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Universidade Federal de Sergipe (UFS), lizandra.psi@gmail.com, andre.faro.ufs@gmail.com
†
Morada de Correspondência: Departamento de Psicologia, UFS. Avenida Marechal Rondon, s/n. Conjunto Rosa Elze, São Cristóvão
– SE, CEP 49000-000, Brasil.
Submetido: 05 de janeiro de 2020
Aceite: 22 de fevereiro de 2022
Lizandra Soares, & André Faro
A ruminação pode ser entendida como um padrão de pensamento passivo e repetitivo que se
relaciona fortemente com afetos negativos, a exemplo da tristeza, culpa, medo, angústia e estresse
(Abbasi et al., 2014; Kuppens et al., 2010; Nolen-Hoeksema, 1998). O pensamento ruminativo se
origina em decorrência de situações reais ou imaginárias com potencial de causar sofrimento. A
cognição ruminativa pode desencadear respostas comportamentais desadaptativas, a exemplo: chorar
quando alguém faz um elogio ou sentir-se triste após receber uma promoção no trabalho (Bezerra et
al., 2018). Estudos focados nessa problemática ganharam destaque com as pesquisas de Nolen-
Hoeksema (1991), que mostrou que o processo ruminativo tem relação com os aspectos patológicos
da depressão e a consequente piora desses quadros, nos quais os índices de ruminação encontravam-
se elevados. Neste trabalho, os termos pensamento ruminativo, ruminação, cognições ruminativas e
processo cognitivo ruminativo serão utilizados como sinônimos para o mesmo fenômeno.
A literatura tem apontado para a estreita relação entre ruminação e doenças mentais, sugerindo que
esse padrão cognitivo tem potencial para causar prejuízo à saúde (Nolen-Hoeksema, 2004; Nolen-
Hoeksema et al., 1993; Sánchez & Vázquez 2012). A exemplo disso, no Brasil, Bezerra et al. (2018),
com estudantes universitários do curso de psicologia, foi encontrado que a ruminação mostrou forte
relação com sintomas de ansiedade e depressão.
A respeito da depressão e da ansiedade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2017), as
prevalências são de 4,4 % e 9,3%, respectivamente. Segundo a literatura, altos índices de pensamentos
ruminativos poderiam predizer a presença de sintomas de depressão e ansiedade. Isso significa que o
estudo dos elementos que podem contribuir para o desencadeamento e a manutenção de tais
transtornos é importante para a elaboração de intervenções mais eficazes em psicologia, a exemplo
da ruminação (Abbasil et al., 2014; Bezerra et al., 2018).
Indivíduos acometidos por sintomas depressivos possuem maior tendência de apresentar formas
ineficazes de regulação emocional, o que mantém a resposta emotiva negativa, resultando no
desenvolvimento da ruminação e da pouca flexibilização comportamental (Sánchez & Vázquez,
2012). Ademais, pessoas com altos índices de ruminação estariam mais propensas a apresentar
dificuldades para resolver problemas, prolongando seus episódios depressivos (Nolen-Hoeksema &
Morrow, 1991; Nolen-Hoeksema et al., 1993). Esses dados sugerem a necessidade de conhecer mais
a fundo o fenômeno ruminativo, auxiliando o diagnóstico e manejo de quadros psicopatológicos
(Zanon et al., 2012; Zanon & Hutz, 2009).
No que concerne à ansiedade, faz-se importante salientar que apesar da preocupação ser mais
comum em quadros ansiosos, a ruminação também pode se apresentar como fator de risco (Bezerra
et al., 2018). A literatura aponta que pessoas com altos níveis de cognições ruminativas apresentavam
elevados índices de ansiedade (Zanon et al., 2018). Dessa forma, ruminar se caracteriza como
potencial fator de risco para o ajustamento psicológico, em especial porque o pensamento ruminativo
pode colaborar para o surgimento de sintomas depressivos e/ou ansiosos e prejudicar a capacidade de
resolução de problemas (Mueller, 2016).
