Calendário Litúrgico Metodista

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O Calendário Litúrgico Cristão

O Calendário Litúrgico Cristão é um pre- encarnação do verbo é fundamental na


cioso instrumento estabelecido ao longo doutrina cristã.
dos anos, ainda nos primeiros séculos do
cristianismo, com o abjetivo de ajudar a Igreja • Ciclo da Páscoa: é o tempo festivo que dá
Cristã a celebrar didaticamente a história da origem ao calendário cristão, composto da
salvação em Jesus no ciclo de um ano. Quaresma, Semana Santa, Tempo Pascal e
Pentecostes. Também é muito importante,
A história da salvação é o conteúdo bíblico por fundamentar os grandes feitos da obra
e referencial para os cultos realizados de redenção em Cristo Jesus.
pela Igreja Cristã. Essa história é contada
ciclicamente durante o ano cristão, quando • Tempo Comum: é dividido em duas
celebramos a história de Jesus, a começar partes e enfatiza que Deus não é Senhor
pelas promessas e a expectativa de sua vinda; apenas nos grandes e extraordinários
sua vida e seus ensinamentos; sua paixão, acontecimentos, mas é Deus e age também
morte e ressurreição; sua presença espiritual nas pequenas coisas e no quotidiano da vida
na Igreja e na vida das pessoas; como das pessoas e das comunidades. A 1ª parte
também, a espera pela sua segunda vinda na (após Epifania), enfatiza o anúncio do reino
consumação do seu reino de amor e justiça. de Deus, enquanto que a 2ª parte (após
Pentecostes), enfatiza a vivência do reino de
O Calendário Litúrgico Cristão é muito Deus (Anuário Litúrgico 2007, p. 107-113).
simples, composto de dois ciclos festivos ou Observar os tempos do Calendário Litúrgico
extraordinários e dois tempos comuns ou
ordinários, pode ser resumido assim: Cristão significa o cuidado de celebrar os
• Ciclo do Natal: é o tempo festivo que feitos salvíficos de nosso Deus, desde a
criação até as promessas e expectativa da
abre o ano litúrgico, composto do Advento, consumação do seu reino, especialmente na
Natal, Epifania e Batismo do Senhor, celebra vida e na obra de seu filho Cristo Jesus.
a espera, o nascimento e o
início do ministério de Editor
Jesus com o seu
batismo. Muito Gráfico produzido por Marcos
importante, Brescovici para a Faculdade
uma vez de Teologia/UMESP a
que a partir das indicações
encaminhadas por
Jonadab D. Almeida.
Os Tempos Litúrgicos Especiais na celebração do
povo de Deus
Jonadab Domingues de Almeida

O tempo da liturgia é a história da salvação, história da salvação em Jesus, no ciclo de um


