Máquina de Corrente Contínua - 2023-2

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Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Departamento de Engenharia Elétrica

Máquinas de Corrente Contínua

Prof. Dr. Rafael Rorato Londero


Referências
• S.J. Chapman, Fundamentos de Máquinas Elétricas,
5ª ed., McGraw-Hill, 2013.

• A.E. Fitzgerald, C. Kingsley Jr., S.D. Umans,


Máquinas Elétricas, 7ª ed., Bookman, 2014.

• P.C. Sen, Principles of Electric Machines and Power


Electronics, 3rd ed, Wiley, 2014.
Método de Avaliação
A Nota Final NF é calculada como:
NF = 0,8·Av + 0,2·Lab
onde,
AV: média das avaliações;
Lab: média dos relatórios de laboratórios (4 alunos).

Caso o aluno obtenha NF < 6 será aplicada uma


avaliação substitutiva (menor nota das avaliações)
sobre todo o conteúdo do semestre.
Datas das Avaliações
• 1ª Avaliação: 04/10/2023
• 2ª Avaliação: 06/12/2023
• Avaliação Substitutiva: 13/12/2023
Horário

Dia da Semana SEG TER QUA QUI SEX


Horário - - 13:50 - 13:50
15:30 17:30
E-mail rafaellondero@professores.utfpr.edu.br
Atendimento QUA/QUI (15:50 às 17:30 – Sala S320)
Moodle ET37F_MÁQUINAS ELÉTRICAS 3_E71/E72
Conteúdo
1. Aspectos Construtivos
2. Princípio de Funcionamento
3. Problemas Relacionados à Comutação
4. Tensão Induzida
5. Circuito Equivalente
6. Curva de Magnetização
7. Parâmetros de Desempenho
8. Classificação das Máquinas de Corrente Contínua
8.1 Máquina com Excitação Independente
8.2 Máquina com Excitação em Derivação
8.3 Máquina com Excitação Série
8.4 Máquina com Excitação Composta
9. Partida de Motores CC
1. Aspectos Construtivos
1. Aspectos Construtivos
Legenda:
1-Rolamento
2-Tampa Frontal
3-Acesso a troca das escovas
4-Enrolamento do rotor
5-Escovas
6-Comutador
7-Estator/Carcaça
8-Rotor
9-Tampa Traseira
2. Princípio de Funcionamento
Gerador
Tensão Induzida Regra da Mão Direita

  
e  (v  B)  
e: tensão induzida [V]
v: velocidade relativa do condutor ℓ em
relação ao campo magnético B [m/s]
B: campo magnético [T]
ℓ: comprimento do condutor [m]
2. Princípio de Funcionamento
• Lado a-b
eba  vBl 

• Lado b-c v
e
ecb  0

• Lado c-d B
edc  vBl 
• Lado d-a
ead  0
etot  eba  ecb  edc  ead  2vBl
2. Princípio de Funcionamento

A forma de onda da
tensão não deveria
ser contínua?
2. Princípio de Funcionamento
2. Princípio de Funcionamento

O comutador reverte as conexões da bobina


alterando a polaridade da tensão.
2. Princípio de Funcionamento
Para melhorar a tensão retificada deve-se inserir
mais anéis comutadores.
2. Princípio de Funcionamento
Motor
Força Magnética Regra da Mão Direita
  
F  i  B
F: força magnética [N]
i: corrente no condutor ℓ imerso
no campo magnético B [A]
B: campo magnético [T]
ℓ: comprimento do condutor [m]
2. Princípio de Funcionamento
3. Problemas Relacionados à Comutação
Durante a operação normal da máquina de corrente
contínua, surgem alguns problemas sérios que
devem ser superados para um funcionamento
adequado. São eles:

3.1 Reação da Armadura

3.2 Tensão de Comutação (Tensão Ldi/dt)


3.1 Reação da Armadura
3.1 Reação da Armadura
PNM (Plano Neutro Magnético)

Fluxo produzido pelo Campo

Fluxo de Reação da Armadura


faísca na comutação

Fluxo Resultante
(Campo + Armadura)
3.1 Reação da Armadura
3.2 Tensão de Comutação (Tensão Ldi/dt)
Considere a máquina operando como motor.
Instante da comutação

i i
T

Após a comutação, a corrente inverte o sentido.


3.2 Tensão de Comutação (Tensão Ldi/dt)
tempo de comutação [s]
tc
I
Comutação
Incompleta

Comutação
Faíscas devido ao
Ideal
atraso na comutação.
I
Atividade de Pesquisa
Pesquisar nas referências bibliográficas as soluções
adotadas para os problemas encontrados na
comutação:
• a reação da armadura;
• a tensão de comutação (tensão Ldi/dt).

Data de entrega: 23/08/2023


Grupo de 4 alunos.
4. Tensão Induzida
A tensão induzida e em um condutor  com velocidade v
submetido a um campo magnético B é dada por:
  
e  vB   
Considere uma espira quadrada com condutores de
comprimento  . 

etotal  B    v  B    v r
e  Bv
etotal  2  B    r  
v r 
e0 B
4. Tensão Induzida
Considerando um enrolamento com várias bobinas
C, várias espiras por bobina NC e múltiplos caminhos
paralelos de corrente a, a equação anterior torna-se:
bobinas espiras
(debaixo dos polos) 2CN C (debaixo dos polos)
E Br
a
caminhos paralelos
z
total de condutores E  Br
na armadura a z  2CN C
(debaixo dos polos)
4. Tensão Induzida
Quando a espira quadrada está em movimento
rotativo, a mesma produz um cilindro, cuja área
lateral é dada por:

A  2  r  
Considerando uma máquina de p polos,

A 2  r   p  Ap
Ap   r  
p p 2
4. Tensão Induzida
Substituindo na equação da tensão induzida,
z
E   B    r 
a

z p A p
E  B 
a 2
z p
E  B  Ap  
2  a
4. Tensão Induzida
O fluxo magnético que atravessa cada polo da
máquina é dado por:
  B  Ap
Consequentemente,
z p
E   
2  a

E  K   
fator de construção da máquina
4. Tensão Induzida
Comumente, a velocidade do rotor é expressa em
rpm. Logo,
2  n
E  K  
60
z p 2  n
E   E  k   n
2  a 60
total de condutores na armadura
(debaixo dos polos)
onde:
z p polos
k
60  a caminhos paralelos
4.1 Enrolamento Progressivo e Regressivo
Enrolamento Progressivo Enrolamento Regressivo

