Lição 5 - A Mensagem e o Ministério Do Redentor

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LIÇÃO 5

A mensagem e o
ministério do Redentor

Nesta lição, continuaremos nosso estudo do Redentor conforme apresentado


nos Evangelhos Sinóticos. Esta lição responde duas perguntas: “O que Jesus fez?” e “O
que Jesus ensinou?”.

Nesta lição, estudaremos a mensagem de Jesus (o que inclui um exame


profundo da Teologia do Reino de Deus, que é o tema central de sua mensagem, Mc
1.14-15). Os Evangelhos não nos oferecem uma definição clara da expressão Reino de
Deus. Pressupõe-se que o povo de Israel já sabia o que estava subentendido nestas
palavras. Por esta razão, estudaremos, também, o Reino de Deus tanto no AT quanto
nos escritos interbíblicos.

Depois de considerar aquilo que Jesus ensinava, examinaremos aquilo que Jesus
fazia. Trataremos do significado da morte de Jesus conforme é definida nos
Evangelhos.
A Mensagem do Redentor Esboço da Lição
O Ministério do Redentor

Ao término desta lição, o aluno deverá estar apto para: Objetivos da Lição

- definir o Reino de Deus;


- descrever as expressões teológicas do Reino de Deus no AT e entre ambos os Testamentos;
- alistar quatro características do Reino de Deus;
- identificar as duas expressões do poder de Deus no ministério de Jesus;
- descrever a base do perdão do pecado no ministério de Jesus;
- descrever o relacionamento entre a vinda do Reino e a vinda do Messias;
- explicar como o Reino pode ser um fenômeno tanto presente quanto futuro;
- explicar a importância do arrependimento e da fé como meio de entrada no Reino de Deus;
- relacionar a mensagem das parábolas com o Reino de Deus;
- ilustrar o uso que Jesus fez das parábolas conforme Mt 13.31 e 32;
- alistar as várias parábolas segundo seu ensino a respeito do Reino de Deus;
- definir o significado da morte do Messias nos Evangelhos Sinóticos;
- relacionar os temas do resgate e do concerto com a morte de Cristo;
- descrever a atitude de Jesus para com Sua morte.

1. Leia atentamente esta lição. Atividades de


Aprendizagem
2. Faça todas as questões de estudo.
3. Separe, no mínimo, 3 horas diárias para estudar.
4. Faça o autoteste no final desta lição.
Desenvolvimento A MENSAGEM DO REDENTOR
da Lição

OBJETIVO 1 O Reino de Deus estava no próprio âmago da mensagem de Jesus. Tudo quanto
Definir o Reino de Deus.
Jesus dizia e fazia expressava o Reino de Deus na história humana. Mas o que significa a
expressão Reino de Deus? Antes de entrarmos em um estudo pormenorizado do reino,
precisaremos de uma breve definição para não ficarmos confusos nos estudos posteriores.

Podemos definir o Reino de Deus como a presença e o poder ativos do Deus


Soberano. Não está confinado a uma localização geográfica específica. É a expressão da
autoridade e do poder de Deus, manifestados na história humana. Conforme disse certo
escritor: onde Deus é Rei, a Sua vontade é feita.

1. O Reino de Deus é
a) a influência da Igreja na comunidade.
b) a manifestação do poder de Deus.
c) o envolvimento ativo de Deus na história humana.
d) b) e c) estão corretas.

Vejamos o que está envolvido nesta breve definição. Nosso estudo será dividido
nas quatro áreas seguintes: a vinda do reino, as características do reino, os cidadãos do
reino e, finalmente, comunicando a mensagem do reino.

OBJETIVO 2 A vinda do Reino


Descrever as expressões
teológicas do Reino de Deus
no AT e entre ambos os O Reino de Deus era previsto tanto no AT quanto nos livros apócrifos judaicos
Testamentos. entre os Testamentos. Consideraremos, em primeiro lugar, a Teologia do Reino de Deus
conforme era expressada no AT. Passaremos, então, a ver como a ideia do Reino no AT
foi alterada nos escritos judaicos interbíblicos. Depois, consideraremos o impacto que a
mensagem de Jesus, sobre o Reino, teve sobre as pessoas do período do NT.

O Reino no AT

No AT, a expressão Reino de Deus era usada para expressar o governo ativo de
Deus. Nem o lugar nem o período do reino era tão enfatizado, como o fato que se
tratava da intervenção direta de Deus nos negócios dos homens e das nações.

Desde os primeiros dias da nação, Deus era conhecido como o Rei de Israel (Êx
15.18; Nm 23.21; Dt 33. 5; Is 43.15). Deus, no entanto, era mais do que o Soberano da
minúscula nação de Israel. Era o Soberano de toda a terra. Sua autoridade se estendia
a todas as nações da terra (2Rs 19.15; Is 6.5; Jr 46.18; Sl 29.10; Sl 99.1-4). Embora
Israel experimentasse intervenções periódicas de Deus no decurso de sua história, a
nação sempre antegozava o dia em que Deus manifestaria seu governo soberano no
estabelecimento de seu Reino permanente entre os homens (Dn 2.44).

82 | TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO


2. Assinale cada alternativa correta.
a) O Reino de Deus não era revelado no AT.
b) Israel antegozava o estabelecimento de um reino eterno.
c) Quando Davi foi coroado rei, Deus ficou conhecido como Rei de Israel.
d) Deus era conhecido como o Soberano de toda a terra.
e) Pensava-se que a autoridade de Deus se estendia somente à nação de Israel.

O Reino de Deus entre ambos os Testamentos

Os líderes de Israel no período entre os dois Testamentos tinham diante deles


um problema complexo. Israel estava obedecendo a Lei (havia, pelo menos, alguma
semelhança externa de obediência), mas, mesmo assim, a nação sofria sob o domínio de
uma série de nações gentias. Parecia que o reino das trevas tinha triunfado sobre o
Reino de Deus. Como deveriam responder a esse problema?

A solução que escolheram foi reinterpretar a ideia do Reino como uma


intervenção direta da parte de Deus. Assim fizeram fixando a data da intervenção divina
para o fim da história humana. Este mundo presente estava sob o domínio dos gentios
que, na realidade, agiam debaixo da autoridade de Satanás. Não era considerado
possível que Deus interviesse na história atual. O Reino de Deus seria mantido em
reserva até os últimos fins dos tempos. Deus estabeleceria, então, o seu reino mediante
a conquista das nações gentias e o estabelecimento de Israel sobre as nações.
Entrementes, a autoridade de Deus deveria ser reconhecida mediante a obediência à Lei.
Chegou a ser dito na Lei Oral que Deus reinava e governava dentro da Lei. Logo, a Lei
tomou o lugar da ideia do Reino, como expressão do domínio de Deus.

