Lei 811290 II

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DIREITO ADMINISTRATIVO

Lei n. 8.112/1990 II
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LEI N. 8.112/1990 II
Seção II
Da Nomeação
Art. 9º A nomeação far-se-á:
I – em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou
de carreira;

Três anos após ocupar o cargo efetivo o servidor adquire a estabilidade. A estabili-
dade está prevista no art. 41 da Constituição Federal.

II – em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos.


(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

O cargo em comissão é chamado de cargo “ad nutum”, que significa de livre nomea-
ção e livre exoneração.

Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza es-


pecial poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de
confiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que
deverá optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade. (Re-
dação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

O art. 37, V, da Constituição Federal menciona a função de confiança e o cargo em


comissão. As funções de confiança são exercidas exclusivamente por servidores que
ocupam cargos efetivos.

Se uma questão afirmar que um indivíduo exerce cargo de confiança, automaticamente


você deve deduzir que ele é concursado.
No caso de a questão mencionar que o sujeito exerce um cargo em comissão, é relevante
lembrar que, conforme disposição na Constituição Federal, um percentual desses cargos é
destinado a servidores ocupantes de cargos efetivos.
Logo, os cargos em comissão podem ser ocupados por servidores de cargos efetivos ou não.

A Súmula Vinculante n. 13 trata da vedação ao nepotismo, que é aplicada aos que


ocupam cargos administrativos. Ela não é aplicada aos que ocupam cargos políticos,
como secretários municipais e estaduais.
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Recentemente, o texto da Súmula Vinculante n. 13 foi inserido na Lei de Improbidade


(Lei n. 8.429/1992), no art. 11, XI. Portanto, o nepotismo é um dos atos de improbidade
que atenta contra os princípios da administração pública.

Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo
depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títu-
los, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade.

A previsão do concurso público é a consagração do princípio da impessoalidade.


O concurso não pode ser apenas de títulos, pois não é uma seleção pública, a nomea-
ção em questão é para cargo público.

Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do ser-


vidor na carreira, mediante promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as di-
retrizes do sistema de carreira na Administração Pública Federal e seus regulamen-
tos. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

A promoção pode ocorrer por antiguidade ou merecimento e diferencia-se da pro-


gressão, pois implica uma mudança de classe. A progressão ocorre dentro da mesma
classe ou categoria. Por exemplo, considere as classes A e B. A classe A possui os níveis
1, 2, 3 e 4. Se o servidor passou do nível 1 para o nível 2, ele progrediu. Se ele mudou da
classe A para a classe B, ele foi promovido.

Seção III
Do Concurso Público
Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado em
duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de
carreira, condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no
edital, quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção
nele expressamente previstas. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser prorro-
gado uma única vez, por igual período.

O art. 37, IV, da Constituição Federal também prevê essa validade para o con-
curso público.
A validade máxima de um concurso público é de 4 anos.

§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados


em edital, que será publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande
circulação.

A publicação do edital é um desdobramento do princípio da publicidade. Ela é obriga-


tória quando o ato produz efeitos externos.
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§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concur-


so anterior com prazo de validade não expirado.

De acordo com o texto constitucional, durante o prazo improrrogável do concurso, os


novos aprovados serão chamados com prioridade em relação aos antigos.
O prazo improrrogável de um concurso com validade de 2 anos + 2 anos, por exemplo,
são os últimos 2 anos.
A administração tem até o final da validade do concurso para convocar os candidatos
aprovados dentro do número de vagas.

Seção IV
Da Posse e do Exercício
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão
constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao
cargo ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das
partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei.
§ 1º A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de
provimento.
§ 2º Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicação do ato de provi-
mento, em licença prevista nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses
dos incisos I, IV, VI, VIII, alíneas “a”, “b”, “d”, “e” e “f”, IX e X do art. 102, o prazo será
contado do término do impedimento.
§ 3º A posse poderá dar-se mediante procuração específica.

É possível tomar posse mediante procuração, mas não é possível entrar em exercício
por procuração.

§ 4º Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação.


15m

Ordem: Nomeação → Posse → Exercício.


Há o prazo de 30 dias para a posse.

§ 5º No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que cons-


tituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, em-
prego ou função pública.

Em regra, o servidor não pode acumular cargos, empregos ou funções.


Exceções (art. 37, XVI, da Constituição Federal):

• Dois cargos de professor.


• Cargo de professor + cargo técnico-científico.
• Cargo de professor + cargo na área da saúde.

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Em todos esses casos deve haver compatibilidade de horários.


Além disso, os magistrados e membros do Ministério Público também podem acu-
mular seus cargos com um cargo de professor; membros das Forças Armadas podem ter
outro cargo na área da saúde; e policiais militares e bombeiros militares também podem
se enquadrar nas exceções do art. 37, XVI, acumulando seus cargos com outro cargo de
professor, técnico-científico ou da área da saúde.
§ 6º Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse não ocorrer no prazo
previsto no § 1º deste artigo.
Se o servidor não aparecer para tomar posse em até 30 dias, a nomeação será tor-
nada sem efeito.

