito, decorrente dos princípios da
legalidade, da ampla defesa, do contraditório, do acesso à justiça e do
Estado Democrático de Direito, porquanto é a motivação o elemento
que ensejará o controle dos atos administrativos.
A doutrina majoritária entende que a motivação é obrigatória em
todos os atos administrativos (Di Pietro, 2009, p. 81 e Bandeira de
Mello, 2010, p. 403-404).
Importante consignar, por fim, que a motivação deve ser prévia
ou concomitante à edição do ato.
Na aula relativa aos atos administrativos, apresentamos os
conceitos de motivo e móvel, bem como a teoria dos motivos
determinantes. Fique atento para esses importantes conceitos nas
próximas aulas!
Vamos tratar agora do princípio da autotutela.
Esse princípio dispõe que a Administração deve exercer o
controle interno de seus próprios atos, anulando-os, quando eivados de
ilegalidade, ou revogando-os, por razões de conveniência e
oportunidade (=mérito).
Indispensável, nesse ponto, a transcrição das Súmulas nºs 346 e
473, ambas do STF:

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Súmula 346: A Administração Pública pode declarar a nulidade de seus


próprios atos.
Súmula 473: A Administração pode anular seus próprios atos, quando
eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial.

Muito embora as súmulas digam que a Administração “pode”


anular os atos eivados de vícios de legalidade, a doutrina entende que a
autotutela não é uma faculdade, mas um dever. Por isso, onde está
escrito “pode”, você deve ler “deve”.
Mas será que todo ato ilegal será anulado?
Não, o art. 55 da Lei 9.784/99 prevê o instituto da convalidação.
Tema esse que também será abordado na aula relativa a atos
administrativos. Esse ponto será de suma importância, uma vez que
apresentaremos e comentaremos a redação da Súmula Vinculante nº 3
– QUE CAI EM TODOS OS CONCURSOS PÚBLICOS!
Obviamente, a autotutela não é a única espécie de controle dos
atos administrativos no Brasil. Há também o controle exercido pelo
Poder Legislativo, com o auxílio do TCU e o controle jurisdicional.
Essas modalidades de controle serão aprofundadas nas últimas
aulas de nosso curso, mas você já deve saber, desde agora, que os atos
administrativos podem ser revisados, a qualquer tempo, pelo Poder
Judiciário, desde que este seja provocado e que, de modo geral, se
alegue vício de legalidade.
Alguns autores informam que esse é o princípio do controle
judicial dos atos administrativos.
Como o Brasil adota a jurisdição una (só o Judiciário dá a palavra
final), não é necessário esperar o fim de um processo administrativo

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que avalie a legalidade de um ato administrativo para se ingressar


perante o Poder Judiciário questionando o mesmo ato.
Para que não passe em branco outros princípios – que quase
nunca são cobrados em concursos – vou apresentar os conceitos de
cada um deles de forma bem direta:
Princípio da responsabilidade objetiva ou da ampla
responsabilidade do Estado: a Administração deve reparar o dano
causado no administrado em razão da atividade administrativa,
independentemente da existência de dolo ou culpa do agente (art. 37, §
6º, da CF). Esse tema será melhor explorado em aula própria.
Princípio da segurança jurídica: esse princípio tem previsão
constitucional expressa (art. 5º, XXXVI) e também está previsto no art.
2º da Lei nº 9.784/99. Ele veda a aplicação retroativa de nova
legislação ou de sua interpretação, de modo a prejudicar terceiros. Com
isso, resguarda-se a estabilidade das relações, consagra-se a boa-fé e a
confiança depositada pelos indivíduos no comportamento do Estado.
Com relação à confiança, entende-se que, a partir dela, ao
cidadão é conferida uma calculabilidade e uma previsibilidade com
relação aos efeitos jurídicos dos atos administrativos.
Decorrem desse princípio institutos como a decadência e a
consolidação dos efeitos dos atos praticados há muito tempo.
Aprofundaremos nesses institutos na aula relativa a atos
administrativos.
Princípio da especialidade: as entidades da administração
indireta não podem se desviar de seus objetivos definidos em lei
instituidora.
Princípio da tutela ou do controle: esse princípio decorre do
princípio da especialidade, pois dispõe que a Administração Pública
direta fiscaliza as atividades exercidas pela Administração indireta.