3. O problema diante de Israel entre os Testamentos era:


a) a conquista de Israel pelas nações pagãs.
b) como relacionar a obediência à Lei com a ocupação de Israel por estrangeiros.
c) o triunfo aparente do reino das trevas sobre o Reino de Deus.
d) Todas as alternativas anteriores estão corretas.

4. A resposta que Israel deu à ocupação de sua terra por estrangeiros foi:
a) dar mais ênfase aos sacrifícios.
b) conclamar a um reavivamento nacional.
c) colocar a Lei acima do Reino.
d) Todas as alternativas anteriores estão incorretas.

O Reino de Deus nos Evangelhos

“Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus” (Mt 3.2). Com essas palavras,
João Batista fez a primeira proclamação dramática da chegada iminente do Reino de Deus.

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Mais tarde, Jesus veio com a mesma mensagem do reino (Mt 4.17). O Reino
era o tema central de tudo quanto Ele dizia e fazia. Ele ministrou a Israel o Reino de
Deus. Jesus passou aos discípulos a responsabilidade de transmitir a mensagem do
Reino. Ele lhes disse: “E, indo, pregai, dizendo: É chegado o Reino dos céus” (Mt 10.7;
Lc 9.2; Lc 10.9).

O Reino de Deus foi proclamado com clareza por Jesus. Não havia necessidade
de aguardar algum momento no futuro indeterminável a fim de experimentar o poder
do Reino de Deus. O domínio e o Reino de Deus nos negócios humanos foi
manifestado na vida e no ministério de Jesus, o Rei Messiânico.

5. Assinale cada alternativa correta.


a) João Batista foi o primeiro que anunciou a vinda iminente do Reino de Deus.
b) Jesus pregou a mesma mensagem a respeito da vinda do Reino.
c) Segundo Jesus, o Reino viria no fim dos tempos.
d) O Reino de Deus não desempenhava um papel de importância no ministério de
Jesus.

OBJETIVO 3 As características do Reino


Alistar quatro características
do Reino de Deus.
O Reino é teocêntrico

A palavra teocêntrico significa centralizado em Deus. Ao empregarmos esta


expressão, entendemos que o Reino é, antes de mais nada, o Reino de Deus. Há dois
aspectos do Reino que se associam com esta verdade.

Primeiro, o Reino é estabelecido por Deus e não pelos homens. Houve muitos
levantes nacionais no Israel ocupado que procuravam arrancar o poder do exército
romano e estabelecer o reino. Todos estes esforços terminaram em fracasso. O Reino
de Deus não podia ser estabelecido pelo poder do homem. É um ato de Deus. Trata-se
de Deus manifestando Sua soberania na história humana. E foi exatamente assim que
aconteceu na vida e no ministério de Jesus. Ele trouxe o reino aos homens.

Em segundo lugar, se o reino deve ser estabelecido por Deus, Ele, logicamente,
está disposto a encontrar-se com o homem na hora de sua necessidade e de seu
desamparo. Este fato, também, é demonstrado no ministério de Jesus. Um dos livros
apócrifos declara que estas palavras foram faladas por Deus: “[...] Não me
preocuparei com o modo de vida daqueles que pecaram, nem com a Sua morte, nem
com o seu julgamento ou a sua destruição”. Isto parece ser o Deus que agiu em favor
dos pecadores no ministério de Jesus?

Considere a história do filho pródigo (Lc 15.11-32). O filho precisava rogar e


implorar para o pai aceitá-lo como um dos seus servos? Acho que ele talvez esperasse
que tivesse de fazer assim. Leia, porém, o que o pai fez quando viu o filho vindo pelo
caminho: “E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu

84 | TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO


pai, e se moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou”
(Lc 15.20). O Reino de Deus é caracterizado, portanto, pela iniciativa que Deus toma
em favor dos homens. Não se trata do homem buscar a Deus, mas de Deus buscar o
pecador.

6. O termo teocêntrico significa ________________________________________.

O Reino é dinâmico OBJETIVO 4


Identificar as duas expressões
do poder de Deus no ministério
O poder do Deus onipotente é demonstrado no Reino. Jesus não proclamou o de Jesus.
reino como uma novidade teológica ou como algo para simplesmente despertar
curiosidade intelectual. O poder de Deus estava operante no Reino. O poder de Deus
foi manifestado de duas maneiras no ministério de Jesus: Seu ministério de libertação
e Seu ministério de cura.

O ministério de libertação realizado por Jesus


Jesus disse: “Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, é
conseguintemente chegado a vós o Reino de Deus” (Mt 12.28). A libertação daqueles
que estavam possessos pelos espíritos demoníacos foi um sinal claro de que o Reino
de Deus chegara ao cenário do tempo.

O AT não pedia desculpas pela existência de Satanás e dos seus anjos


demoníacos. O AT nos informa que estes se opõem ao propósito redentor de Deus
para o homem. Você pode ler a respeito da oposição de Satanás ao homem em Jó 1
e Zc 3, por exemplo. Os escritos apócrifos não negavam, tampouco, a existência dos
espíritos demoníacos. Aconteceu bem o inverso. Estes escritos copiavam muita
matéria da mitologia persa. Como resultado, o mundo antigo, inclusive Israel, passou
a ser considerado sujeito ao domínio de miríades de anjos maus.

7. De acordo com o AT, Satanás e seus anjos


a) opunham-se ao plano divino da redenção.
b) opunham-se aos homens.
c) dominavam a vida de Israel.
d) a) e b) estão corretas.

Jesus deixou de lado os livros apócrifos e vinculou com o AT sua mensagem


a respeito dos espíritos demoníacos. Mais uma vez, a atenção da nação foi dirigida à
oposição de Satanás ao plano divino da redenção. Jesus, no entanto, levou este
conflito para uma conclusão lógica – seu triunfo sobre todas as hostes de Satanás.
Jesus proclamou que o Reino de Deus aparecera na história a fim de destruir o
poder de Satanás (Mt 12.28; Lc 11.20). Esta verdade fica evidente no Evangelho
segundo Lucas. Leia as referências a seguir: Lc 4.33-37; 4.41; 6.18; 8.2; 8.27-39;
9.37-43; Lucas 11.14-20; 13.11-16.

