Controle Da Obesidade em Crianças e Adolescentes

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Controle da obesidade em

crianças e adolescentes
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Lei nº 9610/98 – Lei de Direitos Autorais

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CONTROLE DA OBESIDADE EM CRIANÇAS E
ADOLESCENTES
A obesidade é o acúmulo excessivo de gordura corporal em extensão, que acarreta
prejuízos à saúde dos indivíduos. A sua etiologia é multifatorial, pois a interação entre
fatores genéticos, metabólicos, nutricionais, psicossociais, ambientais e das mudanças no
estilo de vida parecem estar envolvidas na sua gênese. Reconhecida pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) como a maior epidemia de saúde pública mundial, com elevação
de sua prevalência tanto em países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento,
está associada às doenças crônicas não transmissíveis, que vêm afetando mais
precocemente crianças e adolescentes.

A obesidade é uma doença crônica, complexa, de etiologia multifatorial e resulta de


balanço energético positivo. O seu desenvolvimento ocorre, na grande maioria dos casos,
pela associação de fatores genéticos, ambientais e comportamentais. A herança genética
na determinação da obesidade é de natureza poligênica, ou seja, as características
fenotípicas do indivíduo obeso são também resultantes da interação de vários genes.

Tratamento Dietoterápico da Obesidade Infantil


As metas para a perda de peso devem ser determinadas pela idade da criança, gravidade
da obesidade e presença de comorbidades. A manutenção do peso pode ser uma meta
apropriada para crianças com obesidade leve, pois o IMC diminuirá com o crescimento. Em
contrapartida, a perda de peso é recomendada em crianças com obesidade grave na
presença de comorbidades. Foi sugerido que uma perda de peso de 500g/mês é seguro
para crianças entre 2 e 11 anos, enquanto uma perda de peso de até 1 kg/semana é
seguro para adolescentes com obesidade grave e comorbidades.

Estratégias comportamentais objetivando diminuição no consumo total de calorias,


diminuição do tempo sedentário e aumento de atividade física são as bases para o manejo
ponderal em Pediatria. Abordagens comportamentais fundamentadas na família, que
incluem os pais da criança ou responsáveis, são recomendadas, pois a participação dos
responsáveis no tratamento da obesidade infantil mostra melhores resultados na evolução
do paciente quando comparada a participação da criança sozinha.

Já em relação a qual a melhor estratégia nutricional para perda de peso em crianças, não
há um consenso. As dietas com ingestão de carboidratos modificados, como as dietas de
baixo índice glicêmico e dietas com baixa quantidade de carboidratos, mostraram ser tão
efetivas quanto as dietas padrões balanceadas com porções controladas de todos os
grupos. É importante ressaltar, no entanto, que a aderência às dietas com carboidratos
modificados pode ser baixa, isto é, as crianças podem ser incapazes de segui-las,
principalmente a longo prazo.

De modo geral, abordagens dietéticas que objetivam encorajar as crianças e os familiares


a selecionarem grupos alimentares com menor densidade energética e a diminuírem o
tamanho das porções são boas estratégias para a perda de peso na infância. Metas para
atividade física também devem ser determinadas, levando-se em consideração a idade da

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criança, preferências pessoais pelo tipo de atividade física e tolerância ao exercício. É
recomendado que crianças maiores de 6 anos façam 60 minutos ou mais de atividade
física por dia.

Atividade física não estruturada, como brincadeiras, devem ser encorajadas em crianças
mais novas, enquanto atividades físicas estruturadas, como esportes após horário de aula,
devem ser estimulados em crianças mais velhas. É recomendado também que o tempo na
frente de televisão, tablets e computadores não ultrapasse 2 horas por dia para maiores
de 2 anos. Devido ao aumento de evidências que provam a associação entre obesidade e
diminuição no tempo de sono noturno, uma boa qualidade e quantidade de sono no
período noturno (10-13 horas durante a noite para pré-escolares e 8-10h para
adolescentes) deve igualmente ser recomendada.

Estratégias Comportamentais para o Tratamento da


Obesidade na Infância e Adolescência
Abordagens Dietéticas

1. Incentivar consumo de 5 porções de frutas e vegetais diariamente


2. Diminuir consumo de alimentos com alta densidade calórica como gorduras
saturadas, salgadinhos e alimentos com alto índice glicêmico, como doces.
3. Diminuir consumo de bebidas açucaradas e/ou com aromatizantes.
4. Diminuir o consumo de alimentos fora de casa, em particular fast-foods.
5. Fazer o desjejum todos os dias.
6. Não pular refeições.

Atividade física

1. Diminuir atividades sedentárias, como ver televisão, usar a internet e jogar vídeo
game para 2 horas por dia.
2. Participar de exercícios divertidos e adequados para a idade.
3. Aumentar a intensidade, frequência e duração das atividades físicas gradualmente e
segundo a tolerância da criança e/ou adolescente.
4. Praticar mais de 1 hora de atividade física diariamente.

O controle da obesidade em crianças e adolescentes nas escolas é um assunto de grande


relevância para a saúde pública. É importante que as escolas desenvolvam programas de
prevenção e controle da obesidade infantil, pois ela pode levar a problemas de saúde a
longo prazo.

Como vimos, uma das principais formas de controlar a obesidade infantil nas escolas é
incentivar a prática de atividades físicas. As escolas devem oferecer aulas de educação
física, esportes e outras atividades que estimulem a prática de exercícios. Além disso, as
escolas devem promover a educação alimentar, ensinando as crianças e adolescentes a
escolher alimentos saudáveis e a controlar a quantidade de calorias ingeridas. Por fim, as
escolas devem incentivar a prática de hábitos saudáveis, como não fumar, não beber e
não usar drogas.

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Referências
ARAGÃO, Sofia Goersch Andrade. Obesidade infantil: revisão de literatura. Rev Med UFC,
Fortaleza, v. 57, n. 3, p. 47-50, set./dez. 2017.

ARAÚJO, Rafael André; BRITO, Ahécio Kleber Araújo; SILVA, Francisco Martins da. O PAPEL
DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR DIANTE DA EPIDEMIA DA OBESIDADE EM CRIANÇAS E
ADOLESCENTES. Educação Física em Revista: Brasília, [s. l], v. 4, n. 2, p. 1-9, ago.
2010.

SILVA, Carolina Penteado; BITTAR, Cléria M. L.. Fatores Ambientais e Psicológicos que
Influenciam na Obesidade Infantil. Revista Saúde e Pesquisa, Maringá, v. 5, n. 1, p.
198-207, abr. 2012.

SILVA, Francisco de Assis Lopes da; BEZERRA, José Airton Xavier. BENEFÍCIOS DA
ATIVIDADE FÍSICA NO CONTROLE DA OBESIDADE INFANTIL. Revista Campo do Saber,
Cabedelo, v. 3, n. 1, p. 201-2018, jan. 2017.

Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Nutrologia. Obesidade na


infância e adolescência – Manual de Orientação. 3ª. Ed. – São Paulo: SBP. 2019. 236
p.

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