Apostila Direito Do Trabalho
Apostila Direito Do Trabalho
Apostila Direito Do Trabalho
DIREITO ADMINISTRATIVAS
DO TRABALHO
Entende-se que o direito do trabalho é fruto do capitalismo e serve para humanizá-lo, haja vista a
necessidade de garantir os direitos mínimos aos trabalhadores em determinado contexto social. A
CF/88, principalmente, nos artigos 7 ao 11, trata dos direitos trabalhistas mais importantes, frutos
de conquistas históricas e que garantem o mínimo existencial trabalhista. É o que GODINHO
denomina de patamar civilizatório mínimo.
O Direito do Trabalho tem um contexto histórico que foi construído no decorrer dos séculos.
Alguns fatos são importantes demais. E os pontos centrais desse movimento histórico são
justamente a relação de emprego e a subordinação jurídica. É no ponto central da relação de
emprego, bem como na questão da subordinação jurídica que foram criados todos os princípios e
regras que nortearam o direito do trabalho.
Historicamente, o trabalho começou a ser livre a partir da Idade Moderna, com a saída das pessoas
dos feudos da Idade Média se encaminhando para as cidades. Foi com esse “boom” populacional
que surgiu a Revolução Industrial nos séculos XVII e XVIII em que as pessoas foram conectadas
ao sistema produtivo.
Uma das grandes problemáticas econômicas foram as péssimas condições de trabalho, salários
irrisórios e sem benefícios de natureza trabalhista e previdenciária. O trabalhador ficou,
praticamente, sem qualquer proteção e à margem da sociedade.
Foi nessa relação com a Revolução Industrial que a ideia de subordinação jurídica começou a ser
construída. Com esse fenômeno, começou uma massificação de trabalhadores submetidos a uma
ordem econômica e sem legislação que regulamentasse as relações de patrão (dono da indústria)
e empregados. Ainda se registre que os trabalhos dos menores (crianças) e mulheres eram em
piores condições, na medida em que recebiam salários menores e trabalhassem a mesma
quantidade ou até mais que os homens.
Nesse cenário, no século XIX, surge o Direito do Trabalho. Por isso, que se diz que ele é fruto da
“grande indústria”, principalmente, com atividades de artesanato e manufatura, com o uso de
máquinas e mediante rotinização dos trabalhos. Então, as matrizes do Direito do Trabalho foram
econômicas, políticas e sociais de forma concomitantemente. Havia uma superexploração dos
trabalhadores que afetou a sociedade na época com a massificação de trabalhadores.
Muitos trabalhadores eram desprotegidos na área previdenciária também, pois era numeroso o
número de acidentes de trabalho. Os acidentados ficavam desprotegidos, pois não existia qualquer
proteção. Esse clamor social teve impacto nos movimentos que se formaram para fins de melhoria
das condições dos empregados, como por exemplo, a associação, embrião da ideia de sindicato
que entendemos hoje em dia.Esses movimentos operários também se tornaram um embrião para
a ideia de ação coletiva.
Nesse sentido, destaca-se a obra de Godinho (2019; 104):
Os segmentos sociais dos trabalhadores, a contar da segunda metade do século XIX, descobriram
a ação coletiva, por meio do qual compreenderam, no transcorrer do processo, que seus dramas,
necessidades e interesses não se explicavam a partir da perspectiva exclusivamente civilista,
contratualista e apenas individual.
Posso citar três exemplos: Decreto 439/1890 que visava proteger a “infância desvalida”; Decreto
1162/1890 que tornou a greve um ilícito penal e Lei Eloi Chaves (Lei 4682/1923) que é um marco
também para o direito previdenciário.
Com base nisso, a partir da década de 30, é que o Brasil começa a conhecer a ideia mais
formalizada de direitos trabalhistas, principalmente, com a Constituição de 1934 (era Vargas).
Com o operariado crescendo no Brasil e com a incorporação das ideias europeias começaram as
“questões sociais”, na medida em que os direitos trabalhistas passaram ser considerados como
necessários para a manutenção da máquina produtiva. O Estado brasileiro estava vivenciando um
momento liberal, de não intervenção na economia e nas relações privadas. Nesse ponto, houve
uma alteração dos rumos da História brasileira e, na década de 30, pensou-se num viés mais
protecionista, iniciando-se, ano de 1930, a criação, na época, do Ministério do Trabalho, Indústria
e Comércio, culminando com a Constituição de 1934.
Em 1931, foi criado o Departamento Nacional do Trabalho. Também nesse período, tivemos a
ideia de um sindicato único, submetido ao reconhecimento do Estado. Então, no Brasil, havia um
controle do sindicato pelo Estado. Os sindicatos precisavam ser oficiais, sob pena de ilegalidade.
Em 1932, passou a ser tratado no Brasil o trabalho feminino, bem como das atividades de
comerciário e bancário etc. Nesse mesmo período, começou a evoluir o direito previdenciário no
Brasil, o que impactou também no direito do trabalho.
