p1m3 - Processo de Envelhecimento

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Camila Fernandes - Turma XXVIII

P1M3 - PROCESSO DE ENVELHECIMENTO


OBJETIVOS - TRATADO DE GERIATRIA 4ed e 5ed
1. CONCEITUAR O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO (termos próprios)
2. CONCEITUAR A FUNCIONALIDADE
3. CARACTERIZAR A EPIDEMIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO NO BRASIL
4. EXPLICAR AS TEORIAS DO PROCESSO BIOLÓGICO DO ENVELHECIMENTO

1.CONCEITUAR O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO


TRATADO DE GERIATRIA - PG 83-86
TERMOS BÁSICOS

GERONTOLOGIA E GERIATRIA
. Geriatria → é a especialidade médica que se dedica ao estudo e ao tratamento das doenças que
afetam os idosos.
- tem sob seus domínios os aspectos curativos e preventivos da atenção à saúde e tem uma
relação estreita com a neurologia, cardiologia, psiquiatria, pneumologia, entre outras, que
deram origem à criação de subespecialidades, como a neurogeriatria, psicogeriatria,
cardiogeriatria, neuropsicogeriatria etc.
. Gerontologia → é uma disciplina científica multi/interdisciplinar com finalidade de estudar as
pessoas idosas, as características da velhice enquanto fase final do ciclo de vida, o processo de
envelhecimento e seus determinantes biopsicossociais.
- tem como objetivo tratar dos aspectos biológicos, sociais, psíquicos, legais, entre outros, e
promover pesquisas que possam esclarecer os fatores envolvidos na sua gênese

IDADES BIOLÓGICA E CRONOLÓGICA


. Idade cronológica → a idade para o idoso é a partir de 60 anos(países em desenvolvimento) e a
partir de 65 anos(países desenvolvidos).
- legalmente, no Brasil é considerado idoso a partir de 65 anos.
- Nos trabalhos científicos, adota-se 65anos também, pela dificuldade de definir a idade
biológica.
. Idade biológica
- são contraditórias as visões sobre o envelhecimento → se começa no nascimento, no fim da
3ª década da vida ou no final da existência do indivíduo.
- Não existem marcadores biofisiologicos eficazes/confiáveis do processo do envelhecimento.
- Não se pode dizer que as manifestações da velhice sejam exclusivamente dependentes do
envelhecimento primário ou senescência, ou se seriam resultantes de outros fatores → o que
torna dificil a mensuração da idade biológica.
- Fatores como genero, classe socials, saúde, educação, fatores de personalidade, história
passada e contexto socioeconômico → mesclam com a idade cronologica para determinar as
diferenças entre os idosos (de 60-100 anos).
- O conceito de idade funcional está relacionado com o de idade biológica → é o grau de
conservação do nível de capacidade adaptativa em comparação com a idade cronológica.
. O envelhecimento funcional precede o cronológico em decorrência das precárias
condições de vida (mais evidente na população carente, nos países em desenvolvimento).
IDADES CRONOLÓGICA E PSICOLÓGICA
. Idade psicológica → refere-­se à relação que existe entre a idade cronológica e as capacidades,
tais como percepção, aprendizagem e memória, as quais prenunciam o potencial de funcionamento
futuro do indivíduo.
- relaciona-se também com o senso subjetivo de idade → como cada pessoa avalia a presença
de marcadores biológicos/sociais/psicológicos do envelhecimento.
- muitos idosos procuram passar a impressão que sua idade psicológica é menor do que a
cronológica, para preservar a autoestima e imagem social.

IDADES CRONOLÓGICA E SOCIAL


. Idade social → tem relação com a avaliação da capacidade de adequação de um indivíduo ao
desempenho de papéis e comportamentos esperados para as pessoas de sua idade, em um dado
momento da história de cada sociedade.
- As experiências do envelhecimento podem variar no tempo histórico de uma sociedade →
depende das circunstâncias econômicas.
. obs.: Nas sociedades nas quais gerações nasceram, cresceram ou conviveram com velhos estão
mais dispostas a compreender, conviver e promover a velhice.
- é mais dificil isso acontecer nas sociedades industrializadas, com geraçoes recentes, de
zonas urbanas e de familias nucleares.

ENVELHECIMENTO, VELHICE E VELHO


. Envelhecimento → é o processo
. Velhice → é a fase da vida
. Velho/idoso → é o resultado final

. ENVELHECIMENTO → é um processo dinâmico e progressivo, no qual há modificações


morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas, que determinam perda da capacidade de
adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de
processos patológicos que terminam por levá­-lo à morte.
- É comum a todos os seres vivos animais.
- É uma das fases do continuum que é a vida → porém, ela não possui um marcador
biofisiológico de seu início.
- A transição entre maturidade e envelhecimento é fixada mais por fatores socioeconômicos do
que biológicos.
- Se caracteriza por redução da capacidade de adaptação homeostática perante situações de
sobrecarga funcional do organismo.

. VELHO E VELHICE
- A velhice é caracterizada pela redução da capacidade funcional, calvície, canície, redução da
capacidade de trabalho e da resistência → que associam-­se às perdas dos papéis sociais,
solidão, perdas psicológicas e motoras, e afetivas.
. Para algumas pessoas, já pode ser visto no fim da 3ª década de vida (muito antes da idade
cronologica que marca socialmente o inicio da velhice).
. Não há uma consciência clara de que, por meio de características físicas, psicológicas,
sociais e culturais e espirituais, possa ser anunciado o início da velhice.
ENVELHECIMENTO COMUM E ENVELHECIMENTO BEM-SUCEDIDO
. O ritmo de declínio das funções orgânicas varia de um órgão a outro, mesmo entre idosos que têm
a mesma idade.
. Envelhecimento comum → os fatores extrínsecos (tipo de dieta, sedentariedade, causas
psicossociais, etc) intensificam os efeitos adversos que ocorrem com o tempo
. Envelhecimento saudável → os fatores extrínsecos não estão presentes ou seriam de pequena
importância.
. Principais condições para uma velhice bem sucedida:
- baixo risco de doenças e de incapacidades funcionais relacionadas com as doenças;
- funcionamento mental e físico excelentes;
- envolvimento ativo com a vida.

