(Livro 1 e 2) Um Erro Encantador - Mel Ryle
(Livro 1 e 2) Um Erro Encantador - Mel Ryle
(Livro 1 e 2) Um Erro Encantador - Mel Ryle
Rose: (emoji de berinjela, emoji de gotas e carinha com a língua para fora)
Marie: Omg, kyla, eu não posso acreditar que finalmente é a sua vez
Eu não podia acreditar que estava saindo. Sim, três meses é muito tempo
para ficar sem sexo. Mas enquanto eu colocava minhas sandálias nudes
Marc Jacobs, tudo que eu conseguia pensar eram os saltos que eu joguei em
Alden.
O que me fez pensar nele e em Mallory naquela cama. O que me fez
repe<r aquela noite horrível novamente.
Deus, como eu iria apagar essa cena da minha cabeça? Eu me joguei no
trabalho, concentrei toda a minha energia em nossos clientes e fiz tudo o
que pude para me distrair. Mesmo assim, três meses depois, con<nuei
torturada por essa memória.
Minhas amigas estavam certas de que <nham a solução. O jogo.
Se você <vesse me dito há alguns meses que logo seria a minha vez, eu
o teria chamado de louco.
Mas aqui estava eu, me arrumando, prestes a ir a algum bar qualquer
para fazer sexo com um estranho qualquer.
Desde quando um caso de uma noite conserta alguma coisa?
Enquanto chamei um táxi e esperei que ele chegasse, me preparei. Se as
meninas queriam jogar, tudo bem. Mas isso não significava que eu <vesse
que jogar de acordo com as regras delas.
Respirando fundo, saí, pronta para enfrentar a noite. Nenhum homem
vai acabar na minha cama, disse a mim mesma. Sem chance.
Mas a noite, como eu logo descobriria, <nha outros planos.
Capítulo 2
Apenas uma noite
Coleen: ONDE VOCÊ ESTÁ???
Kyla: Quase lá
Kyla: Calma
Coleen: ó<mo!
Jensen: Claro.
Eu olhei para Jensen, olhando por cima de seu telefone para mim, um leve
sorriso em seus lábios. Meu corpo gritou uma resposta, mas minha mente
<nha outras idéias.
Coleen: Aconteça o que acontecer esta noite, você me conta tudo Kyla: Não
me lembro disso estar nas regras Coleen: Danem-se as regras Coleen: Você
é minha melhor amiga Coleen: E você finalmente está conseguindo Coleen:
(emoji de mãos pro céu) Kyla: Veremos
Coleen: ;)
Coleen: Kyla
Coleen: Você é gostosa pra caralho Coleen: E você merece isso Kyla: Mas
tudo que eu fico pensando é em Alden Coleen: STOOOOOP!!!!
Capítulo 4
O dia seguinte
Kyla
Seu corpo era esculpido como uma escultura, cada músculo claramente
definido quando ele <rou a camisa e se aproximou para me beijar. Eu não
pude resis<r a correr minha mão sobre cada pedaço de seu abdômen.
Ele estendeu a mão e abriu o zíper do meu ves<do, deixando-o cair no
chão. Uma mão segurou o lado da minha cabeça, seu polegar roçando minha
bochecha. A outra mão abriu habilmente meu su<ã.
Sentei-me na cama e puxei-o para mim, sen<ndo o calor de nossos
corpos se conectando. Seus lábios voaram sobre minha pele exposta, sua
barba fazendo cócegas levemente em mim.
Depois de me abster por três meses, já estava muito molhada. Ele podia
sen<r isso e deslizou minha calcinha para baixo.
Sen< sua ereção contra minha perna e mal podia esperar. Tirei sua boxer,
agarrei seu pau duro e…
O alarme do meu telefone disparou alto demais, destruindo meu sonho.
Era domingo, mas devo ter esquecido de desligá-lo.
Esse sonho <nha sido vívido... vívido demais. Minha cabeça latejava.
Acho que bebi alguns drinques a mais do que pensava.
O que aconteceu ontem à noite?
Gemendo, rolei na cama e desliguei o alarme, só então percebi que a
cama não era minha. Era muito macia, como uma nuvem.
Meus olhos se abriram para revelar a luz do sol brilhando sobre o que
era, sem dúvida, o apartamento mais lindo em que já es<ve. E eu trabalhava
em um hotel — <nha visto milhares de suítes presidenciais luxuosas.
O quarto era aberto e espaçoso, o guarda-roupa feito de mogno escuro
esculpido de forma complexa e havia uma TV do tamanho de um carro na
parede.
Estava imaculadamente limpo, exceto pelos dois conjuntos de roupas
descartados às pressas.
Minha.
E dele.
Eu realmente dormi com um estranho?
E depois que eu especificamente prome< a mim mesma, eu não faria
isso.
A ideia fez minha mente girar. Um estranho me viu nua!
Ele correu sua língua sobre cada cenwmetro do meu corpo!
Verificando meu telefone, vi que as meninas me enviaram uma
enxurrada de mensagens de texto.
Kyla: Claro. Alguém está livre para vir aqui em casa? Kyla:
Megan: Trabalhando.
Coleen: Já vou
Kyla: Está ó<mo. Vejo você em breve Megan: Ei! Não é justo!
Kyla: Bem, você só terá que esperar então Kyla: (emoji piscando)
;)
Na verdade, fiquei aliviada que Megan, Marie e Rose não puderam vir.
Elas eram grandes amigas, mas eu realmente precisava de algum tempo e
espaço para processar.
Coleen era minha melhor amiga.
Ela me acompanhou da faculdade para o trabalho no hotel, e não muito
tempo atrás também passou por um rompimento traumá<co.
Ela pode estar lidando com isso de maneira dras<camente diferente —
devorando cada homem que ela consegue colocar as mãos — mas pelo
menos ela pode entender um pouco melhor.
Tirei o ves<do usado e a calcinha da noite anterior e entrei no chuveiro,
deixando a água fumegante correr pelo meu corpo e lavar as aventuras da
noite anterior.
Parte de mim se sen<a tão nojenta. Eu não o conhecia. E
se ele <vesse doenças?
Eca!
Mas também <nha gostado muito mais do que esperava.
Parecia natural, como se de alguma forma já conhecessemos o corpo um
do outro.
Como duas pessoas que mal se conheciam se conectavam tão bem
assim?
Talvez ele apenas fosse muito experiente? Eu só <nha estado com Alden,
então o que eu realmente sabia?
Mas, depois de Alden...
Bem, esta noite foi como uma corrente de ar fresco.
Sen<ndo-me limpa, ves< um moletom e pedi uma pizza assim que
Coleen chegou.
Depois de olhar vários filmes, nós finalmente decidimos por Uma Linda
Mulher.
Estávamos na parte em que Richard Gere pede orientações a Julia
Roberts quando Coleen sorriu.
— Eles têm uma química tão grande! Não seria incrível se isso realmente
acontecesse na vida real?
— Bem... — Eu disse, pensando sobre a cobertura na qual eu acordei. —
Meio que sim. — Na tela, Julia Roberts acabava de assumir o comando do
Lotus Esprit porque Richard Gere não sabia dirigir o carro.
Coleen olhou para a TV, seus olhos se arregalando.
— Ele deixou você dirigir o carro dele?
— Não, — eu ri. — Ele <nha um motorista par<cular. — Eu não acho que
seus olhos poderiam saltar mais, mas de alguma forma, eles fizeram. Eu
rapidamente lhe contei sobre tudo, desde o bar privado até o sexo voraz e a
fuga esta manhã.
— Você acabou de fugir? — ela perguntou, exasperada.
— Essas são as regras do jogo. Sem nomes, sem con<nuações.
— Mas você tem o nome dele. É o Jensen. Então, estrague as regras. Ele
não era bom de cama?
— Na verdade... eu acho que ele foi incrível, — eu admi<.
Era estranho comparar Jensen com Alden, mas o sexo <nha sido muito
mais intenso. Alden sempre parecia estar passando por uma lista de
verificação de tarefas, como se es<vesse fazendo a manutenção de ro<na
em um carro.
Jensen, por outro lado, assumiu imediatamente o comando, dandome
prazer com a boca, as mãos e os dedos.
Não parecia uma ro<na, parecia que estávamos apenas fluindo para
onde nossos desejos nos levassem.
— Então, por que você não ficou?
Suspirei. Como posso explicar? Não importava o quão incrível alguém
fosse na cama.
E ele era incrível pra caralho, pensei, enquanto um pequeno arrepio
percorreu minha virilha.
Eu imediatamente recuei, horrorizada com minha incapacidade de
controlar minha excitação.
Eu deixei Alden entrar na minha vida, e ele realmente me machucou.
Eu não poderia dar a mais ninguém esse <po de poder.
— Era como... como Kevin Yates, — eu disse, referindo-me ao ex de
Coleen.
Eles namoraram por quase um ano e, de acordo com ela, ele era feroz
como um <gre na cama. Ele também era doce e charmoso e <nha um
emprego sólido em finanças. Mas, no final das contas, Coleen rompeu o
relacionamento porque algo estava faltando.
— Sim, — ela disse, olhando para baixo. — Estou começando a pensar
que talvez eu devesse ter ficado com ele.
— Ei. Se não era ele, não era ele. Você não pode se contentar com menos.
Ela encolheu os ombros.
— Teria me salvado de muita dor. Se eu <vesse ficado com Kevin, nunca
teria conhecido Landon.
Landon era seu trauma recente. Ele não apenas a traiu, mas até bateu
nela uma vez. Essa foi a gota d'água e, felizmente, ela abandonou aquele
canalha.
Mas aquela relação <nha afetado ela. Costumávamos sempre seguir
nossos corações; agora, ela preferia manter as coisas muito mais
equilibradas.
— O que Landon fez não é sua culpa, — eu disse. — Você está muito
melhor sem aquele idiota.
Ela deu um pequeno sorriso.
— E você está melhor sem Alden. Portanto, tente lembrar que nem todo
cara é ele. Alguns caras são Richard Gere.
Apesar de todas as minhas palavras gen<s para ela, eu não sabia se eu
mesma poderia acreditar nelas.
Richard Gere pode ser charmoso, mas não vamos esquecer, ele fez sua
fortuna destruindo o que outros haviam construído.
Eu não sabia se poderia correr o risco de dar meu coração a outro Alden.
Rhea: Algo importante está acontecendo Rhea: Você precisa chegar aqui
agora!!!
Kyla: Desculpe, dormi demais Kyla: O que é?
Kyla: OMG
Peguei o ônibus quando ele estava saindo. Rhea era minha secretária
pessoal. Se ela disse que algo era importante, eu com certeza acreditei.
Enquanto o ônibus abria caminho no trânsito, pensei nos cenários.
Talvez meu chefe Brian Leach es<vesse tendo um ataque porque eu
estava atrasada. Isso não me surpreenderia — ele não faz segredo sobre seu
desprezo por mim.
Quando cheguei ao hotel, Rhea, ves<da com um terninho verdelimão,
encontrou-me na porta da frente.
O que quer que tenha acontecido, era importante o suficiente para ela
me informar pessoalmente antes de eu entrar.
— Eles estão subs<tuindo o Sr. Mayfield! — ela deixou escapar.
— O que? — O Sr. Mayfield era o gerente geral do hotel. Ele ocupou o
cargo nas úl<mas duas décadas. — Quando?
— Imediatamente. O Sr. Mayfield está fora e a nova pessoa começa agora.
Merda, isso era uma grande nowcia.
— Obrigado por me dizer aqui, — disse a Rhea. — Você pode ter me
salvado de entrar em uma conversa despreparada.
Minha mente já estava correndo. Por que não fui comunicada? Devíamos
ter <do semanas para nos preparar para um novo chefe.
Eu estava prestes a dizer isso quando alguém se movendo no saguão do
hotel chamou minha atenção. Olhando por cima, percebi um homem grande
e imponente caminhando com confiança em minha direção.
Minha aventura de uma noite.
Jensen.
Capítulo 5
Rude despertar
Kyla
Megan: O QUÊ?!
Marie: Isso vai contra as regras Rose: Deixe a garota se diver<r um pouco
Rose: (emoji de língua para fora) Kyla: Não é assim Kyla: Eu não sabia que ele
estaria aqui Kyla: Explicarei mais tarde Fiz uma careta para Coleen, que falou
quando me aproximei.
— Você não me disse que marcou um encontro com o seu gato.
— Eu não marquei. Ele está aqui a negócios, aparentemente.
— Que <po de negócio?
Dei de ombros.
— Gostaria de saber. Acabei de mandá-lo para a sala de reuniões A.
— Oh meu Deus. — Coleen tapou a boca com a mão. — E se ele for o
novo gerente?
Meu estômago estremeceu.
Mas eu balancei minha cabeça.
— Ele não é. A empresa sempre promove internamente — eles não
contratariam um estranho.
Mas e se ele for? Eu me perguntei, enquanto a sensação de desespero
crescia. Isso significaria que fiquei com meu chefe! Isso era absolutamente
proibido no livro de regras de Kyla Tristen para o sucesso.
— Faça-me um favor, não mencione nada a ninguém sobre nós.
Ela levou a mão à boca.
— Os meus lábios estão selados.
Quando cheguei à área de marke<ng, encontrei Rhea em sua mesa do
lado de fora do meu escritório.
— O que você descobriu?
— Não muito. Parece que a empresa tem man<do tudo em segredo até
que eles possam fazer um anúncio oficial. A única razão que sabemos é
porque alguém deixou escapar hoje de manhã, e você sabe como a fofoca
se espalha rápido por aqui.
— Então, não sabemos de nada? — Eu perguntei, tentando pensar em
quem internamente poderia ser qualificado para preencher a vaga.
— A única coisa que posso ter certeza sobre tudo isso é que todo mundo
está no escuro, sem saber de nada. Se algum funcionário es<ver disputando
essa vaga está mantendo isso em segredo.
Por favor, não deixe ser O Sanguessuga pensei.
Meu chefe, o Sr. Leach — que Rhea e eu apelidamos de O Sanguessuga
— vinha lutando por uma promoção há anos.
Ele não faz nenhum esforço para esconder sua an<pa<a por mim e, se
conseguisse o cargo, não apenas pioraria as coisas para mim em geral, mas
eu realmente temia que ele pudesse destruir o hotel.
Porque ele não gostava de mim era dipcil dizer. Presumi que ele se sen<a
in<midado por mulheres confiantes.
Ele estava visivelmente irritado com o quanto eu consegui crescer no
hotel, apesar de sua interferência constante.
O palpite de Rhea era muito mais simples: ele percebeu que eu era a
única mulher no departamento de marke<ng que não era loira.
Eu também fui a única mulher que não foi contratada pelo Sr. Leach. Foi
o Sr. Mayfield quem percebeu meu talento e me ofereceu o emprego.
Talvez o Sr. Leach es<vesse apenas irritado porque eu não era um de seus
bajuladores escolhidos a dedo.
O telefone de Rhea tocou e ela olhou para ele, a cor sumiu de seu rosto.
— Falando em boatos de secretária, Kim disse que você está atrasada
para uma reunião.
— O que!? — Kim era a secretária do Sr. Mayfield. Isso significava que eu
<nha uma reunião com o Sr. Mayfield. — Como eu não sabia disso?
— Ela disse que enviou um e-mail esta manhã. — Ela corou. — Mas não
chequei meu e-mail porque estava tentando informá-la sobre o novo chefe.
Sinto muito, Kyla.
— Está tudo bem, — eu assegurei. — É minha culpa estar atrasada. Onde
é a reunião?
— Sala de reuniões A.
Foi para lá que enviei Jensen.
Merda! Agora, minha transa de uma noite ia me ver chegar atrasada para
uma reunião em meu próprio trabalho.
A maneira como ele olhou para mim antes... eu só podia esperar que ele
não dissesse algo estranho. Mesmo algo pequeno poderia levar a um grande
número de fofocas, e eu simplesmente não podia aceitar isso.
Eu me virei e corri em direção ao elevador.
Eu ajustei minha saia, cer<ficando-me de que estava bem arrumada, antes
de entrar em uma reunião não planejada com a equipe administra<va.
Esta manhã está sendo uma montanha russa de emoções.
Eu entrei pelas portas da sala de reuniões e vi toda a equipe
administra<va e alguns assistentes execu<vos em um nível semelhante a
mim sentados em torno de uma grande mesa.
— Que bom que você finalmente pôde se juntar a nós, Sra. Tristen, —
disse uma voz mordaz.
Eu me virei para ver o Sr. Leach me encarando.
As mangas de sua camisa estavam arregaçadas, revelando braços
magros. Ele parecia estar suando muito, resultando em manchas na sua
camisa branca e dando um brilho oleoso à sua pele. A veia em sua testa
latejava.
— Minhas desculpas, — eu disse. Não querendo dar desculpas, deixei
por isso mesmo e deslizei para uma cadeira vazia.
O Sanguessuga abriu a boca para me repreender, mas foi cortado pelo Sr.
Mayfield: — Como eu estava dizendo, a par<r de agora, irei me transferir
para a filial do Reino Unido para passar mais tempo com minha família. Na
minha ausência, um novo Gerente Geral foi nomeado. Um homem com anos
de experiência no gerenciamento dos vários interesses da Hawksley
Enterprises. Eu gostaria que todos vocês dessem as boas-vindas ao Sr. Jensen
Hawksley!
Merda.
Meu estômago se contorceu totalmente.
Merda. Merda. Merda.
O Sr. Mayfield apontou para o canto da sala, onde uma figura que eu não
<nha notado antes estava.
Jensen.
Coleen estava certa.
Eu respirei fundo. Como isso foi possível?
O grupo bateu palmas enquanto Jensen se adiantou. Ele era o único que
estava de pé, e seu grande corpo se destacava de todos.
— Obrigado, Sr. Mayfield, por essa excelente introdução. Tenho certeza
de que muitos de vocês estão muito mais familiarizados com meu
irmão Julian, o CEO da Hawksley Enterprises, mas posso garan<r que
sou tão apto e experiente.
— Agora, eu entendo que o Sr. Mayfield dirige um grande império, e este
hotel é uma das nossas joias. Mas fui trazido especificamente por causa de
minha experiência em extrair excepcionalismo de nossos colaboradores.
Vou fazer um relatório cuidadoso e detalhado de cada pessoa e processo, e
cortar qualquer coisa desnecessária.
— Eu quero que todos vocês voltem aos seus departamentos e tenham
certeza de que todos estão absolutamente dando o seu melhor cem por
cento. Porque estarei verificando e qualquer coisa considerada supérflua
será cortada.
Engoli em seco.
O Jensen que eu conheci na outra noite era calmo e charmoso, mas esse
lado dele parecia duro e incisivo.
Jensen con<nuou:
— Não quero tomar mais o tempo de vocês. Por favor, voltem para suas
estações, espalhem a palavra sobre eficiências e trabalhem duro para tornar
este hotel o melhor possível.
Com um murmúrio baixo e constante, todos começaram a se levantar e
par<r. Notei o Sr. Leach vindo direto para mim, os músculos de seu pescoço
tensos, e me preparei mentalmente.
— Você está quase vinte minutos atrasada, Tristen. Você acha que pode
simplesmente entrar aqui quando quiser? Que o resto de nós simplesmente
colocará tudo em espera e aguardaremos seus caprichos?
Eu reprimi minha resposta, tentando permanecer profissional, e
simplesmente disse: — Isso não vai acontecer de novo.
Ele cerrou os punhos. — Com certeza, não vai. Por outro lado...
De repente, Jensen apareceu.
— Sr. Leach, prazer em conhecê-lo. — Ele estendeu a mão.
— O prazer é todo meu, — disse Leech, seus olhos famintos procurando
impressionar o novo chefe.
— Pelo que entendi, você é o Diretor de Marke<ng. Preciso fazer um tour
pelo hotel e agradeceria se você me emprestasse um de seus especialistas
em marke<ng para essa tarefa. Eles estarão mais familiarizados com os
pontos de venda exclusivos.
O Leech lambeu os lábios.
— Eu ficaria muito feliz em fazer o tour pessoalmente.
— Eu não gostaria que perdesse seu valioso tempo com isso, —
respondeu Jensen. — E não <ve a chance de conhecer a retardatária ainda,
então talvez ela pudesse fazer o tour?
Ele me deu um sorriso um pouco amigável demais para colegas de
trabalho. O Sanguessuga pareceu perceber que havia um significado mais
profundo porque ele semicerrou os olhos para mim.
Esse era exatamente o <po de coisa que eu queria evitar.
Por favor, vá com O Sanguessuga e saia da minha frente!
Percebendo a hesitação do Sr. Leach, Jensen acrescentou:
— Considere isso uma punição por seu atraso.
O Sanguessuga correu os olhos por todo o comprimento do meu corpo e
sorriu.
— Claro.
Eu estremeci por dentro. Algo sobre a ideia de me punir causou uma
mudança completa no comportamento do Sr. Leach.
O que ele pensaria se soubesse que Jensen já <nha me punido no
quarto?
Eu balancei minha cabeça. Este era meu novo chefe. Eu não podia me
permi<r ser envolvida por memórias dele.
Mas eu não <nha como escapar do tour. Levei Jensen em direção ao
elevador, rezando para que ele permanecesse profissional e não falasse na
outra noite.
Mas é claro, assim que as portas se fecharam, Jensen perguntou: — Por
que você saiu sem se despedir?
Eu não acreditava.
Era realmente nisso que ele estava pensando em seu primeiro dia em um
novo emprego importante?
— Não vamos falar sobre isso, Sr. Hawksley.
Ele sorriu e ergueu uma sobrancelha.
— É o Sr. Hawksley agora, não é? Porque na outra noite, você gritou
Jensen.
— Isso não é nada profissional, Sr. Hawksley. Agora trabalhamos juntos.
— Mas, mesmo enquanto falava, sen< o cheiro de seu perfume e fui levada
de volta àquela noite, às imagens dele acariciando meu corpo com dedos
delicados.
O elevador parou.
Antes que as portas pudessem se abrir, Jensen pressionou e segurou o
botão de fechar a porta.
— Nós trabalhamos juntos, Kyla. E gostaria de aproveitar a
oportunidade para conhecê-la um pouco melhor. — Ele levantou a mão e
roçou suavemente o polegar ao longo da minha bochecha.
Foi quente e suave, e... Oh, Deus.
— Você é meu chefe, — consegui dizer.
Ele olhou profundamente para mim com seus olhos azuis oceano.
— Você quer que eu pare?
Respirando pesadamente, respondi:
— Não.
Merda.
Capítulo 6
A inspeção
Kyla
Jensen
Eu balancei minha cabeça quando Kyla passou por mim, calma e fria no
comportamento.
Ela era minha empregada agora.
Eu gostei dela quando nos conhecemos, mas isso a tornou muito mais
gostosa.
Sua confiança como mulher profissional, sua disposição de descartar o
que havíamos compar<lhado...
A verdade é que Kyla realmente me impressionou, e quando a vi no
saguão esta manhã, fiquei completamente fora do meu normal.
Eu não estava pensando com clareza e talvez <vesse forçado demais a
barra no elevador.
Felizmente, eu teria todo o tour no hotel para causar uma impressão
melhor.
Eu a segui até um restaurante e fui imediatamente recebido com cheiros
convida<vos de ovos fritos, waffles, batatas fritas e uma mistura variada de
outros alimentos para o café da manhã. De um lado, notei uma mesa de
buffet.
Eu mesmo teria que verificar a qualidade, mas as primeiras impressões
pareciam boas.
O Maitre se aproximou de nós.
— Ei Tristen, que bom ver você. E quem é o cavalheiro?
— Este é o novo Gerente
— Um conhecido de Kyla — falei, dando um passo à frente para oferecer
minha mão, que o outro homem apertou. — Somos velhos amigos e tenho
a sorte de ela estar disponível para me mostrar este lindo estabelecimento.
— Bem, você tem uma excelente guia.
Eu abri meu melhor sorriso.
— Você poderia fazer a gen<leza de nos mostrar uma mesa e nos trazer
dois pratos do que quer que seja o especial desta manhã? Teremos o maior
prazer em experimentá-los.
— Não posso, — disse Kyla. — Estou trabalhando.
Ou essa garota realmente levava seu trabalho a sério ou estava tentando
evitar uma refeição comigo.
Bem, como chefe dela, ela não podia me recusar. E eu <nha alguns
truques para realizar ainda.
— Absurdo. Eu insisto.
O Maitre nos conduziu a uma mesa. Assim que ele saiu, Kyla sussurrou:
— Por que você não disse a ele que é o novo gerente?
Dei de ombros.
— Ele vai descobrir em breve. Por enquanto, quero ver do que eles são
capazes quando não sabem quem sou eu. Agora, conte-me sobre este
restaurante.
— Este é Le Pe<t Lieu, — disse ela, ges<culando ao redor da sala. — Um
dos dois restaurantes quatro estrelas no local. Tentamos
implementar uma esté<ca moderna, que nossos hóspedes parecem
realmente adorar. À noite, geralmente trazemos um pianista ao vivo para
tocar para eles.
A segurança com que ela falava era tão atraente, tão inebriante. Eu só
queria saber tudo sobre ela.
E ela parecia fodidamente inacreditável com aquela saia.
Inclinei-me para a frente para descansar meus cotovelos na mesa, em
parte para ver se balançava — não mudou — mas também para estar mais
perto dela.
— Parece român<co.
Ela ergueu uma sobrancelha.
— É sim, Sr. Hawksley. Eu sugiro que você volte à noite, se é isso que você
está procurando.
Nesse momento, o Maitre chegou com dois pratos de Ovos Benedict
escaldantes.
— Sugestão do chef.
Eu levei um momento para absorver o cheiro antes de responder.
— Por favor, envie meus cumprimentos em troca. E posso ter a carta de
vinhos?
— Para o café da manhã? — Kyla perguntou, espantada.
Eu suprimi uma risada quando o Maitre me entregou a lista. Eu
defini<vamente iria me diver<r com ela nesse tour.
— Descobri que nada combina mais com ovos Benedict como um bom
vinho. Tinto, para ser mais específico. — Para o Maitre, acrescentei: — Como
está o Château Margaux?
— Exó<co.
— Ano?
— 1990.
— Isso soa excelente. Traga dois copos.
Ele par<u e Kyla olhou para mim.
— Sr. Hawksley, não posso beber isso.
— Finja que estamos em um encontro.
— Não estamos. — Ela disse isso em claro e bom tom.
Ainda não.
O Maitre voltou com uma garrafa nova, colocando-a bem na nossa
frente, depois serviu habilmente, torcendo a garrafa para evitar que
pingasse. Habilidades simples de servir, mas você ficaria surpreso ao ver
quantos restaurantes negligenciam isso.
Eu estava defini<vamente sa<sfeito.
— Sabe, não há problema em tomar uma taça de vinho no trabalho. —
Eu pisquei. — Será nosso segredo.
— Oh, não é isso, Sr. Hawksley. Não pense que não percebi como você
está sendo mão de vaca. O Château Margaux é apenas o nosso terceiro vinho
mais caro, com dez mil a garrafa. Se você realmente quer me impressionar,
você poderia pelo menos ter comprado uma garrafa de quinze mil dólares
como o Château Lafite.
Ela sorriu maliciosamente, fazendo uma pausa.
— Ou você achou que eu não notaria?
Minha boca caiu um pouco. Ela estava brincando comigo... me testando!
Garota esperta.
Bom, nós dois podemos jogar esse jogo.
— Uma jogada sábia, Sra. Tristen. Na verdade, não aprovo que meus
funcionários bebam no trabalho. Nem no meu hotel, nem mesmo com o
chefe.
Suas sobrancelhas se ergueram.
— Isso foi um teste?
— Claro. — Cortei um pedaço de Ovos Benedict e provei. Estava um
pouco seco, para ser sincero. Eu teria que descobrir quem cozinhou para que
eles pudessem consertar.
— Se eu quiser transformar este hotel na melhor versão de si mesmo,
preciso saber tudo sobre cada funcionário, incluindo quem está disposto a
quebrar algumas regras.
E não pense que não irei discipliná-la se quebrar as regras.
Não disse isso em voz alta, mas não conseguia parar de pensar em nossa
noite juntos. Eu precisava saber mais sobre ela.
— Por que você não me fala um pouco sobre você?
Ela mordeu o lábio inferior, provavelmente se debatendo sobre o quanto
me dizer.
— Estudei marke<ng na Universidade de Chicago, — ela começou, mas
eu a interrompi.
— Se eu es<vesse interessado no seu currículo, pediria ao RH. Quero
ouvir sobre seus interesses.
— Então, você pode ficar desapontado. Meu trabalho é minha vida, é
onde dedico a maior parte do meu tempo. Meu principal obje<vo é vender
o hotel para grandes grupos para eventos de formação de equipes. Na
verdade, é de onde vem grande parte do nosso negócio.
— Então, você faz o planejamento do evento, — eu disse, bebendo meu
vinho.
— Ocasionalmente. Por que?
Eu dei de ombros e coloquei meus talheres na mesa. Acenando em
direção às portas duplas que levavam para fora, perguntei: — O que há lá
fora?
— Um deck com vista para todo o centro da cidade.
— Vamos dar uma olhada.
Kyla
Ele se levantou, me seguindo em direção ao deck. Ele parava com frequência
para examinar várias coisas: a limpeza da pilha de pratos ao lado do bufê; a
pintura na parede; se alguma das cadeiras balançava ou não.
Ele estava claramente levando sua nova posição a sério e pretendia
aprender todos os detalhes sobre o hotel.
Eu estava feliz por ter sido rápida o suficiente para me desviar do
incidente do vinho. Ele estava tentando derrubar minhas defesas.
E eu defini<vamente não podia deixar minha guarda baixa nem um
pouco. Eu já estava achando dipcil resis<r ao seu charme.
Quando saímos para o deck, o horizonte à nossa frente ficou totalmente
visível. Prédios enormes erguiam-se em todas as direções e não muito longe
havia um parque ecológico.
Coloquei minhas mãos na grade e Jensen se inclinou ao meu lado. Eu
estava muito ciente de que nossos ombros estavam pra<camente se
tocando.
— É realmente uma vista deslumbrante, — comentou. — Gosto da
decoração daqui.
— É um tema 'submarino'. Nós mudamos todos os meses. Os hóspedes
acham que é pacífico e exó<co.
Ele se virou, apoiando-se em um braço, seu rosto a apenas alguns
cenwmetros do meu.
— Você gosta de coisas exó<cas, Kyla?
A maneira como ele se inclinou tão casualmente, tão cuidadoso... Eu
estava tendo dificuldade em pensar.
Vamos, Kyla, ele é seu chefe. Controle-se.
— Gosto do fundo do mar, — disse eu. — Na verdade, esse tema foi ideia
minha, com base em uma viagem de mergulho que fiz alguns anos atrás.
De repente, sen< uma pontada no peito enquanto as memórias
voltavam. Aquela viagem de mergulho foi com Alden, nossa primeira viagem
de verdade como um casal, quando eu pensei que ele era o único.
Quão errada eu estava.
— Eu nunca fiz isso, — disse Jensen.
— Mesmo?
— Sim, eu sei, não o que você esperaria. Rica família de negócios, há algo
mais clichê do que nadar no fundo do oceano? Meu irmão realmente adora,
mas me apavora. Quero dizer, os humanos não foram feitos para respirar
debaixo d'agua.
— Mas isso é exatamente o que torna tão emocionante, — retruquei,
sorrindo alegremente. — É um mundo lindo que não fomos feitos para ver.
— Você gostaria de me mostrar algum dia? — ele perguntou, estendendo
a mão e colocando uma mecha de cabelo solta atrás da minha orelha.
Sen<-me estremecer quando ele olhou para mim com seus penetrantes
olhos azuis.
Ele deu um passo mais perto, nossos corpos quase se tocando.
Coloquei a mão em seu peito e sen< seus músculos tonificados sob a
camisa de linho. — Sr. Hawksley, pare.
— Me chame de Jensen, — ele disse, inclinando seu rosto mais perto do
meu.
Sen< sua mão em meu quadril e estremeci.
Oh, Deus.
— Sr. Hawksley, você é meu chefe.
— Eu não era seu chefe no sábado passado.
Seu rosto estava ficando cada vez mais perto do meu.
Eu não conseguia me afastar.
Não queria.
Eu o queria.
Meu telefone vibrou.
Eu recuei e puxei-o para fora.
Capítulo 7
O tour
Jensen
Kyla
Coleen : Ei garota
Kyla: Complicado
Coleen: Alden!
Ê
Kyla: O QUÊ!!!
Kyla: QUANDO?
Kyla: COMO?
Coleen: Ele está reclamando que não pode entrar em contato com você
Kyla: Idiota
Coleen: Diz que você é a melhor coisa que já aconteceu com ele
Capítulo 8
Organizando as planilhas
Kyla
Jensen
Quando o homem magro invadiu meu escritório, pude ver a veia em sua
testa pulsando.
— O que você está fazendo aqui? — ele zombou de Kyla.
Ela parecia irritada com a presença de seu chefe, mas antes que ela
pudesse dizer qualquer coisa, eu falei calmamente.
— Sr. Leach, a que devo este prazer?
— Só estou me perguntando por que um de meus assistentes de
marke<ng está tendo uma reunião privada sem meu conhecimento ou
consen<mento. Eu <ve que descobrir com minha secretária!
Antes que eu pudesse dar uma resposta, Kyla já estava se adiantando
para se defender.
— Eu não preciso do seu consen<mento para ter uma reunião. Eu não
pertenço a você.
— Mas você pertence ao departamento de marke<ng e todas as decisões
de marke<ng precisam passar por mim!
— Com todo o respeito, você estava lentamente transferindo um projeto
desconhecido para mim e, ontem, descobri que seu projeto não era viável.
Vim aqui para pedir aprovação para uma mudança de plano.
O Sr. Leach cerrou os punhos e apontou um dedo fino e trêmulo para o
rosto de Kyla.
— Você consegue sua aprovação de mim! Ou você sempre foi tão
conivente a ponto de pular a cadeia de comando?
Eu olhei para os dois, curioso para saber de onde veio esse conflito. Esse
claramente não era o primeiro sinal de animosidade entre os dois.
Fiquei extremamente impressionado por Kyla não ter medo de se
defender, mesmo quando falava com seu superior direto.
Há algo tão sexy nesse <po de confiança.
Mas, por mais capaz que ela fosse, decidi que era melhor intervir antes
que a situação piorasse.
— Está tudo bem, Sr. Leach. A Sra. Tristen acabou de fazer uma pergunta
e eu tenho uma polí<ca de portas abertas. Qualquer funcionário que
precisar do meu tempo é mais do que bem-vindo para agendar uma reunião.
O Sr. Leach fechou a boca, mas ainda estava fervendo. Finalmente, ele
falou:
— Acho que realmente não importa. Você disse a ela que decidimos
cancelar o Jantar de Gala?
Percebi um sorriso malicioso no rosto de Kyla, embora ela o tenha
escondido rapidamente.
— Eu disse. E ela descobriu rapidamente pelo menos uma área onde
podemos cortar custos significa<vos e, potencialmente, trazer o evento de
volta ao orçamento. Ela parece ter um conhecimento bastante complexo do
funcionamento do hotel. Gostaria de olhar todo o orçamento para ver se ela
não consegue economizar mais.
Os olhos do Sr. Leach se voltaram para Kyla com uma pitada de
ressen<mento. Mas então, suas feições suavizaram quando ele se virou para
mim.
— Que nowcia maravilhosa. Estou animado para saber que a festa de gala
está de volta. Eu ficaria muito feliz em con<nuar planejando isso.
— Na verdade, — eu disse, e acenei com a cabeça em direção a Kyla, —
eu gostaria que a Sra. Tristen assumisse como planejadora-chefe.
A veia na testa do Sr. Leach parecia que estava prestes a estourar, então
eu rapidamente acrescentei:
— Sei que como Diretor de Marke<ng, você já tem as mãos ocupadas no
atendimento às necessidades de marke<ng do hotel. Não posso permi<r que
você seja desviado para um único projeto.
Leach não parecia convencido. Eu con<nuei:
— Claro, ela será obrigada a fornecer atualizações constantes a cada
decisão tomada na organização.
Os músculos do pescoço do Sr. Leach estavam tensos, mas ele não podia
recusar um pedido do gerente geral, então simplesmente respondeu: —
Muito bem.
Kyla, no entanto, parecia perplexa.
— Você quer que eu assuma o planejamento de todo o Jantar de Gala?
Dei de ombros.
— Como eu disse, todo mundo precisa provar seu valor, e eu quero ver
do que você é capaz. Você está pronta para isso?
Seus olhos voaram do Sr. Leach para mim, como se tentando decidir se
era apropriado assumir uma de suas tarefas.
Quem quer que organizasse o Jantar de Gala passaria muito tempo
trabalhando próximo a mim — e com toda a hones<dade, prefiro muito mais
passar esse tempo com Kyla do que com o homem suado ao lado dela.
Sorri com minha rápida capacidade de ter feito essa oferta na hora.
Organizar com sucesso o Jantar de Gala Anual seria um grande marco na
carreira de Kyla. De tudo que eu aprendi sobre ela, eu sabia que ela não
gostaria de perder a oportunidade.
A única pergunta era: do que ela estava mais com medo? A reação do Sr.
Leach? Ou ter que trabalhar junto com um homem como eu?
Capítulo 9
A Reunião do almoço
Kyla
Jensen: Devo dizer que estou muito animado para ter você planejando o
Jantar de Gala da empresa.
Jensen: Com sua mente perspicaz, não tenho dúvidas de que será
maravilhoso.
Jensen: Claro.
Kyla: Sr. Hawksley, você não deveria me enviar uma mensagem diretamente
Jensen: Não sei por que precisamos convidar dois intermediários para o
processo.
Capítulo 10
A proposta
Jensen
Kyla
Kyla: Tenho muito em que pensar Coleen: Você leva o sorvete, eu trago o
vinho Kyla: Claro :P
Quando Coleen chegou, eu já estava ves<ndo meu confortável moletom
cinza e fiz duas grandes <gelas de sorvete de chocolate com granulado extra
e calda de morango. Esta noite não era para ser mão de vaca.
Acendi algumas velas perfumadas e coloquei uma música suave, usando
um toca-discos an<go que comprei há alguns anos. A agulha arranhou o
disco quando o deixei cair, causando um leve ruído de rasgo e está<ca antes
de a música pegar.
Como prome<do, Coleen trouxe uma garrafa de Pinot Grigio — apenas
seis dólares, mas era exatamente a isso que eu estava acostumada. Nós
rapidamente abrimos a rolha e servimos alguns copos.
— Qual é o grande problema? — ela perguntou. — Diga a Dra. Coleen.
— Você é uma recepcionista, — eu ri.
— Exatamente. Eu ajudo as pessoas a encontrar soluções para seus
problemas. É basicamente a mesma coisa.
Rindo, eu contei sobre tudo, desde assumir o planejamento do Jantar de
Gala até a proposta de Jensen.
— Ele está pedindo para você ser amiga com benepcios? — ela
perguntou, com uma mistura de espanto e descrença em sua voz. — Amiga,
por que você simplesmente não vai em frente?
— Você não vê problema em ficar casualmente com seu chefe?
— Não se você es<ver interessada nele. Olha, eu sei que você está
preocupada com o que as pessoas vão dizer se descobrirem, mas
honestamente, a vida é muito curta para se preocupar com algo assim.
Afinal, você pode perder anos namorando um agressor.
Eu dei uma grande colherada no meu sorvete enquanto digeria seu
comentário.
Eu entendia a história dela; Coleen sen<u como se o tempo que ela
passou com Landon <vesse sido um desperdício absoluto.
O relacionamento deles <nha sido muito ruim no final, e se ele só ia
machucá-la de qualquer maneira, por que ela não poderia simplesmente
sair com alguém que realmente a faria feliz?
Mas esse era o problema. Qualquer um pode te machucar.
Não é como se ela não gostasse de Landon quando eles começaram a
namorar. Eles estavam apaixonados um pelo outro, não conseguiam nem
manter distância em público.
Com o tempo, o relacionamento azedou até que ele revelou sua
verdadeira face.
E se Jensen fosse o mesmo?
E se, um dia, Jensen acordasse e percebesse que não estava mais tão
interessado? Ele preferia voltar a dormir com uma nova modelo todas as
noites.
Eu <nha visto o <po de luxo em que ele vivia: motorista par<cular,
morando em uma cobertura, pedindo uma garrafa de vinho de 10.000
dólares para o café da manhã.
Eu não me encaixo naquele mundo.
Suspirei. — É muito arriscado.
Antes que Coleen pudesse responder, seu telefone tocou.
Ela verificou e seu sorriso desapareceu. Por sua expressão, ela parecia
ter visto um fantasma.
— O que? — Eu perguntei.
— É o Alden.
Oh, Deus. Revirei os olhos. De novo não. Agora não.
— O que ele quer?
— Ele está perguntando como você está.
— Ignore-o.
Alden: Coleen
Alden: me responda!
Alden: Eu sei que há uma parte dela que ainda me ama Alden: Se eu pudesse
apenas falar com ela, poderia convencê-la disso. Como ela está?
Capítulo 11
Brincando com maquetes
Kyla
Kyla: Estou preocupada que ele comece a assediar todas vocês também.
Kyla: (emoji de desespero) Coleen: Você não precisa me dizer duas vezes.
Rose: Ok.
Rose: Já fiz 2.
Marie: Eu 4.
Kyla: :)
Eu não sabia como ele reagiria a todas as minhas amigas o ignorando, mas
se ele ainda <vesse alguma decência, ele entenderia a dica e simplesmente
deixaria de lado. Coleen já <nha dito a ele, se e quando eu es<vesse pronta
para falar com ele, eu o faria.
Empurrando esse dilema para o fundo da minha mente, me virei para
olhar para minha secretária. Hoje, ela usava um terninho rosa bonito sobre
uma blusa turquesa.
Sem querer, usei um blazer que combinava muito com o dela. Eu <nha
<rado o meu para que não entrássemos em conflito. Por baixo, eu estava
com uma blusa roxa com babados sem mangas.
— Ainda não vai caber, — ela reclamou, enquanto trocávamos as mesas
da maquete. — Vai haver gente demais.
— Esta é a nossa maior sala de conferências. Nós vamos fazer isso
funcionar.
Eu deveria fazer uma apresentação ao conselho sobre o meu progresso
mais tarde e queria mostrar que havia resolvido todos os possíveis
problemas. A tarefa de fazer esse Jantar de Gala foi confiada a mim — eu
não ia estragar tudo.
— E se movermos o sistema de som para a parede? Isso deve liberar um
pouco de espaço.
Rhea rapidamente redesenhou as linhas da maquete. — Isso daria uma
meia mesa extra. É alguma coisa.
Eu mordi meu lábio. — Mas ainda não o suficiente.
Houve uma ba<da na porta do meu escritório, então Jensen enfiou a
cabeça para dentro.
Borboletas imediatamente vibraram em meu estômago. Não wnhamos
nos falado desde que quase brigamos com sua proposta.
— Oi. Tristen, desculpe interromper, mas sua secretária não estava aqui.
— Estou bem aqui, — disse Rhea.
— Posso ajudá-lo, Sr. Hawksley?
Seus olhos se voltaram momentaneamente para meus prêmios. Ele
tentou esconder, mas eu vi um flash de admiração em seu rosto.
Ele ficou impressionado.
— Sim. Eu esperava que você pudesse me dar uma atualização sobre o
seu progresso no projeto do Jantar de Gala.
Eu levantei minhas sobrancelhas. — Devo apresentar ao conselho em
algumas horas.
Ele sabia disso. Ele estava aqui para outra coisa.
Eu estremeci, memórias de ontem — de sua perna pressionando contra
a minha sob a mesa — piscando em minha mente.
Mantenha o profissionalismo, Kyla.
Ele me olhou com seriedade. — Eu sei, é exatamente por isso que preciso
que você me atualize agora. Para ter certeza de que não há problemas
potenciais e que tudo foi pensado.
Sério? Ele não confiou em mim para lidar com o projeto sozinha?
Qualquer excitação que sen< com sua aparência se dissipou tão
rapidamente quanto veio. Eu respirei bruscamente.
— Rhea, você poderia nos dar licença?
— Eu estarei lá fora.
Ela saiu, fechando a porta e me deixando sozinha com Jensen.
— Não trabalho bem quando sou controlada, — eu disse com firmeza.
— Você me deu este projeto, então, por favor, me dê um pouco de espaço
e confie que eu posso lidar com isso.
Seu rosto ficou vermelho.
— Eu assumi muita responsabilidade pessoal ao designar a você o Jantar
de Gala. É um evento importante para toda a empresa. Minha reputação
está em jogo, assim como a sua. Eu preciso que saia perfeito. Como seu
empregador, tenho permissão para pedir uma atualização antes de uma
apresentação para o conselho.
Eu estava fervendo agora.
— Quanto mais tempo eu perco mantendo você informado, menos
tempo terei para realmente resolver os problemas antes da reunião.
— Então, você admite, há problemas.
Cerrei os dentes e suspirei.
— Há um, sim. Convidamos muitas pessoas e não conseguimos encaixar
todas, nem mesmo em nossa maior sala de conferências.
— Deixe-me ver, — ele exigiu, contornando minha mesa. Suas
sobrancelhas estavam franzidas, e eu poderia dizer, ele estava levando isso
a sério.
Ele queria que este evento fosse um sucesso tanto quanto eu.
Isso me fez estremecer.
Inclinei-me sobre a mesa e apontei para a modelo.
— Aqui está a sala de conferências. Você pode ver que já movemos as
mesas para mais perto do que o normal, mas ainda teríamos cerca de trinta
convidados sentados do lado de fora.
Jensen colocou a mão na mesa e se inclinou. Ele estava parado atrás de
mim e, embora não es<véssemos nos tocando, eu pra<camente podia sen<r
o calor irradiando de seu corpo.
Eu fiquei tensa quando seu rosto se aproximou do meu, sua respiração
no meu pescoço causando arrepios.
Nossos corpos estavam tão próximos.
— O que é isso? — ele perguntou, apontando para um desenho áspero
no chão da maquete.
— Esse é o palco.
— Por que é tão grande? Ocupa quase um quarto da sala.
Meu coração estava batendo forte e eu <ve que levar um momento para
responder. Tudo que eu queria era que ele deslizasse sua mão livre pelas
minhas costas, para tocar minha espinha como fez na nossa primeira noite.
— Isso é padrão da empresa, — gaguejei. — É o tamanho regulamentar.
— Sim, mas isso é no caso de termos algum <po de performance ou
apresentação. Eu não acho que teremos muito de qualquer um,
principalmente alto-falantes enormes. Quanto espaço ganhamos se
diminuirmos o palco?
Eu também <nha visto essa solução, mas não ousei ignorar as diretrizes
do manual. Segui as regras uma a uma — foi em parte como cheguei à minha
posição atual como assistente de marke<ng.
Mas Jensen casualmente ignorou as regras como se elas nem
importassem.
Isso me fez querer quebrar outras regras com ele... como manter as
coisas profissionais.
Com as mãos trêmulas, redesenhei as linhas e fiz os cálculos.
— Mais quatro mesas. É o bastante.
Ele levantou-se. — Excelente. Faça acontecer.
Eu me levantei e me virei para encará-lo, agora de costas para a mesa.
— Mas e se várias pessoas precisarem estar presentes no palco
simultaneamente? Tipo, durante a premiação?
— Então eles terão que ficar um pouco mais perto, não é? — Suas
sobrancelhas relaxaram agora que o problema estava resolvido.
Ele deu um passo em minha direção. Nossos joelhos se tocaram.
Então, ele passou a mão na pele exposta do meu braço.
— Você não se importa de ficar um pouco mais perto, não é, Sra.
