Trabalho Cancros Uterino, Da Próstata, Da Mamã em Moçambique
Trabalho Cancros Uterino, Da Próstata, Da Mamã em Moçambique
Trabalho Cancros Uterino, Da Próstata, Da Mamã em Moçambique
4°Grupo
Tema: Cancros: uterino, da próstata, da mamã em Moçambique (situação epidemiológica)
Discentes:
Rita Gastão Ascavera
Ruthe Chiposse Candieiro
Sonilde Luís Camunga
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ÍNDICE
CAPÍTULO I .............................................................................................................................. 4
1 Introdução............................................................................................................................ 4
CAPÍTULO II ............................................................................................................................. 6
3.2.2 Mortalidade........................................................................................................... 8
4.2.2 Mortalidade......................................................................................................... 10
2
4.2.3 Fatores de risco ................................................................................................... 10
5.2.2 Mortalidade......................................................................................................... 12
CAPÍTULO II ........................................................................................................................... 14
7 Conclusão .......................................................................................................................... 14
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CAPÍTULO I
1 Introdução
1.1 Contextualização
Em Moçambique, as doenças crônicas, incluindo os cancros, estão a emergir como uma das
principais causas de morte, competindo com doenças transmissíveis como a malária, HIV/SIDA
e tuberculose. O aumento da expectativa de vida, as mudanças nos padrões alimentares e de
estilo de vida, além da urbanização crescente, têm contribuído para um aumento na prevalência
de doenças não transmissíveis, incluindo o cancro. De acordo com o Relatório Anual de Saúde
de Moçambique (Ministério da Saúde, 2021), os cancros, particularmente os do útero, da
próstata e da mama, estão entre os mais diagnosticados no país, e suas taxas de mortalidade
permanecem alarmantemente elevadas.
O cancro do útero, por exemplo, é um dos mais frequentes entre as mulheres moçambicanas,
causado em grande parte pela infecção persistente pelo vírus do papiloma humano (HPV), que
não é amplamente prevenido por meio da vacinação no país. Já o cancro da próstata é o tipo de
cancro mais comum entre os homens, especialmente naqueles com mais de 50 anos. A detecção
tardia, em muitos casos, agrava o prognóstico desses pacientes. O cancro da mama, por sua vez,
afeta cada vez mais mulheres, mas enfrenta desafios no diagnóstico precoce, uma vez que os
recursos para rastreio, como mamografias, não estão disponíveis de maneira equitativa no
sistema de saúde pública.
A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2023) destaca que os cancros podem ser prevenidos
ou controlados com intervenções de saúde pública eficazes, incluindo o rastreio precoce, o
diagnóstico adequado e o acesso ao tratamento. No entanto, o panorama em Moçambique revela
dificuldades em todos esses aspetos, desde a infraestrutura até à falta de programas de
sensibilização para a população. O diagnóstico tardio e o acesso limitado a tratamentos, como
a radioterapia e a quimioterapia, resultam em altas taxas de mortalidade associadas a esses tipos
de cancro.
Diante desse cenário, este trabalho propõe-se a analisar os principais desafios relacionados ao
rastreio e tratamento dos cancros do útero, da próstata e da mama em Moçambique. O estudo
irá explorar as barreiras existentes no sistema de saúde moçambicano, bem como as
oportunidades para melhorar a detecção precoce e o tratamento destas neoplasias, com foco em
soluções viáveis para reduzir as taxas de mortalidade associadas.
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1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral
Analisar a situação epidemiológica dos cancros do útero, da próstata e da mama em
Moçambique, destacando as iniciativas de rastreamento e prevenção e os desafios
enfrentados.
1.3 Metodologia
Este trabalho utiliza uma abordagem baseada em revisão bibliográfica e dados epidemiológicos.