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Repare bem: o princípio da tutela ou do controle está mais ligado


ao princípio da especialidade do que ao princípio da autotutela ou do
controle judicial dos atos administrativos.
Princípio da continuidade do serviço público: os serviços
públicos prestados pelo Estado decorrem das demandas do Estado
Social de prover os serviços básicos à população. Em razão disso, eles
não podem ser interrompidos. Ao analisar a possibilidade do corte da
energia elétrica em razão do não pagamento, o STJ entendeu que a
concessionária pode interromper o fornecimento do serviço, mediante
aviso prévio (AG 1200406 – AgRg). A Corte Superior, contudo,
observando o princípio da continuidade do serviço público, não autoriza
o corte de energia elétrica em unidades públicas essenciais, como em
escolas, hospitais, serviços de segurança pública etc. (ERESP 845982).

 é possível cortar energia elétrica por falta de


pagamento, desde que tenha aviso prévio;

Princípio da continuidade
 Não é possível cortar energia, por falta de
pagamento, de prédios públicos que prestam
serviços públicos essenciais.

Princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido


processo legal: ao administrado é assegurado o direito de ser
informado dos atos de um procedimento, de se manifestar em prazos
razoáveis, indicar provas e recorrer.
Já o devido processo legal deve ser entendido sob o seu aspecto
formal (regularidade do procedimento) e material (justiça da decisão).
Esse princípio é de suma importância, pois ele (e o direito de petição)
fundamenta a Súmula Vinculante nº 21, segundo a qual:

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“É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de


dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo”.

Princípio da juridicidade: o administrador não deve ater-se


apenas à letra fria da lei, mas sim à análise de todo o ordenamento
constitucional. É com a noção de juridicidade que se abandona um
conceito primário de legalidade, satisfeito com o cumprimento nominal
e simplista de regras isoladas. Parte-se em busca da observância
íntegra do direito, compreendido este como um conjunto de normas
dentre as quais se incluem os princípios expressos e implícitos, bem
como as regras específicas do ordenamento.

Questão de
concurso

16) (FCC - 2012 - TJ-RJ - Analista Judiciário)O Poder Público


contratou, na forma da lei, a prestação de serviços de transporte
urbano à população. A empresa contratada providenciou todos os bens
e materiais necessários à prestação do serviço, mas em determinado
momento, interrompeu as atividades. O Poder Público assumiu a
prestação do serviço, utilizando-se, na forma da lei, dos bens materiais
de titularidade da empresa. A atuação do poder público consubstanciou-
se em expressão do princípio da
a) continuidade do serviço público.
b) eficiência.
c) segurança jurídica.
d) boa-fé.
e) indisponibilidade do interesse público.

A prestação do serviço de transporte urbano é essencial, básico


para população, não podendo ser interrompido. E, como vimos, de

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acordo com o princípio da continuidade do serviço público, em que


os serviços públicos prestados pelo Estado decorrem das demandas do
Estado Social de prover os serviços básicos à população, eles não
podem ser interrompidos.
Gabarito: Letra “a”.