Tristen?
Sen< minha respiração tremer, mas consegui levar a mão ao peito dele e
empurrá-lo de volta.
— Jensen. Por favor.
— Jensen, não é? Achei que <véssemos concordado em permanecer
formais no trabalho.
— Ainda não concordamos com nada, — protestei. — Além disso, acho
que você estava muito perto de quebrar esse acordo um momento atrás.
Ele se virou.
— Não consigo evitar, Kyla. Você con<nua na minha mente. Quando não
estou com você, só consigo pensar em você. A menos que levemos nosso
relacionamento para o próximo nível, não sei se posso impedir que isso
apareça no trabalho.
— Bem, você vai ter que tentar. Não sei se quero alguma coisa com você.
Amigos... amigos com benepcios... namoro. E até que eu descubra, você
precisa parar de me pressionar. Caso ainda não esteja claro, você não é a
única coisa em minha mente. Tenho muita coisa acontecendo e você é
apenas uma pequena parwcula disso.
Ele colocou a mão no peito e imitou a dor. — Você me machucou, Kyla.
— Pare com isso!
— Não, é sério. Eu sei que você falou sobre meu passado com Dante,
então você sabe com quantas mulheres eu es<ve. Nenhuma delas, nem
mesmo uma, fez comigo o que você está fazendo agora. — Ele deu um passo
para trás e traçou levemente um dedo no meu quadril. Os músculos da
minha pelve se contorceram involuntariamente em antecipação, mas antes
que eu pudesse me mover, Jensen con<nuou.
— Não é apenas o sexo, é a conexão. Toda vez que conversamos, toda
vez que estamos na mesma sala juntos, é como... como estar em um mundo
secreto onde nenhum ser humano jamais esteve antes. Eu quero explorar
este mundo. Eu preciso explorá-lo... com você.
Ele sorriu. — E você está se enganando se fingir que não sente também.
Em algum lugar durante seu discurso, ele se aproximou de mim
novamente, e agora estávamos a apenas alguns cenwmetros de distância.
Eu não me afastei.
Não conseguia.
Ele estava certo. Eu queria estar em seus braços.
Bem aqui. Agora mesmo.
Seu corpo enorme se curvou sobre mim.
Eu fechei meus olhos.
Fiquei na ponta dos pés.
Trazendo meu rosto para perto do dele.
Abrindo meus lábios...
A porta se abriu com um grande estrondo.
Eu me virei para ver o Sr. Leach furioso entrar em meu escritório.
Ambas as mãos se fecharam em punhos com os nós dos dedos brancos.
Gotas de suor escorreram por sua testa.
— O que diabos está acontecendo?! — ele rosnou.
Eu nunca <nha visto o Sanguessuga parecer mais perigoso.
Rhea estava em seus calcanhares.
— Sinto muito, Kyla. Ele simplesmente entrou. Eu não pude impedilo.
Tanto Jensen quanto eu ficamos chocados demais para responder, mas
encontrei minha voz rápido o suficiente.
— Você não pode invadir meu escritório!
— Você esqueceu que trabalha para mim? Não vou tolerar esse <po de
comportamento no meu departamento.
Jensen pareceu se recuperar, não inteiramente, e falou com calma, mas
com uma raiva apaixonante.
— Você está sendo bastante inapropriado, Sr. Leach, invadindo aqui e
gritando com um de nossos funcionários. Estávamos simplesmente
discu<ndo os prepara<vos para o Jantar de Gala.
— O inferno que vocês estavam, — o Sr. Leach a<rou de volta. — Isso é
inaceitável! Você estava falando sobre seu relacionamento! Sobre foder
como um casal de adolescentes com tesão na noite do baile! O que? Você
acha que eu não ouvi? As paredes não são tão grossas quanto você pensa!
Voltando sua raiva para Jensen, o Sr. Leach disse: — Você deveria se
sen<r envergonhado de <rar vantagem de um de seus funcionários. Com
uma liderança como essa, tenho sérias preocupações com a longevidade
deste estabelecimento.
— E você! — disse ele, enfiando o dedo ossudo no meu rosto. — Veremos
o que o conselho dirá quando descobrirem que você dormiu para chegar até
o topo!
Capítulo 12
InúNl
Kyla
Eu podia sen<r meu coração batendo forte em meu peito, minha respiração
ficando forte e pesada enquanto o Sr. Leach girava nos calcanhares e saia do
escritório.
Havia outra maquete do hotel no chão perto da porta, que ele chutou ao
sair.
Ela balançou e depois caiu com um som abafado.
Jensen levantou a mão como se fosse pegá-lo de longe, mas ele se moveu
devagar e letárgico. Ele parecia ter a língua presa.
Eu parei por um momento, tremendo, a raiva do Sanguessuga parecendo
ter tomado conta de toda a sala e entorpecendo meu cérebro.
Mas depois de um momento, seu fedor pareceu diminuir e as
engrenagens em minha mente começaram a girar novamente.
Ele nos ouviu.
Ele nos ouviu falando sobre nós e não ficou feliz.
Ele provavelmente até viu o quão perto estávamos.
Meu Deus, minha mão estava no peito de Jensen?
E agora, ele estava indo para o Conselho.
Ele ia contar ao Conselho sobre nós.
E eles iam me despedir.
A menos que eu pudesse impedi-lo agora.
Comecei a andar atrás do Sr. Leach. Rhea estava muito atordoada e
apenas congelou como uma estátua, mas Jensen estava rapidamente atrás
de mim.
— Espere, Kyla, — disse ele. — Deixe-me falar com ele.
Eu me virei para encará-lo. — Você já fez o suficiente! Você forçou isso
mais e mais mesmo depois de eu ter dito explicitamente para não fazer isso!
Você é incapaz de fazer isso! Fique aqui enquanto eu vou resolver a sua
bagunça!
O queixo de Jensen caiu e ele ficou tão quieto quanto Rhea.
Bem feito a ele pensei, enquanto empurrava o Sr. Leach.
Jensen realmente deveria ter sido mais cuidadoso e parado de me incitar.
Eu expliquei a ele várias vezes que isso era exatamente o que aconteceria.
Meus piores temores estavam se concre<zando.
Alcancei Leach esperando o elevador. Ele ainda estava furioso.
— Sr. Leach. Por favor, espere um momento e deixe-me explicar.
— Explicar o quê? — ele perdeu a cabeça. — Como você tem dormido
com seu chefe em troca de favores? Como você usou seu corpo para
convencê-lo a lhe dar um dos meus maiores projetos? Ou apenas o seu
desprezo total por mostrar qualquer <po de decência no local de trabalho?
Ele apontou um de seus dedos finos para o meu rosto. — Hawksley é o
único que você está fodendo? Ou você estava se esfregando com Mayfield
antes disso?
— Você está fora de si! — Eu reba<. — Suas acusações são
completamente infundadas! Não sei o que você acha que ouviu, mas o Sr.
Hawksley e eu temos sido nada além de profissionais.
— Não insulte minha inteligência! Você sabia que me opus a<vamente à
sua promoção a Assistente de Marke<ng? Fiz tudo ao meu alcance para
evitá-la. E, no entanto, por algum mo<vo que não pude compreender, o Sr.
Mayfield insis<u em dar-lhe o cargo. Eu sempre me perguntei o que ele viu
em você que eu nunca consegui ver. Bem, agora eu sei! Não é que ele viu
mais em você, ele apenas viu mais de você!
O Sr. Leach mostrou os dentes e lambeu os lábios enquanto seus olhos
desciam pelo meu corpo, fazendo-me sen<r totalmente desconfortável. Eu
me sen< exposta em meu top sem mangas e desejei não ter <rado meu
blazer.
— Isso não é verdade! — Eu declarei. — Você não pode simplesmente
inventar acusações sem evidências! O Sr. Mayfield me deu esta posição
porque sou competente...
— Guarde para o juiz, querida. Tive um mau pressen<mento sobre você
desde o início. Agora, eu vejo o quão certo eu estava. Você não é nada além
de uma vagabunda, dormindo até subir ao topo. E adivinha? Agora que sei
sem dúvida o que você é, vou arruiná-la. Você não só nunca mais trabalhará
aqui, como também nunca mais trabalhará em um lugar respeitável! Divirta-
se sofrendo lá embaixo, sua vagabunda, pros<tuta miserável!
O elevador chegou com um ding e o Sr. Leach entrou.
Lágrimas já brotavam de meus olhos. Foi demais. Não consegui encontrar
as palavras.
— Por favor, não faça isso.
Mas o Sr. Leach apenas olhou para mim com raiva e desprezo.
As portas do elevador se fecharam e ele se foi.
Eu me sen< mal de repente. Fisicamente enjoada.
Lágrimas inundaram minha visão e minha respiração estava trêmula.
Andei de volta ao meu escritório e encontrei Jensen e Rhea de joelhos
limpando a maquete destruída.
Jensen imediatamente se levantou. — Kyla. Eu sinto muito.
— Oh, você sente muito, não é? — Eu gritei. — Primeiro, você arruína
minha vida, e então, em vez de ajudar a consertá-la, eu te encontro aqui,
limpando o chão!
— Você me disse...
— Eu não me importo com o que eu disse a você! Você é a porra do
gerente geral! Faça o seu maldito trabalho em vez de arruinar o meu.
— Kyla... — ele deu um passo em minha direção.
— Não! — Eu o empurrei no peito, forte, forçando-o a dar um passo para
longe.
Ele parecia chocado, mas não me importei nem um pouco. Peguei meu
blazer e minha bolsa, depois me virei para Rhea e disse, o mais calmamente
que pude.
— Vou <rar o dia de folga pelo resto da tarde. Você poderia, por favor,
enviar um aviso ao RH e reter todas as minhas ligações?
Rhea parecia assustada demais para falar. Ela apenas acenou com a
cabeça. Eu saí do escritório, deixando ela e Jensen sem palavras.
Fui direto para o ônibus e, assim que embarquei, comecei a chorar muito.
Como isso aconteceu?
Como eu deixei isso acontecer?
Durante toda a minha vida, desde a primeira série até a faculdade, até
este trabalho, sempre coloquei meu trabalho em primeiro lugar e todo o
resto em segundo.
É por isso que eu nunca <ve um namorado antes de Alden. Porque eu
sabia o que queria da vida, e nenhum homem ia ficar no caminho disso.
E essa decisão foi fortalecida ainda mais pela traição de Alden.
No entanto, aqui estava eu, meio ano depois, no meio de um escândalo
por algo que estava completamente fora do meu controle.
Eu tentei tanto evitar isso, mas o estúpido Jensen con<nuou insis<ndo.
Isso foi inteiramente culpa dele!
Ele era o gerente! Ele deveria saber melhor que ninguém!
Eu deveria aprender e crescer com seus ensinamentos! Não ter minha
reputação arruinada!
E a pior parte era que ele provavelmente escaparia ileso. As pessoas
apenas diziam: — Ele é um playboy, o que você esperava?
Mas eu? Eles iriam me destruir!
Dormindo com seu chefe, que vergonha!
Você deveria ser melhor do que isso!
Você não é nada além de uma vagabunda, dormindo para chegar até o
topo!
Foram as palavras do Sanguessuga que realmente doeram.
Elas cortam profundamente até a minha alma. Foi uma dor que só era
possível comparar com a traição de Alden.
Por que me importava tanto com o que o homem que mais odiava dizia
ou pensava?
Eu não deveria.
Mas eu fiz.
Megan: Vocês, garotas, sabem que noite é!
Rose: (emoji de mulher dançando) Coleen: Você sabe que estou sempre me
diver<ndo!
Coleen: É o Alden?
Kyla: Não.
Coleen: Jensen?
Kyla:...
Kyla: Não
Coleen: (emoji de médica) Por mais que isso pudesse me irritar, Coleen <nha
conseguido me fazer sorrir. Minha melhor amiga me conhecia muito bem.
E ela <nha razão — por que me enfiar no meu sofá quando eu já sabia
que não estava ajudando?
Eu poderia pelo menos tentar fazer algo novo e ver se isso fazia diferença.
Rose: (emoji)
Capítulo 13
O caubói
Megan: Kyla!
Coleen: Vale a pena você estar MAIS DE UMA HORA ATRASADA Kyla: Espere
até você me ver.
Kyla: (emoji piscando) Marie: Apenas chegue aqui logo.
Rose: (emoji de dedo enfiando no cú) Kyla: Achei que você já <vesse
começado?
Capítulo 14
As bebidas
Kyla
Josie: Então...
Kyla: Não
Kyla: Talvez
Josie: Não consigo descobrir muito sobre ele, mas se ele é parecido com seu
irmão, então ele é um verdadeiro playboy...
Kyla: Prometo.
Nós ficamos abraçados durante toda a viagem de táxi até seu prédio, nossos
lábios acariciando qualquer pele exposta que pudemos encontrar.
Os vidros ficaram tão embaçados que o taxista foi forçado a abrir as
janelas. Mal conseguimos evitar rasgar a roupa um do outro ali mesmo.
Rindo, corremos do carro pelo saguão em direção ao elevador o mais
rápido que nossos pés podiam nos levar.
No momento em que as portas se fecharam, Jensen me empurrou contra
a parede de trás, seus lábios percorrendo todo o meu pescoço até o meus
seios.
Meus dedos deslizavam suavemente pelo seu cabelo e puxei enquanto
ele mordia suavemente parte do meu seio.
Oh, Deus!
Suas mãos encontraram minhas coxas e abriram caminho por baixo do
meu ves<do tubinho, deslizando-o até que minhas pernas es<vessem
completamente expostas.
Correndo o polegar sob a lateral da minha calcinha, suas mãos passaram
em volta dos meus quadris, apertando minha bunda e me levantando.
Envolvi minhas pernas em volta de sua cintura, puxando-o para perto.
Ele me pressionou contra a parede, seus lábios percorrendo o outro lado do
meu pescoço.
Inclinando-me para frente, mordisquei sua orelha e sen< sua ereção
contra a minha perna.
As portas se abriram e ele me puxou para longe da parede traseira do
elevador, girando e me levando para sua cobertura.
Agarrando um pouco de seu cabelo, puxei sua cabeça para que olhasse
para mim. Então, eu levemente encostei meus lábios contra os dele,
mordendo o inferior.
Seu corpo estremeceu e ele acelerou o passo, carregando-me pelo
corredor e batendo minhas costas contra a porta fechada de seu quarto.
Ele empurrou seu corpo no meu, colocando sua língua em minha boca e
dançando com a minha.
Uma das minhas mãos agarrou seu ombro enquanto a outra tentava
agarrar a lateral da porta para se apoiar. Eu estava entorpecida.
Ele me desceu para o chão, suas mãos agarrando a barra do meu ves<do
e habilmente puxando-o sobre a minha cabeça.
Eu estava completamente nua, exceto pela minha calcinha.
Jensen não perdeu tempo. Suas mãos rapidamente encontraram meus
seios e os apertaram.
Eu estava muito excitada e úmida.
— Eu preciso de você agora, — eu sussurrei.
Enquanto minhas mãos desciam por sua camisa, abrindo os botões, uma
de suas mãos abriu a porta e nos deixou entrar em seu quarto.
Ele me girou para que minhas costas ficassem de frente para ele,
beijando minha nuca enquanto apertava meu seio com uma mão.
A outra mão bateu na minha bunda e ele sussurrou: — Vá para a cama.
Eu empurrei minhas costas contra ele, estendendo a mão para trás e
agarrando seu pau através das calças do terno. Estava duro como uma rocha.
Virei meu pescoço, eu o beijei novamente, mordendo seu lábio.
— Sim senhor.
Afinal, esse era meu chefe. Eu precisava ser respeitosa.
Sentei-me na cama, minhas costas contra a massa de travesseiros
empilhados contra a cabeceira da cama, e observei enquanto Jensen <rava
sua camisa, revelando a musculatura de seu abdômen.
Eu mal podia esperar para explorá-la com minha língua.
Ele desabotoou o cinto, abriu as calças e as deixou cair no chão. As
laterais do seu abdômen desapareceram em sua cueca boxer listrada
na cor preta e vinho. Ela estava bem es<cada sobre sua protuberância
enorme.
Ele se moveu para a cama, inclinando-se sobre mim, e começou a beijar
meu pescoço novamente, lentamente descendo pelo meu corpo.
Quando ele alcançou minha calcinha, sua língua deslizou
cuidadosamente ao longo do tecido, ao redor do meu quadril, antes de
deslizar os dedos e puxá-la para baixo.
Então, ele beijou meus lábios inferiores. Suavemente no início, deixando
a intensidade e paixão crescer.
Usando sua língua, ele separou meus lábios e então começou a se mover
em círculos lentos ao redor do meu clitóris.
Meus dedos afundaram no cobertor, torcendo-o em meus pulsos.
Oh, Deus!
Ele se moveu de forma mais agressiva, deslizando sua língua para cima e
para baixo, empurrando-a para dentro de mim.
Então, seus dedos também estavam lá. Dois deles, fortes e quentes,
circulando mesmo enquanto sua língua se movia.
Ele empurrou um dedo mais fundo dentro de mim, esfregando-o contra
meu ponto G.
E de repente, era demais.
Joguei minha cabeça para trás, ofegante com respirações curtas e
rápidas, e meu corpo começou a tremer com a força do orgasmo.
— OH DEUS! JENSEN!
Ele con<nuou os movimentos, as ondas de prazer percorrendo meu
corpo. Eu agarrei seu cabelo, puxando-o em minha direção.
— Mas, eu preciso de você TODO... — Eu gemi, minha voz ainda trêmula.
Enquanto ele <rava sua boxer, agarrei seu pau, trazendo-o para dentro
de mim.
Eu me sen< apertando em torno dele quando ele começou a me foder.
— Mais forte, — eu sussurrei.
Meus dedos agarraram sua cintura, mas ele agarrou meu pulso e o
prendeu na cama ao lado da minha cabeça.
— Implore, Sra. Tristen.
— Por favor, Sr. Hawksley. Mais forte, por favor...
Seus movimentos ganharam velocidade, me fodendo mais rápido e com
mais força.
Seu aperto no meu pulso aumentou.
Eu gemi.
Sua respiração estava rápida e apressada.
E de repente, ele soltou um gemido e me agarrou com força, gozando
dentro de mim.
Ele deixou seu corpo cair sobre o meu, estremecendo de prazer
enquanto seu próprio orgasmo ainda corria por ele.
E então, nós dois estávamos respirando pesadamente, segurando um ao
outro com carinho.
Acordei sozinha, em uma cama semelhante a uma nuvem no quarto
enorme e familiar. No canto estava o guarda-roupa de mogno que me
lembrei de ver pela primeira vez.
Mas desta vez... não era apenas sexo sem sen<do.
Eu estava feliz.
Muito feliz.
O sexo foi alucinante.
E voltamos para outra rodada antes de adormecer.
Ele me disse que correria pela manhã para clarear a cabeça, mas de
alguma forma, ainda me sen< surpresa por acordar sozinha.
Talvez até um pouco solitária.
Uma parte de mim queria fugir como da úl<ma vez. Mas eu não poderia
fazer isso de novo.
Aquilo foi um caso de uma noite. Esta foi uma noite com meu chefe...
não, meu amante.
Significou algo mais.
Felizmente, Rhea havia informado ao RH que eu iria <rar um dia de
folga, então não era esperada no trabalho. Eu puxei as cobertas e me
aconcheguei, contente em esperar o retomo de Jensen.
Meu telefone vibrou.
Megan: KYLA!
Megan: É verdade???
apareceu.
Marie: E???
Kyla: Bem...
Coleen: ALDEN!
Kyla: O que?
Kyla: Bem...
Coleen: ...
Coleen: O QUÊ?!
Kyla: Sim
Capítulo 17
O interrogatório
Kyla
Jensen
Eu não conseguia <rar meus olhos dela. Eu sabia que essa intervenção era
minha culpa. Kyla me avisou para ser mais cauteloso...
Mas ela me <nha sob seu fei<ço.
Mesmo enquanto colocava O Sanguessuga em seu lugar, eu poderia tê-
la levantado contra a parede e fodido nela com toda a frustração que eu
<nha.
Eu não sabia o que sen<a sobre ela.
Sua pureza?
Seu intelecto?
Seu fogo?
Eu não conseguia entender, mas queria tudo dela. Ela me fez um homem
melhor. Acho que ela me fez sen<r vivo.
O Sr. Leach estava errado. Kyla não estava atrapalhando meu julgamento.
Não, a garota era minha clareza.
De qualquer forma, por mais vil que fossem as palavras do Sr. Leach,
tenho que admi<r, sua ameaça me preocupou. Meu irmão não ficaria
feliz.
Mas ele gostaria de ter uma vantagem sobre mim. Julian sempre gostava.
A sala começou a se esvaziar enquanto todos os execu<vos voltavam ao
trabalho. Eu deveria usar a ameaça da chegada de meu irmão com mais
frequência. Pareceu fazer com que todos voltassem a cuidar da própria vida.
Mas eu não poderia dar a Julian essa sa<sfação. Ele adoraria muito.
Enquanto a sala esvaziava, finalmente fiquei sozinho com Kyla.
— Sinto muito pelo que aconteceu, — eu disse, acariciando sua
bochecha.
Ela bateu no meu braço abruptamente e me empurrou. — Jensen, isso é
um pesadelo! Em primeiro lugar, não preciso que você me defenda. Eu
sobrevivi vinte e seis anos da minha vida sem você, e estou sobrevivendo
perfeitamente bem agora. Em segundo lugar, por que você não me contou
antes sobre seu irmão? Achei que não estávamos escondendo nada?!
Eu não pude deixar de sorrir para ela. Mesmo quando ela estava com
raiva, ela <nha muita inocência sobre ela. Uma inocência sexy.
— Kyla, sinto muito. Acredite em mim, você nunca perderá seu emprego.
Você não fez nada de errado. Eu sei que tenho sido persistente, mas você
não foi nada além de digna... bem, além da outra noite.
Embora eu pudesse estar sorrindo, por dentro, ainda estava fervendo de
raiva. O Sr. Leach <nha ido longe demais hoje. Eu não ia deixar ninguém se
aproveitar ou in<midá-la.
Eu ia cuidar dela. Eu precisava protegê-la tanto quanto pudesse.
Se não o fizesse, poderia perdê-la no meio de toda essa merda.
As consequências seriam muito altas se eu não a protegesse.
Ela deu um pequeno sorriso, antes de recuar e perguntar com cuidado:
— Então, por que você não me contou sobre a vinda de seu irmão?
— Bem, na verdade eu estava vindo pedir a você para se juntar a nós
para o jantar esta noite. Mas já que você trabalha para mim, achei que
deveria dizer que você não tem escolha, — eu disse, testando minha sorte e
dando um beijo em sua bochecha.
— Jantar?! Depois de tudo, nós apenas... Jensen. Você não pode estar
falando sério.
— Se você está nervosa, não fique, — assegurei-lhe gen<lmente. — Eu
confio em você como um dos meus melhores funcionários. Se você está
hesitante por nossa causa, não hesite. Eu confio em nós.
Eu puxei seus quadris para perto com seu corpo ainda de costas. Sua
bunda perfeita se curvou em mim enquanto suas costas se arqueavam em
conjunto.
Eu queria arrancar a roupa dela ali mesmo, mas ela <nha um jeito de me
manter na ponta dos pés, sempre querendo mais.
— Eu não sei, Jensen... Sério, com tudo acontecendo... a úl<ma coisa que
precisamos é de uma foto minha saindo com você para jantar nos tabloides.
Ela estava tentando ser razoável, mas eu não estava aceitando nada
disso. Eu a virei e a olhei bem nos olhos.
— Claro. Kyla. Todo mundo vai pensar que é uma loucura que meu irmão
e eu saímos com a Assistente de Marke<ng do nosso hotel tão perto do
Jantar de Gala Anual. Esse é o <po de nowcia que as pessoas adoram!
Achei que ela já teria dito sim. O que realmente a estava impedindo?
Ela balançou a cabeça e começou a caminhar em direção à porta, ainda
claramente perturbada por seu encontro com o Sr. Leach e os outros. Eu não
pude deixar de olhar para ela enquanto ela caminhava.
Sua blusa apertada sob o terno mostrava um toque de seu su<ã, e com
sua saia mostrando seu corpo pequeno perfeitamente...
Eu não conseguia aguentar mais.
— Então isso é um sim? — Eu perguntei impaciente. — A propósito, esse
terno fica absolutamente deslumbrante em você.
Ela mordeu o lábio e se virou. — Eu acho que você terá que esperar para
ver. Eu gosto quando você está ansioso, — ela respondeu. Seu sorriso
radiante e olhos escuros e maravilhosos foram o suficiente para me fazer
derreter.
Deus, ela era dipcil de ler. Por que ela não podia simplesmente dizer sim?
Quando ela saiu da sala, a gravidade da situação começou a tomar conta de
mim.
Havia um problema maior do que a a<tude wmida de Kyla.
Como diabos eu convenceria meu irmão a acreditar que eu não gostava
dela?
Capítulo 18
O deslize
Jensen: Dante já te pegou?
Jensen: Ó<mo. Estamos alguns minutos atrasados, paparazzi estão por toda
parte. Sente-se diante de nós.
Kyla: Se precisar ser cancelado, não vou fazer objeções Jensen: Não, não.
Estou ansioso para ver esse sorriso.
De repente, me sen< menos tensa. Como Jensen teve esse efeito em mim?
Além de sua capacidade de me fazer ter orgasmo várias vezes seguidas... o
que mais esse cara poderia fazer comigo?
Assim que meu segundo copo chegou, vi Jensen e Julian caminhando
pelo restaurante com o canto do olho. Todos os olhos se voltaram para eles.
Julian <rou o boné ao se aproximar da mesa. Ele parecia exatamente
como os tabloides o retratavam.
Impetuoso. Perigoso. A definição de um bilionário bad-boy.
Ele era mais alto do que Jensen e <nha um corpo atlé<co semelhante.
Seu terno era elegante, azul marinho e bem passado.
Mas o que mais notei foi que eles <nham o mesmo sorriso atrevido.
Meu rosto corou quando Jensen se aproximou de mim. Ele me deu um
sorriso enquanto murmurava, — Sinto muito, — com os lábios.
Foi um alívio ver seu rosto.
Mas antes que ele pudesse falar, Julian deu um passo atrás dele.
— Oh, olá, eu estou... — eu gaguejei antes que ele me interrompesse.
— Bem, bem, bem. Você deve ser Kyla Tristen, — disse Julian. — É bom
finalmente conhecê-la... Devo dizer, meu irmão não me disse o quão
deslumbrante você é.
Eu olhei para baixo com vergonha, disfarçando um sorriso.
— Ele me disse que você é nossa nova Assistente de Marke<ng, — disse
ele, puxando a cadeira ao lado da minha, pegando minha mão e beijando-a.
Mas quando comecei a diminuir o aperto, Julian segurou com mais força,
me pegando de surpresa. Ele já estava flertando comigo?
— O prazer é meu, Sr. Hawksley, — eu disse, tentando ficar o mais calma
e profissional possível. — É bom finalmente conhecê-lo.
Observei enquanto Jensen se mexia desconfortavelmente. Tentei evitar
contato visual com ele. A úl<ma coisa que precisávamos era Julian descobrir
o que realmente estava acontecendo entre nós.
Mas Julian era muito mais intui<vo do que eu pensava.
— Jensen, você sempre tem um jeito de escolher as garotas mais
inteligentes, não é? — Julian disse com um sorriso irônico.
— Julian, você não sabe o que está... — Jensen começou a gaguejar.
Mas Julian não se deixou dissuadir. — Por favor, irmão. Pelo menos tente
ir com calma. Seu relacionamento é bastante óbvio, não é?
Jensen parecia furioso. Mas eu sabia muito bem como responder a esse
<po de repreensão. Eu <nha lidado com coisas piores do que Julian
Hawksley.
— Diga-me, Sr. Hawksley, — eu disse, antes que Jensen pudesse
responder, — você diria que ao beijar minha mão estava flertando
honestamente? Todas as garotas se apaixonam por um comportamento tão
an<quado? Tão óbvio?
— Então, ela tem fibra, — Julian disse com uma risada. — Eu gosto disso.
— Julian, por favor... — disse Jensen, parecendo enjoado.
— Apenas uma pequena brincadeira inofensiva, não é, Sra. Tristen? Ou
você estava flertando comigo?
— Sinto muito por você se você considera isso flertar, — eu respondi.
Merda, eu estava sendo rude? Eu acabei de ir longe demais?
Mas Julian simplesmente sorriu ainda mais. — Touche, Sra. Tristen. Sua
confiança é rara. Estou sem palavras.
Então, ele se virou para Jensen e acenou com a cabeça com uma
aprovação estranha. — Eu gosto dela.
Jensen balançou a cabeça, claramente incomodado com os jogos de
Julian. — Não se esqueça, irmão, eu a vi primeiro, — ele murmurou com um
sorriso.
Mesmo que eu es<vesse me sen<ndo um pouco obje<ficada, dei a
ambos sorrisos tranquilizadores. Na verdade, eu estava gostando muito da
companhia deles.
Parecia que não adiantava esconder nosso relacionamento. Julian não
era um idiota. Ele sabia exatamente o que estava acontecendo.
— Então, Kyla, você está pronta para fazer o pedido? Ou você quer que
meu irmão escolha por você? — Julian perguntou de uma maneira
brincalhona.
Ele claramente não iria parar.
— Como seu irmão sabe muito bem, gosto de estar no controle de todas
as áreas da minha vida, — eu disse calmamente, enquanto chamava o
garçom.
— Parece que você faz boas escolhas. Eu vou querer o que ela pedir, —
Julian afirmou para o garçom e puxou seu assento para mais perto.
Julian
Onde meu irmão encontra essas garotas?
Eu juro, ele sempre conseguiu encontrar o um por cento do mundo que
eram pessoas genuinamente boas. Ele estava falando sério sobre ela. Eu
pude ver assim que entramos.
Ele realmente foi fisgado. Não posso dizer que já me sen< assim antes.
Meus relacionamentos eram sérios, mas não costumavam durar.
Essa garota Kyla <nha personalidade e eu gostava disso. Mas eu precisava
fazer mais pesquisas para ter certeza de suas intenções.
Esperei até que meu irmão mais novo atendesse uma ligação antes de
tentar novamente.
O que, eu me perguntei, pode abalar essa mulher? Ela parecia um pouco
menos confiante agora que Jensen estava fora.
Era hora da diversão.
— Diga-me, Kyla, como você conheceu meu adorável irmão em primeiro
lugar? — Eu disse, virando minha cadeira ligeiramente para ver o que seus
olhos estavam dizendo.
Ela estava tentando evitar meu olhar. Não ia demorar muito. Ela iria
ceder em breve.
— Na verdade, essa é uma história par<cular entre Jensen e eu. Mas direi
o seguinte: não <nha ideia de quem era seu irmão quando o conheci. Vê-lo
no hotel foi uma surpresa ainda maior.
Estranhamente, eu acreditei nela. Mas eu não ia deixá-la saber disso
ainda. Eu queria ver se ela era real. Não uma farsa com segundas intenções.
Ela realmente se importava com ele? Talvez fosse mais do que apenas
dinheiro.
— Mesmo? — Eu disse, fingindo descrença. — Você está me dizendo que
trabalha no hotel e não sabe quem é o dono? Achei que você fosse boa no
seu trabalho.
— Eu sou boa no meu trabalho, — disse ela secamente. — Claro, eu sabia
quem você era. Mas Jensen não é nada como você. Ele é ainda mais privado
do que eu.
— Nesse ponto, você está certa, — eu admi<. — Jensen escolheu a
estrada menos observada, ele nunca gostou dos holofotes. Diferente de mim
na verdade.
Sempre admirei isso no meu irmão. Ele não precisava da aprovação do
mundo para ser quem ele queria ser.
Eu empurrei mais longe. — Então, o que você vê nele? Se não é o
dinheiro dele, por que você se apaixonou por ele?
Com a palavra — apaixonou, — os olhos da garota quase saltaram das
órbitas. O que quer que ela dissesse a seguir seria interessante. Eu a <nha
bem onde a queria.
— Ouça, Sr. Hawksley. Acredite ou não, eu não queria nada com seu
irmão. Mas ele foi persistente e atencioso... e depois de tudo que passei,
descobri que isso é significa<vo para mim. Não é da sua conta quem eu amo
ou...
— Então, você ama ele, — eu disse, sorrindo. — Estou feliz que você
admi<u.
Eu gostava dela. Ela era a pessoa mais honesta que conheci em muito
tempo. Eu me sen< mal por obrigá-la a admi<r seus verdadeiros
sen<mentos? Talvez um pouco. Mas valeu a pena saber toda a verdade.
Nesse momento, meu irmão voltou a sentar-se à mesa. Ele notou sua
expressão e franziu a testa.
— O que há de errado, Kyla? Perdi algo?
Kyla deixou cair a faca nervosa, parecendo vermelha como um tomate.
Naquele momento, eu soube a verdade. Kyla realmente se apaixonou por
Jensen.
Jensen olhou para mim, sua raiva crescendo. — O que você disse?!
— Não é o que eu disse, Jensen, — eu disse, olhando para ela, entre<do.
— É o que nossa adorável companheira aqui disse. Vá em frente, Kyla. Diga
a ele você mesma.
Eles se viraram e se entreolharam.
Ela teria coragem de admi<r?
Capítulo 19
Evitando um confronto
Kyla
Kyla: O cara quase me fez dizer ao Jensen que estava me apaixonando por
ele.
Kyla: Eu não sei. Estamos trocando muitas mensagens de texto, não estamos
falando sobre isso.
Kyla: Pare!
Coleen: EU SABIA
Kyla
Jensen
Kyla
Eu queria dificultar as coisas para ele por mais alguns segundos, mas não
consegui. Meu corpo assumiu a liderança e ele sabia disso. Eu estava
consumida pelo desejo.
Todos os meus pensamentos pararam no meio do caminho.
Ele não precisava mais se desculpar ou jus<ficar o que aconteceu.
Não importa.
Eu parei na frente de Jensen, oferecendo minha mão, sabendo que seus
olhos estavam examinando meu corpo. Meu olhar voltou para ele.
— Vamos para um lugar melhor, — eu disse. — Minha casa ou a sua?
Ele sorriu. — Qualquer uma está bom para mim. Contanto que eu esteja
com você.
Dante parou e acenou para que entrássemos.
Eu ainda não entendia totalmente como ele sempre sabia como nos
encontrar. Ele <rava uma folga? Defini<vamente não era do <po que fazia
uma parada rápida no Starbucks.
— Cuidado com o degrau, — Jensen disse enquanto me guiava para
dentro do carro. Seus olhos não me deixaram. Sentei-me e sen< um arrepio
de alerta correr pela minha espinha.
Lembrei-me da nossa úl<ma viagem no carro e como eu <nha oferecido
mais de mim.
Agora, era a vez dele.
As luzes internas foram diminuindo. Ele sussurrou: — Feche os olhos, —
enquanto me colocava no assento, então eu estava deitada com as pernas
em seu colo.
Assim que ele começou a massagear minha panturrilha, deitei minha
cabeça para trás e meu corpo relaxou com o movimento de suas mãos.
Ele puxou meu ves<do sobre seus braços para evitar me expor e acariciou
mais alto em minhas pernas.
Lentamente abriu um caminho para a parte interna da minha coxa e ficou
lá, me observando. Eu queria que ele fosse mais longe, mas ele não o fez.
— Você está me provocando, — eu gemi.
— Oh, é só você esperar.
Eu podia sen<r meu rosto corar enquanto meu corpo ficava mais quente.
Os músculos do meu estômago ficaram tensos, tentando puxá-lo para
mais perto, mas ele não se mexeu.
Ele acariciou minha coxa com os dedos antes de começar a usar a boca.
Meus olhos se abriram.
Oh.
Meu.
Deus.
Tentei afastar sua cabeça de vergonha.
— Relaxe, Kyla. Eu quero provar você. Fique quieta e não seremos pegos.
— Ele piscou para mim, lançando um olhar para a frente do carro onde Dante
estava dirigindo.
Uma súbita onda de eletricidade percorreu cada fibra do meu corpo.
Eu havia perdido todo o controle.
Sen< sua língua fria se aproximar, primeiro beijando o lado direito da
parte interna da minha coxa e depois o esquerdo.
Sua língua percorrendo minha coxa até que sua língua tocou meu clitóris.
Sua língua se movimentou mais rápido enquanto meu corpo pulsava contra
ele.
Não percebi que estava prendendo a respiração até sen<r seus dedos
deslizarem para dentro de mim.
Eu puxei seu cabelo com força enquanto o movimento de sua língua
ficava mais rápido enquanto ele con<nuava a usar seus dedos.
Eu gemi, tentando ficar o mais quieta possível, mas simplesmente não
consegui segurar.
Eu não podia esperar mais — eu precisava dele dentro de mim.
Empurrei seus ombros para trás em seu assento, desabotoei suas calças
inconscientemente, hipno<zada por seu toque.
Eu sentei em cima dele e pressionei meus lábios em seus ombros em
uma tenta<va de não gritar quando sen< seu pau entrar em mim, ficando
mais profundo e mais duro a cada respiração.
Eu não era nada além de uma corrente de prazer, inspirando e expirando
enquanto as ondas ficavam mais fortes.
Nossos corpos estavam encharcados de calor quando ousamos ficar
quietos em completo êxtase.
Ele deslizava para dentro e para fora de mim enquanto suas mãos
apertavam minha bunda, ritmicamente.
Eu me contraia em torno de seu pau enquanto o sen<a pulsar,
implorando por mais.
Eu sabia que ele estava perto do orgasmo enquanto suas estocadas
ficavam mais profundas e lentas. Ele puxou meus seios em seu rosto,
mordendo meu mamilo. Eu gemi novamente enquanto seus dedos desciam
até o meu clitóris.
Ele agarrou meu quadril e agarrou a borda do assento do carro para
mudar de posição, ficando em cima de mim.
Eu podia sen<-lo metendo mais fundo dentro de mim; ele estava pronto
para gozar quando meu corpo se contraiu em torno dele.
Merda.
Estávamos prestes a gozar dentro do carro de Dante.
Eu estava prestes a entrar em meu escritório mais tarde naquele dia, quando
minha cabeça de repente começou a latejar. Larguei minha bolsa e segurei
na parede enquanto meus ouvidos se enchiam de zumbidos intensos.
— Kyla! Você está bem? — Rhea gritou atrás de mim. — Vamos, sente
aqui.
Eu respirei algumas vezes e me sen< um pouco melhor. — Estou bem,
obrigada, Rhea.
— Sr. Leach está esperando em seu escritório.
Merda.
— Eu poderia correr para dizer a ele que você tem outra reunião? — ela
ofereceu.
— Obrigada, Rhea. Tudo bem. Eu cuido dele.
Com certeza, lá estava ele. Agarrado à minha cadeira como o parasita
suado que era.
— Tão legal da sua parte aparecer. É bom saber que você pode encontrar
tempo para trabalhar enquanto transa com seus chefes. Sim, as nowcias
viajam rápido, — ele cuspiu.
Inabalável, perguntei: — Precisa de algo, senhor? — enquanto imaginava
como minha vida profissional seria muito melhor sem ele.
— O jantar é em duas semanas, Kyla. Você finalizou tudo? Convidados
VIP, incluindo a filial do Reino Unido? Onde diabos estão os relatórios que
você me prometeu?
— Sim, senhor. E nunca te prome< os relatórios. Eu ignorei esse pedido.
Agora, posso voltar ao trabalho?
Seus olhos gritavam de ódio.
— Você ainda é minha empregada! — ele la<u. — Só porque o Sr.
Hawksley deu tarefas a você não significa que você não precisa se reportar
a mim primeiro. CERTO? Olhe para mim, Kyla! Eu sei que você está gastando
todo o seu tempo fazendo sexo com qualquer coisa que se move!!!
Seus punhos estavam cerrados, tremendo enquanto ele se aproximava
de mim.
Eu nunca <nha visto o Sanguessuga assim antes.
Ele ousaria me bater?
Não, ele não é tão idiota.
Eu dei um passo para trás e abri a porta. Eu sabia que ele não con<nuaria
se mais pessoas pudessem ouvir.
— Eu acho que é melhor você ir, não é? Vou pegar os relatórios para você.
Você está apenas provando o quão pequeno você realmente é. — Eu sabia
que meu tom calmo iria afetá-lo.
Ele saiu do meu escritório furioso, empurrando os obstáculos que
encontrou no caminho.
Com sorte, pensei, essa seria a úl<ma coisa dele naquele dia.
Previsivelmente, Rhea entrou correndo em meu escritório assim que a
barra ficou limpa. — Kyla, precisamos contar a Jensen ou Julian sobre isso. É
além de impróprio.
— Não, — eu disse. — Eu não serei uma ví<ma para ele atormentar. São
mais das mesmas velhas ameaças, palavras vazias. Leach está cavando sua
própria sepultura.
Minha cabeça começou a latejar de novo, então sugeri que voltássemos
para o saguão. Eu precisava de um pouco de ar e espaço do meu pequeno
escritório.
Eu não estava prestando atenção na caminhada enquanto Rhea
conversava comigo sobre alguns pequenos detalhes para o Jantar de Gala.
Era uma manhã movimentada no hotel.
Quando começamos a subir as escadas, sen< o impacto repen<no de um
ombro batendo em mim.
Foi mais do que apenas um esbarrão.
Foi um empurrão.
Estendi a mão e tentei agarrar o corrimão, mas comecei a cair com força
total em direção ao piso de mármore abaixo.
A qualquer segundo eu cairia no chão.
E tudo ficou preto.
Capítulo 22
O empurrão
Jensen
Deixei cair meu telefone, sen<ndo como se alguém <vesse acabado de <rar
o ar dos meus pulmões. Eu ouvi meu telefone bater no chão, pedaços
voando por toda parte.
Não <ve tempo para pensar. Eu apenas corri o mais rápido que pude.
Meu coração ba<a forte a cada passo que dava.
O que aconteceu com ela?! O que aconteceu com minha Kyla?! Ao me
aproximar do saguão, vi uma mul<dão de pessoas se reunindo.
— Kyla! — Eu gritei. — Kyla! Onde você está?! O que aconteceu?
A enfermeira estava curvada sobre alguém. Eles já estavam se
preparando para levar o ferido ao nosso consultório médico interno.
Ainda me recusei a acreditar que era Kyla. Não pode ser. Eu não
conseguia vê-la ainda. Passei por funcionários, tentando ver o que estava
acontecendo.
Mas era ela. Era Kyla.
— Saia do caminho! — Eu gritei, sem me importar com quem me ouviu.
Coleen agarrou meu braço. — Ela está bem, Jensen, — ela insis<u. — O
pé dela está muito inchado e ela bateu com a cabeça, mas ela está bem. Eles
acham que ela teve uma leve concussão.
Ela estava deitada no chão de mármore enquanto eu gen<lmente agarrei
seu braço e a ergui.
— Ai! Acho que vou ficar parada. Eu gosto bastante daqui, — ela disse,
tentando sorrir, mas claramente com dor.
— Como você ainda consegue ficar linda? — Eu perguntei. — O que
aconteceu?
Kyla
A enfermeira interna <rou seu bloco de notas enquanto me olhava
fixamente. Ela olhou com mais atenção enquanto analisava meus olhos e
escreveu algumas notas, fazendo várias perguntas completamente não
relacionadas.
Quanto exercício eu fiz? Sério?
Eu não sabia muito bem como a localização e o horário das minhas aulas
de ioga ajudariam na dor agonizante no meu pé e na minha cabeça.
Mas, ei, ela era a profissional.
Sen< Jensen apertar minha mão suavemente. — Você está ouvindo?
Ele não <nha saído do meu lado desde que chegamos à sala médica no
andar de cima. Ele parecia mais branco do que a parede. Talvez ele se
beneficiasse com as perguntas da enfermeira mais do que eu...
— Certo, Kyla — disse ela. — Você não deve colocar absolutamente
nenhuma pressão nesse pé nos próximos dias.
Ela rabiscou uma assinatura em um pedaço de papel, rasgou-a do bloco
e me entregou.
— Estou lhe prescrevendo alguns analgésicos muito fortes, portanto,
cer<fique-se de descansar. Quanto à sua cabeça, não quero você sob
nenhum estresse.
— Eu tenho que verificar você nos próximos dias para ver se há algum
lapso de memória. Ligue se precisar de alguma coisa ou se notar algo
incomum.
Com isso, ela se levantou e rapidamente deixou Jensen e eu sozinhos na
sala.
— Você ouviu isso, Kyla? — ele perguntou docemente. — Sem pressão.
Eu sou oficialmente sua outra perna. Não vou sair do seu lado pelo resto do
dia.
— Acho que não chegamos ao ponto em nosso relacionamento em que
você precisa me ver ir ao banheiro, — brinquei. — Um pouco de privacidade,
por favor.
— Sério, Kyla — disse ele, com o sorriso desaparecendo, — o que
aconteceu? Como você caiu?
Eu sabia que essa pergunta estava chegando. A verdade é que não
conseguia me lembrar. Talvez seja isso que a enfermeira quis dizer quando
mencionou — lapso de memória.
— Eu simplesmente tropecei, eu acho, — eu disse, tentando ser o mais
vaga possível.
Estava muito confusa.
Ele observou meu rosto com um olhar que quebrou meu coração.
— Estou cansada, Jensen, — eu disse, incapaz de suportar por mais
tempo. — Eu preciso descansar. Você pode fazer com que Rhea ou Coleen
tragam meu trabalho para o meu apartamento, por favor?
— Tudo bem, — disse ele, derrotado. — Não vamos falar sobre a queda.
Por enquanto. Mas de jeito nenhum você vai trabalhar!
— Jensen, se eu não consigo me mover, eu pelo menos preciso ser capaz
de usar meu cérebro!
— Ordens da enfermeira, — ele me lembrou. — Pelo menos um dia de
descanso para seu cérebro com uma concussão.
Eu queria lutar, mas não <nha energia.
— Vou garan<r que as meninas venham, e você pode começar seu
trabalho amanhã, ok? — disse ele, cedendo ligeiramente. — Dante vai te
levar para casa agora. Então, estarei com você em breve.
Não foi uma pergunta.
Mas eu <nha que admi<r, era bom não ter que tomar nenhuma decisão
ao menos uma vez.
De volta ao meu apartamento, as meninas chegaram juntas, prontas para
consertar minha perna magicamente. Eu estava grata por ter amigas tão
boas.
Rose se sentou na ponta da cama com um pote de sorvete e um saco de
batatas fritas.
Ela sabia do que eu precisava.
— Eu simplesmente não entendo como isso aconteceu! Pelo menos você
tem uma desculpa para comer algumas guloseimas e não fazer nada. Meu
sonho! — ela disse, dançando pelo meu quarto.
— Um sonho? — Eu perguntei, levantando uma sobrancelha. — Mais
como minha ideia de inferno. Eu simplesmente caí, por que todo mundo está
fazendo tanto alarde sobre isso? Eu nem sei o que aconteceu.
— Mas como isso pode ser possível? — Coleen perguntou. — As pessoas
sempre se esquecem das coisas quando batem a cabeça?
Rose respondeu, mas eu realmente não estava ouvindo. Porque, à
medida que suas vozes desapareciam no fundo, sen< outra voz familiar
encher minha mente.
Uma voz que eu desprezava.
A voz do Sanguessuga.
E então isso me a<ngiu.
Lembro-me de ver aquele olhar de vitória em seus olhos enquanto ele
fugia na mul<dão.
Ele era o único que não estava lá quando todos vieram me resgatar.
Cada músculo do meu corpo de repente ficou tenso quando um flash de
dor percorreu minha cabeça.
