Alguns Poemas Românticos - CRRGD
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Canção do exílio
Modinha do exílio
CANTO IV
Luci Collin (in A palavra Algo. São Paulo: Iluminuras, 2016. p. 67),
Navio Negreiro (fragmento)
V
Senhor Deus dos desgraçados! São os filhos do deserto,
Dizei-me vós, Senhor Deus! Onde a terra esposa a luz.
Se é loucura... se é verdade Onde vive em campo aberto
Tanto horror perante os céus?! A tribo dos homens nus...
Ó mar, por que não apagas São os guerreiros ousados
Co'a esponja de tuas vagas Que com os tigres mosqueados
De teu manto este borrão?... Combatem na solidão.
Astros! noites! tempestades! Ontem simples, fortes, bravos.
Rolai das imensidades! Hoje míseros escravos,
Varrei os mares, tufão! Sem luz, sem ar, sem razão. . .
SOBRAL, Cristiane. Terra negra. Rio de Janeiro: Editora Malê, 2017. p. 97.
A canção do africano
(fragmento)
Lá na úmida senzala,
Sentado na estreita sala, “Aquelas terras tão grandes,
Junto ao braseiro, no chão, Tão compridas como o mar,
Entoa o escravo o seu canto, Com suas poucas palmeiras
E ao cantar correm-lhe em pranto Dão vontade de pensar…
Saudades do seu torrão…
“Lá todos vivem felizes,
De um lado, uma negra escrava Todos dançam no terreiro;
Os olhos no filho crava, A gente lá não se vende
Que tem no colo a embalar… Como aqui, só por dinheiro.”
E à meia voz lá responde
Ao canto, e o filhinho esconde, O escravo calou a fala,
Talvez pra não o escutar! Porque na úmida sala
O fogo estava a apagar;
“Minha terra é lá bem longe, E a escrava acabou seu canto,
Das bandas de onde o sol vem; Pra não acordar com o pranto
Esta terra é mais bonita, O seu filhinho a sonhar!
Mas à outra eu quero bem!
CASTRO ALVES.
“O sol faz lá tudo em fogo, Disponível em:
Faz em brasa toda a areia; <http://www.dominiopublico.gov.br/
Ninguém sabe como é belo download/texto/jp000009.pdf>.
Ver de tarde a papa-ceia! Acesso em: 20 ago. 2020.