8. Resumo da aula

Meu caro, se você ler esse resumo na semana que antecede a


prova, você vai refrescar o seu cérebro e toda a matéria apresentada
nessa aula virá como um raio na hora de responder as questões do
concurso. Siga essa dica e sucesso!
Agora, se você não estudou nossa aula e acha que vai passar
lendo só esse ponto da aula: boa sorte.
Vimos em nossa aula que o regime jurídico administrativo está
fundado, basicamente, sobre dois princípios: o da supremacia do
interesse público sobre o privado (ou princípio do interesse público) e o
da indisponibilidade, pela administração, dos interesses públicos.
O princípio da supremacia do interesse público sobre o privado é
limitado pela proporcionalidade, ou seja, o ato praticado pelo
administrador só será legítimo se o meio utilizado por ele for adequado
para atender ao fim perseguido.
O segundo ponto que você deve saber sobre os princípios da
Administração Pública é a palavra LIMPE, ou seja, a sigla que designa
os princípios constitucionais expressos no caput do art. 37 da
Constituição.
O princípio da legalidade significa subordinação da
Administração às imposições legais. A Administração Pública só pode
realizar, fazer ou editar o que a lei expressamente permite.

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Segundo o princípio da impessoalidade a Administração não


pode praticar qualquer ato com vistas a prejudicar ou beneficiar
alguém, nem a atender o interesse do próprio agente, o agir deve ser
impessoal, pois os agentes públicos devem visar, tão somente, o
interesse público. O princípio da impessoalidade se confunde com o da
finalidade e da isonomia (=igualdade).
O princípio da moralidade impõe ao administrador o dever de
sempre agir com lealdade, boa-fé e ética. Não se esqueça da súmula
vinculante nº 13:

“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,


colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo
de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em
comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na
Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido
o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.”

Princípio da publicidade: impõe “transparência aos atos


administrativos, sob pena de ineficácia, ressalvadas as hipóteses de
sigilo previstas em lei”. Em certos casos a CF impõe o sigilo. São eles:
para proteger a intimidade do indivíduo (art. 5º, X) e para promover a
segurança da sociedade e do Estado.
Cuidado: há vedação constitucional, decorrente do princípio da
impessoalidade, de se utilizar a publicidade institucional do Estado para
realizar promoção pessoal.
Princípio da eficiência: consagra a busca de resultados
positivos. Passagem de um Estado burocratizado para um Estado
gerencial, focado na persecução de resultados.
Princípio da finalidade: todas as ações da Administração
devem ser praticadas visando o interesse público.

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O princípio da finalidade se confunde com o da impessoalidade,


na medida em que ambos caminham para a concretização do que exige
a lei e o interesse público e não a fins pessoais.
Princípio da proporcionalidade: a Administração deve editar
seus atos na medida necessária para alcançar os fins legais. A
proporcionalidade pode ser entendida como o meio adequado (exigível
ou necessário), ou seja, a relação lógica entre o que se busca e o
instrumento que se edita para o resultado. Além disso, há também a
proporcionalidade em sentido estrito.
Princípio da autotutela: a Administração deve exercer o
controle interno de seus próprios atos, anulando-os, quando eivados de
ilegalidade, ou revogando-os, por razões de conveniência e
oportunidade (=mérito).

9. Questões comentadas

1) (ESAF/AFC/CGU/2006) A primordial fonte formal do Direito


Administrativo no Brasil é:
a) a lei.
b) a doutrina.
c) a jurisprudência.
d) os costumes.
e) o vade-mécum.

2) (FCC - 2008 - TCE-AL - Procurador) O regime jurídico


administrativo possui peculiaridades, dentre as quais podem ser
destacados alguns princípios fundamentais que o tipificam. Em relação a
estes, pode-se afirmar que o princípio da

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a) supremacia do interesse público informa as atividades da


administração pública, tendo evoluído para somente ser aplicado aos
atos discricionários.
b) supremacia do interesse público informa as atividades da
administração pública e pode ser aplicado para excepcionar o princípio
da legalidade estrita, a fim de melhor representar a tutela do interesse
comum.
c) legalidade estrita significa que a administração pública deve
observar o conteúdo das normas impostas exclusivamente por meio de
leis formais.
d) indisponibilidade do interesse público destina-se a restringir a
edição de atos discricionários, que só podem ser realizados com
expressa autorização legislativa.
e) indisponibilidade do interesse público destina-se a restringir a
atuação da administração pública, que deve agir nas hipóteses e limites
constitucionais e legais.