Foi realmente o Sanguessuga?
— Kyla, o que é? — Rose perguntou. — Você está agindo de forma
estranha. São os remédios? Seu nariz está fazendo aquele movimento
esquisito!
— Não, não é! — Eu disse, agora me sen<ndo estranhamente
constrangida sobre o que quer que meu nariz es<vesse fazendo.
Normalmente, neste ponto, eu teria ido embora.
Mas isso é muito dipcil quando você tem apenas uma perna a<va.
Coleen se aproximou da cama, e eu sabia exatamente o que ela diria por
aquele olhar preocupado em seu rosto.
— Kyla, foi realmente apenas um acidente? Ou alguém... te empurrou?
Respirei fundo e admi< o que me lembrava. — Eu acho que pode ter sido
o Sr. Leach. Mas não tenho certeza. Mas acabei de me lembrar...
— O QUE! — Rose explodiu. — ELE NÃO FEZ ISSO! NÓS PRECISAMOS
PROCESSAR ESSE MALUCO!
Sua raiva era avassaladora. Com razão, obviamente, se fosse verdade.
Mas eu estava exausta demais para a<ngir esse <po de reação emocional.
— Kyla, isso é sério — disse Coleen, pálida como um fantasma. — Se ele
fez isso...
Eu sabia o que ela queria dizer. As consequências seriam severas.
Se.
Novamente, grande se.
Tentei lembrar do momento com clareza. Eu <nha certeza de que o
Sanguessuga realmente tentou me machucar? Me machucar fisicamente?
Talvez ele tenha percebido que suas tenta<vas de infligir dor emocional
não estavam funcionando, então ele aumentou a aposta.
Minhas mãos se fecharam em punhos com a ideia de ele fazer algo assim.
Talvez tenha sido ainda pior do que eu pensava. Talvez ele quisesse me
causar mais dor do que apenas me empurrar escada abaixo?
Talvez ele <vesse a intenção de...
Por favor, O Sanguessuga? Um idiota, com certeza. Mas um assassino?
Mesmo para mim, isso soou como um exagero.
— Kyla, ele não pode escapar impune — con<nuou Coleen. — E se o
Sanguessuga fizer isso com outra pessoa em um momento de raiva? Ou
pior?
Tentei ignorá-la e fingir que não precisava enfrentar essa decisão.
Então, ouvi uma ba<da na porta.
— Olá, senhoras. Desculpe interromper a festa... Como ela está?
Era Jensen.
Por um momento, meu coração se encheu de alegria. Eu queria tanto vê-
lo agora. Para me sen<r segura em seus braços. Mas então, eu percebi, eu
poderia ter que contar a ele.
Se ele soubesse o que o sanguessuga <nha feito...
Coleen e Rose pularam como se es<vessem em posição de sen<do.
— As horas voaram, — disse Coleen, nervosa. — Eu volto amanhã, amiga.
Com um beijo rápido na bochecha, ela se virou e seguiu Rose para fora.
Assim que a porta se fechou atrás delas, Jensen sentou-se ao meu lado.
Fiquei aliviada por tê-lo.
— Como você está? — ele perguntou com tanta sinceridade que quase
me <rou o fôlego. Ele realmente queria saber como eu me sen<a.
Mas como eu me sinto?
Meus olhos se encheram de lágrimas e meu coração ficou pesado como
uma pedra.
Ele beijou minha testa e então, como se <vesse esquecido algo, levantou-
se e caminhou em direção à porta.
— Onde você está indo? — Eu perguntei. Certamente, ele não estava
realmente saindo? Quer dizer, ele acabou de chegar.
— Você vai ver, — disse ele, com um pequeno sorriso malicioso. —
Relaxe. Eu <ve uma ideia.
Devo ter adormecido enquanto ele estava fora.
Eu abri meus olhos. Tudo estava embaçado, mas eu podia ver a forma de
Jensen enquanto ele acendia velas ao redor do meu quarto.
O que ele estava fazendo?
Ele cobriu o lençol da cama com pétalas de rosa, e todo o quarto cheirava
a um lindo perfume de lavanda.
Eu sorri para mim mesma, fingindo que ainda estava dormindo.
Ele deve ter percebido que eu estava acordando porque estava radiante.
— Agora, como prome<, é a minha vez de relaxar você. Tenho algo especial
reservado para você.
Ele caminhou até a minha cama para me levantar e começou a
desabotoar minha blusa lentamente e abrir o zíper da minha saia.
Eu não me sen<a muito sexy. Ter uma perna enfaixada era suficiente para
matar o clima na maioria das ocasiões.
— O que você está fazendo? Eu realmente não estou entendendo isso,
— eu murmurei, tocando minha cabeça e sen<ndo meu cabelo todo
bagunçado. Fiquei feliz por não poder ver a aparência do meu rosto.
— Vou fazer uma massagem em você, — disse ele, com um sorriso no
rosto. — Tudo que você precisa fazer é deitar e desfrutar.
Ele me ajudou a me ajustar na cama enquanto puxava um óleo de
massagem que cheirava a uma explosão de flores.
Deitei com nada além de calcinha e su<ã.
— Espero que você esteja pronta, Kyla, — ele ronronou, desabotoando
meu su<ã e deslizando minha calcinha para baixo... com seus dentes.
Eu podia sen<r seu hálito quente descendo entre minhas pernas nuas.
Eu estremeci.
Oh Deus.
Capítulo 23
Uma solução práNca
Kyla
Jensen foi até minha caixa de som e colocou uma música. Eu me virei
novamente para ver onde ele estava. As luzes foram apagadas e as velas
iluminaram seu rosto, destacando seu corpo perfeito mais uma vez.
Seu olhar misterioso me deixou curiosa — esta não seria apenas uma
massagem normal.
— Vire-se e relaxe, — disse ele.
Eu estremeci quando Jensen desamarrou meu su<ã e pingou o óleo frio
e espesso nas minhas costas nuas. Mordi meu lábio para impedir que o
gemido escapasse quando ele começou a me massagear com as mãos.
Ele prestou uma atenção especial ao meu pescoço enquanto eu sen<a
todos os meus nós se soltando lentamente.
Meu corpo estava tenso — tão tenso — mas cada novo lugar que ele
tocava me fazia relaxar com o movimento de seus dedos.
Sen< que me perdia na música e nas mãos dele, que se moviam em ritmo
e harmonia perfeitos.
Seus dedos apertavam profundamente em todas as áreas certas.
Cada vez que ele massageava minhas costas, aos poucos, ele puxava a
toalha um pouco mais.
Até meu traseiro ficar completamente exposto.
Mordi a toalha embaixo de mim, gemendo de sa<sfação quando ele
começou a massagear a parte interna das minhas pernas.
Ele gen<lmente abriu minhas pernas, me expondo completamente e
subiu as mãos pelas minhas coxas. Eu me perdi no momento enquanto
arqueava minhas costas, convidando-o a se aproximar. Eu levantei meus
quadris mais perto de seu rosto, querendo mais de suas mãos.
Ele massageou minha bunda e segurou minhas nádegas, empurrando
para frente e para trás enquanto minhas bochechas se espalhavam na
toalha.
Seus dedos roçaram suavemente meu clitóris, mas não se demoraram
por muito tempo.
Eu ansiava por mais dele. Eu queria que ele desabotoasse a calça e me
fodesse por trás. Eu só podia imaginar o quão duro ele estava.
Virei meu olhar para encontrar seus olhos, a<rando-lhe o mesmo sorriso
perverso que ele me deu, enquanto beijava cada vez mais alto na minha
coxa.
— Você é tão sexy, — ele sussurrou, deslizando as mãos de volta ao meu
pescoço.
Ele começou a beijar minha clavícula.
Uau, ele estava realmente indo até o meu âmago.
Ele abriu minhas pernas novamente e usou seus dedos para massagear
meu clitóris.
De repente, me sen< um pouco constrangida com o quão molhada eu
estava.
Ele realmente não estava perdendo nenhuma área.
Em seguida, sen< sua língua girando em torno do meu clitóris. Meus
músculos relaxaram enquanto ele desenhava pequenos círculos sobre
minha buceta. Seu rosto afundou entre minha bunda.
Oh.
Meu.
Deus.
Eu agarrei lençol debaixo de mim e apertei o mais forte que pude,
tentando não mostrar a ele o quanto eu estava gostando.
Ele deslizou seus dedos dentro de mim enquanto eu gemia a cada
impulso.
Era bom não ter que ficar quieta. Eu não me importava o quão alto eu
estava gemendo.
Seus dedos se cravaram dentro de mim ainda mais fundo. Eu só podia
imaginar o quão bom seu pau se sen<ria agora.
— Acho que é hora de fazer o outro lado.
Meu coração acelerou com suas palavras.
Ele cuidadosamente manobrou meu corpo para que eu ficasse deitada
de costas. Fechei os olhos e ele começou a massagear meu peito. Ele usou
as mãos e os lábios em perfeita harmonia.
Seus dentes morderam meu mamilo com força enquanto suas mãos
massageavam meus seios.
Ele colocou o rosto entre os meus seios e desenhou uma linha com a
língua por todo o caminho até os músculos do meu estômago.
Suas mãos estavam em meus seios e sua língua estava fazendo o seu
caminho de volta para minha buceta quente e úmida.
— Eu quero mais de você, — eu gemi, fechando meus olhos e deixando
minha cabeça cair para trás.
— Quanto mais? — ele perguntou, quando eu o ouvi desabotoando as
calças. — Eu não terminei com você ainda.
Tentei mover minha perna, esquecendo que precisava mantê-la parada,
e estremeci abruptamente com a dor latejante.
Do nada, eu vi o rosto do Sanguessuga em cima de mim.
Ele estava tentando me machucar novamente.
Tive um flashback da sa<sfação em seus olhos quando ele me viu no
chão, chorando.
— PARE! SAIA DE CIMA MIM, — gritei o mais alto que pude, empurrando
Jensen com toda a força que <nha.
Eu sabia, sem dúvida, foi ele quem me empurrou.
Meu coração bateu forte no meu peito.
O sangue latejava em meus ouvidos.
Minhas mãos tremendo incontrolavelmente.
Tudo o que eu podia ver eram visões borradas de Jensen tentando me
segurar, mas eu não conseguia ouvi-lo. Os sons na minha cabeça eram muito
altos.
A bile estava começando a subir na minha garganta enquanto eu chorava
mais alto.
— RESPIRA! — Jensen gritou. — KYLA RESPIRA!
Ele cuidadosamente me arrumou na cama. Eu estava tremendo
insuportavelmente, tentando copiar Jensen enquanto ele respirava
profundamente ao meu lado.
— Estou com você, Kyla. Eu entendi. Você está tendo um ataque de
pânico. Eu entendi. Inspire e expire, inspire e expire, — disse ele, segurando-
me com força contra o peito.
Finalmente, o quarto parou de girar.
— Jensen, — eu sussurrei, — Me desculpe. Não foi você. Como você sabe
que é um ataque de pânico? Eu vi algo na minha cabeça e...
— Você não precisa se explicar, Kyla, estou aqui para ajudá-la. Você teve
um dia dipcil. Eu só quero te abraçar.
Mas como ele se sen<ria quando soubesse a verdade?
Fechei meus olhos com minha cabeça em seu peito e me deixei levar.
Jensen
Kyla
Rhea: Você tem que vir trabalhar agora! Eu preciso de você agora.
Rhea: É sério.
Eu rapidamente juntei minhas coisas e liguei para Dante. Disse-lhe que era
urgente e, pelo tom da minha voz, ele sabia que não devia fazer mais
perguntas.
O que estava acontecendo no trabalho?
Deixei Jensen dormindo e corri para o carro.
Capítulo 24
O culpado
Kyla
— Kyla! Você pode me ouvir? Kyla? OLÁ? O que nós fazemos? — Rhea gritou,
acenando com as mãos, tentando chamar minha atenção.
Fiquei olhando fixamente para suas tenta<vas de dar sen<do ao que
estava acontecendo.
Era óbvio.
O Sanguessuga queria que eu fosse embora. Quase me matar não foi o
suficiente. Não, ele se esforçou ainda mais, se isso fosse possível.
Minha saúde era uma coisa. Mas ninguém mexe no meu trabalho.
A dor de cabeça latejante voltou enquanto eu tentava entender minhas
circunstâncias.
— Certo, — eu disse a Rhea. — É isso que vamos fazer. Vamos direto ao
culpado. Estamos colocando um fim nisso agora.
Recusei-me a ir para Julian ou Jensen com isso. Eu era capaz de resolver
meus próprios problemas.
— Sim, senhora! — Rhea disse, animada. — Ele não vai saber o que está
por vir.
Com isso, ela se virou e começou a marchar em direção ao escritório
dele. — Vamos! — ela exclamou, ficando levemente empolgada.
Eu ainda não consigo andar.
Ela correu de volta para me pegar. — Desculpe, desculpe.
Ela passou o braço pela curva do meu cotovelo. — Agora vamos!
— Obrigada, Rhea, — eu disse quando pousamos do lado de fora do
escritório de Leach. — Acho que vou assumir a par<r daqui.
Ele não vai saber o que o a<ngiu.
Eu invadi seu escritório sem bater, meus impulsos assumindo o controle.
O bastardo não ia sair dessa.
— Eu pensei que me empurrar escada abaixo fosse o suficiente para
conseguir sua dose de vingança. Mas fazer com que eu fosse despedida?!
Isso é baixo, até para você! — Eu gritei, sem segurar nada.
— Kyla, o quê?
— Não se atreva a responder de volta. Como você pôde fazer isso? Olhe
para mim! — Eu gritei, apontando para minha perna. — Você está tentando
levar tudo? Você é tão paté<co que só pode gozar destruindo as mulheres?
— Kyla, por favor.
— Você me despediu. POR QUE?! Para que?!
— NÃO FUI EU, TUDO BEM? — ele rugiu de volta para mim enquanto a
sala ficava em silêncio.
Claro, ele estava negando. Ele era muito covarde, não conseguia nem
admi<r a verdade.
Aproximei-me de seu rosto e fiz algo que queria fazer há anos, mas nunca
ousei.
Eu cuspi na cara dele.
— Covarde! — Eu gritei, olhando diretamente em seus olhos, encarando
o homem que ele realmente era.
Paté<co.
Cre<no.
— Kyla — disse ele, enxugando o rosto, quase se diver<ndo. — Não me
entenda mal, estou feliz que você foi despedida. Mas, infelizmente, não
posso levar o crédito por isso.
O quê?
Como isso é possível?
Se não foi O Sanguessuga, quem foi?
De repente, percebi que <nha acabado de cuspir em um homem que não
era responsável por me despedir.
Qualquer que seja. Ele merecia por tudo o mais que ele me fez passar.
Nada disso fazia sen<do.
Pressionei meus lábios firmemente, tentando não dizer mais nada, e
forcei meus olhos para longe dele.
Eu não aguentava mais olhar seu rosto. Eu sabia que essa não era a
úl<ma vez que veria o Sanguessuga.
Quando abri a porta, Rhea estava parada pronta para me pegar. Ela
realmente foi acima e além de seu dever.
Eu segurei minhas lágrimas e peguei seu braço. Felizmente, o corredor
estava silencioso neste momento, já que a maioria estava fora para almoçar.
Voltei para o meu escritório vazio e olhei ao redor da sala. Não sobrou
nada.
Meu trabalho nos úl<mos seis anos... foi embalado em três caixas e
deixado do lado de fora.
Isso era realmente tudo o que eu significava para a empresa?
Eu vasculhei meu cérebro, tentando descobrir o que eu poderia ter feito
de errado. A única razão viável que eu poderia pensar seria Jensen.
Foi realmente por causa do meu relacionamento?
Não fazia sen<do. Jensen saberia da demissão de qualquer um na
empresa. Era simplesmente um procedimento padrão.
— Rhea, você pode me deixar por um segundo? — Eu perguntei,
enquanto o úl<mo dos homens de remoção esvaziava meu escritório.
— Claro, — ela disse. — Eu estarei na minha mesa. Qualquer coisa que
você precisar, estou aqui.
Ela apertou meu braço com força. Ela sabia o quão dipcil seria para nós
duas aceitar ser demi<da.
Ela <nha lágrimas nos olhos, mas pude ver que ela estava tentando ser
forte.
Eu não <nha dúvidas de que Rhea manteria seu emprego, mas eu sabia
o quanto ela lutaria para trabalhar para qualquer outra pessoa. Trabalhamos
muito bem juntas para ela começar do zero.
Eu sorri de volta, por mais dipcil que fosse, tentando mostrar a ela a
pouca força que me restava, mas estava desaparecendo rapidamente.
Quando fiquei sozinha, deslizei para o chão, apoiando-me na parte de
trás da minha mesa com a cabeça entre as mãos.
Eu deveria ter sido mais cuidadosa. Obviamente, fui demi<da por causa
do meu relacionamento com Jensen.
De alguma forma, em meio ao redemoinho das úl<mas semanas, devo
ter feito vista grossa ao meu trabalho.
Devo ter escolhido ele.
Eu escolhi ele.
Pensei nas três caixas fora do escritório, sobrecarregadas com prêmios
de hotel e fotos de minhas maiores realizações neste hotel.
Sem fotos da minha família.
Nenhum dos meus amigos.
Sem fotos de Jensen.
Apenas trabalho. Eu <nha dado a esse trabalho mais do que qualquer
outra coisa em minha vida e estava saindo por essas portas sem nada.
Eu acho que o ditado era verdade. Nunca coloque todos os ovos na
mesma cesta.
Eu não <nha mais nenhuma força para lutar em mim. Se eles <vessem
escolhido me despedir por causa da minha vida pessoal e não conseguissem
ver além disso, eu estaria acabada.
Eu não queria ter nada a ver com essa empresa.
Minha respiração começou a acelerar com o pensamento do
Sanguessuga <rando outra coisa de mim. Tentei me lembrar de Jensen, e o
que ele estava dizendo quando <ve meu primeiro ataque de pânico.
Apenas respire.
Tentei me concentrar no meu escritório e me trazer de volta ao
momento.
Eu não conseguia me controlar. Eu não conseguia respirar.
Eu precisava saber o mo<vo da minha demissão.
Peguei meu telefone.
Jensen: Que bom que você voltou ao controle das coisas e está se sen<ndo
bem o suficiente para trabalhar. Você é incrível.
Jensen
Kyla. DESPEDIDA?!
Merda. Merda. Merda. MERDA.
Eu não sabia como isso poderia ter acontecido, e meu Deus, esperava
não ser o mo<vo.
Parecia que, desde que entrei na vida de Kyla, a única coisa que eu havia
causado foi sofrimento.
Eu precisava intervir e resolver o problema.
Liguei para Dante para me levar até Julian, para que eu pudesse descobrir
o erro estúpido que a equipe administra<va cometeu. Eu sabia que ele
estava em uma reunião na cidade e seria muito mais rápido simplesmente
aparecer.
Quando finalmente saí do carro, Dante se virou para mim. — Tenho
certeza de que você resolverá isso, senhor. O que quer que seja. Você
sempre encontra um caminho. Eu acredito em você, sempre.
De muitas maneiras, Dante foi o único pai que eu realmente <ve. Ele
devia estar na casa dos sessenta agora. Ele me ensinou tudo de bom que eu
sabia sobre o mundo e como ser uma pessoa decente.
Ele acreditou em mim e isso foi o melhor que eu poderia pedir. Embora
eu tenha come<do muitos erros em minha vida, Dante sempre me ensinou
como fazer melhor.
Abri a porta ao pé de um arranha-céu de vidro no meio da cidade
metropolitana. Eu examinei a mul<dão, mas não havia sinal de Julian em
lugar nenhum.
Eu precisava encontrá-lo e fazer dessa catástrofe sua prioridade para
consertar.
Fui até a recepção com confiança, sabendo que eles me indicariam a
direção certa.
E eles fizeram, é claro.
Julian se aproximou de mim, sorrindo, enquanto eu soltava um suspiro
de alívio.
— Não tenho tempo para falar. Vamos direto ao assunto, — eu disse.
— O que é essa visão rara? — ele brincou, com sua clássica
condescendência. — Você veio até mim pedindo ajuda? Eu adoro quando
isso acontece. Vamos nos encontrar mais tarde — como você bem sabe,
tenho reuniões importantes hoje.
— Estou falando sério, Julian. O hotel estragou tudo. Alguém conseguiu
autorização para despedir Kyla! O que diabos está acontecendo? Eu preciso
de uma explicação agora.
Para minha surpresa, ele não parecia chocado. De jeito nenhum.
Espere, ele já sabia disso?
Por que diabos ele não estava dizendo nada?
— Julian, isto não é um jogo. O que está acontecendo? Diga algo!
— Fui eu, Jensen, — disse ele.
— Fui eu quem despediu Kyla. Eu sou o único responsável.
Capítulo 25
Brincando com fogo
Julian
Kyla
Kyla: Ó<mo.
Coleen: jeeeeez.
Coleen: o universo mandou tudo para você hoje.
Desliguei meu telefone quando comecei a andar. O ar frio bateu bem no meu
rosto, ajudando a acalmar meu diálogo interno.
Eu fui ao meu parque favorito. Não conseguia nem me lembrar da úl<ma
vez que encontrei tempo para ir até lá. Sentei-me na margem do rio quando
o pôr do sol se aproximava e ternamente chegou à noite.
Minha hora favorita do dia.
O mundo poderia respirar novamente.
Observei uma família brincando de pega-pega, a garo<nha rindo tão
descuidadamente sem nenhuma preocupação no mundo. Achei que era
tudo o que você poderia querer para seus filhos.
Para eles serem livres até que o mundo os alcançasse.
Para protegê-los de qualquer escuridão.
Eu acho que podemos apenas esperar. Esperar que eles encontrem seu
caminho em meio ao caos.
Esperar que eles encontrem algo que coloque fogo em suas almas. Que
os faça sen<r vivos.
Respirei fundo e sorri, observando a família. Nunca fui do <po que
compar<lhava minhas preocupações com nenhum membro da minha
família.
Embora fôssemos próximos, não éramos transparentes. Man<vemos
sempre nossos problemas varridos para baixo do tapete e evitamos o
confronto o máximo que podíamos.
Acho que minha paixão e mo<vação pelo meu trabalho vieram do fato
de minha mãe sacrificar sua vida para cuidar de nós. Ela não teve a mesma
oportunidade de escolher sua carreira como eu <ve.
Ela desis<u por nós.
Usei o sacripcio de minha mãe para me impulsionar quando o resto das
minhas amigas estavam se distraindo com meninos e bebendo.
Eu <ve sorte. Eu sempre soube que teria sucesso.
O fracasso não era uma opção.
O que essa gravidez significa? E quanto ao meu trabalho? E todo o resto?
Eu precisava falar com Jensen sobre isso. Eu não conseguia esconder
outro segredo dele.
Eu queria hones<dade e ele precisava da minha.
A escuridão da noite me envolveu e, antes que eu percebesse, eu era a
úl<ma pessoa no parque. Eu deveria estar com mais frio do que sen<a, mas
estava bem apenas sentada ali.
O clima da noite envolveu meu corpo enquanto eu deitava na grama.
O momento de paz não durou muito. Liguei meu telefone e de repente
fui distraída por um bombardeio de mensagens no meu telefone.
Coleen deve ter atualizado as meninas.
Isso não demorou muito.
Megan: Sério.
Megan: Quando você vai contar ao sortudo?
Megan: Ele deve ter alguma coisa bem forte em (emoji de beringela) Coleen:
Hahahaha talvez comece a conversa com isso.
Marie: (Sem álcool, obviamente, para você) Claro, todas elas foram para o
meu apartamento.
Kyla: Jensen
Kyla: Eu sei que deveria ter dito algo, mas não queria te preocupar.
Kyla: Eu ainda estava com raiva por ter perdido meu emprego.
Ele não parecia nada bem. Meu problema não era ele estar frustrado
comigo. Eu só estava preocupada com o que ele faria com o Sanguessuga se
<vesse a chance.
E se ele já <vesse planejado algo?
Por mais que eu desprezasse o Sanguessuga, eu queria que ele sofresse
da maneira certa. Eu não podia deixar Jensen fazer nada precipitado sobre
isso.
Sentei-me à nossa mesa e olhei para Julian.
— Porra. Como você descobriu? — Eu perguntei.
— Eu te disse, eu sei tudo. — Ele empurrou a cadeira para trás.
— Estou preocupada. O que diabos ele vai fazer? Eu deveria ter contado
a ele antes, — eu murmurei, apertando minhas mãos.
— Nós dois não contamos a ele pelo mesmo mo<vo, — respondeu Julian.
— Suas emoções.
Quando fui chamar o garçom, ouvi meu telefone tocar.
Josie, minha irmã.
Eu sabia que as meninas haviam contado a Josie sobre a gravidez e ela
queria ir comigo à consulta na ginecologista.
Por mais que eu não quisesse responder, eu sabia que deveria.
— Josie, — respondi, afastando-me da mesa caó<ca. — Lamento não ter
ligado antes... Sim, sim, a consulta está marcada para a próxima semana.
— Oh, Kyla! — ela exclamou ao telefone. — Estou tão animada.
— Não vamos falar sobre isso até depois da consulta, ok? Eu nem disse a
Jensen ainda. Não sei como ele vai reagir. Já passamos por muitos
problemas, mas um bebê agora? É tão cedo...
Josie tentou me confortar, amenizar minhas preocupações, dizendo que
tudo ia ficar bem.
Eu fingi acreditar nela.
Quando desliguei o telefone, ouvi alguém pigarreando atrás de mim.
A um bom pé de distância estava ninguém menos que o próprio patrão.
Julian.
Merda!
Ele <nha acabado de ouvir?
Julian
Fiquei parado atrás dela por tempo suficiente para ouvir o que precisava.
Primeiro, sendo empurrado pelo Sr. Leach; agora, ela estava grávida?
Isso era demais até para eu assimilar.
— Kyla... O que é isso? Há algo que eu precise saber? — Eu perguntei,
tentando mostrar a ela que estava falando sério.
— Isso não diz respeito a você, — disse ela, me ignorando. Ela era tão
boa em agir com frieza, mas eu pude ver através de suas máscaras neste
momento. Sua cara de frieza estava sumindo.
Andei atrás dela enquanto seus passos ficavam mais altos e ela tentava
atravessar a rua movimentada.
De jeito nenhum eu iria deixá-la ir assim.
— Kyla, vou perguntar de novo. Eu ouvi você falar sobre um bebê? Você
está grávida? Isso é sério — você precisa me dizer!
Ela se virou e eu vi uma cena que nunca <nha visto antes.
Ela <nha lágrimas escorrendo pelo rosto.
Eu não poderia dizer que já <nha sido bom em confortar mulheres em
momentos como este, mas agora era diferente.
Ela estava perigosamente perto de se tornar minha família.
Eu podia ver que ela estava tentando falar, mas não conseguia.
Isso foi o suficiente.
— Estou com medo de dizer isso em voz alta, — ela murmurou, com mais
hones<dade do que eu <nha visto em qualquer pessoa por muito tempo.
— Meu irmão sabe? — Eu perguntei.
— Com o quão discreta eu acabei de ser, você acha que se ele fizesse
alguma ideia, você estaria me vendo assim? Só não sei como ele vai reagir.
E, de qualquer forma, não tenho certeza. Minha consulta com o médico é na
próxima semana.
Eu também não sabia como Jensen reagiria. Eu sabia que ele estava
falando sério sobre ela, mas um bebê pode mudar tudo.
— De qualquer maneira, — eu disse, — ele precisa saber. Isso não é algo
que você deve esconder dele.
Ela estava lutando para se manter equilibrada e, sem emprego, eu não
poderia culpá-la. Ela estava trazendo um bebê ao mundo sem garan<a
financeira ou de um relacionamento.
Ugh, Eu me sen< culpado. Não é algo que eu sinto muito
frequentemente.
Sem saber de onde vinham as palavras, consegui dizer: — Kyla, minha
oferta é um trabalho para você. Eu quero que você trabalhe para mim.
Pessoalmente.
Pelo menos, se ela trabalhasse para mim, o Sr. Leach não poderia chegar
até ela. Ela estaria se reportando diretamente a mim.
Achei que isso fazia algum sen<do.
— Eu não quero sua oferta de caridade, — ela cuspiu em resposta.
Talvez ela es<vesse certa, mas ela merecia o trabalho. Ela era uma
excelente assistente de marke<ng, e eu poderia usar isso.
— Faça o que você precisar fazer, — eu disse. — Se você disser sim, eu
quero que você volte a trabalhar no Jantar de Gala. Você está no comando.
Falta apenas uma semana e, com toda a franqueza, eles precisam de você.
Se você puder lidar com isso, o trabalho é seu.
Ela não conseguiu evitar um sorriso em seu olhar confuso. — Mesmo?
Mas qual seria o meu wtulo? Qual é o trabalho?
— Isso é um sim? — Eu perguntei. — Ainda não posso revelar qual é o
trabalho. Direi formalmente assim que chegar a hora certa. Qual é a sua
resposta, Kyla?
Ela olhou para mim, inspecionando cuidadosamente minha expressão,
antes de abrir a boca e responder.
Capítulo 28
O grande dia
Kyla
Eu sorri com a ideia de Coleen estar lá comigo. Não estava nervosa com a
ginecologista. Francamente, eu só queria acabar com isso para que pudesse
enfrentar outros obstáculos mais importantes.
Tudo <nha que correr bem.
Não havia espaço para ninguém bagunçar hoje.
O percurso do carro foi silencioso.
Nós duas sabíamos a gravidade do dia, e era bom simplesmente ter um
pouco de silêncio.
Mas eu sabia que o silêncio não duraria muito.
Preenchi o formulário, sentei-me na sala de espera, conversei com uma
enfermeira e preenchi mais um... tudo no piloto automá<co.
As palavras corretas estavam saindo da minha boca na hora, mas eu não
poderia dizer que <nha pensado muito nelas.
Tudo o que eu conseguia pensar era em Jensen. Eu gostaria que ele
es<vesse lá comigo.
A enfermeira sorriu educadamente e perguntou se deveríamos
prosseguir. Percebi que era sua maneira de perguntar se o pai estaria
presente.
— Sim, vamos colocar esse show na estrada! — Exclamei alto demais.
— Certo... apenas alguns testes e devemos ter seus resultados, —
respondeu a enfermeira, sinalizando gen<lmente com as mãos para que eu
me acalmasse.
— Desculpe... isso foi alto. Obrigada de novo, — eu disse, revirando os
olhos.
O processo não demorou muito. Ela me levou a uma sala de exames para
fazer o exame de sangue e me mandou ao banheiro para coletar uma
amostra de xixi.
Quando me sentei novamente em minha cadeira, pronta para receber
meus resultados, meu telefone tocou.
— Desculpe, dois segundos, só preciso verificar isso. Pode ser alguém
sobre o jantar de Gala, — eu expliquei, remexendo em minha bolsa. — Hoje
é um dia muito importante, entende. Possivelmente o maior dia da minha
carreira! Só um momento, desculpe, — eu disse.
Era Jensen.
Julian
Eu diria que a noite foi um sucesso total.
Embora fosse bom saber que Kyla não me via como o inimigo, que eu não
estava aqui para bagunçar totalmente a vida dela, o ponto alto da minha
noite estava apenas começando.
— Kyla, siga-me, — eu disse. — Eu quero que você esteja aqui para isso.
Ela me seguiu, confusa, sem nenhuma ideia sobre o que esperar.
— Eu acho que já <vemos surpresas suficientes por uma noite. Julian, —
ela disse um pouco nervosa. — Obrigada! Eu realmente não consigo
acreditar. Mas o que mais poderia haver...?
As palavras saíram de sua boca.
— Eu prometo, — eu disse. — Você vai gostar disso.
Parado na nossa frente estava ninguém menos que Brian Leach.
Capítulo 29
A oferta final
Julian
Brian Leach.
Eu podia sen<r o cheiro dele do palco. Suas manchas de suor realmente
ficaram fora de controle com toda a comoção. Seus lábios tremeram e seus
olhos saltaram das órbitas.
— O que diabos está acontecendo? — ele gritou. — Como... como você
poderia promover aquela... aquela pros<tuta?!
Ele realmente acabou de xingar? Ele realmente acabou de chamar a
garota do meu irmão de pros<tuta?
Veja, isso é o que Leach nunca entendeu.
Kyla era família.
— Oh, isso mesmo, Brian, — eu disse casualmente. — Todo o conselho
concordou.
Jensen se aproximou quase cuspindo em sua cara feia.
— Você está demi<do.
Com isso, a segurança o cercou e o acompanhou para fora do hotel.
Tive a certeza de que seria a úl<ma vez que veríamos o Sanguessuga
novamente.
Jensen
A festa estava a todo vapor depois de todas as formalidades, e Kyla estava
radiante. Ela realmente <nha feito um trabalho incrível.
Procurei em cada cômodo e, finalmente, a encontrei, tão deslumbrante
como sempre. Os repórteres adoraram sua wmida confiança. Ela parecia
ca<vante e sincera.
Para não mencionar, linda de morrer.
— Kyla, posso ter você só para mim agora? — Eu perguntei,
desconsiderando os fotógrafos. Eu só precisava ouvir a voz dela.
— Você pode me ter o quanto quiser. Eu sou sua, — ela declarou,
envolvendo os braços em volta do meu pescoço e me beijando
apaixonadamente.
Os sons das câmeras dos paparazzi dispararam frene<camente ao fundo.
— Aqui! Sr. Hawksley, pode confirmar seu relacionamento?
— Aqui. Kyla, aqui!
— Isso significa que vocês estão juntos?
— Há quanto tempo isso é um segredo?
As perguntas dispararam em todas as direções.
Kyla olhou para eles e me beijou novamente.
— Isso é tudo que vou dizer, — ela sorriu, pegando minha mão e saindo
do salão.
— Vamos para a varanda, eu preciso de um pouco de ar, — ela sussurrou,
mostrando o caminho.
Eu me lembrei de nosso tour pelo hotel uma vez, quando mal nos
conhecíamos. Quão longe nós dois havíamos chegado.
— O que foi aquilo? — Eu perguntei. — Você não se importa que as
pessoas saibam sobre nós agora? — Eu perguntei, beijando seu pescoço
quando entramos no elevador.
— Acho que percebi esta noite o que era importante... e é você, Jensen.
Claro, adoro o meu trabalho, mas não seria nem metade tão feliz quanto
estou sem você.
Ela hesitou. — O que vou dizer pode mudar tudo.
Saímos do elevador e fomos para a varanda.
Uau.
A paisagem urbana à noite nunca decepciona.
Não havia uma nuvem no céu.
Uma lua cheia pairava nas margens da paisagem urbana. As luzes da
cidade estavam brilhando de volta para nós.
Os sons da festa estavam distantes. Éramos apenas Kyla e eu.
Eu olhei de volta para o rosto dela, sorrindo para a vista. — É
simplesmente lindo.
— Kyla... — disse eu, incapaz de me segurar mais. — Eu preciso que você
saiba primeiro, seja o que for, eu te amo. Eu estou apaixonado por você.
Antes que eu pudesse con<nuar, ela gen<lmente pegou meu rosto em
suas mãos.
Seus olhos brilharam quando ela sorriu de volta para mim, mordendo o
lábio e sussurrando: — Eu também te amo, Jensen.
Ela parecia tão surpresa quanto eu. Mas nada poderia me preparar para
as próximas palavras.
— Jensen, estou grávida.
Foi isso. Isso era o que ela estava escondendo de mim.
Eu parei por um momento, tentando entender o que ela disse. Um
bebê.
Ela vai ter um bebê?
Vamos ter um bebê!
Por um momento, eu me sen< fraco nos joelhos. Eu podia ver o medo
em seus olhos de que isso significasse que as coisas eram diferentes agora.
E elas eram.
Mas não da maneira que ela temia.
Eu a puxei para mais perto e a beijei apaixonadamente, segurando o mais
forte que pude. Eu olhei para baixo em sua barriga e coloquei minha mão
sobre ela.
— Eu não acho que vai aparecer por um bom tempo, Jensen, — ela disse,
rindo de mim.
Deus, eu realmente não sabia a primeira coisa que havia para saber sobre
bebês.
— Kyla, essa é a melhor nowcia que já ouvi — falei beijando sua testa. —
Nós realmente vamos ter um bebê.
Nunca pensei que um momento como este exis<sse. Nunca pensei que
pudesse ficar animado com o futuro. Um futuro que eu poderia compar<lhar
com quem eu amava.
Sempre acreditei que — felizes para sempre — não era para homens
como eu. Eu simplesmente <nha bagagem demais.
Ela me beijou novamente. — Oh, Jensen, eu esperava que você ficasse
com raiva ou com medo. Eu não posso acreditar que você... você está feliz.
— Oh, não me entenda mal, Kyla, estou apavorado — eu disse, e nós dois
caímos na gargalhada. — Eu não sei nada sobre bebês. Mas vou descobrir.
Nós vamos descobrir. Kyla.
— Eu sou metade da pessoa que sou sem você. No momento em que te
vi, soube que você era diferente. E, bem... agora, vamos ter um bebê!
Ela me segurou com mais força enquanto meu corpo tenso relaxava no
dela.
Ficamos juntos em êxtase, escondendo-nos do resto das celebrações do
jantar.
Estávamos tendo nossa própria celebração e tudo de que precisávamos
era um do outro.
Eu coloquei meu braço em volta dela e nós dois olhamos para a vista.
A cidade estava brilhando.
Nossa história começou aqui e agora, estávamos realmente trazendo um
bebê ao mundo.
— Kyla, vou te levar para casa — falei, sem perder mais tempo e
agarrando a mão dela. Havia muito o que comemorar.
Seus olhos estavam brilhando de volta para mim. Ela apertou minha mão
com mais força.
— Eu realmente gostaria disso. Mas primeiro, vamos ficar aqui mais um
pouco. Não quero enfrentar esse mundo ainda.
Quando finalmente descemos as escadas, todos os olhos estavam sobre
nós. A música foi silenciando enquanto íamos embora. Eu olhei para Kyla.
Ela simplesmente sorriu de volta para mim.
O mundo poderia assis<r tudo o que quisesse.
Ela não se importava mais.
E nem eu.
Não wnhamos mais nada a esconder.
Kyla
A viagem de carro para casa foi silenciosa. Não conseguíamos parar de sorrir
um para o outro. Tudo se encaixou.
Quando saímos para o apartamento de Jensen, inclinei-me em direção
ao banco do motorista.
— Dante, obrigado. Sou muito grata por você. Você tem sido tão gen<l
comigo. Eu realmente precisava dizer isso. — Eu sorri, saindo do carro.
— Sempre, Kyla — respondeu ele. — Estou ansioso para dirigir para o
futuro bebê Hawksley. Talvez eu possa encontrar uma cadeirinha para o
carro?
— Nós adoraríamos isso. Obrigada, — eu disse antes de fechar a porta.
Assim que entramos, eu estava ansiosa para <rar os sapatos e ves<r algo
um pouco mais confortável.
— Vou tomar um banho rápido, — eu disse, indo a caminho do banheiro.
— Que coincidência. É para onde estou indo também, — ele provocou.
— Acho que te vejo lá.
Eu desabotoei meu blazer e <rei minhas calças enquanto entrava no
banheiro, sabendo muito bem que ele estava observando cada movimento
meu.
Ele ficou alguns passos atrás de mim, seus olhos no meu corpo enquanto
eu perdia outra peça de roupa. Seguida por outra.
Eu finalmente estava apenas com meu fio dental para remover, e o
provoquei <rando tão devagar quanto humanamente foi possível.
— Acho que é a sua vez, — eu disse, apontando para a jaqueta dele.
Ele permaneceu em silêncio enquanto deixava um rastro de roupas no
corredor.
Seu chuveiro <nha jatos de todas as direções e espaço suficiente para
nos espalharmos confortavelmente.
Assim que cheguei ao banheiro, abri a torneira da água quente e esperei
do lado de fora até que esquentasse.
Jensen veio por trás de mim e aninhou seus braços em volta de mim,
pressionando-nos com força contra a pia enquanto eu me inclinei para
frente, observando nosso reflexo no espelho à nossa frente.
Ele acariciou meu peito com os dedos, pegando minha mão com a dele.
Eu apertei minha mão em volta do meu peito e olhei em seus olhos
enquanto ele observava eu me tocar.
— Você é maravilhosa, — ele sussurrou, seu corpo nu pressionado contra
o meu.
Cada aperto de mão.
Cada longa pausa entre seu movimento e o toque de seus dedos.
O suspense estava me matando enquanto meu corpo começava a
desejar mais de seu toque. Ele não estava cedendo tão facilmente.
Eu deslizei meus dedos na minha barriga, até o meu clitóris.
Ele tentou intervir com as próprias mãos, mas eu o empurrei de volta. —
Não, ainda não. É a minha vez primeiro.
Eu sabia como deixá-lo louco.
Soltei um gemido enquanto dava prazer a mim mesma, aninhando minha
bunda em seu pau duro.
— Vire-se agora, — disse ele, enquanto me puxava e me beijava
apaixonadamente, antes de me pegar e ir para o chuveiro. A água quente
espirrou contra nossos corpos, e ficamos ainda mais próximos.
Minhas pernas estavam enroladas em sua cintura e eu podia sen<r seu
pau duro persistente contra minha buceta, mas não dentro de mim ainda.
Eu puxei seu cabelo para trás quando a água quente e fumegante a<ngiu
nossos corpos.
— Me coloque no chão, — eu sussurrei, empurrando-o contra a parede
e ficando de joelhos. Eu queria sen<-lo em minha boca antes de fazermos
sexo.
Eu beijei seu abdômen esculpido, olhando para ele sedutoramente
enquanto a água quente ba<a forte em minhas costas. — Eu quero isso
primeiro, — eu disse, colocando o pau dele em minha boca.
Lambendo e chupando, vendo-o perder o controle.
Seu corpo começou a ficar tenso e suas pernas perderam o controle. Ele
rapidamente me levantou do chão do chuveiro e me pegou novamente.
Quando ele me levantou mais alto, seu pau duro deslizou para dentro de
mim.
Eu gemi enquanto transávamos apaixonadamente, meu corpo
estremecendo, sen<ndo meu coração bater forte no meu peito.
Ele meteu com mais força quando a água a<ngiu minha pele delicada,
fazendo minhas pernas fecharem e estremecerem de prazer.
— Eu quero você curvada de costas agora, — ele sussurrou enquanto nos
aproximávamos de nosso clímax. Eu sorri sem falar. Eu gostava quando ele
assumia o controle.
Meus pés a<ngiram o chão e, quando me virei, ele me segurou contra a
parede com um jato a<ngindo meu clitóris. A<ngindo cada nervo.
Eu estava prestes a explodir de prazer.
Eu puxei meus braços contra a parede e me inclinei. Eu olhei para ele
enquanto ele massageava minha buceta antes de deslizar de volta para
dentro de mim.
Meu corpo formigou quando ele agarrou minha bunda, metendo com
mais força.
Eu não pude aguentar mais; cada impulso me empurrava para mais perto
do clímax. Ele pegou minhas mãos e me levantou.
Eu podia sen<r seu pau latejando dentro de mim. Ele estava perto.
Ele mordeu minhas costas antes de soltar um gemido final, e nós dois
gozamos simultaneamente.
Eu estava perdida no momento, minha mente levitando e voando ao redor
da sala. Eu <nha derramado cada cenwmetro da minha alma nele, nos
fundindo como um.
Não havia nada mais doce do que este momento.
Uau.
Eu respirei, minhas pernas tremendo incontrolavelmente. Eu não
conseguia parar de sorrir.
— Eu nunca <ve nada assim antes, — ele disse sem fôlego.
Ele desligou o chuveiro e rapidamente me pegou, levando-me para seu
quarto.
— Eu realmente te amo, Jensen, — eu disse, minhas pernas ainda
tremendo, mas eu gostei de como essas palavras pareciam na minha boca.
— Eu quero te mostrar uma coisa, — ele disse, me guiando para o canto
de seu quarto. — Bem aqui. É para onde eu quero que o berço vá.
Eu não conseguia parar de sorrir enquanto imaginava nosso futuro
juntos.
— Quero que você more comigo, Kyla. Quero que nossa família comece
aqui, — ele disse, me abraçando com força.
Eu sorri de volta. — Eu adoraria isso.
Realmente estava acontecendo.
Nós nos abraçamos, dançando, nos preparando para o que quer que o
futuro reservasse.
Capítulo 30
O pedido
KYLA
Kyla: Tenho alguns trabalhos de úl<ma hora Jensen: Tá falando sério? Você
não pode fazer isso amanhã?
Jensen: Você está me matando.
Kyla: Você sabe que não posso, acabei de começar este trabalho Kyla: Eu
prometo que vou te compensar Jensen: Tudo bem, vejo você mais tarde.
Kyla: Te vejo mais tarde. Eu amo Você Eu me sen< mal por deixá-lo saber
disso no úl<mo minuto, mas eu sabia que Jensen entenderia.
É
— É sempre um prazer, — ele disse. — Que bom que decidi parar antes
de sair. O que ele estava fazendo aqui?
Revirei os olhos, baixando a voz enquanto voltávamos para o meu
escritório. — Alden descobriu sobre o bebê. Ele pensou que era dele.
— Ele não sabe fazer contas de matemá<ca?
— Acho que ele só <nha metade da história. Ele também não sabia que
eu estou noiva.
— Então, como ele descobriu sobre a gravidez? — Jensen perguntou.
— Não sei. Mas eu sei um bom lugar para descobrir.
Kyla: Ei! Adivinha quem apareceu no meu escritório hoje??
Kyla: Alden!!
Megan: O quê!!??
Kyla: Suspiro.
Kyla: Vou falar com ela.
Vou levar algum tempo para me acostumar com isso. Bebi minha xícara
de chá de ervas, desejando um la‰e magro de baunilha.
A falta de cafeína foi defini<vamente um ajuste importante, mas agora
eu ficaria grata se pudesse manter o nível baixo.
Coleen tomou um gole de seu frappé e con<nuou a falar sobre Patrick
Denton. seu úl<mo namorado, que - segundo ela - era bem-sucedido, lindo
e um perfeito cavalheiro.
— E ele já está prestes a conseguir uma promoção na empresa, embora
esteja lá há apenas seis meses. Isso o colocaria na equipe de Alden. e é por
isso que eles se conhecem.
— Mas por que você diria a ele que eu estava grávida? Esse cara nem me
conhece.
Eu ainda não conseguia entender a sequência de eventos.
— Patrick acha que é muito importante ter hones<dade em um
relacionamento desde o início.
Contamos tudo um ao outro!
Eu já <nha ouvido essas palavras antes. Dois anos atrás, quando Coleen
estava com Landon.
As coisas <nham piorado muito com Landon. Não queria ver minha
amiga cometer o mesmo erro duas vezes.
Mas eu sabia por experiência que deveria agir com cautela.
— Eu entendo. E então Patrick conta tudo a você também, certo? — Eu
respondi, tentando manter o julgamento fora da minha voz.
O olhar irritado no rosto da minha amiga me dizia que eu <nha falhado.
— Claro que ele me conta. Você nem mesmo o conhece. Kyla. Ele é muito
inteligente e sofis<cado. — Coleen disse com raiva.
Então ela se inclinou para trás, revirando os olhos. — Além disso, você
sabe como os caras podem ser sem noção! Ele provavelmente não sabia que
não deveria contar.
— Mas isso ainda não explica por que ele iria falar com Alden. Ou por
que ele faria soar como se fosse o bebê de Alden. — eu persis<.
— Talvez ele tenha pensado que era o bebê de Alden, — Coleen rebateu.
— Então por que ele pensaria que era a função dele contar a Alden?
