O Brasil Imperial

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O BRASIL IMPERIAL (1822-1889)

O PRIMEIRO REINADO
(1822-1831)
Após proclamar a independência do Brasil em 07 de
setembro de 1822, D. Pedro I encontrou relutância das
províncias brasileiras em aceitar a independência, pois a
grande maioria era liderada por governantes ligados à
Lisboa.
apenas a região de São Paulo, Minas Gerais e Rio de
Janeira viram na independência um ato legal.

Começava dessa forma as chamadas Guerras de


Independência, onde o imperador enviou tropas para
conter aquelas contrários à independência.
Dessa forma, a articulação para o processo de
independência do Brasil foi pacífico, mas não a sua
execução após 07 de setembro de 1822.

Durante as Guerras de Independência, o governo


fortaleceu e organizou a Marinha e o Exército do Brasil.
Ele também adquiriu novas embarcações, armamento e
contratou mercenários ingleses, franceses e brasileiros.

Muitos escravizados e ex-escravizados lutaram nas


guerras, visto que acreditavam que com a independência
viria a abolição da escravidão, fato que não ocorreu.
A participação popular também foi de grande destaque,
visto que as camadas mais pobres da sociedade aderiram
muito bem à ideia do Brasil ser um país independente.

Porém, tanto a participação popular, quanto a


participação negra, incomodavam a elite latifundiária,
que via nisso o perigo da emancipação das classes sociais
exploradas.
A elite brasileira temia que acontecesse aqui o mesmo
que ocorreu no Haiti (Revolução Haitiana).
Em 1823, o governo imperial já havia acabado com os
focos revoltosos, centralizando o Brasil como um país
monárquico e conservador, sob o reinado de D. Pedro I.

Como forma de mostrar que a aliança entre a monarquia


e a elite latifundiária não sofreu danos, muitos
participantes populares foram executados, fortalecendo
o conservadorismo do processo de independência.

Dava início, dessa forma, o momento histórico que ficou


conhecido como Primeiro Reinado.
O primeiro país a reconhecer a independência do Brasil
foram os Estados Unidos, seguindo a política da Doutrina
Monroe.

Em contrapartida, os países latinos não viram a


independência do Brasil com bons olhos, visto que
diferente de seus vizinhos, o Brasil não se tornou uma
república.

Além desse fator, a Província Cisplatina continuava sob


domínio brasileiro desde 1816, e os latinos viam isso como
uma espécie de recolonização.
O Brasil foi colocado então em uma posição de
isolamento pelos países latinos, com exceção do México,
que reconheceu a nossa independência em 1825.

Portugal e Inglaterra foram os próximos a reconhecerem


a independência do Brasil, em uma articulação política
feita pelos ingleses: iniciava o endividamento do Brasil
com a Inglaterra.

Para que Portugal aceitasse a saída do Brasil, os ingleses


os aconselharam a fechar um acordo com D. Pedro II:
1) D. Pedro I daria os créditos da independência a D. João VI,
afirmando que o processo de emancipação foi unilateral;

2) O Brasil manteria as tarifas tributárias para o comércio


português em 15%, mesma taxa paga pelos ingleses;

3) O Brasil pagaria uma indenização pelos prejuízos a Portugal,


no valor de 2 milhões de libras esterlinas.

O Brasil não possuía esse montante, que na época era uma


quantia exorbitante. A solução foi emprestar dinheiro da
Inglaterra 🤡
Para aceitar a independência brasileira, a Inglaterra fez o
Brasil assinar um tratado de comércio e uma convenção
que estabelecia a extinção do tráfico negreiro para o
Brasil até 1830. Ambos foram ratificados em 1827.

O tratado de comércio era muito parecido com o antigo


tratado assinado em 1810 por D. João VI. A partir dele, os
produtos ingleses conseguiam entrar com maior
facilidade e com menos impostos no território brasileiro.
O QUADRO POLÍTICO NO BRASIL

Os dois partidos continuavam os mesmos:

1) Partido Brasileiro, dividido entre os conservadores, os


quais defendiam o unitarismo e os liberais, os quais
defendiam o federalismo.

2) Partido Português, buscavam a recolonização e


representavam os interesses da elite portuguesa.
A CONSTITUIÇÃO
Em 1823, foi organizada a Assembleia Nacional Constituinte,
para que fosse realizada a primeira Constituição do Brasil,
sob forte influência liberal.

Com bastante influência dos liberais, os quais buscavam


limitar o poder do imperador, D. Pedro I mostrou-se
autoritário, declarando que só seguiria a Constituição, se ela
fosse digna dele.