3) (FCC - 2012 - TJ-RJ - Comissário da Infância e da


Juventude) O princípio da supremacia do interesse público
a) informa toda a atuação da Administração Pública e se sobrepõe
a todos os demais princípios e a todo e qualquer interesse individual.
b) está presente na elaboração da lei e no exercício da função
administrativa, esta que sempre deve visar ao interesse público.
c) informa toda a atuação da Administração Pública,
recomendando, ainda que excepcionalmente, o descumprimento de
norma legal, desde que se comprove que o interesse público restará
melhor atendido.
d) traduz-se no poder da Administração Pública de se sobrepor
discricionariamente sobre os interesses individuais, dispensando a
adoção de formalidades legalmente previstas.

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e) está presente na atuação da Administração Pública e se


consubstancia na presunção de veracidade dos atos praticados pelo
Poder Público.

4) (FCC - 2010 - TRE-AM - Analista Judiciário - Área


Administrativa) A respeito dos princípios básicos da Administração, é
correto afirmar:
a) Em razão do princípio da moralidade o administrador público
deve exercer as suas atividades administrativas com presteza, perfeição
e rendimento funcional.
b) Os princípios da segurança jurídica e da supremacia do interesse
público não estão expressamente previstos na Constituição Federal.
c) A publicidade é elemento formativo do ato e serve para
convalidar ato praticado com irregularidade quanto à origem.
d) Por força do princípio da publicidade todo e qualquer ato
administrativo, sem exceção, deve ser publicado em jornal oficial.
e) O princípio da segurança jurídica permite a aplicação retroativa
de nova interpretação de norma administrativa.

5) (FCC - 2012 - TRE-SP - Analista Judiciário) De acordo com a


Constituição Federal, constituem princípios aplicáveis à Administração
Pública os da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência. Tais princípios aplicam-se às entidades
a) de direito público, excluídas as empresas públicas e sociedades
de economia mista que atuam em regime de competição no mercado.
b) de direito público e privado, exceto o princípio da eficiência que
é dirigido às entidades da Administração indireta que atuam em regime
de competição no mercado.
c) integrantes da Administração Pública direta e indireta e às
entidades privadas que recebam recursos ou subvenção pública.

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d) integrantes da Administração Pública direta e indireta,


independentemente da natureza pública ou privada da entidade.
e) públicas ou privadas, prestadoras de serviço público, ainda que
não integrantes da Administração Pública.

6) (FCC - 2012 - TCE-AP - Analista de Controle Externo) De


acordo com a Constituição Federal, os princípios da Administração
Pública aplicam-se
a) às entidades integrantes da Administração direta e indireta de
qualquer dos Poderes.
b) à Administração direta, autárquica e fundacional,
exclusivamente.
c) às entidades da Administração direta e indireta, exceto às
sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica.
d) à Administração direta, integralmente, e à indireta de todos
os poderes e às entidades privadas que recebem recursos públicos,
parcialmente.
e) à Administração direta, exclusivamente, sujeitando- se as
entidades da Administração indireta ao controle externo exercido pelo
Tribunal de Contas.

7) (FCC - 2011 - DPE-RS - Defensor Público) Na relação dos


princípios expressos no artigo 37, caput, da Constituição da República
Federativa do Brasil, NÃO consta o princípio da
a) moralidade.
b) eficiência.
c) probidade.
d) legalidade.
e) impessoalidade.

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8) (FCC - 2011 - TRE-AP - Analista Judiciário - Área Judiciária)


A conduta do agente público que se vale da publicidade oficial para
realizar promoção pessoal atenta contra os seguintes princípios da
Administração Pública:
a) razoabilidade e legalidade.
b) eficiência e publicidade.
c) publicidade e proporcionalidade.
d) motivação e eficiência.
e) impessoalidade e moralidade.