que nos reporta aos feitos salvíficos ano. O conteúdo desse precioso instrumento é
de nosso Deus. Desde o seu início, a a história da salvação, estruturada em dois
Igreja Cristã observa o tempo nas suas tempos especiais, também chamados de
celebrações, com muitas referências às horas “festivos” ou “extraordinários” – Natal e
do dia, às vigílias da noite, aos dias da semana, Páscoa –, e o Tempo Comum.
aos meses do ano, etc. Isso denota o cuidado
O primeiro tempo especial – o Ciclo do Natal
e compromisso da comunidade que celebra
os acontecimentos históricos fundamentais – é o tempo festivo que abre o ano litúrgico,
da história da salvação, fundamentada sendo composto pelo Advento, Natal, Epifania
nos relatos do Primeiro e Segundo e Batismo do Senhor. É quando a Igreja celebra
Testamentos, que descrevem a espera, o nascimento e o início do
a ação salvadora de Deus ministério de Jesus. Um tempo
em Cristo Jesus, desde litúrgico muito importante,
a criação até a uma vez que a encarnação
consumação futura do Verbo é fundamental
do seu reino de
na doutrina cristã.
amor e justiça.
Inicia-se logo após o
Ao celebrar domingo de Cristo
a história da Rei, celebrado no
salvação, a final do Tempo
comunidade Comum – segunda
de fé relembra, parte –, e se encerra
atualiza e espera, com a Epifania,
indicando que celebrada no dia 06
memória, atualização de janeiro, e o Batismo
e esperança salvífica são do Senhor, celebrado no
referenciais indispensáveis domingo seguinte à Epifania.
a serem considerados pelos
e pelas dirigentes e pelo povo que se A celebração do Natal no dia 25
põe em serviço na presença e em nome de de dezembro “teve origem em meados
Deus. Neste sentido, a celebração litúrgica do século IV d.C”, e foi aceita como festa
da comunidade de fé deve ser situada, com cristã “no século VI d.C.”, com a finalidade
equilíbrio, no tempo passado (memória), no original de “afastar os fiéis da festa pagã
tempo presente (atualização) e no futuro ‘natale solis invictus’ (deus sol invencível),
(esperança). e passou a significar a chegada do Messias,
o ‘Sol da justiça’ (cf. Ml. 4,2) já anunciado
Formado a partir de um processo de
e aguardado no Advento” (RAMOS,
reflexão e sistematização do cristianismo 2007, p.107). Natal significa “nascimento”
desde os séculos I ao IV da Era Cristã, o e nele é celebrado “o verbo que se fez
Calendário Litúrgico tem o propósito de ajudar carne e habitou entre nós” (Jo. 1,14). Um
a Igreja Cristã a celebrar didaticamente a tempo especial, muito importante para a
Igreja afirmar sua fundamental doutrina
da encarnação do Verbo, ressaltando a reino de Deus; e a segunda parte, que vai do
humanidade de Cristo e a salvação que nele é Pentecostes ao Advento e enfatiza a vivência
absoluta. do reino de Deus (RAMOS, 2007, p. 107-113).
O segundo tempo especial – o Ciclo da Páscoa Observar os tempos do Calendário
–, dá origem ao Calendário Cristão, sendo Litúrgico Cristão é ter o cuidado de celebrar
composto pela Quaresma, Semana Santa, didaticamente os feitos salvíficos de nosso
Tempo Pascal e Pentecostes. Também é muito Deus, desde a criação até as promessas e
importante, por lembrar e enfatizar os grandes expectativa da consumação do seu reino,
feitos da obra de redenção em Cristo Jesus. A especialmente na vida e obra de seu filho
partir da Páscoa, constitui-se todo o Calendário Cristo Jesus. Os tempos Especiais nos
Litúrgico Cristão, cuja origem é encontrada no reportam aos fundamentos de nossa fé em
costume das primeiras comunidades cristãs Cristo, daí a importância de nosso cuidado e
de, a exemplo da prática de Jesus, reunirem-se observância dessas celebrações.
no primeiro dia da semana para celebrarem a Referências Bibliográficas:
sua memória, especialmente a sua
ressurreição, COLÉGIO ESPISCOPAL DA IGREJA METODISTA.
como numa espécie de Páscoa semanal. Esse
costume deu origem ao fato do culto cristão Carta pastoral: o culto da Igreja em mis-
ser realizado no domingo, o “Dia do Senhor” são. São Paulo: Cedro, 2006. 40p. (Biblioteca
Vida e Missão, Pastorais, 15)
(RAMOS, 2007, p. 107-113). Já no século II
RAMOS, Luiz Carlos (Org.). Anuário Litúrgico 2007.
foi estabelecida a prática de um “grande Dia
São Bernardo do Campo: Editeo, 2007. 551p.
do Senhor”, uma celebração anual da Páscoa,
por influência da prática judaica, festa que se RAMOS, Luiz Carlos. Em espírito e em verdade:
prolongava por 50 dias, sendo o último dia curso prático de liturgia. São Bernardo do
dedicado à chegada do Espírito Santo, Campo: Editeo, 2008. 144p. (Série Cristia-
nismo Prático, 2)
celebrada
no Pentecostes Cristão. Também o período
das vésperas da Páscoa, desde o século III,
era marcado por dias de reflexão, chamado
de Quaresma. A própria preparação para o
Batismo estava relacionada ao período de
40 dias de preparação para a Páscoa, prática
inspirada nos 40 dias de preparo de Jesus para
seu ministério. No século IV se desenvolveu a
tradição de refletir de modo mais sistematizado
sobre os momentos da Paixão, o que deu
origem às celebrações da Semana Santa. Todo
o Ciclo Pascal do Calendário Litúrgico Cristão
se desenvolveu em torno da celebração da
morte e ressurreição de Jesus (RAMOS, 2007,
p. 107-113).
Entre esses dois ciclos festivos, temos o
Tempo Comum, dividido em duas partes:
a primeira parte, que vai da Epifania ao
início da Quaresma e enfatiza o anúncio do
MAIS INFORMAÇÕES LITÚRGICAS

ADVENTO: Período preparatório para a celebração do Natal.