85 | LIÇÃO 5 : A MENSAGEM E O MINISTÉRIO DO REDENTOR


Cada vez que Jesus libertava uma pessoa da possessão demoníaca, fazia uma
declaração pública de que o Reino de Deus já chegara.

8. Assinale cada alternativa correta.


a) De acordo com Lucas 4.41, Jesus aceitou o testemunho dos demônios quanto à
identidade dele.
b) Em Lucas 4.36 o povo reconhecia a autoridade incomparável que Jesus tinha sobre
os demônios.
c) É possível uma pessoa estar possessa por mais de um demônio.
d) Jesus foi acusado de expulsar demônios pelo poder de Satanás.
e) Jesus declarou que Seu ministério de libertação era um sinal da chegada do Reino
de Deus.

O Ministério de Cura Realizado por Jesus


Uma das últimas profecias do AT contou a respeito do Messias que traria
“salvação debaixo das suas asas” (Ml 4.2). Zacarias, o pai de João Batista, enfocou
essa profecia quando proclamou, na ocasião do nascimento de seu filho: “Pelas
entranhas da misericórdia do nosso Deus com que o Oriente do alto nos visitou” (Lc
1.78). Jesus veio cumprir as profecias de Malaquias e de Zacarias. Veio para curar. Há
inúmeros exemplos do ministério de Jesus de cura nos Evangelhos. Leia a lista de
exemplos a seguir: Mt 8.14-15; 9.2-7; Mc 5.25-34; 5.35-42; 10.52; Lc 5.12-13.

Havia uma única condição prévia imposta sobre a cura – corresponder a Jesus
com fé pessoal (Mc 5.34; 10.52). A cura física nunca devia ser considerada como fato
isolado de um compromisso pessoal com Jesus e da confiança Nele. Esse fato é
retratado de modo vívido naquilo que aconteceu na cidade de Nazaré (Mc 6.1-6). O
ministério de Jesus de cura ficou severamente limitado, nessa ocasião, pela falta de fé
em Jesus demonstrada pelos habitantes da cidade (Mc 6.5-6).

9. Assinale cada alternativa correta.


a) O ministério de Jesus de cura foi um cumprimento de Isaías 53.4.
b) Segundo Marcos 5.25-34, a mulher foi curada por causa de sua fé.
c) Bartimeu foi curado com base nas suas ações.
d) Jesus pôde curar uma multidão de pessoas em Nazaré a despeito da fé delas.

OBJETIVO 5 O Reino é Redentor


Descrever a base do perdão
do pecado no ministério de
Jesus. O perdão do pecado faz parte central do Reino de Deus. Essa foi uma das grandes
promessas do AT (Jr 31.31-34; Ez 18.31; 36.22-28; Zc 13.1). Os escritos nos livros
apócrifos, no entanto, transferia para longe de Deus o ônus do perdão, e tornaram o
homem responsável pelo seu próprio perdão. Assim fizera relacionando o perdão com a
obediência à Lei – conforme esta era expressada na Tradição Oral da nação.

86 | TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO


De acordo com Mc 2.10, Jesus sacudiu os alicerces da teoria do perdão
mediante o mérito pessoal. Declarou que Ele mesmo possuía a autoridade de perdoar
os pecados. O perdão não vem porque a pessoa atingiu certo nível de aceitação com
Deus, mas mediante um relacionamento pessoal com Jesus. Foi por isso que Jesus não
cortejava os favores da elite religiosa de Israel. Pelo contrário, ele saiu para ativamente
buscar e salvar os perdidos (Mt 9.13; Mc 2.17; Lc 5.32).

10. Em Mc 2.10, Jesus fez a possibilidade do perdão depender de


a) a pessoa ser digna de receber o perdão.
b) a obediência à Lei.
c) Sua própria autoridade de perdoar.
d) Todas as alternativas anteriores estão incorretas.

O Reino é Messiânico OBJETIVO 6


Descrever o relacionamento
entre a vinda do Reino e a
Jesus veio como Rei do reino messiânico. Conforme Ele disse em certa ocasião: vinda do Messias.
“Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui estão, que não provarão a morte
até que vejam vir o Filho do homem no seu reino” (Mt 16.28). Agora, olhemos o
relato em Marcos: “Em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns há que não
provarão a morte sem que vejam chegado o Reino de Deus com poder” (Mc 9.1).

Examinando esses dois versículos, podemos ver que a vinda de Jesus e a vinda
do Reino de Deus eram o mesmo evento. O fato trágico é que o povo de Israel estava
esperando ansiosamente a vinda do Reino de Deus, mas quando Ele veio, os israelitas
perderam o direito ao Reino, porque não queriam reconhecer o próprio Rei Jesus.

11. Os judeus nos dias do NT perderam o direito ao Reino porque:


a) não queriam reconhecer Jesus como o Rei.
b) não acreditavam na promessa da vinda do reino.
c) acreditavam que o Sumo Sacerdote era o verdadeiro rei da nação.
d) Todas as alternativas anteriores estão incorretas.

O Reino é tanto presente como futuro OBJETIVO 7


Explicar como o Reino pode
ser um fenômeno tanto
Este conceito do Reino de Deus é um dos mais difíceis para compreendermos. O presente quanto futuro.
reino já veio e o reino ainda virá. O que queremos dizer com isso?

Jesus ensinava uma dupla aplicação do Reino de Deus na história. Considerava-


o aplicável ao presente enquanto ainda tinha que ser cumprido no futuro. Em Lucas
11.20. Jesus declarou que o Reino de Deus tinha chegado. O ministério de Jesus
demonstrava que o Reino tinha vindo. O poder de Deus estava operante nas vidas
humanas.

87 | LIÇÃO 5 : A MENSAGEM E O MINISTÉRIO DO REDENTOR


Mesmo assim, em Marcos 9.1, Jesus ensinava que haveria uma manifestação
ainda futura do Reino. Procure também na sua Bíblia: Mateus capítulos 24.25; Marcos
capítulo 13 e Lucas capítulo 21. Esses capítulos descrevem a manifestação futura do
Reino quando, então, o Filho do Homem vier na Sua glória triunfante (Mt 24.30).