Dentre os modelos explicativos para o fenômeno da ruminação, a Teoria dos Estilos de Resposta
(TER) é a abordagem mais utilizada atualmente (Dinis et al., 2011; Zanon et al., 2012). O TER explica
que a ruminação tende a tornar a pessoa mais autoconsciente de seus problemas ao passo que pode
incapacitá-la de resolvê-los, pois a atenção do sujeito recai somente no conteúdo problemático sem
buscar soluções eficazes para a dificuldade (Nolen-Hoeksema, 2004). Alguns fatores são apontados
como potenciais de risco para o desencadeamento da ruminação, a exemplo de: 1) estressores
crônicos, como baixa renda, casamento e/ou trabalho insatisfatório (Nolen-Hoeksema et al., 1999);
2) características de personalidade, principalmente, elevados índices de neuroticismo (Nolen-
Hoeksema & Girgus, 1994); e 3) pessimismo e sentimento de desamparo (Nolen-Hoeksema et al.,
1999). Ainda que, a ruminação tenha uma função reguladora, haja vista que pode servir como
fenômeno por meio do qual o indivíduo pensa a respeito do problema e busca soluções para ele (fator
reflexivo), pode também ser um elemento patológico (fator cisma), agravado por questões internas e
externas ao indivíduo (Treynor et al., 2003).
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Pensamentos ruminativos: aspectos teóricos
MÉTODO
Este estudo se configura como uma revisão narrativa realizada por meio de levantamento da
literatura a respeito de pensamentos ruminativos e transtornos mentais comuns em bancos de dados
nacionais (SCIELO e PEPSIC) e internacionais (SCOPUS e PUBMED). Foram considerados artigos
e livros disponíveis nessas plataformas na íntegra e cujo idioma fosse português ou inglês. Por revisão
narrativa entende-se a revisão que realiza sínteses narrativas qualitativas de dados publicados
anteriormente. Este tipo de revisão é importante para a sintetização do material publicado gerando
eventuais contribuições ao campo de estudo (Ribeiro, 2014).
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Pensamentos ruminativos: aspectos teóricos
(TER), desenvolvida por Nolen-Hoeksema (1993). A TER considera os dois aspectos como partes
integrantes do conceito de ruminação (Dinis et al., 2011), ou seja, a ruminação tem tanto função no
ajustamento psicológico, como possui potencial para o desencadeamento de quadros
psicopatológicos.
A TER surgiu integrando os conceitos apontados pelas teorias explicativas anteriores a respeito do
pensamento ruminativo. Na concepção desse modelo, a ruminação seria um processo cognitivo
repetitivo e automático, cuja presença é involuntária e de conteúdo passado focado em situações
estressante e negativas (Nolen-Hoeksema, 1998). O ponto alto dessa teoria é a consideração de que o
aspecto ruminativo está presente em alguma medida em todos os indivíduos (Nolen-Hoeksema,
2004), o que prediz sua finalidade adaptativa para o ajustamento psicológico. Porém, esse processo
pode tornar-se patológico se o indivíduo foca apenas nos aspectos negativos sem apresentar atitudes
para a efetiva resolução do problema (Treynor et al., 2003).
De acordo com a TER, a ruminação tenderia a se apresentar de maneira mais ou menos estável
durante a vida dos indivíduos com forte potencial para contribuir com o desencadeamento de
transtornos psicológicos, em especial, quadros depressivos (Nolen-Hoeksema, 2000). A ruminação
tem impacto sobre episódios depressivos sobretudo porque: 1) aumenta os efeitos do humor
deprimido, o que provavelmente faria o indivíduo focar em padrões de pensamentos e memórias
negativas, utilizando os mesmos para avaliar o seu estado atual; 2) a ruminação interfere na resolução
de problemas, sobretudo, por levar a pessoa a considerar apenas formas de interpretar a realidade
pessimistas e fatalistas; 3) a ruminação dificultaria o comportamento instrumental adaptativo; e 4)
pessoas com comportamento cronificado de ruminação tenderiam a perceber menos apoio social,
aumentando o nível de depressão, por exemplo (Nolen-Hoeksema, 1987).
