Botânica II - Auxinas 1 Fototropismo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

- UFPE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS


- CB DEPARTAMENTO DE BOTÂNICA
BACHARELADO CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

GEOVANNA CAROLINNE FARIAS DE MELO


GERALDO FERNANDES DE ARRUDA
ISABELLA DOMINGOS DE OLIVEIRA
LARA CRISTINA ROMÃO POMPILIO DE MELO
MARIA EDUARDA DE LIMA ROCHA DA SILVA

Relatório da prática de Auxinas 1: Fototropismo

Disciplina: Botânica 2
Professores: Elcida de Lima Araújo
Semestre: 2024.1

RECIFE - PE
2024
GEOVANNA CAROLINNE FARIAS DE MELO
GERALDO FERNANDES DE ARRUDA
ISABELLA DOMINGOS DE OLIVEIRA
LARA CRISTINA ROMÃO POMPILIO DE MELO
MARIA EDUARDA DE LIMA ROCHA DA SILVA

Prática 1 - Auxinas 1: Fototropismo

Relatório apresentado à disciplina de Botânica II


da professora Elcida de Lima Araújo, do semestre
2024.1

RECIFE - PE
2024
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO …………………………………………………………………………. 3
2. OBJETIVOS ……………………………………………………………………………. 4
3. MATERIAL UTILIZADO ……………………………………………………………….. 4
4. MÉTODO ………………………………………………………………………………... 4
5. RESULTADO …………………………………………………………………………… 5
6. DISCUSSÃO ………………………………………………………………………….… 12
7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA …………………………………………………... 13
1. INTRODUÇÃO
A luz é um dos fatores ambientais que desempenha grande importância para
a sobrevivência das plantas, não apenas para a fotossíntese, mas também para a
sinalização vegetal, principalmente na indução de respostas específicas. A luz é
uma faixa do comprimento de onda, cujo tamanho é inversamente proporcional à
quantidade de energia que carrega, sendo assim, quanto menor o for comprimento
de luz, maior quantidade de energia ele vai carregar. Os vegetais conseguem
perceber com muita clareza o comprimento de onda da luz, realizando a leitura da
quantidade de energia que esse comprimento carrega, para a planta seguir as suas
atividades conforme essa análise.

Com isso, a planta vai apresentar respostas na sua aparência, conforme as


condições do ambiente em que ela está inserida, e uma dessas respostas pode ser
a do fototropismo. Essa fator, está relacionada ao tropismo, que trata-se de um
movimento de crescimento direcional, que pode ser em direção à fonte de um
estímulo ou na direção oposta, podendo apresentar fototropismo positivo ou
negativo. Nesse caso, o fototropismo refere-se ao crescimento do vegetal em
direção a luz, que acontece em decorrência de uma série de fatores, todos eles
envolvidos com um hormônio, as auxinas, que vão atuar conforme a necessidade da
planta e das condições em que ela está inserida.

A auxina foi descoberta em estudos iniciais da curvatura do coleóptilo durante


o fototropismo, esse composto foi estudado por Charles e Francis Darwin na obra
“O poder do movimento das plantas” (The Power of Movement in Plant, 1881).
Nesse estudo, concluiu-se que um sinal produzido no ápice era deslocado para
baixo, fazendo as células inferiores crescerem de forma mais acelerada no lado
sombreado do que no lado sob iluminação. Dessa forma, seguindo essas análises,
foi descoberto a existência de um composto por trás disso, sendo ele a auxina, cujo
nome tem origem grega, que significa aumentar ou crescer, fazendo referência ao
desempenho de sua função nos vegetais. (Taiz e Zeiger, 2017)

Nos vegetais, quando estão em situação de luminosidade de apenas um


lado, as suas auxinas podem ser transportadas do lado mais para o menos
iluminado ou sofrer foto oxidação ocasionada pela luz. De qualquer forma, a
concentração de auxinas vai ser maior do lado que estiver sob condições de menor
luminosidade, sendo essa a situação essencial para promover o crescimento para o
lado que estiver em direção a luz. Contudo, para toda essa situação acontecer, é
necessário uma mudança na programação de crescimento da planta, mas as
auxinas desempenham um papel essencial para proporcionar essa mudança de
direção do crescimento, visando melhorar as condições de crescimento da planta.

Portanto, essa atividade visa entender acerca do funcionamento das auxinas


na prática, observando como elas atuam na mudança de direção do crescimento do
vegetal. Essa atividade é essencial para diversificar o conhecimento na área de
botânica para além das salas de aulas, comprovando a importância de certos
compostos para a sobrevivência das plantas, tendo como exemplo, a auxina.

2. OBJETIVOS:

● Observar o fototropismo de uma planta, ou seja, o seu crescimento em


direção à luz;
● Analisar e comparar plantas de dois tratamentos diferentes, uma que recebeu
luz total e outra que recebeu luz parcial.