O diagrama a seguir indica a ideia dessa manifestação dupla do Reino de Deus


na história humana. Lembre-se que estávamos examinando o Reino de Deus na sua
qualidade de intervenção e domínio ativos do Reino de Deus nos negócios dos
homens. Este diagrama mostra as manifestações periódicas do governo de Deus na
história, que culminarão na vinda do Reino em Glória no fim da era presente.

Conforme você pode ver no diagrama acima, Deus agiu em várias ocasiões
durante o período do AT como parte de seu propósito redentor para Israel. Cada uma
destas manifestações de Seu poder e autoridade antegozava a manifestação ulterior de
seu Reino, quando chegasse o Rei Messiânico.

O período do NT nos leva até ao tempo da continuada atividade divina de


Deus. Os milagres de Jesus demonstravam que o poder do Reino já chegara para ficar
para sempre. Este poder será manifestado na Igreja e através dela em toda a sua
história até a volta do Rei. Quando Ele voltar, o Rei estabelecerá Seu Reino eterno e
reinará sobre as nações da terra.

88 | TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO


12. Jesus ensinou que o Reino de Deus
a) virá somente com a Sua volta.
b) foi cumprido quando Ele nasceu.
c) é manifestado no presente e será cumprido no futuro.
d) está cumprido na Igreja.

13. Assinale cada alternativa correta.


a) O ministério de Jesus foi uma declaração aberta da chegada do Reino de Deus.
b) O Êxodo era um exemplo da autoridade de Deus demonstrada no AT.
c) A manifestação da autoridade de Deus cessou na história humana.
d) A autoridade de Deus será reassumida somente na volta de Jesus Cristo.
e) A derrota de Satanás ocorrerá no cumprimento culminante do Reino de Deus no
fim da era.
f) A Igreja deve ministrar sob a autoridade do Rei Messiânico até Ele voltar na sua
glória.
g) Jesus, na ocasião de Sua volta, estabelecerá Seu Reino eterno.

Os cidadãos do Reino OBJETIVO 8


Explicar a importância do
arrependimento e da fé
A entrada no Reino de Deus era um tema principal nos Evangelhos. Confira, por como meio de entrada no
exemplo, a seguinte lista de referências: Reino de Deus.

> Mt 5.19,20; 7.21; 8.11; 18.3;


> Mc 9.47; 10.15 e 23;
> Lc 18.17; 18.24; 22.29-30.

Você deve ter notado que o tema desses versículos é a necessidade de entrar no
Reino de Deus. Agora, procure as referências a seguir: Mt 8.12 e 13.42; Lc 13.28. Elas
dizem respeito às consequências drásticas, se uma pessoa não se tornar um cidadão do
Reino de Deus. Conforme disse Jesus à elite religiosa de Israel: “Ali haverá choro e
ranger de dentes, quando virdes Abraão, e Isaque, e Jacó, e todos os profetas no
Reino de Deus, e vós lançados fora” (Lc 13.28). Jesus não poderia ter dito nada mais
radical aos líderes da nação.

Pensava-se que ser um cidadão de Israel era uma garantia automática de ser
membro do Reino de Deus. Os israelitas, por serem descendentes de Abraão,
pensavam ter um relacionamento exclusivo com Deus (Mt 3.9; Lc 3.8). Imagine como
eles devem ter se sentido quando Jesus lhes disse: “[...] os publicanos e as meretrizes
entram adiante de vós no Reino de Deus” (Mt 21.31).

Os judeus ensinavam, ainda, que a riqueza material era um sinal seguro da


bênção e da aprovação de Deus. Jesus, porém, disse aos membros ricos e convencidos
da comunidade judaica: “é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do
que entrar um rico no Reino de Deus” (Mt 19.24). Se os ricos vão achar difícil, ou até
mesmo impossível, entrar no Reino de Deus, é necessário perguntar: “Quem poderá
pois salvar-se?” (Mt 19.25).

89 | LIÇÃO 5 : A MENSAGEM E O MINISTÉRIO DO REDENTOR


Como alguém pode tornar-se um cidadão do Reino de Deus? Jesus nos dá a
resposta: “O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos,
e crede no Evangelho” (Mc 1.15). Há duas palavras operantes neste versículo:
“arrependei-vos” e “crer”. Estas duas palavras são a chave para se tornar um cidadão
do Reino de Deus.

14. Leia as referências a seguir e anote aquilo que dizem a respeito de como uma
pessoa deve entrar no reino.
a) Mt 5.19 e 20: ___________________________________________________
b) Mt 7.21: ___________________________________________________
c) Mc 10.15: ___________________________________________________

Precisamos examinar mais de perto aquilo que Jesus ensinava a respeito do


arrependimento e da crença.

Arrependimento

A chamada ao arrependimento foi feita originalmente por João Batista (Mt 3.2).
Sua chamada foi feita a todos os níveis da sociedade judaica, aos ricos e aos pobres, aos
sacerdotes e aos publicanos. Passaremos adiante, em nosso estudo da Teologia do
arrependimento do NT, para ver o lugar do arrependimento nos ensinos de Cristo. O
Messias, da mesma forma que João Batista, ensinava que o arrependimento era uma
mudança pessoal de ideia, que resultava em uma transformação radical do modo de vida.
Certo escritor expressou assim a mensagem de arrependimento, pregada por Jesus:

Jesus não pedia a conformidade convencional com os códigos de


conduta. Exigia a renovação radical e não a imitação de modelos
aceitos. Seus seguidores deviam arrepender-se, deviam desviar-se de
seu passado pecaminoso; algumas alterações cometidas não
bastariam.

Esse fato é demonstrado muito claramente no Sermão do Monte, em Mt 5-7. A


ênfase nestes capítulos recai sobre a demonstração exterior de uma mudança interior
do coração, que deve ser evidenciada na vida dos cidadãos do Reino de Deus. Além
disso, Jesus disse que a recusa de arrepender-se era, na realidade, uma rejeição de Sua
própria pessoa. Esse fato é ressaltado especialmente na Sua acusação contra as cidades
que O tinham rejeitado e se recusado a arrepender (Mt 11.20-24). Os cidadãos de
Nínive tinham se arrependido diante da pregação de Jonas. Mas aquelas cidades se
recusaram a arrepender-se diante da pregação de alguém que era muito maior do que
Jonas (Mt 12.41). Jesus disse que Ele viera “chamar [...] os pecadores ao
arrependimento” (Mt 9.13). Passou adiante esta mesma responsabilidade aos seus
seguidores. A última mensagem de Jesus aos seus seguidores incluiu a ordem de que:
“em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as
nações” (Lc 24.47).

