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Aula 02 - Argumentos

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Lógica e matemática discreta

Aula 02 – Argumentos
Conceitos iniciais

◈ O que é Argumento?
Um argumento é uma sequência de proposições na qual
uma delas é a conclusão e as demais são premissas. As
premissas justificam a conclusão.
◈ Proposições: sentenças afirmativas que podem ser
verdadeiras ou falsas.

◈ Premissas: afirmações disponíveis.

◈ O objetivo de um argumento é justificar uma afirmação que


se faz, ou dar as razões para uma certa conclusão obtida.
Exemplo
◈ Exemplo:

Todo aluno de Computação precisa estudar lógica.


(Premissa)

José é aluno de Computação. (Premissa)

Logo, José precisa estudar lógica. (Conclusão)


Exemplo
◈ Exemplo:
Você me traiu, pois disse que ia estudar e meu irmão
lhe viu na boate.

◈ Um argumento demonstra/prova como, a partir dos


dados de um problema, chegou-se a uma
conclusão.
Exercício
◈ Um turista está andando pela terra dos honestos e mentirosos. Lá, as
pessoas são radicais, umas só falam a verdade e outras só falam
mentiras. Chegou a hora do almoço e o turista encontra-se numa
estrada com uma bifurcação. O turista sabe que um dos caminhos é
para um restaurante e o outro para um abismo, mas não sabe
distingui-los. Nesta bifurcação ele encontra um homem nativo.
Naturalmente o turista não sabe se ele é honesto ou mentiroso.
◈ Como o turista descobre o caminho para o restaurante fazendo uma
única pergunta a esse nativo?
Exercício
◈ Um rei resolveu dar a liberdade a um de seus três prisioneiros. Mandou
trazer três chapéus brancos e dois vermelhos. Vendou os olhos dos
prisioneiros, colocou um chapéu em cada um e depois foi retirando a
venda dos olhos deles. Ganharia a liberdade aquele que soubesse dizer,
de forma convincente, a cor do seu próprio chapéu olhando para os
outros prisioneiros. Os dois primeiros não souberam dizer. O terceiro,
antes que o rei lhe tirasse a venda dos olhos, afirmou com toda certeza
a cor do seu chapéu.
◈ Qual a cor do chapéu do terceiro prisioneiro?
Conceitos
◈ O objeto de estudo da lógica é determinar se a conclusão
de um argumento é ou não decorrente das premissas (uma
inferência).

◈ Para convencer que você sabe a resposta (que não é um


chute) você tem de expor as razões que o levaram a
conclusão (justificar).

Pontos de Partida Caminhos Seguidos Conclusão ( Raciocínio ou processo de inferência)


Conceitos
◈ Um argumento poderia ser considerado uma
“reconstrução explícita do raciocínio efetuado”.

◈ O enunciado da conclusão não excede o conteúdo


das premissas, isto é, não se diz mais na conclusão
do que já foi dito.
Proposição geral
◈ Para justificar que a conclusão não excede o que foi dito no
antecedente é preciso saber que existem proposições
gerais e proposições particulares.

◈ Proposição geral: é aquela em que o sujeito da proposição é


tomado na sua totalidade.

◈ Por exemplo: “Toda baleia é um mamífero”.


Proposição particular
◈ Proposição particular: é aquela em que o sujeito da proposição é
tomado em apenas uma parte indeterminada.

◈ Exemplos: “Alguns homens são injustos”, “Certas pessoas são


curiosas”.

◈ Uma proposição particular pode ser singular quando o sujeito


se refere a um indivíduo, como em: “Esta flor é bonita”, “São
Paulo é uma bela cidade”, “Sócrates é filósofo”.
Exemplo
◈ O mercúrio é um metal.

◈ Ora, o mercúrio não é sólido.

◈ Logo, algum metal não é sólido.


Validade de um argumento
◈ Em um argumento válido, as premissas são consideradas
provas evidentes da verdade da conclusão, caso contrário
não é válido.

◈ Quando é válido, podemos dizer que a conclusão é uma


consequência lógica das premissas, ou ainda que a
conclusão é uma inferência decorrente das premissas.
Exemplo
◈ Exemplo 1:
Se eu ganhar na Loteria, serei rico.
Eu ganhei na Loteria.
Logo, sou rico.

◈ Exemplo 2:
Se eu ganhar na Loteria, serei rico.
Eu não ganhei na Loteria.
Logo, não sou rico.
Tipos de argumentação
◈ Dedução: o enunciado da conclusão não excede o conteúdo das
premissas, isto é, não se diz mais na conclusão do que já foi dito.

◈ O silogismo é um raciocínio que parte de pelo menos uma proposição


geral e cuja conclusão pode ser uma proposição geral ou uma proposição
particular.
Exemplos
1) Todo brasileiro é sul americano.
Todo paulista é brasileiro.
Todo paulista é sul americano.

2) Todo brasileiro é sul americano.


Algum brasileiro é índio.
Algum índio é sul americano.
Tipos de argumentos dedutivos

◈ Válidos: quando suas premissas, se verdadeiras, fornecem


provas convincentes para a conclusão. Isto é, se as
premissas forem verdadeiras, é impossível que a conclusão
seja falsa;

◈ Inválidos: não se verifica a característica anterior.