Para a realização de suas pesquisas e avaliação empírica de seus pressupostos, Nolen-Hoeksema
desenvolveu um instrumento de mensuração desses construtos, a saber, o RRS (Ruminative Response
Scale) (Nolen-Hoeksema & Morrow, 1991). Estudos realizados com a RRS observaram a existência
de dois fatores explicativos para o fenômeno da ruminação: a fator reflexão e o fator cisma. O fator
reflexivo da ruminação tem relação com direcionamento intencional para dentro da resolução
cognitiva de problemas para aliviar os sintomas depressivos. Em contraste, o fator cisma reflete uma
comparação passiva da situação atual com algum padrão inalcançável (Treynor et al., 2003). Em
resumo, o fator reflexivo trata dos aspectos positivos e adaptativos do pensamento ruminativo, ao
passo que o fator cisma apresenta as questões patológicas envolvidas nesse processo.
Pode-se ilustrar a questão a partir da compreensão de que o processo ruminativo está presente em
todos os indivíduos, isso porque possui uma finalidade adaptativa: provocar a percepção do problema
(Nolen-Hoeksema & Davis, 1999). Quando o fluxo do pensamento ruminativo segue por uma “rota”
saudável, ruminar provoca a reflexão frente a problemas, resultando no engajamento em estratégias
de resolução. Em contraste, quando a pessoa foca apenas no evento negativo (fator cisma) tente a
sentir-se paralisado, não buscando resolver a situação e sentindo-se mais triste e vulnerável, o que
poderia desencadear e/ou servir de aspecto motivador para a perseveração de sintomas
psicopatológicos (Nolen-Hoeksema et al., 1994).
A compreensão do funcionamento do pensamento ruminativo possibilita perceber a forma como ele
participa e/ou influencia os quadros de psicopatologias tais como os transtornos de ansiedade e
depressão. Em pesquisas realizadas por Nolen-Hoeksema, observou-se que esse fenômeno se
relaciona diretamente com quadros depressivos (Nolen-Hoeksema, 2004), interage com questões
relacionadas ao neuroticismo (Nolen-Hoeksema & Girgus., 1994), difere em relação ao sexo – sendo
mais intenso no sexo feminino (Nolen-Hoeksema et al., 1999), prediz piora e perseveração de
sintomas depressivos (Nolen-Hoeksema et al., 1993). Além disso, a ruminação esteve presente em
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níveis elevados em indivíduos que faziam uso abusivo de álcool (Nolen-Hoeksema, & Harrell, 2002)
e em casos de luto (Nolen-Hoeksema & Morrow, 1991). Por meio desses achados é possível observar
que a ruminação tende a ser útil na avaliação e intervenção de situações como as citadas, o que permite
compreender melhor o problema e planejar intervenções mais diretivas.
Do ponto de vista da psicologia da saúde, que é a área da psicologia que se dedica ao estudo da
relação entre comportamentos e saúde ou/e doenças (Ribeiro, 2011), em especial, com foco no estudo
de como os comportamentos humanos e a intepretação que o indivíduo tem de si e de sua condição,
a ruminação pode impactar na maneira como lida com os eventos e em que medida isso pode provocar
o adoecimento (Almeida & Malagris, 2011). O processo ruminativo pode impactar na saúde mental
do indivíduo. Em pesquisa longitudinal, realizada com estudantes antes e depois de terremoto
ocorrido na Baía de São Francisco em 1987, foi evidenciado que pessoas com maior tendência a
ruminar possuíam maior probabilidade de apresentarem piores e mais intensos quadros depressivos
(Nolen-Hoeksema & Morrow, 1991), o que confirma que a ruminação está relacionada a quadros
depressivos e, assim sendo, possui impacto na saúde mental. Além disso, foi identificado que a
presença de ruminação poderia também prever sintomas ansiosos (Nolen-Hoeksema, 2000).