O primeiro projeto para a Constituição buscou diminuir a


influência de estrangeiros no Brasil, impossibilitando a sua
ocupação em cargos públicos.
Ela também estabelecia a monarquia hereditária como
forma de governo e dava mais poder ao legislativo, além de
manter a escravidão e continuar favorecendo a elite
latifundiária como classe dominante.

O voto era censitário, assim, somente poderiam se


candidatar ou votar aqueles que possuíssem renda líquida
equivalente à certa quantidade de alqueires de farinha de
mandioca.

Por conta disso, a primeira Constituição do Brasil ficou


conhecida popularmente como “Constituição da Mandioca”.
D. Pedro I recusou esse modelo constitucional, mandando
tropas cercarem e invadirem o prédio da Assembleia,
prendendo e deportando inúmeros deputados, entre eles
José Bonifácio.

Esse episódio ficou conhecido como Noite da Agonia e


caracteriza o governo autoritário de D. Pedro I.

A primeira Constituição do Brasil só foi outorgada em 1824,


após a dissolução da Assembleia Constituinte. No
documento aprovado pelo imperador se estabelecia:
A monarquia hereditária era o regime político oficial;

O catolicismo como a religião oficial;

Centralização política e administrativa (unitarismo);

A criação de um 4° poder, o Poder Moderador colocava o


imperador a cima de qualquer lei e dos três poderes;

Eleições indiretas e censitárias;

Escravizados e indígenas não eram considerados cidadãos.


OUTORGADA VS PROMULGADA

QUAL A DIFERENÇA?
A QUESTÃO INDÍGENA E AS POLÍTICAS INDIGENISTAS
A CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR
CONTEXTO
O governo autoritário e unitário de D. Pedro I era sinônimo de
descontentamento para muitas regiões do Brasil, sobretudo o
Nordeste.

Pernambuco, o qual já havia sido palco da Revolução de 1817,


era aquele onde as críticas e o sentimento revolucionário era
mais presente.

Esse sentimento se dava pelo fato do Nordeste continuar


sendo uma região sem investimento, praticamente
abandonada pela administração pública do Rio de Janeiro.
Outros fatores como altos impostos, secas, escassez e crise do
açúcar também contribuíam para os movimentos contra o
governo.

O movimento revolucionário foi liderado por Cipriano Barata e


Frei Caneca, ambos figuras importantes da Revolução
Pernambucana de 1817.

A principal estratégia utilizada por eles foi difundir as ideias


revolucionárias através da mídia, como jornais escritos por
eles.

Cipriano publicou em 1824 o seu jornal Sentinela da Liberdade.


Frei Caneca também trabalhava como jornalista,
escrevendo para o jornal Typhis Pernambucano, onde
falava sobre ideias de liberdade e fazia crítica ao governo
de D. Pedro I.

Além de jornalista, ele também foi o secretário do


governo revolucionário.
O desenvolvimento da revolta
O clima de insatisfação e revolta já estava muito forte
em Pernambuco, mas o estopim para a revolução foi a
demissão do governador de Pernambuco, o qual
possuía grande apoio da população local.

D. Pedro I, ao demitir o governador Manuel Paes de


Andrade, para colocar Francisco Paes Barreto, homem
de confiança do imperador, abriu espaço para que a
revolução acontecesse.
No dia 2 de julho de 1824 a revolta se iniciou com a
proclamação da Confederação do Equador, nome
escolhido para a república que os revoltosos iriam
fundar em Pernambuco.

O lema republicano seria “Religião, independência,


união e liberdade”.

Os revoltosos também criaram uma bandeira exclusiva:


Como funcionou esse governo?
Foi criada uma junta governativa sob a liderança de
Paes de Andrade (antigo governador demitido por D.
Pedro I).

Com o apoio da elite rural, foi lançado um manifesto


que alertava o autoritarismo de D. Pedro I.

O manifesto também convocada a população e as


províncias a se unirem a causa.

A Confederação conseguiu a adesão da PB, RN e CE.


Os revoltosos pretendiam estabelecer uma república
federalista com sistema representativo.

Convocação da Assembleia Constituinte para 7 de agosto


de 1824.

O projeto para a Constituição era baseado no modelo


colombiano, no qual o Estado teria as funções legislativa
e executiva (dois poderes).

Todas as decisões feitas pelo Estado teriam que passar


pela aprovação da Câmara dos Deputados.
Outra medida era a proibição do tráfico negreiro para o
porto de Recife.
percebam que apenas o tráfico seria proibido, não a
escravidão. Isso mostra que, apesar do caráter
revolucionário, a abolição da escravidão, novamente,
não foi abrangida.