ENVELHECIMENTO NORMATIVO
. Envelhecimento normativo → representa o processo natural de desenvolvimento em fases
avançadas da vida.
- Pode ser de dois tipos:
1) PRIMÁRIO
. Seria universal, presente em todas as pessoas
. É geneticamente determinado ou pré-programado.
2) SECUNDÁRIO
. Seria resultante de algumas influências externas, variável entre indivíduos em
diferentes meios.
. Decorrente de fatores cronológicos, geográficos e culturais (se não forem
considerados, as diferenças entre os paciente podem ser atribuidas ao envelhecimento
instrínseco/primário, sendo que são consequencias externas).

SENESCÊNCIA OU SENECTUDE E SENILIDADE


. Senescência/senectude → resulta do somatório de alterações orgânicas, funcionais e
psicológicas próprias do envelhecimento normal
. Senilidade → modificações determinadas por afecções que frequentemente acometem a pessoa
idosa
. Senescência x senilidade → não possuem limites precisos e apresentam zonas de transição
frequentes.
- É difícil diferenciar cada uma delas devido a: indefinição da idade biológica, da grande
variabilidade de comportamento do idoso perante fatores estressantes e de fatores genéticos.
. Nos idosos portadores de doenças, é somado os efeitos das alterações fisiológicas do
envelhecimento normal e os efeitos de modificações funcionais produzidas pela presença de
doenças concomitantes → os efeitos da primeira podem atuar no da última, interagindo entre si,
provocando uma ação deletéria mais acentuada.

AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA
. Autonomia → o estado de ser capaz de estabelecer e seguir suas próprias regras
- para um idoso, a autonomia é mais útil que a independência como um objetivo global,
pois pode ser restaurada por completo, mesmo quando o indivíduo continua dependente.
- ex.: uma senhora com fratura do colo do fêmur, que ficou restrita a uma cadeira de rodas,
poderá exercer sua autonomia, apesar de não ser totalmente independente.
. Independência e dependência → existem com relação a “algo” ou “alguma coisa”
. Dependência → um estado no qual um indivíduo confia em outro (ou em outros) para ajudá­lo a
alcançar necessidades previamente reconhecidas.
- é um atributo de um indivíduo em relação a outros.

MULTIDIMENSIONALIDADE/INTERDISCIPLINARIDADE
. O estado de saúde transcende os limites biológicos → leva-se em conta os aspectos físicos,
funcionais e psicológicos da saúde e da doença, além das condições socioeconômicas e dos fatores
ambientais.
. O objetivo maior do processo de envelhecimento e da velhice é a melhora da qualidade de vida.

. AVALIAÇÃO GERONTOLÓGICA MULTIDIMENSIONAL → é um processo diagnóstico


multidimensional, interdisciplinar, planejado para abordagem de problemas médicos, psicossociais e
funcionais da pessoa idosa
- Tem o objetivo de desenvolver um plano amplo de tratamento e acompanhamento a
longo prazo.
- Prioriza a capacidade funcional → é o indicador mais relevante do bem-estar dos idosos.

. INTERDISCIPLINARIDADE/INTERPROFISSIONALIDADE
- A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) determina que quaisquer que sejam as
atividades de promoção planejadas de saúde, deverão incluir atuações no campo biológico,
psicossocial, político e legal, e que a promoção da saúde do idoso deverá estar a cargo de
uma equipe interdisciplina.

2.CONCEITUAR A FUNCIONALIDADE
TRATADO - PG 299-302
CAPACIDADE FUNCIONAL
. Capacidade funcional → é a aptidão do idoso para realizar determinada tarefa que lhe permita
cuidar de si mesmo e ter uma vida independente em seu meio.
. Funcionalidade → é determinada pelo grau de autonomia e independência.
- é avaliada por instrumentos específicos:
. ATIVIDADE BÁSICAS DA VIDA DIÁRIA (ABVD)
- São as atividades que se referem
ao autocuidado
- Se a pessoa for incapaz de realizar
essas atividades ela possui alto
grau de dependência e exige uma
terapêutica mais complexa e um
custo social e financeiro maior.
. As escalas baseiam-se em informações
dos pacientes e dos cuidados.
. As escalas utilizadas para a
avaliação das ABVD:
1) ESCALA DE KATZ
. Parte do pressuposto de que a perda funcional segue um padrão igual de declínio (1º perde
a capacidade de banhar-se → 2º de vestir-se → 3º de transferir-se → 4º alimentar-se)
. A recuperação ocorre de forma inversa.
. LIMITAÇÃO: não avalia o item deambulação.
. VANTAGEM: tem adaptação transcultural para o Brasil, facilitando o seu uso adequado.
2) ESCALA DE BARTHEL
. Avalia a dependência funcional
e mobilidade.
. Avalia 10 funções: banhar-­se,
vestir­-se, promover higiene, usar o
vaso sanitário, transferir­-se da
cama para cadeira e viceversa,
manter continências fecal e
urinária, capacidade para
alimentar-­se, deambular e subir e
descer escadas.
. Possui uma gradação mais ampla
na classificação da dependência
(de 0 a 100).

. ATIVIDADES INSTRUMENTAIS DA
VIDA DIÁRIA (AIVD)
- São atividades relacionadas com a
realização de tarefas mais
complexas (arrumar a casa,
telefonar, viajar, fazer compras,
preparar os alimentos, controlar e
tomar os remédios e administrar as
finanças).
- Pode determinar se o indivíduo
pode outr não viver sozinho sem
supervisão.
. As escalas utilizadas para a avaliação
da AIVD:
1) ESCALA DE LAWTON
. Pontuação máx é de 27pontos.
. Pontuação mín é de 9 pontos.
. Quanto mais pontos, maior a
independência.
. Pode-se relevar a incapacidade
de algumas atividades em que é
necessário habilidades (como cozinhar).