90 | TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO


15. O arrependimento, à luz da Bíblia, pode ser definido como
a) sentir pesar pelos nossos pecados.
b) viver do melhor modo que conseguimos.
c) uma mudança de opinião.
d) uma mudança de opinião que é demonstrada numa mudança rápida de estilo de
vida.

Crença

A fé, o ingrediente essencial do conceito que o NT tem da crença, era uma


ideia totalmente nova para o povo dos tempos do NT. Os gentios esforçavam-se para
captar a atenção dos seus deuses mediante os sacrifícios do sangue e as práticas
devassas. Acreditavam que, dalguma forma, teriam que obter a atenção dos seus deuses
que geralmente não mostravam interesse. Os judeus acreditavam que precisariam
obter a aprovação de Deus mediante a obediência meticulosa à Lei. Os dois tipos de
crença estavam errados!

Jesus disse que Deus já estava atento às necessidades humanas. Ele estava pronto
para intervir em favor daqueles que pedissem. A única coisa que Deus procurava era a
fé. Considere os milagres registrados nos Evangelhos. Jesus empregava uma fórmula
muito familiar em quase todos os casos: “[...] a tua fé te salvou” (Mt 9.2; Mc 10.52; Lc
7.50; 17.19; 18.42). Semelhante fé não era simplesmente confiança na capacidade que
Jesus tinha de operar um milagre. Era fé genuína na disposição que Jesus tinha de fazer
aquilo que era necessário. Conforme disse o leproso a Jesus: “Senhor, se quiseres, podes
tornar-me limpo” (Mt 8.2-3). Tratava-se da fé no próprio Jesus.

A fé é a crença, a confiança, em que Jesus é não simplesmente naquilo que Ele


faz. Jesus ilustrou este tipo de confiança simples quando disse a respeito das crianças
que se chegaram a Ele: “[...] deixai vir os meninos a mim, e não os impeçais; porque
dos tais é o Reino de Deus” (Mc 10.14). Como alguém se torna um cidadão do Reino
de Deus? Mediante um ato sincero de arrependimento pelo pecado, e a aceitação da
Pessoa do Senhor Jesus Cristo.

16. Assinale cada alternativa correta.


a) João Batista conclamava somente os pobres ao arrependimento.
b) Segundo Jesus, quem se recusava a se arrepender estava rejeitando a Ele
pessoalmente.
c) A mensagem do arrependimento devia ser confinada à nação de Israel.
d) Os cidadãos de Israel eram automaticamente membros do Reino de Deus.
e) A riqueza material é evidência da bênção de Deus.
f) Os gentios acreditavam na necessidade da fé.
g) Israel buscava o favor de Deus mediante a guarda da Lei.
h) A fé é a crença e confiança em Jesus conforme Ele é.

91 | LIÇÃO 5 : A MENSAGEM E O MINISTÉRIO DO REDENTOR


OBJETIVO 9 Comunicando a mensagem do Reino
Relacionar a mensagem das
parábolas com o Reino de
Deus. Tem sido estimado que cerca de uma terça parte de todas as palavras
registradas de Jesus acham-se nas parábolas ou nas declarações parabólicas. Foram
usadas por Jesus a fim de apresentar as grandes verdades do Reino.

OBJETIVO 10 Parábola
Ilustrar o uso que Jesus fez
das parábolas conforme
Mt 13.31 e 32. As parábolas eram uma forma popular de ensino nos dias do NT. Usavam
linguagem figurada e incidentes da vida de todos os dias para ilustrar verdades
religiosas. O Mestre podia dar expressão concreta e pictórica às ideias religiosas
abstratas. Considere, por um momento, a parábola do Grão de Mostarda. Jesus
disse:

O Reino dos céus é semelhante ao grão de mostarda que o


homem, pegando dele, semeou no seu campo; O qual é
realmente a mais pequena de todas as sementes; mas, crescendo,
é a maior das plantas, e faz-se uma árvore, de sorte que vêm as
aves dos céu, e se aninham nos seus ramos (Mt 13.31-32; Mc
4.30-32; Lc 13.18-19).

Nessa parábola curta, Jesus passou do assunto concreto conhecido (o grão de


mostarda) para o conhecido abstrato (o reino do céus). Como Jesus ilustrou a
verdade do progresso invisível e misterioso do Reino de Deus nos assuntos dos
homens? Veja o grão de mostarda! Parece ser a mais insignificante de todas as
sementes. Mesmo assim, no decurso do tempo ultrapassará em grandeza todas as
demais sementes. Assim acontece com o Reino dos céus. Era, segundo parecia, o mais
insignificante de todos os reinos. O que eram doze discípulos e um carpinteiro de
Nazaré em comparação com a elite religiosa de Israel, ou com o exército de Roma?
Apesar disso, esse mesmíssimo reino ultrapassará todos os outros.

Esse movimento interno do conhecido concreto para o desconhecido abstrato


fica evidente em todas as parábolas. O diagrama a seguir nos mostra claramente.

92 | TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO


17. Assinale cada alternativa correta.
a) Jesus foi a primeira pessoa que usou parábolas para ensinar verdades espirituais.
b) O grão de mostarda foi usado para ilustrar o progresso do Reino.
c) As parábolas progridem do conhecido concreto para o desconhecido abstrato.
d) Assim como o grão de mostarda, o Reino de Deus começou de modo
aparentemente insignificante.

Os discípulos perguntaram a Jesus, certa vez: “Por que lhes falas por parábolas?”
(Mt 13.10). Por que Jesus empregava parábolas? Alguns comentaristas têm dito que
Jesus usava parábolas a fim de ocultar dos ouvintes a verdade do reino. Pessoalmente,
acho difícil crer assim. Examinaremos esta questão um pouco mais de perto.

A razão de ser das parábolas

As parábolas não foram usadas simplesmente para apresentar verdades


teológicas. Seu objetivo primário era levar os ouvintes a tomar uma decisão pessoal no
tocante a Jesus Cristo. Conforme disse certo escritor: “As parábolas visavam forçar as
pessoas a tomar decisões a respeito de seu relacionamento com Jesus e levá-las a um
novo relacionamento com ele”. Jesus, portanto, não queria apenas que as pessoas
concordassem com determinada verdade. Queria que as pessoas se dedicassem a Ele
pessoalmente. A mensagem da Parábola do Reino estaria destituída de significado, e,
portanto, mistério desconhecido a todos aqueles que se recusam a reconhecer o Rei.

