Ernesto Geisel
Ernesto Geisel
Ernesto Geisel
Dois de seus irmãos também ingressaram na carreira das armas e tornaram-se generais: Henrique Geisel e
Orlando Geisel, que chegou a ser ministro do exército durante o governo de Emílio Garrastazu Médici.
Início de carreira
Ernesto Geisel ingressou no Colégio Militar de Porto Alegre em
1921 e em 1928 formou-se oficial na Escola Militar de Realengo.
Participou de ações militares na Revolução de 1930 como
tenente.[9] Fez parte das tropas federais que combateram a
Revolução Constitucionalista, de 1932.
Em 1940 Geisel casou com sua prima de primeiro grau, Lucy, com
quem teve dois filhos: Amália e Orlando, este último falecido num
acidente de trem em 1957.[10]
Vida política
Na década de 1950, Geisel comandou a guarnição de Quitaúna e
gerenciou a refinaria de Cubatão, ambas no estado de São Paulo. Geisel e Getúlio Vargas. Recife,
Durante este período, ele estreitou suas ligações com o grupo militar 1940.
que mais tarde seria conhecido como "Sorbonne", ligado à Escola
Superior de Guerra.[9]
Geisel sempre teve interesse na área de extração petrolífera, tendo dirigido a refinaria de Cubatão em 1956,
a Petrobras (1969 a 1973) e, após 1979, a Norquisa, depois de ter deixado a presidência da República.
Com a posse de Costa e Silva na presidência, Geisel caiu no ostracismo político. No governo de Emílio
Médici tornou-se presidente da Petrobras, enquanto seu irmão Orlando Geisel se tornou o ministro do
Exército.[5] O apoio do irmão Orlando foi decisivo para que Médici o escolhesse como candidato à
presidência da república para o mandato de 1974-1979.[5]
Presidente da República
Lançado oficialmente candidato da ARENA à presidência em 18 de junho de 1973, foi eleito presidente
com 400 votos, contra 76 do "anticandidato" Ulysses Guimarães, do MDB, em 15 de janeiro de 1974.[4][9]
Geisel dedicou-se à abertura política, articulada pelo general Golbery do Couto e Silva, que encontrou
resistência nos militares da chamada linha-dura, sendo que o episódio mais dramático foi a demissão do
ministro do exército, Sylvio Frota, em 12 de outubro de 1977.
Em 1977, em Sarandi, acontece uma invasão de terras na fazenda Annoni que dá início ao MST existente
até hoje.[9]
Outro fato marcante foi a exoneração do General Ednardo D'Ávila Mello, comandante do II Exército, após
as mortes do jornalista Wladimir Herzog, em 1975, e do metalúrgico Manuel Fiel Filho, em 1976, em
dependências militares paulistas.
Geisel conseguiu fazer seu sucessor João Figueiredo, que continuou a abertura política do país.
Condecorações
Em 1 de junho de 1977 foi agraciado pelo estado português, com o Grande-Colar da Ordem Militar de
Sant'Iago da Espada e em 13 de fevereiro de 1979 foi agraciado com o Grande-Colar da Ordem do Infante
D. Henrique.[15]
Memorando da CIA
Um memorando da CIA afirma que o general conhecia e autorizou a execução de opositores durante a
ditadura militar. Esse documento, de 11 de abril de 1974, foi elaborado pelo então diretor da CIA, William
Egan Colby, e endereçado ao secretário de Estado dos EUA, Henry Kissinger, tendo sido revelado no
Brasil em maio de 2018, pelo pesquisador Matias Spektor, da Fundação Getúlio Vargas, quando foi tornado
público pelo governo americano. O texto se refere a um suposto encontro, em 30 de março de 1974, entre
Geisel, João Batista Figueiredo, então chefe do Serviço Nacional de Informações, e os generais Milton
Tavares de Souza e Confúcio Danton de Paula Avelino, que trabalhavam no Centro de Inteligência do
Exército (CIE). O general Milton, segundo o documento, disse que o Brasil não poderia ignorar a "ameaça
terrorista e subversiva", e que "os métodos extralegais deveriam continuar a ser empregados contra
subversivos perigosos". Além disso, Geisel teria dito ao general Figueiredo que a política deveria continuar,
mas que se deveria tomar "muito cuidado para assegurar que apenas subversivos perigosos fossem
executados". Ainda conforme o memorando, todas as execuções deveriam ser aprovadas por Figueiredo,
sucessor de Geisel até 1985. Partes do documento permanecem em sigilo.[16]
Segundo os dados da Comissão Nacional da Verdade (CNV), 89 pessoas morreram ou desapareceram no
Brasil por motivos políticos, a partir de 1º de abril de 1974, a data posterior àquela em que o encontro dos
generais teria ocorrido, isto é, desde que Geisel teria autorizado a execução de opositores. Além disso,
houve onze pessoas que podem ter morrido ou desaparecido e possivelmente muitos casos que não foram
registrados. Conforme o relato divulgado, Geisel pediu para pensar durante o fim de semana de 1974.