Especificamente sobre a gravidez, mas não sobre o noivado? — Eu
perguntei, me esforçando para manter meu nível de voz.
— Quem sabe? Provavelmente foi tudo apenas um mal-entendido. —
Coleen encolheu os ombros com um aceno de mão.
Eu queria insis<r no assunto, mas decidi simplesmente deixar de lado. A
lógica circular de Coleen estava me dando dor de cabeça.
Agora era tarde demais e Coleen não queria que Alden descobrisse.
Pelo menos sua aparição abrupta não causou muita cena. E pelo menos
agora Alden sabia a verdade.
Coleen era minha melhor amiga. Decidi simplesmente esquecer de tudo.
Tomando uma decisão repen<na, peguei a mão de Coleen. — Posso te
perguntar uma coisa?
— Sim. claro, — ela estava instantaneamente alerta.
— O que?
Eu respirei fundo. — Eu não ia dizer nada até o brunch de domingo,
mas... quero que você seja minha dama de honra.
Seu queixo caiu. — É claro! — ela gritou de alegria. Quase derrubando
meu chá, Coleen jogou os braços em volta de mim do outro lado da mesa.
— Ufa! — Eu engasguei quando ela me <rou o ar.
— Eu pensei que você iria convidar a sua irmã? — Coleen perguntou,
ainda pulando em sua cadeira com entusiasmo.
Seu entusiasmo era contagiante.
Um sorriso apareceu no meu rosto. — Pensei em convidar Josie, mas ela
já vai ser dama de honra no casamento de sua amiga Yasmine neste verão.
E eu quero que seja você. Você é minha melhor amiga.
As lágrimas surgiram nos olhos de Coleen. — Eu te amo. garota. — ela
disse.
— Eu também te amo! — Desta vez fui eu quem estendeu a mão por
cima da mesa para puxar minha amiga para um abraço apertado.
Depois que nós duas voltamos ao controle, Coleen enxugou os olhos e
imediatamente começou a falar sobre despedidas de solteira e compra de
ves<dos.
Tentei par<cipar, mas não entendi metade do que ela estava falando.
— Oh, posso trazer o Patrick? — Coleen perguntou no meio de um
turbilhão de perguntas sobre a disposição dos assentos.
— Uh - claro, eu acho. O casamento demorará um pouco, sabe?
— Oh, estou tão animada! Espere até conhecer ele, Kyla. Eu realmente
acho que ele é especial.
Tentei ficar feliz pela minha amiga, mas as perguntas não paravam de
pipocar em meu cérebro enquanto Coleen falava sobre diferentes <pos de
temas para a recepção.
Esse tal de Patrick era tudo o que Coleen disse que ele era?
Fui eu quem a viu primeiro, soluçando histericamente no chão depois
que Landon quase quebrou seu braço.
Nunca mais quis ver algo assim.
Mas <ve a terrível sensação de que minha amiga não aprendeu com o
passado.
Ela estaria condenada a repe<r o mesmo erro?
Capítulo 3
Brunch de domingo
Kyla
Toquei a campainha do duplex. Um momento depois, a porta se abriu e
a cabeça da minha mãe apareceu.
Ava Tristen era uma mulher pequena com cabelos grisalhos cortados
perto do queixo.
Meu coração começou a martelar.
Ela provavelmente ficaria emocionada quando eu dissesse que estava
noiva - ela vinha me implorando para sossegar por anos.
Mas o que mamãe diria quando descobrisse que eu estava grávida e ia
ter um filho com um homem que conhecia há tão pouco tempo?
— Kyla! Não esperava ver você hoje. Entre! — ela disse, abrindo mais a
porta.
— Oi mãe. Decidi parar para ver se Josie queria uma carona para o
brunch. E para ver se você gostaria de se juntar a nós.
— Eu? Tem certeza de que quer uma velha senhora entre todas as
meninas solteiras? — Mamãe brincou, me levando para a cozinha onde
minha irmã estava sentada tomando chá.
— Claro que eu quero! — Eu insisto.
Desde as minhas primeiras lembranças, éramos nós três contra o mundo,
e minha mãe foi quem sempre me encorajou a trabalhar duro e sonhar
grande.
Respirei fundo, tentando acalmar meus nervos. — Mãe, tenho uma coisa
para te contar.
— É sobre o fato de que você vai ter um bebê? — ela perguntou, seu tom
inexpressivo.
Meu coração despencou no chão. Lancei um olhar assassino para Josie,
mas ela parecia tão chocada quanto eu.
Mamãe deu uma risadinha. — Sua pele está cerosa porque você vomitou
a manhã toda. Seus seios estão maiores. E eu nunca vi você antes do meio-
dia sem uma xícara de café na mão.
Eu deveria ter pensado melhor antes de imaginar que poderia esconder
qualquer coisa de minha mãe. Ela sempre foi muito percep<va para enganar
por muito tempo.
Tentando não parecer culpada, encontrei o olhar de minha mãe. — Estou
com cerca de oito semanas. O nome do pai é Jensen Hawksley.
— E ele é um milionário! — Josie entrou na conversa.
Eu olhei para ela. — Isso não é importante. O importante é que ele me
ama e vamos nos casar.
Prendi a respiração, esperando a reação de minha mãe.
Ela me puxou para um abraço forte. — Você está feliz. Kyla? — ela
sussurrou em meu ouvido.
— Eu estou, mãe. Eu realmente estou. — Minhas palavras ficaram presas
na minha garganta.
Puxando um sorriso, eu me endireitei. — Agora você vem conosco para
o brunch? Temos muito que conversar!
— É claro! Meu primeiro neto. Eu não posso acreditar!
Todas nós nos sentamos ao redor da mesa no Somersets. o bistrô chique
que Rhea reservou para nós.
Megan e Rose se sentaram ao lado de Marie, que parecia exausta pelas
horas gastas em um recente caso de drogas no departamento de polícia.
Todas elas seguravam copos de haste longa cheios de mimosas,
enquanto o meu con<nha apenas suco de laranja.
— Por quanto tempo mais eles vão ter você trabalhando disfarçada? —
Rose perguntou a Marie, que estava bocejando em sua omelete.
— Eu realmente não posso falar sobre isso, mas espero que não demore
muito mais tempo, — respondeu Marie. Estávamos acostumadas com ela
não poder dar detalhes sobre seu trabalho.
— E você, Megan? — Perguntei. — Você está ansiosa para as férias de
primavera?
— Sim! Esses calouros estão me deixando louca. Eles não têm ideia de
como administrar seus horários sem que suas mães estejam respirando em
seus pescoços.
— Eu não! Sempre fui eu quem encorajou Kyla a arranjar tempo para se
diver<r, — minha mãe disse, com as bochechas um pouco coradas por causa
do champanhe.
Todas riram, e então Coleen olhou para mim com expecta<va. Eu devolvi
o olhar dela, então usei minha colher para <lintar suavemente na minha taça
de suco de laranja.
A conversa parou e todas as meninas olharam para mim.
Eu levantei meu copo para eles.
— Em primeiro lugar, obrigada por terem vindo para o brunch hoje.
Tenho muita sorte de ter tantas amigas maravilhosas, assim como minha
família, em minha vida.
Lágrimas começaram a brotar em meus olhos. Eu percebia que isso
acontecia com mais frequência com o passar das semanas. Desta vez, não
me incomodei em afastá-las.
— E eu só queria dizer a todas vocês o quão especial vocês são para mim.
E para lhe dar isso. — Peguei embaixo da mesa as pequenas caixas que havia
preparado antes.
Havia um para minha irmã Josie, assim como Coleen. Rose. Megan e
Marie. Eu já <nha dado a da minha mãe em casa.
— Vocês, por favor, sejam minhas damas de honra? — Perguntei.
— É claro! — Em uníssono, eles gritaram de alegria e se levantaram da
mesa.
Um momento depois, eu estava enterrada em uma pilha de braços e
gritos animados enquanto minhas amigas me envolviam em um forte abraço
cole<vo.
— Eu não posso me casar sem minhas melhores amigas, — eu disse,
minha voz abafada pela pressão dos braços.
Quando elas finalmente me libertaram do abraço, minhas amigas
engasgaram ao desembrulhar os pacotes para revelar braceletes de prata
esterlina, cada um com um coração gravado.
— Aww Kyla. isso é lindo! — Megan disse enquanto fixava a pulseira
em seu pulso.
— É maravilhoso. Obrigada. — Coleen disse, dedilhando o amuleto de
coração no dela.
Eu sorri de volta para elas. — Agora todos vocês têm que me ajudar a
planejar o casamento!
Outra explosão de conversa agitada se seguiu.
— Temos que ir às compras de ves<dos! Rápido, antes de começar a ficar
muito grande!
— E a sua despedida de solteira? Oh espere, você não pode beber.
— Onde vocês estão pensando em ir para a sua lua de mel? Você quer
arriscar um voo longo? — Meu coração começou a bater mais forte no meu
peito com cada pergunta. Havia muito em que pensar.
— Eu - eu mal <ve tempo para pensar sobre isso. Tenho estado muito
ocupada com o trabalho, e com a apresentação para o Baile do
Embaixador— II — Mas isso é em junho! Você tem que fazer o casamento
antes disso! — Josie disse.
Eu concordei. — Quero me casar antes de começar a me exibir demais,
mas isso significa que só temos mais dois meses. Mas não queremos nada
sofis<cado, apenas um pequeno casamento. Honestamente.
Coleen parecia que eu <nha acabado de anunciar que o Natal estava
cancelado.
— Você vai se casar com um dos solteiros mais cobiçados da cidade e
quer um casamento pequeno? — ela perguntou. — Onde está a diversão
nisso?
— Jensen não gosta de toda essa atenção da imprensa, e nem eu. Não
precisamos de um grande casamento.
Eu con<nuei, — Além disso, vai tornar tudo muito mais fácil. O
casamento não é o mais importante, é o que acontece a seguir. O casamento
é apenas um dia.
— Só um dia! — Rose chorou.
— E a festa de noivado? — Disse Marie. Lancei a ela um olhar agradecido
pela mudança de assunto.
— Ela também precisa de um chá de bebê! — Josie acrescentou.
— Ooo. poderíamos fazer um chá de bebê e uma festa de noivado juntos!
— Megan disse, batendo palmas.
— Temos que nos organizar! Ainda há muito a planejar antes de me
tomar avó! — Mamãe disse. 0 suco de laranja, que até agora <nha caído
bem. começou a se agitar no meu estômago.
Dois meses até me tornar esposa.
Menos de oito meses até me tornar mãe.
E entre esses dois eventos importantes da vida, eu deveria de alguma
forma planejar um baile de caridade de alto nível que determinaria meu
sucesso como a nova Diretora de Marke<ng do hotel.
Como eu deveria fazer tudo isso?
Coleen foi a primeira a notar que eu havia parado de par<cipar das
conversas sobre o casamento.
— Ei amiga, você está bem? — ela murmurou em meu ouvido.
Minhas bochechas estavam quentes e coradas, mas engoli e consegui dar
um sorriso fraco. — Sim. só um pequeno enjoo ma<nal.
Ela olhou para mim com desconfiança, mas acenou com a cabeça.
— Na verdade, se vocês me dão licença, eu preciso ir usar o banheiro. —
eu disse a todas, me levantando da mesa.
— Kyla. você precisa de alguma coisa?
— Não mãe. Estou bem. Vocês podem ficar aqui, não precisam me ouvir
vomitando, — eu disse apressadamente, em seguida, fui em direção ao
banheiro.
Pelo menos eu tenho uma desculpa pronta para fazer uma saída rápida.
Uma vez que a porta da cabine foi trancada atrás de mim. peguei meu
telefone da minha bolsa e o desbloqueei.
Minha respiração estava saindo em rajadas curtas. Me obriguei a respirar
lentamente pelo nariz.
Kyla: Estou pirando aqui.
Kyla: Eu nunca percebi que havia tanto que eu precisava fazer Jensen: A
única coisa importante no casamento Jensen: é que estamos lá juntos
Kyla: isso é uma coisa boba para se dizer Jensen: Mas é verdade.
Jensen: só eu e você.
Jensen: e o pequeno
Capítulo 4
O e-mail
Jensen
Minhas mãos se fecharam em punhos enquanto eu caminhava pela sala
de estar.
Kyla estava sentada no sofá, pálida e chocada.
Seu telefone estava aberto ao lado dela, o e-mail olhando para mim na
tela minúscula.
As palavras ficaram gravadas em meu cérebro:
De: eyesonyou@anonserver. com
Para: kyla.tristen@grandhotel.com
Assunto: Girl's Day Out
Mensagem: Você receberá exatamente o que você merece. PUTA.
PS Como foi o brunch?
Eu queria pegar o telefone e jogá-lo contra a parede, mas isso só
assustaria Kyla.
Controle suas emoções, Jensen. Não deixe que elas controlem
você. O mantra de meu pai repe<do em minha cabeça.
Respirando fundo, chamei Dante para a sala de onde ele estava
esperando do lado de fora.
— Você tem certeza de que não viu ninguém suspeito enquanto estava
pegando Kyla? — Eu perguntei a ele pela décima segunda vez.
— Não senhor. Mas estarei mais atento no futuro, — Dante disse com
uma expressão de determinação.
— Não que nós culpamos você, é claro. Só consigo pensar em um homem
que pode ser o responsável por isso. — Olhei para Kyla, que acenou com a
cabeça em resposta.
— Leach, — ela disse com um estremecimento.
Brian Leach, ex-chefe de Kyla, já havia provado que podia recorrer à
violência.
Depois de cair em desgraça e perder o emprego, fazia sen<do que ele
con<nuasse a culpar ela por seus problemas.
Mesmo que seu principal problema fosse ser um idiota misógino.
Dante saiu para seu próprio apartamento, fechando a porta atrás de si.
Sentei no sofá, envolvendo um braço em volta de Kyla e a puxando para
perto.
— Não se preocupe, vai ficar tudo bem.
— Eu não estou preocupada. Eu estou irritada! Eu aguentei suas
besteiras por meses. — Os olhos de Kyla brilharam de raiva.
— Quase perdi meu emprego por causa do Sanguessuga, — ela
con<nuou. — Como ele ousa tentar me ameaçar agora!
Mesmo envolvido em meu próprio medo e raiva, não pude deixar de
admirar sua coragem.
Kyla nunca desis<a de nada. Era uma das coisas que mais amava nela.
Ainda assim, eu <nha que fazer ela entender. A ameaça pode ser
perigosa.
Eu queria que a vida fosse o mais livre de estresse possível enquanto Kyla
es<vesse grávida e seu ex-chefe idiota não estava ajudando.
— Acho que devemos considerar a possibilidade de contratar um
segurança para você. Só até que possamos provar que é Leach e colocar um
fim nisso.
O queixo de Kyla caiu. — Um segurança? Sério, eu não posso ter algum
idiota de terno preto me seguindo o dia todo.
— E se ele usasse uma camisa havaiana e shorts em vez disso?
Ela esboçou um sorriso. — Melhor.
— Então isso é um sim?
— Você realmente acha que Leach tentaria me atacar?
— Ele empurrou você escada abaixo, Kyla. Se alguma coisa acontecer
com você ou com o bebê... eu... — Eu parei, sufocando a espessura
crescente em minha garganta.
Kyla colocou a mão no meu queixo, virando minha cabeça até que eu
olhasse nos olhos dela. — Ei, — ela disse suavemente. — Tudo bem. Eu sei
que você se preocupa. Eu também me preocupo. Só acho que colocar um
segurança na minha cola pode ser um pouco drás<co, só isso.
Me inclinei para frente, a beijando suavemente e depois com maior
intensidade.
Ela respondeu à minha paixão, suas mãos indo em volta do meu pescoço
para me puxar para mais perto.
Por um tempo, tudo evaporou e nos beijamos como dois adolescentes
idiotas no sofá.
Finalmente, eu me afastei. Kyla me seguiu enquanto eu descia o corredor
até nosso quarto.
Abrindo a gaveta da mesinha de cabeceira, peguei um pequeno objeto.
— O que você tem aí? — Ela perguntou com uma voz baixa e sexy que
me deixou louco.
Ela parou quando viu a pequena lata vermelha em minha mão.
— O que é isso?
— Spray de pimenta, — respondi, atravessando o quarto.
Segurando a lata, con<nuei: — Se você não quer um segurança, pelo
menos leve isto.
O nariz de Kyla franziu de desgosto.
— Por favor? Isso me faria sen<r melhor e nunca se sabe.
Eu sorri, estendendo a lata para ela. — Tenho certeza de que o
casamento é tudo uma questão de compromisso.
Revirando os olhos, ela pegou a lata.
— Tudo bem, — ela disse. — Vou levar o spray de pimenta. Mas agora
tenho outras coisas em mente.
Esse olhar sedutor ainda estava em seus olhos. Kyla colocou a lata em
cima da penteadeira.
Envolvendo meus braços em tomo dela, eu gen<lmente a levantei do
chão e a carreguei para a cama.
Kyla
— Rhea? Você tem os modelos para o menu de catering? — Eu perguntei
à minha secretária.
Minha equipe de marke<ng se movimentava pela sala de reuniões, se
preparando para a apresentação para a ins<tuição de caridade do Baile do
Embaixador.
Fazia duas semanas desde o e-mail anônimo perturbador.
Eu <nha conseguido esquecer isso quase completamente, e a pequena
lata de spray de pimenta estava atualmente na gaveta da minha mesa.
— Sim. E o Sr. Oliver já confirmou que vai conseguir entregar todos os
frutos do mar antes do amanhecer, para que os chefs tenham tempo de
preparar.
Rhea me entregou uma impressão em papel do menu, que con<nha seis
pratos de iguarias de dar água na boca.
O custo médio de um ingresso para o Baile do Embaixador era de quinze
mil dólares. Os convidados esperavam nada menos do que um tratamento
cinco estrelas.
— Ó<mo! Bruce, o que temos até agora para a campanha de mídia
social? — Eu disse olhando para ele.
O jovem se recostou na cadeira. — Bem. a festa só vai acontecer daqui
seis meses, certo.
Eu fiz uma careta para ele. — Então?
— Portanto, não podemos começar a veicular anúncios agora. As pessoas
vão ficar enjoadas deles quando a festa chegar.
Alguém deu uma risadinha no fundo.
Ao lado dele, Richard se levantou e disse. — Acho que o que Bruce está
tentando dizer é que, como o evento só será daqui a seis meses, gostaríamos
de reservar algum tempo para fazer pesquisas e estratégias para o<mizar a
campanha.
Ele parecia tão nervoso que meu coração suavizou um pouco.
É
— Compreendo. É importante ser minucioso. Você pode me apresentar
um plano em quarenta e oito horas?
Richard respirou aliviado ao ser liberado.
— Absolutamente.
— É isso aí, Sra. H, — Bruce acrescentou, seus dentes perfeitamente retos
brilhando para mim.
Engolindo minha irritação, me virei para Rhea. — E quanto ao
entretenimento?
Quando minha secretária começou a me contar sobre o coro infan<l que
estava programado para se apresentar, vi Bruce Parker lutando para
esconder seu sorriso presunçoso.
EGA. Eu não aguentava sua a<tude.
Mas agora não era hora de começar a irritar os acionistas.
Jensen
Já era o bastante.
Eu não trouxe Kyla aqui para ser insultada na frente de todos.
Se meus pais pensaram por um segundo que Kyla era algum <po de
caçadora de ouro, era hora de acertar suas mentes.
Kyla se sentou ao meu lado e agarrei sua mão com força.
— Mãe, você não tem ideia do que está falando.
Você está fazendo suposições e está sendo cruel. — Seus olhos estavam
chocados, mas eu con<nuei. — Eu amo Kyla. Ela mudou minha vida, e tudo
isso para melhor.
Kyla encontrou meus olhos e depois encarou minha mãe. — Eu também
o amo. Sra. Hawksley. Verdadeiramente. Nunca planejamos nada disso, mas
agora não consigo imaginar minha vida sem ele.
Com suas palavras, meu coração deu um salto de alegria.
A testa de minha mãe franziu.
Ela se virou para Julian. que estava estranhamente silencioso o tempo
todo.
— Foi você quem nos ligou. O que você acha de tudo isso?
Julian fez uma pausa para tomar um longo e lento gole de vinho.
Minha mente disparou. O que ele diria?
Julian provou que gostava de Kyla, a defendeu para Leach e para todos
os outros.
Mas nossos pais eram outra questão.
Ele nos defenderia? Ou era apenas mais uma oportunidade para ele
agitar as coisas?
Capítulo 6
Um coração batendo
Kyla
A atenção de todos estava fixada em Julian enquanto ele girava o vinho
na taça.
Lutei contra a vontade de revirar os olhos. Ele nunca resis<u a uma
audiência.
Ainda assim, eu podia confiar que Julian lutaria do meu lado.
Certo?
Julian fez uma pausa como se es<vesse considerando suas palavras. —
Quando ouvi pela primeira vez sobre o relacionamento de Jensen com Kyla,
admito que <nha minhas ressalvas.
Isso é verdade.
Me lembro de meu primeiro encontro com Julian, quando ele me testou
flertando e me oferecendo um emprego como sua assistente pessoal.
— Mas, à medida que a Conheci, descobri que Kyla era inabalavelmente
leal a Jensen. E que eles significam algo um para o outro.
Emma Hawksley ficou boquiaberta com o filho. A mão de Jensen apertou
a minha.
Julian piscou para mim e con<nuou: - Eu falei sério quando dei as boas-
vindas a Kyla à família. Essa é uma das razões pelas quais revelei o segredo.
— A propósito, desculpe por isso, — ele disse a Jensen e a mim.
Desta vez eu rolei meus olhos. Ainda assim, Fiquei emocionado ao ouvir
ele me defendendo, mesmo que ele <vesse ultrapassado um pouco os
limites.
— Eu mal podia esperar que vocês dois conhecessem Kyla. — Julian
con<nuou. — Ela faz Jensen ridiculamente feliz, como vocês podem ver.
Além disso, ela é muito inteligente, então ela é boa para os negócios.
Isso quebrou a tensão. James deu uma pequena risada.
Emma também estava relaxada, embora seus lábios ainda sejam finos.
— Acho que também estamos esquecendo o fato de que vocês vão se
tornar avós! — Jensen disse.
Isso a derreteu ainda mais. A postura de Emma relaxou e. pela primeira
vez, ela olhou para mim sem suspeitar.
— De quanto tempo você está. Kyla? — ela perguntou em um tom mais
suave.
Eu sorri para ela. feliz por finalmente ter a chance de falar por mim. —
Onze semanas, — eu disse. — Temos nossa primeira consulta de ultrassom
na quinta-feira.
James estendeu a mão e deu um tapinha nas costas de Jensen. — Estou
feliz por você, filho. É muito importante se tornar pai.
Jensen olhou para mim. sua mão ainda apertada na minha. — E um
marido.
— Quando é o casamento? — Emma perguntou.
— Pouco mais de dois meses. Mal <ve tempo de fazer qualquer
planejamento, estou tão ocupada com a apresentação para o Baile do
Embaixador, — respondi.
— O Baile do Embaixador! Eu ouvi sobre esse projeto, não sabia que você
era a responsável por ele, — James disse com surpresa.
— Ideia brilhante, uma maneira de fazer a Hawksley Enterprises
realmente se destacar, — acrescentou.
A conversa se voltou para a próxima apresentação, bem como para os
novos escritórios execu<vos da Hawksley que Julian estava pensando em
abrir aqui no meio-oeste.
Eu lancei a Jensen um olhar de alívio, e ele retribuiu.
Eu <nha ultrapassado o primeiro obstáculo, mas isso não significava que
Emma <nha me aceitado como esposa de Jensen ainda.
Bebendo minha água gelada, me perguntei a melhor forma de
descongelar minha sogra frígida.
Kyla: Eu sei aquele onde meu noivo desaparece se ele não leva a bunda dele
para a clínica!
Capítulo 7
Padaria
Kyla: Vocês se lembram daquela padaria?
Megan: Yessss!
É
Kyla: É o dia de folga dela, então ela não está no trabalho.
Kyla: Ei!!
Kyla: Nossa. Não sabia que vocês estavam falando sério sobre — fim de
semana prolongado.
Capítulo 8
Patrick Denton
Kyla
Uma parte sorrateira e desonesta de mim considerou men<r para Jensen
sobre o segundo e-mail ameaçador.
Eu sabia que isso só o deixaria mais preocupado do que já estava, mas
também sabia que manter informações sobre perseguidores em potencial
do meu noivo era uma ideia muito estúpida.
— Você pode, por favor, me deixar contratar um segurança par<cular? —
ele disse quando terminou de ler.
Eu hesitei. Por um lado, parecia que as ameaças de Leach estavam se
tornando mais sinistras.
Mas permi<r que Jensen colocasse um guarda-costas sobre mim enviaria
a mensagem de que eu estava com medo dele.
E eu me recusei a ceder a esse medo.
Devia haver outra opção.
— Antes de contratarmos os capangas, você pode pelo menos me deixar
perguntar a Marie se alguém na estação pode dar uma olhada nisso? —
Perguntei.
— Você ainda não disse a ela? — Jensen parecia surpreso.
— Eu não achei que fosse um grande negócio. As pessoas enviam
ameaças de merda pela Internet o tempo todo.
— Mas ele claramente sabia onde você estava! — ele insis<u.
Isso me parou. E enviou um arrepio pela minha espinha.
Jensen viu minha hesitação. — Ele está te seguindo. Isso torna as coisas
um pouco mais sérias do que apenas alguns idiotas da internet.
— Você tem razão. E eu ligarei para Marie sobre isso amanhã, ok?
— Você ainda está carregando o spray de pimenta que eu dei a você?
— ele perguntou.
— Ummm... — Eu parei, pensando na lata vermelha, atualmente
juntando poeira na gaveta da minha mesa de escritório.
Agora Jensen parecia realmente irritado. — Jesus, Kyla. você acha que
isso é uma piada?
— Claro que não! Mas também não acho que seja uma questão de
segurança nacional, — retruquei. Ele revirou os olhos. — Você me disse que
se eu desis<sse da ideia do guarda-costas, você carregaria o spray de
pimenta. Parece que sou o único a cumprir a minha parte no negócio.
Ele estava certo. Eu balancei a cabeça em concordância. — Eu prometo
que vou carregar. Você tem razão. Eu sinto muito.
Jensen parecia ligeiramente amolecido. — E você vai mandar uma
mensagem para Marie? Agora mesmo?
— É sexta-feira à noite, eu— — um olhar severo em seus olhos, eu parei.
— Vou mandar uma mensagem para ela agora.
— Obrigado, — ele disse, se levantando do computador. — Só estou
tentando ter certeza de que você está bem. Você sabe disso, certo?
Eu fui e o abracei com força. — Eu sei. Só... não dê uma de 'pai
superprotetor' antes de o bebê nascer, certo?
Ele riu e me beijou. — Verei o que posso fazer.
Kyla: Ei! Eu preciso de um favor policial.
Marie: Queria que ele rastejasse de volta para a caverna de onde veio Kyla:
Concordo.
Principalmente chateada
Marie: É raro que ameaças por e-mail aumentem, mas isso acontece Kyla:
Ok, agora estou começando a surtar Marie: Vamos pegar esse idiota, Kyla.
Marie: Talvez se você sair do trabalho para almoçar, peça ao Coleen para ir
com você Exceto que Coleen não estava trabalhando na manhã de segunda-
feira.
Pedi desculpas para ir até o saguão três vezes antes das dez da manhã,
mas o balcão do concierge era atendido apenas pelo funcionário júnior.
Uma hora depois, eu estava desesperada, certo de que Patrick Denton
havia massacrado minha amiga em pedacinhos em sua cabana na floresta.
Eu até tentei ligar para o celular dela, mas foi direto para o correio de voz.
Isso não era necessariamente um mo<vo de alarme.
Coleen <nha o hábito de esquecer o telefone no — silêncio — - mas meu
estômago ainda estava se contorcendo em nós.
Finalmente, quando não <ve nowcias dela ao meio-dia. disse a Rhea que
estava saindo para almoçar e fui para o apartamento dela.
Eu brevemente considerei ligar para Dante e lhe pedir para vir me buscar,
mas a ideia de esperar que ele trouxesse o carro da cobertura só me deixou
mais ansiosa.
Eu deveria esperar. E se Leach es<ver lá fora?
Mas o Grand Hotel ficava a apenas um quarteirão da estação de trem e
o apartamento de Coleen ficava a apenas algumas paradas. Eu fui em
direção à estação.
O apartamento de Coleen ficava em um arranha-céu muito alto, e a
viagem de elevador até o andar dela pareceu levar cerca de quinze minutos.
Andei de um lado para o outro na pequena caixa de metal até que ela
finalmente abriu com um ping alegre e eu irrompi no corredor vazio.
Dentro de instantes, eu estava em sua porta, batendo alto com meu
punho em vez de tocar a campainha.
— Coleen! Abra esta porta se es<ver aí. ou juro por Deus que vou
derrubá-la! — Eu disse.
— E eu estou grávida e minhas costas doem, então, por favor, não me
obrigue! — Eu gritei pelo olho mágico.
Ela abriu um momento depois, revelando uma Coleen de aparência
sonolenta ves<ndo apenas uma camisola e shorts masculinos.
Passei por ela e entrei no apartamento silencioso, procurando sinais de
problemas em todos os lugares.
— O que diabos você está fazendo, Kyla? — ela disse, esfregando o punho
com a junta.
— Por que você não estava no trabalho! — Eu chorei. — São 12h30 de
uma segunda-feira. Achei que algo <vesse acontecido com você.
Coleen me lançou um olhar ques<onador. — Você conversou com as
pessoas do balcão de concierge?
Isso me acalmou. — Não.
— Então, você não perguntou a eles se talvez eu <rei um dia de folga
porque o carro de Patrick quebrou no caminho para casa e só voltamos às
cinco da manhã?
Comecei a corar. — Não. mas você esteve fora durante todo o fim de
semana e—
Eu cortei quando um homem ridiculamente bonito com um bronzeado
da Califórnia veio por trás de Coleen e passou o braço em volta da cintura
dela.
Ela olhou para ele, seu sorriso cheio de felicidade. — Kyla, este é meu
namorado, Patrick Denton. Patrick, esta é minha melhor amiga, Kyla.
Eu só pude piscar para eles em espanto.
Como Coleen, Patrick claramente <nha acabado de acordar e estava nu
da cintura para cima, dando uma visão completa do <po de músculos que
exigiam horas de tempo na academia.
Ao lado dele, minha amiga parecia uma boneca de porcelana.
Mas ela parecia completamente obcecada por ele. Decidi dar uma
chance a Patrick.
— Oi, Patrick, é um prazer finalmente te conhecer, — eu disse,
estendendo minha mão.
Ele sorriu para mim com dentes brancos perfeitamente retos. — Prazer
em te conhecer também, Kyla.
Se virando para Coleen, ele a beijou no nariz e disse: — Que tal eu ir fazer
um café para nós?
Ele certamente não parecia um assassino de machado.
Ela deu uma risadinha e Patrick saiu pelo corredor. Coleen esperou até
que ele sumisse de vista e então se virou para mim com um olhar
desconfiado.
— Você está realmente determinada a pensar o pior dele, não é? — ela
disse baixinho, cruzando os braços.
— Não! — Eu chorei. — Eu só estava preocupada com você! Você
realmente não o conhece muito bem e estava naquela cabana na floresta -
talvez eu apenas tenha visto muitos filmes de terror ruins.
Coleen revirou os olhos, relaxando sua postura e me puxando para um
abraço.
— Provavelmente são apenas os hormônios da gravidez! — ela disse.
Comecei a me perguntar se ela estava certa, e tudo isso era apenas mais
uma mudança de humor aleatória.
— Uh... sim... eu acho. E apenas - depois de Landon no ano passado -
Coleen me calou. — Isso não é nada como Landon. Ele foi um idiota total.
— Quem é Landon? — Patrick perguntou, sua cabeça aparecendo na
sala.
Ele estava ouvindo nossa conversa esse tempo todo?
Os olhos de Coleen se voltaram para o namorado. — Ninguém, bebê.
Apenas um cara do passado.
Patrick sorriu e acenou com a cabeça, mas eu pensei ter visto sua
mandíbula forte e quadrada cerrar de raiva.
Um momento depois ela havia sumido e Patrick estava me convidando
para um café da manhã tardio com ovos e bacon de peru.
Meu estômago roncou.
Parecia que o bebê estava com fome.
Concordei em ficar para o brunch. pensando ao mesmo tempo que seria
uma boa oportunidade para aprender mais sobre o homem que havia
deixado minha amiga no chão.
Duas horas e três porções de bacon depois, eu não estava mais perto de
entender o que Coleen viu em Patrick Denton.
Na verdade, parecia perfeitamente óbvio.
Ele era um atraente banqueiro de inves<mentos com o corpo de um
modelo de roupa ín<ma que sabia cozinhar ovos mexidos fofinhos e
perfeitos. No papel, Patrick Denton parecia um vencedor, e pude ver
facilmente porque Coleen se apaixonou tanto por ele.
Mas isso ainda não impediu o fato de que ele imediatamente me deu
arrepios.
Não era algo que eu pudesse iden<ficar.
Acho que era a maneira que Patrick <nha de assis<r Coleen, rastreando
cada movimento seu - como uma pantera prestes a atacar.
Ou a maneira como ele assumiu o comando da conversa, me enchendo
de perguntas sobre minha vida e meu trabalho no Grand Hotel, enquanto
quase não oferecia informações sobre si mesmo.
Coleen parece feliz.
Suspirei ao sair de seu apartamento e comecei a andar pela rua em
direção à estação de trem.
Não importa o que eu pensasse, no final do dia, eu sabia que não poderia
dizer à minha melhor amiga o que fazer.
Afinal, não <nha funcionado com Landon.
Além disso, havia a possibilidade muito real de que minha imaginação
estava correndo solta e que Patrick Denton era um cara perfeitamente legal.
Perdido em meus pensamentos, eu mal notei o beco deserto que estava
atravessando.
Então, eu não estava preparada quando um braço ves<do de preto saiu
das sombras, agarrou minha bolsa e me puxou para a escuridão.
Capítulo 9
Ataque no beco
Kyla
A figura escura largou minha bolsa e agarrou meu ombro, me
empurrando para trás até que eu ba< na parede de concreto lisa do prédio.
Eu enchi meus pulmões, me preparando para gritar, mas um segundo
depois uma mão veio voando, a<ngindo minha bochecha com um tapa
desajeitado, mas poderoso.
Minha cabeça disparou para o lado - uma dor cegante queimou minha
bochecha e meu olho direito.
— Não diga uma palavra, sua vadia, — uma voz masculina arrastada e
ligeiramente anasalada rosnou para mim por trás de seu moletom com
capuz.
Meu corpo ficou absolutamente congelado de choque.
Eu conheço essa voz.
— Sr. Leach? — Eu engasguei, levando a mão à minha bochecha inchada.
Ele saiu com uma leve mancha de sangue.
Eu engoli uma onda de náusea com a visão.
Foco, Kyla!
Meu coração ba<a enlouquecidamente. mas me forcei a virar a cabeça e
encarar meu agressor.
— Eu falei para calar a boca! — ele gritou.
Estremeci de medo quando ele ergueu a mão como se fosse me dar um
tapa novamente.
Ele jogou para trás o capuz preto do moletom, revelando o rosto do meu
ex-chefe. Brian Leach.
Mesmo apavorado, pude ver que ele parecia horrível.
O rosto magro de Leach estava fundo e havia hematomas roxos escuros
sob seus olhos por falta de sono.
Seus olhos estavam desfocados e evasivos. Eles con<nuavam passando
rapidamente de mim para a entrada do beco que ficava a cerca de seis
metros de distância.
Talvez alguém passe por nós e nos veja.
Mas isso não é garan<a de que eles vão parar. Este é o centro da cidade,
as pessoas não percebem nada que não queiram notar.
Não podia contar com a ajuda de fora.
— O que você quer? — Eu disse a Leach. minha voz pouco mais que um
sussurro.
Leach deu uma risada tossida. — 0 que eu quero!?
Ele trouxe seu rosto a uma polegada do meu.
Quase engasguei com o cheiro de bebida em seu hálito.
— Você arruinou minha vida, sua puta, — ele sibilou para mim com os
dentes cerrados.
— Fui demi<do na frente de duzentas pessoas porque você não
conseguia manter suas pernas imundas fechadas, — Leach con<nuou.
A injus<ça de suas palavras cortou meu medo, e eu me endireitei um
pouco.
— Você me empurrou escada abaixo! Ou talvez você tenha esquecido
dessa parte, — eu disse.
Lamentei meu sarcasmo instantaneamente. Leach bateu com o punho
na parede de cimento a cinco cenwmetros da minha cabeça.
Ele re<rou a mão. A pele dos nós dos dedos estava quebrada e
sangrando.
Leach não pareceu notar a dor. e eu me perguntei o quão bêbado ele
realmente estava.
Se ele es<ver bêbado, demorará a reagir.
Eu só preciso distrai-lo.
— Eu sinto muito! — Eu chorei, permi<ndo que as lágrimas que eu
estava lutando contra mim enchessem meus olhos. — Você tem razão.
Eu fui terrível com você.
De todas as coisas que ele esperava que eu dissesse, não era isso.
— Huh? — Leach recuou um passo, me olhando com desconfiança.
Respirei fundo, instável, o ar poluído e tentei manter minha expressão
sincera.
— Eu fui injusta com você. Eu deveria ter sido sincera desde o início sobre
meu relacionamento com Jensen. Deve ter sido um grande choque para
você.
Meu tom de voz era o mesmo que minha mãe costumava usar quando
minha irmã e eu estávamos tendo um ataque de raiva e ela tentava nos
acalmar.
Enquanto falava, eu lentamente coloquei uma das mãos em minha bolsa
e envolvi meus dedos em tomo da lata de plás<co liso de spray de pimenta.
Felizmente. Leach não percebeu meu movimento. Ele agora estava
andando pelo beco estreito, ges<culando frene<camente para mim com as
mãos.
— Você sabia que havia uma cláusula de não concorrência no meu
contrato? Não consigo outro emprego em marke<ng por cinco anos! — ele
disse, sua voz ficando alta e chorona.
— Isso deve ser horrível, — eu disse, lutando contra a vontade de rolar
meus olhos.
Como isso é minha culpa?
Por baixo do meu medo, sen< uma raiva ardente fervendo em minhas
entranhas.
Procurando a pequena trava para destravar o ga<lho, abri com o polegar
e prendi a respiração.
Mas os olhos de doninha de Leach dispararam de volta para mim, e eu
mais uma vez recuei contra a parede quando ele veio para mim, os punhos
levantados.
— Você não poderia simplesmente deixar tudo em paz, não é? Você <nha
que ir e foder seu chefe, sua vagabunda de merda!
Ele recuou o punho cerrado para me bater.
Não <ve tempo de reagir, então disse a primeira coisa que me veio à
mente.
— Espere! Você não pode! Estou grávida! — Eu gritei, jogando minhas
mãos na frente do meu estômago, em vez de meu rosto.
Sen< uma gota de cuspe pousar em meu rosto quando Leach ergueu o
punho antes de me a<ngir.
— O que? — ele disse estupidamente.
Uma explosão repen<na de adrenalina percorreu minhas veias.
Mais rápido do que ele poderia piscar, <rei a lata de spray de pimenta da
minha bolsa, apontei para Leach e puxei o ga<lho.
Eu joguei meu outro braço sobre meu nariz e boca quando uma névoa
ardente saiu da lata e o a<ngiu bem nos olhos.
Ele cambaleou para trás, uivando de dor e segurando o rosto - que <nha
ficado vermelho de fogo.
A fúria se contorceu através de mim.
Ele havia me ameaçado.
Ele ameaçou meu bebê.
Eu queria ficar lá e dizer a ele que ele não passava de uma imagem
lamentável de um homem - de um ser humano.
Que ele merecia tudo o que estava vindo para ele.
Mas o spray de pimenta estava enchendo o ar e eu podia sen<r meus
próprios olhos começando a coçar.
Então, em vez de jorrar minhas palavras raivosas no Sanguessuga -
—Eu me conformei em dar um soco no rosto dele com força suficiente
para sen<r um estalo sob meus dedos.
Então eu corri para o final do beco, deixando ele sangrando na calçada.
Jensen
— Onde ela está? — Eu exigi enquanto abria caminho através da
mul<dão de curiosos para chegar até Kyla.
Eu vou matar esse cara. Eu vou matar ele por ter machucado ela.
O telefonema da polícia havia ocorrido há menos de dez minutos.
Kyla foi atacada.
Leach foi o responsável.
Meu coração trovejou tão forte que pensei que fosse explodir no meu
peito.
Quase parou completamente quando vi Kyla sentada no meio-fio com
um cobertor enrolado nos ombros.
Ela estava falando com sua amiga Marie. que estava usando seu dis<n<vo
de dete<ve e tomando notas.
Os olhos de Kyla estavam vermelhos e inchados, e um corte na bochecha
deixou um rastro fino de sangue pelo rosto.
Por um momento, tudo o que vi foi vermelho enquanto a raiva envolveu
minha mente e apertou como uma jiboia.
Meu rosto se contorceu em uma máscara de violência, mas me con<ve
porque estava quase perdendo o controle.
Respire, Jensen. Ela não precisa ver você assim.
Tentando contorcer meu rosto de volta à forma normal, respirei fundo,
instável, e forcei meus punhos a se abrirem.
Controle suas emoções. Não permita que elas controlem você.
Mas então eu vi Leach.
Apesar da raiva ainda me dominando, não pude deixar de sen<r uma
onda de orgulho.
Kyla realmente o acertou.
O rosto de Leach <nha um tom brilhante de vermelho. Seus olhos
estavam inchados e fechados pelo spray de pimenta e seu nariz sangrava
muito.
Um policial com cabelo loiro escuro o conduzia algemado para a parte de
trás de uma viatura que o esperava.
Eu avancei, meus olhos fixos no bastardo que atacou minha noiva.
Pelo canto do olho, vi Kyla erguer os olhos do meio-fio. Seus olhos se
arregalaram de surpresa quando ela me viu avançando em direção a
Leach.
Seu olhar me parou em meu caminho.
Ela não precisa ver você assim, disse a mim mesmo novamente.
O oficial que segurava Leach fez uma pausa, vendo claramente que eu
pretendia atacar.
Eu levantei minhas mãos em um gesto não ameaçador. — Eu só quero
dizer uma coisa a ele.
O oficial loiro esperou, mas Marie lhe lançou um olhar e ele assen<u.
Leach olhou para mim com os olhos semicerrados.
Me forçando a adotar um ar de humor imparcial, cruzei os braços sobre
o peito.
— Eu estava planejando vir aqui para quebrar seu nariz. Leach. Mas vejo
que minha noiva já me venceu.
Os espectadores trocaram olhares diver<dos.
Alguns <raram fotos e mais uma vez fiquei grato por não ter perdido o
controle de mim mesmo e feito algo lamentável.
Dando a Leach um olhar de desdém superior, encolhi os ombros e me
afastei dele. Minha dispensa dele doeria mais do que outro soco no nariz.
Deixe ele saber o quão inú<l ele realmente é.
O oficial avançou, puxando Leach pelas algemas e o empurrando para
dentro do carro da polícia.
Leach baixou a cabeça quando a porta se fechou. Voltei minha atenção
para Kyla, me arrependendo agora de não ter feito isso desde o início.
A raiva evaporou como se nunca <vesse exis<do, e eu a peguei em um
abraço apertado.
— Você está bem? — Eu perguntei com urgência, alisando seu cabelo
para trás para inspecionar o corte ao longo de sua bochecha.
— Estou bem, — ela disse antes de começar a chorar.
Eu a segurei enquanto ela soluçava contra meu peito.
— Ele apenas - me agarrou. Eu não sabia o que fazer. Eu apenas tentei
manter ele falando até que eu pudesse— — o resto de sua frase foi
incompreensível quando ela começou a chorar mais forte.
— Shhhh. — eu murmurei. — Você foi ó<ma, hun. Você lutou contra ele.
Marie veio e pousou a mão gen<lmente no ombro de Kyla.
— Ele está certo, — ela disse. — Você não confrontou seu agressor; uma
vez que você o reconheceu, você tentou manter ele calmo. Você reagiu
defensivamente e então correu em busca de ajuda. II Suas palavras foram
curtas e clínicas. O tom de um dete<ve que <nha visto essas situações dar
errado com muita frequência.
Eles pareciam cortar o estado exausto de Kyla. Sen< seu peito subir e
descer enquanto ela respirava fundo, e depois outra vez.
— Obrigada. Marie, — ela finalmente disse, aliviando seu aperto nas
minhas costas. — E obrigado por chegar aqui tão rápido.
— Bem. eu esperava uma hora melhor para te contar, mas o caso que eu
estava trabalhando está encerrado! Pegamos o idiota no fim de semana.
Estou dando um merecido descanso da infiltração. II — Isso é ó<mo. Marie.
Bom para você! — Disse Kyla. se iluminando e enxugando as bochechas
manchadas de lágrimas.
Quando ela fez isso, notei que a pele dos nós dos dedos estava rachada
e sangrando.
A visão rasgou meu coração em pedaços.
— Ei, Kyla, — eu disse suavemente, — por que não cuidamos disso?
Kyla piscou para as mãos, como se acabasse de perceber que estavam
feridas.
— Vou levar ela ao hospital, — disse a Marie, que assen<u.
- Venha, vou levar você ao médico - falei para Kyla, colocando minha mão
na parte inferior de suas costas c mandando uma mensagem de texto para
Dante com a outra.
— Espere! Ela ainda não está autorizada a par<r!
Eu me virei para ver o oficial loiro vindo em nossa direção com um olhar
severo.
Kyla fez uma pausa, mas eu pude sen<r o cansaço emanando dela em
ondas.
A raiva explodiu mais uma vez e dei um passo em direção ao oficial.
— Será que temos um problema, policial? — Eu perguntei em uma voz
baixa e ameaçadora.
Capítulo 10
Uma pomada de cura
Kyla
Jensen respondeu o oficial com os ombros curvados de raiva.
— Vou levá-la para um hospital. Agora!
Eu <nha que fazer algo para parar isso antes que as coisas saíssem do
controle.
Avancei, colocando a mão gen<lmente em seu braço e falando com o
policial. — O que você ainda precisa de mim? — Eu perguntei em uma voz
mais calma.
Jensen parou abruptamente, suas narinas dilatadas enquanto olhava
para o oficial.
Felizmente, Marie podia ouvir tudo o que estava acontecendo. — Policial
Feldman, acho que posso assumir a par<r daqui.
— Precisamos anotar o depoimento dela, — ele disse com relutância.
Marie lhe lançou um olhar penetrante. — Eu a estou ques<onando há
trinta minutos. E ela virá para a delegacia amanhã para dar seu depoimento.
— Claro que vou, — eu disse concordando.
O policial ainda parecia com dúvidas, mas acenou com a cabeça para
Marie e voltou para a viatura, onde Leach estava sentado no banco de trás.
Eu teria pena dele - em circunstâncias diferentes. Mas ele tentou me
machucar - pode ter machucado meu bebê. Eu não podia perdoar isso.
O peso de tudo o que aconteceu de repente me a<ngiu como um ônibus
do centro da cidade.
Mesmo sendo apenas o final da tarde, meus ombros cederam de
exaustão.
O SUV preto parou no meio-fio e Dante saiu do carro em uma corrida. —
Kyla, você está bem!? — Eu balancei a cabeça para ele. de repente muito
cansada até para falar.
— Vamos levá-la ao hospital, — Jensen disse.
Ser cutucada por um bando de médicos era a úl<ma coisa que eu queria.
— Estou bem. Podemos ir para casa? — Eu implorei.