Entender como pensamentos ruminativos impactam em casos de transtornos mentais comuns
auxiliaria na prevenção e promoção de saúde no campo da psicologia da saúde. Por essa razão faz-se
necessário a percepção dos fatores de risco e proteção com relação a esse construto. Esses temas são
importantes para o desenvolvimento ou aprimoramento de características favoráveis à adaptação às
adversidades, o que é positivo no tratamento de pessoas com altos índices de pensamentos
ruminativos, pois ajuda a diminuir a probabilidade do desenvolvimento de TMC a posteriori.
As evidências sobre a ruminação têm apontado que indivíduos que ruminam possuem tendência a
apresentar maiores e mais intensos sintomas de depressão que indivíduos mais resolutivos (Gibbons
et al., 1985; Lyubomirsky & Tkach, 2003; Morrow & Nolen-Hoeksema, 1990; Trask & Sigmon,
1999; Watkins & Teasdale, 2001). Além disso, são apontadas como consequências da ruminação: 1)
afeto negativo/sintomas depressivos; 2) tendência a pensamento negativo; 3) Insatisfatória resolução
de problemas; 4) motivação prejudicada e inibição do comportamento instrumental; 5) concentração
e cognição prejudicada; e 6) aumento do estresse e problemas (Lyubomirsky & Tkach, 2003). Como
ilustração, um estudo longitudinal encontrou que pessoas não-deprimidas com estilo de resposta ao
humor negativo ruminativa são mais propensos a experienciar episódio depressivo de 1 a 2,5 anos
depois que indivíduos sem tal estilo de pensamento (Just & Alloy, 1997; Nolen-Hoeksema, 2000;
Spasojevic & Alloy, 2001).
A ruminação é apontada como um mecanismo com potencial para prejudicar qualquer uma das
etapas de resolução de problemas: 1) definição ou avaliação do problema, resultando na avaliação do
problema como insolúvel; 2) geração e seleção de soluções alternativas, isso porque indivíduos
ruminadores têm dificuldade de chegar a soluções eficazes; e 3) implementação da solução, no caso
dos indivíduos ruminadores há a relutância ou mesmo procrastinação para a emissão de
comportamentos de resolução (Lyubomirsky & Tkach, 2003). A motivação é outro aspecto deficitário
entre pessoas que ruminam em excesso, uma vez que o foco está no seu humor deprimido e elas
apresentam pouca motivação ou iniciativa. Em pesquisa foi observado que pessoas com índices
elevados de ruminação eram capazes de perceber que atividades agradáveis poderiam melhorar seu
humor, mas não estavam dispostos a realizá-las (Lyubomirsky & Nolen-Hoeksema, 1993).
Como fora visto, o processo ruminativo pode ter como principais consequências o rebaixamento do
humor, resultando em sintomas depressivos, presença de pensamentos com conteúdo negativo,
utilização de estratégias insatisfatórias para resolver problemas, diminuição da motivação levando a
inibição do comportamento instrumental, rebaixamento do funcionamento cognitivo geral (em
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especial, a concentração e a cognição) e aumento de níveis de estresse (Lyubomirsky, Kasri, & Zehm,
2002). Assim, é importante compreender os fatores de risco ligados a esse quadro a fim de criar
estratégias para diminuir a exposição de indivíduos aos mesmos. Ou seja, faz-se necessário conhecer
os mecanismos de proteção para que, ao intensificá-los, possa-se construir formas de enfrentamento
mais bem adaptadas às situações adversas.
Fatores de risco associados ao desenvolvimento da ruminação são apontados na literatura como
aqueles ligados a condições extrínsecas (ambientais) ou intrínsecas (pessoais) do indivíduo. Dentre
os fatores de risco extrínsecos, há a exposição a estressores crônicos, como baixa renda, trabalhos
não gratificantes e/ou casamento/relacionamento amoroso insatisfatório (Nolen-Hoeksema et al.,
1999). Já com relação aos fatores intrínsecos, podem ser citadas questões relacionadas à estrutura de
personalidade como aumento nos níveis de neuroticismo (Nolen-Hoeksema & Girgus, 1994) e
presença de pessimismo e sentimento de desamparo/solidão (Nolen-Hoeksema et al., 1999). A
exemplo disso, pesquisas apontaram relação entre ruminação, neuroticismo e suas facetas
(vulnerabilidade, desajustamento psicossocial, ansiedade e depressão) em ambos os gêneros
(masculino e feminino) (Barroso et al., 2018; Zanon et al., 2012).