2) QUESTIONÁRIO Pfeffer PARA AS ATIVIDADES FUNCIONAIS


. Comparou idosos sadios com os que possuíam déficit cognitivo → tem importância para o
diagnóstico e acompanhamento das demências.
. É muito utilizado para avaliar se o déficit cognitivo é acompanhado de limitações funcionais.

. ATIVIDADES AVANÇADAS DE VIDA DIÁRIA (AAVD)


- São atividades cotidianas, voluntárias específicas para cada indivíduo e influenciadas por
fatores socioculturais, educacionais e motivacionais.
- São mais complexas que as atividades básicas e as instrumentais.
- Ex.: dirigir automóvel, praticar esportes, pintar, tocar instrumento musical, participar de
serviços voluntários ou atividades políticas, etc.
- Não são atividades fundamentais para uma vida independente, porém demonstram maior
capacidade e podem contribuir para melhor saúde física e mental e, por conseguinte, melhor
qualidade de vida.

3.CARACTERIZAR A EPIDEMIOLOGIA DO
ENVELHECIMENTO NO BRASIL
TRATADO DE GERIATRIA
PROCESSO DE ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA
. Os dados coletados são dos Censos Demográficos e da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD), do IBGE. Também foram coletados dados do Sistema de Informação sobre
Mortalidade (SIM), do MS.

. Existe uma diferença entre envelhecimento individual e populacional.


- Envelhecimento individual → é um processo natural, irreversível e individual, no qual o
individuo envelhece a medida que sua idade aumenta.
. Ocorre perdas progressivas de função e de papéis sociais.
. Depende de capacidades básicas, adquiridas e do meio ambiente.
. É medido pela esperança de vida ao nascer.
- Envelhecimento populacional
. Se inicia com a queda da fecundidade → leva a redução da população jovem e um aumento
proporcional da população idosa (aumento da idade média da população)
. A queda da mortalidade infantil permitiu a maior taxa de sobrevivência e resultou em um
grupo mais heterogêneo (do ponto de vista cultural e social) e permitiu o aparecimento da
“velhice” como uma nova categoria cultural e social ⇒ nesse momento, a velhice já começou
a ser associada a imagens negativas.
. O envelhecimento altera várias esferas da sociedade, tanto no aspecto individual quanto nas
estruturas familiares, a demanda por políticas públicas e a distribuição de recursos na
sociedade.

. Definição de população idosa.


- É uma parte da população que está vivendo a última fase da vida, em um determinado ponto
do ciclo biológico e do curso de vida social.
- É constituída por pessoas com “muita idade”.
- A visão da velhice, bem como sua posição social são categorias históricas e socialmente
determinadas → a situação de “ser dependente” diz respeito ao tipo de estrutura social, que
geralmente categoriza a independência do ser pela participação dele no mercado de trabalho
e pela produtividade.
- Atualmente, com a Sociedade de Consumo, os indivíduos foram valorizados pela sua
capacidade consumir e não pela produtividade→ os idosos foram associados a ações mais
joviais (dieta alimentar, atividade física, vestimenta, viajantes) que foram comparadas a um
estilo de vida e não a um grupo etário específico.
- O Estatuto do Idoso e a Política Nacional do Idoso definem como idoso → 60anos ou +.
. heterogeneidade no segmento idoso = envolve pessoas de 60-100 anos.
. É uma fase da vida mais longa que a infância e a adolescência juntas.
. A expectativa de vida aos 60 anos aumentou 6 anos entre 1980-2019, diminuindo com a
pandemia.
- passou de 15,4 para 21,8 anos ,mas reduziu para 20,6 anos na pandemia.
POPULAÇÃO IDOSA BRASILEIRA
. FIGURA 1.1 → proporção da população
. BRASIL:
- pop. absoluta de 7,2mi em 1980
- pop. absoluta de 20,6mi em 2010
- Explicação do aumento: devido a altas taxas
de fecundidade entre 1950-60 e da redução
da mortalidade em todas as idades ⇒ são os
baby boomers que se transformaram nos
elderly boomers
- A sobremortalidade por covid-19 vai afetar
esse total → redução de 101mil aprox.
. OUTROS PAÍSES
- A maior variação na proporção do
envelhecimento foi no japão e a menor na
Inglaterra.

POPULAÇÃO MUITO IDOSA


. Ocorre também, a diminuição da mortalidade nas
idades mais avançadas → a população idosa
também envelhece.
- isso depende do avanço da tecnologia médica, do acesso aos serviços de saúde e das
condições sanitárias do país.
- o covid-19 afeto ou crescimento desse grupo.
. Esse tem sido o segmento populacional (com 80 ou +) que mais cresce, embora ainda tenha uma
quantidade pequena → de 170,7mil em 1940 para 3,6mi em 2020.
- O grupo com mais de 80 anos foi menos afetado pelo covid do que o grupo de 60-79 anos.
- FIGURA 1.3 → mostra que a população
de 80ou+
. Mostra que naturalmente, devido a
maior exposição à doenças e aos
agravos crônicos não transmissíveis,
a populção afetada sempre cresce com
a idade → isso pressiona a demanda por
cuidados.
. A tendência, então é o aumento da demanda
por cuidados por um tempo maior.
. Os indivíduos vivem em média, no final de suas vidas, por 2-4 anos sob cuidados mais intensivos.
- entre 2010-2030 o tempo de cuidados prolongados aumentará para 4,2anos (homens) e
4,7anos (mulheres) → devido as transformações estruturais acentuadas nas famílias,
decorrentes de mudanças na nupcialidade, da queda de fecundidade e do ingresso maciço
das mulheres no mercado de trabalho.
- isso afeta os contratos tradicioais de gênero → já que a mulher passa cada vez mais a ser a
provedora do lar, mas ainda mantém a responsabilidade pelo cuidado dos membros
dependentes.
FEMINIZAÇÃO DA VELHICE
. Em 2019, 56,1% dos idosos eram do sexo
feminino.
- existe uma menor mortalidade da
população feminina.
- com o covid-19, houve menor
mortalidade também com a
população feminina (58% dos obitos
forma com a população masculina)
- Embora as mulheres vivam mais, elas
passam por um período maior de
debilitação física antes da morte do que os homens.
- Elas ocupam a maior proporção nas instituições de longa permanencia e, culturalmente,
tendem a cuidar dos membros dependentes da familia (até netos)
. Os homens mais velhos tem mais dificuldades de se adaptarem à saída do mercado de trabalho e
as mulheres tem assumido progressivamente o papel de chefes de família e provedoras.
. Na área urbana, há uma predominância feminina entre os idosos, já na área rural tem uma
predominância masculina.