— Precisamos ter certeza de que o bebê está bem.
— Mas poderíamos simplesmente ligar para a Dra. Padma. Sério, me
sinto perfeitamente bem. Eu realmente quero dormir um pouco.
Jensen franziu a testa e trocou um olhar com Dante.
— A mão dela não parece quebrada, — Dante disse, examinando
cuidadosamente. — Posso fazer um cura<vo nos pequenos cortes se você
preferir, Kyla.
Eu balancei a cabeça ansiosamente, esperando que Jensen concordasse.
Com um suspiro pesado, ele acenou com a cabeça. — Mas estamos
ligando para a Dra. Padma do carro.
Capítulo 11
Chuveiros e surpresas
Kyla
Depois de uma semana, o corte na minha bochecha desapareceu
completamente, e meus dedos ralados curaram em crostas quase
impercepwveis.
O que era uma coisa boa. já que hoje era meu chá de bebê e festa de
noivado.
Eu não queria parecer um lutador de rua.
Mesmo que a lembrança de borrifar pimenta no rosto do Sanguessuga
me enchesse de um leve orgulho.
Eu estava agora com quatro meses de gravidez e o casamento seria em
apenas três semanas.
Não que fosse um casamento muito grande.
Jensen e eu concordamos alegremente em uma pequena cerimônia civil
no cartório.
Ele usaria um terno, e eu usaria meu terninho branco favorito com um
cinto dourado e salto nude.
Felizmente, o bebê ainda era muito pequeno, então não seria muito
óbvio que eu estava grávida. Tínhamos conseguido manter aquele pe<sco
suculento fora da imprensa, e eu queria manter ele assim o maior tempo
possível antes de compar<lhar com o mundo inteiro.
Acho que uma parte de Jensen gostava de desconsiderar as expecta<vas
de sua família e dos blogs de fofoca.
Desde que descobriram nosso noivado, correram as especulações sobre
quanto gastaríamos no casamento, quais figuras importantes seriam
convidadas, quem desenharia meu ves<do...
Foi exaus<vo. Mas não tão cansa<vo quanto seria par<cipar de um evento
como esse.
Ainda assim, eu sabia que não poderia escapar dos paparazzi hoje.
Convidei Emma Hawksley para meu chá de bebê e o noivado em
conjunto e. de acordo com Jensen, ela quase sempre era seguida por um
bando de fotógrafos famintos.
Oh bem, se eles estão olhando para ela, talvez eles não me notem
tanto.
Jensen
Eu deveria saber que minha mãe iria conseguir o que queria no final.
Ela geralmente o fazia.
Quando Kyla me contou sobre a — oferta — surpresa de fazer nosso
casamento no Grand Hotel, quase fiquei com vergonha de não ter previsto.
Era dipcil culpar a mamãe por isso.
Ela passou tanto de sua vida sob os holofotes que legi<mamente não
ocorreu a ela que outras pessoas não gostavam de ter todos os seus
movimentos documentados nas colunas de fofoca.
Agora estava uma semana mais perto do casamento chama<vo e
importante que nenhum de nós realmente queria, e eu podia ver a tensão
que estava começando a afetar Kyla.
Minha equipe estava reunida na sala da diretoria, ouvindo Rufus Fletcher
- nosso chefe em Londres e um velho amigo da família Hawksley - falar sobre
nossas ações no mercado de ações.
Mas toda a minha atenção estava voltada para minha noiva, que parecia
decididamente cansada e pálida enquanto tomava notas.
Kyla me contou sobre a situação com Coleen. e eu gostaria que houvesse
algo que eu pudesse fazer para ajudar ela a se comunicar com sua amiga.
Eu não a conhecia muito bem. mas gostava muito de Coleen. Eu odiava
pensar nela sendo maltratada por algum idiota.
Ainda assim, minha principal prioridade era Kyla. Ela ficou apá<ca por
dias após o chá de bebê e a festa de noivado.
Eu sabia que ela <nha se encontrado com Nikki, a planejadora do
casamento, em algum momento, mas não <nha ideia do que esperar quando
chegarmos ao Grand Hotel para o evento, agora a apenas duas semanas de
distância.
— Como você pode ver. é vital encontrarmos uma maneira para a
Hawksley Enterprises aumentar nossa receita à medida que entramos na
temporada de verão, — disse Rufus, clicando em outro slide.
Rufus estava na nossa empresa há tanto tempo que era pra<camente da
família.
Com sessenta e poucos anos, cabelos grisalhos e crespos e sotaque
britânico, ele era o representante execu<vo de Julian em Londres.
Ele tem passado cada vez mais tempo em Chicago ul<mamente.
0 que significava que ele estava preocupado.
— Nathan Holmes quer sangue. Ele parece ter como alvo a Hawksley
Enterprises especificamente, como se fosse pessoal, — Julian se intrometeu.
Eu não <nha ideia de pôr que meu irmão estava nesta reunião.
Ele geralmente comparecia a um briefing diário sobre todos esses
assuntos menores, deixando a gestão do dia-a-dia do Grand Hotel para mim.
— Por que ele está se concentrando em Chicago? Temos hotéis em trinta
cidades de cinco países. Por que o Grand Hotel? — Kyla perguntou de seu
lugar à mesa.
Fiquei pasmo de que, com quase cinco meses, se você ainda não
soubesse que ela estava grávida, seria dipcil notar.
Na verdade, eu perguntei à Dra. Padma sobre isso na úl<ma vez em que
es<vemos lá.
Achei que Kyla já estaria maior agora, mas a médica insis<u que os
primeiros bebês costumavam ser pequenos e que o — feijãozinho - como
Kyla o chamava - era perfeitamente saudável.
Desde seu encontro com Leach, cada pequena coisa me deixava
paranoico.
Era dipcil lembrar de não se agarrar com muita força. Eu sabia que Kyla
não suportaria ter suas ações controladas e tentei respeitar isso.
Mas isso não me impedia de me preocupar com ela.
Percebi que estava perdido em meus próprios pensamentos há tanto
tempo que não <nha ouvido a resposta de Rufus à pergunta dela.
Me sentando mais reto, tentei focar minha atenção.
Mas isso durou pouco, apenas um momento depois um forte estrondo
da porta da sala de reuniões sendo aberta chamou minha atenção.
Todos se viraram para olhar e, em uníssono, suas mandíbulas - e a minha
- caíram no chão.
Uma mulher com longos cabelos escuros sedosos estava parada na
porta.
Ela estava ves<ndo um uniforme de policial - se um policial pudesse se
safar usando leggings de rede e salto agulha de 12 cenwmetros.
— Que diabos é isso? — Rufus perguntou, parecendo totalmente
perplexo.
A mulher avançou, seus seios saltando sob a camisa justa que ela usava.
Ela apertou um botão em seu telefone, e uma música de dança sensual
começou a tocar nos alto-falantes.
— Jensen Hawksley? — a mulher disse com uma voz sensual.
Dez cabeças giraram para olhar para mim.
As sobrancelhas de Kyla se ergueram de surpresa. Eu chamei sua
atenção.
O que está acontecendo? Eu murmurei para ela silenciosamente.
Ela apenas deu de ombros e me deu um sorriso diabólico.
A — oficial — me viu e puxou um par de algemas da bolsa em seu ombro.
— Você está preso, — ela disse, balançando as algemas em um dedo.
Lancei um olhar assassino para Julian, que parecia fora de si de alegria.
Alisando o paletó de seu temo Hugo Boss, ele se levantou e se dirigiu à
sala.
— Senhores e senhora, lamento interromper, mas parece que meu irmão
mais novo foi de<do.
Todos reviraram os olhos com bom humor, exceto Rufus. que parecia
decididamente surpreso.
O sorriso risonho de Julian se estendeu de orelha a orelha.
Eu sufoquei um gemido quando percebi o que ele estava fazendo.
Meu rosto ficou vermelho de humilhação.
Meu irmão me proporcionou o pior momento imaginável.
— Qualquer pessoa que se sinta à altura do desafio é bem-vinda a se
juntar a nós em Katscratch, onde daremos início à despedida de solteiro do
século.
— O casamento é daqui a duas semanas! — Eu chorei, enquanto ele me
puxava por um cotovelo.
— É por isso que eu <ve que te surpreender mais cedo, — ele disse
alegremente.
Tentei protestar, mas ele já estava me empurrando para fora da porta e
pelo corredor.
As festas de Julian eram lendárias, assim como sua fama de playboy pela
cidade.
Lá vamos nós...
Capítulo 13
Katscratch
Kyla
Todos se viraram para olhar para mim enquanto meu noivo era escoltado
para fora da sala de reuniões pela oficial seminua.
Eles esperaram para ver como eu reagiria.
Eu dei a todos eles um sorriso brincalhão.
Alcançando minha bolsa, <rei um maço grosso de notas de um dólar.
— Parece que eles se esqueceram de algo! — Eu disse com uma piscadela
e segui os irmãos para fora da sala de reuniões.
Julian foi atencioso em me dar uma dica sobre sua surpresa de despedida
de solteiro, e eu não <nha intenção de estragar seu desfile.
Além disso, faria bem a Jensen ficar longe de tudo por uma noite.
Mas eu insis< que Julian me desse um momento a sós com meu noivo
antes de levar ele embora para uma noite de festa.
Fiel à sua palavra, Julian estava encostado na parede do lado de fora do
meu escritório. A — oficial — de aparência entediada cutucou suas unhas.
Jensen estava esperando lá dentro, parecendo perturbado.
— Este não é um bom momento para isso, — ele disse quando fechei a
porta.
— Por que não?
— Não quero deixar você sozinha em casa enquanto vou beber e festejar
com meu irmão.
Eu sorri para ele. — Bem. espero que você mantenha a farra no mínimo,
mas Jensen. está tudo bem para sair e se diver<r.
Ele ainda não parecia convencido, então passei meus braços ao redor de
seu pescoço. — Você tem trabalhado por horas loucas e sei que está
estressado-
— Você trabalha tão duro quanto eu, — ele interrompeu.
— Obrigada por notar, — eu provoquei, ficando na ponta dos pés para
beijar ele profundamente.
Ele deslizou as mãos em volta da minha cintura e se moveu para baixo
para segurar minhas costas.
— Tem certeza de que não posso simplesmente dispensar tudo isso e
passar a noite com você? — ele ronronou em meu ouvido.
O cabelo em meus braços se arrepiou quando Jensen beijou a pele macia
do meu pescoço. Eu podia sen<r o contorno duro de sua protuberância sob
as calças.
Uma tosse pronunciada do lado de fora da porta me trouxe de volta.
— Não me faça entrar aí e arrastar você para fora! — Veio a voz abafada
de Julian.
Eu beijei Jensen novamente. — Parece que você tem um encontro para
manter.
— Vou tentar sair assim que puder.
— Você não vai! — Eu engasguei com indignação fingida.
Tirando o maço de notas da minha bolsa, agarrei Jensen pelo cós da calça
e empurrei o dinheiro na frente.
— Você vai ficar fora a noite toda e beber muito e se diver<r com seu
irmão. E isso é uma ordem!
— Eu sabia que você estava envolvida nisso! — ele disse.
— Claro que estava!
Minha mão ainda estava em sua cintura, e eu pressionei contra o inchaço
por baixo. Jensen gemeu e mordeu meu pescoço.
Então ele se endireitou e se virou para ir embora. Julian estava esperando
do lado de fora.
Ele viu as notas penduradas para fora das calças de Jensen e começou a
rir.
Com um beijo de despedida final, eles seguiram pelo corredor com a —
oficial.
Esperei até que eles es<vessem fora de vista antes de permi<r que meus
ombros caíssem de cansaço.
Entre o turbulento planejamento do casamento e o fato de estar
constantemente preocupada com Coleen, estava pronta para rastejar para a
cama e dormir até o bebê nascer.
Mas eu não ia deixar Jensen ver. Ele precisava de uma noite fora.
Desde o ataque de Leach. ele estava uma pilha de nervos. Talvez passar
algum tempo com o irmão ajudasse.
E talvez passar algum tempo com minha amiga ajudasse a resolver o
meu...
Eu olhei para o meu relógio. Graças à interrupção de Julian. a reunião
terminou uma hora mais cedo.
Pegando minha jaqueta, chamei Rhea para dizer que estava saindo mais
cedo e desci para o saguão.
Ul<mamente, quase todo o meu tempo era gasto no trabalho ou
abraçando Jensen em casa e planejando tudo para a chegada do bebê.
Uma noite com minha melhor amiga - devorando Ne‹lix e Nutella era
exatamente o que eu precisava para <rar minha mente dessas coisas.
Mas quando Cheguei ao balcão do concierge, Coleen não estava lá.
Gwen, a concierge de plantão, ficou surpresa quando perguntei por que
Coleen não estava em sua mesa.
— Ela tem dado seus turnos. Como... quase todos eles esta semana.
Achei que você <nha notado.
Eu não <nha percebido. Uma culpa envolveu meu coração.
— Ela está doente? — Perguntei.
Gwen encolheu os ombros. — Nenhuma pista.
Ela acabou de ligar e disse que qualquer pessoa que quisesse pegar horas
extras poderia ter seus turnos.
— E ela não disse por quê?
— Eu realmente não falei com ela. Foi um dos gerentes.
— Você sabe qual gerente?
— Não.
— Bem, obrigada. Você tem sido maravilhosamente inú<l, — eu
retruquei para ela e fui embora.
Imediatamente, me arrependi de meu tom áspero. Mas não fazia sen<do
que Coleen simplesmente parasse de trabalhar.
E se demorasse muito, ela poderia ser demi<da.
O que estava acontecendo com minha amiga?
Jensen
Os clubes de strip pareciam exis<r em uma realidade alterna<va, onde
eram eternamente duas horas da manhã e ninguém estava tomando
decisões razoáveis.
Dançarinas em vários estágios de nudez se esfregavam contra postes
fixados na plataforma elevada.
Os olhos de Julian estavam fixos em uma mulher loira pla<nada que
girava como um pião ao redor do mastro.
Rindo, ele enfiou uma nota de um dólar no biquíni da mulher e olhou
para mim com expecta<va.
— Beba, irmãozinho! — Ele disse, erguendo o copo de uísque.
Ele teve que gritar para ser ouvido acima da ba<da Techno estridente nos
alto-falantes.
Eu ba< meu copo contra o dele e tomei um gole, saboreando o forte calor
do licor.
Claro. Julian saberia de um estabelecimento masculino que era
sofis<cado o suficiente para estocar meu uísque favorito.
Por US $600 a garrafa, nem sempre era fácil encontrar.
Julian colocou o braço em volta dos meus ombros e me sacudiu um
pouco.
— Solte-se! — ele disse. — Pare de ser um desmancha-prazeres. E só
você e eu. Achei que você preferisse assim.
Concordando, me inclinei para trás e tentei relaxar.
— Você decidiu qual dessas adoráveis senhoras se juntará a nós mais
tarde na sala VIP?
— Você realmente quer me meter em problemas com Kyla. não é?
Julian parecia um pouco magoado. — De jeito nenhum. Kyla disse a você
que está totalmente bem com isso.
— Tenho certeza de que ela estava apenas dizendo da boca pra fora.
— Eu acho que você escolheu muito bem, irmão. Kyla é fantás<ca.
Eu podia ouvir o tom de ciúme em sua voz.
Apesar do aparente desejo de Julian de ser um playboy para sempre, eu
sabia que devia estar envelhecendo.
— E quanto a Grace? — Perguntei. — Sua namorada é 'totalmente legal
com isso'?
Seu rosto caiu, e eu sabia que <nha acertado em cheio.
Uma jovem com cabelos ruivos encaracolados se aproximou de nós e
Julian ansiosamente aproveitou a distração.
Ele soltou meus ombros e pegou a mulher pela mão. — Qual o seu
nome? — ele disse com um sorriso sedutor.
— Safira. — Ela se aproximou, pressionando seus seios cobertos de
massa sedutoramente.
— Prazer em conhecê-la. Safira. — Julian apontou para mim.
— Este é meu irmão mais novo, Jensen. Ele vai se casar em duas
semanas.
— Ah não! — Ela fez beicinho.
— Então, eu estava pensando que deveríamos convidá-lo para um baile
par<cular. — Julian sorriu para mim. — O que você me diz.
desmancha-prazeres?
Os olhos de Safira eram de um azul brilhante de verão. Eu pude ver de
onde ela <rou seu nome. Embora todos nós soubéssemos que esse não era
realmente o nome dela.
Eu realmente não queria uma dança eró<ca, mas também não queria
estragar a diversão de Julian.
E de certa forma, ele estava certo. Com o casamento tão perto, esta
provavelmente seria nossa úl<ma chance de realmente nos soltarmos como
solteiros.
— Hum, certo?
Os clubes de strip-tease - como os cassinos - nunca têm relógios nas
paredes.
Eles não querem que você pense no tempo ou no mundo fora de seu
ambiente fechado.
E desde que Julian pegou meu telefone depois que eu tentei enviar uma
mensagem de texto para Kyla pela terceira vez, eu não <nha absolutamente
nenhuma ideia de quanto tempo estávamos no
Katscratch Klub.
Meu cérebro estava confuso por causa dos cinco, seis ou doze uísques
que foram enfiados na minha mão e, honestamente, isso realmente não
importava.
A primeira dança eró<ca foi diver<da de certa forma, mas agora eu
estava tentando desviar a atenção das dançarinas de mim e para Julian.
Havia cinco no total, todas quase nuas, todas lotando o pequeno espaço.
Pelo menos estava um pouco mais silencioso; o baixo forte foi abafado
pela sala privada.
Safira estava montada em minhas duas pernas, movendo seus quadris
em círculos lentos acima da minha virilha.
Por mais adorável que ela fosse - eu desejava que fosse Kyla.
O telefone de Julian começou a tocar. Depois de um breve olhar, ele o
silenciou.
— Quem era?
— Ninguém. Você já está se diver<ndo? — Julian perguntou enquanto
usava algum <po de arma de plás<co para a<rar rapidamente notas de um
dólar pela sala.
As dançarinas correram atrás do dinheiro que chovia, exceto aquela com
os seios atualmente pressionados contra o rosto de Julian.
Ela estava usando o Rolex do meu irmão no pulso e parecia
perfeitamente sa<sfeita em devotar sua atenção a ele.
— Absolutamente. — Não <ve coragem de lhe contar a verdade.
Julian revirou os olhos. Ele consumiu ainda mais uísque do que eu, e seus
olhos estavam ligeiramente fora de foco.
— Vocês podem nos dar um minuto? — ele disse, parecendo
arrependido.
Elas fizeram beicinho e brincaram, mas finalmente deixaram a sala.
— Qual é o seu problema? — ele disse, gaguejando um pouco enquanto
falava.
— Não sei. Acho que perdi meu gosto por peitos e bundas aleatórias.
Ele fez uma careta. — Perdeu o gosto pela diversão.
— Você está se diver<ndo? — Eu disse, repen<namente sério. — Isso é
tudo que você realmente quer da vida? Você não está entediado com essa
coisa toda de playboy?
— Alguns de nós não têm tanta sorte quanto você, Jensen. Nem todos
temos uma noiva bonita e inteligente esperando por nós em casa.
Ele terminou seu uísque e serviu outro.
— E quanto a Grace? Eu sei que é quem está ligando para você a cada
meia hora.
— Sim, e daí?
— Você está em um relacionamento. Julian. Por que você está aqui
enfiando notas em um fio dental de strippers?
Ele tomou outro gole profundo. — Talvez eu não saiba como estar em
um relacionamento.
— Ela te faz feliz? — Perguntei.
Julian encolheu os ombros vagamente.
— Não sei. Grace é... ela é linda pra caralho, antes de tudo. E ela é uma
supermodelo internacional.
— E a mamãe e o papai não falariam nenhuma merda se eu me casasse
com ela, — ele con<nuou, — o que é mais do que posso dizer a seu respeito.
— Eu escolhi ignorar seu comentário farpado. — Mas ela te faz feliz?
— Como diabos eu vou saber? — Julian exigiu.
Percebi que este não era o melhor momento para insis<r no assunto,
então mudei de assunto.
— Vamos sair daqui. Vamos para alguns dos nossos lugares favoritos da
faculdade. Consumir fast food gorduroso.
Os olhos de Julian brilharam. — Sim! Você se lembra daquele lugar com
os burritos ridiculamente grandes?
Duas das dançarinas voltaram. Uma delas era Safira. Sem uma palavra,
ela caminhou até mim e a outra mulher foi até Julian.
— Acho que ganhamos uma lap dance grá<s? — ele perguntou quando
a mulher começou a dançar e se apertar contra nós mais uma vez.
— Eu acho...
Safira se inclinou, pressionando seus lábios suavemente contra minha
orelha.
— Vocês podem querer sair daqui. Ele nos pagou US $500 para cada uma
se pudesse <rar uma foto de vocês dois.
— O que? — Eu respondi, mas então um movimento su<l no fundo da
sala chamou minha atenção.
— Julian! — Eu gritei, me levantando.
Uma fração de segundo depois, um fotógrafo irrompeu pela porta dos
fundos, anteriormente trancada. Ele deve ter pago as dançarinas para
destrancar a porta.
— Corre! — Eu disse, agarrando a mão do meu irmão e o puxando
através da cor<na para a sala principal.
A adrenalina subiu em minhas veias, mas eu também estava rindo
incontrolavelmente enquanto corríamos pelo clube de strip escuro e
saíamos para o ar noturno.
Outro flash da câmera nos disse que o fotógrafo estava atrás de nós.
Julian estava rindo ao meu lado. — Vamos dispensar os motoristas e
pintar a cidade de vermelho!
— É isso aí, irmão.
Corremos pela rua, rindo como idiotas.
Capítulo 14
Piscando
Kyla
Nos dias da reta final que antecederam o casamento, minha vida inteira
pareceu passar em uma série de momentos intermitentes.
Pisquei.
O casamento seria em duas semanas.
Jensen agarrou a cabeça na manhã seguinte à despedida de solteiro.
Ele e Julian adormeceram na mesa da cozinha até o dia seguinte,
cercados por caixas abertas de fast food gorduroso.
Pisquei.
O casamento seria daqui a dez dias.
Com Bruce fora da equipe, eu estava tendo que coordenar com Richard
Morales o plano de mídia social para a apresentação.
Bruce, enquanto isso, con<nuou a dificultar minha vida.
Seu trabalho recente para o canal do Instagram do Grand Hotel consis<a
principalmente em garotas peituda em biquínis, e eu estava reconsiderando
fortemente minha decisão anterior de não demi<-lo.
Pisquei.
Oito dias. Nikki Reed invadiu meu escritório com uma pilha de revistas
de moda e o painel do Pinterest mais detalhado que eu já vi.
Ela passou duas horas me perguntando sobre decotes, véus e cauda, até
que pensei que fosse gritar.
Eu finalmente acabei cri<cando algumas de suas sugestões, apenas para
mover as coisas adiante.
Pisquei.
Sete dias. Durante um breve exame, a Dra.
Padma disse que o bebê estava crescendo forte e saudável.
Ela também mencionou que eu deveria começar a ser capaz de sen<r ele
se mexendo nas próximas semanas, embora não fosse detectado por
ninguém tão cedo.
Pisquei.
Seis dias. Eu estava sentada no sofá da sala enquanto Nikki empurrava
uma arara de ves<dos de noiva para eu experimentar.
Minhas amigas se sentaram ao meu redor, bebendo champanhe
enquanto eu bebia cidra espumante.
Coleen voltou ao trabalho depois de <rar quatro dias de folga.
Ela disse que era porque estava com gripe e eu lutei para acreditar nela,
especialmente depois de ouvir que Patrick de repente ficou ocupado e não
poderia comparecer ao casamento.
Experimentei ves<do após ves<do, recebendo várias rodadas de
aplausos embriagados, e tentei compar<lhar o entusiasmo delas.
Todos os ves<dos <nham saias es<lo cupcake que saíam pelo menos
trinta cenwmetros do meu corpo de cada lado.
Eles fizeram um ó<mo trabalho em esconder minha protuberância
crescente, mas também me fizeram sen<r um pouco como Glinda - a bruxa
boa de O Mágico de Oz.
Se eu pudesse sacudir minha varinha e fazer tudo funcionar
magicamente ao meu redor.
Pelo menos Nikki parecia ter o casamento sob controle.
Eu escolhi meu ves<do favorito, um ves<do sem alças, marfim cravejado
de cristal com um decote em coração.
Ela fez algumas anotações para a costureira sobre as alterações de úl<ma
hora e. em seguida, saiu apressada com os ves<dos para verificar outra coisa
de sua lista.
Pisquei.
Três dias até o casamento.
Eu mal conseguia me concentrar no trabalho, especialmente porque
recebia um e-mail ou uma mensagem de texto a cada dez segundos sobre
licenças de casamento, arranjos de assentos e ves<dos de damas de honra.
Parecia o Baile Anual Hawksley do ano passado de novo, mas desta vez
todo o foco estava em mim.
Eu seria a única caminhando pelo corredor, cercado por cerca de vinte
pessoas de quem me importava e mais de trezentas que não me importava.
E isso nem incluiu a imprensa.
Jensen parecia estar mantendo a calma de alguma forma, mas ele <nha
anos de experiência com a atenção indesejada da mídia.
Pisquei.
Era um dia antes do nosso casamento. Todas as minhas amigas chegaram
para o ensaio, e agora estávamos todos a caminho do jantar de ensaio.
Jensen alugou uma limusine para a ocasião, embora não confiasse em
ninguém ao volante, exceto em Dante. que parecia estar gostando da viagem
atualizada.
A limusine parou no portão de um dos arranha-céus mais exclusivos de
Chicago, que havia sido reservado exclusivamente para nosso grupo.
Além das minhas quatro damas de honra, Emma e James Hawksley
compareceriam esta noite, assim como Julian - o padrinho - e quatro primos
de Jensen que atuavam como padrinhos.
E, claro, minha mãe e irmã.
Eu não <nha ideia do que esperar do primeiro encontro entre nossas
famílias, então fiquei perto de Jensen quando entramos no restaurante.
Uma pequena frota de garçons nos conduziu até a sala, onde garrafas de
vinho <nto e branco, bem como uma jarra de refrigerante para mim,
estavam esperando em decantadores de cristal.
A maior parte da mobília estava encostada nas paredes, deixando um
grande espaço aberto para que todos se misturassem.
Assim que o vinho foi servido, James Hawksley bateu suavemente o garfo
contra o copo e todos se viraram para o chefe da família Hawksley.
Seu sorriso era caloroso enquanto dirigia sua taça erguida para mim.
— Não gosto de grandes discursos, mas gostaria de dar as boas-vindas
pessoalmente a Kyla em nossa família, — ele disse.
- Kyla. você se mostrou uma jovem encantadora e inteligente. Jensen tem
muita sorte de ter encontrado você. Que sua vida seja de alegria.
Todos aplaudiram educadamente suas palavras curtas, mas sinceras.
Debaixo da mesa, a mão de Jensen encontrou a minha e apertou.
Poucos minutos depois, os garçons trouxeram uma variedade de
aperi<vos deliciosos.
Eles os colocaram na enorme mesa lateral, deixando todos livres para
pegar um prato e socializar por alguns momentos antes de o primeiro prato
ser servido.
Percebi que minha mãe, que raramente bebia álcool, estava quase
terminando seu primeiro copo.
Ela devia estar nervosa. Este lugar era mais chique do que muitos
restaurantes aos quais ela estava acostumada, e eu podia ver como os
Hawksleys podiam ser um pouco in<midadores.
Sorri para ela do outro lado da sala e ela retribuiu com gra<dão.
Ao lado dela. Josie conversava animadamente com um dos primos de
Jensen. um jovem de cabelos loiros cor de areia.
Isso foi o suficiente para distrair minha mãe - afinal, ela estava casando
uma de suas filhas, agora ela <nha que cuidar da outra.
Rindo baixinho para mim mesma, vi Jensen olhando para mim com o
canto do olho.
— O que? — Perguntei.
— Você só... você está realmente linda esta noite, — ele disse em voz
baixa.
Corei sob seu olhar aquecido. — Você sabe que temos que dormir
separados esta noite. Caso contrário, dá azar!
— Não acredito em má sorte. E nem você.
— Chame isso de tradição, então.
— Eu chamo isso de uma dor nas minhas bolas, — Jensen rosnou.
Eu não consegui conter minha risada, atraindo a atenção de Emma
Hawksley. que estava por perto. Ela caminhou até ele. parecendo elegante
em um ves<do de seda rosa-claro.
— Parabéns, querido, — ela disse a Jensen. lhe dando um beijo na
bochecha. — Kyla. estou tão feliz por você ter concordado em me deixar
fazer o casamento para você.
Você nunca me deu realmente uma escolha.
Em voz alta, eu disse: — Claro. Você e James têm sido generosos demais.
Isso também era verdade, e eu não conseguia esquecer. Não importa o
que eu pudesse ter preferido - o casamento de amanhã com certeza seria
um evento verdadeiramente inesquecível.
— Oh, claro, não é nada. E Nikki me mostrou uma foto do ves<do que
você escolheu, e estou tão feliz que você foi com a Westwood; ela é
incomparável.
Eu balancei a cabeça, desejando uma fuga.
Chegou um momento depois na forma de minha mãe, que terminou com
sua segunda taça de vinho - e estava com o rosto vermelho.
— Kyla! Eu gostaria que seu pai pudesse estar lá amanhã para te levar
até o altar! — Ela disse, me envolvendo em um abraço apertado.
— Eu também, mãe. — Lágrimas brotaram dos meus olhos, mas as
enxuguei apressadamente.
— Ele teria ficado tão orgulhoso de você.
— Eu sei. — Eu pedi a minha mãe para me levar até o altar amanhã, mas
às vezes doía tanto que meu pai não estaria lá que eu mal conseguia
suportar.
Emma parecia preocupada. — Está tudo bem?
Mamãe estendeu a mão. — Eu sinto muito interromper. Ava Tristen ela
disse, enxugando os olhos com um lenço de papel.
Emma apertou. — Eu não pude deixar de ouvir. Lamento saber que seu
pai faleceu. Eu não fazia ideia. Qual era o nome dele?
Um pouco surpreso com a sinceridade em seu tom, respondi: — Charlie.
Charles Robert Tristen, — respondi.
— Meu próprio pai morreu quando eu <nha dez anos. Eu entendo como
é dipcil, — Emma disse. Ela ergueu um copo. — Para Charles.
Minha garganta estava cheia de lágrimas. Sen< o braço forte de Jensen
envolver minha cintura.
— Para Charles, — todos nós repe<mos, <lintando os copos.
Jensen
Até eu ficar noivo, eu nunca soube que havia tantas supers<ções em
torno do casamento.
Não podia ver a noiva em seu ves<do.
Algo an<go, algo novo.
O que menos gostei foi aquele em que não podíamos nos ver na noite
anterior ao casamento.
A cobertura estava tão vazia sem ela.
Dante estava em seu próprio apartamento, e eu andava pelos corredores
incansavelmente.
Amanhã é o dia do meu casamento.
Um sorriso apareceu no meu rosto.
Eu mal pude acreditar.
Tudo aconteceu tão rápido, mas eu não conseguia imaginar isso
acontecendo de outra maneira.
Eu mal podia esperar para passar o resto da minha vida com Kyla.
Mesmo que eu não es<vesse totalmente entusiasmado com o
casamento extravagante que estava planejado para amanhã, no final ela
seria minha esposa e eu seria seu marido.
O pensamento enviou um choque de antecipação selvagem através de
mim.
Me obriguei a <rar a roupa e ir para a cama.
Respirando profundamente, tentei imaginar como seria a aparência de
Kyla caminhando pelo corredor amanhã.
Meus olhos se fecharam e eu adormeci.
Kyla
A suíte nupcial do Grand Hotel era um dos quartos mais luxuosamente
decorados do estabelecimento.
Tudo que eu poderia precisar estava lá.
Exceto, é claro. Jensen.
E estranho a rapidez com que me acostumei a adormecer aninhada em
seu ombro.
Coleen. Rose, Megan e Marie se ofereceram para ficar comigo,
conversando e bebendo até tarde da noite, mas eu recusei por estar
cansada.
Depois de estar cercada de pessoas o dia todo, sabendo que amanhã
seria ainda mais movimentado, Fiquei grata por alguns minutos sozinha.
Estranhamente, não me sen<a nervosa por me casar. Eu sabia que <nha
tomado a decisão certa no momento em que Jensen me ofereceu seu anel.
Eu estava, no entanto, cada vez mais ansiosa com o casamento em si.
Tantas pessoas estariam assis<ndo: esperando para me julgar na seção
de comentários pelo menor passo em falso.
Deitada na cama macia de penas, fiquei acordada por um longo tempo,
vagando minhas mãos sobre minha barriga crescente.
Finalmente, sen< meus olhos se fechando. Sorri para mim mesma,
sabendo que da próxima vez que os abrisse, seria o dia do nosso casamento.
Capítulo 15
Sinos de casamento
Kyla
Era isso.
Uma garoa fria caiu do lado de fora, mas eu estava determinada a não
deixar que isso estragasse meu humor.
Em poucas horas, eu estaria casada.
Com o amor da minha vida.
Então, por que não me sen<a mais animada?
Me sentei na penteadeira da suíte nupcial, meus olhos fechados
enquanto Coleen passava a sombra pálida em minhas pálpebras.
Eu respirei fundo. Minhas mãos se moveram para embalar meu
estômago.
Desde que Conheci Jensen. cinco meses atrás, minha vida mudou
completamente.
De certa forma, eu me sen<a uma pessoa totalmente diferente. Eu estava
me preparando para me tornar uma esposa.
Uma mãe.
Depois de hoje, nossas vidas juntos começariam de verdade.
Sorri para mim mesma enquanto Coleen contornava minhas bochechas.
Isso não era ruim. Eu mal podia esperar para me casar com Jensen.
Era esse casamento ridiculamente exagerado que eu temia.
Megan e Rose <nham entrado e saído correndo durante toda a manhã,
relatando as várias chegadas da alta sociedade.
Alguns deles <nham viajado de Londres - só para ver alguém que nunca
conheceram em suas vidas caminhar pelo corredor em um ves<do branco.
Desejei novamente poder ter ido ao cartório.
Pare de ser boba. E o dia do seu casamento! Eu disse a mim mesma com
severidade.
- Estou tão feliz por você, Kyla - Coleen disse, recuando para admirar seu
trabalho.
Apesar de meus problemas recentes com minha melhor amiga, eu sabia
que ela estava sendo completamente sincera.
— Eu mal posso acreditar que está acontecendo, — eu disse a ela.
— Acredite! Vocês vão sertão felizes!
— Estou tão feliz por você estar aqui, — respondi, tentando manter as
lágrimas nos meus olhos.
Nos abraçamos por um longo momento, apreciando nossos anos de
amizade.
Marie, Rose e Megan perceberam nosso momento de emoção e vieram
correndo para se juntar ao abraço.
— Eu amo vocês meninas! — Eu disse, meio rindo, meio chorando.
— Pare com isso! Você vai manchar sua maquiagem. — Coleen me
repreendeu.
Houve uma ba<da na porta e Nikki entrou.
— E aí? — Eu perguntei a ela.
O cabelo de Nikki estava puxado para trás em uma série de tranças
lindamente entrelaçadas, e ela usava um ves<do cinza discreto.
— Boa tarde, noiva! — Ela disse alegremente, como se eu não a <vesse
visto meia hora atrás.
— Eu só preciso colocar você em dia com algumas coisas de úl<ma hora,
se você não se importar! — Nikki con<nuou.
Seu sorriso era amigável, mas havia tensão em seus olhos.
Algo estava errado.
— Claro, — eu respondi.
Minhas damas de honra con<nuaram se arrumando, e Nikki e eu nos
re<ramos para um canto da sala.
Ela mexeu com o anel em seu dedo mindinho.
— E aí? — Perguntei de novo.
— As flores não estão vindo, — ela disse em uma voz hesitante.
— O que você quer dizer com elas não estão vindo?
Nikki parecia que gostaria que o chão se abrisse e a engolisse inteira.
— Houve uma - uma confusão com a florista. Eles escreveram a data
errada... e eles já estavam cheios de outros pedidos... — Ela parou, torcendo
as mãos.
— Então, ninguém ligou para confirmar as flores até o que... dez minutos
atrás? — Fiquei pasma.
— Isso nunca aconteceu comigo antes! Eu juro que disse a Emma que
cinco semanas não era nem de longe o tempo suficiente para planejar um
evento dessa escala Eu levantei a mão para impedi-la.
— Me dê um segundo para pensar...
O que poderíamos usar no lugar de flores frescas? Havia uma bu<que na
Michigan Avenue que vendia flores de papel ecológicas para eventos. Eu
usava seus serviços se houvesse um evento que exigisse um espaço livre de
odores.
Poderíamos ligar para... oferecer a compra de todo o estoque...
Então eu peguei o olhar totalmente triste no rosto de Nikki.
Meu coração afundou. — O que mais?
— A banda de casamento para a recepção. Recebi um telefonema cerca
de vinte minutos atrás. O vocalista principal está com infecção de garganta
e não consegue se apresentar.
Sem flores. E agora sem música.
Não admira que Nikki parecia estar à beira de um ataque cardíaco.
Imagine dizer a Emma Hawksley que seu evento de alta publicidade não
estava indo exatamente de acordo com o planejado.
Mais uma vez. tentei pensar em uma solução possível. No mínimo,
poderíamos simplesmente conectar o telefone de alguém ao sistema de
alto-falantes e encontrar uma lista de reprodução.
Nikki estava mordendo o lábio inferior.
— 0 que mais!? — Eu exigi.
Ela respirou fundo. — Não conseguimos encontrar o seu véu.
Por um momento, apenas deixei essa informação penetrar.
Então comecei a rir.
Nikki olhou para mim como se eu <vesse crescido uma segunda cabeça.
Todo mundo parecia confuso sobre por que eu estava gargalhando como
uma maníaca.
— Então não tem música? — Coleen perguntou com uma carranca.
Nikki balançou a cabeça. — Os outros membros da banda não podem se
apresentar sem o vocalista. Aparentemente, está no contrato deles.
Minha risada finalmente começou a diminuir quando uma onda
crescente de ansiedade surgiu em seu lugar.
— O que podemos fazer? — Eu perguntei a Nikki. que ainda parecia estar
esperando que eu <vesse um ataque de pânico.
— O que você pode fazer? — Megan disse ce<camente. — Você vai se
casar com um Hawksley. Jensen não pode ligar para alguém como... Jus<n
Timberlake ou algo assim e pedir para ele se apresentar?
— Jus<n Timberlake? — Rose disse, cobrindo um bufo.
— Cale a boca, ele é gostoso! — Megan respondeu.
— Ok, vamos nos concentrar. — eu disse.
O pânico estava começando a apertar meu estômago.
Olhei para a cascata de renda e tule que colocaria em breve.
Uma onda de tontura passou por mim.
Afundando na cadeira mais próxima, coloquei a mão na cabeça para me
equilibrar.
Minhas amigas se agitavam ao meu redor, provavelmente presumindo
que eu es<vesse arrasada com os problemas de úl<ma hora.
Na verdade, eu não poderia me importar menos com flores ou véus ou
uma banda ao vivo. Eu só não queria parecer uma idiota na frente de uma
mul<dão cheia de estranhos e suas câmeras.
— Kyla? Você está bem?
— Não se desespere. Vamos resolver tudo!
— Sim. não se preocupe com nada. E nós encontraremos o seu véu
também.
— Sra. Tristen. vou descer agora para ver o que posso fazer. Eu prometo
que seu casamento ainda será um sucesso.
Eu ouvi a porta abrir e fechar quando Nikki saiu.
As meninas estavam conversando alto, todas lançando ideias diferentes
sobre como resolver esses problemas de úl<ma hora.
De repente, era como se suas vozes es<vessem muito altas no pequeno
espaço.
Outra onda de tontura passou por mim.
Eu não posso fazer isso.
Eu tenho que fazer.
Eu preciso de Jensen.
Minha cabeça se ergueu.
— Meninas, vocês podem me dar um minuto? Eu só... preciso respirar
sozinha, se es<ver tudo bem. II — É claro!
— Vamos encontrar Nikki e ver se há algo que possamos fazer para
ajudar.
— Mande uma mensagem se precisar de alguma coisa. Volto em meia
hora para ajudar a colocar o ves<do.
Assim que elas saíram pela porta, peguei meu telefone da cama.
Kyla: Jensen?
Jensen: ???
Jensen: Como posso ajudar?
Jensen: Claro.
Por um momento, tudo que pude fazer foi olhar para ela. boquiaberto.
Ela estava absolutamente deslumbrante.
Seu cabelo estava puxado para trás em um arranjo intrincado no topo de
sua cabeça.
Brincos de lágrima com pequenos diamantes nas pontas brilhavam em
suas orelhas, e um pingente combinando estava suspenso entre seus seios.
Mas seu rosto estava tenso e aba<do, e suas mãos tremiam.
— O que está acontecendo? — Eu perguntei quando ela me puxou para
o quarto.
— Não temos flores nem música. E eles não conseguem encontrar meu
véu - disse Kyla. andando em círculos pela sala.
Meus olhos caíram sobre o manequim de plás<co no canto da sala. Um
ves<do de baile branco es<lo Cinderela estava pendurado nele.
— Isso é— — eu disse, dando um passo em direção ao ves<do. Mesmo
sem o véu. parecia incrível.
— Jensen! Você está ouvindo? O plano de sua mãe de realizar o evento
social do ano em cinco semanas está saindo pela culatra. As flores não estão
vindo e nem a banda.
Voltei minha atenção do ves<do de noiva para Kyla.
Em poucas horas, esta mulher seria minha esposa.
Em poucos meses, nosso bebê nasceria.
Um largo sorriso apareceu no meu rosto.
— Do que você está rindo? Eu acabei de te dizer que o casamento vai ser
uma bagunça!
— E daí? — Eu disse encolhendo os ombros.
Kyla parecia perplexa. — E daí? Há trezentas pessoas lá embaixo
esperando um casamento, e está tudo dando errado.
Dei um passo em sua direção e gen<lmente levantei sua cabeça para
encontrar meus olhos. Beijando seus lábios profundamente, sen< o corpo
de Kyla pressionar contra o meu.
— E daí? — Eu disse novamente. — Este não é o nosso casamento. E
deles.
— Huh?
Eu a beijei novamente, movendo uma mão para descansar sobre a
protuberância de seu estômago.
— Nosso casamento deveria ser no cartório.
Então, o que quer que dê errado, é como se não importasse. Porque nada
disso era nosso para começar.
Kyla fez uma pausa para pensar. — Mas todas aquelas pessoas...
— Pessoas que não conhecemos. Nossos amigos, nossa família, as
pessoas que importam - eles não dão a mínima para o <po de festa que
damos, desde que estejamos felizes.
— E você não liga para a mídia? — Sua respiração estava mais calma
agora, seus olhos menos selvagens.
Eu bufei pelo nariz. — Já liguei alguma vez?
— Então, o que você está sugerindo?
Olhando novamente para o monte espumoso de ves<do de noiva
pendurado no manequim, perguntei: — Quão complicado é isso? Será que
nós dois podemos colocar isso em você?
— Sim, já está amarrado. Por que?
— Você é muito apegado a isso?
— Na verdade. Você vai me informar sobre o que está acontecendo em
seu cérebro? — As sobrancelhas de Kyla se ergueram com curiosidade.
Não consegui <rar o sorriso do rosto quando disse: — Você quer sair
daqui?
Julian
Fiquei tentando dizer a mim mesmo que não estava com ciúmes do meu
irmão mais novo, mas até eu <nha que admi<r que era men<ra.
O espaço da cerimônia do Grand Hotel foi decorado para a primavera
com toques de rosa claro, amarelo e verde.
Infelizmente. a chuva não <nha diminuído e estava um dia triste lá fora.
Ainda assim, não era todo dia que você se casava com sua alma gêmea.
Eu sabia que Kyla era a única para Jensen desde o momento em que ela
me ligou para contar minhas besteiras na primeira noite em que a Conheci
naquele restaurante.
Ela era inteligente, engraçada e leal como o inferno.
Grace é linda. E ela é uma gata totalmente selvagem na cama.
Esse pensamento não me acalmou tanto quanto faria normalmente.
Eu não convidei Grace para o casamento. Parte de uma tradição de longa
data do playboy de permanecer desapegado em eventos familiares.
Afinal, seria ruim para a minha imagem trazer uma namorada. Meu
telefone zumbiu no bolso da calça do meu smoking.
Jensen: JULIAN!
Capítulo 16
Eleanor
Kyla
Uma coisa boa sobre hospedar seu casamento em seu local de trabalho
é que pelo menos você sabe onde estão todas as saídas ocultas.
Foi quase fácil demais para mim e Jensen escorregarmos pelas escadas
dos fundos e sairmos em uma rua lateral raramente usada nos fundos do
hotel.
Dante estava esperando por nós no meio-fio. o motor já ligado.
Demorou um pouco para organizar as muitas camadas do meu ves<do
de noiva no banco de trás do SUV. mas finalmente resolvemos isso.
Então Jensen deslizou para o assento ao meu lado, sua mão já
alcançando a minha.
Meu coração estava batendo tão rápido que pensei que poderia quebrar
a barreira do som.
— Onde estamos indo? — Eu perguntei a ele pela centésima vez.
— Você verá quando chegarmos lá, — respondeu ele pela centésima vez.
Dante se afastou da rua e virou para o leste, em direção ao lago.
— Dante, você pode me <rar da minha miséria e me dizer para onde
estamos indo quando deveríamos nos casar em meia hora?
— Eu nem sonharia em estragar a surpresa, — ele respondeu.
Uma excitação selvagem bateu em minhas veias.
Estávamos realmente fazendo isso? Acabar com aquele extravagante
casamento da alta sociedade momentos antes de começar?
Acho que sim.
O que eu estava fazendo!? Eu nunca nada tão imprudente.
Bem, eu engravidei de um caso de uma noite.
Justo.
Ainda assim, eu mal pude me conter enquanto Dante dirigia o carro
através do tráfego da manhã de sábado em direção à extensão fria e cinza
do Lago Michigan.
Para minha alegria, o tempo sombrio parecia estar se dissipando sobre a
água, e vislumbres de um céu azul podiam ser vistos entre as nuvens.
Dante evitou habilmente os enxames de turistas enquanto se dirigia para
o sul. para longe da cidade e em direção às marinas par<culares que
abrigavam os enormes iates dos milionários.
Eu me virei no banco, as camadas do meu ves<do fazendo um barulho
alto quando me virei para olhar de boca aberta para Jensen.
— Vamos entrar em um barco?
Ele apertou minha mão. parecendo de repente com medo. — Espero que
esteja tudo bem. Aquele casamento - simplesmente não parecia certo. Mas
podemos absolutamente virar o carro, se você quiser.
Com alguma dificuldade, considerando o volume do meu ves<do, joguei
meus braços em volta dele. — Você é louco!? Isto é perfeito.
Dante parou em uma fileira de cascos brancos reluzentes. Todos
pareciam estar compe<ndo pelo wtulo de — Mais Ostentosos.
— Devo esperar aqui. Sr. Hawksley? — ele perguntou a Jensen quando
começamos a espremer minhas camadas de tule para fora do carro.
— Do que você está falando. Dante? Você é família! — Jensen disse. —
Além disso, vamos precisar de alguém para nos casar!
Pela segunda vez em cinco minutos, meu queixo caiu. — O que você quer
dizer?
Dante saiu do carro, parecendo elegante em sua jaqueta formal e
gravata. — Eu acredito que o Sr. Hawksley está se referindo ao fato de que
fui ordenado há muitos anos.