O final da bobina é conectado O final da bobina é conectado


em um segmento posterior. em um segmento anterior.
4.2 Enrolamento Imbricado
No enrolamento imbricado, o final da bobina
termina em um segmento do comutador adjacente
ao segmento onde começa a bobina.
A quantidade de caminhos paralelos de corrente é
dado por: multiplicidade
a  m p
polos
O passo do comutador é dado por:
yc  m
A quantidade de escovas é igual a quantidade polos
da máquina.
4.2 Enrolamento Imbricado
2 polos
2 escovas
8 bobinas
8 segmentos

Enrolamento
Progressivo
simplex
2 caminhos
paralelos
4.3 Enrolamento Ondulado
No enrolamento ondulado polos/2 bobinas são
conectadas em série e o final da última bobina
termina em um segmento adjacente ao início da
primeira bobina.
O enrolamento ondulado necessita apenas de duas
escovas, mas pode possuir mais. A quantidade de
caminhos paralelos será dada por: a  2  m
Para um enrolamento simplex, o passo do comutador
2  C  1
será dado por:
yc 
p
4.3 Enrolamento Ondulado
4 polos
2 escovas
9 bobinas
9 segmentos
Enrolamento
Progressivo
simplex
2 caminhos
paralelos
Exercício 1
Considere o enrolamento da armadura da máquina
CC na figura abaixo.
a) O enrolamento é imbricado ou ondulado?
b) O enrolamento é progressivo ou regressivo?
c) Qual a multiplicidade do enrolamento?
d) Quantos caminhos paralelos de corrente tem esse
enrolamento?
a) Enrolamento
Imbricado

b) Enrolamento
Progressivo

c) Enrolamento
simplex

d) 4 caminhos
paralelos
Exercício 2 (Chapman, pag.448)
Uma armadura duplex com enrolamento imbricado
progressivo é usada em uma máquina CC de 6
polos. Há 72 bobinas na armadura, cada uma com
12 espiras. O fluxo magnético por polo da máquina
é 39 mWb e ela está girando a 400 rpm.
a) Quantos segmentos tem o comutador?
b) Qual o passo do comutador?
c) Quantas escovas tem essa máquina? Qual sua
largura (em segmentos)?
d) Quantos caminhos paralelos de corrente tem essa
armadura?
e) Qual o valor da tensão induzida?
Exercício 2
a) A quantidade de segmentos é igual a quantidade de
bobinas. Portanto, o comutador tem 72 segmentos.
b) Para um enrolamento imbricado, o passo do
comutador é dado por:
yc  m yc  2
c) A quantidade de escovas é igual a quantidade de
polos. Portanto, a máquina tem 6 escovas e a sua
largura deve abranger 2 segmentos (duplex).
d) Para um enrolamento imbricado, os caminhos
paralelos de corrente serão dados por:
a  m p a  2  6  12 caminhos paralelos
Exercício 2
e) A tensão induzida é dada por:

E  k    n  14,4  39 103  400  224,6V

z  p 1728  6
k   14,4
60  a 60 12

z  2  C  NC  2  72 12  1728condutores
5. Circuito Equivalente
O circuito equivalente da máquina de corrente
contínua, pode ser dividido em dois circuitos:
enrolamento de campo e enrolamento da armadura.
enrolamento
de campo Motor corrente de armadura

resistência da armadura
Gerador rotação (rad/s)
tensão terminal

resistência
de campo
tensão induzida
5. Circuito Equivalente
Considerando a máquina operando como um motor,
a corrente de armadura pode ser calculada por:
VT  E
IA 
RA

A potência elétrica disponível será dada por:


Pe  E  I A

O torque eletromagnético desenvolvido será:


Pe
Te 
m
5. Circuito Equivalente
Alternativamente, o torque desenvolvido pode ser
calculado como:
E  IA
Te 
m
K  m  I A
Te 
m

Te  K  I A
Exercício 3
A armadura de uma máquina CC de 4 polos tem
enrolamento imbricado simplex com 52 bobinas e 7
espiras por bobina. A máquina opera com fluxo por
polo de 30 mWb, tensão terminal 700 V e rotação
1800 rpm. A resistência da armadura é 0,4 Ω.
Calcule:
(a) a corrente de armadura;
(b) a potência elétrica disponível na armadura;
(c) o torque eletromagnético desenvolvido.
Exercício 3
(a) Primeiramente, calcula-se a tensão induzida.
z p
E   n
60  a
2CN C  p
E   n
60  m  p
2  52  7 3
E  30 10 1800  655,2V
60 1
Exercício 3
Então, a máquina opera como motor. Logo,
VT  E 700  655,2
IA    112 A
RA 0,4
(b) A potência elétrica disponível na armadura será:

Pe  E  I A  655,2 112  73,38kW


(c) O torque eletromagnético será:
Pe 73,38k
Te    389,3N  m
m 1800  2
60
Exercício 3
O torque eletromagnético pode ser calculado
também por:
Te  K  I A
Mas, primeiramente devemos calcular K .
E 655,2
K    3,4759
 1800  2
60

Te  K  I A  3,4759 112  389,3N  m


6. Parâmetros de Desempenho
Regulação Rendimento
• Regulação de Tensão
Pot .Saída
Vvazio  Vc arg a %  100%
RV%  100% Pot .Entrada
Vc arg a
Pot .Saída
%  100%
• Regulação de Velocidade Pot .Saída  perdas

nvazio  nc arg a
RN %  100% % 
Pot .Entrada  perdas
100%
nc arg a Pot .Entrada
6.1 Fluxo de Potência no Gerador CC
Potência Convertida

Potência
Mecânica PT  VT  I L
Pe  E  I A  Te  m
Pm  Tm  m Potência
Terminal

p A  RA  I A2
pmag
pmec Perdas pF  RF  I F2
Perdas pSL
Suplementares Perdas Magnéticas Perdas Elétricas
Mecânicas (Perdas no (Perdas no Cobre)
Núcleo)
6.2 Fluxo de Potência no Motor CC
Potência Convertida
Potência
Terminal Pm  Tm  m
PT  VT  I L Pe  E  I A  Te  m Potência
Mecânica

pmec pSL
p A  RA  I A2 pmag
pF  RF  I F2
7. Curva de Magnetização
A curva de magnetização é um gráfico da tensão
induzida versus a corrente de campo (ou fmm do
enrolamento de campo) à velocidade constante.
Tensão Induzida [V]