A compreensão do funcionamento dos fatores protetivos é importante para a elaboração de
intervenções em psicologia no que tange ao tratamento da sintomatologia depressiva e diminuição
dos níveis de pensamentos ruminativos. Por fatores de proteção compreendem-se aqueles
responsáveis por proteger o indivíduo da exposição a eventos com risco para o desencadeamento de
doenças ou transtornos (Crepaldi et al., 2017). No caso da ruminação, a literatura tem apontado como
mecanismos protetivos: o otimismo (Carver et al. 2010; Patton et al., 2011; Solberg et al., 2006), a
esperança (Tucker et al., 2013), a regulação emocional (Aldao & Nolen-Hoeksema, 2012; Lavender
& Watkins, 2004) e a percepção de suporte social (Tucker et al., 2013).
Em outras palavras, estudar fatores de risco e proteção ligados ao fenômeno ruminativo pode
possibilitar a criação e execução de estratégias mais assertivas e com potencial terapêutico superior,
haja vista que elas são apontadas na literatura como possuindo valor preditivo e relação direta com o
fenômeno da ruminação (Geiger & Kwon, 2010; Patton et al., 2011; Selby et al., 2008; Tucker et al.,
2013) tais como otimismo, esperança, regulação emocional e percepção de suporte social.
O otimismo tem potencial para reduzir o risco de sintomas depressivos e abuso de substância entre
adolescentes (Patton et al., 2011). Mesmo em situações angustiantes, indivíduos com altos índices de
otimismo estão mais propensos a superar a adversidade com a implementação de tarefas mais
adaptativas (Carver et al., 2010; Solberg et al., 2006). O otimismo é concebido como o afeto positivo
em relação ao futuro (Scheier & Carver, 1995). No caso da ruminação, ele funciona como um fator
de proteção na medida que reduz a avaliação negativa dos eventos (Jerusalém, 1993).
A esperança, por sua vez, é entendida como o mecanismo psicológico responsável pelo
direcionamento de metas para a obtenção de objetivos permitindo a escolha de meios para esse fim
(Nyder et al., 2005). A esperança é apontada como moderador da relação entre ruminação e depressão,
isso porque indivíduos esperançosos possuem a tendência de superar eventos, bem como o próprio
pensamento repetitivo. Tal tendência é atribuída ao sentimento de poder escolher seus planos para a
ação ao invés de sentir-se paralisado pelo problema (Geiger & Kwon, 2010). Pesquisa aponta que a
esperança funcionaria como um amortecedor contra os efeitos depressivos da ruminação. Em virtude
de terem sido encontrados altos valores relacionados ao fator reflexivo do processo ruminativo, há a
hipótese que a esperança pode estar presente nesse fator, o que sugere que o estudo da esperança pode
servir para a compreensão do valor adaptativo da ruminação (Tucker et al., 2013).
As estratégias de regulação emocional precárias têm sido associadas ao risco de experimentar
sintomas de TMCs (Aldao & Nolen-Hoeksema, 2012). Conceitualmente, a regulação emocional seria
a forma com que o indivíduo responde e tenta regular o efeito emocional de eventos (Gross, 2013).
A ruminação, do ponto de vista da regulação emocional, trata-se de um afeto focado na dimensão
negativa (Lavender & Watkins, 2004). Evidências sugerem que o processo ruminativo tende a
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amplificar o efeito do afeto negativo (Lavender & Watkins, 2004; Rusting & Nolen-Hoeksema, 1998;
Thomsen, 2006) e a falta de capacidade de regulação emocional poderia ser entendida como resultado
do uso intenso de estratégias ineficazes como a ruminação. Nesse aspecto, investir em afetos positivos
parece proporcionar maior regulação emocional e menor índice de ruminação (Selby et al., 2008).
