Cosmopolitismo e Performatividade
Cosmopolitismo e Performatividade
Cosmopolitismo e Performatividade
2019; 35:e203727
DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0102-4698203727
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
ARTIGO
ALESSANDRO DE MELO I *
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6119-5081
____
INTRODUÇÃO
AS COMPETÊNCIAS NA BNCC
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CÊA, G.S.S. Fundamentos da ideia do empreendedorismo e a formação dos trabalhadores. In: CÊA,
G.S.S. (org.). O estado da arte da formação do trabalhador no Brasil: Cascavel: Edunioeste,
2007. p.307-325.
FREITAS, L.C. A BNCC e a “salvação” dos pobres pela resiliência. Disponível em: https://
avaliacaoeducacional.com/2018/03/08/a-bncc-e-a-salvacao-dos-pobres-pela-resiliencia/. Acesso
em: 15 mar. 2018.
FREITAS, L.C. BNCC: voto em separado é documento histórico. Disponível em: https://
avaliacaoeducacional.com/2017/12/21/bncc-voto-em-separado-e-documento-historico/. Acesso
em: 15 mar. 2018.
FULLAN, M. Los nuevos significados del cambio em la educación. Barcelona: Octaedro, 2002.
GERSON, J. The neoliberal agenda and the response of teachers unions. In: WATKINS, W.H.
(edit.). The assault on public education. Confronting the politics of corporate school
reform. New York: Columbia University, 2012. p. 97-124.
HARVEY, D. Diecisiete contradicciones y el fin del capitalismo. Quito: Editorial IAEN, 2014.
MELO. Educação de tod@s para tod@s: a reforma educativa neoliberal e o caso espanhol.
Guarapuava: Apprehendere, 2016.
OCDE. Política educativa en perspectiva 2015. Hacer posibles las reformas. OCDE y
Fundación Santillana. 2015.
RABELO, J.; JIMENEZ, S.; SEGUNDO, M.D.M. O movimento de educação para todos
e a crítica marxista. Fortaleza: Imprensa Universitária, 2015. Disponível em: http://www.
repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/16670/1/2015_liv_jrabelo.pdf. Acesso em: 20 nov. 2017.
ROSS, E.W.; GIBSON, R. Neoliberalism and education reform. New Jersey: Hampton
Press, 2007.
SILVA, M.R. da. Currículo e competências: a formação administrada. São Paulo: Cortez, 2008.
WATKINS, W.H. (edit.). The assault on public education. Confronting the politics of
corporate school reform. New York: Columbia University, 2012.
WEBER, M. Ação social e relação social. In: FORACCHI, M.M.; MARTINS, J.S. Sociologia
e sociedade: leituras de introdução à sociologia. Rio de Janeiro: LTC, 1977. p. 139-144.
WOLF, L; MELO, A. A pedagogia vai ao porão: notas críticas sobre as assim chamadas
“pedagogia empresarial” e “pedagogia empreendedora”. Revista Histedbr Online, n. 59,
p.191-203, out. 2014. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/
histedbr/article/view/8640356/7915. Acesso em: 5 abr. 2015.
NOTAS
1 Mészáros (2011) cita o caso da nacionalização das dívidas das companhias Fannie Mae e
Freddie Mac, que somavam 5,4 trilhões de dólares, pelo governo George W. Bush.
2 Embora não seja nossa intenção explícita deste trabalho em particular, não podemos
deixar de mencionar que a trajetória da BNCC é resultado das pressões de grupos
empresariais, até de caráter monopolista, que ganharam força a partir da organização do
Movimento Todos pela Educação, e, especialmente, do Movimento Pela Base. Remetendo
às reflexões iniciais deste artigo, essa faceta da BNCC a coloca como projeto formativo
unilateral, nos moldes aqui tratados. Sobre este tema nos referenciamos aos trabalhos de
Neves e Piccinini (2018) e Rabelo, Jimenez e Segundo (2015) entre outros.
3 O cinema ilustra muito bem esta questão no filme Revolução em Dagenham (2011. Direção
de Nigel Cole. 1h53min.). O filme conta um fato real, a greve das mulheres trabalhadoras na
planta da fábrica Ford na cidade de Dagenham, Inglaterra, que lutava por igualdade salarial e
melhores condições de trabalho, no ano de 1968. A força da greve levou o sindicato a grandes
negociações (e contradições no processo de negociação pelas burocracias sindicais) chegando
até às altas cúpulas do Ministério do Trabalho. Ao final, as mulheres conquistaram, em 1970, a
igualdade salarial pretendida. Pela época em que se passa o filme, ou seja, no período pré-crise
do petróleo, pode-se dizer que o filme demonstra a força do sindicalismo na época fordista
clássica, bem como nos mostra o período do welfare state inglês, justamente o lócus da experiência
neoliberal que se iniciaria uma década depois, com Margareth Tatcher.
5 Registra-se, como fez Luiz Carlos de Freitas em seu Blog (FREITAS, 2017), os votos
contrários das seguintes Conselheiras: Aurina de Oliveira Santana, Malvina Tania Tuttman e
Marcia Ângela da Silva Aguiar.
6 É, mais uma vez, Freitas (2018) que traz a discussão da relação entre a BNCC e a resiliência,
apontando os fundamentos ideológicos desta concepção, sem utilizar, no entanto, as categorias
aqui propostas, mas se aproximando ao que aqui vimos discutindo sobre a relação da BNCC com
o cosmopolitismo e a performatividade. Ele faz a análise de uma reportagem do jornal O Estado
de São Paulo, de 4 de março de 2018, cujo título é o seguinte: “Apenas 2,1% dos alunos pobres do
país têm bom desempenho escolar”. A reportagem pauta-se no estudo da OCDE, cujo resultado
demonstra que a média dos países participantes da pesquisa foi de 25,2% de estudantes resilientes,
o que demonstraria a crise de nosso sistema, que coloca o Brasil na 62ª colocação entre 71 países
investigados. A concepção de resiliente se dá para os estudantes dos países pobres que conseguem
chegar ao nível 3 do exame PISA, que significa, no score desta avaliação, o mínimo para que se tenha
“oportunidades de aprendizagem”. Melo (2016) demonstra, para o caso espanhol, como a OCDE
e seus pressupostos que instalam artificialmente uma crise dos sistemas educacionais, foi adotada
para argumentar a favor da reforma de 2013. Como contraponto ao uso neoliberal da resiliência,
Marochi (2017) faz uma análise da categoria resiliência de um ponto de vista crítico, colocando-a
como ferramenta de resistência na vida das mulheres trabalhadoras/estudantes do EJA.
Submetido: 14/06/2018
Aprovado: 09/06/2019
Contato:
Universidade Estadual do Centro-Oeste
Programa de Pós-Graduação em Educação
Campus Santa Cruz
Rua Salvatore Renna, 875 - Santa Cruz
Guarapuava|PR|Brasil
CEP 85.015-430