E1 n1

VT0 E2 n2

fmmF  N F  I F [ A  e]
Corrente de Campo [A]
IF0
Exercício 4
Uma máquina de corrente contínua tem a curva de
magnetização dada na figura abaixo. A máquina
opera como motor cuja resistência de armadura é
0,3 Ω e consome corrente de armadura de 30 A
enquanto o rotor gira a 800 rpm. Sabe-se que a
resistência de campo é 50 Ω e a tensão de campo
125 V. Determine:
(a) a tensão terminal;
(b) o torque mecânico de saída do motor sabendo que
as perdas rotacionais valem 200 W.
Exercício 4
Exercício 4
(a) A corrente de campo pode ser calculada por:
VF 125
IF    2,5 A
RF 50
Pela curva de magnetização, uma corrente de
campo de 2,5 A produz tensão induzida de 145 V na
rotação de 1200 rpm.
E1 n1 145 1200 800
    E2  145  96,67V
E2 n2 E2 800 1200
Portanto, a tensão terminal será:
VT  E  RA  I A  96,67  0,3  30  105,67V
Exercício 4
(b) A potência elétrica disponível pode ser calculada
por:
Pe  E  I A  96,67  30  2900W
Consequentemente, a potência mecânica de saída
será:
Pm  Pe  prot  2900  200  2700W

Pm 2700
Tm    32,23N  m
m 800  2
60
8. Classificação das Máquinas de
Corrente Contínua
Dependendo das conexões do enrolamento de
campo e do enrolamento da armadura, podemos
classificar as Máquinas de Corrente Contínua como:
8.1 Excitação Independente (Separada)
8.2 Excitação em Derivação (Shunt)
8.3 Excitação em Série
8.4 Excitação Composta
8.4.1 Composta Aditiva (Cumulativa)
8.4.2 Composta Subtrativa (Diferencial)
8.1 Excitação Independente
Enrolamento de Campo Enrolamento da Armadura

A máquina CC com excitação independente é assim


chamada porque o enrolamento de campo é excitado por
uma fonte independente.
Exercício 5 (Fitzgerald, pag.414)
Uma máquina CC, excitação independente, 25 kW,
125 V opera com velocidade constante em 3000 rpm
e uma corrente de campo constante, tal que a tensão
de armadura em circuito aberto seja 125 V. A
resistência da armadura é 0,02 Ω. Calcule a potência
de entrada, a potência de saída e o torque
eletromagnético desenvolvido pela máquina quando
a tensão terminal é:
(a) 128 V;
(b) 124 V.
Exercício 5
(a) Em ambos os casos (a) e (b) a tensão induzida na
armadura E = 125 V.
Para se calcular a corrente de armadura é
necessário conhecer o modo de operação da
máquina: gerador ou motor.
Se a tensão terminal (128 V) é maior do que a
tensão induzida (125 V). Então, a corrente de
armadura esta fluindo para dentro da máquina,
caracterizando uma operação motora.
Exercício 5
Desse modo, a corrente de armadura é dada por:
VT  E 128  125
IA    150 A
RA 0,02
A potência total consumida pelo motor será:
Pot .Entrada  VT  I A  128 150  19,2kW
A potência mecânica de saída será:
Pot .Saída  E  I A  125 150  18,75kW
Finalmente, o torque eletromagnético será dado por:
Pe 18,75k
Te    59,68 N  m
m 3000  2
60
Exercício 5
(b) Nessa situação, a máquina opera como um gerador,
pois a tensão induzida é maior do que a tensão
terminal. Logo, a corrente de armadura será:
E  VT 125  124
IA    50 A
RA 0,02
Portanto,
Pot .Entrada  E  I A  125  50  6,25kW
Pot .Saída  VT  I A  124  50  6,2kW
Pe 6,25k
Te    19,89 N  m
m 3000  2
60
Exercício 6
Um gerador CC, excitação separada, 100 kW, 230 V
tem resistência de armadura 0,05 Ω e perdas
rotacionais constantes de 1,8 kW (prot = pmag + pmec).
O circuito de campo tem resistência 57,5 Ω e tensão
230 V. Considere o gerador operando em condições
nominais.
(a) Qual o rendimento do gerador?
(b) Qual a regulação de tensão do gerador?
(c) Qual o rendimento máximo do gerador? Qual a
corrente de armadura em rendimento máximo?
Exercício 6
a) O rendimento do gerador pode ser calculado por:
Pot .Saída PT
%  100% %  100%
Pot .Entrada Pm
A potência elétrica nos terminais do gerador é:
PT  100kW
A corrente de armadura fornecida pelo gerador é:
PT 100k
IA    434,78 A
VT 230
Exercício 6
A tensão induzida pode ser calculada como:
E  VT  RA I A  230  0,05  434,78  251,74V
Logo, a potência elétrica disponível será dada por:
Pe  E  I A  251,74  434,78  109,45kW
Então, a potência mecânica fornecida pela máquina
primária será:
Pm  Pe  prot  109,45  1,8  111,25kW
Portanto,
PT 100k
%  100%  100%  89,88%
Pm 111,25k
Exercício 6
b) A regulação de tensão pode ser calculada por:
Vvazio  Vc arg a 251,74  230
RV%  100%  100%  9,45%
Vc arg a 230
c) O rendimento do gerador pode ser calculado por:
Pot .Saída
%  100%
Pot .Entrada
Pot.Saída  PT  VT I A As perdas no campo
não são levadas em
Pot .Entrada  Pot .Saída  perdas consideração na
Pot .Entrada  VT I A  RA I A2  prot ligação separada.
Exercício 6
Logo, VT I A

VT I A  RA I A2  prot
O rendimento máximo pode ser calculado fazendo:
d
0 
 
d VT  VT I A  RA I A2  prot  VT I A  VT  2 RA I A 
dI A dI A 
VT I A  RA I A  prot
2 2

 
VT  VT I A  RA I A2  prot  VT I A  VT  2RA I A   0

  
VT  VT I A  RA I A2  prot  I A  VT  2RA I A   0

 
VT  prot  RA I A2  0
Exercício 6
Portanto,
prot
prot  R I  0
2
A A
I A max 
RA

A corrente de armadura a qual ocorre o rendimento


máximo é:
1,8k
I A max   189,74 A
0,05
Exercício 6
Portanto, o rendimento máximo do gerador será:

VT I A max
 max  100%
VT I A max  RA I A max  prot
2

230 189,74
max  100%
230 189,74  0,05 189,74  1800
2

max  92,38%
8.1.1 Gerador Independente
Chama-se de Característica de Tensão de um gerador
CC, um gráfico da tensão terminal versus a corrente
de linha (corrente terminal).