3. MATERIAIS UTILIZADOS:

● 2 Sementes de feijão
● 2 recipientes, pode ser copo descartável
● Areia ou terra

4. MÉTODO:

Foi feito um furo lateralmente nos recipientes escolhidos e, posteriormente,


esses recipientes foram preenchidos com terra e regados, logo em seguida. Após
esta etapa de preparação, foi colocada uma semente de feijão em cada copo para
germinar. Durante 10 dias, foi adicionado água regularmente para manter as
sementes hidratadas, permitindo que ocorresse a germinação, gerando o
crescimento das plântulas.
Após esse período inicial, um dos copos descartáveis foi colocado em um
local que recebia luz de todos os lados da planta (Tratamento 1), enquanto o outro
foi posicionado em um local onde a planta recebe luz apenas de um do lado
(Tratamento 2).
Os recipientes foram mantidos nessas condições por mais 15 dias,
continuando a ser regados para garantir a hidratação constante das sementes. O
experimento foi encerrado quando foram registrados os resultados da resposta
fototrópica dos tratamentos 1 e 2.

5. RESULTADOS:
Para o desenvolvimento dessa atividade, foram utilizadas sementes de feijão
da espécie Phaseolus vulgaris L, popularmente conhecido como feijão preto. Os
trabalhos foram organizados com a divisão de copos conforme o experimento (figura
1), sendo neste caso para a atividade de fototropismo. Na maioria dos resultados, a
germinação ocorreu na primeira semana do experimento, por volta do 5° dia (figura
2), e após a conclusão da primeira semana, as plantas já apresentavam um
tamanho considerável (Figura 3)
Figura 1: organização dos copos com sementes de feijão preto

Fonte: Isabella Domingos de Oliveira

Figura 2: início do crescimento após a germinação

Fonte: Isabella Domingos de Oliveira

Figura 3: Plantas do experimento do fototropismo em crescimento (copos do meio e do lado direito)

Fonte: Lara Cristina Romão Pompilio de Melo


Além disso, é válido ressaltar que além dos copos com experimentos, foi
adicionado a esse trabalho um copo extra, e nele foi adicionado algodão úmido no
fundo e sobre ele foram colocadas algumas sementes. Este copo foi adicionado
para em caso de problemas de germinação na terra, houvessem sementes
germinando no algodão (Figura 4). Esta etapa fez-se de grande importância, uma
vez que foi possível promover a germinação das sementes em outro ambiente, para
substituir caso necessário, as sementes plantadas na terra.
Figura 4: sementes germinando em copo de algodão úmido

Fonte: Lara Cristina Romão Pompilio de Melo


Neste trabalho, foi observado que muitas sementes não germinaram na terra,
isso pode ter ocorrido por diversas razões, sendo o aparecimento de fungos
responsáveis por deteriorar a semente um dos possíveis motivos para essa
incapacidade de germinar. Esta observação foi realizada ainda na primeira semana,
onde alguns copos não apresentavam nenhum sinal de crescimento, porém, além
das sementes estarem degradadas e com uma coloração branca, o solo
apresentava um cheiro forte e desagradável, o que pode indicar a presença de mofo
branco nas sementes. (Figura 5)
Figura 5: sementes com aparência de estarem contaminadas com fungos

Fonte: Lara Cristina Romão Pompilio de Melo

Nesse caso, a germinação de sementes em outro copo serviu como uma


opção para substituir as sementes que não germinaram, realizando a plantação das
sementes já germinadas na terra. Com isso, com essas sementes germinadas, foi
possível obter mais resultados no trabalho de fototropismo, já que em um dos copos
deste experimento foi necessário plantar a semente já germinada.
Após a germinação das sementes e início do crescimento das plantas, ou
seja, por volta do 10° dia, foi possível iniciar o experimento com 2 tratamentos
distintos,: o primeiro tratamento (tratamento 1), que esteve em condições de
luminosidade para todos os lados e o segundo tratamento (tratamento 2) que
estava recebendo iluminação de apenas 1 lado. Esse experimento obteve 3
resultados significativos, cuja explicação e imagens estarão localizadas a seguir.
Em todos os experimentos, a planta do tratamento 1 apresentou um
crescimento coerente com a condição que estava, ou seja, de iluminação por todos
os lados. Dessa forma, a planta apresentou um crescimento de forma vertical,
sendo possível observar a planta com a presença de um caule rígido e uma
coloração verde em suas folhas (Figura 6, 7 e 8).
Figura 6: resultado da planta do tratamento 1