Foram consultados artigos científicos, relatórios do Ministério da Saúde de Moçambique,
publicações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras fontes relevantes. As estatísticas
sobre incidência e mortalidade foram retiradas de relatórios oficiais. A metodologia baseia-se
numa análise descritiva das tendências epidemiológicas e das estratégias de prevenção e
controle dos cancros em Moçambique. Em termos estruturais, o presente trabalho de pesquisa
comporta três capítulos, sendo o primeiro, intitulado introdução, o segundo, desenvolvimento
e o terceiro, conclusão.
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CAPÍTULO II
2 Rastreio de Cancros
2.1 Definição de cancros
Cancros, ou neoplasias malignas, são doenças caracterizadas pelo crescimento descontrolado
de células anormais que invadem tecidos próximos e podem se espalhar para outras partes do
corpo através da corrente sanguínea ou sistema linfático. Este crescimento anormal resulta de
mutações genéticas que afetam os processos normais de divisão celular, crescimento e
reparação dos tecidos (Davidson, 2018, p. 45). Entre os tipos de cancro mais comuns estão os
do útero, da mama e da próstata, que têm um impacto significativo na mortalidade e morbilidade
da população em Moçambique.
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Em relação ao cancro do colo do útero, Moçambique apresenta uma das maiores incidências na
África Subsaariana, com uma taxa de mortalidade superior a 50% (OMS, 2023, p. 24). O cancro
da mama, embora menos frequente que o do útero, também é uma causa crescente de
preocupação, especialmente entre as mulheres urbanas. Já o cancro da próstata é o tipo mais
comum entre os homens, representando cerca de 21% dos diagnósticos de cancro no sexo
masculino (Ministério da Saúde, 2022, p. 35).
3 Cancro do Útero
3.1 Definição e características do cancro do útero
O cancro do útero é uma neoplasia maligna que se desenvolve a partir das células do colo do
útero, geralmente associada à infecção persistente pelo vírus do papiloma humano (HPV). Este
tipo de cancro evolui lentamente e, na maioria dos casos, é precedido por lesões pré-cancerosas
que podem ser detectadas através de rastreios como o teste de Papanicolau (Davidson, 2018, p.
74). Os principais sintomas incluem sangramento vaginal anormal, dor pélvica e perda de peso
inexplicável, embora o estágio inicial possa ser assintomático.
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rastreamento e a baixa conscientização sobre a importância da prevenção contribuem para a
alta taxa de mortalidade associada a este cancro.
3.2.2 Mortalidade
A taxa de mortalidade por cancro do útero em Moçambique permanece elevada, com mais de
50% das mulheres diagnosticadas a morrerem devido à doença, muitas vezes por causa do
diagnóstico em estágios avançados (Ministério da Saúde, 2021, p. 112). Este índice é agravado
pela falta de acesso a tratamentos adequados e o atraso no diagnóstico.
4 Cancro da Próstata
4.1 Definição e características do cancro da próstata
O cancro da próstata é uma neoplasia maligna que se origina nas células da próstata, uma
glândula do sistema reprodutor masculino responsável pela produção do líquido seminal. Este
tipo de cancro frequentemente cresce de forma lenta e pode ser assintomático em seus estágios
iniciais. Os sintomas geralmente surgem quando a doença está em estágio mais avançado e
incluem dificuldade para urinar, dor na região pélvica e sangue na urina ou no sêmen (Huber,
2021, p. 233). O diagnóstico precoce é fundamental, uma vez que o tratamento inicial pode
resultar em taxas de sobrevivência significativamente melhores.
Fig. 2: Toque retal para sentir o tamanho, a forma e a consistência da próstata / Fonte: Google.
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4.2.1 Taxas de incidência
A taxa de incidência do cancro da próstata em Moçambique tem aumentado, refletindo a
tendência global. Estima-se que a incidência esteja em torno de 30,0 por 100.000 homens
(OMS, 2023, p. 78). Este aumento pode ser atribuído a vários fatores, incluindo o
envelhecimento da população e a crescente conscientização sobre a doença, que resulta em mais
diagnósticos.
