Trabalho Cancros Uterino, Da Próstata, Da Mamã em Moçambique

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UNIVERSIDADE ALBERTO CHIPANDE -UNIAC

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAÚDE


Curso: Saúde Pública – 2º Ano
Cadeira: Doenças não Transmissíveis

4°Grupo
Tema: Cancros: uterino, da próstata, da mamã em Moçambique (situação epidemiológica)

Discentes:
Rita Gastão Ascavera
Ruthe Chiposse Candieiro
Sonilde Luís Camunga

Docente: Dr. Carlos Canhaua

Beira, Outubro de 2024

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ÍNDICE

CAPÍTULO I .............................................................................................................................. 4

1 Introdução............................................................................................................................ 4

1.1 Contextualização .......................................................................................................... 4

1.2 Objetivos ...................................................................................................................... 5

1.2.1 Objetivo Geral ...................................................................................................... 5

1.2.2 Objetivos Específicos ........................................................................................... 5

1.3 Metodologia ................................................................................................................. 5

CAPÍTULO II ............................................................................................................................. 6

2 Rastreio de Cancros ............................................................................................................. 6

2.1 Definição de cancros .................................................................................................... 6

2.2 Importância do rastreamento de cancros ..................................................................... 6

2.3 Situação epidemiológica do cancro em moçambique .................................................. 6

3 Cancro do Útero .................................................................................................................. 7

3.1 Definição e características do cancro do útero ............................................................ 7

3.2 Situação epidemiológica em Moçambique .................................................................. 7

3.2.1 Taxas de incidência .............................................................................................. 8

3.2.2 Mortalidade........................................................................................................... 8

3.2.3 Fatores de risco ..................................................................................................... 8

3.3 Programas de rastreamento e prevenção ...................................................................... 8

3.3.1 Teste de Papanicolau (PAP) ................................................................................. 8

3.3.2 Vacinação contra o HPV ...................................................................................... 9

4 Cancro da Próstata ............................................................................................................... 9

4.1 Definição e características do cancro da próstata ........................................................ 9

4.2 Situação epidemiológica em Moçambique .................................................................. 9

4.2.1 Taxas de incidência ............................................................................................ 10

4.2.2 Mortalidade......................................................................................................... 10
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4.2.3 Fatores de risco ................................................................................................... 10

4.3 Programas de rastreamento e prevenção .................................................................... 10

4.3.1 Exame de PSA (Antígeno Prostático Específico)............................................... 10

4.3.2 Toque Retal ........................................................................................................ 10

5 Cancro da Mama ............................................................................................................... 11

5.1 Definição e características do cancro da mama ......................................................... 11

5.2 Situação epidemiológica em Moçambique ................................................................ 11

5.2.1 Taxas de incidência ............................................................................................ 11

5.2.2 Mortalidade......................................................................................................... 12

5.2.3 Fatores de risco ................................................................................................... 12

5.3 Programas de rastreamento e prevenção .................................................................... 12

5.3.1 Mamografia ........................................................................................................ 12

5.3.2 Autoexame de mama .......................................................................................... 12

6 Desafios e Barreiras no Rastreio e Tratamento ................................................................. 12

CAPÍTULO II ........................................................................................................................... 14

7 Conclusão .......................................................................................................................... 14

8 Referências Bibliográficas ................................................................................................ 15

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CAPÍTULO I
1 Introdução
1.1 Contextualização
Em Moçambique, as doenças crônicas, incluindo os cancros, estão a emergir como uma das
principais causas de morte, competindo com doenças transmissíveis como a malária, HIV/SIDA
e tuberculose. O aumento da expectativa de vida, as mudanças nos padrões alimentares e de
estilo de vida, além da urbanização crescente, têm contribuído para um aumento na prevalência
de doenças não transmissíveis, incluindo o cancro. De acordo com o Relatório Anual de Saúde
de Moçambique (Ministério da Saúde, 2021), os cancros, particularmente os do útero, da
próstata e da mama, estão entre os mais diagnosticados no país, e suas taxas de mortalidade
permanecem alarmantemente elevadas.