Não podemos deixar de mencionar que a Constituição Federal de 1988 foi um marco significativo
nos direitos trabalhistas, alçando-os na categoria de direitos fundamentais. A Constituição Federal
de 1988 estampa o maior progresso dos direitos sociais no Brasil. Foi uma vitória, de fato, aos
direitos sociais. O trabalho passou a integrar um dos fundamentos da República. Os direitos
previstos passam a integrar o que a doutrina chama de patamar civilizatório mínimo do
trabalhador. Isso significa que todos os direitos previstos na CF/88 são os direitos mínimos e
necessários para que o trabalhador possa ter dignidade.
4. Principais Alterações na Reforma Trabalhista de 2017
Em novembro de 2017, surgiu a Reforma Trabalhista que causou diversas repercussões no Brasil,
tanto em nível material quanto processual. Há uma aproximação dessa Reforma Trabalhista com
a ideia do Estado Mínimo, diminuindo a proteção social com a perspectiva e justificativa de
aumento de empregos mediante redução dos encargos trabalhistas e previdenciários.
É do empregador a responsabilidade pelas indenizações por dano moral ou à imagem por atos
cometidos diretamente por ele ou através de seus prepostos contra o empregado. Isso inclui a
responsabilização pelas indenizações devidas em relação aos acidentes do trabalho. Para tal
configuração, importa destacar a necessidade do preenchimento de alguns requisitos como: dano,
nexo causal e culpa empresarial. O dano se configura mediante o fato relacionado que gerou o
abalo emocional, patrimonial ou estético. Nesse ponto, o dano moral é exatamente o fato, por
exemplo, que gerou o abalo emocional. No caso do dano patrimonial, é o que gerou as perdas
materiais alegadas. Quando ocorre esse dano patrimonial, é preciso demonstrar todo o prejuízo
econômico sofrido, como a prova documental, para demonstrar as perdas materiais sofridas, as
despesas feitas etc.
Com base nisso, o dano por ser causado por uma conduta dolosa ou culposa do empregador ou
mediante seus prepostos, gerando, dessa feita, uma responsabilidade do empregador. O dolo pode
ser por um intuito/motivo do empregador relacionado à omissão ou à ação. Exemplo: o
empregador xinga o trabalhador de “burro”. Ou simplesmente, permite que o gerente aja dessa
forma, ciente disso, mas não o impede ou adota posturas para fins de que não se repitam
as situações.
Destaques
1) O Direito do Trabalho deve ser considerado produto cultural do século XIX e das
transformações e condições sociais, econômicas e políticas que colocam a relação de trabalho
subordinada como núcleo do processo produtivo característico daquela sociedade e que tornaram
possível o aparecimento deste ramo novo da ciência jurídica, com características próprias e
autonomia doutrinária.
2) É no ponto central da relação de emprego, bem como na questão da subordinação jurídica que
foram criados todos os princípios e regras que nortearam o direito do trabalho. E, obviamente,
como já cobrado em provas, é importante você ter a concepção que o direito do trabalho é
dinâmico (não é estático), pois acompanha as exigências da sociedade de natureza social,
econômica, filosófica etc.
3) Destacam-se: 1917 (Constituição do México) e 1919 (Constituição de Weimar de 1919, da
Alemanha). Em 1919, surgiu a OIT – Organização Internacional do Trabalho. O Brasil só passou
a constitucionalizar na época de Vargas, na Constituição de 1934
4) Primeira Constituição no mundo a prever os direitos trabalhistas foi a do México, em 1917! A
segunda Constituição foi a de 1919, Alemã, chamada de Carta de Weimar. No Brasil, somente em
1934, na época Vargas. A OIT surgiu em 1917. Ainda se destaca, principalmente, que a ideia do
Direito do Trabalho foi exatamente propiciar um modelo de garantias de proteção da parte mais
vulnerável. Não veio para incentivar a competição entre as empresas, mas sim para proteger a
parte mais vulnerável.
5) A partir da década de 30, é que o Brasil começa a conhecer a ideia mais formalizada de direitos
trabalhistas, principalmente, com a Constituição de 1934 (era Vargas). Com o operariado
crescendo no Brasil e às ideias europeias, timidamente, começou a surgir as “questões sociais”.
6) O Estado brasileiro estava vivenciando um momento liberal, de não intervenção na economia
e nas relações privadas. Nesse ponto, houve uma alteração dos rumos da História brasileira e, na
década de 30, pensou-se num viés mais protecionista, iniciando-se, ano de 1930, a criação, na
época, do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, culminando com a Constituição de 1934.
Direito Individual do Trabalho: Relação de Emprego – Caracterização e Relações de
Trabalho
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
EM SEU CADERNO:
1. Pesquise e faça um resumo sobre os TIPOES DE RELAÇÃO DE TRABALHO.
2. Quais as características da relação de emprego?
3. Quais as diferenças entre relação de emprego e relação de trabalho?
4. Quais os eventos históricos marcaram o Direito do Trabalho?