— Sério? Por que? — Não consegui conter minha curiosidade.
— Essa é uma história muito longa, Kyla. Outra hora, talvez. Parece que
seus convidados estão chegando.
— Meus convidados? O que você está... - Parei quando peguei Jensen
olhando para a estrada à frente - para a longa limusine preta que estava
parando no cais.
Avistei Jeffrey. o motorista de Julian. ao volante. Então o próprio Julian
saiu do carro, segurando a porta aberta enquanto Coleen e o resto das
minhas amigas saíam do banco de trás, seguidos por minha mãe e irmã.
Nesse ponto, eu parei de me preocupar em levantar meu queixo do chão.
Fiquei boquiaberta com Jensen, que me deu um sorriso brincalhão.
Então corri para minhas amigas, que gritaram de alegria quando todas nos
abraçamos.
— Como vocês chegaram aqui tão rápido? — Eu gritei.
— Bem. estávamos resolvendo o problema com a banda - a propósito,
um dos amigos de Rose entrou e foi o DJ da recepção - e então Julian
apareceu e disse a todos nós para entrarmos na limusine! — Coleen disse.
Lancei um olhar agradecido para Julian. que sorriu alegremente para mim.
Jensen apareceu ao meu lado. — Bem. vamos ficar aqui o dia todo ou
vamos nos casar?
Por um momento, hesitei. — Talvez não seja uma boa ideia. Seus pais
não ficarão furiosos?
Eu odiava a ideia de começar com o pé esquerdo com os Hawksleys.
Mas Julian zombou e acenou com a mão. — Mamãe e papai ficarão bem.
Eu suavizei acrobacias maiores do que isso, acredite em mim.
Jensen, no entanto, olhou para mim sério. — Se você quiser voltar, nós o
faremos. Mas meus pais já <veram seu próprio casamento. Este dia é seu e
meu, e de mais ninguém.
Olhei em volta para meus amigos e família reunidos. — Quero passar o
dia do meu casamento com as pessoas que mais amo no mundo. E isso é
tudo que preciso. Vamos nos casar.
Jensen sorriu para mim. — Então eu acho que está na hora de levantar
as âncoras.
Jensen
A aliança de pla<na e diamante em meu dedo brilhava ao luar.
Eu não conseguia parar de sorrir para isso.
Eu era um homem casado.
Ao meu lado no carro. Kyla havia adormecido.
Não que eu pudesse culpá-la, foi um dia bastante agitado.
Depois da cerimônia no lago, corremos de volta ao Grand Hotel bem a
tempo para a recepção.
Parecia que o Natal havia chegado mais cedo quando Nikki Reed viu
nossos carros parando na entrada secreta dos fundos.
Felizmente. Julian e eu conseguimos convencer minha mãe de que toda
a fuga selvagem foi ideia nossa e que de alguma forma conseguimos
convencer Kyla e todas as suas amigas a par<cipar.
Tenho certeza de que ela não acreditou em uma palavra disso, mas o
resto da noite passou sem problemas - mesmo sem as flores - o que ajudou
a suavizar as coisas.
Kyla e eu compar<lhamos nossa primeira dança na frente de trezentos
convidados dos meus pais, e se nossas roupas ainda es<vessem um pouco
úmidas e desgrenhadas pelo vento e pela água, ninguém disse uma palavra.
Agora era quase meia-noite.
Tínhamos saído da recepção e nos trocamos antes de pular de volta para
o carro, e eu estava grata pelo conforto de minha calça jeans e jaqueta de
cashmere.
As ruas estavam silenciosas enquanto Dante acelerava pela rodovia em
direção a O'Hare Interna<onal.
Mesmo a essa hora tardia, o aeroporto fervilhava de carros e ônibus. Kyla
se ergueu contra meu ombro enquanto parávamos para o embarque. —
Onde estamos? — ela perguntou meio grogue.
— Em nosso caminho para nossa lua de mel, — eu respondi, ajudando
ela a sair do carro enquanto Dante puxava nossas malas da parte de
trás.
Eu pedi a Kyla para fazer as malas alguns dias atrás, e incluir uma
variedade de roupas.
Afinal, não sabíamos como estaria o tempo.
— Você finalmente vai me dizer onde será nossa lua de mel? — ela
perguntou provoca<vamente.
— Não. Você vai ver, — eu sorri de volta para ela.
Seu olhar se tornou confuso. — O que você quer dizer?
— Me siga e eu mostrarei a você.
Me despedindo de Dante, Conduzi Kyla para dentro do terminal até que
es<véssemos olhando para a tela enorme que listava os vários voos e
des<nos.
Dezenas de países. Centenas de cidades.
Eu me virei para Kyla. — Bem, Sra. Hawksley, do que você gosta? Nova
York? Las Vegas? Ou podemos nos tornar internacionais? Tóquio?
Seus olhos brilhavam de excitação. — Você quer dizer que eu posso
escolher?
— Qualquer lugar. Onde você sempre sonhou em ir? Paris? Berlim?
Kyla pensou por um momento. — Eu não - como posso escolher?
Ela olhou para a tela, procurando os des<nos. — Sempre sonhei em ir
para a Austrália! Mas - mas talvez possamos manter o des<no dentro dos
EUA por enquanto.
Ela acariciou distraidamente a barriga, um gesto que nunca deixou de ir
direto ao meu coração.
Seus olhos percorreram a lista de par<das programadas.
Finalmente, eles se acenderam e ela apontou com entusiasmo para um
voo que par<ria em uma hora.
— Lá.
Segui seu dedo e um largo sorriso de antecipação se espalhou pelo meu
rosto.
Me virando para Kyla, agarrei-a pelos ombros e a beijei.
— Perfeito.
Capítulo 17
La Maison des Étoiles
Kyla
Horas antes do amanhecer, as ruas de Nova Orleans estavam vivas com
luz e música.
Nosso carro alugado navegava por becos sinuosos enquanto dirigíamos
em direção ao French Quarter.
Eu mal conseguia ficar no meu lugar. Eu queria pressionar meu rosto
contra a janela e absorver tudo.
A cada poucos segundos, eu olhava para Jensen, que parecia tão
animado quanto eu.
Minha aliança de casamento parecia estranha na minha mão. ao lado do
meu anel de noivado. Eu olhei para baixo para ele. meu coração subindo
para novas alturas quando a realidade me a<ngiu novamente.
Eu era casada. Com Jensen Hawksley.
E estávamos em nossa lua de mel.
A excitação me encheu até que pensei que fosse explodir. Joguei meus
braços em volta do meu novo marido e o abracei forte.
— Isso é incrível. Não acredito que estamos aqui!
— Este é apenas o carro. Espere até amanhã, quando poderemos comer
alguma da melhor comida que você já comeu na vida!
Meu estômago roncou em resposta e nós dois rimos.
Meu ape<te <nha aumentado nos úl<mos dias, até que eu estava no que
Jensen chamava de brincadeira de dieta — ver comida.
Sempre que via comida, eu comia.
O carro saiu do centro turís<co principal e entrou em uma rua mais
tranquila, ladeada por casas senhoriais an<gas de es<lo francês com grades
de ferro forjado nos andares superiores.
O motorista parou em um prédio quadrado de três andares com colunas
brancas reluzentes em sua base.
La Maison de Étoiles estava escrita em urna pequena placa de bronze,
que quer dizer ‘a casa das estrelas Um homem com libré escarlate esperava
por nós do lado de fora da entrada.
O carro mal havia parado antes de ele entrar em ação, disparando para
frente e abrindo minha porta.
— Isso não parece um hotel, — eu disse a Jensen, incerta, enquanto nos
aproximávamos da casa senhorial.
— Normalmente não é. La Maison de Étoiles é uma residência privada,
propriedade de um velho amigo da família chamado Reginald Barclay. Está
em sua família há quatro gerações.
Agora carregando nossas duas malas, o mordomo de libré abriu a porta
principal e eu entrei, tentando olhar para todos os lados ao mesmo tempo.
O saguão principal da mansão <nha tetos de pelo menos seis metros de
altura.
Afrescos e pinturas estavam pendurados em todo o espaço central, que
era iluminado por arandelas de velas elétricas colocadas em intervalos
regulares ao longo das paredes apaineladas.
— E ele está bem com a gente apenas aparecendo no meio da noite? —
Eu perguntei, virando em um círculo lento enquanto tentava absorver tudo.
— Reggie realmente não mora aqui. A casa pertence a sua família, mas
sua empresa de publicidade está sediada em Nova York. Quando você disse
'New Orleans', liguei para ele.
Eu sorri com o tom casual em sua voz.
Jensen podia pedir velhas casas do sul da mesma forma que a maioria
das pessoas pedia pizza.
O mordomo, cujo nome acabou por ser Laurent, nos mostrou uma porta
fechada no terceiro andar, em seguida, gen<lmente entregou a chave para
Jensen e desapareceu no corredor.
Jensen destrancou a porta e se virou para mim. — Posso ter a honra de
carregar minha nova noiva pela porta?
O olhar aquecido em seus olhos azuis foi o suficiente para fazer minha
boca ficar seca.
Sem palavras, eu balancei a cabeça. Em um instante, Jensen me lançou
em seus braços.
Ele me beijou uma vez, depois me carregou para o quarto, chutando
suavemente a porta atrás dele.
— O que devemos fazer agora, esposa? — ele perguntou brincando.
— Posso pensar em algumas coisas, marido, — respondi, me inclinando
para a frente em seus braços para beijar a linha dura de sua mandíbula.
Os músculos de Jensen se contraíram quando ele me pressionou mais
perto, inclinando a cabeça para me beijar nos lábios. Ele me carregou para a
cama de dossel que ficava no centro do quarto.
Meus braços se enroscaram em seu pescoço enquanto ele me deitava na
colcha fofa.
A protuberância firme da minha barriga impediu que nossos corpos se
pressionassem juntos, como de costume, então Jensen manteve seu peso
em um cotovelo.
O outro vagava pelos picos e vales do meu corpo, todos mais
pronunciados do que há algumas semanas.
Eu quase chorei alto quando os dedos sensíveis de Jensen se arrastaram
perto do meu centro antes de dançar novamente.
Me sentando, <rei meu top folgado, revelando o su<ã branco rendado
que estava usando por baixo.
Jensen se ajoelhou no chão diante de mim, estendendo as mãos para
puxar para baixo minhas calças e meias.
Lembrei da primeira noite em que es<vemos juntos. Parecia muito
tempo atrás, mas <nha sido apenas uma questão de meses.
Naquela noite no bar. jogando — o jogo — com minhas amigas, eu nunca
teria imaginado que terminaria aqui, casada com este homem bonito e
generoso que atualmente estava beijando a parte interna da minha coxa.
Com um grito rouco, afundei de volta na cama enquanto Jensen corria
sua língua sobre o meu centro latejante, enviando uma onda insuportável
de desejo pulsando por mim.
Ele se moveu, <rando suas próprias roupas.
Mordisquei a pele nua de seu abdômen musculoso, deslizando meus
dedos ao longo do — v — definido de seu osso pélvico.
Seu comprimento inchado pressionado contra mim.
Abri mais minhas pernas, cavando meus dedos no cabelo de Jensen
enquanto o sen<a deslizar para dentro de mim.
Gritamos juntos quando ele puxou e empurrou novamente.
Me levantei nos cotovelos e Jensen envolveu um braço forte em volta de
mim.
Eu me inclinei para trás, levantando com ele até que es<véssemos
sentados na cama, nossas pernas enroladas uma na outra.
Minhas costas arquearam quando sen< cada cenwmetro dele empurrar
ainda mais fundo dentro de mim.
Calafrios de prazer se formavam ao longo da minha pele enquanto eu me
movia mais rápido em cima dele.
Jensen gemeu, seus dedos afundando em meus quadris.
Os arrepios se tornaram elétricos - eu afundei para beijar seus lábios
enquanto uma onda de prazer crescia sobre mim. e eu me despedacei em
tomo dele.
Meu corpo tremia e sacudia enquanto ele con<nuava a se enterrar
dentro de mim. Corri meus dedos pelo seu peito, sen<ndo a tensão de seus
músculos.
— Kyla — As palavras de Jensen foram sufocadas. Ele jogou a cabeça para
trás e levantou seus quadris para encontrar os meus enquanto ele explodiu
dentro de mim.
Meus braços ainda tremiam. Me inclinei para beijá-lo novamente e ele
me rolou suavemente para o meu lado.
Eu aninhei minha cabeça contra meu braço enquanto os dedos de Jensen
dançavam preguiçosamente sobre meu corpo nu.
— Então, o que você acha da vida de casado? — ele perguntou com um
sorriso sonolento.
— Acho que poderia me acostumar com isso, — respondi, me
aconchegando mais perto dele.
Na manhã seguinte, acordei com o sol quente brilhando através das
janelas francesas e o cheiro mais delicioso rastejando sob meu nariz.
Me sentei na cama para ver Jensen parado na porta do nosso quarto,
segurando uma bandeja de prata com um cloche em forma de cúpula.
Dois copos longos de suco de laranja estavam cuidadosamente
equilibrados na bandeja e me levantei para ajudar Jensen.
Ele levou tudo para uma mesa lateral e ges<culou para o prato coberto.
— Laurent teve estes entregues do primeiro lote do dia. Você precisa
comer enquanto estão frescos.
Com um floreio, ele arrancou a cúpula para revelar uma pilha de pastéis
fofos cobertos de açúcar de confeiteiro.
Meu estômago roncou como um <gre com o cheiro quente e açucarado.
— O que são esses?
— Beignets. Você vai amá-los. É como se um donut fizesse sexo com uma
nuvem.
Eu bufei com tanta força em minha massa que açúcar de confeiteiro
soprou pela sala.
Mas ele estava certo. O beignet estava quente e tão fofo que derreteu na
minha boca. Eu gemi de sa<sfação e empurrei a coisa toda.
Eu já estava pegando outro quando Jensen riu, — Calma! Você não quer
se entupir de açúcar muito cedo. Há muito o que fazer ainda!
O segundo beignet foi ainda melhor que o primeiro. — Onde estamos
indo? — Eu disse através da massa.
Os olhos de Jensen brilharam. — Em toda parte. Você vai adorar.
Coleen: Hummmm...
Coleen: Eu sei que você ainda está em lua de mel e é pediu estritamente
para NÃO TE PERTURBAR
Coleen: Mas achei que você gostaria de ver isso. Está no Chicago Style.
Ela me enviou um link e eu cliquei nele. Lá, estampado na tela <nha uma
mulher familiar em um ves<do de maternidade...
E a barriga com um círculo vermelho.
MILLIONAIRE'S NEW WIFE CONCEALING BUMP AT THE WEDDING!!
Capítulo 18
A vibração
Kyla
— As pessoas piraram quando viram as fotos? — Eu perguntei a Coleen.
Era segunda-feira de manhã, meu primeiro dia de volta ao trabalho desde
minha lua de mel.
Hoje precisava enfrentar o fato de que várias fotos minhas
experimentando roupas de maternidade estavam sendo espalhadas por
toda a internet.
Em quinze minutos, <ve uma reunião com meu departamento e decidi
tratar de todo o assunto imediatamente.
Eu estava usando outro ves<do que abraçai a curva da minha barriga e
finalmente desis< de usar salto.
Meus tornozelos inchados já estavam me agradecendo.
— Não. Por que eles se importariam? Não é o século 17, ninguém vai
banir você da colônia no meio do inverno, — Coleen disse secamente.
Eu revirei meus olhos. — Eu nunca pensei que eles fossem... pirar. Acho
que trabalhei tanto para manter meu relacionamento com Jensen em
segredo que sen< que <nha que manter o bebê em segredo também.
Coleen encolheu os ombros. — Bem. você está casada agora. A vaca já
foi para o brejo... ou seja lá o que se diz.
Rimos sobre o balcão do concierge. Já que Patrick Denton não <nha
aparecido no meu casamento, minha amiga não <nha ouvido falar muito
dele.
Eu realmente esperava que isso significasse que eles não estavam se
vendo tanto.
Poucos minutos depois, subi as escadas em direção ao meu escritório.
— Kyla! Parabéns! — gritou Amy, uma das recepcionistas.
— Obrigada! — Eu disse enquanto ela corria.
— Por que você esperou tanto para contar a todos?
Atordoada, demorei um momento para responder. — Quer dizer que
você sabia?
— Psh. todas as mulheres sabiam. Duvido que os homens tenham
notado. Eles não iriam.
Eu estava começando a pensar que todos os meus medos foram em vão.
Mais e mais colegas de trabalho gritaram para me dar os parabéns. O Sr.
Oliver, o chefe de operações, chegou ao ponto de colocar a mão na minha
barriga e dizer que esperava que eu <vesse um menino forte.
Mordi minha língua com esse comentário e me dirigi para a minha
reunião.
Bruce Parker estava sentado à mesa ao lado de Richard. que parecia
desconfortável.
— Por que você está aqui? — Eu perguntei rapidamente.
— Vince me enviou. Pensei que como faltam apenas duas semanas para
a apresentação, talvez você precise da minha ajuda. Especialmente
considerando... — Bruce parou de falar, mas seus olhos foram para o meu
estômago.
Vince era o chefe de vendas. Tecnicamente, ele <nha autoridade para
entrar e sair da minha equipe quando necessário.
Se Bruce estava de volta, provavelmente era porque Vince finalmente se
cansou dele.
— Parabéns, a propósito. Achei que você <vesse se deixado levar, —
Bruce disse, sem se preocupar em esconder o sorriso malicioso.
Eu poderia despedi-lo. Eu poderia despedi-lo agora na frente de todos.
Eu ansiava por isso.
Mas eu realmente quero demi<r alguém no meu primeiro dia como Sra.
Kyla Hawksley?
— Ok. Bem. pelo menos seja ú<l, — eu disse. — Você já provou que é
excelente para buscar café. Eu adoraria um café com leite de soja
descafeinado.
Bruce olhou para mim, mas eu o encarei. — Não deixe a assustadora
senhora grávida esperando, — eu disse, batendo o pé drama<camente.
Ele fez uma careta e saiu da sala de reuniões. Todos os outros
esconderam seus sorrisos de aprovação. — Agora, vamos realmente
trabalhar.
Jensen
A Dra. Padma esfregou gel transparente em um longo instrumento
branco. Seu lenço de cabeça hoje era de um vermelho cardinal vibrante com
bolinhas brancas.
Kyla estremeceu quando a médica inseriu a varinha de ultrassom e
começou a movê-la.
Fiquei perto da cabeça de Kyla, observando a tela em preto e branco
enquanto uma imagem de aparência está<ca apareceu.
— Agora, se o bebê es<ver na posição certa, podemos dizer a você o sexo
hoje, se você quiser.
Olhei para Kyla. que olhou para mim e ergueu as sobrancelhas.
Passamos dias agonizando para saber se devíamos ou não saber se o
bebê era menino ou menina.
Eu finalmente disse a Kyla para fazer a escolha por nós dois assim que
es<véssemos na sala de exames.
Não que isso importasse de uma forma ou de outra, desde que o bebê
fosse saudável e forte, mas a curiosidade avassaladora era dipcil de resis<r.
A imagem na tela se transformou em uma imagem borrada, mas
definível.
Kyla e eu engasgamos de espanto.
Minha mão pousou na dela e apertou suavemente.
Nosso pequeno feijão - não parecia mais um feijão.
Parecia um bebê.
Ele <nha uma cabeça definida e braços e pernas minúsculos que estavam
enrolados perto de seu corpo.
Era absolutamente incrível.
— No momento, seu bebê tem o tamanho de uma batata-doce. Nas
próximas semanas, você deve começar a sen<r algum movimento, — disse
a Dra. Padma, ajustando a varinha.
— E se você quiser, posso te dizer o sexo do bebê agora.
Kyla olhou para mim novamente. Tentei manter meu rosto neutro.
Eu quero saber? Tudo o que importa é que vou ser pai. E Kyla vai ser mãe.
Quase em uníssono, balançamos a cabeça e sorrimos um para o outro.
— Não. acho que vamos manter a surpresa por mais alguns meses, —
Kyla respondeu para a médica.
— É claro. Ainda vou imprimir algumas fotos para vocês
compar<lharem com suas famílias! — Ela disse, apertando o botão da
impressora.
Kyla e eu ficamos olhando, mais uma vez hipno<zados pela imagem de
nossa família em crescimento.
Kyla
Respirando fundo, entrei no Le Pe<t Lieu, o restaurante francês de fusão
no úl<mo andar do Grand Hotel.
Eu pedi a Emma Hawksley para me encontrar para almoçar.
Não wnhamos nos falado desde a recepção do casamento, depois que
Jensen e eu terminamos a cerimônia que ela planejou.
Jensen <nha conseguido suavizar as coisas na época, mas eu sabia que
ainda devia uma explicação a Emma.
E um pedido de desculpas.
Com sorte, a surpresa que escondi na bolsa ajudaria um pouco as coisas.
Ela já estava esperando por mim no pá<o, bebendo um copo de
chardonnay.
— Olá, querida Kyla. É tão bom ver você de novo, — ela disse, beijando
meu rosto no ar.
Ela estava fria e desligada como sempre.
— É ó<mo ver você também. Queria falar com você sobre... quero dizer,
pretendo falar com você desde o casamento - gaguejei, me sen<ndo
inquieta.
Era muito importante ser aceita pela família Hawksley.
Não me arrependi de nossa cerimônia de fuga por um instante, mas
ainda não queria que se tornasse um rancor entre nós.
Eu tomei um gole da água para acalmar meus nervos. — Eu só queria
almoçar e te conhecer um pouco melhor. E para... me desculpar. Sobre o
casamento.
A boca de Emma se apertou. — Eu entendo.
— Foi um gesto tão atencioso, e eu nunca quis parecer ingrata, é só
aquele grande casamento chique não era eu. Não éramos nós. E acho que
meio que - agi sem pensar.
— Eu gostaria que você <vesse mencionado isso antes. Isso poderia ter
evitado muitos problemas para todos.
Eu estremeci. — Você tem razão. Tentei suavizar as coisas, mas deveria
ter sido mais franca. Normalmente não tenho esse problema.
Os lábios de Emma se curvaram no que poderia ser um sorriso ou uma
zombaria. — Sim, pelo que Julian me disse, você é bastante opina<va.
Corei, sem saber o que pensar disso. A postura de Emma se suavizou e
ela pegou minha mão mais uma vez.
— Meus dois filhos não têm nada além de coisas maravilhosas a dizer
sobre você. Admito que <ve minhas dúvidas no início, e nós ambas
poderíamos ter feito melhor em nos comunicar sobre o casamento...
Ela ergueu uma sobrancelha. — Mas foi preciso coragem para você vir
aqui hoje. E para dizer que você sente muito.
Suas palavras me incitaram. — Oh! Não foi só por isso que convidei você
para almoçar. Eu queria te dar isso.
Procurei minha carteira e recuperei a pequena fotografia de ultrassom.
Emma pegou a foto sem palavras, olhando para ela com fascinação.
Por baixo de seu exterior frio, vi as mãos da minha sogra tremer um
pouco.
— Meu neto. Você sabe se é menino ou menina?
— Não. queríamos manter isso um mistério até o nascimento.
Emma acenou com a cabeça, ainda fixada na imagem está<ca. —
Parabéns. Kyla.
E pela primeira vez, seu sorriso parecia sincero.
Capítulo 19
Um sucesso estrondoso
Kyla
Era isso.
Não importa o que aconteça, eu <nha que acertar esta apresentação.
Sentado na parte de trás do SUV de luxo, eu mentalmente analisei os
nomes das pessoas que eu esperava impressionar em menos de uma hora.
Miranda Simmons: assistente de eventos especiais da organização Full
Bellies, Full Minds.
Todos os lucros do baile iriam para sua ins<tuição de caridade, para
fornecer merenda escolar gratuita para as crianças locais.
Sarah Luy: coordenadora do próprio Baile dos Embaixadores.
Ela seria a única a garan<r que o Grand Hotel atendesse aos padrões do
baile.
Chris<an Tournay: o único membro do conselho de administração
original; ele havia fundado o evento há quase quarenta anos.
O úl<mo membro da comissão de caridade era sua filha, Francine
Tournay.
Ela era a Diretora Execu<va do Baile do Embaixador e, em úl<ma análise,
seria sua decisão onde o evento seria realizado este ano.
Minha boca estava seca. Lambi meus lábios, me recostando no assento
de couro macio.
— Tudo certo? — Dante perguntou do banco do motorista.
— Eu não dormi muito na noite passada, — eu admi< com um pequeno
sorriso. — Estou uma pilha de nervos agora.
Depois que eu sen< o bebê vibrar dentro de mim pela primeira vez,
Jensen me levou de volta para a nossa cama, onde ele acariciou cada
cenwmetro de mim até que eu <vesse me desmanchado sob seu toque.
O resto da noite passou da mesma maneira. Portanto, não era surpresa
que eu es<vesse um pouco cansada.
— Não sinta, — disse Dante, encontrando meus olhos na janela. — A
primeira vez que te Conheci, eu sabia que você iria conseguir qualquer coisa
que definisse em sua mente. Este é apenas mais um passo nessa direção.
Suas palavras me fizeram perceber que ele estava certo. Eu era Kyla
Tristen - Kyla Hawksley - e <nha trabalhado muito para chegar onde estava.
Esta era apenas mais uma oportunidade de provar meu valor.
— Obrigada. Dante. Eu me sinto melhor.
— Claro, — ele respondeu, parando no hotel. — Agora, derrube-os.
Felizmente, consegui encontrar ó<mas roupas de maternidade durante
minha breve viagem de compras em Nova Orleans.
Meu terninho de cor creme, completo com espaço extra para minha
barriga crescente, ficava ó<mo com as sapa<lhas confortáveis de es<lo balé
que eu estava usando, mesmo que eu sen<sse falta do rápido cliqueclack de
meus saltos habituais.
No saguão, olhei para o balcão de concierge procurando Coleen. mas ela
não estava lá.
Provavelmente acabando de fazer algum trabalho para o hotel.
Eu esperava.
Ainda assim, eu estava procurando algum incen<vo de úl<ma hora da
minha amiga.
Ah bem. Eu voltaria para vê-la assim que a reunião terminasse. Podemos
comemorar ou ela pode me consolar com uma <gela gigante de espaguete
com almôndegas.
Foco, Kyla.
Quando Cheguei ao topo da escada, vi Rhea esperando por mim. Em uma
das mãos, ela <nha uma xícara de café descafeinado. Na outra, um muffin.
— Você é a melhor, — eu disse, pegando as guloseimas e indo para o
meu escritório. — Estão todos prontos?
Então eu dei uma olhada em seu rosto e meu coração caiu. — O que está
errado?
— É só que... Richard me mostrou isso alguns minutos atrás. — Ela foi
até o computador e girou o monitor para me encarar.
Era a edição de hoje do Chicago Sim Times. Em letras grandes e em
negrito estava o wtulo: Meu coração despencou. — Você leu o ar<go? —
Perguntei a Rhea.
— Sim. Nathan Holmes aparentemente ligou para a comissão na noite de
domingo e pessoalmente fez a oferta. Ele está doando dez milhões de
dólares.
— Mas deveríamos dar nosso argumento de venda primeiro! — Eu
reclamei. O Holmes Luxury Hotels não estava agendado para se reunir com
a ins<tuição de caridade por mais dois dias.
— Os Hawksleys têm mais do que isso. Você não pode simplesmente...
corresponder ao lance dele? — Rhea perguntou.
— Mas ele está doando de seus fundos privados. Eu não tenho esse
poder.
— Não tem? Você não é um Hawksley agora?
Eu pausei. Eu nunca <nha realmente pensado nisso até agora, mas
tecnicamente Rhea estava correta.
Toda a riqueza e poder do nome da família Hawksley agora também eram
meus.
Foi uma sensação estranha e inebriante. Eu o sacudi antes que pudesse
criar raízes.
— Não. não é meu dever fazer isso. Se não conseguirmos convencêlos de
que o Grand Hotel é a escolha certa sem recorrer a suborno, não fizemos
nosso trabalho direito.
Capítulo 20
Hora do banho
Jensen
— Isso significará uma boa publicidade para o hotel, bem como uma
chance de mostrar que a Hawksley Enterprises não está apenas cuidando de
si mesma, — eu disse na tela do meu tablet.
O rosto de Julian olhou para mim. Ele estava em Londres, onde havia
passado a maior parte do mês anterior.
— Eu sabia que o esforço de úl<ma hora de Holmes para comprar a
comissão de caridade sairia pela culatra. Dê os meus parabéns a Kyla!
— Eu vou. Como estão as coisas com Rufus?
— Honestamente? Não tenho certeza. Ele é um amigo leal há - há mais
tempo do que vivemos, mas ele está agindo de forma estranha ul<mamente.
— Eu concordo. Talvez seja hora de pedir a ele para vir aqui um pouco?
Ele poderia ajudar no Baile do Embaixador?
A sobrancelha de Julian se franziu na tela. — Pode ser. Como estão as
coisas com o bebê? Não vejo Kyla há algumas semanas. Ela já está enorme?
Eu ri. — Não é bem assim, mas ela está defini<vamente ficando maior.
Outra noite eu a peguei mergulhando picles em mostarda com mel. Falando
nisso, eu provavelmente deveria ir. Já estou atrasado para o jantar.
— Diga que mandei um abraço! — Julian disse. Notei novamente a nota
quase ciumenta em sua voz, se escondendo sob o exterior casual.
— Como vão as coisas com Grace? — Perguntei.
Julian revirou os olhos. — Ela estava aqui em Londres, mas foi chamada
para uma sessão de fotos em Milão.
— O preço de namorar uma supermodelo internacional, — brinquei.
Meu telefone tocou. Eu olhei para baixo. — Agora você me colocou em
apuros. Kyla está ligando para ver onde estou.
— Coloque-a na tela para que eu possa dizer oi!
— Entendi. — Eu ba< no ícone — alto-falante. — — Olá?
Desculpe pelo atraso, é tudo culpa do Julian.
— Oi Kyla! — Julian disse alegremente em sua câmera.
— Este é o Sr. Jensen Hawksley? — veio uma voz masculina
desconhecida.
Meu coração parou. O sorriso sumiu do rosto de Julian.
— Sim. Quem é?
— Este é Trevor Oscana, sou paramédico do Corpo de Bombeiros de
Chicago.
O telefone quase caiu da minha mão. — Onde está Kyla?
— Senhor, sua esposa se envolveu em um acidente de carro cerca de
vinte minutos atrás-Eu pulei da minha cadeira. — Ela está bem? Onde ela
está?
— Sra. Hawksley e o homem que dirigia o veículo - um Sr. Dante
Fitzgerald - estão sendo levados para o Hospital Geral de Chicago.
— Obrigada. — As palavras vieram automa<camente quando encerrei a
ligação.
Os olhos de Julian na tela estavam arregalados e chocados.
Saí correndo do escritório sem me preocupar em desligar.
Página anterior
Kyla
— Eu disse que não precisava de uma ambulância, — disse à minha irmã
enquanto ela removia o medidor de pressão arterial do meu braço.
— É o procedimento padrão. Além disso Kyla, não se esqueça de que está
grávida. Temos que verificar o bebê, — Josie respondeu, cruzando os braços.
— Eu não esqueci! — Abracei minha barriga defensivamente em meu
assento na mesa de exame. — Eu só... não saberíamos se havia algo errado?
Para ser honesta, eu não queria que ela soubesse o quanto eu estava
com medo de que algo es<vesse errado.
— Normalmente. Mas nunca é demais estar seguro. Agora deite-se ou
terei que te empurrar.
— Como você poderia. Eu sou mais velha que você. E mais forte. — Eu
disse com raiva.
— Eu passo doze horas por dia lutando com pacientes. Me teste.
Apesar de nossa briga, eu estava incrivelmente grato pela ambulância ter
me levado ao hospital onde minha irmã trabalhai a como enfermeira.
O ruído metálico do carro branco batendo na lateral do SUV ecoou em
minha mente. Eu estremeci sob o toque de Josie.
— Como está Dante? — Perguntei. Ele estava no banco do motorista
quando o carro bateu e sofreu o impacto do impacto.
— Ele fraturou o pulso esquerdo e tem um corte feio do airbag na testa.
Mas nós o tratamos. Ele vai ficar bem.
Josie cravou os dedos em meu abdômen. — Alguma cãibra ou sensação
de puxão?
Eu estremeci. — Não, apenas uma irmã me apunhalando no pgado.
— Seu pgado está do outro lado, boba.
Antes que eu pudesse formular minha réplica mordaz, a porta da sala de
exame se abriu e Jensen entrou.
Ele parecia pior do que no dia em que fui atacada por Leach. Então, eu
poderia dizer que ele estava lutando para controlar suas emoções.
Agora, eu podia ver que ele perdeu esse controle.
Seus olhos estavam selvagens enquanto ele corria para mim e me
segurava com ternura pelos ombros.
— Eu pensei que <nha perdido você. — Lágrimas correram pelo seu rosto
e pelo tecido creme do meu terninho.
Olhei para Josie, que assen<u e saiu da sala, fechando a porta atrás dela.
Pegando a cabeça de Jensen com as duas mãos, levantei seu rosto para
o meu.
— Olhe para mim. Estou totalmente bem. Eu estou bem aqui. — Eu
man<ve minha voz baixa e suave, como uma canção de ninar.
Seus olhos azuis estavam injetados de sangue. Ele baixou o olhar de volta
para o meu colo.
— Eu pensei que <nha perdido vocês dois, — ele disse estupidamente.
Passei meus braços em volta dele, o segurando com força. — Nós dois
estamos bem. Tudo bem.
Depois de um momento, Jensen respirou fundo, ruidosamente. Ele
segurou o ar por um tempo, depois o soltou lentamente.
Quando ele olhou para mim. pude ver que ele conseguiu controlar suas
emoções.
Pobre Jensen. Eu gostaria que ele soubesse que estava tudo bem em
mostrar cada lado de si mesmo para mim.
— O que o médico disse? — ele perguntou em uma voz mais autoritária.
Eu sorri, sabendo que ele estava envergonhado com sua explosão e
tentando disfarçar.
— Posso ficar um pouco dolorida nos próximos dias, mas fora isso está
tudo bem. Seu carro é construído como um tanque.
Jensen não retornou meu sorriso. — Eu acho que eles deveriam te
manter aqui durante a noite para observação.
— Até agora, todos disseram que estou bem para ir para casa. Eu ia tentar
marcar uma consulta com a Dra. Padma pela manhã. Apenas para ter
certeza. — Ele ainda parecia duvidoso, então arregalei os olhos e tentei
parecer lamentável. — Por favor? Tudo que eu quero é um banho de espuma
e uma montanha de macarrão.
— Eu quero falar com o médico primeiro, — ele disse rispidamente. — E
ver Dante.
— Ok. Depois espaguete, — eu disse, me recostando na mesa de exame.
Demorou quase três horas para Jensen falar com dois médicos
diferentes.
Depois de um ultrassom para verificar se o ba<mento cardíaco do bebê
estava estável, fui considerada apta para ir para casa.
Quando ele começou a procurar uma terceira opinião, ameacei voltar
andando e ele finalmente chamou um Uber.
O SUV não era exatamente dirigível.
Apesar do meu comportamento casual, eu sabia que era realmente
sortuda por ter escapado apenas com um pouco de dor.
Dante havia saído antes de nós e já estava em seu apartamento. A
cobertura estava escura e silenciosa quando entramos.
Mais uma vez. me lembrei do incidente com Leach.
Como foi isso há apenas alguns meses? Tanta coisa aconteceu desde
então, parecia uma eternidade.
— Espere aqui, — Jensen disse, me deixando na cozinha enquanto descia
o corredor.
Ele ficou quieto durante todo o caminho para casa. Eu sabia que isso
<nha mais a ver com suas próprias ansiedades do que comigo pessoalmente,
mas ainda queria que ele se abrisse sobre o que estava passando.
E honestamente, ter Jensen para focar <nha sido uma distração
bemvinda de meus próprios nervos agitados.
Eu me encolhi com a memória do som metálico batendo.
As lágrimas aumentaram, mas eu as enxuguei. Se Jensen me visse
preocupada, estaríamos de volta ao hospital em dois minutos.
— Onde você está? — Eu chamei ele.
— Quase pronto! — Eu o ouvi responder no final do corredor.
O que ele estava fazendo? Tirei os sapatos, gemendo de alívio, e
caminhei pelo corredor.
O quarto principal estava vazio, mas a luz do banheiro estava acesa.
— Jensen? — Eu chamei novamente enquanto abria a porta.
Eu sorri de alegria.
Um vapor suave subia da grande banheira de hidromassagem. que estava
cheia de água borbulhante. Velas tremeluziam nas bordas.
O cheiro de lavanda encheu meu nariz. — O que é tudo isso? — Eu
perguntei, ainda sorrindo.
— Ei! Você deveria esperar. Você disse que queria um banho de espuma
Jensen falou se virando para olhar para mim.
Eu já estava saindo do meu terninho. — Isso parece incrível! Obrigada!
— Não liguei os jatos. E a água não está muito quente. Supõe-se que é
ruim para mulheres grávidas.
— Tudo é ruim para mulheres grávidas, — resmunguei. Mas parei de
reclamar no instante em que afundei na água morna e relaxante.
Jensen sentou ao meu lado na borda da banheira. Ele <nha minha escova
de esponja macia em uma das mãos.
Fechei os olhos enquanto ele enchia com água borbulhante e corria pela
pele nua do meu peito, sobre os meus seios inchados e desceu até a altura
da minha barriga.
Ele se inclinou para perto, seu hálito quente na minha orelha. — Me
desculpe por surtar mais cedo.
Eu balancei minha cabeça. — Eu estava pirando também. Eu
simplesmente não podia me permi<r mostrar isso.
Ele acenou com a cabeça, a esponja flutuando de volta sobre o meu
peito. Meus mamilos enrijeceram sob o toque leve.
Eu me inclinei contra a borda da banheira enquanto Jensen jogava a
esponja na água com sabão e segurava meus seios com as duas mãos.
Seus polegares roçaram meus mamilos e eu fiz um som ofegante quando
choques de prazer passaram por mim.
Jensen beijou meu queixo, em seguida, desceu para o meu pescoço e
ombros. Minha cabeça caiu para trás contra a banheira. Suas mãos viajaram
pela minha cintura em direção às minhas coxas.
Virei minha cabeça para beijá-lo na boca, saindo da água enquanto seus
dedos encontraram o caminho entre minhas pernas.
— Eu não - eu não sei se deveríamos... — Eu interrompi com um grito
enquanto ele esfregava lentamente meu clitóris sensível.
— Não vamos. Mas isso não significa que não podemos fazer outras
coisas. — Os lábios de Jensen roçaram minha orelha, enviando um arrepio
pelo meu corpo.
Ao mesmo tempo, seus dedos con<nuaram a massagear entre minhas
pernas. Eu joguei um braço para trás, me apoiando contra a parede
enquanto me sen<a me aproximando da borda.
Minhas costas arquearam, enviando uma onda de água espirrando em
torno da banheira. Com um grito sem palavras eu gozei, estrelas piscando
atrás dos meus olhos fechados com a força da minha libertação.
Minhas pernas tremeram. Sen< o braço forte de Jensen me firmando,
seus dedos ainda trabalhando enquanto outra onda de paixão me dominava.
Quando a névoa finalmente se dissipou e fui capaz de controlar meus
membros mais uma vez, olhei para Jensen.
Ele sorriu de volta para mim. seus olhos cheios de amor e humor
enquanto se inclinava para me beijar na boca.
— Agora, eu acredito que você mencionou algo sobre macarrão?
Um sorriso apareceu no meu rosto. — Você me mima.
— Certo.
Acordei no meio da noite porque precisava fazer xixi.
Eu sempre <nha que fazer xixi agora.
Saindo silenciosamente da cama, fui na ponta dos pés até o banheiro e
acendi a luz.
Em vez da noite de celebração que Jensen e eu wnhamos planejado
originalmente após a apresentação, wnhamos nos enrolado no sofá,
comendo macarrão para viagem e pão de alho.
Como aquela apresentação <nha sido ainda esta manhã?
Há muito trabalho a ser feito amanhã. Agora podemos finalmente
começar a transformar o Baile do Embaixador em realidade.
Terminei de fazer xixi e peguei um pouco de papel higiênico do rolo.
Talvez pudéssemos servir espaguete no baile...
Minha cabeça caiu.
Eu estava meio adormecido e tão perdido em meus pensamentos que
demorei um pouco para registrar a visão.
Na minha mão, entre as pernas, estava o maço de papel higiênico que
acabara de usar depois de ir ao banheiro.
Tingido de vermelho com sangue.
Capítulo 21
Carmesim e Branco
Kyla
Minha mente estava completamente em branco. Me sentei no vaso
sanitário, tentando compreender o que estava vendo.
Mas minha visão turvou e dobrou até que tudo se tornou uma mancha
de branco e vermelho escarlate.
Ok. Respire.
Eu tenho que ir ao médico.
O papel higiênico manchado caiu de minhas mãos quando elas
começaram a tremer incontrolavelmente.
Tudo bem. Está tudo bem.
Agora, eu precisava acreditar.
Um suor frio começou a correr pelo meu corpo. Arrepios pinicaram meus
braços.
Você tem que se mover agora, Kyla.
Vá buscar Jensen. Vá ao médico.
Mas eu estava paralisada, paralisada pela ideia de que esse medo terrível
estava prestes a se tomar realidade.
Sen< uma forte cólica na minha virilha. Meu coração parou quando sen<
uma umidade quente entre minhas coxas.
Quando coloquei minha mão lá para verificar, ela saiu vermelha.
Meus joelhos dobraram e quase caí no chão do banheiro antes de me
segurar no balcão.
— Jensen, — eu disse, mas minha boca estava seca e minha voz era um
sussurro rouco.
Lambi meus lábios, limpei minha garganta e tentei novamente.
— Jensen!
Eu ouvi seu grunhido confuso um momento depois.
Graças a Deus ele tem sono leve.
A porta do banheiro se abriu e eu vi o sono desaparecer dos olhos do
meu marido enquanto ele observava meus dedos manchados de sangue, a
mancha vermelha crescente em minha camisola.
- Kyla... o que... - ele disse, incrédulo.
Outra cãibra se apoderou de mim e estremeci de dor. — Acho que algo
está errado. — Minhas palavras o <raram de seu entorpecimento. Ele
estendeu a mão para pegar minha mão e eu a peguei.
Sua voz não vacilou enquanto ele falava. — Vamos. Temos que levar você
de volta ao hospital.
Eu sabia que, interiormente, Jensen estava à beira do pânico, mas não
queria me deixar ver.
— Devo carregar você? Ou não queremos te sacudir muito?
— Eu acho que posso andar. — Minhas pernas ainda estavam bambas,
mas consegui sair lentamente do banheiro e entrar no quarto.
Jensen agarrou meu roupão fofo e o colocou em volta dos meus ombros.
Odiava a ideia de ir ao hospital de camisola, mas estava começando a me
sen<r tonta e não queria perder tempo me trocando.
— Temos que nos apressar. Você chamou uma ambulância? — Eu disse,
tentando manter minha cabeça limpa.
Minhas mãos ainda seguravam minha barriga, silenciosamente dizendo
ao bebê para aguentar firme. Que tudo ficaria bem em breve.
Jensen balançou a cabeça e me levou até o elevador. — Eu sei dirigir. O
hospital fica a apenas dez quarteirões daqui. Vai ser mais rápido.
— Mas o carro... o acidente...
Ele apertou o botão para o estacionamento do nível mais baixo. — Eu
tenho outros carros. Vamos.
Vamos.
Quando as portas se abriram, ele me levou a um Lexus vermelho
brilhante que eu nunca <nha visto antes.
Como se eu fosse feita de um cristal perfeito. Jensen me ajudou a deitar
no banco de trás.
Lutei para conter minhas lágrimas enquanto con<nuava a esfregar minha
barriga em círculos lentos e reconfortantes.
Vinte e três. Eu estava grávida de 23 semanas.
Se o bebê nascesse mais cedo, havia uma chance de sobreviver fora do
útero.
Mas não era uma grande chance.
O medo se apoderou de mim. Eu lutei contra isso.
Vai ficar tudo bem.
Por favor, fique bem.
Jensen
Não.
Não. Não. Não.
Não.
Aquela única palavra ricocheteou como uma bola de bilhar, dispersando
todos os outros pensamentos até que foi a única coisa que restou.
Não.
Isso não pode estar acontecendo.
Eu andava em círculos cada vez mais apertados em torno da área de
espera do hospital.
Eles não me deixaram entrar para ver ela.
Todo o dinheiro do mundo - e eu não <nha o poder de estar ao lado de
minha esposa quando ela precisava de mim.
No caminho, eu queria quebrar todas as leis de trânsito do estado para
nos levar ao hospital o mais rápido possível.
Mas Kyla estava pálida e úmida no banco de trás, e eu man<ve minhas
mãos apertadas no volante. Eu não queria correr nenhum risco,
especialmente depois do acidente.
Eu parei em cada luz e ainda conseguimos em menos de quinze minutos.
E se fosse tarde demais?
Eu deveria ter insis<do para que ela passasse a noite.
Agora Kyla estava na sala com os médicos, que a internaram
imediatamente após nossa chegada ao pronto-socorro.
Isso por si só me disse o que eu precisava saber sobre a gravidade da
situação.
Afundei minhas mãos em meu cabelo, puxando a raiz até que meu couro
cabeludo gritasse de dor.
Eu <nha que me acalmar.
Mas minhas pernas inquietas se recusaram a parar de se mover.
Minha respiração ficou curta, engatando suspiros.
Não. Isso não pode estar acontecendo. Não.
Corri para o banheiro. Estava vazio, exceto por mim.
Com toda a minha força, ba< meus punhos no balcão de alumínio grosso.
Ele bateu com força sob o impacto.
Por um longo momento, fiquei assim, com meus dedos machucados
cavando no metal liso do balcão.
Eu me forcei a respirar.
Nada está certo ainda. Outra
respiração.
E não importa o que aconteça, você tem que estar lá para
Kyla. Outra respiração. Inalar. Expirar.
Ela não pode te ver assim.
Meu estômago embrulhou em um nó feroz, mas eu arrastei minha
cabeça para cima e encontrei meu olhar no espelho.
Qualquer pessoa que não me conhecesse bem pensaria que eu parecia
completamente normal. Exceto pelo fato de que eu estava de short de
ginás<ca e camiseta em um hospital às três da manhã.
Meu coração tentou começar a martelar de novo, mas me forcei a me
endireitar até minha altura total e imponente e voltar para a sala de
espera.
Um médico ves<ndo um jaleco branco sobre uniforme verde estava
esperando por mim. Ele <nha cabelos castanhos curtos e olhos amáveis.
Minha boca ficou seca.
— Senhor. Hawksley? — ele disse quando me viu.
— Venha comigo, por favor.
Eu o segui com a respiração suspensa. — Como está Kyla?
— Sua esposa sofreu um leve descolamento prematuro da placenta. É
quando a placenta começa a se desprender do reves<mento do útero.
Eu sen< o sangue sumir do meu rosto.
Chegamos a uma porta branca fechada.
— Ela está bem? — Perguntei.
— Eu tenho os resultados prontos para vocês dois, — ele disse, me
olhando fixamente.
Esteja lá para ela. Não importa o que aconteça.
Eu entrei.
Kyla
Eu esperava em uma cama de hospital.
Eu es<ve em uma sala muito parecida com esta apenas algumas horas
atrás.
Então, eu estava brincando com minha irmã.
Ninguém estava rindo agora.