MORTALIDADE
. A partir da segunda metade do século XX, a sobrevivência democratizou-se no mundo.
- de 1980-2019 a vida média da população brasileira aumentou cerca de 14anos.
. A média de vida do brasileiro, em 2019, era de 76,5 anos (mulheres com aprox. 80 anos, 7,3anos a
mais que os homens).
. A mortalidade pela pandemia da covid-19 afeta mais a população idosa e os homens.

NÍVEIS DE MORTALIDADE
. TABELA 1.1 → aumento da expectativa de
vida ao nascer (é a e0)
- o das mulheres é superiores 7,3 anos
ao dos homens.
. A expectativa de sobrevida nas idades mais
avançadas é bastante elevada no Brasil.
- aproxima-se a dos paises desenvolvidos
- a e0 é fortemente influenciada pela
mortalidade infantil → figura 1.5
- aqueles que conseguem sobreviver às
más condições de vida nos primeiros
anos tem mais chance de viver mais.
. isso faz com que as diferenças entre
pessoas ricas e pobres, com relação a
esse indicador, não sejam tão elevadas.
. O ganho de expectativa de vida da população
idosa (e60) é maior do que da pop. geral.

- O aumento da sobrevida dessa população


é devido a queda da mortalidade dela.
. Para homens, passou de 57,2 óbitos por
1000hab em 1980 para 34,3 óbitos em 2019.
. A redução dos niveis de mortalidade foi observada
para todas as idades → figura 1.6

. Desde de 1990, o mundo tem visto a população


acima de 50anos ter a maior queda na mortalidade.
- levou o envelhecimento da população idosa
- é a faixa que tem apresentado maior
crescimento → isso leva a maior
heterogeneidade desse grupo.
. apesar da maior expectativa de vida, ela
vem com maior incidência de morbidades.

. Houve um aumento na proporção de anos a serem vividos com múltiplas morbidades.


- aos 60 anos, mais da metade (53,6%) da expectativa de vida é experimentada com múltiplas
morbidades.
- Independente da idade, as mulheres vivem mais tempo com elas do que os homens.
- Ex.: um homem no Piaui poderia esperar viver 32,3% dos anos de vida restantes com
múltiplas morbidades, e um homem do ES, 56,6%. Entre as mulheres, seria 44,8% no Piaui e
71,8% no ES.

. Existe uma prevalência de multimorbidade entre os idosos brasileiros → de 53,1%.


- As mulheres, não solteiras (especialmente as viúvas e que possuem plano de saúde) foram
mais associadas à multimorbidade → pode estar associado a um maior acesso a diagnósticos
médicos.
- A prevalência das multimorbidades é de hipertensão arterial e problemas de coluna.

IMPLICAÇÕES DA MORTALIDADE POR COVID-19


. Sempre houve uma preocupação com a
prevalência de multimorbidade na população
idosa brasileira e isso se acentuou com a
covid-19.
- encontrou-se uma associação entre
multimorbidades e o risco de desenvolver
as formas mais graves da covid-19 entre
a população com 50 anos ou mais.
. Os grupos de menor escolaridade apresentam
uma prevalência maior de doenças crônicas e
multimorbidade → ressalta o efeito das
desigualdades sociais na saúde dos idosos.
. Há uma maior exposição aos riscos de morte pela covid-19 na população idosa (tabela 1.2)
- Apesar disso, a covid-19 provoca impacto também na expectativa de vida ao nascer das
demais idades também.
. Houve uma redução da expectativa de vida ao nascer em todos os grupos etários.
- ¾ dos óbitos ocorreram entre a população com 60 anos ou mais
- afetou mais os homens.
PERSPECTIVAS DE CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO IDOSA

. A população brasileira vem apresentando um ritmo de crescimento cada vez menor e


mudanças na estrutura etária (envelhecimento).
- causa: queda da fecundidade e da mortalidade (na 2ª metade do século XX)
- consequência: no médio prazo ocorrerá diminuição e superenvelhecimento do contingente
populacional.
. As projeções apontam que o crescimento máximo será no final dos anos 2030 → com 218mi.
- perspectiva de decréscimo, com 216mi em 2050.
- Contudo, espera-se para os idosos taxas positivas e relativamente elevadas de crescimento.
. Com a covid-19, estima-se que o crescimento
futuro da população idosa será afetado.
- TABELA 1.3 → compara os resultados das
projeções de 2018 e as atuais.
- Parte dos óbitos por covid-19 poderiam ter
ocorrido por outra causa (multimorbidade),
mas isso não foi possível controlar.
- 2030 → Espera-se 1mi de idosos a menos
na projeção do covid-19 do que a do
Camarano e 2,5mi a menos na comparação
com a do IBGE.
- Como a covid-19 afeta mais os homens, pode
se esperar ainda maior proporção de mulheres
entre idosos (FIGURA 1.7)
- Em 2040, observa-se um aumento na
proporção de mulheres com o avanço da idade
nas 3 projeções.
- Observa-se um crescimento maior da
população mais idosa (80 anos ou mais)
→ leva um envelhecimento da pop. idosa.
4.EXPLICAR AS TEORIAS DO PROCESSO
BIOLÓGICO DO ENVELHECIMENTO
TRATADO DE GERIATRIA
. As teorias são agrupadas em inúmeras formas e categorias.
. Todas tentam cobrir os aspectos genéticos, bioquímicos e fisiológicos de um organismo.
- Teorias genéticas → possuem especulações/evidencias sobre genes responsáveis pelo
envelhecimento, acumulações de erros na estruturação genética, senescência programada e
telômeros.
- Teorias bioquímicas → possuem evidencias sobre o metabolismo energético, geração de
radicais livres e taxa de sobrevida associada à saúde mitocondrial.
- Teorias fisiológicas → apresentam explicações para a senescência associadas ao sistema
endócrino e o papel dos hormônios na regulação da taxa de envelhecimento celular.

