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Trechos Livia

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COMUNICAÇÃO E CULTURA

10 TRECHOS ACERCA DO TEXTO - Folkcomunicação, grupos marginalizados e


realidade social brasileira no século XX: Um debate inicial sobre a abrangência
política do pensamento de Luiz Beltrão
- Lawrenberg Advíncula da Silva

DISCENTE: LIVIA TEIXEIRA

1. Na época, fazendo um adendo: parece-me inegável afirmar que a censura


ideológica cravada pelos governos militares se mostrou determinante para direcionar
o escopo das discussões acerca dos processos midiáticos como interfaces da
cultura para as sociologias norte-americanas e europeias, em detrimento de uma
protocolar subestimação da História Social, da Antropologia cultural brasileira e da
própria Folkcomunicação.

2. No Brasil moderno, o amadurecimento do campo da Comunicação dentro deste viés


de pensamento foi moroso, senão proporcional à velocidade da popularização dos
principais meios de comunicação ante a população de baixa renda.

3. Por conta do crescimento urbano desordenado das últimas décadas, caracterizado


pela transição acelerada de milhares de famílias do campo para a zona urbana
(êxodo rural), senão dizendo, uma modernização disjuntiva, as contradições
históricas de classes sociais (Casa-Grande e Senzala, colonizador e colonizado)
ficaram cada vez mais insinuantes, evidenciando uma desestruturação de mercado
de trabalho

4. Beltrão chegou a distinção de três grupos marginalizados: rurais, urbanos e


culturais. E cada um, compreendido dentro de uma situação específica de
inconformismo à uma realidade imposta, e pela capacidade de forjamento de canais
alternativos de mediação simbólica, “que funcionam como mecanismos de
preservação da sua autonomia dentro da avalanche descarregadora gerada pelo
capitalismo monopolista” (Beltrão, 1980, p. X).

5. Segundo a Psicologia Social no Brasil, a conotação marginal e a palavra


marginalizados podem também suscitar o debate para outros temas como
invisibilidade pública e discriminação social e cultural.

6. a própria potência da “ideia de cultura” ao longo dos séculos, uma vez que esta
significa uma dupla recusa: a do determinismo orgânico, isto é, a negação da
dimensão biológica; e a constante sublimação do espírito, o que justifica a habilidade
destes indivíduos situados na margem da sociedade de estarem sempre se
readaptando e reconectando na marcha desenvolvimentista da história.

7. Quando Beltrão (1980, p.39) define os grupos marginalizados como “um indivíduo à
margem de duas culturas e de duas sociedades que nunca se interpenetraram e
fundiram totalmente”, apresenta-nos, numa releitura da tradição britânica dos
estudos da cultura, dois desdobramentos bastantes distintos do sentido da palavra
cultura.

8. Além de absorver códigos e vocábulos resultados da interação cotidiana dos mais


variados grupos humanos da população brasileira (trabalhadores informais,
prostitutas, subletrados, idosos, etc), amplia o nosso leque de observação para o
campo de manifestação da chamada comunicação intercultural.

9. abarca-se os indivíduos subletrados, senão analfabetos funcionais, cujo vocabulário


simplório redunda as características das comunicações interpessoais, mas, ao
mesmo tempo, levam em seus relatos de “causos” e contos uma valiosa arqueologia
oral, quer das relações de familiaridade, quer da autenticidade do próprio
conhecimento inter-geracional, isto é, aquele transmitido de pai para filho, de uma
geração para outra.

10. Do ponto de vista da Antropologia urbana brasileira, este conceito de grupos


urbanos marginalizados de Beltrão supõe pensar a crítica à formação urbana
brasileira para além da linha fronteiriça (e invisível) entre a cidade oficial e a
clandestina, bem como entre o sentido social e físico de periferia.

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