Exemplos
◈ 1)
Ela toca piano ou violão.
Ela toca piano.
Logo, ela não toca violão.

◈ 2)
Todo homem é mortal.
Sócrates é um homem.
Logo, Sócrates é mortal.
Tipos de argumento
◈ Indução: é uma argumentação pela qual, a partir de diversos dados
singulares constatados, chegamos a proposições universais. Enquanto na
dedução a conclusão deriva de proposições universais já conhecidas, a
indução, ao contrário, chega à conclusão a partir de evidências parciais.

◈ Os Argumentos Indutivos não pretendem que suas premissas forneçam


provas cabais da veracidade da conclusão, mas apenas que forneçam
indicações dessa veracidade (possibilidade, probabilidade).
Exemplos
◈ 1)

Esta porção de água ferve a cem graus, e esta outra também, e esta outra
também...

Logo, a água ferve a cem graus.

◈ 2)

O cobre é condutor de eletricidade, e o ouro, e o ferro, e o zinco, e a prata


também...

Logo, o metal (isto é, todo metal) é condutor de eletricidade.


Exemplos
◈ 3)
A vacina funcionou bem nos ratos.
A vacina funcionou bem nos macacos.
Logo, vai funcionar bem nos humanos.

◈ 4)
80% dos entrevistados vão votar no candidato X.
Logo, o candidato X vai vencer as eleições.
Tipos de argumento
◈ Seguem do Raciocínio Indutivo conclusões baseadas em
observações/experiências.

◈ Um Raciocínio Dedutivo exige uma prova formal sobre a validade do


argumento.

◈ Os termos válidos e inválidos não se aplicam para os argumentos


indutivos. Eles são avaliados de acordo com a maior ou a menor
probabilidade com que suas conclusões sejam estabelecidas.

◈ A Lógica Formal Clássica só estuda Argumentos Dedutivos,


verificando se são ou não válidos.
Outras formas de argumento
◈ Analogia: é uma indução parcial ou imperfeita, na qual passamos de um
ou de alguns fatos singulares, e não a uma conclusão universal, mas a
uma outra enunciação singular ou particular, inferida em virtude da
comparação entre objetos que, embora diferentes, apresentam ponto de
semelhança.

◈ Exemplo:

◈ Paulo sarou de suas dores de cabeça com este remédio.

◈ Logo, João há de sarar de suas dores de cabeça com este mesmo remédio.
Outras formas de argumento
◈ Falácia: é um tipo de raciocínio incorreto, apesar de ter a aparência de correção. É
conhecida também como sofisma ou paralogismo. Muitas falácias decorrem do fato
de algumas premissas serem irrelevantes para a aceitação da conclusão, mas são
usadas com a função psicológica de convencer, mobilizando emoções como medo,
entusiasmo, hostilidade ou reverência. Geralmente é algo usado para que você
acredite, quando, na verdade, você está sendo enganado.
Outras formas de argumento
◈ Argumento de autoridade: trata-se de recurso desviante, em que é usado o
prestígio da autoridade para outro setor que não é da sua competência. Exemplo:
quando artistas famosos vendem produtos ou até ideias.

◈ Argumento contra o homem: consideramos errada uma conclusão porque parte de


alguém que depreciamos. Exemplo: desvalorizar a filosofia de Francis Bacon
porque ele perdeu seu cargo de Chanceler da Inglaterra depois de serem
constatados atos de desonestidade.
Outras formas de argumento
◈ Raciocínio circular: é aquele em que se diz a mesma coisa duas vezes, só
que dispondo uma das vezes como justificativa da outra. Exemplo: “O
biscoito X vende mais porque é fresquinho e é fresquinho porque vende
mais”.

◈ Apelo ao povo: quando buscamos legitimar nossa fala alegando que ela é
sustentada por todos ou pela maioria. Exemplo: “Todo mundo vai, porque
eu não posso ir?”.
Outras formas de argumento
◈ Apelo à piedade: quando se vale da emoção como forma de obter a adesão do
auditório. Exemplo: “Não é possível que eu reprove nesta matéria, já que passei a
semana inteira estudando!”.

◈ Generalização apressada: quando, a partir de algo que tem como referência uma
coisa específica, amplia-se e aplica-se a todos os casos, incluindo “gregos e
troianos”. Exemplo: “O jornal publicou uma pesquisa afirmando que a maioria dos
cachorros são ferozes e mordem. Por isso é preciso ter o máximo cuidado com o
pequinês da vizinha...”.
Outras formas de argumento
◈ Apelo às consequências: consiste em nos fazer pensar nas consequências de nossas
afirmações e assim “balançar” nossa adesão. Exemplo: “Não se pode aceitar a Teoria
da Evolução como verdadeira, pois, se o fosse, como explicar que somos tão
superiores aos macacos?”.

◈ Apelo à força: é a fronteira entre o verbal e o “braçal”. É muito comum e pode vir
mascarado de muitas sutilezas. Exemplo: “É importante que você saiba das
consequências desagradáveis que advirão da sua discordância dessa opinião.”.

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