4.2.2 Mortalidade
As taxas de mortalidade associadas ao cancro da próstata também são elevadas, com estimativas
indicando que a mortalidade pode chegar a 50% entre os homens diagnosticados (Ministério da
Saúde, 2021, p. 119). A falta de diagnóstico precoce e o acesso limitado a tratamentos eficazes
contribuem para essa alta taxa de mortalidade.
5 Cancro da Mama
5.1 Definição e características do cancro da mama
O cancro da mama é uma neoplasia maligna que se origina nos tecidos da mama, podendo afetar
tanto homens quanto mulheres, embora seja muito mais comum nas mulheres. Esta condição
pode manifestar-se de várias formas, incluindo nódulos, alterações na pele ou no formato da
mama, e secreção anormal do mamilo (Davidson, 2018, p. 315). O tipo mais comum é o
carcinoma ductal invasivo, que se origina nos ductos mamários e pode se espalhar para outros
tecidos.
Fig. 3: Mamografia de uma mama normal (esquerda) e de uma mama com cancro (direita, setas brancas)
/ Fonte: Google.
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5.2.2 Mortalidade
As taxas de mortalidade do cancro da mama em Moçambique são elevadas, estimando-se que
cerca de 50% das mulheres diagnosticadas com a doença venham a falecer devido a
complicações associadas (Ministério da Saúde, 2021, p. 121). A falta de diagnóstico precoce e
acesso limitado a tratamentos eficazes contribuem para essa situação.
5.3.1 Mamografia
A mamografia é uma ferramenta de rastreamento fundamental para a detecção precoce do
cancro da mama. Este exame pode identificar alterações na mama antes que os sintomas
apareçam, aumentando as chances de tratamento bem-sucedido. Contudo, o acesso à
mamografia em Moçambique ainda é limitado, especialmente nas áreas rurais (Jensen, 2019, p.
212). A expansão das unidades de saúde que oferecem este serviço é essencial para melhorar
os índices de rastreamento.
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Infraestrutura e recursos: A infraestrutura de saúde apresenta lacunas, com muitos
hospitais, especialmente nas áreas rurais, sem equipamentos adequados, como
mamógrafos e máquinas para exames de PSA, dificultando o diagnóstico precoce
(Marquis & Huston, 2022, p. 135). A falta de equipamentos de radioterapia e
quimioterapia nos hospitais públicos é um grande obstáculo para o tratamento eficaz.
Deficiência de profissionais de saúde: A escassez de profissionais de saúde
qualificados, como oncologistas e radiologistas, é uma barreira crítica, especialmente
nas zonas rurais, onde a formação especializada é insuficiente (Jensen, 2019, p. 77).
Barreiras culturais e socioeconômicas: Crenças culturais e a falta de conhecimento
sobre câncer desencorajam a busca por cuidados médicos. Muitas pessoas associam o
diagnóstico à fatalidade, levando à negligência nos cuidados preventivos (Buchan et al.,
2019, p. 66).
Limitações nos programas de sensibilização e prevenção: As campanhas de
sensibilização sobre câncer são limitadas, com pouca cobertura, especialmente nas áreas
rurais. A falta de educação sobre autoexame e a vacinação contra o HPV também
contribuem para a baixa adesão (Huber, 2021, p. 112).112).
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CAPÍTULO II
7 Conclusão
A situação epidemiológica dos cancros em Moçambique, especialmente do cancro do útero, da
próstata e da mama, revela um cenário alarmante que demanda atenção imediata. As taxas de
incidência e mortalidade para esses tipos de cancro estão em ascensão, refletindo não apenas a
prevalência da doença, mas também os desafios no diagnóstico e tratamento adequados.
Estudos apontam que o cancro do útero é um dos mais comuns entre mulheres moçambicanas,
enquanto o cancro da próstata é uma preocupação crescente entre homens, destacando a
necessidade de programas eficazes de rastreio e intervenção (Johnson & Brown, 2020, p. 115).
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