A percepção de suporte social é definida como o nível que o indivíduo percebe suas relações sociais
como disponíveis para lhe prover ajuda (Sarason et al., 1990). Esse construto envolve a percepção de
sentir-se amado, cuidado querido e estimado (Barrios, 1999) e pode ser subclassificado em três tipos:
1) apoio emocional: compreendido como a percepção dos gestos que os outros realizam para que o
indivíduo sinta-se amado e cuidado, como carinho e afago; 2) apoio instrumental: ajuda tangível que
os outros podem oferecer, como por exemplo, apoio financeiro e de transporte; 3) apoio
informacional: fornecimento de informações, a exemplo de orientações de professores (Barth et al.,
2010). A literatura aponta que pessoas que utilizam o pensamento ruminativo como estilo de
enfrentamento, ao serem comparados àquelas que não utilizam esse mecanismo, buscam mais apoio
social (Tucker et al., 2013). Assim, indivíduos ruminadores tendem a perceber menos apoio social e,
consequentemente, ficam mais expostos a traumas por se isolarem.
Em resumo, é possível observar que existem, em relação ao processo ruminativo, fatores que
poderiam ser trabalhados nos mais diversos contextos com o intuito de minimizar o impacto desse
processo. Logo, são elementos relacionados à ruminação que influenciam na acentuação ou
minimização desse comportamento diante de adversidades. Ao serem intensificados os fatores de
proteção e minimizada a exposição aos fatores de risco, espera-se que a intensidade dos pensamentos
ruminativos sejam reduzidos, minorando as chances de déficits de ajustamento. Dessa forma, a
compreensão de estratégias terapêuticas para o adequado manejo desses fatores surge como uma
possível via para a redução do sofrimento psicológico.
No que tange aos desfechos clínicos relacionados a ruminação, a depressão e a ansiedade têm se
apresentado como concomitantes, o que faz do pensamento ruminativo um importante fator de
transdiagnóstico (Ehring & Watkins, 2008). A ruminação teria analogia com a depressão, isso porque
altos índices de pensamento ruminativo predizem quadros depressivos mais intensos e graves (Nolen-
Hoeksema, 2000). Na ansiedade, a ruminação, apesar de menos frequente, pode ser observada em
quadros de ansiedade generalizada (Fresco et al., 2002) e social (Mellings & Alden, 2000). Quando
avaliados os dois transtornos em conjunto, há indícios de que a ruminação atua como um mediador
completo de associação concorrente entre sintomas de depressão e de ansiedade (McLaughlin &
Nolen-Hoeksema, 2011).
Com relação ao gênero, as mulheres têm uma probabilidade significativamente maior do que os
homens de serem ruminantes, conforme avaliado por autorrelato e observação laboratorial (Butler &
Nolen-Hoeksema, 1994; Nolen-Hoeksema et al., 1999). O sexo feminino tem relatado vivenciar mais
estressores crônicos (casamentos insatisfatórios e baixa renda, por exemplo) do que o sexo masculino,
e essa diferença nos estressores mediou parcialmente a diferença de gênero na ruminação (Nolen-
Hoeksema et al., 1999). Além disso, mulheres que sofreram abuso quando crianças são mais
propensas ao comportamento ruminativo quando adultas (Nolen-Hoeksema, 1998).
Ainda com relação ao sexo, foi descoberto que um trio de características de personalidade
relacionada aos papéis sociais que as mulheres assumem pode contribuir com as diferenças de gênero
encontradas no processo ruminativo: 1) as mulheres seriam mais propensas que os homens a acreditar
que as emoções negativas são difíceis de controlar, crendo que são mais emocionais e alimentando a
crença de que as fontes de suas emoções negativas são menos controláveis (por exemplo, questões
hormonais); 2) as mulheres tendem a sentirem-se responsáveis por seus relacionamentos, sempre
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Pensamentos ruminativos: aspectos teóricos
buscando satisfazer os outros; e 3) o público feminino relata sentir menos controle sobre os eventos
importantes de sua vida (domínio percebido) (Nolen-Hoeksema & Jackson, 2001).