Isso se deu ao fato de que era a elite rural, os grandes


senhores de terras escravistas, que apoiaram
inicialmente a revolta. Abolir a escravidão iria contra os
interesses dos homens mais poderosos da sociedade
local.
Além de contribuir financeiramente, a elite também ficou
responsável por mobilizar as camadas populares para a luta.

Fizeram parte da revolta a população livre composta por:


brancos, negros e mestiços.

Um segmento de destaque participativo foram os militares


de baixa patente (soldados, cabos e sargentos).

A população ficou responsável pelo ataque direto aos


portugueses e protestos, o que tornou o movimento uma
revolta de caráter social.
E é exatamente aí que as coisas começaram a dar
errado!

Qual é o maior medo da elite?


Ao ver que o movimento tomou um caráter social e
popular, a elite começou a temer que ocorresse uma
mudança drástica na sociedade.

Por conta desse fator e da proibição do tráfico de


escravizados, a elite decidiu abandonar a revolta, o que
facilitou a repressão por parte do império.

O próprio líder da revolta, Paes Andrade, fugiu e


abandonou a luta e a população, sobrando apenas a
liderança de Frei Caneca.
A REAÇÃO DO GOVERNO IMPERIAL

Ao ficar sabendo da eclosão da revolta, D. Pedro I


declarou estado de sítio e suspendeu os direitos e as
liberdades individuais das províncias rebeldes.

Ele também criou tribunais militares para o julgamento


dos líderes da Confederação.

Para conter a revolta, o imperador emprestou MUITO


dinheiro dos ingleses e contratou mercenários, em sua
maioria, ingleses.
Importante: os antigos aliados à revolta, a elite rural, foi a
grande responsável pelo fim do movimento. Ao
abandonar a revolta, os ruralistas se aliaram à forças do
império e conduziram as milícias (exército e mercenários)
até os revoltosos.

No final do ano de 1824 todas as capitanias e os focos


revolucionários já haviam sido contidos e seus líderes
fuzilados.

Chegava ao fim a segunda tentativa de tornar o estado de


Pernambuco uma república.
O
DESENVOLVIMENTO
E DECLÍNIO DO
PRIMEIRO REINADO
Quando D. Pedro I proclamou a nossa
independência em 1822, ele possuía o apoio de
diversas pessoas.

Com o passar dos anos, o imperador foi perdendo o


apoio de todos os setores da sociedade.

Em 1831, D. Pedro I já não detinha o apoio de


ninguém, o que fez com que ele não conseguisse
sustentar o seu reinado e, consequentemente,
tivessem que abdicar.
O declínio do governo começou ainda em 1825, após
uma série de medidas autoritárias do imperador,
como:
A dissolução da Assembleia Constituinte;
A Noite da Agonia;
A outorga da Constituição;
A violência contra à Confederação do Equador.

Com todos esses motivos, ficou difícil para os


brasileiros continuarem apoiando um regime que
ainda beneficiava os portugueses.
Vamos analisar outros momentos históricos e fatores que
levaram a queda de D. Pedro I:
1) A GUERRA DA CISPLATINA (1825-1828)
A província da Cisplatina (atual Uruguai), estava sob
domínio brasileiro desde o governo de D. João VI.

As inúmeras diferenças culturais, linguísticas e


ideológicas, faziam com que os cisplatinos/uruguaios
não aceitassem a sua integração ao Império do Brasil.

Quando o Brasil se tornou independente de Portugal,


os uruguaios acreditavam que eles também
receberiam a sua independência, porém não foi o que
aconteceu.
Dessa forma, a partir de 1825 a província da Cisplatina
passou a reivindicar fortemente a sua emancipação.

Em 25 de agosto de 1825, a população da Cisplatina


abriu uma Assembleia, onde proclamaram nulos
todos os atos do imperador frente às questões da
Cisplatina.

Isso quer dizer que a partir daquele momento, a


população cisplatina não iria mais acatar as ordens de
D. Pedro I.
Para os brasileiros, o sentimento acerca da
Cisplatina era dividido, mas muitos defendiam que a
província merecia a sua independência, indo contra
as ideias do imperador.

Obviamente, D. Pedro recebeu essa notícia de forma


violenta, enviando tropas para região revoltosa.

Dava início a Guerra da Cisplatina, conflito que durou


3 anos e ajudou a derrubar D. Pedro I do trono
brasileiro.
A guerra deixou um saldo de mais de 8 mil homens,
uma quantia significativa para a época, e levou o
Brasil a uma severa crise econômica.

Em 1828, com as forças e recursos brasileiros


esgotados, D. Pedro não teve alternativa e assinou o
Tratado do Rio de Janeiro, o qual deu fim ao conflito e
tornou a província um país independente.