Porém, para o gerador com excitação independente


a corrente de linha é igual a corrente de armadura.
Logo,

VT  E  RA  I L

Característica de Tensão
8.1.1 Gerador Independente
VT  E  RA  I L

Tensão terminal sem enrolamentos


de compensação
8.1.1 Gerador Independente
A queda de tensão devido a reação da armadura (RA)
pode ser contabilizada através de uma corrente de
campo equivalente.
fmmeqv  fmmcampo  fmmRA

N F  I Feqv  N F  I F  fmmRA

Corrente de
fmmRA
Campo I Feqv  IF 
Equivalente NF
Exercício 7 (Chapman, pag.532)
A figura a seguir representa a curva de magnetização
de um gerador CC, excitação independente, 172 kW,
430 V, 400 A e 1800 rpm. O circuito de campo tem
resistência 20 Ω o qual representa uma bobina com
1000 espiras em cada polo e encontra-se em série
com um reostato ajustável até 300 Ω. A resistência
da armadura é 0,05 Ω e a tensão de campo está
ajustada para 430 V.
(a) Se o reostato do circuito de campo for ajustado para
63 Ω e uma turbina estiver acionando o gerador a
1600 rpm, qual será a tensão terminal a vazio?
Exercício 7
(b) O gerador opera conforme o item (a). Qual seria sua
tensão terminal se uma carga de 360 A fosse
conectada aos seus terminais? Assuma que o
gerador tem enrolamentos de compensação.
(c) Qual seria sua tensão terminal assumindo que o
gerador não tenha enrolamentos de compensação?
Considere que a carga de 360 A produz uma reação
de armadura de 450 A∙e.
(d) Considerando o gerador com 360 A de carga, qual a
corrente de campo necessária para que a tensão
terminal seja igual a tensão a vazio? (Assuma que a
máquina seja compensada). Qual o valor de ajuste
do reostato de campo para que isso seja possível?
Exercício 7
Exercício 7
(a) A corrente de campo será dada por:
VF 430
IF    5,2 A
RF  Raju 20  63
Pela curva de magnetização, encontramos que a
tensão interna é 430 V. Entretanto, o gerador é
acionado a 1600 rpm. Então,

430 1800 1600


  E2   430  382V
E2 1600 1800
Exercício 7
(b) Admitindo que o gerador é compensado, então não
existe queda de tensão devido a reação da armadura.
Portanto,
VT  E  RA  I A  382  0,05  360  364V
(c) Admitindo que o gerador não é compensado, a
reação da armadura deve ser incluída no cálculo da
corrente de campo equivalente. Logo,
fmmRA 450
I Feqv  IF   5,2   4,75 A
NF 1000
Exercício 7
Consultando novamente a curva de magnetização
encontra-se a tensão induzida de 410 V. Porém,
deve-se novamente corrigir este valor para a rotação
atual do gerador (1600 rpm).
410 1800 1600
  E2   410  364V
E2 1600 1800
Então, a tensão terminal será:
VT  E  RA  I A  364  0,05  360  346V
A reação da armadura diminui a tensão terminal
do gerador, piorando a sua regulação de tensão.
Exercício 7
(d) Nesse caso devemos fazer a tensão terminal igual a
382 V e determinar a tensão induzida requerida.
E  VT  RA I A  382  0,05  360  400V
Para utilizar a curva de magnetização deve-se corrigir
a tensão induzida para 1800 rpm. Portanto,
400 1600 1800
  E2   400  450V
E2 1800 1600
Consultando a curva de magnetização obtemos a
corrente de campo de 6,15 A.
Exercício 7
A resistência de ajuste do reostato pode ser
calculada pela corrente de campo.

VF
IF 
RF  Raju

VF 430
Raju   RF   20  49,9  50
IF 6,15
8.1.2 Motor Independente
Chama-se de característica de velocidade de um
motor CC um gráfico do torque (conjugado) versus a
velocidade (rad/s ou rpm).

Vimos anteriormente que o torque eletromagnético


desenvolvido é diretamente proporcional a corrente
de armadura.
Te  K  I A
8.1.2 Motor Independente
A corrente de armadura para o motor com excitação
independente pode ser calculada por:
VT  E
IA 
RA
 VT  E 
Te  K   
Característica de  RA 
Velocidade
K
Te   VT  K  m 
RA
8.1.2 Motor Independente
Te

K
Te  VT  K  m 
RA
8.2 Excitação em Derivação (Shunt)

Enrolamento da Armadura Enrolamento de Campo

A máquina CC em derivação é assim chamada porque o


enrolamento de campo encontra-se em paralelo com a armadura.
Exercício 8
Um gerador shunt, 100 kW, 230 V, tem resistência de
armadura 0,05 Ω e resistência de campo 57,5 Ω. O
gerador opera em tensão nominal e carga nominal.
(a) Determine a tensão induzida na armadura.
(b) Considerando que as perdas rotacionais totalizam
3,8 kW, calcule a potência mecânica de entrada.
(c) Calcule o rendimento para carga nominal.
Exercício 8
Para a operação geradora considere a figura abaixo.
Exercício 8
(a) Em carga nominal, a corrente fornecida pelo
gerador é:
Pot .Saída 100k
IL    434,8 A
VT 230
A corrente de campo pode ser calculada por:
VF 230
IF    4A
RF 57,5
Então, a corrente de armadura é:
I A  I L  I F  434,8  4  438,8 A
Exercício 8
Portanto, a tensão induzida na armadura vale:
E  VT  RA  I A  230  0,05  438,8  252V
(b) Primeiramente, devemos calcular a potência
desenvolvida pela armadura.
Pe  E  I A  252  438,8  110,57kW
Então, a potência mecânica de entrada vale:
Pot .Entrada  Pe  prot  110,57  3,8  114,37kW
(c) Desse modo, o rendimento é dado por:
Pot .Saída 100k
%  100%  100%  87,4%
Pot .Entrada 114,37k
8.2.1 Escorvamento em Máquinas CC
Considere um gerador shunt, representado pelo
circuito abaixo operando a vazio (sem carga).
iL  0
R f  Ra

E VT di f
( La  L f )  E (i f )  R f i f
dt

di f
 E  ( La  L f )  ( R f  Ra )i f  0
dt
8.2.1 Escorvamento em Máquinas CC
As máquinas CC são construídas com material
ferromagnético que apresentam um magnetismo
residual, de tal modo que:
E (i f  0)  E0  0
Analisando a equação diferencial anterior para if = 0.
di f
( La  L f )  E0  R f i f  0 pois, E0 > 0
dt
Desse modo, a corrente crescerá autonomamente
até a sua taxa de variação ser igual a zero, ou seja,
até E  R f i f  0 .
Ao processo de crescimento espontâneo da corrente
de campo, chamamos de escorvamento.
8.2.1 Escorvamento em Máquinas CC

Ponto de Operação
à Vazio (sem carga)
di f
E  Rf if  0  0
dt

E0
8.2.1 Escorvamento em Máquinas CC

Curva de Magnetização

VT
RF  Raju 
IF
R3  R2  R1  R0

R2  Rcrit : resistênci a _ crítica


E0
8.2.1 Escorvamento em Máquinas CC
Para que o processo de escorvamento ocorra é
necessário que:

1. A máquina CC tenha um magnetismo residual.

2. A resistência de campo seja ajustada para um


valor inferior a resistência crítica.