O cancro do útero, por exemplo, é um dos mais frequentes entre as mulheres moçambicanas,
causado em grande parte pela infecção persistente pelo vírus do papiloma humano (HPV), que
não é amplamente prevenido por meio da vacinação no país. Já o cancro da próstata é o tipo de
cancro mais comum entre os homens, especialmente naqueles com mais de 50 anos. A detecção
tardia, em muitos casos, agrava o prognóstico desses pacientes. O cancro da mama, por sua vez,
afeta cada vez mais mulheres, mas enfrenta desafios no diagnóstico precoce, uma vez que os
recursos para rastreio, como mamografias, não estão disponíveis de maneira equitativa no
sistema de saúde pública.

A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2023) destaca que os cancros podem ser prevenidos
ou controlados com intervenções de saúde pública eficazes, incluindo o rastreio precoce, o
diagnóstico adequado e o acesso ao tratamento. No entanto, o panorama em Moçambique revela
dificuldades em todos esses aspetos, desde a infraestrutura até à falta de programas de
sensibilização para a população. O diagnóstico tardio e o acesso limitado a tratamentos, como
a radioterapia e a quimioterapia, resultam em altas taxas de mortalidade associadas a esses tipos
de cancro.

Diante desse cenário, este trabalho propõe-se a analisar os principais desafios relacionados ao
rastreio e tratamento dos cancros do útero, da próstata e da mama em Moçambique. O estudo
irá explorar as barreiras existentes no sistema de saúde moçambicano, bem como as
oportunidades para melhorar a detecção precoce e o tratamento destas neoplasias, com foco em
soluções viáveis para reduzir as taxas de mortalidade associadas.

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1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral
 Analisar a situação epidemiológica dos cancros do útero, da próstata e da mama em
Moçambique, destacando as iniciativas de rastreamento e prevenção e os desafios
enfrentados.

1.2.2 Objetivos Específicos


 Identificar a taxa de incidência e mortalidade dos cancros uterino, da próstata e da mama
em Moçambique.
 Descrever os programas de rastreamento e prevenção implementados no país.
 Analisar os fatores de risco associados a cada tipo de cancro.
 Discutir os principais desafios e barreiras no rastreamento e tratamento dos cancros em
Moçambique.

1.3 Metodologia
Este trabalho utiliza uma abordagem baseada em revisão bibliográfica e dados epidemiológicos.
Foram consultados artigos científicos, relatórios do Ministério da Saúde de Moçambique,
publicações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras fontes relevantes. As estatísticas
sobre incidência e mortalidade foram retiradas de relatórios oficiais. A metodologia baseia-se
numa análise descritiva das tendências epidemiológicas e das estratégias de prevenção e
controle dos cancros em Moçambique. Em termos estruturais, o presente trabalho de pesquisa
comporta três capítulos, sendo o primeiro, intitulado introdução, o segundo, desenvolvimento
e o terceiro, conclusão.

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CAPÍTULO II
2 Rastreio de Cancros
2.1 Definição de cancros
Cancros, ou neoplasias malignas, são doenças caracterizadas pelo crescimento descontrolado
de células anormais que invadem tecidos próximos e podem se espalhar para outras partes do
corpo através da corrente sanguínea ou sistema linfático. Este crescimento anormal resulta de
mutações genéticas que afetam os processos normais de divisão celular, crescimento e
reparação dos tecidos (Davidson, 2018, p. 45). Entre os tipos de cancro mais comuns estão os
do útero, da mama e da próstata, que têm um impacto significativo na mortalidade e morbilidade
da população em Moçambique.

2.2 Importância do rastreamento de cancros


O rastreamento de cancros é crucial porque permite a detecção precoce, muitas vezes antes que
os sintomas apareçam, o que aumenta significativamente as chances de tratamento bem-
sucedido e reduz a mortalidade (Ackoff, 2017, p. 112). Em países como Moçambique, onde o
acesso aos cuidados de saúde é limitado, o rastreio pode representar a única oportunidade para
muitas pessoas receberem um diagnóstico precoce, essencial para melhorar os resultados de
saúde. Além disso, o rastreamento pode ajudar na conscientização sobre os cancros e suas
prevenções, fortalecendo a educação em saúde pública.