. Existem 3 grandes processos pelos quais


as células sofrem comprometimento (dano
e limitações celulares):
1) É secundário a reações químicas
intracelulares
. Pode ser por consequência do
surgimentos das espécies tóxicas de
oxigênio (radicais livres) ou por agentes
exógenos (poluição ou radiação).

2) É associado a subprodutos de
componentes da glicose e seus
metabólitos

3) É a presença de erros espontâneos


nos processos bioquímicos
. ex.: duplicação de DNA, modificações
nos processos de transcrição, pós­
transcrição, translação e pós­translação
no âmago celular.

. As teorias do conhecimento são apresentadas em 2 grupos (de acordo com Teixeira e Guariento):
- TEORIAS PROGRAMADAS
. Baseadas no conceito de “relogio biologico” → que existem fenomenos delimitados
marcando etapas específicas da vida (crescimento, maturidades, senescência e morte).
- TEORIAS ESTOCÁSTICAS
. Estão condicionadas a alterações
moleculares e celulares, progressivas
e aleatórias que promovem danos
nas estruturas biológicas para
manutenção da vida.
. De acordo com Arking, as teorias são →
divididas em 2 grupos:
TEORIAS ESTOCÁSTICAS DO ENVELHECIMENTO
. Todas as estruturas físicas, incluindo as celulas, estão sob à leis da termodinâmica, a 2ª diz:→ os
processos físicos/químicos tendem a um aumento da desordem/de sua entropia.
. A organização intrínseca das células estão submetidas a um continuo processo de “ataques
aleatórios” (ESTOCÁSTICOS) → o que pode causar degradação.
. As teorias estocásticas acreditam que fenômenos diversos oriundos dessa desordem promoveriam
erros em diversos segmentos orgânicos, provocando um declínio fisiológico e estrutural progressivo.

TEORIA DO USO E DESGASTE


. “Quanto mais desgaste sofre uma célula, maior é o comprometimento em sua habilidade de
sobrevida”.
. No envelhecimento celular, os agravos nas células possuem uma limitada capacidade de reparação
que, com o passar do tempo, fica cada vez menor.
. Deu origem a hipótese de que a causa principal do envelhecimento era sua incessante replicação,
provocando, consequentemente, um desgaste.
. Hoje, essa teoria é totalmente discordante das observações práticas.
- pois → mesmo animais que estão protegidos de lesões ambientais ou patologias secundárias
não apenas envelhecem, como também falham em exibir qualquer melhora no tempo máximo
de vida.
- pois → muitos dos danos supostos pelo uso e desgaste são mudanças que dependem
apenas do tempo e não podem ser os elementos causais do envelhecimento por si sós.

TEORIA DAS MODIFICAÇÕES PROTEICAS


. Ideia de homeodinâmica, e não homeostase → a homeodinâmica identifica a célula e seus
constituintes como pertencentes a um sistema não fixo, que não se encontra em equilíbrio e sim em
uma regulação dinâmica e interativa entre seus vários níveis de organização.
. Erros podem ocorrer em algumas das etapas de produção da proteína (transcrição, tradução,
replicação do DNA) → quando erros ocorrem os genes defeituosos, o RNAm e as proteínas são
produzidas de modo inadequado/defeituosos.
- erros pós-traducionais poderiam ser disseminados, causando o envelhecimento.
- “falha na reprodução” → o acúmulo de modificações irreparáveis em macromoléculas
poderiam impedir o funcionamento adequado de algumas células.
. Evidências biológicas apontam que as alterações observadas (proteínas oxidadas e perda da
atividade enzimática) não envolvem erros na sequência de aminoácidos ou modificações de sua
organização preexistente (Cross­linking) → mas sim que as moléculas de longa vida, com baixo
turn­over, e que residem na célula por longa data sofram uma desnaturação tênue no ambiente
citoplasmático.
. A razão para as propriedades imunológicas e estabilidade termal alteradas, em organismos mais
velhos, é a de que existem modificações oxidativas nas estruturas proteicas e que um novo
tipo de ligações cruzadas promoveria alterações na conformação da célula e seu respectivo
tecido.
- ex.: colágeno e elastina → sofrem um declínio gradual de suas funções, trazendo diversas
repercussões na habilidade funcional desses organismos (redução do tônus e maleabilidade
na pele, alterações nas camadas arteriais no aparelho cardiovascular).
. O colágeno aumenta o número de suas ligações cruzadas com o envelhecimento (não é um
processo linear) → fatores ambientais como exercício e restrição de calorias podem inibir o
processo de ligações cruzadas em fibras colágenas.
- A quantidade de proteossomos é maior em organismos mais ativos fisicamente → o que
significa que houve maior digestão de proteínas intracelulares, no controle de qualidade da
célula ao digerir moléculas proteicas que acumulam erros estruturais.
. A atividade proteica fica mais lenta com o envelhecimento.
- As vias citoplasmáticas de degradação expressam um processamento inadequado de
proteínas.
- As proteínas pós-­tradução tornam­-se anormais e se acumulam, e, com o passar do tempo,
sua taxa de degradação diminui.