Fonte: Lara Cristina Romão Pompilio de Melo

Figura 7: resultado da planta do tratamento 1

Fonte: Isabella Domingos de Oliveira


Figura 8: resultado da planta do tratamento 1

Fonte: Geraldo Fernandes de Arruda

Contudo, no tratamento 2, ou seja, para as plantas que estavam em


condições de receber iluminação de apenas 1 lado, os resultados apresentaram
características semelhantes ao do tratamento 1, como a presença de um caule
rígido e folhas esverdeadas. Porém, nesse tratamento, não houve um crescimento
vertical da planta, e sim curvado para a direção em que estava recebendo a
iluminação. Além disso, foi possível observar que à medida que as plantas desse
tratamento iam crescendo, a sua curvatura também aumentava proporcionalmente.
(Figuras 9, 10 e 11)

Figura 9: resultado da planta do tratamento 2

Fonte: Lara Cristina Romão Pompilio de Melo


Figura 10: resultado da planta do tratamento 2

Fonte: Isabella Domingos de Oliveira

Figura 11: resultado da planta do tratamento 2

Fonte: Geraldo Fernandes de Arruda

Portanto, foi possível analisar que conforme as diferentes condições de luz a


que a planta esteve submetida, diferentes respostas ela apresentou, tendo em
comum o fato da planta nos dois casos estar em busca da luz. Tal fato tornou-se
evidente pelo fato das plantas do tratamento 1 apresentaram um crescimento
vertical e as plantas do tratamento 2 terem um crescimento curvado para o lado
iluminado, ou seja, ambas estavam crescendo em direção a luz.
6. DISCUSSÃO:
Portanto, ao realizar a comparação entre os 2 tratamentos, foi possível
observar a ação do fototropismo sobre as plantas do tratamento 2, uma vez que o
resultado obtido foi o de crescimento em direção a luz, ou seja, um resultado de
fototropismo positivo. A planta do tratamento 2, por receber luz de apenas uma
direção, precisou se curvar para poder aumentar o seu acesso à iluminação, e
conforme o seu caule alongava, a sua curvatura também aumentava, já que a planta
buscou obter ao máximo esse acesso à luz solar. Em contrapartida, as plantas do
tratamento 1 apresentaram um crescimento reto, isso ocorreu pelo fato desses
vegetais receberem iluminação de todos os lados, não tendo necessidade de se
direcionar para um lado específico.
Esse fototropismo está totalmente envolvido com as auxinas, que para
funcionar adequadamente, precisa do auxílio de outros compostos, como conjuntos
proteicos que realizam a leitura acerca do direcionamento da iluminação. Após
realizar essa percepção, a informação vai ser passada para as auxinas, que vão
atuar de 2 maneiras:

1. Transporte de auxinas de um lado iluminado para o lado oposto

2. Foto Oxidação do excesso de auxinas no lado iluminado

Em ambas as situações vai haver maior concentração de auxinas no lado em


que não há iluminação, tendo a auxina como promotora para o crescimento do lado
não iluminado, o que faz as plantas do tratamento 2 apresentarem essa curvatura.
Vale ressaltar que as auxinas estão presentes na planta como um todo, porém,
devido a diferentes condições do ambiente, como por exemplo a iluminação de
apenas 1 lado, a planta deve alterar o seu programa de crescimento para permitir o
alongamento do lado não iluminado, possibilitando alcançar a luz.
Logo, uma hipótese para explicar esse crescimento curvado das plantas do
tratamento 2 seria pelo fato da luz e a temperatura causarem uma oxidação nas
moléculas de auxina (principalmente a AIA), que ficam em menor concentração no
lado exposto ao estímulo luminoso direcionado. Assim, o lado que recebe menos luz
possui mais auxina e cresce mais do que o outro lado (Amabis &Martho, 1998). Isso
torna evidente que o direcionamento da luz causa uma mudança significativa no
crescimento da planta, especialmente no caule e nas folhas.
Dessa forma, pode-se concluir que as auxinas são os fitormônios que
desempenham um papel crucial no processo de fototropismo, uma adaptação
evolutiva importante para as plantas, garantindo uma percepção eficaz da luz e uma
resposta adequada para um crescimento e desenvolvimento do vegetal. A ação das
auxinas é essencial para realizar o melhor aproveitamento possível do recurso
luminoso, fundamental para o fornecimento de energia, resistência ao estresse,
reprodução e dispersão.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Davies, P. J. (2010). Plant Hormones: Biosynthesis, Signal Transduction,


Action! (3rd ed.). Springer.

Taiz, L., & Zeiger, E. (2017). Fisiologia e Desenvolvimento Vegetal (6ª ed.).
Artmed.

Woodward, A. W., & Bartel, B. (2005). Auxin: Regulation, Action, and


Interaction. Annals of Botany, 95(5), 707-735.

Ljung, K. (2013). Auxin metabolism and homeostasis during plant


development. Development, 140(5), 943-950.

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