A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2021, p. 38) ressalta que a implementação de


programas de rastreamento para cancros em países de baixa renda, como Moçambique, pode
reduzir as mortes por esses tipos de tumores em até 30%, especialmente se acompanhados de
programas de vacinação e educação comunitária. Portanto, há uma necessidade urgente de
investir em estratégias de rastreio adequadas e abrangentes para combater a crescente carga dos
cancros.

2.3 Situação epidemiológica do cancro em moçambique


Em Moçambique, a incidência de cancros tem aumentado de forma constante nas últimas
décadas, impulsionada por fatores como o envelhecimento da população, hábitos de vida não
saudáveis, e a falta de programas eficazes de rastreamento (Ministério da Saúde, 2021, p. 92).
Segundo os dados mais recentes, os cancros do útero, próstata e mama estão entre os mais
prevalentes no país, com taxas de mortalidade particularmente elevadas devido ao diagnóstico
tardio e ao acesso limitado a tratamentos especializados.

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Em relação ao cancro do colo do útero, Moçambique apresenta uma das maiores incidências na
África Subsaariana, com uma taxa de mortalidade superior a 50% (OMS, 2023, p. 24). O cancro
da mama, embora menos frequente que o do útero, também é uma causa crescente de
preocupação, especialmente entre as mulheres urbanas. Já o cancro da próstata é o tipo mais
comum entre os homens, representando cerca de 21% dos diagnósticos de cancro no sexo
masculino (Ministério da Saúde, 2022, p. 35).

O rastreamento eficaz é essencial para a redução das taxas de mortalidade, mas em


Moçambique, a cobertura permanece baixa, com a maioria dos diagnósticos sendo feitos em
estágios avançados da doença. Esta realidade sublinha a necessidade de um aumento substancial
no investimento em programas de rastreamento de cancro, bem como na educação sobre a
importância da detecção precoce para a população moçambicana.

3 Cancro do Útero
3.1 Definição e características do cancro do útero
O cancro do útero é uma neoplasia maligna que se desenvolve a partir das células do colo do
útero, geralmente associada à infecção persistente pelo vírus do papiloma humano (HPV). Este
tipo de cancro evolui lentamente e, na maioria dos casos, é precedido por lesões pré-cancerosas
que podem ser detectadas através de rastreios como o teste de Papanicolau (Davidson, 2018, p.
74). Os principais sintomas incluem sangramento vaginal anormal, dor pélvica e perda de peso
inexplicável, embora o estágio inicial possa ser assintomático.

Fig. 1: esquema ilustrativo de um cancro uterino / Fonte: Google.

3.2 Situação epidemiológica em Moçambique


Em Moçambique, o cancro do útero continua a ser um dos mais prevalentes entre as mulheres,
particularmente entre aquelas com idade reprodutiva. A falta de programas abrangentes de

7
rastreamento e a baixa conscientização sobre a importância da prevenção contribuem para a
alta taxa de mortalidade associada a este cancro.

3.2.1 Taxas de incidência


A taxa de incidência do cancro do útero em Moçambique é alarmantemente elevada, estimada
em 65,0 por 100.000 mulheres, uma das mais altas da África subsaariana (OMS, 2023, p. 45).
A maior prevalência é observada em regiões rurais, onde o acesso a cuidados de saúde e
programas de rastreamento é mais limitado.

3.2.2 Mortalidade
A taxa de mortalidade por cancro do útero em Moçambique permanece elevada, com mais de
50% das mulheres diagnosticadas a morrerem devido à doença, muitas vezes por causa do
diagnóstico em estágios avançados (Ministério da Saúde, 2021, p. 112). Este índice é agravado
pela falta de acesso a tratamentos adequados e o atraso no diagnóstico.

3.2.3 Fatores de risco


Os principais fatores de risco para o cancro do útero incluem a infecção pelo HPV, a
multiplicidade de parceiros sexuais, o início precoce da atividade sexual, o tabagismo, e o
sistema imunitário enfraquecido, como é o caso de mulheres seropositivas para o HIV (Gebbie,
Rosenstock, & Hernandez, 2020, p. 54). Em Moçambique, a prevalência de infecção pelo HPV
é elevada, especialmente entre as mulheres jovens, o que aumenta o risco de desenvolvimento
de lesões pré-cancerosas e, eventualmente, do cancro.