9) (FCC - 2011 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Técnico Judiciário -


Área Administrativa) O Jurista Celso Antônio Bandeira de Mello
apresenta o seguinte conceito para um dos princípios básicos da
Administração Pública: De acordo com ele, a Administração e seus
agentes têm de atuar na conformidade de princípios éticos. (...)
Compreendem-se em seu âmbito, como é evidente, os chamados
princípios da lealdade e boa-fé. Trata-se do princípio da
a) motivação.
b) eficiência.
c) legalidade.
d) razoabilidade.
e) moralidade.

10) (FCC - 2010 - PGE-AM - Procurador) NÃO é situação que


configura nepotismo, a sofrer a incidência da Súmula Vinculante no 13,
editada pelo Supremo Tribunal Federal, a nomeação de
a) sobrinho de Secretário de Estado para cargo de dirigente de
autarquia estadual.
b) cunhado de Presidente da Assembleia Legislativa para cargo de
assessor da Presidência do Tribunal de Justiça.

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c) irmão adotivo de Secretário de Estado para cargo de diretor na


respectiva Secretaria.
d) cônjuge de Governador para cargo de Secretário de Estado.
e) sogro de Deputado Estadual, para cargo de assessor em
gabinete de outro Deputado Estadual.
11) (UEG- 2008- AGENTE DE POLÍCIA) A Administração Pública
tem de tratar a todos os administrados sem discriminação. Os
posicionamentos políticos ou ideológicos não podem interferir na
atuação administrativa. Os preceitos citados correspondem ao princípio
da
a) eficiência.
b) legalidade.
c) moralidade.
d) impessoalidade.

12) (FCC - 2011 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Técnico Judiciário -


Segurança) Analise as seguintes proposições, extraídas dos
ensinamentos dos respectivos Juristas José dos Santos Carvalho Filho e
Celso Antônio Bandeira de Mello:
I. O núcleo desse princípio é a procura de produtividade e
economicidade e, o que é mais importante, a exigência de reduzir os
desperdícios de dinheiro público, o que impõe a execução dos serviços
públicos com presteza, perfeição e rendimento funcional.
II. No texto constitucional há algumas referências a aplicações
concretas deste princípio, como por exemplo, no art. 37, II, ao exigir
que o ingresso no cargo, função ou emprego público depende de
concurso, exatamente para que todos possam disputar-lhes o acesso
em plena igualdade.
As assertivas I e II tratam, respectivamente, dos seguintes
princípios da Administração Pública:

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a) moralidade e legalidade.
b) eficiência e impessoalidade.
c) legalidade e publicidade.
d) eficiência e legalidade.
e) legalidade e moralidade.

13) (FCC - 2010 - MPE-SE - Analista - Direito) Sobre o princípio


da publicidade, é correto afirmar:
a) A veiculação de notícias de atos da Administração pela
imprensa falada, escrita e televisivada atende ao princípio da
publicidade.
b) Se a lei não exigir a publicação em órgão oficial, a publicidade
terá sido alcançada com a simples afixação do ato em quadro de
editais, colocado em local de fácil acesso do órgão expedidor.
c) As edições eletrônicas do Diário Oficial da União são
meramente informativas, não produzindo, em nenhuma hipótese, os
mesmos efeitos que as edições impressas.
d) A publicação de atos, contratos e outros instrumentos
jurídicos, inclusive os normativos, pode ser resumida.
e) A publicidade é elemento formativo do administrativo.

14) (FCC - 2012 - TRE-PR - Analista Judiciário) A eficiência, na


lição de Hely Lopes Meirelles, é um dever que se impõe a todo agente
público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e
rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função
administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas
com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e
satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus
membros. (Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo, Malheiros,
2003. p. 102).