TEORIA DA MUTAÇÃO SOMÁTICA E DO DANO AO DNA


. “Fatores orgânicos podem causar alterações específicas na composição do DNA e nas células
somáticas” → A falha na reparação ou anomalias existentes promoveriam “golpes” aleatórios
que comprometeriam a expressão de grandes regiões cromossômicas ou mesmo cromossomos
inteiros, causando expressão inadequada de suas funções, o que promoveria o envelhecimento
celular.
. Enzima poli(ADPribose)polimerase­1(PARP­1) → é peça chave na resposta celula imediata
quando tem alguma estresse pela lesão de DNA.
- altos níveis dessa enzima se associam a uma expectativa de vida mais longa.
. É inerente à vida humana mecanismos de reparo/regulação, como o dessa enzima, já que o DNA
celula sofre mais de 10.000 lesões oxidativas.
- As áreas do DNA com alta taxa de transcrição são as mais rapidamente reparadas.
. Existem alguns subprodutos do DNA lesado que podem ser mensurados → A dosagem urinária de
glicol timina e glicol timidina está diretamente associada ao consumo de oxigênio.
. O DNA pode sofrer dois tipos diferentes de agressões: muta­ções e danos.
- MUTAÇÕES → mudanças nas sequências de polinucleotídios, em que as bases nitrogenadas
sofrem deleções, acréscimos, substituições ou rearranjos (ex.: anemia falciforme)
- DANOS → refere-­se a qualquer uma das muitas alterações químicas dentro da estrutura
bi­helicoidal da molécula.
. Pode ser causado por fontes exógenas ou endógenas.
. Modificam ou quebram a dupla-hélice ao produzirem irregularidade estruturais no DNA.
- Os dois podem interferir na expressão gênica e foram postulados também como possíveis
mecanismos do envelhecimento, uma vez que existem correlações significativas entre a taxa
de reparação de DNA e o tempo de vida em diversos organismos

TEORIA DO ERRO CATASTRÓFICO


. “Ao longo dos anos, erros aleatórios e constantes poderiam construir alterações drásticas nas
atividades enzimáticas, levando à limitação do funcionamento celular e, em nível macro, de todo o
organismo”.
. Mecanismo normal → Devido a sua alta habilidade de adaptação, as células são capazes de se
reorganizar, construindo e destruindo elementos constituintes para uma melhor nutrição e respostas
diante de agentes estressores.
- Se uma proteína defeituosa é produzida, rapidamente é clivada e substituída por uma cópia
saudável.
. Mecanismo de envelhecimento → de forma lenta e gradativa, os processos de perda gradativa
de alguns elementos(massa muscular,água intracelular, massa óssea) se aceleram e, de acordo
com o condicionamento individual, limitações sistêmicas são observadas.
- O mecanismo de senescência depende de qual célula está envelhecendo, qual tecido está
em senescência e se o organismo possui moléculas específicas sensíveis aos danos.
. Como ocorre o funcionamento incorreto dos elementos da síntese proteica → erros aleatórios
cumulativos podem ocorrer na a enzima aminoacil­tRNA sintetase (aaRS), que tem como papel
precípuo catalisar a esterificação de um aminoácido específico em um dos possíveis tRNA
correspondentes durante a síntese proteica → compromete drasticamente a enzima e induz a
gênese imprópria de proteínas e um processo de feedback com autoamplificação → Seu
funcionamento incorreto promoveria uma catástrofe

DESDIFERENCIAÇÃO
. “As células diferenciadas têm a habilidade de repressão seletiva da atividade de genes
desnecessários para a sobrevivência”.
. Envelhecimento normal → ocorreria pelo fato de essas células desviarem­-se de seu processo de
diferenciação.
. Mecanismo da desdiferenciação → Mecanismos estocásticos promoveriam ativação ou
repressão gênica, causando síntese inadequada de proteínas ou mesmo a síntese de proteínas
desnecessárias, que, com o tempo, diminuiriam a atividade celular e, em consequência, causariam a
morte.
- A falta de um controle gênico rigoroso resultaria em produção de proteínas sintetizadoras,
além de outras características de seu estado diferenciado.
- Modificações aleatórias poderiam ocorrer no aparato de regulação gênica, resultando em
mudanças na sua expressão.
. Apesar de não existirem fortes dados positivos para essa teoria, ela parece interessante, já que
suas previsões podem ser testadas em nível molecular.

DANO OXIDATIVO E RADICAIS LIVRES


. Os organismos aeróbicos dependem do O2 para produzir energia, porém ele é capaz de causar
danos por oxidação, ou seja, retirar elétrons de substâncias inorgânicas ou mesmo de moléculas
orgânicas como DNA, proteínas e lipídios, causando instabilidade celular.
. Espécies reativas de oxigenio (ROS) → são geradas de forma fisiológica, 90% delas é produzida
por mitocondrias (no processo de fosforilação oxidativa).
. O envelhecimento pelo dano oxidativo → seria uma consequência dos efeitos deletérios das
espécies reativas de oxigênio nas organelas citoplasmáticas.
. Enzimas antioxidantes → SOD (superóxido desmutase) que degrada o radical superóxido e
CAT(catalase) que degrada o H202.
. Em animais pequenos, a existência de mais catalases antioxidantes retardam o envelhecimento,
mas na espécie humana isso não ocorre.
- Os portadores de Síndrome de Down possuem uma cópia extra do gene da SOD, mas não
tem uma sobrevida maior → apesar de degradar o superóxido, produzindo o H202, eles não
possuem o CAT suficiente para eliminar o h202.
. Envelhecimento pelos radicais livres → Mutações
no DNA mitocondrial acelerariam as lesões oriundas
dos radicais livres através da introdução de componentes
enzimáticos na cadeia de transporte de elétrons na
crista mitocondrial.
- além disso, os radicais livres promovem oxidação de proteínas que se acumulam nas células
e, uma vez que elas têm reduzida capacidade de degradação, causam, a longo prazo,
disfunções moleculares e falência da célula
. A redução de moléculas antioxidantes nesses organismos está diretamente associada a um
risco mais elevado da condição → os idosos frágeis apresentam marcadores de oxidação,
8-OHdG, mais elevados e níveis mais baixos de micronutrientes, vitamina E, do que os não frágeis.
. Restrições da teoria:
- existem contradições nos resultados de experimentos genéticos (as modificações nas
expressões gênicas com a produção de maior quantidade de antioxidantes não trouxe a
animais alterações claras da expectativa de vida).