Nascia então a República Oriental do Uruguai, o atual


Uruguai.
2) A CRISE ECONÔMICA-FINANCEIRA

Por conta dos tratados e concessões feitas à Inglaterra,


as exportações brasileiras caíram muito, enquanto as
importações só cresciam.

Esse fato levou o Brasil a um grande desiquilíbrio


econômico.

O açúcar brasileiro perdeu mercado na Europa, que


agora produzia seu próprio açúcar, derivado da
beterraba.
Outros produtos brasileiros também perderam
mercado, como o algodão, couro, arroz e cacau.

O tabaco, antes utilizado como moeda de troca para o


mercado escravista, também se desvalorizou,
consequência do fim do tráfico negreiro imposto pela
Inglaterra.

Como a arrecadação de impostos sobre os produtos


ingleses e portugueses era muito baixa, apenas 15%, se
tornou impossível investir em manufaturas brasileiras,
já que o Estado não tinha dinheiro para isso.
Outro fator importante foi a falência do Banco do
Brasil.

Após a saída de D. João VI e da Corte Portuguesa do


Brasil, os cofres do banco foram esvaziados, o que
gerou a sua total falência em 1829.

Por conta da falência e da crise que se abatia sobre o


Brasil, o governo precisou emitir moeda, o que levou
a uma inflação, aumento do custo de vida e
desvalorização da moeda.
Para solucionar a crise econômica, D. Pedro emprestou
mais dinheiro da Inglaterra, o que fez aumentar a
dívida externa.

Em 1829 o Brasil já contava com inúmeros empréstimos


monetários da Inglaterra, o que gerou um sentimento
de insatisfação dos brasileiros perante o governo.

Importante: em todos os momentos históricos que


estudamos até aqui, D. Pedro emprestou dinheiro da
Inglaterra.
3) A QUESTÃO SUCESSÓRIA EM PORTUGAL
D. João VI faleceu em 1826 em Portugal, o que gerou
uma crise de sucessão, já que o seu herdeiro legítimo
era agora o imperador do Brasil.

D. Pedro queria ser rei dos dois países: Brasil e


Portugal, o que era impossível na época.

Como D. Pedro estava aqui, o seu irmão, D. Miguel


queria o trono para ele, contando com o apoio da
Áustria.
Para ficar com os dois tronos, mesmo que de forma
indireta, D. Pedro cedeu à sucessão de Portugal para a
sua filha D. Maria da Glória (Maria II de Portugal).

Para conter os interesses do seu irmão, D. Pedro


arquitetou o casamento de sua filha, agora rainha de
Portugal, com o seu irmão.

Para isso, foi acordado que D. Miguel seria o regente,


seguindo a Constiruição, já que Maria II possuía apenas
07 anos de idade. (Sim, D. Pedro casou a filha de
apenas 07 anos com o irmão de 24 anos).
Em 1828, D. Miguel deu um golpe de Estado em sua
esposa e se coroou rei interino de Portugal, anulando
a Constituição.

Obviamente, D. Pedro ficou com raiva e organizou


uma reação contra o irmão, retirando o pouco
dinheiro do Brasil, para investir na guerra contra o
irmão.

Novamente os brasileiros ficaram bravos e acusaram


D. Pedro de favorecer Portugal.
A ABDICAÇÃO DE D. PEDRO I
No final de 1830, a crise política atingiu o seu ápice. Os
deputados, a mídia e as camadas sociais estavam todas
contra o governo falho de D. Pedro I.

Exemplo: nessa época existiam 53 jornais em circulação


no Brasil. Desses 53 jornais, 42 eram contrários e faziam
críticas ao governo.

Para conter as críticas, D. Pedro apelou a Assembleia


Geral para que os jornais fossem censurados, destruídos
e fechados, mostrando mais uma vez o caráter
absolutista e autoritário do seu governo.
Em 20 de novembro de 1830, o jornalista Líbero Badaró
foi assassinado à tiros por um grupo de amigos de D.
Pedro I.

Os autores do assassinato não foram presos, o que


levantou ainda mais suspeitas de que o próprio
imperador estava envolvido.

O governo também estava envolvido em outra polêmica


envolvendo outro jornalista, Borges da Fonseca. O
governo havia aberto um processo contra ele e o seu
jornal O Repúblico.
A província de maior oposição ao governo era Minas
Gerais e, para tentar mudar a opinião pública, o
imperador viajou até Ouro Preto.