Josie não estava no turno e não respondeu as mensagens que eu enviei
do banco de trás do Lexus de Jensen no caminho para o hospital. Ela
provavelmente estava morta para o mundo depois de trabalhar doze horas
seguidas. Ainda assim, gostaria que ela pudesse estar aqui agora, para me
falar que tudo ficaria bem.
Queria que minha mãe pudesse estar aqui. Eu precisava
desesperadamente que ela me abraçasse e acalmasse meus medos.
Onde estava Jensen? Eu estava sozinha na sala de exames desde que o
médico saiu, alguns minutos atrás.
Ele me deu uma injeção que deveria relaxar os músculos do meu útero.
As cólicas na minha barriga cessaram quase imediatamente, mas eu
ainda podia sen<r um filete de sangue escorrendo pelas minhas pernas.
Um soluço forte subiu em minha garganta.
Me< pequeno feijão. Meu bebê.
Eu ainda podia sen<r meu estômago revirar.
Isso <nha que ser um bom sinal. Certo?
Por favor, fique bem.
A porta se abriu e Jensen entrou um momento depois. O médico o seguiu
e fechou a porta.
O rosto de Jensen estava pálido e ferido.
Todas as lágrimas que eu estava lutando venceram minhas defesas e
escorreram pelo meu rosto.
— Jensen... — Lutei para me levantar, mas ele fez um gesto para que eu
me abaixasse e veio se sentar no banquinho ao lado da cama.
Ele pegou minha mão e me peguei temendo o pior.
Eu não aguentava mais. Eu olhei para o médico.
— Me diga, — eu disse. Minha voz soou muito mais forte do que eu me
sen<a.
O médico se aproximou do pé da cama do hospital. Naquela voz imparcial
e autoritária que todos na profissão médica devem pra<car no espelho, ele
falou.
— Sra. Hawksley, como disse a seu marido, você sofreu um leve
descolamento prematuro da placenta. O impacto da colisão em que você se
envolveu ontem fez com que o reves<mento da placenta - que é o que
mantém o bebê preso ao útero - se rasgasse.
Ele fez uma pausa e explicou ainda: — Isso é o que causou o sangramento
e as pequenas contrações que você sen<u.
Todas as suas palavras pareceram passar por mim como uma onda. —
Mas... como está o bebê? Vai ficar tudo bem?
Os olhos do médico eram gen<s quando ele olhou para mim. — Fomos
capazes de parar o sangramento e estabilizar seu útero contra qualquer
descolamento adicional por enquanto.
Parar. Estabilizar.
Estas foram palavras posi<vas.
Certo?
— Então, o que isso significa para o bebê? — Jensen pressionou.
— Isso significa que embora houvesse algum perigo de aborto
espontâneo, acredito que o perigo já passou. O ba<mento cardíaco fetal
estava forte na ultrassonografia, e o bebê está se movendo e chutando
normalmente.
— Por que os médicos não notaram nada antes? — Jensen disse, a tensão
em sua voz.
— Gravidez é complicada. O que poderia ter sido indetectável pelos
médicos ontem se tomou mais grave com o passar do tempo. Mas a boa
nowcia é que o bebê está estável.
— Tem certeza? — Eu não conseguia acreditar no médico.
Não podia me permi<r esperar que nosso bebê ainda es<vesse saudável.
— A par<r de agora, tudo parece bem. Mas isso não significa que ainda
estamos fora da zona de perigo. Por enquanto, vou te colocar em repouso
absoluto. Eu não quero que você se esforce por um tempo.
Eu mal o ouvi. Tudo o que eu conseguia pensar era que tudo ficaria bem.
Ela está bem.
Meus pensamentos me deram uma pausa. Foi a primeira vez que usei
um pronome para o bebê.
Mas. naquele momento, <ve a sensação de que estava certo.
O bebê era uma menina. Ainda são e salvo dentro da minha barriga.
Eu vou te proteger, eu disse a ela silenciosamente.
— —Por pelo menos quatro semanas antes que ela se levante e se
mova demais. — Voltei a sintonizar o fim da conversa do médico com
Jensen.
— Desculpe, como assim quatro semanas? — Perguntei.
— Eu estava dizendo que você vai precisar ficar em repouso absoluto por
pelo menos quatro semanas. Você vai poder se movimentar um pouco, ir ao
banheiro e tal. mas é importante que você vá com calma.
— Eu tenho que ficar na cama por um mês! — Eu disse chocada.
O médico acenou com a cabeça. — Pelo menos.
Quero que você marque consultas semanais com o seu obstetra pessoal,
para monitorar se não há mais rompimento no reves<mento da placenta.
Um mês. Com o Baile do Embaixador confirmado, como poderia ficar
tanto tempo longe do trabalho?
Como eu não poderia?
Jensen olhou para mim. lendo meu rosto. Seus olhos estavam
gravemente sérios. — Vamos fazer funcionar com o baile. Eu prometo.
Só então, eu sen< isso. Uma pequena, quase impercepwvel centelha na
minha barriga.
Um chute.
Lágrimas encheram meus olhos mais uma vez quando o alívio inundou
meu sistema.
— É claro, — eu disse em meio às lágrimas. Jensen me abraçou enquanto
o médico con<nuava descrevendo as restrições que agora fariam parte da
minha vida.
Eu vou te proteger, eu disse novamente para a bebê.
Eu não <nha <rado um mês de folga da minha carreira desde que me
formei na faculdade.
Ainda assim, eu poderia fazer funcionar.
Quão dipcil pode ser?
Capítulo 22
Quatro Longas Semanas
Kyla
Tive uma sensação arrepiante de déjà vu quando entramos na cobertura
algumas horas depois.
Como antes, o apartamento estava escuro e silencioso.
Mas eu não estava mais com disposição para banhos e espaguete.
Os eventos da noite me abalaram completamente.
Quatro semanas.
Eu não conseguia entender isso.
Quão perto es<ve de perder o feijãozinho?
Jensen ficou em silêncio durante todo o caminho para casa. Eu sabia que
ele estava lutando para não mostrar o quanto estava chateado.
Mas a tensão rígida em seus ombros o denunciou enquanto ele me
levava para o quarto.
Eu o segui no piloto automá<co, mal percebendo quando ele <rou meu
roupão de banho e <rou a camisola manchada de meus ombros.
Caiu em uma poça de marfim e carmesim aos meus pés. Estremeci de
repulsa e fechei os olhos.
— Aqui, — Jensen disse, colocando um par de calças de moletom em
minhas mãos.
Uma dor surda puxou minha barriga quando me inclinei para puxálos.
O medo percorreu meu corpo. Lentamente, eu me endireitei.
— Eu acho que preciso de ajuda para me ves<r, — eu disse, afundando
na cama.
Jensen estava ao meu lado em um momento, uma toalha quente em
suas mãos.
— Não se preocupe com isso agora, — ele disse. Timidamente, ele
limpou o sangue seco que ainda manchava minhas pernas.
Eu me sinto doente. Minhas mãos tremiam. — Jensen. estou com medo.
— Eu também. — ele respondeu suavemente.
— Você vai ficar aqui comigo? — Eu perguntei a ele, me sen<ndo como
uma garo<nha que acordou de um pesadelo. — É claro.
Semana Um
— Kyla! Comprei comida chinesa! — Jensen chamou do corredor.
— Você se lembrou de pegar molho de ameixa extra? — Gritei de volta
do meu lugar na cama.
Fazia quatro dias desde o acidente, e eu estava tentando me acostumar
com meu novo ritmo mais tranquilo.
Quem diria que ficar na cama pode ser tão desconfortável?
Nos úl<mos seis anos, trabalhei cerca de cinquenta horas por semana.
Eu estava acostumada a estar em minha mesa às oito e meia todas as
manhãs.
Meus dias sempre foram ocupados, muitas vezes frené<cos, enquanto
trabalhava para promover minha carreira em marke<ng.
Agora...
Eu não <nha ideia do que fazer comigo mesma.
Felizmente, o sangramento parou para um gotejamento fino, e - a pedido
de Jensen - Dra. Padma havia feito uma visita domiciliar sem precedentes há
dois dias e disse que o bebê parecia forte e saudável.
Tudo o que eu podia fazer, ela disse, era relaxar e cuidar de mim
enquanto meu corpo reparava os danos causados pelo acidente.
O único problema era que eu não <nha ideia de como relaxar.
Jensen apareceu na porta do quarto, carregando uma bandeja cheia de
caixas brancas de comida chinesa.
Meu estômago roncou. Pelo menos o fato de estar constantemente
morrendo de fome significava que o pequeno feijão ainda estava
crescendo.
— Como estão as coisas no hotel? A equipe está começando a preparar
as coisas para o baile? — Eu perguntei enquanto colocava arroz frito no meu
prato.
Jensen acenou com um pauzinho para mim. — Você conhece as regras.
Sem falar sobre trabalho. Você deveria estar pegando leve. Sem estresse.
— Mas não saber como as coisas estão indo no trabalho está me
causando-estresse.
Isso estava se tomando uma discussão diária. Jensen estava decidido que
eu deveria ter um blecaute completo de tudo relacionado ao trabalho.
Ele temia que lidar com o caos da equipe de marke<ng prejudicasse o
bebê.
Tentei ser compreensiva, mas estava morrendo de vontade de saber
como estavam indo os planos para o baile.
Rhea não ajudou em nada. Jensen a alcançou primeiro e pediu que ela
me desse um tempo enquanto eu me curava.
E ela <nha ouvido.
Traidora.
— Cadê o molho de soja? — Eu perguntei, não vendo nenhum. — Não
se preocupe, vou buscar.
Jensen se levantou de um salto. — Não. Você fica.
Eu volto já.
Ele saiu pela porta em um piscar de olhos.
Ele precisa ajudar. Deixe-o ajudar.
Resolvi me esforçar mais para permi<r que meu marido cuidasse de mim.
Semana Dois
Se eu <vesse que assis<r mais uma reprise de Chopped, eu iria
enlouquecer.
Desliguei a TV e afundei nas almofadas do sofá.
Minha barriga se es<cou diante de mim. Quando entrei no meu sexto
mês, juro que podia ver ela crescendo a cada dia.
Com a TV desligada, a cobertura estava muito silenciosa. Desejei que
Dante es<vesse aqui, mas desde o acidente, não o <nha visto muito.
Eu não <nha visto muito ninguém. Jensen tentava estar em casa todas as
noites por volta das seis, mas muitas vezes havia noites em que eu não o via
antes de escurecer.
Esta foi uma daquelas noites. Eram nove horas de uma sexta-feira e ele
ainda estava no trabalho.
Abri meu telefone pela centésima vez.
Nem tanto quanto uma atualização do Instagram.
Isso é tortura.
Kyla: Pessoal. Eu preciso de ajuda.
Megan: Claro!
Rose: Estávamos nos preparando para ir ao clube, mas vou pegar um pijama
e sorvete!
Capítulo 23
Ligações em Londres
Jensen
— Quantos convites estão sendo enviados? — Perguntei a Rhea. a
secretária de Kyla.
— A lista de convidados chega a quinhentos até agora, — ela respondeu.
— E como estão os prepara<vos para o leilão silencioso?
— Ao todo, o valor total é pouco menos de $4 milhões de dólares.
— Ok, veja se você pode entrar em contato com mais alguns
fornecedores. Eu gostaria que chegasse em algum lugar perto de US $5
milhões. II — Compreendido, Sr. Hawksley, — disse Rhea. — Como está Kyla?
— Ela está um pouco irritada por ficar presa, mas no geral está indo
muito bem.
Rhea sorriu. — Bem, estamos todos muito animados para vê-la de volta
ao trabalho em breve!
— Obrigado. Rhea. Eu direi a ela.
Ela saiu do meu escritório e eu me preparei para passar o dia.
Tentar manter Kyla longe do trabalho fracassou completamente depois
de cerca de uma hora, mas eu ainda estava fazendo tudo que podia para
<rar o peso do Baile do Embaixador de seus ombros.
Mesmo que isso significasse algumas noites até tarde.
Eu estava dirigindo sozinho para o trabalho nas úl<mas semanas e
navegar pelo labirinto de ruas de mão única no meu caminho para casa era
uma lição constante de paciência.
Pelo menos Dante estaria de volta ao trabalho em breve. Eu não <nha
contado a Kyla. mas tudo o que pude fazer foi impedir que se demi<sse após
o acidente.
Ele se culpou por não ter evitado o acidente, não importa quantas vezes
eu garan<sse a ele que não era culpa dele.
Foi necessária a ameaça de um motorista desconhecido levar Kyla para o
trabalho quando ela retornasse antes que ele finalmente concordasse em
voltar.
Na longa viagem de elevador até a cobertura, eu me preparei.
O humor da minha esposa estava... imprevisível... ul<mamente.
Agora em seu sé<mo mês de gravidez, era fácil ver que Kyla estava
desconfortável e entediada presa em casa o dia todo.
Era dipcil ver ela tão tensa, mas pessoalmente, fiquei feliz em saber que
ela e o bebê estavam bem.
— Kyla? — Gritei quando entrei no apartamento.
— Aqui!
Eu segui seu grito para o quarto de hóspedes que decidimos meses atrás
que seria o quarto do bebê. A porta estava aberta e meu queixo caiu quando
vi o que Kyla <nha feito.
A úl<ma vez que entrei aqui, era pouco mais do que um depósito de lixo.
Agora, tudo havia sido re<rado e o quarto estava totalmente limpo.
Kyla estava parada no meio do quarto, com as mãos na cintura. Havia um
pouco de sujeira presa em seu cabelo.
Meu primeiro impulso foi a preocupação. — Você fez tudo isso sozinha?
Você não deveria se dobrar ou levantar! — Eu reclamei.
Kyla revirou os olhos, mas seu sorriso era caloroso. — Claro que não!
Dante ajudou!
— Dante...
— Sim senhor? — uma voz disse atrás de mim. Me virei para ver meu fiel
motorista, ves<do com seu costumeiro terno preto e gravata.
Meu queixo caiu. Usando seu braço ileso, Dante estava carregando uma
grande caixa branca para o quarto. Ele o colocou no chão.
Kyla sorriu para mim. — Quando enviei uma mensagem a Dante e
perguntei se ele poderia me ajudar com uma pequena surpresa para você,
ele concordou em voltar ao trabalho alguns dias antes!
Ela sabe o quão perto ele chegou de desis<r?
Dante olhou para mim e balançou levemente a cabeça, como se dissesse
por favor, não diga a ela.
Eu dei um pequeno aceno de cabeça em resposta. — É ó<mo ver você.
Dante. Obrigado por ajudar.
— Magina. Sr. Hawksley. Se isso for tudo, irei para casa à noite. Kyla.
mudei todas as entregas. — - Obrigada. Dante - disse Kyla. puxando o chofer
para um abraço. Dante parecia atordoado, mas sa<sfeito com o gesto; ele
deu um tapinha nas costas dela.
Depois que ele saiu. Kyla se virou para mim, parecendo menos tensa do
que há dias. — Vamos lá, eu quero te mostrar tudo!
Ela me puxou pela mão para onde várias caixas grandes estavam perto
do armário.
Seu entusiasmo era contagiante e eu me sen< sorrindo para ela.
— Você pediu o berço! — Eu chorei quando vi o que uma das caixas
con<nha.
— E um trocador! Você fica encarregado de colocar tudo junto - disse
Kyla provoca<vamente.
Fazia dias que eu não a via tão cheia de energia. Impulsivamente, agarrei
ela suavemente pela cintura e a puxei para um beijo.
Nós dois rimos enquanto sua barriga crescendo tornava dipcil para nós
chegarmos tão perto como normalmente faríamos.
— Então, você finalmente decidiu sobre um tema? — Eu perguntei,
olhando para as várias amostras de <nta que ela espalhou pela sala. — Não
consigo decidir entre 'floresta' e 'no fundo do mar — '.
— Hm. A floresta tropical seria diver<da. Muita cor, — eu disse.
- Sim... acho que vou perguntar a Rhea e Coleen na segunda-feira disse
Kyla, sem olhar para mim.
Eu olhei para ela. — Segunda-feira?
— Sim! Tive uma resposta da Dra. Padma hoje.
Todos os resultados do meu teste da consulta de ontem voltaram ao
normal, e ela disse que posso voltar ao trabalho, desde que tenha o cuidado
de ir com calma.
Como se isso fosse acontecer. Kyla era uma força da natureza imparável
quando estava trabalhando.
Era uma das coisas que eu mais amava nela, mas agora, também me
assustava muito.
Mas por mais dipcil que fosse, eu mordi minha língua e não disse nada.
— Isso é ó<mo, Kyla. Sei que sua equipe está ansiosa para te ver.
Ela sorriu para mim, se aproximando para me beijar novamente. — Mas
primeiro, temos o fim de semana inteiro juntos. Sem trabalho. Somente
prazer. E montagem do berço. O que você acha?
Enquanto ela falava, sua mão desceu para descansar em meus quadris,
então deslizou para baixo.
Instantaneamente, comecei a inchar sob seu toque. Desde o acidente,
não wnhamos sido capazes de ser fisicamente ín<mos e eu sen<a falta de
sen<r seu corpo nu contra o meu todas as noites.
Ainda...
— Não tenho certeza se deveríamos... — murmurei, mesmo enquanto
latejava sob seus dedos em movimento.
Ela ficou na ponta dos pés para sussurrar em meu ouvido. — Como você
me disse, sempre há outras coisas que podemos fazer.
Enquanto ela falava, suas mãos começaram a puxar meu zíper, se
atrapalhando com a fivela do meu cinto.
Um gemido sufocado escapou dos meus lábios quando ela deslizou as
mãos nas minhas calças e agarrou meu pau.
Uma onda pulsante de luxúria rugiu em minhas veias. Segurando a
bochecha de Kyla, aproximei seu rosto do meu e a beijei profundamente.
Seus dedos con<nuaram a se mover para cima e para baixo, acariciando
minha cabeça sensível e apertando suavemente.
Meu pescoço se inclinou para trás. Kyla pressionou os lábios na pele com
barba por fazer do meu queixo, depois desceu pelo meu pescoço.
Cada toque foi como uma descarga elétrica.
Eu pra<camente podia sen<r meu corpo vibrando com a intensidade disso.
Espere...
Esse era o meu telefone. Zumbindo no meu bolso.
Eu o puxei para fora, pronto para jogar de lado, mas então olhei para a
tela.
Era Julian.
Meu irmão <nha viajado para Sydney a negócios alguns dias atrás. Era
uma tarde de sábado lá.
Julian odiava trabalhar nos fins de semana.
Ele preferia festejar a noite toda e dormir até o meio-dia.
Isso pode ser importante.
— Desculpe, espere. É Julian, — eu disse a Kyla.
Com um beicinho falso, ela re<rou a mão do meu pau inchado.
— Me dê dois minutos, — eu disse a ela. Ela sorriu para mim e eu abri o
telefone.
— Olá?
— Jensen! — A voz de Julian parecia distante, o que eu acho que era.
— E aí? — 'Ok. então não me odeie, — ele disse.
Meu coração afundou. — O que?
— Eu preciso que você voe para Londres. Nathan Holmes está em busca
de sangue e conseguiu desenterrar uma velha história de tabloide sobre um
escândalo envolvendo nosso hotel em Londres e um caso de assassinato de
12 anos.
Meus olhos se voltaram para Kyla, que me observava com curiosidade.
— Por que tem que ser eu?
Eu pra<camente podia ouvir Julian revirando os olhos. — Porque estou
preso na Austrália resolvendo a bagunça com o vice-presidente que saiu
aleatoriamente na semana passada. E Rufus já está inundado com todo o
resto.
— Esta não é uma boa hora. Julian. Você sabe disso.
— E você sabe que eu não perguntaria se não fosse importante, — ele
respondeu.
Eu pressionei a mão na minha testa. — Quanto tempo?
— Duas semanas, no máximo. Eu prometo.
— Duas semanas! — Eu ecoei.
— O que está acontecendo? — Kyla perguntou.
Eu não conseguia pensar. — Julian. me deixe ligar de volta.
— Ok. mas me retorne o mais rápido possível.
Precisamos de um Hawksley lá. irmão. Eu sinto muito.
— Compreendo. — Desliguei o telefone e olhei para Kyla.
Ela cruzou os braços, sabendo que eu não <nha boas nowcias.
— Eu tenho que ir para Londres. Nathan Holmes está ameaçando
manchar a Hawksley Enterprises em todos os jornais. Eu tenho que resolver
tudo.
Seus ombros caíram. — Por duas semanas?
Eu balancei a cabeça, minha cabeça girando.
Todos os móveis do quarto estavam em caixas. Fui para o nosso quarto e
afundei no colchão.
Duas semanas. Tanta coisa pode acontecer em duas semanas.
O pânico se apoderou de mim.
Como eu deveria protegê-la - proteger nosso bebê - do outro lado do
oceano?
Tinha que ligar para Julian, dizer a ele que eu não poderia ir.
Kyla entrou no quarto. Sen<ndo minhas emoções fortes, ela perguntou
baixinho: — O que você está pensando?
— Vou dizer a Julian para encontrar outra pessoa. Eu não posso deixar
você aqui. E se algo acontecer e eu es<ver na Inglaterra?
— Nada vai acontecer. Jensen. A médica disse que estou bem.
— Sim, mas e se ela es<ver errada? Os médicos estão errados o tempo
todo. Eles mandaram você para casa do hospital, e você quase teve um
aborto espontâneo! — Minha voz aumentou, a adrenalina agitando meu
intes<no.
Kyla permaneceu calma. — Você é um Hawksley. E agora, eu também. Se
você <ver que ir, eu vou ficar bem. Vou até tentar ajudar quando voltar ao
trabalho na próxima semana.
Eu gemia de angús<a. Eu <nha me esquecido de seu glorioso retomo ao
Grand Hotel.
Kyla estava voltando ao trabalho. Ela estaria no trânsito, andando pelas
ruas.
Meu pânico aumentou. Minha cabeça caiu sobre minhas mãos.
— Ei! Jensen, está tudo bem. Eu me sinto bem.
Eu não disse nada. Não queria que ela visse como eu estava com medo
de que ela entrasse em trabalho de parto prematuro e eu es<vesse a
milhares de quilômetros de distância.
Kyla suspirou ao meu lado. — Se... se você quiser, eu posso ficar aqui
enquanto você está fora. Posso fazer uma conferência no trabalho, acho. —
Eu agarrei suas palavras como um homem se afogando. — Sério? Você faria
isso? — Eu perguntei, meu peito ainda apertado.
Ela parou por um longo momento. — Quero dizer... se for realmente tão
importante para você. Mas vou assumir o seu escritório.
Beijei suas mãos, meu coração se sen<ndo mais leve de repente.
Mais dez semanas. O bebê estaria aqui em dez semanas.
Talvez até então eu encontrasse uma maneira melhor de lidar com esse
medo constante e torturante de que algo ruim iria acontecer.
Kyla
Eu nunca deveria ter me oferecido para ficar em casa por mais duas
semanas.
Não me ocorreu que Jensen agarraria a ideia com tanta força.
Na úl<ma semana de meu repouso na cama, es<ve em reuniões do
FaceTiming com minha equipe de marke<ng. As coisas estavam indo a todo
vapor para o Baile do Embaixador.
Mas eu ainda precisava estar lá.
Por que me ofereci para ficar?
Ao ver o imenso alívio no rosto de aparência cansada de meu marido,
soube a resposta.
O bebê me chutou com força nas costelas. Puxei a mão de Jensen para
baixo para sen<r o movimento su<l.
Não foi a primeira vez que sen<mos o bebê se mexendo, mas a sensação
nunca ficou menos mágica.
Suspirei. — Então, quando você vai embora?
Enquanto discuwamos os planos de viagem de Jensen. imediatamente
me arrependi de minha decisão de ficar longe do trabalho.
Capítulo 24
Noite das garotas
Kyla
— Sarah, você já tem o mapa de assentos do modelo pronto? Precisamos
ter certeza de que Henry Lanscombe está sentado o mais longe possível de
Douglas Smythe.
Aparentemente, a esposa de Lanscombe estava dormindo com Smythe,
então seria melhor manter alguma distância entre eles.
— Posso providenciar para você amanhã à tarde, — respondeu ela.
Na TV de tela plana montada no escritório de Jensen. minha equipe de
marke<ng olhou para mim.
— Ó<mo. Porque os convites oficiais estão saindo no final da semana.
Quero que estejamos prontos para enfrentar quaisquer problemas em
potencial antes que eles se transformem em problemas completos, — eu
disse.
Na minha barriga, o bebê girava e girava, pressionando minha bexiga.
O pequeno feijão estava ficando mais pesado, e minha necessidade de ir
ao banheiro agora era quase constante.
— Vamos fazer uma pausa um pouco, — disse à minha equipe. —
Encontro aqui depois do almoço?
Todos concordaram, e a tela ficou preta quando eles desligaram.
Com um gemido, me levantei da cadeira de couro e desci o corredor até
o banheiro.
Jensen <nha par<do para Londres três dias atrás, e por mais vazia que
nossa casa parecesse antes, agora era duas vezes pior.
Eu <nha me acostumado com sua presença reconfortante ao meu lado
durante a noite, e meu sono <nha sido agitado nas úl<mas noites.
O fato de eu ter que fazer xixi a cada quinze minutos não ajudava.
Depois de usar o banheiro, vaguei pela cobertura, ambas as mãos na
parte inferior das minhas costas enquanto tentava es<car meus músculos
doloridos.
O pequeno feijão deu uma cambalhota na minha barriga e eu sorri.
Quando entrei no terceiro trimestre, me sen< desconfortável e indigna.
Mas toda vez que sen<a os movimentos cada vez mais a<vos do bebê,
não conseguia evitar os arrepios de antecipação que dançavam nas pontas
dos meus dedos.
Em breve, pequenina. Eu te encontro em breve.
Meu telefone estava piscando quando voltei para o escritório da casa de
Jensen.
Com um choque surpreso de prazer, vi que era Coleen.
Coleen: Ei garota!
Kyla: Ei!!!
Kyla: E aí!?
— Isso é tão fofo. Kyla. Eu amo todos esses bichinhos de pelúcia! — Rose
disse, pegando um macaco de pelúcia no chão do berçário.
Ela jogou o macaco para Megan. Fez um guincho pronunciado quando
ela o pegou, e Megan desmaiou em um ataque de risos.
— O que vocês estão fazendo aqui? Estou fazendo pipoca! — Coleen
disse da porta. Seu rosto estava rosado e havia uma taça de vinho pela
metade na mão.
— Sim, pensei que estávamos nos preparando para assis<r Ryan Gosling
<rar a camisa! — Disse Marie, seguindo Coleen.
Minhas amigas estavam todas ves<das com moletons confortáveis e
segurando taças de vinho.
Elas trouxeram uma garrafa de vinho sem álcool para mim e fiquei
emocionada por sua consideração.
Bebi meu suco de uva espumante enquanto me sentava na poltrona
baixa que agora estava encostada na parede.
— E no úl<mo fim de semana, quando você estava vendo aquele
baterista <rar a camisa! — Rose gritou, apontando para Marie.
— Eu não estava! — Marie protestou, mas suas bochechas já rosadas
ficaram vermelhas.
Megan se levantou de seu lugar no chão. — Não negue! — ela disse. Kyla,
você deveria ter visto. Esse cara <nha tatuagens como... todo o caminho até
seu você-sabe-o-quê.
— Oh meu Deus, Megan, você pode dizer 'pênis'! — Rose bufou.
— Qualquer que seja. Então, esse baterista, ele <ra a camisa no meio de
uma apresentação, e o queixo de Marie bate. No. Chão. Foi hilário.
— Era o policial Delton. se apresentando para o serviço! — Rose disse,
dando uma saudação exagerada.
— Aposto que ela gostaria de ter as algemas! — Megan acrescentou,
desatando a rir.
Marie olhou feio, mas seus lábios formaram um sorriso.
Eu ri junto com eles, mas uma estranha tristeza se estabeleceu ao meu
redor como uma névoa.
Não é como se eu esperasse que o mundo parasse de girar só porque eu
estava grávida e presa aqui dentro.
Mas, pela primeira vez, sen< a distância que havia crescido entre minhas
amigas e eu.
No ano passado, eu teria saído em clubes com as garotas, bebendo
coquetéis de frutas e rindo enquanto Marie transava com um cara gostoso.
Não seja uma amiga deprimente. Divirta-se.
— Você viu, Coleen? — Eu perguntei a ela.
— Não, eu não saí no fim de semana passado. Eu estava com Patrick, —
ela disse, tomando um longo gole de seu vinho.
Tentei não deixar meu sorriso vacilar. — Ó<mo!
Como vão as coisas?
— Surpreendente! — ela jorrou. — Ele está vindo mais tarde para me
pegar.
Meu coração afundou. — Mas eu pensei que vocês iriam passar a noite?
Coleen terminou seu vinho em um grande gole. — Quer dizer, é claro que
vou ficar um pouco. Acabei me acostumando a ficar na casa dele, sabe?
Patrick diz que não consegue dormir a menos que esteja me segurando!
Ela olhou para o copo vazio. — Alguém mais precisa de uma recarga?
Todos nós balançamos a cabeça e ela saiu da sala. Lancei um olhar
suplicante para Marie. que me deu uma sacudida afiada de sua cabeça.
— Já tentamos. Acredite em mim.
— Então, vamos apenas fingir que está tudo bem? — Eu assobiei.
— Não. Vamos con<nuar apoiando nossa amiga, — Megan falou
calmamente.
— Não podemos arrastar ela chutando e gritando para falar verdade. Ela
tem que perceber por si mesma.
— Mas isso não significa que não podemos ajudar!
— Nós estamos, Kyla. Você não tem estado muito por perto
ul<mamente, e tudo bem. Mas sabemos o que está acontecendo e estamos
observando a situação de perto, — disse Marie.
— Isso não é uma maldita inves<gação policial, Marie! Não temos que
esperar por um mandado para ajudar nossa amiga!
Uma tosse pronunciada na porta me fez congelar. Todos nós olhamos
para ver Coleen parada na porta do berçário, com os braços cruzados sobre
o peito.
— Desculpe, você gostaria que eu saísse para que você possa con<nuar
falando sobre mim nas minhas costas? — Ela disse, sua boca torcida para um
lado.
— Coleen... — comecei.
Mas ela já estava correndo pelo corredor.
Lutei para me levantar da poltrona, mas minha barriga enorme
dificultava qualquer apoio, e caí de volta na almofada.
Rose e Marie já estavam fora da porta atrás de Coleen. Megan parou para
me colocar de pé e eu fui atrás deles.
Coleen estava andando com raiva pela cozinha, batendo em seu telefone
com os polegares.
— Coleen, sinto muito por estarmos falando sobre você. Só estava
tentando aprender mais sobre Patrick.
— Não, você não estava! — Ela cuspiu. — Vocês todas estavam falando
sobre mim como se eu fosse algum <po de mulher espancada. Pelo amor de
Deus, olhe para mim, estou bem! — Ela abriu bem os braços.
— Ninguém pensa que você é uma mulher espancada, — Marie falou em
uma voz calma. — Estávamos apenas tentando explicar para Kyla-
- Oh, porque Kyla planejou tudo, é claro! Porque agora ela está casada e
grávida, — Coleen zombou.
— Ei! — Eu chorei indignada.
— Coleen. você não está sendo justa. — Rose implorou.
— Eu só queria vir e ter uma noite diver<da com minhas amigas, mas
tudo o que você quer falar é como você não gosta de alguém de quem gosto.
Seu olhar caiu para o chão, e eu a ouvi fungar.
Megan me lançou um olhar desesperado.
Fui até Coleen e lhe dei um abraço desajeitado, que foi tudo que consegui
com minha barriga grande no caminho.
— Sinto muito, — eu disse. — Eu não queria estragar a sua noite.
Ela ficou rígida por um momento, mas então me abraçou de volta. —
Tudo bem. Talvez sejam apenas os hormônios da gravidez!
Eu dei uma risada fraca. — Pode ser.
Houve uma ba<da forte na porta. Coleen enxugou os olhos e sorriu
nervosamente. — Esse é o Patrick. Eu pedi a ele para vir me buscar. Ela
correu para abrir a porta.
Como ele chegou aqui tão rápido? Ele estava esperando no saguão?
Ele não compareceu ao meu casamento, então eu não via Patrick Denton
há meses.
Sua pele naturalmente bronzeada estava bronzeada ainda mais escura
pelo sol do final da primavera. Isso fez seu sorriso parecer ainda mais branco.
Como dentes de tubarão, pensei com um estremecimento.
— Ei. querida. Pronta para ir? — Ele disse, envolvendo um braço
musculoso em volta da cintura dela.
— Sim. me deixe pegar minha bolsa, — ela disse, ficando na ponta dos
pés para lhe dar um beijo.
Ela disparou para a sala de estar.
— Vocês estão tendo uma boa noite, meninas? — Patrick perguntou,
olhando para todos nós em nossos moletons.
— Sim. Estávamos nos preparando para pedir o jantar. Coleen. tem
certeza de que não quer ficar e comer? — Rose disse, observando nossa
amiga.
Coleen mordeu o lábio, seus olhos disparando para Patrick e depois de
volta para nós.
— Não. acho que já vou.
— Tem certeza? — Eu pressionei.
— Ela disse que <nha certeza, — interrompeu Patrick. se virando para ir
embora.
— Eu não estava falando com você, — eu reba< para ele.
Eu pensei ter visto seus olhos se estreitarem por um breve momento.
Ele não gosta que as pessoas discordem dele.
Mas então ele se foi subs<tuído pelo mesmo sorriso frio. Ele beijou
Coleen novamente. — Vou esperar por você no elevador.
Ela acenou com a cabeça e se voltou para nós, parecendo envergonhada.
— Tenham uma noite diver<da, pessoal! — Ela disse.
— Aww Coleen, por favor, fique! — Megan deixou escapar.
— Nossa, vejo vocês todas em alguns dias. Não é grande coisa, — Coleen
disse com uma risada.
Ela deu a todas um abraço rápido e saiu pela porta. — Tchau! — Ela disse
do corredor.
Assim que a porta foi fechada, me aproximei de Marie.
— E você acha que não há nada com que se preocupar? — Eu exigi.
— Na verdade, acho que devemos nos preocupar! — Ela respondeu com
veemência.
— Mas também sei que se con<nuarmos a pressionar, — Marie
con<nuou, — ela vai correr cada vez mais para os braços dele. Eu vejo isso o
tempo todo.
— É besteira, — eu disse.
— Sim. Sim. ele é. Venha, vamos sentar e discu<r isso.
Segui minhas amigas pelo corredor, ouvindo elas se preocuparem com o
que fazer com Coleen.
Interiormente, decidi que estava farto.
Eu estava cansada de andar na ponta dos pés.
Decidi convidar minha amiga para almoçar no domingo e forçá-la a
perceber de uma vez por todas que Patrick Denton era um problema.
Capítulo 25
O apartamento empoeirado
Kyla
Exceto que Coleen conseguiu evitar minhas ligações durante todo o fim
de semana.
Depois de sua saída abrupta da noite das garotas, a diversão acabou e
acabamos todos indo para a cama cedo.
Eu liguei para Coleen uma dúzia de vezes desde então, mas ela deve ter
desligado o telefone porque ia direto para o correio de voz todas as vezes.
Na segunda-feira à tarde, eu já estava farta disso.
Eu não conseguia me concentrar no trabalho. Não consegui ouvir Jensen
quando ele me ligou para me contar como iam as coisas em Londres.
Eu estava tão distraída que mal conseguia comer, e essa era a única coisa
em que eu era realmente boa até então.
Finalmente, liguei para o balcão de concierge do Grand Hotel. Com
certeza, a voz de Coleen viria ao telefone um momento depois.
— Concierge, como posso ajudá-lo?
Minha mandíbula se apertou. Todas as palavras calmas e cura<vas que
eu vinha ensaiando durante todo o fim de semana desapareceram,
subs<tuídas por uma raiva ardente.
— Então você está viva. Bem, acho que é alguma coisa.
— Kyla? Por que você está me ligando no trabalho? — Coleen perguntou.
— Não sei. Talvez porque minha melhor amiga me abandonou na outra
noite e não retornou nenhuma de minhas ligações!
— Meu telefone caiu da minha bolsa e desceu um lance de escada na sexta
à noite. Está totalmente destruído. Eu não <ve a chance de conseguir um
novo.
— Mandei mensagens para você no Twi‰er... WhatsApp... Facebook, —
persis<.
— Sim... que estão todos no meu telefone Coleen disse sarcas<camente.
Eu Belisquei a ponte do meu nariz. Isso não estava nos levando a lugar
nenhum.
Pare de atacar. Como todo mundo fica dizendo, seja solidária.
— Você vai fazer alguma coisa depois do trabalho? — Eu perguntei a ela.
— Na verdade, tenho planos para jantar com Patrick. — Eu podia ouvir o
desafio em sua voz.
— E antes disso? Posso te encontrar no seu apartamento? — Minha voz
soou estridente e desesperada, até mesmo para meus próprios ouvidos.
Coleen fez uma pausa. — Eu pensei que você ainda estava de repouso?
Merda. Eu prome< a Jensen que não iria para a cidade enquanto ele
es<vesse em Londres.
Ainda assim... isso era importante. Ele entenderia. E a Dra. Padma já me
disse que eu estava bem para me esforçar um pouco mais...
— Eu não me importo, — disse, tomando uma decisão repen<na. — A
que horas sais do trabalho?
- Seis, mas Kyla... - ela começou, mas eu a interrompi.
— Estarei no seu apartamento às seis e meia, — falei, depois desliguei
antes que ela pudesse dar uma desculpa.
A energia começou a fluir por mim. Depois de semanas sem fazer nada,
eu finalmente entraria em ação.
— Dante? — Liguei para a cozinha, onde o chofer acabara de trazer um
carregamento de man<mentos.
— Sim. Kyla? — Ele respondeu imediatamente, entrando na sala.
— Você pode me levar à casa Coleen às seis? — Eu perguntei a ele.
Dante parecia preocupado. — Não sei se é a melhor ideia. O Sr.
Hawksley
— Está em Londres, — eu disse com firmeza. — E esta é uma emergência.
Minha amiga precisa de ajuda. II Ele ainda parecia incerto, então eu dei a ele
um olhar suplicante. — Por favor? Caso contrário, terei que pegar um Uber.
Dante suspirou e eu sabia que <nha vencido.
— Obrigada. Dante. Significa muito para mim. — Quando foi a úl<ma vez
que saí do apartamento para outra coisa que não fosse uma consulta
médica?
Sen< uma pontada de culpa por quebrar minha promessa a Jensen. mas
disse a mim mesma novamente que ele entenderia.
Minha amiga precisava de mim.
Mesmo que ela não soubesse.
Meu coração ba<a forte enquanto eu subia o pequeno lance de escadas
para o apartamento de Coleen.
Eu precisava fazer xixi. Urgentemente.
Ba< em sua porta, e ela se abriu um momento depois para revelar
Coleen. parecendo irritada.
— Ei, — eu disse cautelosamente.
— Ei, — ela respondeu. Ela não ofereceu mais nada. Depois de um
silêncio constrangedor, perguntei: — Posso entrar? E talvez usar seu
banheiro? O bebê está usando minha bexiga como cama elás<ca.
Ela sorriu fracamente e deu um passo para o lado para me deixar entrar.
Passei correndo por ela para o banheiro e entrei, tentando organizar
meus pensamentos.
Ok. Eu finalmente a tenho sozinha.
Agora diga o que veio dizer.
O que é... o quê?
A adrenalina que havia passado por mim durante toda a tarde estava
evaporando agora que eu estava realmente em seu apartamento.
Quando fui lavar as mãos, percebi que a escova de dentes de Coleen
havia sumido do balcão.
Assim como sua escova de cabelo. E toda a maquiagem que geralmente
ficava espalhada.
Eu olhei em direção ao chuveiro.
Sem Shampoo. Sem sabonetes. E a cor<na do chuveiro estava dura e
seca, como se não fosse usada há semanas.
Minha sobrancelha franziu. Voltei para a sala, percebendo ao fazer isso
que tudo estava coberto por uma fina camada de poeira.
Coleen estava parada perto da porta, remexendo preguiçosamente em
uma pilha de correspondência tão espessa quanto um dicionário.
— Você - você não mora mais aqui? — Eu perguntei, olhando em volta
com espanto.
Ela não ergueu os olhos dos envelopes. — Eu ainda moro aqui Tipo, ainda
é meu apartamento. Eu pago o aluguel. Mas passo a maior parte das minhas
noites na casa de Patrick.
— Parece que todas as suas noites, — murmurei, passando o dedo pela
mesa empoeirada da cozinha.
Coleen jogou a pilha de correspondência na mesa.
- Que porra é essa, Kyla? Você realmente quer fazer isso?
— Fazer o que? — Eu perguntei, me esforçando para manter a calma.
— Não banque a idiota. Você invadiu aqui, em pé de guerra, porque
claramente não pode aceitar o fato de que estou em um relacionamento que
você não aprova.
— Ninguém aprova isso, Coleen! Você desaparece por dias e começa a
ligar doente para o trabalho. Você aparece no meu chá de bebê com
hematomas e com os olhos inchados e fechados de lágrimas e espera que
todas finjam que não estão vendo!
Apesar da minha luta para permanecer equilibrada, todas as palavras
raivosas que eu estava segurando por semanas de repente saíram da minha
boca como uma inundação.
Ao mesmo tempo, espontaneamente, as lágrimas começaram a escorrer
pelo meu rosto, de modo que comecei a soluçar e gritar ao mesmo tempo.
— Quase não passamos tempo com essa pessoa. Nós não o conhecemos.
Por que ele não quer que o conheçamos melhor, Coleen?
Ele nem se deu ao trabalho de aparecer no meu casamento!
— Você não se preocupou em aparecer no seu casamento! — Coleen
sibilou para mim.
— Eu - isso não tem nada a ver com nada! — Eu gaguejei.
Mas os olhos de Coleen brilharam de raiva. Ela apontou o dedo para meu
rosto. — Não sei por que você se recusa a admi<r que tem sido uma
hipócrita desde o primeiro dia!
Meu queixo caiu, mas nenhuma palavra saiu.
— Você tem me julgado sobre meu relacionamento com Patrick, dizendo
que estamos indo rápido demais, que não o conheço muito bem. Você
engravidou em um caso de uma noite e foi morar com o cara um mês depois!
— Aquilo - foi totalmente diferente, — eu disse, tentando encontrar uma
resposta melhor.
A boca de Coleen torceu, mas ela estava chorando agora também.
— Não acho que seja diferente, Kyla. Acho que encontrei um cara rico e
bonito - igual a você. Mas, em vez de apoiar, todos estão tentando nos
separar. Até minha melhor amiga!
— Estamos apenas tentando cuidar de você! — Eu insisto.
— Quando? Faz semanas que mal te vejo! Você tem estado tão envolvida
no trabalho, no casamento e na gravidez, que mal nos falamos.
— Isso não é verdade... — eu disse, mas suas palavras <nham um toque
de verdade nelas.
Minha vida <nha sido um turbilhão de reuniões, planejamento de
casamento e consultas médicas antes do acidente de carro.
E depois, eu me isolei de todos enquanto estava em repouso na cama.
Coleen olhou para mim. lendo meus pensamentos. — Kyla, eu não
durmo no meu apartamento há quase três meses, e você demorou muito
para perceber.
Meus ombros caíram. Todos os meus pensamentos estavam abalados, a
ponto de eu nem mesmo saber o que estava tentando dizer.
Acho que ele está manipulando você...
Ele machucou você uma vez, ele vai machucar você de novo...
Afaste-se antes de entrar muito fundo...
Todas essas respostas rodaram em minha mente, mas eu não conseguia
transformá-las em palavras.
Coleen enxugou as lágrimas em seu rosto com as costas da palma da
mão.
Quando ela olhou para mim. vi que a maquiagem em sua bochecha
estava borrada.
Revelando uma contusão leve e amarelada.
Meu coração estremeceu com a visão. — Coleen... — Eu engasguei, meus
olhos fixos na marca.
Ela pegou meu olhar, e sua mão foi para sua bochecha machucada.
Por um momento, nós duas ficamos absolutamente imóveis, esperando
que o outro fizesse o primeiro movimento.
Um pensamento terrível me ocorreu e borbulhou em meus lábios antes
que eu pudesse impedir. — Seu telefone está realmente quebrado, Coleen?
Ou ele disse para você não falar conosco? — Eu sussurrei.
O sangue subiu para seu rosto e sua boca se tomou uma linha fina. —
Terminamos aqui. Saia, Kyla.
— De jeito nenhum. Você vai me contar o que aconteceu com o seu rosto
e eu não vou embora até você fazer isso.
Seu olhar furioso encontrou o meu. Eu levantei meu queixo
desafiadoramente.
Coleen agarrou sua bolsa da mesa. — Tudo bem, então eu vou embora.
Ela saiu pela porta antes que eu pudesse responder, subindo três degraus
de cada vez enquanto corria para a saída.
— Coleen, espere! — Tentei seguir ela, mas tudo que consegui fazer foi
um gingado desajeitado, e ela já <nha ido embora quando Cheguei ao
saguão.
Houve uma pontada no meu lado. Pressionei minha mão no meu
abdômen, respirando com dificuldade.
Dante estava esperando por mim no novo SUV preto mais brilhante que
subs<tuiu o destruído.
Ele saiu imediatamente quando me viu. seu rosto enrugado de
preocupação.
— Você viu Coleen sair daqui? — Perguntei.
— Sim, havia um táxi parando e ela entrou. Está tudo bem? — Dante
perguntou suavemente.
Mordi meu lábio para não chorar.
Não, nem tudo está bem. Realmente, realmente não está bem.
Meu telefone zumbiu na minha bolsa e quase o deixei cair enquanto
tentava desbloquear.
— Coleen? Sinto muito, por favor, volte, só quero falar com você! — Eu
disse tudo de uma vez.
— Kyla? É Rhea...
A voz da minha secretária parecia tensa ao telefone.
Respirei fundo, tentando firmar meus pensamentos. — Rhea? O que está
acontecendo? Por que você não está em casa esta noite?
Ela fez uma pausa longa o suficiente para eu saber que algo estava
errado.
— Rhea. me diga o que aconteceu, — eu a encorajei.
— O arquivo sumiu, — disse ela em voz baixa.
— Que arquivo?
— O arquivo. No Baile do Embaixador. Tínhamos
tudo compar<lhado no servidor da empresa. Todos os menus, as tabelas
de assentos, os i<nerários. E tudo se foi! — A voz de Rhea se elevou até
que se tomou um guincho alto.
— Não pode simplesmente ter sumido, — eu insis<. — E o servidor de
backup?
— Não está no servidor de backup! — Rhea gritou. — Eu verifiquei em
sete computadores diferentes, Kyla. Tudo em que trabalhamos acabou.
Eu não conseguia pensar. Eu mal conseguia respirar.
Metade da minha mente ainda estava em Coleen. no hematoma que
marcava seu rosto.
Mas a realidade das palavras de Rhea estava se aprofundando.
Todos os planos, tudo em que trabalhamos para o Baile do Embaixador -
se realmente havia desaparecido, então não wnhamos qualquer chance de
tornar o evento um sucesso.
Eu precisava ir para o escritório.
— E se algo acontecer e eu não es<ver lá?
— Preciso saber que você está segura.
As palavras suplicantes de Jensen ecoaram em meu cérebro. Parada
no meio-fio. me sen< dilacerada pela indecisão.
Eu tenho que consertar isso. Eu tenho que consertar algo.
Eu olhei para Dante. que franziu a testa em desaprovação.
— Já vou, — disse a Rhea.
Capítulo 26
De volta a casa
Kyla
Várias longas e exaus<vas horas depois, parecia que Rhea e eu havíamos
conseguido desfazer a maior parte do dano.