A banca pode afirmar que, caso o servidor não apareça para a posse, ele poderá ser exonerado.
Na verdade, a exoneração (de ofício) somente pode ocorrer se o servidor não entrar em
exercício após tomar posse.

Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial.
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e
mentalmente para o exercício do cargo.
Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da
função de confiança.
§ 1º É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar
em exercício, contados da data da posse.
§ 2º O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua
designação para função de confiança, se não entrar em exercício nos prazos previs-
tos neste artigo, observado o disposto no art. 18.
20m

Em suma:

• Foi nomeado e não tomou posse: nomeação sem efeito.


• Tomou posse e não entrou em exercício: exoneração de ofício.

§ 3º À autoridade competente do órgão ou entidade para onde for nomeado ou


designado o servidor compete dar-lhe exercício.
§ 4º O início do exercício de função de confiança coincidirá com a data de publica-
ção do ato de designação, salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado
por qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após
o término do impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da publicação.

É importante memorizar esses prazos.

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Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exercício serão registra-


dos no assentamento individual do servidor.

Tudo o que ocorre com o servidor é registrado em seu assentamento individual, inclu-
sive as penalidades.
Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apresentará ao órgão competente
os elementos necessários ao seu assentamento individual.
O servidor deve apresentar sua declaração de renda para que a administração con-
trole sua evolução patrimonial, evitando enriquecimento ilícito.

Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo
posicionamento na carreira a partir da data de publicação do ato que promover o
servidor. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

A promoção é vertical e a progressão é horizontal. Exemplo:

Classe B 1 2 3
Classe A 1 2 3

O servidor ingressa na Classe A e no nível 1. Quando ele passa do nível 1 para o 2 e do


2 para o 3, ocorre uma progressão. Quando o servidor passa da Classe A para a Classe B,
ocorre uma promoção.

Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido
removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá,
no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, contados da publicação do ato,
para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse
prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede.
25m § 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou afastado legalmente, o
prazo a que se refere este artigo será contado a partir do término do impedimento.
§ 2º É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos no caput.
Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em razão das atribui-
ções pertinentes aos respectivos cargos, respeitada a duração máxima do trabalho
semanal de quarenta horas e observados os limites mínimo e máximo de seis horas
e oito horas diárias, respectivamente. (Redação dada pela Lei n. 8.270, de 17.12.91)

A Constituição prevê que os trabalhadores em geral devem ter a carga máxima de 44


horas semanais trabalhadas.
Em contrapartida, os servidores têm a matriz de, no máximo, 40 horas semanais.

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§ 1º O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança submete-se a regi-


me de integral dedicação ao serviço, observado o disposto no art. 120, podendo ser
convocado sempre que houver interesse da Administração. (Redação dada pela Lei
n. 9.527, de 10.12.97)
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica a duração de trabalho estabelecida em
leis especiais. (Incluído pela Lei n. 8.270, de 17.12.91)

Se houver uma legislação específica para a carreira, os termos do art. 19 não serão
contemplados.

Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efe-
tivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses,
durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desem-
penho do cargo, observados os seguinte fatores: (vide EMC n. 19)
I – assiduidade;
II – disciplina;
III – capacidade de iniciativa;
IV – produtividade;
V – responsabilidade.

Segundo o Supremo Tribunal Federal, o prazo do estágio probatório é o mesmo da


estabilidade, ou seja, 3 anos.
A Emenda n. 19, após alterar o art. 41 da Constituição, prevê o prazo de 3 anos para
a aquisição da estabilidade.
30m

1. (INSTITUTO AOCP/IFMA/2023) Sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da


União, das autarquias e das fundações públicas federais, assinale a alternativa correta
de acordo com a Lei Federal n. 8.112/1990.
a. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará
sujeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua
aptidão e sua capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo.
b. O servidor habilitado, empossado e estável pode perder o cargo em virtude de sentença
judicial recorrível ou de processo administrativo disciplinar, mesmo que não lhe tenha sido
assegurada ampla defesa.
c. A nomeação para cargo público ocorre com a assinatura do respectivo termo, no qual
deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao
cargo ocupado.
d. É de 24 (vinte e quatro) meses, contados da data da posse, o prazo máximo para o servidor
empossado entrar em efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função
de confiança.
e. Para investidura em cargo público, exige-se idade mínima de 21 (vinte e um) anos.

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a) O item apresenta uma informação correta, pois o enunciado pediu para o candidato se
basear na Lei Federal n. 8.112/1990.
b) A sentença não é recorrível, é transitada em julgado.
c) O item apresenta uma informação equivocada.
d) O prazo é de 15 dias.
e) A idade mínima é 18 anos.

GABARITO
1. a

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Gustavo Brígido.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-
tura exclusiva deste material.

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