TEORIAS SISTÊMICAS
. Essas teorias tentam agrupar o processo de envelhecimento de maneira encadeada e organizada.
. Para elas, o envelhecimento → estaria relacionado com o declínio dos sistemas orgânicos
desencadeado pela inabilidade de comunicação e adaptação inter e intracelular do ser vivente com o
ambiente em que ele vive.
- alguns sistemas organicos (nervoso, endocrino e imunologico) desempenham um papel
fundamental na coordenação de todos os outros sistemas e sua forma de interagir uns com
os outros, além de terem significativo papel na defesa contra agentes estressores internos ou
externos.
. “As teorias sistêmicas não são puramente deterministas, uma vez que todas admitem, em
diferentes graus, a modulação ambiental do envelhecimento e da longevidade.”

TEORIAS METABÓLICAS
. A taxa metabólica de um organismo seria inversamente proporcional a seu peso corporal.
- A longevidade e o metabolismo estariam ligados por um nexo causal em que taxas
metabólicas elevadas promoveriam ou estariam associadas a um tempo de vida curto.
. Experimentalmente, observou-se que alterações na taxa metabólica podem modificar o tempo de
vida em alguns animais.
- níveis reduzidos de glicemia, menor temperatura corporal e lento declínio de alguns
hormônios estariam associados a um tempo de vida mais longo quando comparados com
aqueles que não possuíam estas característica
- altas taxas metabólicas estão diretamente associadas à mortalidade, e sua diminuição é
observado nos organismos com maior longevidade.
. A taxa metabólica basal é algo muito individual e existem inúmeros fatores associados a sua
diminuição ou elevação.
. 2 Teorias tentam explicar o fenômeno metabólico:
- TEORIA DA TAXA DE VIDA
. A longevidade seria inversamente proporcional à taxa metabólica

- TEORIA DE DANO MITOCONDRIAL


. Os danos oriundos das espécies tóxicas de oxigênio sobre a mitocôndria promoveriam um
declínio das funções celulares durante o envelhecimento.

. Hipótese da sobrevivência do mais lento → o aumento do metabolismo energético basal ocorre


por conta da mutação em DNAmitocondrial, fazendo com que outros DNAmitocondriais sejam
ativados, havendo uma sobrecarga maior de outras mitocôndrias. Isso acarreta, além do aumento do
metabolismo energético basal, a maior produção de radicais livres.

TEORIAS GENÉTICAS
. Afirmam que modificações na expressão gênica seriam responsáveis pelas alterações observadas
nas células senescentes.
. Nossos genes têm um papel crucial no tempo que uma célula poderá viver → A mutação em
alguns genes de C. elegans – age­1, daf­2, daf­16 – trouxeram aumento da longevidade de 65 a
110% para esta espécie.
- Esses genes codificam proteinas que estão envolvidas na regulação do uso energético e na
proteção celular contra espécies tóxicas de oxigênio e outros elementos estressantes.
- Também estão envolvidos em codificação de proteínas associadas à sinalização de insulina
no metabolismo de animal.
- Alguns deles promovem uma regulação da SOD e desencadeiam uma grande proteção
antioxidante.
- Alterando-se o gene daf-2 pode acarretar em uma longevidade 3 vezes maior.
- Alterando-se o gene age-1 acarreta em uma menor taxa de acúmulo de deleções de mtDNA.
- PORÉM, geneticamente esse pequeno número de genes que são experimentalmente
testados estão muito aquém das centenas e milhares de loci possíveis para a longevidade.

. REDES GENÉTICAS → são um conjunto de genes e rotas de sinais unidos dentro de um circuito
gênico que é análogo a um circuito elétrico de realimentação.
. Dados apontam que 15 a 20% da variação de nossa expectativa de vida pode ser atribuída a
fatores genéticos
. A teoria genética é abordada em 3 mecanismos básicos:
- DEFESA ANTIOXIDANTE E O SISTEMA DE CONTROLE DA SÍNTESE PROTEICA
. Os sinalizadores efetivos para os mecanismos de controle, os genes, sofreriam alterações
ao longo do tempo, reduzindo os mecanismos protetores (antioxidantes).
. Essa modificações também trariam alterações dos segmentos genéticos responsáveis pela
transcrição gênica, transformando a eucromatina em heterocromatina e causando
compactação da estrutura genética e comprometimento de suas funções.