3. O enrolamento de campo deve estar conectado


com polaridade aditiva.
Exercício 9 (Syed, Adap., pag.91)
Um gerador shunt apresenta uma curva de
magnetização a 1200 rpm conforme a figura abaixo. O
enrolamento de campo da máquina possui 500 espira
por polo.
(a) Qual o valor da maior resistência de campo para o
qual o processo de escorvamento ocorre?
(b) Qual é a resistência total do circuito de campo se a
tensão induzida é 230 V?
(c) Em relação ao item (b), qual o valor máximo que
pode ser aumentada a resistência de campo para que
o escorvamento não seja perdido?
Tensão Induzida, Volts
Exercício 9
(a) Pela curva de magnetização,
VT VT 200
Rcrit     66,67
IF fmm 1500
NF 500
(b) Novamente,
VT 230
RF _ 230V   46
fmm 2500
NF 500
(c) A resistência pode ser aumentada até o limite de:
Raju  Rcrit  RF _ 230V  66,67  46  20,67
8.2.2 Gerador Shunt
Considere o gerador shunt da figura abaixo.

I A  IL  IF

VT
IF 
Raju  RF

E  VT  RA  I A
8.2.2 Gerador Shunt
Isolando a tensão terminal e substituindo a
corrente de armadura,
VT  E  RA I L  I F 
Substituindo a corrente de campo e isolando
novamente a tensão terminal, obtém-se:

 
 
E  RA  I L 
1
VT  
 1  RA 

 R aju  R 
F 

8.2.2 Gerador Shunt
Porém,
RF  Raju  RA
Logo,

VT  E ( I F )  RA  I L

Característica de Tensão
8.2.2 Gerador Shunt
VT  E  RA  I L
RA I L

VT  E ( I F )  RA  I L

A regulação de tensão do gerador em derivação é pior


em relação ao gerador com excitação independente.
8.2.2 Gerador Shunt
Vejamos o efeito do enfraquecimento de campo.

VT  E  RA  I L

VT
IF 
Raju  RF

VT  E  RA  I L
8.2.2 Gerador Shunt
O efeito da reação da armadura em uma máquina
sem compensação pode ser computado através do
conceito da corrente de campo equivalente.
fmmeqv  fmmderivação  fmmRA

N F  I Feqv  N F  I F  fmmRA

Corrente de
fmmRA
Campo I Feqv  IF 
Equivalente NF
8.2.3 Motor Shunt
Considere o motor shunt da figura abaixo.

Te  K  I A

VT  E
IA 
RA
8.2.3 Motor Shunt
Portanto,
 VT  E 
Te  K  
 RA 

K
Te  VT  K  m 
RA

VT RA
m   T
K K 2 e
8.2.3 Motor Shunt
Te

K
Te  VT  K  m 
RA
8.2.3 Motor Shunt
VT RA
m   T
K K 2 e
Exercício 10 (Chapman, Adap., pag.477)
Considere a curva de magnetização abaixo para um
motor shunt, 50 HP, 250 V e 1200 rpm. A resistência
do enrolamento de campo (incluindo o reostato de
ajuste) é 50 Ω e a resistência da armadura é 0,06 Ω. O
enrolamento de campo tem 1200 espiras por polo.
Quando o motor consome uma corrente de linha de
200 A, a reação da armadura é 840 A∙e. Calcule a
rotação do motor para a carga de 200 A quando a
reação da armadura é:
(a) desprezada (motor compensado);
(b) considerada (motor sem compensação).
Exercício 10
Exercício 10
(a) Considerando que o motor opera sob tensão
nominal de 250 V. Então, a corrente de campo será:
VT 250
IF    5A
Raju  RF 50
Portanto, a corrente de armadura vale:
I A  I L  I F  200  5  195 A
Desse modo, a tensão interna será:
E  VT  RA I A  250  0,06 195  238,3V
Exercício 10
Consultando a curva de magnetização, para corrente
de campo de 5 A, a tensão induzida é 250 V e a sua
rotação é 1200 rpm. Logo,
250 1200
 n2  1144rpm
238,3 n2
(b) Para contabilizar a reação da armadura precisamos
calcular a corrente de campo equivalente.
fmmRA 840
I Feqv  IF   5  4,3 A
NF 1200
Exercício 10
Consultando a curva de magnetização encontramos
uma tensão induzida correspondente de 233 V para
uma rotação de 1200 rpm.
A tensão induzida será novamente 238,3 V pois a
corrente de armadura é a mesma. Portanto,
233 1200
 n2  1227rpm
238,3 n2
A reação da armadura enfraquece o torque
eletromagnético e o motor opera em uma rotação
maior em relação ao caso do motor compensado.
Exercício 11
Um motor shunt de 50 HP tem a curva de
magnetização dada na figura abaixo. O motor é
alimentado com tensão terminal de 240 V, a
resistência da armadura é 0,065 Ω, a resistência de
campo é 10 Ω e o reostato está ajustado para 14 Ω.
Na velocidade de 1200 rpm, as perdas rotacionais
são 1450 W. Esse motor alimenta um guindaste que
demanda um torque de 250 N∙m para qualquer
velocidade de rotação. Calcule:
(a) a rotação do motor;
(b) o rendimento para essa condição de operação.
Exercício 11
(a) Para compreender o problema, considere a figura
a abaixo.

Motor Shunt

Ponto de Operação
Guindaste

op
Velocidade de Operação
Exercício 11
Precisamos obter a característica de velocidade do
motor shunt, a qual é dada por:
K
Te  VT  K  m 
RA
É necessário determinar o valor do produto K .
A corrente de campo pode ser calculada por:
VT 240
IF    10 A
Raju  RF 14  10
Exercício 11
Consultando a curva de magnetização, obtém-se:
E  280V
Desse modo, o produto K pode ser calculado por:
E 280
K    2,228
m 1200  2
60
Agora, podemos obter a característica de velocidade
do motor shunt.
K
Te  VT  K  m   2,228
240  2,228  m 
RA 0,065
Exercício 11
Simplificando,
Te  8226,5  76,37  m
Agora, para conhecer a velocidade de operação,
precisa-se conhecer o torque eletromagnético
desenvolvido, o qual é dado por:

1450
Te  Tc arg a  Tprot Te  250 
1200  2
60
prot
Te  Tc arg a 
rot Te  261,5N  m
Exercício 11
Então, a velocidade de operação pode ser calculada
resolvendo-se a equação:
261,5  8226,5  76,37  op
op  104,3rad / s
Convertendo para rotações por minuto (rpm):
60
nop  104,3   996rpm
2
Exercício 11
(b) Para se calcular o rendimento é necessário conhecer
a potência de entrada e a potência de saída.