Mas as coisas ficaram piores ainda, pois ao chegar lá,


D. Pedro encontrou a cidade inteira de luto pela morte
do jornalista Badaró, as ruas estavam vazias e as
igrejas tocavam os sinos em sinal de luto. Ninguém
quis encontrar o imperador.

A viagem que buscava limpar a imagem do imperador


foi um fiasco.
Voltando para a capital, os portugueses deram uma
festa para receber D. Pedro, entrando em atrito com os
brasileiros que se recusavam a aceitar o imperador.

Em meio aos festejos organizados pelos portugueses,


se iniciou uma briga generalizada, onde portugueses e
brasileiros saíram nos tapas e socos.

Essa noite ficou conhecida como “Noite das


Garrafadas”, pois os brasileiros atacaram garrafas de
vidro nos portugueses.
Para tentar conter o sentimento de revolta dos
brasileiros, D. Pedro criou em 1831 o Ministério dos
Brasileiros, um segmento da política composto apenas
por brasileiros, além de soltar aqueles que haviam sido
presos durante a Noite das Garrafadas.

Porém o ministério durou pouco, já que os brasileiros


se recusaram a reprimir as manifestações populares.

Em consequência, D. Pedro cancelou o Ministério dos


Brasileiros e criou o Ministério dos Marqueses, formado
exclusivamente por portugueses.
Esse foi o estopim para o fim do Primeiro Reinado.

A situação se tornou tão insustentável que D. Pedro


precisou abdicar do trono em 07 de abril de 1831,
entregando o cargo de imperador ao seu filho Pedro
de Alcântara, futuro D. Pedro II.

Como D. Pedro II possuía apenas 5 anos na época,


ficou assegurado pela Constituição que haveria um
regente no Brasil, até que o imperador atingisse a
maioridade.
D. Pedro I retornou à Portugal onde entrou em
guerra com o seu irmão D. Miguel, a chamada Guerra
Civil Portuguesa.

D. Pedro I do Brasil recuperou o trono português,


mandou seu irmão para o exílio e foi coroado D.
Pedro IV de Portugal, deixando o trono para a sua
filha Maria da Glória.

Agora o Brasil passava a ser governado inteiramente


por brasileiros, desde a sua colonização em 1530.
O PERÍODO REGENCIAL (1831-1840)
O AVANÇO LIBERAL (1831-1837)

A Regência Trina Provisória:

Após a abdicação de D. Pedro I em 1831, os deputados e


senadores se reuniram para decidir o rumo do Brasil.

Seguindo a Constituição de 1824, foi estabelecida uma


Regência Trina Provisória, isto é, três homens maiores de
25 anos ocupariam os cargos de regentes provisórios do
Império do Brasil.
Essa regência provisória governou o país de abril a junho
de 1831.

Durante esse período foram tomadas algumas medidas


importantes, como:

Exclusão do Poder Moderador;


Câmara dos Deputados tornou-se a instituição política
detentora de maior poder;
Exclusão dos liberais exaltados do quadro político;
Reestabelecimento do Ministério dos Brasileiros;
Anistia aos presos políticos.
A Regência Trina Provisória foi governada por Nicolau
Pereira de Campos Vergueiro, José Joaquim Carneiro de
Campos e Francisco de Lima e Silva.

A REGÊNCIA TRINA PERMANENTE (1831-1835)


Em junho de 1831, a Assembleia Geral reuniu-se, agora
mais bem preparada, para eleger a nova regência de
caráter permanente.

Foi estabelecido nessa Assembleia, que apenas os políticos


moderados fariam parte da Regência Trina Permanente:
João Bráulio Muniz (Norte), José da Costa carvalho (Sul) e
Brigadeiro Francisco da Lima e Silva, representando o
Exército.

A nova regência buscava apaziguar as divergências


regionais e acabar com revoltas de cunho separatista.

Importante: criação da Guarda Nacional e a compra de


patentes

O nascimento do coronelismo!
O período regencial foi inteiramente caracterizado pela
disputa entre os liberais exaltados, moderados e os
conservadores.

Criação do Código do Processo Criminal.


Ficava estabelecido que cada município/distrito
teria uma certa liberdade. A lei buscava amenizar a
luta pela descentralização.

Essa lei apenas aumentou o poder dos coronéis e


dos cafeeicultores!
ATO ADICIONAL À CONSTITUIÇÃO DE 1824
Seguindo as exigências do novo governo, em 1834 foi
criada a emenda constitucional “Ato Adicional de 1834”.

Seguindo o desejo dos moderados, o ato:

Concedeu autonomia relativa às províncias (Poder


Legislativo próprio, controle de impostos e da força
policial)

Transformou a Regência Trina em Una. (mandato de 4


anos).

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