Jesus esboçou um princípio espiritual em Mt 13.12: “[...] àquele que tem, se


dará, e terá em abundância; mas aquele que não tem, até aquilo que tem lhe será
tirado”. A verdade espiritual nunca é neutra. Sempre visa fazer uma diferença na vida
da pessoa. Segundo este princípio, as parábolas tinham o propósito de resultar em uma
de duas coisas – a aceitação de Jesus Cristo ou a rejeição Dele. A aceitação de Jesus
resultará em um entendimento progressivamente mais profundo das verdades
espirituais. A rejeição de Jesus resultará na perda daquela consciência espiritual que a
pessoa possui. Precisamos enfatizar que as parábolas não podem ser compreendidas à
parte da aceitação pessoal de Jesus, o Rei.

18. Complete as informações a seguir sobre o movimento interno das parábolas:


a) Do conhecido para _______________________________________.
b) ___________________________________________ a Verdade espiritual.
c) Do Concreto para ________________________________________.

19. Jesus empregava parábolas a fim de


a) ocultar a verdade dos líderes religiosos.
b) manter Sua mensagem em segredo.
c) levar Seus ouvintes a uma decisão pessoal.
d) Todas as alternativas anteriores estão incorretas.

93 | LIÇÃO 5 : A MENSAGEM E O MINISTÉRIO DO REDENTOR


OBJETIVO 11 As parábolas e o Reino
Alistar as várias parábolas
segundo seu ensino a
respeito do Reino de Deus. As parábolas não tinham a intenção de ilustrar várias verdades diferentes. Pelo
contrário, há uma verdade comum que está no âmago de cada parábola. Esta verdade
central é o Reino de Deus. As parábolas ressaltam verdades específicas a respeito do
Reino de Deus. Estas verdades incluem a vinda do Reino, as bênçãos que estão
associadas com a chegada Dele, e as responsabilidades dos cidadãos do reino. Os
gráficos a seguir resumem os vários aspectos do Reino apresentados nas parábolas nos
Evangelhos Sinóticos.

94 | TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO


20. Cite os títulos de três parábolas que descrevem o crescimento do Reino de Deus.

95 | LIÇÃO 5 : A MENSAGEM E O MINISTÉRIO DO REDENTOR


21. Qual das parábolas a seguir não descreve a necessidade de estar constantemente
alerta?
a) Esperando o Mestre.
b) As dez virgens.
c) O ladrão na noite.
d) A ovelha perdida.

22. Depois de cada uma das parábolas alistadas a seguir, descreva a atitude que cada
uma delas ensina.
a) Edificando sobre a Rocha: _________________________________________
b) O tesouro oculto: _________________________________________
c) O juiz iníquo: _________________________________________
d) O bom samaritano: _________________________________________

23. Aliste quatro parábolas que descrevem a atividade de Deus no Reino.

Resumamos o que já estudamos nesta lição. O Reino de Deus foi o tema central
da mensagem de Deus ao povo de Israel. Ensinava que havia um duplo advento do
Reino. O Reino já havia chegado mediante a vida e o ministério de Jesus, e continuará
a ser manifesto através de Seu ministério na Igreja. Apesar disto, a manifestação final
da glória do eterno Reino do Messias será cumprido somente quando Ele voltar na sua
glória.

Para receber as bênçãos do Reino, era necessário um ato de arrependimento e


de fé em Jesus, o Messias. O povo de Israel rejeitou Jesus como seu Rei Messiânico e,
como consequência, perdeu sua parte no reino.

Aqueles que aceitaram Jesus como seu Messias não somente foram
abençoados com entendimento espiritual, como também receberam
responsabilidades espirituais. Essas responsabilidades foram delineadas em muitas
das parábolas.

OBJETIVO 12 O MINISTÉRIO DO REDENTOR


Definir o significado da morte
do Messias nos Evangelhos
Sinóticos. A seção final desta lição considerará o significado da morte de Jesus. De maneira
muito específica, Jesus veio morrer. Seu ministério foi cumprido na Sua morte na cruz.
Por isso, nosso alvo nesta seção será estudar aquilo que Jesus disse a respeito de Sua
morte.

96 | TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO


A missão redentora

A morte é a consequência da vida. Também faz parte da natureza humana a


inevitabilidade de Sua morte. Nos relatos dos Evangelhos sobre a missão de Jesus,
vemos algo diferente. Ele disse em certa ocasião: “O Filho do homem também não
veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc
10.45).

A missão de Jesus focalizava-se na Sua morte. Como o eterno Filho de Deus, no


entanto, Ele não tinha nenhuma necessidade interior de morrer. A necessidade de Sua
morte era externa à Sua natureza. Tinha a ver com a redenção do homem. Lemos nos
versículos acima, que Jesus veio “dar a sua vida em resgate de muitos”.

Por essa razão, Jesus falou do fato que Ele viera para morrer. O texto de Mc
8.31 cita assim as Suas palavras: “O Filho do homem será entregue nas mãos dos
homens, e matá-lo-ão; e, morto ele, ressuscitará ao terceiro dia”. Esse versículo
abrange os elementos essenciais de Sua missão de redenção: Seu sofrimento, Sua
rejeição pelos líderes religiosos de Israel, Sua morte e, finalmente, Sua ressurreição.
Jesus considerava necessário cada um destes elementos para o cumprimento de Sua
missão de redenção. Não era simples acidente da história, mas o próprio propósito de
Deus.

24. Aliste os elementos essenciais da missão redentora de Jesus, segundo Mc 8.31.

Até que ponto Jesus tinha consciência da natureza redentora de Sua morte
vindoura? Tem havido alguns comentaristas modernos que dizem que Jesus foi
apanhado desprevenido no Jardim do Getsêmani. Sendo assim, Jesus simplesmente
morreu como mártir de uma causa religiosa. É isso que o NT nos diz?

A consciência que Jesus tinha de Sua morte

Jesus sabia que viera para morrer. Sabia, ainda, que a Sua morte era para a
salvação dos homens. Qualquer pessoa que escutasse as palavras de Jesus no decurso
de Seu ministério entenderia que era assim que Ele interpretava a Sua morte vindoura.
O Calvário não apanhou Jesus desprevenido. Ele veio para isto mesmo.