A corrente de armadura pode ser calculada por:


VT  E  RA  I A
VT  E VT  K  op
IA  
RA RA
240  2,228 104,3
IA   117,23 A
0,065
Exercício 11
A corrente de linha pode ser calculada por:
I L  I F  I A  10  117,23  127,23 A
Então, a potência de entrada será:
Pot .Entrada  VT  I L  240 127,23  30,53kW
A potência de saída pode ser calculada pelo torque
de carga e pela velocidade de operação.
Pot .Saída  Tc arg a  op  250 104,3  26,08kW
Pot .Saída 26,08k
%  100%  100%  85,4%
Pot .Entrada 30,53k
8.2.4 Controle de Velocidade
Basicamente, a velocidade de qualquer motor CC
pode ser controlada através das seguintes maneiras:
VT RA
m   T
K K 2 e

1. Variação da resistência de campo;


2. Variação da tensão aplicada ao circuito da
armadura;
3. Inserção de resistência em série com o circuito
da armadura.
Variação da Resistência de Campo

2 VT
IF 
RF
1
VT RA
m   T
K K 2 e

O aumento da resistência de campo RF , aumenta a


velocidade do motor ωm.
Variação da Resistência de Campo

Em baixas velocidades, o
aumento da resistência
de campo RF, diminui a
velocidade do motor ωm.
Variação da Tensão aplicada à Armadura

VA RA
m   T
K K 2 e

O aumento da tensão na armadura VA, aumenta


a velocidade do motor ωm.
Controle de Velocidade de Motores CC

Abaixo de velocidade nominal nbase, utiliza-se o controle de


tensão aplicada à armadura VA. Acima da velocidade nominal
nbase,adota-se o controle pela resistência de campo RF.
Inserção de Resistência na Armadura

VT RA A diminuição da resistência
m   T
K K 2 e
de armadura RA, aumenta a
velocidade do motor ωm.
8.3 Excitação em Série
Armadura

Campo Série

A máquina CC com excitação série é assim chamada


porque o enrolamento de campo encontra-se em série
com a armadura.
8.3.1 Gerador Série
Considere o circuito do gerador série.

I A  IF  IL

E  VT  RA  RS  I A

VT  E  RA  RS  I L
8.3.1 Gerador Série
VT  E  RA  RS  I L

Amplificação de Tensão Fonte de Corrente


Constante
8.3.2 Motor Série
Considere o circuito do motor série.

VT  RA  RS  I A  E

VT  RA  RS  I A  K  m

I A  IS  IL
VT  RA  RS  I A  K  K F I S  m

VT  RA  RS  KK F m I A
8.3.2 Motor Série
Porém, sabemos que o torque se relaciona com a
corrente de armadura por:

Te  K  I A

Te  K  K F I S  I A

Te  KK F  I A
2
8.3.2 Motor Série
Elevando ambos os membros ao quadrado,
VT  RA  RS  KK F m   I A
2 2 2

Substituindo a corrente de armadura,

VT  RA  RS  KK F m 
Te

2 2

KK F
Finalmente, isolando o torque,
KK FVT2
Te 
RA  RS  KK F m 2
8.3.2 Motor Série

Velocidade excessiva
8.3.2 Motor Série
Exercício 12 (Chapman, Adap., pag.497)

Um motor série de 250 V com enrolamentos de


compensação e resistência total RA + RS = 0,08 Ω tem
25 espiras no enrolamento de campo série e curva
de magnetização conforme a figura abaixo. Calcule:
a) a velocidade e o conjugado induzido nesse motor
para uma corrente de armadura de 50 A;
b) o torque de partida, considerando que um resistor
de partida de 0,6144 Ω é inserido no circuito para
limitar a corrente de partida do motor.
Exercício 12
a) A tensão induzida no motor pode ser calculada por:
E  VT  RA  RS  I A  250  0,08  50  246V
A fmm produzida pelo campo série será:
fmmS  N S  I S  25  50  1250 A e
Consultando a curva de magnetização para uma
excitação de 1250 A∙e obtém-se uma tensão
induzida de 78,72 V.

78,72 1200
 n  3750rpm
246 n
78,72 V

1250 A∙e
Exercício 12
O torque induzido pode ser calculado através da
equação:
Pe
Te 
m
E  IA 246  50
Te  
m 3750  2
60

Te  31,3N  m
Exercício 12
b) Inicialmente vamos calcular a corrente de partida do
motor série sem o resistor de partida.

VT  E
IA 
RA  RS

IA VT
I Lpartida 
RA  RS

250
I Lpartida   3125 A
0,08
Exercício 12
Com o resistor inserido no circuito do motor série, a
corrente de partida fica limitada a:
VT
I Lpartida 
R partida  RA  RS

250
I Lpartida   360 A
0,6144  0,08

fmmS  N S  I S  25  360  9000 A e


287,67 V
Exercício 12
Desse modo, podemos calcular o produto K na
partida do motor.
K partida  
E 287,67
 2,289
m 1200  2
60
Logo, o torque de partida será dado por:
Tpartida  K partida  I Lpartida

Te  2,289  360
Te  824,04 N  m
8.4 Excitação Composta
• Excitação Composta Longa

Armadura Série

Derivação
8.4 Excitação Composta
• Excitação Composta Curta

Armadura Série

Derivação
Exercício 13 (Syed, Adap., pag.100)
Um gerador CC composto, 50 kW, 250 V, tem os
seguintes dados: resistência de armadura 0,06 Ω,
resistência de campo série 0,04 Ω e resistência de
campo derivação 125 Ω. Calcule a tensão induzida na
armadura quando o gerador alimenta carga nominal
em tensão nominal para as ligações abaixo.
Considere uma queda de tensão nas escovas de 2 V.
(a) derivação curta;
(b) derivação longa.
Exercício 13
(a) A figura abaixo mostra as correntes do gerador
composto com conexão composta curta.

VF
Exercício 13
A corrente de linha pode ser calculada por:
Pot .Saída 50k
IL    200 A
VT 250
A tensão no enrolamento de campo em derivação é:
VF  VT  RS  I L
VF  250  0,04  200  258V
A corrente de campo em derivação será:
VF 258
IF    2,06 A
RF 125
Exercício 13
Desse modo, a corrente de armadura será dada por:

I A  I F  I L  200  2,06  202,06 A

Portanto, a tensão induzida na armadura é:


E  VF  RA I A  Ves covas

E  258  0,06  202,06  2

E  272,12V
Exercício 13
(b) A figura abaixo mostra as correntes do gerador
composto com conexão composta longa.
Exercício 13
Novamente, a corrente de linha é:
Pot .Saída 50k
IL    200 A
VT 250
A corrente de campo em derivação é dada por:
VF 250
IF    2A
RF 125
Então, a corrente de armadura será:
I A  I F  I L  200  2  202 A
Exercício 13
Desse modo, a tensão induzida na armadura pode
ser calculada por:

E  VT  RA  RS  I A  Ves covas

E  250  0,06  0,04 202  2

E  272,2V
8.4.1 Excitação Composta Cumulativa
Considere, por exemplo, um gerador CC com ligação
composta longa.