Então, no dia 1º de abril, ele e Figueiredo decidiram implantar as ações propostas, mas destacaram que
apenas "subversivos perigosos" deveriam ser executados. Figueiredo concordou com a consulta ao
presidente quando o CIE apreendesse uma pessoa. As informações sobre as vítimas do regime militar estão
nos relatórios da CNV, que foi criada para apurar violações de diretos humanos entre 1946 e 1988. A
informação agora disponível muda a imagem de Geisel, antes tido como moderado, visto que se pensava
que as execuções ocorriam contra a sua vontade.[17][18]
No entanto, fontes dos Estados Unidos reforçam trecho do memorando da CIA de 1974 no qual o então
diretor da agência, William Colby, disse que o Presidente Geisel buscaria ter o controle sobre o principal
órgão de repressão do Exército, o CIE (Centro de Informações do Exército). Esse fato efetivamente
aconteceu, o que confirma a ação fundamental do Presidente na abertura política.[19]
Em 1997, a Fundação Getúlio Vargas publicou a transcrição de seu depoimento, no qual narrou sua vida
particular, militar e política.
Depois de deixar a presidência, Geisel passou a alternar sua residência entre dois locais: um apartamento no
Edifício Debret,[20] no bairro Ipanema, residência na qual morou até a sua morte, e uma granja de sua
propriedade na cidade de Teresópolis,[21] chamada de "Sítio dos Cinamomos", que depois foi vendido por
sua filha Amália.[carece de fontes?]
Morte
Bibliografia
Brasileiro, Fundação
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Presidente Geisel À Cemitério Evangélico de Porto
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Ver também
Ministros do Governo Geisel
Governo Geisel
Referências
1. A Ditadura Derrotada, Elio Gaspari, p. 361 e 362. "Luterano por hábito familiar, o general era
um agnóstico discreto e anticlerical assumido. Acreditava quando muito na existência de
uma força criadora do universo, a qual, no entanto, seria um ente da física, não uma
divindade. Nunca se dirigira ao sobrenatural. Entendia as religiões como sacrários de
princípios. Lembrava-se dos padres de Bento Gonçalves ameaçando com o inferno quem
entrasse em templo protestante, da professora primária ensinando que a Santa Madre era a
Igreja “única e verdadeira”. Em condições normais, Geisel era anticlerical por agnóstico.
Com uma Igreja na oposição, à sua esquerda, por convicção."
2. Renato Cancian. « "Distensão", oposições e crise econômica» (http://educacao.uol.com.br/hi
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4. «Geisel eleito, por 400 votos a 76» (http://acervo.folha.uol.com.br/fsp/1974/01/16/2/). Folha
de S.Paulo. 16 de janeiro de 1974. Consultado em 22 de março de 2016
5. Antonio Gasparetto Junior (9 de setembro de 2008). «Governo de Ernesto Geisel» (http://ww
w.infoescola.com/historia-do-brasil/governo-de-ernesto-geisel/). InfoEscola. Consultado em