3.3 Programas de rastreamento e prevenção


Os programas de rastreamento e prevenção são essenciais para reduzir a incidência e
mortalidade do cancro do útero. Moçambique tem vindo a implementar algumas iniciativas,
embora ainda insuficientes para abranger toda a população-alvo.

3.3.1 Teste de Papanicolau (PAP)


O teste de Papanicolau, também conhecido como citologia cervical, é a principal ferramenta de
rastreamento do cancro do útero. Este exame permite a detecção de lesões pré-cancerosas que,
se tratadas a tempo, podem impedir a progressão para o cancro. No entanto, em Moçambique,
a cobertura do teste PAP é limitada, com menos de 30% das mulheres em idade reprodutiva
realizando o exame regularmente (Ministério da Saúde, 2022, p. 67).
8
3.3.2 Vacinação contra o HPV
A vacinação contra o HPV é uma das estratégias mais eficazes de prevenção do cancro do útero.
O vírus do papiloma humano é responsável por cerca de 70% dos casos de cancro do colo do
útero, e a vacinação pode prevenir a infecção pelos tipos de HPV mais perigosos (Buchan,
Shaffer & Catton, 2019, p. 98). Em Moçambique, a vacinação contra o HPV foi introduzida no
Programa Alargado de Vacinação (PAV), mas a adesão ainda é baixa, principalmente em áreas
rurais, devido à falta de campanhas de sensibilização e à escassez de vacinas.

4 Cancro da Próstata
4.1 Definição e características do cancro da próstata
O cancro da próstata é uma neoplasia maligna que se origina nas células da próstata, uma
glândula do sistema reprodutor masculino responsável pela produção do líquido seminal. Este
tipo de cancro frequentemente cresce de forma lenta e pode ser assintomático em seus estágios
iniciais. Os sintomas geralmente surgem quando a doença está em estágio mais avançado e
incluem dificuldade para urinar, dor na região pélvica e sangue na urina ou no sêmen (Huber,
2021, p. 233). O diagnóstico precoce é fundamental, uma vez que o tratamento inicial pode
resultar em taxas de sobrevivência significativamente melhores.

Fig. 2: Toque retal para sentir o tamanho, a forma e a consistência da próstata / Fonte: Google.

4.2 Situação epidemiológica em Moçambique


Em Moçambique, a situação epidemiológica do cancro da próstata apresenta um cenário
preocupante. Embora as estatísticas precisas sobre a incidência e mortalidade sejam limitadas,
estudos indicam que o cancro da próstata é uma das principais causas de morte entre os homens.

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4.2.1 Taxas de incidência
A taxa de incidência do cancro da próstata em Moçambique tem aumentado, refletindo a
tendência global. Estima-se que a incidência esteja em torno de 30,0 por 100.000 homens
(OMS, 2023, p. 78). Este aumento pode ser atribuído a vários fatores, incluindo o
envelhecimento da população e a crescente conscientização sobre a doença, que resulta em mais
diagnósticos.

4.2.2 Mortalidade
As taxas de mortalidade associadas ao cancro da próstata também são elevadas, com estimativas
indicando que a mortalidade pode chegar a 50% entre os homens diagnosticados (Ministério da
Saúde, 2021, p. 119). A falta de diagnóstico precoce e o acesso limitado a tratamentos eficazes
contribuem para essa alta taxa de mortalidade.

4.2.3 Fatores de risco


Os principais fatores de risco para o cancro da próstata incluem idade avançada, histórico
familiar da doença, obesidade e dietas ricas em gorduras saturadas (Johnson & Brown, 2020,
p. 204). Em Moçambique, a combinação de fatores socioeconômicos e a falta de acesso a
informações sobre saúde aumentam o risco para a população masculina.

4.3 Programas de rastreamento e prevenção


A implementação de programas de rastreamento e prevenção é crucial para reduzir a incidência
e a mortalidade do cancro da próstata em Moçambique.