Certa vez, perguntaram a Jesus por que Seus discípulos não jejuavam.
Respondeu: “Podem porventura andar tristes os filhos das bodas, enquanto o esposo
está com eles? Dias, porém, virão em que lhes será tirado o esposo e então jejuarão”
(Mt 9.15; Mc 2.19-20; Lc 5.34-35). A palavra tirado (paralamba?nw) significa remoção
violenta. Jesus sabia que não apenas os deixaria, como também seria levado à força do
meio deles.

97 | LIÇÃO 5 : A MENSAGEM E O MINISTÉRIO DO REDENTOR


O texto de Mt 16 marcou um ponto crucial no ministério de Jesus. Pedro tinha
confessado, por revelação, que Jesus era o Messias (Mt 16.16). Lemos, em seguida, no
versículo 21: “Desde então começou Jesus a mostrar aos Seus discípulos que convinha ir
a Jerusalém, e padecer muito dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e
ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia” (vide Mc 8.31 e Lc 9.22). Jesus tinha dado
anteriormente indicações veladas de Sua morte vindoura (tais como a remoção do Noivo).
Mas agora que os discípulos tinham consciência de Sua identidade como o Messias, Ele
começou a falar abertamente a respeito de Sua morte vindoura. As palavras de Jesus não
deixaram dúvidas. Ele não era o Messias da opinião popular judaica, que levaria a nação à
vitória contra os romanos. Ele era o Messias que morreria para redimir Seu povo dos seus
pecados. Jesus deu mais pormenores dos eventos que acompanhariam a Sua morte, à
medida que aquele dia se aproximava. O diagrama a seguir demonstra os maiores detalhes
que Jesus dava à medida que o dia de Sua morte se aproximava. Não pode haver dúvidas
de que Ele estava plenamente consciente daquilo que estava para acontecer.

25. Assinale cada alternativa correta.


a) Jesus começou a falar abertamente a respeito de Sua morte iminente depois da
confissão de Pedro em Mt 16.
b) A palavra tirado (Mt 9.15) indica uma remoção pela força.
c) No início, Jesus queria liderar Israel contra os soldados romanos.
d) Jesus não tinha consciência total dos detalhes das circunstâncias de Sua morte.

OBJETIVO 13 Por que Jesus tinha de morrer?


Relacionar os temas do
resgate e do concerto com
a morte de Cristo. Há dois conceitos que Jesus usava para interpretar a Sua morte.

A morte de Jesus foi um resgate

Voltemos às palavras de Jesus em Mt 20.28 e Mc 10.45. Jesus disse: “O Filho do


homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate
de muitos”. O que Jesus queria dizer com a palavra resgate? Qual associação esta
palavra tinha para as pessoas dos Seus dias?

98 | TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO


A palavra resgate é definida como o pagamento de um preço a fim de obter a
liberdade de alguém. Está associada com a ideia de redenção. Quando Jesus empregava
esta palavra, Ele fazia os judeus lembrar-se da grande promessa divina da redenção do
AT: “Eu sou o Senhor, e vos tirarei de debaixo das cargas dos egípcios, vos livrarei de
sua servidão e vos resgatarei com braço estendido e com juízos grandes” (Êx 6.6 e
também Êx 15.13; Sl 77.15; Sl 78.35). Israel foi redimido da escravidão no Egito e
recebeu a liberdade como o povo de Deus. A morte do cordeiro da Páscoa e o sangue
aspergido nas portas das casas judaicas indicavam que o preço da liberdade fora pago
na morte do substituto. Essa ideia do preço do resgate ser a morte de um substituto
acha-se em todas as partes do AT (Lv 17.11). A palavra hebraica koper que no AT é
traduzida por resgate, referia-se à remoção do pecado mediante o pagamento do
preço do resgate, pagamento este que é feito por um substituto. O livramento tinha
um preço. Os sacrifícios pelo pecado indicavam que este preço era a morte do animal
oferecido como substituto.

A morte de Jesus e o concerto

Jesus disse aos discípulos na instituição da ceia: “[...] isto é o meu sangue, o sangue
do NT, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados” (Mt 26.28; Mc 14.24; Lc
22.20). Com essas palavras, Jesus levou Seus discípulos de novo para o AT. Especificamente,
Ele lhes relembrava a promessa feita através do profeta Jeremias, de um novo concerto
entre Deus e Israel (Jr 31.31-34). Assim como o antigo concerto foi selado com sangue (Êx
24.8), assim também o novo concerto devia ser selado com sangue. Desta vez o sangue
não era de um animal oferecido como substituto, mas o sangue de Jesus. Há mais uma
verdade associada com a introdução desse novo concerto mediante o sangue sacrificial

99 | LIÇÃO 5 : A MENSAGEM E O MINISTÉRIO DO REDENTOR


de Jesus. O concerto relaciona-se especificamente com o perdão do pecado. Isaías
previu o dia em que o Servo de Deus seria o sacrifício pelo pecado (Is 53.10). Jeremias
profetizou a respeito do novo concerto que incluiria a provisão para o perdão dos
pecados (Jr 31.34). A associação entre as palavras de Jesus e essas antigas profecias do
AT pode ser ilustrada mediante o diagrama da página 99.

26. A morte do cordeiro na Páscoa


a) indicava que o preço da liberdade fora pago.
b) foi uma provisão vicária em favor dos homens.
c) foi a provisão do próprio Deus em resgate dos homens.
d) Todas as alternativas estão corretas.

27. Associe as três referências ao AT com seu respectivo ensino a respeito do Concerto.
____ a) Selado com sangue. 1. Jr 31.34
____ b) Incluía o perdão dos pecados. 2. Êx 24.8
____ c) O Servo do Senhor será o sacrifício. 3. Is 53.10

OBJETIVO 14 Como Jesus enfrentou a Sua morte


Descrever a atitude de Jesus
para com Sua morte.
Nosso estudo final do ministério de Jesus considerará sua atitude para com a
sua própria morte. Como Jesus enfrentava a Sua morte? Precisaremos limitar o nosso
estudo a três acontecimentos: o Jardim do Getsêmani, o grito de desamparo de Jesus
e o seu grito final de triunfo.

No Jardim do Getsêmani (Mt 26.36-44). Jesus não foi com indiferença


estoica para se encontrar com a morte. Ele sabia o que O esperava (Mt 26.28). No
Jardim do Getsêmani Jesus confrontou-se com o sofrimento e a morte que Lhe
esperavam. A intensidade daquilo que Ele experimentou no Jardim levou-o a suar
gotas de sangue (Lc 22.44). Não lemos a respeito de nenhuma entrega passiva a
uma sina inevitável. Não! Jesus foi orando até chegar a uma entrega total e final ao
propósito redentor do Pai.