No que concerne ao ciclo vital, Nolen-Hoeksema et al. (1995) viram que crianças de 5 a 7 anos de
idade de mães deprimidas tinham maior probabilidade de apresentar respostas passivas e indefesas a
situações frustrantes do que filhos de mães não deprimidas. Além disso, as crianças cujas mães
mostraram estilos mais ruminativos de responder ao humor depressivo eram mais propensas a ter
estilos passivos e indefesos de responder ao desafio quando adultas. Isso sugere que há aspectos
importantes no que se refere as cognições ruminativas durante o desenvolvimento. Por exemplo, há
evidências de que já aos 12 anos é possível avaliar a presença dos pensamentos ruminativos com nível
significativamente superior em meninas (José & Brow, 2008). Porém, ainda são escassas as pesquisas
que tratam dessa questão.
A forma de intervenção psicoterápica focada nos pensamentos ruminativos sugere o uso de técnicas
como: flexibilização dos pensamentos, regulação de emoções, relaxamento, foco atencional como
Mindfulness e treinamento de habilidades sociais com intuito de prevenir ou amenizar a manifestação
de sintomas depressivos e ansiosos (Wadlinger & Isaacowitz, 2011). Como ilustração, a flexibilização
dos pensamentos auxilia na diminuição da fixação em um pensamento específico de cunho negativo
(Castro & Barroso, 2012), podendo ser realizada por meio da substituição do pensamento ruim por
um bom ou mesmo pelo teste de evidências, através do qual o indivíduo é reforçado a avaliar o quanto
do seu pensamento tem relação com a realidade (Wright et al., 2009).
A regulação das emoções, como já vista, pode ser entendida como qualquer estratégia adaptativa
utilizada por uma pessoa para lidar com a intensidade emocional que lhe causa incomodo. Assim,
estratégias que auxiliem na expressão da emoção ou na supressão da mesma de maneira ajustada
podem ser utilizadas no tratamento dos pensamentos ruminativos. Neste caso, o registro de diário de
emoções e pensamentos assim como a avaliação das vantagens e desvantagens de pensar ou agir de
determinada forma seriam empregadas (Leahy et al., 2018). As técnicas de relaxamento e treino de
atenção plena ou Mindfulness são empregadas corriqueiramente no manejo de pacientes ansiosos,
visto que tem mostrado evidências de eficácia na diminuição do grau de ansiedade (Beck, 2013). Por
essa razão, tais técnicas podem ser empregadas em queixas relativas a pensamentos ruminativos com
especial foco na diminuição dos sintomas físicos e na dificuldade de controlar a seletividade
atencional, que em geral, fixa-se nos conteúdos negativos (Wadlinger & Isaacowitz, 2011).
A ruminação pode ser compreendida como uma construção cognitiva por meio da qual o indivíduo
foca o pensamento repetidamente em conteúdo passado negativo ou sofrimento presente, o que o faz
paralisar diante de uma situação, sem atitudes resolutivas. Esse tipo de padrão cognitivo se relaciona
com o desenvolvimento e a perseveração de TMCs. Por essa razão, o seu estudo é importante com o
intuito de criar estratégias terapêuticas diretivas para o manejo adequado dessa variável, haja vista
que a mesma tem se mostrado previsora de quadros como depressão e ansiedade.
Como limitação deste estudo, é possível apontar que se trata de uma revisão narrativa da literatura,
o que não permite uma visão sistemática da produção sobre a temática, nem mesmo contemplando
todas as possibilidades de explicação desse comportamento, limitando-se apenas a uma breve
apresentação do processo ruminativo. Dessa maneira, faz-se necessária o desenvolvimento de outros
estudos como revisões integrativas e sistemáticas a respeito da ruminação, bem como trabalhos
teóricos específicos sobre determinadas abordagens à ruminação, o que possibilitaria uma
organização mais precisa do conteúdo sobre pensamento ruminativo. De qualquer forma, espera-se
que, com esta pesquisa, passos importantes podem ter sido dados em direção ao aprofundamento do
conhecimento a respeito da ruminação no contexto brasileiro.
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ORCID
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