Liguei para Pete, nosso cara de TI, que conseguiu encontrar um arquivo
de backup para o Baile do Embaixador entrando por um backdoor
programado no servidor.
O arquivo de backup só se atualizava uma vez por semana, então todo o
trabalho que minha equipe vinha fazendo nos úl<mos dias foi perdido para
sempre.
Ainda wnhamos muito que recuperar, mas me sen< enjoada de alívio
quando pensei em como poderia ter sido ruim.
Tudo poderia ter desaparecido sem deixar veswgios.
Além do mais, depois de copiar o arquivo em um pen drive par<cular
para mim, Pete me puxou para o corredor e me disse em voz baixa que quem
quer que tenha excluído o arquivo original deve ter feito isso
deliberadamente.
Não havia outra maneira de explicar como ele havia desaparecido
simultaneamente do servidor da empresa e do servidor de backup principal,
bem como dos arquivos pessoais de Rhea e dos meus.
Ou alguém invadiu o mainframe do Grand Hotel... ou wnhamos um
traidor em algum lugar do escritório.
Julian
Por que estou aqui?
Depois do longo voo de Sydney para Chicago, eu deveria estar na cama,
tentando dormir para evitar o jet lag.
Quando meu voo pousou, eu mandei uma mensagem para minha
namorada Grace para que ela soubesse que eu estava na cidade. Ela me
pediu para ir ao apartamento dela, mas eu implorei, dizendo que estava
cansado do voo.
Na verdade, eu me sen<a inquieto e nervoso. Eu não estava com vontade
de ver Grace.
Atravessei o saguão quase vazio do Grand Hotel, a caminho do escritório
para ver como as coisas estavam progredindo na ausência de Jensen e Kyla.
Após a minha entrada, um convidado sentado no saguão cutucou a
mulher sentada ao lado dela, apontando para mim.
— É Julian Hawksley! — Ela gritou, pegando seu telefone para <rar uma
foto.
Sorri educadamente para eles, passei pela silenciosa recepção e subi as
escadas.
Eu fui seguido por câmeras durante toda a minha vida, não deveria estar
surpreso.
Ainda assim, eu gostaria que houvesse algum lugar em Chicago onde eu
pudesse ir sem ser admirado.
Nem mesmo meu local de trabalho era seguro.
Quando virei a esquina para a ala execu<va do hotel, vi a secretária de
Kyla sentada em sua mesa, vasculhando uma pilha de pastas.
Qual era o nome dela?
Rhea.
Ela olhou para cima e me viu. Fiquei surpreso ao ver todo o sangue sumir
de seu rosto.
Eu era tão in<midante para a equipe do Grand Hotel?
— 0 que você está fazendo aqui tão tarde da noite? — Eu perguntei,
sorrindo para ela.
— Senhor. Hawksley - senhor - eu não esperava vê-lo, — ela gaguejou.
Seus olhos dispararam para a porta fechada do escritório de Kyla.
- Eu estava tentando lidar com algumas coisas antes... - parei quando a
porta do escritório se abriu e Kyla saiu para o corredor.
Como sua secretária, seu rosto ficou branco quando ela me viu.
— J — Julian. O que você está fazendo aqui? — Ela disse, os olhos
arregalados de surpresa.
E culpa. Ela sabia que <nha sido pega.
— Eu poderia te fazer a mesma pergunta, — eu disse, cruzando meus
braços.
Ela prometeu a Jensen que trabalharia em casa enquanto ele es<vesse
fora.
Ela foi se esgueirando para o hotel para trabalhar a noite toda esse
tempo todo?
— Então, quantas vezes você men<u para o meu irmão? — Eu disse
acusadoramente.
O queixo de Kyla caiu. — Eu não men<!
A raiva ferveu ao longo da minha pele. — Você prometeu a Jensen que
ficaria em casa. Que você ficaria segura enquanto ele es<vesse fora. E agora
aqui está você trabalhando no meio da noite!
— São apenas dez horas! — Ela respondeu, suas bochechas em chamas
vermelhas.
Ao ouvir sua voz elevada, um homem genericamente bonito com cabelo
escuro colocou a cabeça para fora da porta de um escritório.
— O que diabos está acontecendo? — Disse o estranho.
— Bruce? O que você está fazendo aqui? — Perguntou Kyla. Percebi a
suspeita em sua voz.
— Trabalhando até tarde na conta Knight. Você tem algum problema com
isso? — o cara - Bruce, eu acho - perguntou.
Então seus olhos foram para mim. — Senhor. Hawksley! — Ele caminhou
para frente, segurando minha mão na sua e apertando como se es<vesse
correndo para o cargo. — Bruce Parker. Sou filho de Benjamin Parker. Das
Indústrias Parker.
Idiota arrogante. Eu odiava esses <pos egoístas. — Prazer em conhecê-
lo, Bruce. Você poderia dar a Sra. Hawksley e eu um momento, por favor? —
Ele nem se incomodou em parecer envergonhado. — E claro. Prazer em
conhecê-lo, Sr. Hawksley.
Kyla e eu esperamos que seus passos desaparecessem.
Então eu me virei para ela.
— Você está indo para casa agora!
— Não me dê ordens, Julian Hawksley!
Rhea saltou para resgatar sua chefe. — Foi tudo minha culpa. Sr.
Hawksley. Houve uma emergência, liguei para Kyla e implorei para que ela
entrasse. Ela salvou o dia!
Kyla sorriu agradecida para ela. — Obrigada, Rhea.
Ela con<nuou: — Mas eu cuido disso a par<r daqui. Por que você não vai
em frente e vai para casa enquanto eu tenho algumas palavras com Sr.
Hawksley.
Sua voz era baixa e ameaçadora. Rhea entendeu a dica e agarrou a bolsa.
Quando finalmente ficamos a sós, o distanciamento educado sumiu da
voz de Kyla. — Como você ousa entrar aqui e mandar em mim!
— Tecnicamente, eu sou seu chefe, — eu disse, levantando uma
sobrancelha.
— Oh, cale a boca!
Seu rosto estava vermelho e inchado. Não sabia dizer se era por causa do
choro ou da gravidez.
Sinceramente. não me importei.
Kyla era minha família agora, gostasse ela ou não.
— Pegue sua bolsa, vou te levar para casa, — eu disse a ela.
— Eu não vou a lugar nenhum com você. Dante vai me levar para casa
quando eu decidir ir embora. — ela respondeu teimosamente.
Fechei meus olhos, minhas mãos cerradas em punhos.
- Droga. Kyla. Não estou mais discu<ndo com você sobre isso. Você está
sendo irracional e não estou com disposição.
— FODA-SE. JULIAN! — ela gritou comigo.
Eu dei um passo para trás surpresa.
Kyla quase nunca praguejava.
Ela veio até mim como uma leoa. — Estou farto de lidar com os homens
da minha vida pensando que sabem o que é melhor para o meu corpo. E
estou farta de pessoas me tratando como...
Ela se interrompeu, estendendo uma das mãos para se apoiar na mesa
de Rhea.
Sua outra mão pressionou contra seu abdômen inchado. Seus olhos se
fecharam de dor.
Meu coração parou. — Kyla? O que está errado? — Ela sibilou, uma
inspiração aguda. — Não sei. De repente, há apenas uma sensação de
queimação. Como um... fogo muito quente no meu estômago. II Agora meu
coração começou a bater rápido novamente, dando um passo rápido no meu
peito.
— O que deveríamos fazer? — Eu perguntei, olhando em volta
desesperado por alguém - qualquer um - mais que pudesse nos ajudar.
Mas os corredores silenciosos estavam desertos.
Kyla engasgou de novo, a mão ainda pressionando o estômago.
Oh Deus. OK.
Eu <nha que fazer algo.
Estendendo a mão, agarrei Kyla pelo braço, me abaixando para envolvê-
la em meus ombros. — Vamos, — eu disse. — Vamos te levar para o hospital.
Ela apenas balançou a cabeça e me deixou ajudar a descer o corredor e
entrar no saguão, onde meu motorista Jeffrey ainda estava esperando do
lado de fora.
— Chicago General, — eu disse a ele, ajudando Kyla a entrar.
Por favor. Pensei comigo mesmo enquanto acelerávamos em direção ao
hospital.
Por favor, fique bem.
Kyla
Passamos quase duas horas no hospital, com Julian andando
frene<camente e mandando mensagens de texto para Jensen a cada
dois segundos.
A dor ardente em meu estômago ia e vinha em ondas nauseantes. Meu
coração apertou de medo quando o médico finalmente veio dar o
diagnós<co.
Indigestão.
Aparentemente, conforme o bebê crescia, estava começando a
pressionar meu estômago, assim como minha bexiga.
O médico prescreveu um an<ácido leve após as refeições e me mandou
para casa.
Julian parecia tão abalado com toda a experiência que nem argumentei
quando ele insis<u que ele e Jeffrey me deixassem no apartamento em vez
de Dante.
Ele me acompanhou até a porta da frente, como se <vesse medo de que
eu escapulisse por uma entrada lateral e voltasse para o Grand Hotel para
con<nuar trabalhando.
Capítulo 27
Voo do Macaco
Jensen
— Sim, Kyla, foi imprudente! Você colocou você e o bebê em perigo, —
eu disse, não me preocupando mais em manter o tom de voz.
— Era só indigestão! — Ela chorou.
Eu estava tão exausto que parecia que todo o meu corpo estava cheio de
areia.
— A médica disse que eu estava bem para voltar ao trabalho. Ela até disse
que estávamos bem para fazer sexo! Você tem que parar de agir como se eu
<vesse entrado no meio do trânsito — - respondeu Kyla.
O lado lógico da minha mente sabia que ela estava certa. Kyla não <nha
feito nada mais sério do que andar de carro e passar algumas horas no
computador.
Mas agora, esse lado do meu cérebro estava sendo destruído pela
ansiedade que <nha sido minha companheira constante por semanas.
Kyla tentou cruzar os braços sobre o peito, mas eles deslizaram para fora
de sua barriga protuberante. Ela se contentou em colocá-los em punhos em
seus quadris.
Em qualquer outro momento, isso teria feito nós dois rir.
Mas agora, eu estava muito cansado - e muito zangado com a maneira
como Kyla se colocou em risco ontem.
Quando Julian ligou para me avisar que estava levando minha esposa
para o pronto-socorro, foi como se alguém <vesse enfiado um furador de
gelo na minha espinha.
Eu não conseguia me mover. Não conseguia pensar. Não pude fazer nada
além de repe<r suas palavras con<nuamente em minha mente.
— Kyla está tendo dores de estômago. Estamos indo para o hospital.
Quando a paralisia finalmente cedeu, peguei um táxi para Heathrow e
peguei o próximo voo disponível para Chicago.
Passei as próximas dez horas olhando para o meu telefone, para a
mensagem que Kyla <nha enviado dizendo que ela estava bem.
Mesmo assim, meu coração não parava de disparar.
E se ela <vesse entrado em trabalho de parto prematuro?
E se ela <vesse perdido o bebê e eu não es<vesse lá?
Todos os — e se — passando pela minha mente tornaram impossível
dormir.
Agora, enquanto nos encarávamos de cada lado do berçário, tudo que eu
conseguia pensar era em como Kyla estava linda.
Mas, por alguma razão, isso só me deixou com mais raiva. - Você me fez
uma promessa, Kyla. E você quebrou essa promessa.
— Jensen, o que eu deveria fazer? Coleen é minha melhor amiga no
mundo e ela apareceu ontem com um hematoma na bochecha. Que <po de
amiga eu seria se simplesmente sentasse aqui na minha torre de marfim e
não tentasse ajudá-la?
Eu não <nha uma boa resposta para isso.
Kyla deu um passo à frente, os olhos brilhando.
— E então, quando Rhea me ligou, completamente em pânico porque o
projeto em que es<vemos trabalhando por seis meses foi sabotado... o que
você teria feito, Jensen? Você teria sentado sua bunda em sua cobertura e
deixado tudo ir para o inferno?
Recuei, assustado com seu temperamento furioso.
Kyla deu um passo à frente, os olhos brilhando.
— E então, quando Rhea me ligou, completamente em pânico porque o
projeto em que es<vemos trabalhando por seis meses foi sabotado... o que
você teria feito, Jensen? Você teria sentado sua bunda em sua cobertura e
deixado tudo ir para o inferno?
Recuei, assustado com seu temperamento furioso. Eu <nha visto Kyla em
uma variedade de humores desde que a Conheci.
Mas eu nunca a <nha visto tão... furiosa.
Foi meio assustador.
E também incrivelmente sexy.
Seu cabelo ondulava ao redor de seus ombros e suas bochechas estavam
vermelhas de emoção.
A excitação despertou em minhas veias, mas eu a empurrei de lado,
determinada a me concentrar no assunto em questão.
Parei por um momento para considerar suas palavras.
Quando Julian ligou e pediu minha ajuda em Londres, não hesitei.
Kyla fazia parte da Hawksley Enterprises tanto quanto eu.
— Você está certa. — eu admi< com um encolher de ombros.
Kyla
Não poderia ser tão fácil?
Poderia?
Eu esperava muito mais luta de Jensen em seu retomo de Londres.
Mas em cinco minutos, ele admi<u que eu estava certa.
Toda a raiva que es<ve armazenando por semanas ainda fervia sob a
superpcie, pronta para atacar.
Eu nem queria brigar com Jensen - mas era como se o lado lógico e
compreensivo do meu cérebro <vesse se libertado da minha boca.
— Eu... eu sei que estou certa! — Eu disse, esperando a captura.
Jensen esfregou a tensão em seus ombros e olhou para mim. — Você
está certo que eu teria ido trabalhar, eu admito. Mas você não poderia pelo
menos ter me mandado uma mensagem primeiro?
— Por que eu iria mandar uma mensagem para você sobre Coleen? Você
mal a conhece. E você não poderia ter ajudado com o problema do hotel, —
eu disse, confusa.
— Não porque eu pudesse ajudar com o problema, Kyla. Mas só para me
avisar. Portanto, não preciso receber um telefonema no meio de uma
conferência dizendo que você está no hospital. Novamente!
— Eu não preciso da sua permissão para sair do apartamento! — Eu gritei
com ele.
Esta não era eu. Desde quando eu grito tanto?
Eu não <nha mais certeza do porque estávamos brigando. Tudo o que eu
sabia era que toda a solidão e preocupação das úl<mas semanas de repente
estavam brotando e saindo de mim.
— Você nem está fazendo sen<do. Você está sendo completamente
irracional! — Jensen disse.
Meus olhos se estreitaram. — A próxima pessoa que me disser que estou
sendo 'irracional' ou 'hormonal' vai receber meu pé no traseiro.
— Sim. porque essa é uma a<tude de ação não-hormonal razoável, — ele
respondeu com veemência.
A frustração brilhou quente em meu peito.
Por que ninguém estava me ouvindo!
— Pare de tentar controlar cada movimento meu! Isso não é O Conto da
Serva!
Com o canto do olho, vi o macaco de pelúcia
- aquele com quem Rose e Megan estavam brincando no fim de semana
passado - deitado no canto do berço.
Sem pensar, eu o peguei e joguei em meu marido.
Seus olhos se arregalaram de surpresa, mas ele não foi rápido o
suficiente para bloquear.
O macaco bateu no rosto dele com um grito alto antes de cair no chão.
O silêncio desceu quando nossos olhos se desviaram para o brinquedo
de pelúcia.
Jensen inclinou a cabeça, como se es<vesse considerando o que fazer a
seguir.
Meu queixo estava aberto de espanto com o que eu <nha feito.
Jensen piscou lentamente, olhando para o macaco. — Você acabou de...
comparar nosso casamento a uma ditadura distópica e me bater na cara com
um capuchinho empalhado?
— Umm... sim? — Eu disse hesitante.
Ele saberia que <po de macaco era. E não era como se eu pudesse negar.
Ele acenou com a cabeça, os olhos ainda fixos no chão. — E você ainda
acha que está sendo perfeitamente racional?
Quando ele olhou para cima, vi que seus olhos estavam dançando de
tanto rir.
Tão rápido quanto começou, minha raiva se dissipou e comecei a rir
incontrolavelmente. Jensen pegou o brinquedo do chão e jogou em mim. Eu
o afastei com um grito de riso quando ele avançou e me abraçou em volta
da minha cintura grossa.
— Bem-vindo ao lar, — eu disse em seu ouvido quando ele inclinou a
cabeça para beijar meu pescoço.
— Hmm, é bom estar de volta, — ele murmurou contra a pele sensível
da minha clavícula.
— Você deve estar cansado. Você provavelmente deveria ir se deitar, —
eu disse, inclinando minha cabeça para trás enquanto seus lábios causavam
arrepios na minha espinha.
Suas mãos acariciaram a pele tensa da minha barriga, então desceram,
dançando sobre minhas coxas.
— Eu ouvi você dizer algo sobre você ser liberada para o sexo? — Jensen
voltou com um sorriso malicioso.
Mordendo meu lábio inferior, eu balancei a cabeça.
Sem aviso, ele se abaixou e me pegou em seus braços.
Eu gritei de surpresa, envolvendo meus braços em volta do seu pescoço.
Os olhos azuis glaciais de Jensen me penetraram enquanto ele
cuidadosamente me carregava para o nosso quarto.
— O que aconteceu com pegar leve? — Eu perguntei quando ele me
deitou e começou a <rar a camisa. Ele se curvou e me beijou, passando a
mão pela minha coxa até o meu centro.
— Vamos apenas dizer que vou levar as coisas bem devagar, — ele
murmurou em meu ouvido.
Meus dedos do pé enrolaram em antecipação.
Acordei com o sol da manhã aquecendo suavemente meu rosto.
Sorrindo para mim mesma, me es<quei. saboreando a sensação lânguida
de meus membros soltos e fracos.
Meus olhos se fecharam com a memória de suas mãos descendo pelas
curvas do meu corpo na noite passada.
Explorando cada cenwmetro de mim com seus dedos.
Seus lábios.
Sua língua.
Sob o toque de Jensen, eu me desfiz com um grito sem palavras.
Quando ele finalmente entrou em mim - com cautela no início, e depois
com maior abandono - encontramos nosso orgasmo juntos, com seus braços
em volta de mim e meus dentes cravados em seu ombro.
Eu apertei os olhos para a luz do sol, não estava pronta para acordar
ainda.
Fechando meus olhos, me aninhei no calor do corpo de Jensen.
Ele se enrolou em mim. um braço deslizando sobre minha barriga para
me abraçar mais perto.
— Que dia é hoje? — ele murmurou sonolento.
— Domingo, — respondi.
— Graças a Deus, — ele murmurou em meu cabelo. — Eu poderia dormir
por cerca de uma semana. — Eu arqueei minhas costas, girando meus
quadris em um círculo lento enquanto pressionava contra sua virilha. —
Podemos dormir... mas tenho algumas outras ideias, se es<ver interessado.
Jensen riu em meu ouvido. — Me conte mais sobre essas... suas ideias,
— ele disse enquanto corria as mãos sobre meus seios.
Ele apertou meus mamilos entre dois dedos e eu gemi, jogando minha
cabeça para trás e esfregando contra seus quadris. Na mesa de cabeceira,
meu telefone começou a tocar.
Suas mãos se moveram para baixo, descendo pela minha cintura.
O telefone tocou novamente.
— Ignore isso, — eu engasguei quando Jensen afundou um dedo em
minhas dobras molhadas. Sua ereção latejante pressionou contra mim. Eu
arqueei para ele. girando meus quadris enquanto suas mãos esfregavam
contra meus lugares mais sensíveis.
O telefone tocou novamente.
— Maldição. — Jensen disse, quebrando nosso abraço para pegar meu
telefone da mesa.
— Quem é? — Eu perguntei, sentando em meus cotovelos.
— Não sei. Mas é um número local, — ele disse, me passando o telefone.
Eu também não reconheci o número, mas atendi a ligação.
— Olá?
— É Kyla Tristen? — Uma voz desconhecida retumbou no altofalante.
Quem quer que fosse, eles ainda estavam usando meu nome de solteira.
— Sim. sou eu. Quem é?
— Este é a Dra. Harrier Rodriguez, do Hospital Geral de
Chicago.
Meu coração pulou uma ba<da.
— Você está listado como o contato de emergência da senhorita Coleen
Pratche‰. Isso está correto?
Meu coração parou de bater completamente.
— Sim. O que está errado?
— A senhorita Pratche‰ entrou na sala de emergência cerca de duas
horas atrás.
Capítulo 28
Esclareça como um homem
Kyla
Tenho passado muito tempo em hospitais ul<mamente.
Os corredores brancos an<ssép<cos, as expressões tensas nos rostos de
todos, o forte odor de alvejante que não conseguia mascarar o cheiro
inferior e mais su<l de doença.
Foi o suficiente para fazer minha pele arrepiar.
Jensen caminhou ao meu lado, seus dedos entrelaçados nos meus.
Eu poderia dizer pela postura rígida de seus ombros que ele estava
igualmente desconfortável por estar de volta ao pronto-socorro.
Minha boca estava seca. Onde estava Coleen?
Eu precisava saber se minha amiga estava bem.
Uma mulher pequena com um jaleco branco saiu do quarto de um
paciente, fechando a porta atrás dela.
— Com licença, você é a Dra. Rodriguez? — Eu perguntei a ela. — Eu sou
Kyla Hawksley, recebi uma ligação sobre minha amiga Coleen. Ela está bem?
A mulher acenou com a cabeça. — Sim, sou a Dra. Harriet Rodriguez. Por
favor me siga.
Ela nos levou para outra sala. Antes de abrir a porta, ela se virou para
olhar para mim.
— A Srta. Pratche‰ me deu permissão para revelar os detalhes do caso
dela com você.
— Com licença, você é a Dra. Rodriguez? — Eu perguntei a ela. — Eu sou
Kyla Hawksley, recebi uma ligação sobre minha amiga Coleen. Ela está bem?
A mulher acenou com a cabeça. — Sim, sou a Dra. Harriet Rodriguez.
Por favor me siga.
Ela nos levou para outra sala. Antes de abrir a porta, ela se virou para
olhar para mim.
— A Srta. Pratche‰ me deu permissão para revelar os detalhes do caso
dela com você.
— O que aconteceu? Ela sofreu algum <po de acidente?
Dra. Rodriguez olhou para mim através de seus óculos. — A senhorita
Pratche‰ entrou reclamando de fortes dores de cabeça, acompanhadas de
tonturas e vômitos. Os resultados da ressonância magné<ca mostraram
que ela tem uma concussão leve.
Uma concussão. Isso só acontecia se você batesse com a cabeça
realmente forte, não é?
Meu estômago embrulhou.
— Como isso aconteceu? — Jensen perguntou.
A médica fez uma pausa, parecendo muito séria. — Além disso, a Srta.
Pratche‰ tem muitos hematomas em volta do pescoço. Pessoalmente,
suspeito de violência domés<ca, mas essa é apenas a minha opinião. Ela não
contou a ninguém exatamente o que aconteceu.
Eu olhei para Jensen. meus olhos arregalados e com medo.
Ele apertou minha mão em segurança e eu encontrei os olhos da médica
mais uma vez.
— Ela vai ficar bem? — Perguntei.
A médica acenou com a cabeça. — Eu prescrevi alguns
an<inflamatórios, mas principalmente o que Coleen precisa é de descanso
e tempo para se curar.
— Eu posso vê-la?
— É claro. Ela pode sair quando se sen<r pronta, mas precisará de ajuda
para voltar para casa.
— Ela vai ficar com a gente, — eu disse, olhando para o meu marido, que
assen<u com firmeza.
Coleen estava sentada na mesa de exame, de costas para mim quando
entrei na sala.
Entendendo que eu precisava de um tempo a sós com minha amiga.
Jensen saiu em busca de uma xícara de café.
Coleen enrijeceu quando entrei, mas não se virou para olhar para mim.
— Ei, — ela disse em uma voz baixa e quebrada.
— Ei. — Me aproximei da cama de exame forrada de papel e - com
alguma dificuldade devido à minha enorme barriga - me sentei ao lado dela.
Quando me virei para olhar para ela, <ve que esconder meu suspiro de
espanto com uma tosse.
Ela parecia um fantasma.
A pele de Coleen era branca como cera e havia sombras escuras sob seus
olhos.
Havia quatro hematomas roxos profundos contra um lado do pescoço, e
uma gola roxa percorria toda a sua pele lisa.
Impressões digitais. Alguém agarrou Coleen pelo pescoço e apertou.
Patrick Denton fez isso. Mesmo que minha amiga nunca tenha dito nada.
Eu sabia que era ele.
Fiz uma promessa silenciosa de fazê-lo pagar por isso.
Mas eu não queria que Coleen visse o quão chateada eu estava. Eu lutei
para ficar calma, para manter meu nível de voz.
— Como vai? — Eu perguntei, esperando ela encontrar meus olhos.
Ela encolheu os ombros e estremeceu como se o movimento lhe
causasse dor. — Não é ó<ma, eu acho.
— A médica disse que você pode sair quando es<ver pronta.
Coleen se abraçou com força. — Não posso ir para casa.
Eu balancei minha cabeça. — Claro que não, você vem comigo.
— Eu não posso fazer isso com vocês. Você está toda... grávida e outras
coisas. — Coleen finalmente levantou a cabeça para olhar para mim. Seus
olhos pareciam cansados e desolados.
— Talvez eu vá ficar com minha mãe, — ela disse.
— Sua mãe mora a uma hora de distância. Minha casa fica a doze
quarteirões.
Ela ainda parecia com dúvidas, então eu gen<lmente a cutuquei com o
cotovelo. — Além disso, de que adianta ter essa cobertura enorme se não
consigo abrir as portas quando uma amiga precisa de mim?
O mais ínfimo lampejo de um sorriso cruzou seus lábios. — OK. Obrigada.
Kyla.
Ela se inclinou para descansar a cabeça no meu ombro.
— Você vai ser uma mãe muito boa, — disse ela com uma fungada.
Esfreguei o topo de sua cabeça, me sen<ndo extremamente aliviada e
grata por ter minha amiga de volta.
Jensen
Um barulho na noite me acordou assustado.
O corpo de Kyla estava quente ao lado do meu.
Lá estava ele novamente. Vindo da cozinha.
Sai da cama, peguei uma calça de moletom do chão e saí do quarto.
Coleen estava no fogão, colocando uma chaleira de água no fogo.
Com cuidado para não assustar ela, arrastei meus pés nos úl<mos passos.
Ela se virou, ficando vermelha de vergonha. — Eu sinto muito! Não
conseguia dormir, então pensei em fazer um chá de ervas. A chaleira
acidentalmente bateu contra a pia.
Ela falou rapidamente, seus olhos disparando para o lado como se
procurasse uma saída.
Eu me perguntei que <po de relacionamento Coleen teria nos úl<mos
meses se ela <vesse que se desculpar com tanto fervor por fazer chá.
— Não se preocupe com isso. Os saquinhos de chá estão no armário de
cima. Eu vou tomar um copo, se você não se importa.
— Não consegue dormir também? — ela perguntou, puxando para fora
o chá.
Eu balancei minha cabeça. — Ainda estou no horário de Londres. Eu
estava cochilando quando ouvi você.
— Desculpe novamente por te acordar, — ela disse, parecendo
temerosa.
— Como eu disse, não é nenhum problema... — Eu parei, me sen<ndo
subitamente desconfortável, como um intruso na minha própria cozinha. —
Eu posso ir. se quiser.
— Sempre que estou sozinha, tudo que eu quero é estar cercada por
pessoas. E sempre que estou com outras pessoas, tudo que eu quero é ser
deixada sozinha, — disse Coleen. colocando os sacos de chá em canecas.
— Então... isso significa que você quer que eu vá? — Eu perguntei,
esperando por uma resposta mais direta.
— O que eu quero é entender o que há de tão errado com meu cérebro
que eu pareço ser atraída magne<camente para caras violentos, idiotas
manipula<vos! — ela disse com ferocidade súbita. Eu não <nha ideia do que
dizer sobre isso. Coleen ainda não <nha acusado especificamente o
namorado de bater nela, e Kyla também não havia mencionado isso.
Este foi o mais próximo que alguém chegou de se dirigir ao elefante na
sala.
Ainda assim, não sen<a que era o meu lugar para dizer qualquer coisa.
Mas e se essa fosse a maneira de Coleen pedir ajuda?
Eu respirei fundo. — Coleen. minha esposa está de quase oito meses de
gravidez, e seus hormônios estão selvagens. Não estou mais confiante na
minha capacidade de ler o que as mulheres estão procurando.
Eu con<nuei: — Então, apenas diga o que quer. Você só quer desabafar
suas frustrações, ou você realmente quer o meu conselho? Porque ambos
são totalmente... sério. Mas eu não quero parecer que estou...
— Resmungando? — Coleen sugeriu. Um pequeno sorriso apareceu em
seus lábios.
— Exatamente.
A chaleira no fogão começou a assobiar. Coleen encheu as xícaras com
água fumegante e deslizou uma para mim.
- Esclareça como um homem - ela disse com ironia, cruzando as mãos em
torno da caneca.
Fiz uma pausa para considerar, escolhendo minhas palavras com
cuidado.
— Eu, obviamente, não sei todos os fatos. Ninguém sabe, exceto você.
Mas às vezes acho que as pessoas podem ser atraídas pela ilusão de algo e,
em seguida, ficarem presas por isso.
Fiz uma pausa, pensando.
— Como um espelho da casa de diversões, a imagem fica distorcida e
pode atrapalhar sua percepção da realidade, — con<nuei.
Eu me virei na minha cadeira. — E a sua mente irá formar todos os <pos
de razões para jus<ficar por que as coisas estão erradas, até que se toma
quase impossível ver a verdade.
— No começo. Patrick me fez sen<r como se eu fosse a pessoa mais
incrível que ele já conheceu, — Coleen falou. — Mas então ele começou a
cri<car só... tudo. Meu cabelo. Meu trabalho. Minha comida. Nada era bom
o suficiente, — ela disse, hesitante.
— E comecei a sen<r que eu não era boa o suficiente. Como se ele fosse
um cara perfeito, lindo e bem-sucedido, e se houvesse um problema, teria
que ser eu.
— Mas você sabe que isso não é verdade, certo? Ele estava usando você
para se sen<r poderoso. Ele é uma escória.
Coleen acenou com a cabeça, mas as lágrimas surgiram em seus olhos.
— A verdade amarga é dipcil de aceitar.
Ela enxugou as bochechas coradas. — Pelo menos, até meu crânio bater
na parede do banheiro. Então foi como... como se sua máscara caísse e eu o
visse como ele realmente era.
Eu balancei a cabeça e não disse nada.
Mas minha mandíbula cerrou quando ela finalmente admi<u que ele a
machucou.
Eu quase podia imaginar em minha mente. Patrick-que eu nunca <nha
conhecido e cujo rosto na minha imaginação era um borrãoagarrando ao
redor do pescoço de Coleen.
Apertando até que ela estava sufocando para respirar.
Batendo a cabeça com suficiente na parede do banheiro para causar
inchaço em seu cérebro.
Minhas mãos apertaram minha xícara de chá.
Coleen olhou pensa<vamente para sua bebida. — Acho que vou levar
meu chá para a cama e tentar ler ou algo assim.
Eu concordei. — Eu sei que parece clichê, mas as coisas podem ser
melhores pela manhã.
Ela me deu outro pequeno sorriso. — Pode ser.
Capítulo 29
O baile do embaixador
Kyla
Este bebê deve estar usando minhas costelas como xilofone.
A pressão no meu peito diminuiu, apenas para retomar um momento
depois nos meus rins, enquanto o bebê girava e rolava como um golfinho no
meu estômago.
Meu pequeno feijão defini<vamente não era mais tão — pequeno.
Na verdade, faltando apenas oito dias para a data do parto, eu estava
começando a me sen<r como se não fosse nada mais do que uma barriga
enorme e rígida sobre as pernas.
Minha equipe de marke<ng estava em meu escritório, esperando meu
sinal.
Fiquei maravilhosamente orgulhosa deles por realizarem tantas coisas
durante os úl<mos meses.
Voltei a trabalhar por algumas semanas após a viagem traumá<ca de
Coleen ao hospital, mas conforme o bebê ficava mais pesado, eu me sen<a
facilmente cansada e em constante agonia por causa da dor na parte inferior
das costas.
Felizmente, trabalhei com pessoas incríveis, e o Baile do Embaixador
desta noite foi com certeza um sucesso espetacular.
Todo mundo me olhou com a respiração suspensa. Eu me sen< como um
treinador dando aos seus jogadores uma conversa es<mulante antes do
grande jogo.
— Nós estamos trabalhando para isso há muito tempo, — eu disse,
olhando para todos. — E eu sei que todos aqui se importam tanto quanto eu
para que esta noite corra bem.
— Estou ansioso pelo open bar, — Bruce Parker brincou, quebrando a
tensão.
Todo mundo riu.
Eu mordi meu lábio inferior.
Minhas costas estão me matando. Pressionei minhas palmas na base da
minha espinha.
— Quais são as nossas ordens, chefe? — Richard Morales disse, olhando
para mim. Rhea lançou um olhar de flerte em sua direção.
Interessante. Eu sabia que minha secretária havia terminado com seu
namorado de longa data, Paul, há alguns meses, mas esta foi a primeira vez
que vi ela se interessar por outros homens.
— A maior parte do nosso trabalho já está feito, — disse à equipe. —
Hoje à noite, nós apenas temos que estar atentos para quaisquer surpresas
de úl<ma hora.
Todos começaram a limpar. — Bruce? Eu poderia falar com você por um
momento?
Ele ficou para trás até que estávamos sozinhos. — O que foi. Sra. H?
Uma ideia terrível vinha me incomodando há semanas. Agora que o baile
estava prestes a começar, eu precisava olhar nos olhos de Bruce Parker e
exigir a verdade.
— Em primeiro lugar, da próxima vez que você me chamar de 'Sra. H você
está despedido. Sou sua superior e você me tratará com o devido respeito,
entendeu?
Como eu sabia que aconteceria, minhas palavras claramente o irritaram,
mas não havia muito que ele pudesse dizer.
— É isso aí. Sra. Hawksley, — ele disse com um sorriso falso.
Mas eu não terminei.
Dei um passo à frente até chegar bem perto do rosto de Bruce. — E se
eu obter qualquer evidência sólida de que você era a pessoa por trás da
tenta<va de sabotagem deste evento, eu vou garan<r que você nunca
trabalhe nesta cidade novamente.
Uma confusão surgiu em seus olhos. — O que você está falando?
Minhas costas doíam, mas não o deixei ver meu desconforto.
— Estou de olho em você, Sr. Parker. Isso é tudo.
Então, eu trabalharia para melhorar minha a<tude, se eu fosse você.
— Meu sorriso era tão falso quanto o dele.
— Sra. H. quero dizer, Sra. Hawksley. com todo o respeito, não tenho a
porra da ideia do que você quer dizer.
Um lampejo de dúvida veio à minha mente. Tinha certeza de que era
Bruce desde que o vi trabalhando até tarde na mesma noite em que o
arquivo foi sabotado.
Mas poderia ter sido outra pessoa?
— Você está incrível, — disse Jensen em meu ouvido enquanto me
observava me aprontar no espelho.
— Parece que deveria ter meu próprio campo de gravidade. E uma lua
ou duas, — eu resmunguei.
Minha dor nas costas só piorou com o passar do dia e agora latejava
impiedosamente a cada passo que eu dava.
Jensen beijou meu pescoço. — Você parece uma deusa da fer<lidade.
As dobras farfalhantes do meu ves<do de es<lo grego sussurravam
contra o chão. O tecido de marfim transparente ondulou sobre minha
barriga enorme.
Eu sorri, incapaz de resis<r ao seu elogio.
— Você parece bastante elegante. Sr. Hawksley, — eu disse, olhando seu
smoking sob medida com aprovação.
— Obrigado. Sra. Hawksley. Você está quase pronta para ir? — Jensen
perguntou.
— Sim. eu só preciso terminar de passar minha maquiagem.
— Então, <po... três horas então? — ele brincou.
Eu dei um tapa nele de brincadeira e me virei para o espelho.
Ao fazer isso, sen< uma leve sensação de cãibra no abdômen.
Eu parei, esperando para ver se isso aconteceria novamente, mas não
havia nada.
— Tudo certo? — Jensen ques<onou, percebendo minha postura rígida.
A cólica parecia ter sumido. Eu balancei minha cabeça.
— Está tudo ó<mo, — respondi, lhe dando um beijo.
Capítulo 30
Chegadas e ParNdas
Jensen
— Respire, querida. Exatamente como pra<camos na aula de parto. Você
tem que respirar - falei para Kyla enquanto ela gritava de dor, arqueando as
costas para fora da cama do hospital.
— Cale a boca! — Ela uivou. — Isto é tudo culpa sua. Você apenas teve
que me aceitar naquele caso de uma noite.
Comecei a rir, mas Kyla me lançou um olhar de tal ferocidade que o
interrompi no meio do caminho.
— Tem certeza de que está tudo bem? — Perguntei à Dra. Padma. que
examinou calmamente um prontuário médico.
Era provavelmente a décima vez que fiz essa pergunta desde que
chegamos ao hospital, seis horas atrás.
— Sim. Sr. Hawksley, — ela respondeu suavemente. — As contrações
estão ficando mais regulares. Assim que ela es<ver dilatada para cerca de
quatro ou cinco cenwmetros, o anestesista administrará a pendurai.
Pelo menos isso traria algum alívio a Kyla. — E você tem certeza de que
não há perigo com o bebê nascer uma semana antes?
Dra. Padma balançou a cabeça. — As primeiras gravidezes são
notoriamente imprevisíveis. Às vezes, o bebê só está pronto para nascer
semanas após a data prevista para o parto. — ela disse.
— Para outras, como Kyla, — ela con<nuou, — o pequeno decide que
está pronto para conhecer o mundo um pouco mais cedo. Mas o ba<mento
cardíaco é forte. Não há absolutamente nenhuma indicação de que o feto
está em perigo.
Kyla gritou de novo, se agarrando aos lençóis.
Era uma tortura ver ela assim, com tanta dor e ser totalmente incapaz de
ajudar.
— Precisa de alguma coisa? — Perguntei a Kyla, enxugando sua testa.
— Um pouco - água - seria bom, — ela ofegou sem fôlego.
Olhei interroga<vamente para a Dra. Padma. que acenou para nós. —
Alguns pequenos goles de água fria vão fazer bem.
- Já volto - falei, beijando Kyla na bochecha. Sua pele estava úmida de
suor.
Ela apenas acenou com a cabeça, caindo de volta nos travesseiros.
Depois da tensão da sala de parto, a esterilidade silenciosa do corredor
foi chocante para meus sen<dos.
Havia um bebedouro a poucos passos de distância. Enchi um copo de
papel e engoli, depois parei para pegar outro.
— Como ela está? — A voz de Julian perguntou atrás de mim.
— A médica diz que está tudo normal, mas... ela está com muitas dores.
E não há nada que eu possa fazer para ajudar.
— Não. No momento, somos oficialmente inúteis, — concluiu Julian.
Ele puxou um pequeno frasco de prata da jaqueta do smoking e me
entregou.
— Obrigada, — eu disse, dando um gole e gemendo de sa<sfação quando
o uísque desceu pela minha garganta.
— Você tem que se soltar, irmão. Eu sei que não foi um momento fácil,
mas é isso! Você vai ser pai.
Eu olhei de volta para a porta do quarto do hospital.
Em questão de horas, nosso bebê nasceria.
Depois de tudo, ainda era forte e saudável, e nosso casal amoroso estava
prestes a se tornar uma família.
Um suspiro estremecido me escapou.
— E você? — Perguntei a Julian. — Haverá uma mulher que possa domar
o infame Julian Hawksley?
— Não é provável, — ele riu.
— E quanto a Grace? Vocês terminaram? — Eu perguntei, devolvendo o
frasco.
Julian encolheu os ombros. — Não, ainda estamos juntos. Não sei, às
vezes acho que você está certo e deveria apenas me acalmar. Encontrar
alguém por quem vale a pena se estabelecer. Mas então-Ele parou,
então retrocedeu com um aceno de cabeça. — Sobre o que estou
divagando? Seu bebê está prestes a nascer!
Ele deu um tapa nas minhas costas e saiu pelo corredor.
Suas palavras ecoaram em minha mente com um arrepio de antecipação
inacreditável.
Meu bebê está prestes a nascer.
Kyla
— Ok. Kyla. Está na hora. Eu preciso que você empurre. Empurre. Agora!
— Dra. Padma pediu de algum lugar entre minhas pernas.
— Eu não posso! — Eu engasguei desesperadamente. Meu corpo inteiro
parecia ter passado por um liquidificador industrial.
Há quanto tempo estou aqui? Um ano? Dez?
— Sim. você pode. O bebê está quase coroando. Eu preciso que você
respire fundo e se abaixe.
O mundo era uma névoa de imagens nebulosas.
A dor insuportável e ardente na parte inferior do meu corpo havia sido
atenuada pela peridural, mas ainda estava lá, me roendo ao fundo.
Perto da minha cabeça, Jensen con<nuou a murmurar palavras de apoio.
Eu agarrei suas mãos com força suficiente para sen<r os ossos sob meus
dedos.
Recuperando o fôlego, fechei meus olhos e me preparei para empurrar
novamente.
A pressão era insuportável, como se es<vesse tentando me rasgar por
dentro.
— Bom. Con<nue! Eu posso ver a cabeça.
Minha visão nadou e turvou enquanto eu con<nuava a empurrar.
— Mais uma Kyla. Vamos! — Dra. Padma encorajou.
Gritei com os dentes cerrados e empurrei até que pensei que morreria
por causa disso.
E então - depois de dezesseis horas de torcer os ossos - <ve uma
sensação repen<na de imenso alívio, seguida pela sensação mais estranha
de uma parte do meu corpo sendo removida.
Um momento depois, um gemido agudo encheu a sala.
— É uma menina! — Dra. Padma disse dos meus pés.
Uma filha.
Nossa filha.
Ainda ofegante, descansei minha cabeça contra as mãos de Jensen.
Ele se abaixou e beijou minha testa coberta de suor. — Você foi incrível.
Eu não respondi. Eu não pude.
Meus olhos estavam fixos no pequeno feixe gritante de pele rosada e
membros agitados que a médica agora estava segurando para que eu visse.
Eu tenho uma filha.
Eu cai de costas no colchão, fechando meus olhos contra as lágrimas que
sen< transbordando.
Um momento depois, um peso quente aninhado em meu ombro
enquanto a Dra. Padma colocava minha filha pequena em meus braços.
Eu abri meus olhos para ver meu bebê. Seu rosto estava enrugado e ela
berrava de indignação por ter sido puxada para o mundo.
Olá, meu pequeno feijão.
Vou ter que pensar em um nome verdadeiro para você.
— Como devemos chamá-la? — Perguntei a Jensen, olhando para ele.
Seus olhos estavam fixos na menina em meus braços. — Que tal chamá-
la em homenagem ao seu pai? — ele sugeriu pensa<vamente.
— Charles? Não sei se isso se encaixa.
— Que tal Charlene? Charlie para abreviar?
Charlie.
Quando ele estava vivo, meu pai era conhecido por Charlie.
Era perfeito. Fiquei tocado por Jensen pensar nisso.
— Charlie, — eu murmurei, olhando para nossa bebê.
Ao som da minha voz, ela começou a se acomodar em meus braços.
Quando ela abriu os olhos para me olhar pela primeira vez, derre<
completamente.
Eu era mãe.
Ternamente, eu a aconcheguei mais perto.
Bem-vindo ao mundo, Charlie.
A Dra. Padma veio levar a bebê para tomar banho e ser medida, e eu
comecei a cair no sono imediatamente.
Jensen estava ao meu lado no instante em que acordei.
A peridural estava passando e eu me sen<a rígida e dolorida.
Mas, ao mesmo tempo, também estava mais feliz e em paz do que me
sen<a há meses.
Depois de tudo que passamos juntos, minha pequena Charlie estava
perfeita, dos dez minúsculos dedos do pé ao topo macio de sua cabeça.
— Toc, toc, — uma voz chamou da porta.
Virei minha cabeça para ver Coleen parada na entrada. Ela <nha um
enorme ursinho de pelúcia amarelo debaixo de um braço e um buquê de
flores no outro.
— Parabéns, mamãe! — ela disse em um sussurro animado.
— Kyla. você ficará bem por alguns minutos? — Jensen perguntou. — Eu
preciso ligar para meus pais e lhes contar as novidades.
— Estou bem. Diga que mando meu amor.
— Como você está se sen<ndo? — Coleen perguntou quando estávamos
sozinhas.
— Como se eu <vesse espremido uma bola de boliche da minha vagina,
— eu disse secamente. — Mas - incrível. Você tem que vê-la. ela é
absolutamente linda.
Eu respirei fundo. — Coleen tem certeza que tem que ir? Charlie vai
precisar de sua <a por perto enquanto ela cresce!
Coleen parecia envergonhada. — Eu estarei de volta à cidade tantas
vezes para estragar aquela garota; vai ser como se eu nunca <vesse par<do.
Mas sim. eu preciso resolver algumas coisas. Além disso, já tenho um
trabalho planejado no Missouri.
Depois de seu misterioso — assalto — no prédio de Coleen, Patrick
Denton foi transferido sem cerimônia para Sea‰le.
No final das contas, Julian Hawksley <nha um grande inves<mento no
banco onde Patrick trabalhava, e bastou um telefonema bem colocado para
remover seu traseiro abusivo das ruas de Chicago para sempre.
Mesmo assim, Coleen estava se mudando para Saint Louis, onde <nha
uma <a que trabalhava na indústria de restaurantes.
Ela conseguiu um emprego para Coleen em um hotel local, começando
em duas semanas.
— Eu simplesmente não posso acreditar que você vai, — eu disse, as
lágrimas subindo aos meus olhos. — O que eu vou fazer sem você?
— Oh, eu acho que você terá suas mãos cheias o suficiente sem mim, —
ela brincou. Mas seus olhos também estavam úmidos.
Coleen se inclinou e me abraçou suavemente pelos ombros.
Eu me agarrei a ela, sufocando meus soluços.
Eu não <nha dúvidas de que Coleen faria coisas incríveis em uma nova
cidade.
Mas isso não mudou o fato de que eu sen<ria muita falta dela.
— Alguém quer vir ver você! — Uma enfermeira disse alegremente,
empurrando o berço de plás<co transparente em que Charlie estava deitada.
Seus olhos desfocados se deslocaram pela sala. Um punho rechonchudo
se agitou e me abaixei para acariciá-la suavemente com um dedo.
Charlie agarrou meu dedo, segurando com uma força que eu não teria
pensado que um recém-nascido possuía.
— Como ela está? — Jensen perguntou, entrando no quarto com uma
bandeja de comida.
— Ela é inacreditável, — eu disse, incapaz de <rar meus olhos de nossa
filha.
— Vou te dar três minutos, depois volto para ver se ela pega no seu seio,
— disse a enfermeira.
Amamentação. Isso seria um desafio novo e interessante.
Com certeza haveria muitos deles nos próximos dias, mas agora nosso
quarto de hospital estava silencioso e pacífico.
Simplesmente assim, o lindo erro que Come< nove meses atrás deu uma
volta completa.
Desde a primeira noite que Jensen e eu nos conhecemos, nossas vidas
nos levaram a este momento.
Agora que finalmente estávamos aqui, eu estava cheia de esperança e
alegria pelo que o futuro poderia trazer.
Porque agora que nossa pequena família havia crescido, eu sabia que
quaisquer desafios que surgissem, nós os enfrentaríamos e os
superaríamos.
Juntos.
ConNnua no Livro 3…