- MUDANÇAS NA EXPRESSÃO GÊNICA INDUZIDAS PELA RESTRIÇÃO CALÓRICA


. A restrição calórica alteraria os padrões de atividades gênicas ao mesmo tempo que
prolonga o tempo de vida, ensejando uma ideia de relação causal direta entre os dois
eventos.
. A restrição calórica é a redução da ingestão calórica abaixo do ad libitum, sem desnutrição.
. Níveis de proteína, mRNA e taxa de transcrição nuclear são significativamente acentuados
nos animais sob restrição em comparação com animais de controle com idades similares.
. Experimentos com animais apresentam a restrição calórica diretamente associada a uma
menor incidência de condições comumente relacionadas com a idade, como câncer, diabetes
e doenças cardiovasculares.
. Existem 2 principais hipóteses ligadas à restrição calórica:
1) Associa o aumento da longevidade à redução de gordura e, consequentemente, à
redução da sinalização da via da insulina; → menor estimulo das células beta
pancreaticas, menor produção das substancias produzidas pelo tecido adiposo, maior
sensibilidade periférica à insulina.
2) Baseia­-se na hipótese de menor dano oxidativo, tanto nas células, em sua estrutura
genética, quanto em suas organelas citoplasmáticas → redução da produção de um
fator pró­inflamatório (NF­B), responsável pela transcrição de proteínas pró­inflamatórias
como as interleucinas e o TNF.
. Uma das teorias genéticas mais estudadas → TEORIA DOS TELÔMEROS
- Telômeros → complexos de DNA­proteína identificados nas extremidades cromossômicas.
- O tamanho dos telômeros é cada vez menor ao longo das replicações celulares e, quando
chegam a um tamanho mínimo, a proliferação celular é interrompida.
- O telômero funciona como um determinante da replicação celular, um relógio genético
responsável pela senescência.
- A telomerase (catalisa a formação do DNA telomerico) → pode modular o relogico
telomerico.

TEORIAS NEUROENDÓCRINAS E IMUNOLÓGICAS


. Envelhecimento → seria decorrente de alterações ocorridas nas funções neurais e endócrinas,
notadamente no sistema hipotálamo­-hipófise­-adrenal.
- causa do envelhecimento = redução da habilidade adaptativa do organismo ao estresse por
uma queda da resposta simpática (seja a diminuição dos receptores de catecolaminas,
declínio de proteínas responsáveis pela resistência ao estresse, diminuição da habilidade das
catecolaminas como indutoras de formação proteica)
- consequências = limitaria a integração das funções orgânicas específicas, levando à
degradação das funções homeostáticas → o que limitaria os feedbacks e traria a
senescência.
. Estudos mostram que indivíduos muito idosos (+100anos) apresentam níveis elevados de
hormônio adrenocorticotrófico e de cortisol.
. A interação entre os sistemas neuroendócrino e imunológico é muito próxima.
- O sistema imune tem um dos mais largos alcances no envelhecimento → Desde o
componente genético até as expressões ambientais.
- A interação ocorre por meio de NEUROPEPTÍDEOS e CITOCINAS, HORMONIOS
HIPOFISARIOS (prolactina, adrenocorticotrofina, GH), ELEMENTOS IMUNES (IL-1 que atua
como ativador da liberação hormonal).

EPIGENÉTICA
. Epigenética → conjunto de modificações no genoma que são herdadas pelas gerações
subsequentes, mas que não alteraram a sequência do DNA.
. As variações não genéticas (ou epigenéticas) apresentadas por determinado organismo ao longo
de sua vida podem ser passadas aos seus descendentes.
- Hábitos de vida e até mesmo o ambiente social podem modificar o funcionamento celular →
Esses efeitos são secundários a determinadas modificações pós­-transcricionais do DNA.
. Na expressão do DNA, tanto o DNA se remodela (cromatina) quanto as histonas, por estímulos
hormonais/ambientais/físicos, ocorrendo diversas reações químicas para isso.
- A análise dos padrões de metilação e modificações de histonas globais de segmentos
específicos do genoma humano em gêmeos monozigóticos sofrem influência do ambiente
não compartilhado, ou seja, apesar de terem o mesmo código genético, expressões
fenotípicas diferentes são observadas de acordo com estímulos ambientais diversos.
- Ambientes intrauterinos anormais estão diretamente associados à regulação epigenética
negativa, em especial de constituintes de DNA responsáveis pela expressão das funções das
células beta pancreáticas e pela produção de insulina, causando, com isso, metilação no DNA
dos filhos.
. A todo instante o ser humano é influenciado e modificado pelas experiências vividas.
. Os fatores que causam um suposto silenciamento genético sejam preferíveis à uma ativação
genética desenfreada como observada em alguns tipos de câncer.

APOPTOSE
. A apoptose (morte celular programada) → desempenha um papel essencial no remodelamento
celular e na manutenção da vida.
- É considerada um componente vital de vários processos orgânicos, como: desenvolvimento e
funcionamento do sistema imune, desenvolvimento embrionário, turnover celular, etc.
- Ocorre normalmente durante o desenvolvimento dos organismos, assim como na manutenção
da homeostase de tecidos e células.
- Envolve uma cascata de eventos moleculares bastante complexos caracterizada por
alterações bioquímicas e morfológicas, como condensação e fragmentação nuclear, perda
das moléculas de adesão da membrana ou mesmo da matriz extracelular.
. Todas as células de organismos multicelulares carregam dentro de si condições necessárias
para causar a própria destruição → isso se dá a partir de sinais fisiológicos e
desenvolvimentos específicos que atuam sobre o gene, que, por sua vez, ativa o programa de
apoptose celular.
. Existem 2 rotas para a apoptose → intrínseca e extrínseca
- É bem provavel que ocorra a sobreposição dessas duas rotas, associadas com a
citotoxicidade mediada por celulas T.
. A taxa de apoptose é alta em células senescentes do cérebro e dos sistemas cardiovascular,
gastrintestinal, endócrino e imune.
. Genes que diminuem a expressão de apoptose com o envelhecimento → p53 e a familia
caspase (casp3, casp8, casp9)
. As mudanças na sinalização da apoptose têm consequencias diretas no envelhecimento.
- a grande ativação da cascata de apoptose → degeneração do tecido;
- pouca apoptose → permite a permanência de células disfuncionais que podem contribuir para
o envelhecimento ou mesmo doenças degenerativas e câncer.
. A proteina p66 shc está associada a uma extensão de vida de quase 30%, em camundongos.
- A ausencia dela está relacionada a uma resistência aumentada à apoptose que se segue ao
estresse oxidativo.

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