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Infere-se que o princípio da eficiência


a) passou a se sobrepor aos demais princípios que regem a
administração pública, após ter sua previsão inserida em nível
constitucional.
b) deve ser aplicado apenas quanto ao modo de atuação do agente
público, não podendo incidir quando se trata de organizar e estruturar a
administração pública.
c) deve nortear a atuação da administração pública e a organização
de sua estrutura, somando-se aos demais princípios impostos àquela e
não se sobrepondo aos mesmos, especialmente ao da legalidade.
d) autoriza a atuação da administração pública dissonante de
previsão legal quando for possível comprovar que assim serão
alcançados melhores resultados na prestação do serviço público.
e) traduz valor material absoluto, de modo que alcançou status
jurídico supraconstitucional, autorizando a preterição dos demais
princípios que norteiam a administração pública, a fim de alcançar os
melhores resultados.

15) (FCC - 2012 - TJ-PE - Técnico Judiciário) Tendo em vista os


princípios constitucionais que regem a Administração Pública é
INCORRETO afirmar que a
a) eficiência, além de desempenhada com legalidade, exige
resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento
das necessidades da comunidade e de seus membros.
b) lei para o particular significa pode fazer assim, e para o
administrador público significa deve fazer assim.
c) moral administrativa é o conjunto de regras que, para disciplinar
o exercício do poder discricionário da Administração, o superior
hierárquico impõe aos seus subordinados.

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16) (FCC - 2012 - TJ-RJ - Analista Judiciário)O Poder Público


contratou, na forma da lei, a prestação de serviços de transporte
urbano à população. A empresa contratada providenciou todos os bens
e materiais necessários à prestação do serviço, mas em determinado
momento, interrompeu as atividades. O Poder Público assumiu a
prestação do serviço, utilizando-se, na forma da lei, dos bens materiais
de titularidade da empresa. A atuação do poder público consubstanciou-
se em expressão do princípio da
a) continuidade do serviço público.
b) eficiência.
c) segurança jurídica.
d) boa-fé.
e) indisponibilidade do interesse público.

Gabarito:
1) A
2) E
3) B
4) B
5) D
6) A
7) C
8) E
9) E
10) D
11) D
12) B
13) B
14) C
15) E
16) A

10. Referências

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ALEXANDRINO, Marcelo. PAULO, Vicente. Direito Administrativo


Descomplicado. 18ª Ed., São Paulo, Método, 2010.
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Intervenção no VI Fórum da
Reforma do Estado. Rio de Janeiro, 1º. de outubro de 2007.
CAETANO, Marcelo. Princípios Fundamentais de Direito
Administrativo. Ed. Forense, Rio de Janeiro, 1977.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito
Administrativo, 13ª Ed., Lumen Juris Editora, Rio de Janeiro, 2005.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 22ª Ed.
Editora Atlas, São Paulo, 2009.
GASPARINI, Diogenes. Direito Administrativo, 13ª Ed., Editora
Saraiva, São Paulo, 2008.
MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo, Tomo I, 3ª Edição,
Salvador, 2007, Jus Podivm.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 23ª
ed., São Paulo: Malheiros Editores, 1998.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito
Administrativo, 27ª Ed., Malheiros Editores, São Paulo, 2010.
TALAMINI, Daniele Coutinho. Revogação do Ato Administrativo,
Malheiros Editores, 2002.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo –
24ª edição, São Paulo: Malheiros Editores, 2005.
ZANCANER, Weida. Da Convalidação e da Invalidação dos Atos
Administrativos, 3ª Ed., São Paulo, Malheiros Editores, 2008.
ZANNONI, Leandro. Direito Administrativo – Série Advocacia
Pública, Vol. 3, Ed. Forense, Rio de Janeiro, Ed. Método, São Paulo,
2011.
Informativos de jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, em
www.stf.jus.br, e do Superior Tribunal de Justiça, em www.stj.jus.br.

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