25 de agosto de 2012
6. KOIFMAN, Fábio. Presidentes Do Brasil: De Deodoro A FHC.
7. D'ARAUJO, Maria Celina. Ernesto Geisel.
8. GASPARI, Elio. A Ditadura Derrotada. São Paulo:Companhia da Letras, 2003. p.29
9. Rainer Sousa. «Governo Geisel (1974-1979)» (http://www.brasilescola.com/historiab/ernesto
-geisel.htm). R7. Brasil Escola. Consultado em 25 de agosto de 2012
10. «Morte de Lucy Markus Geisel» (http://veja.abril.com.br/150300/datas.html). 15 de março de
2000. Consultado em 13 de dezembro de 2010
11. «GDP growth (annual %) | Data» (http://data.worldbank.org/indicator/NY.GDP.MKTP.KD.ZG?l
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12. «Inflação e Dívida Pública» (http://www.r7.com/r7/media/2014/20140331-info-ditadura/20140
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13. «Ernesto Geisel» (http://educacao.uol.com.br/biografias/ernesto-geisel.jhtm). Educacao
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14. «Lei nº 6.515, de 28 de junho de 1977» (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6515.htm).
Planalto. Consultado em 12 de novembro de 2017
15. «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas» (http://www.ordens.presiden
cia.pt/?idc=154). Resultado da busca de "Ernesto Geisel". Presidência da República
Portuguesa. Consultado em 24 de março de 2016
16. «Em memorando, diretor da CIA diz que Geisel autorizou execução de opositores durante
ditadura» (https://g1.globo.com/politica/noticia/em-memorando-diretor-da-cia-diz-que-geisel-
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Consultado em 11 de maio de 2018
17. «89 morreram ou desapareceram após reunião relatada pela CIA em que Geisel autoriza
mortes; veja lista» (https://g1.globo.com/politica/noticia/mais-de-80-morreram-ou-desaparece
ram-na-ditadura-apos-geisel-autorizar-a-execucao-de-subversivos-perigosos-veja-lista.ghtm
l). G1. 12 de maio de 2018. Consultado em 12 de maio de 2018
18. Marília Marques (11 de maio de 2018). «Memorando da CIA reforça que imagem de
'moderado' de Geisel era falsa, dizem historiadores» (https://g1.globo.com/politica/noticia/me
morando-da-cia-reforca-que-imagem-de-moderado-de-geisel-era-falsa-dizem-historiadores.
ghtml). G1. Consultado em 12 de maio de 2018
19. «Geisel quis controlar repressão, dizem EUA» (https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/0
5/geisel-quis-controlar-repressao-dizem-eua.shtml). FSP. 16 de maio de 2018. Consultado
em 19 de maio de 2018
20. GASPARI, Élio. A Ditadura Acabada. Editora Intrínseca, 2016
21. Folha de S.Paulo. "Patrimônios presidenciais". Coluna de Mário Sergio Conti. 02/02/2016 (h
ttps://www1.folha.uol.com.br/colunas/mariosergioconti/2016/02/1736079-patrimonios-presid
enciais.shtml)
22. Folha online (12 de setembro de 1996). «Geisel será enterrado no Rio nesta sexta» (http://w
ww1.folha.uol.com.br/fol/pol/geisel/g120996.htm). Consultado em 1 de julho de 2016
Ligações externas
Posse do Presidente Ernesto Geisel (1974) (https://www.youtube.com/watch?v=To4gg0oOJ
Xw) no You Tube
«O governo Geisel na página oficial da Presidência da República do Brasil» (http://www.pre
sidencia.gov.br/info_historicas/galeria_pres/galgeisel/galgeisel/integrapresidente_view/)
«Mensagem ao Congresso Nacional 1975» (http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u1336/contents.htm
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«Mensagem ao Congresso Nacional 1976» (http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u1337/contents.htm
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«Mensagem ao Congresso Nacional 1977» (http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u1355/contents.htm
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«Mensagem ao Congresso Nacional 1979» (http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u1356/contents.htm
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CPDOC-FGV. Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro.Ernesto Geisel: biografia (https://we
b.archive.org/web/20091205034448/http://www.cpdoc.fgv.br/dhbb/verbetes_htm/2304_1.as
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