O grito de desamparo de Jesus (Mc 15.34)

Em Mc 15.34 lemos: “E, à hora nona, Jesus exclamou com grande voz,
dizendo: Eloí, Eloí, lamá sabactani? que, traduzido, é: Deus meu, Deus meu por que
me desamparaste?” Jesus bebeu totalmente o cálice da ira de Deus contra o
pecado. Dalguma maneira misteriosa Jesus experimentou a plenitude da ira de
Deus contra o pecado. Estas palavras foram faladas por Jesus enquanto Deus
colocava sobre Ele “os pecados de todos nós” (Is 53.4-6). A agonia da cruz era
muito mais do que física. Havia, ainda, a agonia associada com a condição espiritual
dos homens. Com esse grito de desamparo – uma citação direta do Sl 22.1 – Jesus
tornou muito claro que Ele tomara sobre si a condição espiritualmente perdida dos
homens.

100 | TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO


Façamos uma pausa em nosso estudo, e leiamos o seguinte comentário sobre
essas palavras:

Aquele que veio da parte de Deus foi abandonado por Deus [...]
Esta palavra expressa a consumação de todos os sofrimentos de
nosso Senhor. Estas exatas palavras dos seus lábios benditos,
enquanto as trevas escureceram a cruz. Elas nos trazem face a face
com as profundezas insondáveis de sua obra de carregar nossos
pecados, sendo que sobre Ele foram colocados os pecados de todos
nós [...] O imaculado suportou a ira do Deus justo. (Arno C.
Gaebelein)

O grito de triunfo de Jesus (Jo 19.30)

“Está consumado”. Estas são as últimas palavras de Jesus na cruz. Jesus não
estava expressando nenhum tipo de entrega passiva ao poder da morte. Este
versículo inteiro exala a verdade do triunfo da cruz. João nos diz, por exemplo que
Jesus inclinou a cabeça. Há um ambiente de paz nesta declaração que é ecoado por
Jesus nas palavras registradas por Lucas: “Pai nas tuas mãos entrego o meu espírito”
(Lc 23.46).

Finalmente João nos diz que Jesus “entregou o espírito”. A vida de Jesus não
lhe foi arrebatada à força. Ele a ofereceu, Ele deu a Sua vida. Jesus predisse esta
verdade em Jo 10.17-18: “Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para
tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho
poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la [...]”. Voltando às palavras de Jesus
em Jo 19.30, notamos que a palavra consumado pode ser traduzida: “foi consumado
e permanecerá para sempre consumado”. Nada deve ser acrescentado àquilo que
Jesus fez na cruz do Calvário. A morte de Jesus foi a consumação perfeita do
programa divino da redenção.

28. Assinale cada alternativa correta.


a) A experiência no Jardim do Getsêmani nos conta que Jesus conseguia isolar-se
emocionalmente daquilo que estava para acontecer.
b) O Jardim do Getsêmani marcou a entrega final e total de Jesus à vontade do Pai.
c) A agonia da cruz era puramente física.
d) Jesus, na cruz, citou Salmo 22.1.
e) A vida não foi arrancada de Jesus; Ele mesmo a entregou.

A Unidade 3, retomará o tema da Redenção. Veremos como a Igreja passou por


todo o mundo então conhecido, levando essa mensagem da redenção. Consideraremos
o conteúdo teológico das cartas de Paulo. Antes de deixarmos os Evangelhos, no
entanto, examinaremos o Evangelho segundo João e consideraremos seus ensinos a
respeito do Deus da nossa redenção.

101 | LIÇÃO 5 : A MENSAGEM E O MINISTÉRIO DO REDENTOR


AUTOTESTE MÚLTIPLA ESCOLHA: Assinale apenas uma alternativa por questão.
MÚLTIPLA

1. O Reino de Deus é
a) a nação de Israel.
b) o papel da Igreja na comunidade.
c) a manifestação da autoridade soberana de Deus.
d) o não envolvimento com os assuntos das nações gentias.

2. A palavra teocêntrico significa


a) o homem como o centro de todas as coisas.
b) centralizado em Deus.
c) que Deus não está envolvido na história humana.
d) Todas as alternativas anteriores estão incorretas.

3. O ministério da libertação, exercido por Jesus


a) demonstrava a vinda do Reino de Deus.
b) foi profetizado nos livros Apócrifos.
c) era uma expressão de Sua vitória sobre Satanás.
d) a) e c) estão corretas.

4. O ministério da cura, exercido por Jesus


a) era um cumprimento de uma das menções proféticas de Malaquias.
b) atuava como resposta à fé.
c) foi limitado em Nazaré por falta de fé.
d) Todas as alternativas anteriores estão corretas.

5. Conforme Mt 7.21
a) o Reino de Deus pertence somente a Israel.
b) a cidadania no Reino de Deus é o direito de todos.
c) a entrada no Reino de Deus é mediante a obediência à Lei Oral.
d) Todas as alternativas anteriores estão incorretas.

6. O movimento interno nas parábolas pode ser descrito como


a) do conhecido para o desconhecido.
b) do aspecto físico para o espiritual.
c) do aspecto concreto para o abstrato.
d) Todas as alternativas anteriores estão corretas.

102 | TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO


RESPOSTAS ÀS QUESTÕES DE ESTUDO

1. d) 22. a) decisão pessoal;


b) ação radical;
15. d) c) alerta constante;
d) ação radical.
2. b), d), e)
9. a) e b)
16. b), g), h)
23. a) Os trabalhadores da vinha;
3. d) b) Os talentos;
c) A ovelha perdida;
17. b), c), d) d) O filho pródigo.

4. c) 10. c)

18. a) Desconhecido; 24. Sua própria resposta.


b) A realidade física para;
c) o abstrato. 11. a)

5. a), b) 25. a) e b)

19. c) 12. c)

6. centralizado em Deus 26. d)

20. a) O semeador; 13. a), b), f) e g)


b) O grão de mostarda;
c) O fermento. 27. a) 2
b) 1
7. d) c) 3

21. d) 14. Sua própria resposta

8. b), c), d) e e) 28. b), d) e e)

103 | LIÇÃO 5 : A MENSAGEM E O MINISTÉRIO DO REDENTOR

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