Período: do 4º Domingo que antecede o Natal ao dia 24 de dezembro.
Cor Litúrgica: roxo-lilás – dentre outros sentidos é a cor da temperança, da
expectativa.
Tema Básico: esperança presente na campanha do povo de Deus na Bíblia, culminando
com o nascimento do Cristo, a nossa Esperança.
Símbolos Litúrgicos: a coroa do advento é o mais conhecido. Usa-se também muitas
luzes. Quatro velas representando os quatro momentos básicos que antecederam o
nascimento de Cristo. Acender uma vela a cada semana.
Leituras: 1º vela: Is 9.1-7; 2º vela: Is 11.1; 3º vela: Lc 1.76-79; 4º vela: Jo 1.9; 5º vela:
Jo 1.4 – acesa no dia de Natal (centro da coroa)

NATAL
Período: abrange dois domingos: 24 de dezembro a 5 de janeiro.
Cor Litúrgica: branco por ser a mistura de todas as cores, síntese de todas as luzes, ou
seja, o Cristo que veio par todos.
Obs: A celebração do Natal atesta a crença da Igreja nas dimensões divina e humana
de Jesus. Tema Básico: nascimento do Cristo.
Símbolo Litúrgico: manjedoura, luzes, anjos, crianças, presépios.
Leituras: Mt 1.18-25; Lc 2.1-7; Jo 1.1-14

EPIFANIA:Celebração mais antiga que a própria festa do Natal.


Período: Abrange entre 4 a 9 domingos, conforme a data da Páscoa.
Cor Litúrgica: usa-se o branco por oito dias e, depois, o amarelo ouro, a cor mais alegre
de todas as cores, a cor da realeza.
Tema Básico: Manifestação do Cristo ao mundo como salvador de todas as pessoas.
Símbolos Litúrgicos: estrela e coroa dos magos, mãos, peixes.
Leituras: Mt 2. 1-10; Lc 2.35-38; Lc 2.8-24; L c2.39-52

QUARESMA: Quarenta dias de preparação para a Páscoa.


Período: da quarta-feira de Cinzas ao Domingo de Ramos.
Cores Litúrgicas: roxo-lilás, cor da expectativa, da saudade, da realeza do Cristo.
Ênfase: jejum, arrependimento, oração, conversão, mudança de vida.
Temas Básicos: arrependimento e conversão. Preparação de candidatos à profissão de
Fé.
Símbolos Litúrgicos: cinzas, água, cruz, pregos e outros ligados à prática da piedade
pessoal e comunitária.
Leituras: Ez 18.32; Jn 3.1-10; Mc 1.14 e 15
PÁSCOA E ASCENÇÃO: Celebração da saída do povo do Egito; ressurreição de Cristo.
Período: da quarta-feira Santa (lava-pés) até o Pentecostes.
Cores Litúrgicas: usa-se o preto na sexta-feira Santa, roxo-lilás no Sábado, amarelo
(Cristo, o sol nascente) e branco no domingo da Ressurreição.
Tema Básico: esperança na ressurreição de toda forma de vida criada por Deus.
Símbolos Litúrgicos: túmulo vazio, sol nascente, cruz vazia, borboleta como símbolo de
transformação e vida nova.
Leituras: Ex 12; Sl 113 a 118 (cânticos pascais); Mt 26.17-30; Mt 28.1-20; Mc 16 1-8;
Lc 24.1-12; Jo 20.1-18; Atos 1.1-14
PENTECOSTES
Festa das Origens: festa das sete semanas de colheita.
Período: 50 dias após a Ressurreição.
Cor Litúrgica: vermelho, cor associada à alegria, ao amor, ao poder (do Espírito).
Temas Básicos: Deus Pai, Filho e Espírito Santo manifesto entre nós. Capacitação para
missão.
Símbolos Litúrgicos: tudo aquilo que lembre o ar, o vento, fogo, pomba.
Leituras: Dt 16.1-7; At 2.1ss; At 20.16; I Co 16.8
REINO DE DEUS CONSUMAÇÃO
Período: três últimos do calendário.
Cor Litúrgica: verde, símbolo de esperança, de união entre o ser humano, a natureza e o
criador. Também simboliza a imortalidade.
Temas Básicos: reflexões sobre o limite da vida, o destino do mundo e a vida eterna.
Símbolo Litúrgico: balança, cinza, alfa e ômega, coroa, A-Z.
Leituras: Mt 25.31-46; I Co 15.2; II Co 4.14; Mc 9.47 e 48; Mt 13.43; Lc 13.29; Mc
12.19-24; II Tes 3.12
CRIAÇÃO – PROVIDÊNCIA
Período: do 1º Domingo de setembro ao 5º domingo que antecede o Natal.
Cor Litúrgica: verde, símbolo de esperança e vida.
Tema Básico: ação criadora de Deus e a nossa participação como mulheres e homens
nesse processo.
Símbolos Litúrgicos: lamparina, velas – a primeira criação de Deus foi a luz – frutos,
terra e tudo o que lembra a ação criadora de Deus.
Primeira Questão Teológica Interessante: qual o princípio da vida ?
Leituras: Gn 1.1-23; Gn 2.4-16; Sl 104; Is 65.17- 25; Is 43.1-3; Is 44.1-5; Rm 8.18-22

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