A fmm produzida pelo enrolamento série se soma a fmm


produzida pelo enrolamento derivação.
8.4.1 Excitação Composta Cumulativa
Para um gerador composto cumulativo as fmm
produzidas pelos enrolamentos série e derivação
somam-se, ou seja,
fmmtotal  fmmsérie  fmmderivação  fmmRA

N F  I Feqv  N S  I S  N F  I F  fmmRA
Corrente de NS fmmRA
Campo I Feqv  IF   IS 
Equivalente
NF NF
8.4.2 Excitação Composta Diferencial
Considere, por exemplo, um gerador CC com ligação
composta longa.

A fmm produzida pelo enrolamento série subtrai da fmm


produzida pelo enrolamento derivação.
8.4.2 Excitação Composta Diferencial
Para um gerador composto diferencial as fmm
produzidas pelos enrolamentos série e derivação
subtraem-se. Logo,

fmmtotal  fmmderivação  fmmserie  fmmRA

N F  I Feqv  N F  I F  N S  I S  fmmRA

NS fmmRA
I Feqv  IF   IS 
NF NF
8.4.3 Gerador Composto
Considere o gerador composto cumulativo abaixo.

E  VT  RA  RS  I A I A  IF  IL

VT  E  RA  RS  I A
8.4.3 Gerador Composto

E0
N3
N2
N1
NS
N3  N 2  N1

VT  E  RA  RS  I A
8.4.3 Gerador Composto
Exercício 14 (Fitzgerald, pag.422,427,428)
Um gerador CC composto cumulativo, derivação
longa, 100 kW, 250 V, 400 A, cuja resistência de
armadura é 0,025 Ω e resistência de campo série
0,005 Ω. O enrolamento de campo em derivação
possui 1000 espiras/polo e o enrolamento série
possui 3 espiras/polo. O efeito da reação da
armadura está representado na curva de
magnetização para várias correntes de armadura. O
gerador está fornecendo corrente nominal quando a
corrente do campo em derivação é 4,7 A na rotação
1150 rpm. Calcule a tensão terminal supondo que:
(a) a reação da armadura é desprezada;
(b) a reação da armadura é considerada.
(c) Refaça o item (b) considerando que uma espira é
acrescentada ao enrolamento série aumentando a
resistência série para 0,007 Ω.
Exercício 14
(a) Para conexão em derivação longa a corrente de
armadura é igual a corrente do enrolamento série.
Portanto,
I S  I A  I F  I L  400  4,7  404,7 A
Desprezada a reação da armadura, a corrente de
campo equivalente será:
NS 3
I Feqv  IF   I S  4,7   404,7  5,9 A
NF 1000
Desprezada a reação da armadura podemos utilizar
a curva Ia = 0 da curva de magnetização. Nesse
caso, a tensão induzida será 274 V.
274 V

5,9 A
Exercício 14
Todas as tensões na curva de magnetização foram
medidas para 1200 rpm. Consequentemente, deve-
se corrigir a tensão induzida obtida anteriormente.
Logo,
274 1200
  E2  263V
E2 1150
Desse modo, a tensão terminal será dada por:
VT  E  RA  RS  I A
VT  263  0,025  0,005 404,7  251V
Exercício 14
(b) A corrente de armadura calculada anteriormente é
404,7 A.
Ao considerar a reação da armadura, devemos
utilizar a curva de magnetização para Ia = 400 A
(valor aproximado).
Desse modo, a tensão induzida será 261 V. Porém,
devemos corrigir essa tensão para 1150 rpm. Logo,
261 1200
  E2  250V
E2 1150
261 V

5,9 A
Exercício 14
A tensão terminal será igual a:
VT  E  RA  RS  I A
VT  250  0,025  0,005 404,7  238V
(c) Ao acrescentar mais uma espira no enrolamento
série, a corrente de campo equivalente será alterada
para:
NS 4
I Feqv  IF   I S  4,7   404,7  6,3 A
NF 1000
269 V

6,3 A
Exercício 14
Consultando a curva de magnetização para corrente
de armadura de 400 A e corrente de campo de 6,3 A,
obtém-se a tensão induzida de 269 V. Mas, devemos
novamente corrigir esse valor para 1150 rpm.
269 1200
  E2  258V
E2 1150
VT  E  RA  RS  I A
VT  258  0,025  0,007 404,7  245V
A tensão terminal aumentou em relação ao item (b) com
a inclusão de uma espira.
8.4.4 Motor Composto

As conexões cumulativa e diferencial do motor composto


estão trocadas em relação ao gerador composto, pois a
corrente de armadura inverteu o sentido.
Motor Composto Cumulativo
Considere o motor composto cumulativo abaixo.
VT VT  cte
IF 
RF F  cte

I A  IL  IF S  I A

   F  S
Te  k  I A
 VT  k  m   VT  E 
Te  k    Te  k   
 RA  RS   RA  RS 
Motor Composto Cumulativo

Em carga leve (altas


velocidades) o motor
composto cumulativo
possui as características
do motor shunt.
Motor Composto Cumulativo

Em carga pesada (baixas velocidades) o motor composto


cumulativo possui as características do motor série.
Motor Composto Cumulativo
Considere o motor composto cumulativo abaixo.
VT  cte RF  cte F  cte
I A  I L  I F S  I A

TR  Te  Tmec
dm
J  Te  Tmec
dt
VT  E d m
 VT  k  m  IA  m
Te  k    RA  RS dt
 RA  RS  E  k  m
   F  S
Motor Composto Cumulativo
T [N∙m]
Operação Estável
A carga aumenta e a
velocidade diminui.
Motor

2 Carga
Te2
1
Te1

n2 n1 n [rpm]
Motor Composto Diferencial
Considere o motor composto diferencial abaixo.
VT  cte RF  cte F  cte
I A  I L  I F S  I A

dm
J  Te  Tmec
dt

d m
m
VT  E dt
 VT  k  m  IA 
Te  k    RA  RS
 RA  RS  E  k  m
   F  S
Motor Composto Diferencial

Motor
Carga
Operação Instável
A carga aumenta e a
velocidade também
aumenta.
Exercício 15 (Chapman, pag.503)
Um motor CC composto, derivação longa, totalmente
compensado, 100 HP, 250 V, 1200 rpm tem uma
resistência interna incluindo o enrolamento série de
0,04 Ω. O enrolamento em derivação possui 1000
espiras/polo e o enrolamento série 3 espiras/polo. A
curva de magnetização é dada abaixo. A vazio, o
reostato de campo foi ajustado para que a rotação do
motor fosse 1200 rpm. As perdas mecânicas,
magnéticas e suplementares podem ser desprezadas.
(a) Qual a corrente do campo em derivação a vazio?
(b) Se o motor é composto cumulativo, qual será a sua
velocidade se a corrente de armadura é 200 A?
(c) Refaça o item (b) considerando o motor composto
diferencial.
Exercício 15
Exercício 15
(a) A vazio, a corrente de armadura é zero, de modo
que a tensão interna é igual a tensão terminal de
250 V. Então, a corrente de campo é 5 A, conforme
a curva de magnetização.