4.3.1 Exame de PSA (Antígeno Prostático Específico)


O exame de PSA é uma ferramenta essencial para a detecção precoce do cancro da próstata.
Este exame mede os níveis de PSA no sangue, que podem estar elevados na presença de cancro
da próstata. Apesar de sua eficácia, o rastreamento com o PSA ainda não está amplamente
disponível em Moçambique, e muitos homens não têm acesso a este exame (Marquis & Huston,
2022, p. 166).

4.3.2 Toque Retal


O toque retal é um exame físico que permite ao médico avaliar a próstata e detectar anomalias.
Embora seja uma prática recomendada, a sua aceitação é limitada entre a população masculina
em Moçambique, devido a barreiras culturais e a falta de informação (Gebbie et al., 2020, p.
10
77). Campanhas de conscientização sobre a importância do exame podem ajudar a aumentar a
adesão a essa prática.

5 Cancro da Mama
5.1 Definição e características do cancro da mama
O cancro da mama é uma neoplasia maligna que se origina nos tecidos da mama, podendo afetar
tanto homens quanto mulheres, embora seja muito mais comum nas mulheres. Esta condição
pode manifestar-se de várias formas, incluindo nódulos, alterações na pele ou no formato da
mama, e secreção anormal do mamilo (Davidson, 2018, p. 315). O tipo mais comum é o
carcinoma ductal invasivo, que se origina nos ductos mamários e pode se espalhar para outros
tecidos.

Fig. 3: Mamografia de uma mama normal (esquerda) e de uma mama com cancro (direita, setas brancas)
/ Fonte: Google.

5.2 Situação epidemiológica em Moçambique


A situação do cancro da mama em Moçambique é alarmante, com um aumento notável na
incidência e mortalidade associadas a esta doença.

5.2.1 Taxas de incidência


Estudos recentes estimam que a taxa de incidência do cancro da mama em Moçambique varia
entre 25,0 a 40,0 por 100.000 mulheres (OMS, 2023, p. 82). Essa taxa é significativamente
maior nas áreas urbanas, onde o acesso a serviços de saúde é mais fácil, e onde as mulheres são
mais propensas a buscar cuidados médicos.

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5.2.2 Mortalidade
As taxas de mortalidade do cancro da mama em Moçambique são elevadas, estimando-se que
cerca de 50% das mulheres diagnosticadas com a doença venham a falecer devido a
complicações associadas (Ministério da Saúde, 2021, p. 121). A falta de diagnóstico precoce e
acesso limitado a tratamentos eficazes contribuem para essa situação.

5.2.3 Fatores de risco


Os fatores de risco associados ao cancro da mama incluem idade avançada, histórico familiar
da doença, obesidade, consumo excessivo de álcool e exposição a radiações (Marquis &
Huston, 2022, p. 175). Além disso, fatores socioeconômicos, como a falta de educação e acesso
a cuidados de saúde, aumentam a vulnerabilidade das mulheres à doença.

5.3 Programas de rastreamento e prevenção


A implementação de programas de rastreamento e prevenção é crucial para combater o cancro
da mama em Moçambique.

5.3.1 Mamografia
A mamografia é uma ferramenta de rastreamento fundamental para a detecção precoce do
cancro da mama. Este exame pode identificar alterações na mama antes que os sintomas
apareçam, aumentando as chances de tratamento bem-sucedido. Contudo, o acesso à
mamografia em Moçambique ainda é limitado, especialmente nas áreas rurais (Jensen, 2019, p.
212). A expansão das unidades de saúde que oferecem este serviço é essencial para melhorar
os índices de rastreamento.

5.3.2 Autoexame de mama


O autoexame de mama é uma prática importante que permite às mulheres identificar alterações
em suas mamas. A educação sobre a realização do autoexame pode capacitar as mulheres a
buscarem atendimento médico mais cedo (Huston, 2017, p. 142). Campanhas de
conscientização que incentivem essa prática são essenciais para aumentar a detecção precoce
do cancro da mama.

