Sistemas Processuais Penais
Sistemas Processuais Penais
Sistemas Processuais Penais
Sistema inquisitivo
Nesse sistema, cabe a um só órgão acusar e julgar. O juiz dá início à ação penal e, ao final, ele
mesmo profere a sentença. É muito criticado por não garantir a imparcialidade do julgador. Antes do
advento da Constituição Federal de 1988 era admitido em nossa legislação em relação à apuração de
todas as contravenções penais (art. 17 do Decreto-lei n. 3.688/41 — Lei das Contravenções Penais) e
dos crimes de homicídio e lesões corporais culposos (Lei n. 4.611/65). Era o chamado processo
judicialiforme, que foi banido de nossa legislação pelo art. 129, I, da Constituição Federal, que
conferiu ao Ministério Público a iniciativa exclusiva da ação pública. Nesse sistema, o direito de
defesa dos acusados nem sempre era observado em sua plenitude em razão de os seus requerimentos
serem julgados pelo próprio órgão acusador.
Sistema acusatório
Existe separação entre os órgãos incumbidos de realizar a acusação e o julgamento, o que
garante a imparcialidade do julgador e, por conseguinte, assegura a plenitude de defesa e o
tratamento igualitário das partes. Nesse sistema, considerando que a iniciativa é do órgão acusador, o
defensor tem sempre o direito de se manifestar por último. A produção das provas é incumbência das
partes.
Sistema misto
Nesse sistema há uma fase investigatória e persecutória preliminar conduzida por um juiz (não
se confundindo, portanto, com o inquérito policial, de natureza administrativa, presidido por
autoridade policial), seguida de uma fase acusatória em que são assegurados todos os direitos do
acusado e a independência entre acusação, defesa e juiz. Tal sistema, inaugurado com o Code d’
Instruction Criminelle (Código de Processo Penal francês), em 1908, atualmente é adotado em
diversos países europeus e sua característica marcante é a existência do Juizado de Instrução, fase
preliminar instrutória presidida por juiz.
GONÇALVES, Victor Eduardo R.; REIS, Alexandre Cebrian A. Direito Processual Penal
Esquematizado. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2022. p. 32.