(b) Se a corrente de armadura é 200 A, então:


E  VT  RA  RS  I A
E  250  0,04 200
E  242V
Exercício 15
A corrente de campo equivalente pode ser calculada
por:
NS fmmRA
I Feqv  IF   IS 
NF NF

3
I Feqv  5  200
1000

I Feqv  5,6 A
262 V

5,6 A
Exercício 15
Consultando a curva de magnetização, para uma
corrente de campo de 5,6 A obtém-se uma tensão
induzida de 262 V em 1200 rpm.

E1 n1 262 1200
  n2  1108rpm
E2 n2 242 n2
(c) Para a ligação diferencial, a corrente de campo
equivalente será dada por:
NS fmmRA 3
I Feqv  IF   IS   5  200  4,4 A
NF NF 1000
236 V

4,4 A
Exercício 15
Consultando novamente a curva de magnetização,
para uma corrente de 4,4 A obtém-se uma tensão
induzida de 236 V em 1200 rpm. Portanto,

236 1200

242 n2

n2  1230rpm
9. Partida de Motores CC
As principais funções de um sistema de partida de
motores CC são:
1. Proteger o motor contra curto-circuitos;
2. Proteger o motor contra sobrecargas;
3. Proteger o motor contra altas correntes na partida;
4. Proporcionar uma maneira de controlar a
velocidade do motor.
9. Partida de Motores CC
Considere um motor shunt equipado com um
resistor de partida, conforme a figura abaixo.
9. Partida de Motores CC
I max

I min
9. Partida de Motores CC
Nesse caso, o resistor de partida é composto de 3
estágios e a resistência total de partida será:

Rtot  RA  R1  R2  R3
A corrente de partida deverá estar limitada à um
valor máximo dado por:
VT
I max 
Rtot
9. Partida de Motores CC
Após a corrente alcançar o seu valor máximo, o
motor começa a acelerar e a corrente diminui até
um valor mínimo pelo aumento da tensão induzida.
VT  E1
I min 
Rtot
Nesse momento, o 1º segmento do resistor de
partida deverá ser eliminado e a corrente alcança
novamente o seu valor máximo,
VT  E1
I max  Rtot1  RA  R2  R3
Rtot1
9. Partida de Motores CC
Imediatamente após a saída de um segmento do
resistor de partida, a velocidade do motor não varia
bruscamente e podemos escrever:
I min
I min  Rtot  VT  E1  I max  Rtot1 Rtot1   Rtot
I max
Após a saída do 1º segmento e a corrente alcançar
seu valor máximo novamente, a corrente decai e
atinge novamente o seu valor mínimo.
VT  E2
I min 
Rtot1
9. Partida de Motores CC
Quando a corrente alcançar o valor mínimo é
momento de retirar o 2º segmento e corrente volta a
alcançar o seu valor máximo.
VT  E2
I max 
Rtot 2
Dessa forma, podemos escrever:
 I min   I min 
I min  Rtot1  VT  E2  I max  Rtot2 Rtot 2       Rtot
 I max   I max 
 I min  2
Rtot 2     Rtot1  I min 
Rtot 2     Rtot
 I max   I max 
9. Partida de Motores CC
Generalizando, para n de segmentos tem-se:
n
 I min 
Rtotn     Rtot
 I max 
Após a saída de todos os n segmentos, tem-se:

 R
log A 
 I min 
n

RA     Rtot n  R tot 

 I max  
log I 
min

 I max 
Exercício 16 (Chapman, pag.507)
Um motor shunt de 100 HP e 250 V consome
corrente de armadura nominal 350 A e tem
resistência de armadura 0,05 Ω. Deseja-se projetar
um circuito de partida para esse motor que limite a
corrente máxima a 200% do seu valor nominal e que
gradativamente desconecte cada segmento toda vez
que a corrente atingir o seu valor nominal.
a) Quantos estágios (segmentos) são necessários para
compor o resistor de partida?
b) Qual o valor da resistência de cada segmento?
Exercício 16
a) A quantidade de segmentos pode ser calculada por:
log RA 

n  R tot 

log I min 

 I max 

A corrente máxima de partida está limitada a:


I max  2  350  700 A
Portanto, a resistência total de partida será:
VT 250
Rtot    0,357
I max 700
Exercício 16
Portanto,

log( 0,05 / 0,357)


n
log( 300 / 700)

n  2,84

O resistor de partida deverá ter 3 segmentos.


Exercício 16
b) A resistência total de partida terá 3 estágios. Logo,
Rtot  RA  R1  R2  R3  0,357
O 1º segmento deverá ser removido quando a
corrente atingir 350 A.
VT  E1
I min 
Rtot
E1  VT  Rtot  I min

E1  250  0,357  350  125V


Exercício 16
Após a saída do 1º segmento, a corrente volta a
atingir seu valor máximo de 700 A novamente.
VT  E1
I max 
Rtot1

VT  E1 250  125
Rtot1    0,1786
I max 700

Rtot1  RA  R2  R3  0,1786
Exercício 16
A corrente decai novamente atingindo seu valor
mínimo de 350 A. Nesse momento, a tensão induzida
será:
E2  VT  Rtot1  I min  250  0,1786  350  187,5V
Logo após a tensão atingir 187,5 V o 2º segmento
deverá ser desconectado e a corrente volta para o
seu valor máximo de 700 A.
VT  E2 250  187,5
Rtot 2    0,0893
I max 700
Rtot 2  RA  R3  0,0893
Exercício 16
Agora podemos calcular a resistência de cada um dos
estágios.

R3  Rtot 2  RA  0,0893  0,05  0,0393

R2  Rtot1  R3  RA  0,1786  0,0393  0,05  0,0893

R1  Rtot  R2  R3  RA  0,357  0,0893  0,0393  0,05  0,1786


Exercício 16

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