6 Desafios e Barreiras no Rastreio e Tratamento


Os desafios no rastreio e tratamento de câncer em Moçambique incluem:

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 Infraestrutura e recursos: A infraestrutura de saúde apresenta lacunas, com muitos
hospitais, especialmente nas áreas rurais, sem equipamentos adequados, como
mamógrafos e máquinas para exames de PSA, dificultando o diagnóstico precoce
(Marquis & Huston, 2022, p. 135). A falta de equipamentos de radioterapia e
quimioterapia nos hospitais públicos é um grande obstáculo para o tratamento eficaz.
 Deficiência de profissionais de saúde: A escassez de profissionais de saúde
qualificados, como oncologistas e radiologistas, é uma barreira crítica, especialmente
nas zonas rurais, onde a formação especializada é insuficiente (Jensen, 2019, p. 77).
 Barreiras culturais e socioeconômicas: Crenças culturais e a falta de conhecimento
sobre câncer desencorajam a busca por cuidados médicos. Muitas pessoas associam o
diagnóstico à fatalidade, levando à negligência nos cuidados preventivos (Buchan et al.,
2019, p. 66).
 Limitações nos programas de sensibilização e prevenção: As campanhas de
sensibilização sobre câncer são limitadas, com pouca cobertura, especialmente nas áreas
rurais. A falta de educação sobre autoexame e a vacinação contra o HPV também
contribuem para a baixa adesão (Huber, 2021, p. 112).112).

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CAPÍTULO II
7 Conclusão
A situação epidemiológica dos cancros em Moçambique, especialmente do cancro do útero, da
próstata e da mama, revela um cenário alarmante que demanda atenção imediata. As taxas de
incidência e mortalidade para esses tipos de cancro estão em ascensão, refletindo não apenas a
prevalência da doença, mas também os desafios no diagnóstico e tratamento adequados.
Estudos apontam que o cancro do útero é um dos mais comuns entre mulheres moçambicanas,
enquanto o cancro da próstata é uma preocupação crescente entre homens, destacando a
necessidade de programas eficazes de rastreio e intervenção (Johnson & Brown, 2020, p. 115).

Este trabalho enfatizou a importância do rastreio precoce e da prevenção, ressaltando que a


detecção em estágios iniciais pode aumentar significativamente as taxas de sobrevivência e
reduzir a mortalidade. Contudo, o rastreio enfrenta desafios consideráveis, como a escassez de
recursos, a falta de acesso a serviços de saúde e a carência de infraestrutura adequada. A
ausência de um sistema de saúde robusto, aliada à escassez de especialistas, impede que muitos
pacientes recebam o diagnóstico e tratamento necessários em tempo hábil (Gebbie, Rosenstock
& Hernandez, 2020, p. 90).

Além disso, a falta de conscientização e educação da população sobre os riscos e sinais do


cancro contribui para a detecção tardia da doença. As campanhas de sensibilização são cruciais
para aumentar a compreensão sobre a importância do rastreio e incentivar as pessoas a buscar
cuidados médicos. A superação de barreiras culturais e socioeconômicas é igualmente vital,
pois muitos indivíduos enfrentam estigmas e dificuldades financeiras que limitam o acesso ao
tratamento.

Por fim, é fundamental que o governo moçambicano, em colaboração com organizações


internacionais e locais, priorize políticas de saúde que abordem a prevenção e tratamento do
cancro. Isso inclui o fortalecimento dos programas de rastreio, a formação de profissionais de
saúde e a implementação de tecnologias modernas de diagnóstico e tratamento. A criação de
um sistema de saúde eficaz e acessível pode, assim, transformar o cenário do cancro em
Moçambique, permitindo que mais pacientes tenham acesso a cuidados de saúde adequados e
melhorando os desfechos de saúde da população.

Em suma, a luta contra os cancros em Moçambique requer um compromisso coletivo e um


enfoque estratégico que priorize a saúde pública, visando não apenas a redução da incidência e
mortalidade, mas também a promoção do bem-estar e da qualidade de vida dos cidadãos.
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8 Referências Bibliográficas
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Educando Profissionais de Saúde Pública para o Século XXI (pp. 90-95). National
Academies Press.
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11.

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