Profmataula 10

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 14

47

CAPÍTULO

2
UM ESTUDO GEOMÉTRICO DAS CÔNICAS

Neste capítulo abordaremos o estudo das Cônicas, que é um assunto bem antigo segundo
a história da Matemática. Os historiadores atribuem ao matemático Menaecmus (380 - 320
a.C. aproximadamente), discípulo de Eudóxio na Academia de Platão, a descoberta das curvas
cônicas ou seções cônicas quando trabalhava na resolução do problema da duplicação do cubo.
Foi ele o primeiro a mostrar que elipses, parábolas e hipérboles são obtidas como seções de um
cone quando seccionado por planos não paralelos à sua base.
Nos escritos de Pappus de Alexandria, credita-se ao geômetra grego Aristeu (370-
300 a.C.) a publicação do primeiro tratado sobre seções cônicas. Mais tarde, o astrônomo e
matemático grego Apolônio de Perga (262-190 a.C.) recompilou e aprimorou os resultados
conhecidos até então sobre o assunto na sua obra Seções Cônicas.(DELGADO; FRENSEL;
CRISSAFF, 2013)

2.1 Elipse
Nesta seção realizaremos um estudo sobre elipses, definindo-as inicialmente do ponto
de vista geométrico. Posteriormente com elementos de Geometria Analítica, obteremos uma
expressão algébrica que as representem.

Definição 12. Considere a um plano e 0  c < a. Considere dois pontos F1 e F2 distintos


.
pertencentes ao plano a e d(F1 , F2 ) = 2c. Uma elipse é o lugar geométrico dos pontos P
pertencente ao plano a cuja soma de suas distâncias aos pontos F1 e F2 é igual a constante 2a,
isto é
Elip = {P 2 a : d(P, F1 ) + d(P, F2 ) = 2a}. (2.1)

Uma pergunta natural é a seguinte: como podemos encontrar tais pontos do conjunto
Elip ? Sejam C o ponto médio do segmento F1 F2 e r a reta mediatriz ao segmento passando por C.
48 Capítulo 2. Um estudo geométrico das cônicas

Os pontos F1 e F2 são chamados de focos da elipse e a reta passando por F1 e F2 é chamada de


reta focal.
Por construção geométrica existem pontos B1 e B2 , denominados vértices da elipse,
pertencentes a reta ortogonal à reta focal, passando por C, denominada reta não focal r tal que
d(B1 , F1 ) + d(B2 , F2 ) = 2a, uma vez que a > c. De fato, como a reta r é a mediatriz ao segmento
F1 F2 , temos que B1 , B2 2 r \ Elip se e somente se d(B1 , F1 ) = d(B2 , F2 ) = a. Logo pelo Teorema
p
de Pitágoras temos b = a2 c2 é a distância de B1 e B2 ao centro C da elipse.

Figura 25 – Vértices sobre a reta não focal

Note que existem somente dois pontos distintos pertencentes a elipse e a reta focal,
denotados por A1 e A2 , chamados de vértices da elipse sobre a reta focal. Vamos agora determinar
a localização do vértice A1 sobre a reta focal, por simplicidade (análogo para A2 ).
Inicialmente suponhamos que A1 pertença ao segmento F1 F2 . Então,

d(F1 , A1 ) = d(F1 , F2 ) d(A1 , F2 )


d(F1 , A1 ) + d(A1 , F2 ) = d(F1 , F2 )
2a = 2c
a = c, Figura 26 – Vértice entre os focos

contradição. Logo A1 e A2 não pertencem ao segmento F1 F2 .


Afirmamos que existe um ponto A1 a esquerda de F1 , pertencente a elipse tal que
d(A1 , F1 ) = a c > 0. De fato,
2.1. Elipse 49

d(A1 , F2 ) = d(A1 , F1 ) + d(F1 , F2 )


d(A1 , F2 ) = a c + 2c = a + c
d(A1 , F2 ) = 2a a+c
d(A1 , F2 ) = 2a d(A1 , F1 )
d(A1 , F2 ) + d(A1 , F1 ) = 2a.
Figura 27 – Elementos da elipse

Portanto A1 2 Elip .
Analogamente, podemos mostrar que o simétrico ao ponto A1 em relação a C denominado
A2 , distante a c do foco F2 também pertence a elipse. Consequentemente o tamanho do
segmento A1 A2 é 2a, conforme a Figura 27 acima.
Vamos agora encontrar outros pontos pertencentes à elipse distintos dos anteriores.
Para isso façamos o uso da Geometria Analítica. Definimos o sistema de coordenadas dado
! !
por S = {C; u~1 , u~2 } no qual u~1 é o versor de CA2 e u~2 é o versor de CB1 . Por definição, em
coordenadas em relação ao sistema S, um ponto P = (x, y) pertence ao conjunto Elip quando:

d(P, F1 ) + d(P, F2 ) = 2a
q q
(x + c)2 + y2 + (x c)2 + y2 = 2a

q q
2 2
(x + c) + y = 2a (x c)2 + y2 (2.2)

✓q ◆2 ✓ q ◆2
2
(x + c) + y2 = 2a (x c)2 + y2 (2.3)

m
q
(x + c)2 + y2 = 4a2 4a (x c)2 + y2 + (x c)2 + y2

m
q
x2 + 2xc + c2 + y2 = 4a2 4a (x c)2 + y2 + x2 2xc + c2 + y2 .

Simplificando e reagrupando os termos temos,


q
4a (x c)2 + y2 = 4a2 4xc

m
50 Capítulo 2. Um estudo geométrico das cônicas

q
a (x c)2 + y2 = a2 cx. (2.4)

Elevando novamente ao quadrado temos,

a2 (x c)2 + a2 y2 = (a2 cx)2 (2.5)

a2 x 2 2a2 cx + a2 c2 + a2 y2 = a4 2a2 cx + c2 x2

a2 x 2 c2 x2 + a2 y2 = a4 a2 c2

(a2 c2 )x2 + a2 y2 = a2 (a2 c2 ).

De fato, como a > c > 0, segue que a2 c2 > 0. Logo,

a2 y2
x2 + = a2 .
(a2 c2 )

Como a2 = b2 + c2 segue

x2 y2
+ = 1.
a2 b2

Esta é a chamada equação geral da elipse Elip na sua forma reduzida referente ao sistema S.
Vamos agora justificar que de fato as passagens (2.2) ) (2.3) e (2.4) ) (2.5) são equiva-
lentes. Precisamos mostrar que se:
x2 y2
+ = 1.
a2 b2
Então, q
a2 cx 0 e 2a (x + c)2 + y2 0.

Com efeito, como 0 < c < a e a2 = b2 + c2 , temos

x2 x2 y2
 + = 1 ) x2  a2 ) |x|  a ) a  x  a
a2 a2 b2
) a2 cx a2 ca > a2 a2 ) a2 cx 0.

Analogamente,

y2 x2 y2
2
 2
+ 2 = 1 ) y2  b2 ) b2 + y2  0
b a b
) (x + c) + y = x + 2cx + c + y2  a2 + 2a2 + a2 b2 + y2  4a2
2 2 2 2
q
2a (x + c)2 + y2 0.

Em resumo temos a representação da elipse com seus elementos.


2.1. Elipse 51

Figura 28 – Elipse

Nomenclatura:

• F1 , F2 : focos.

• A1 , A2 : vértices sobre a reta focal.

• B1 , B2 : vértices sobre a reta não focal.

• C : centro.

• 2c : distância focal d(F1 , F2 ) = 2c.

• A1 A2 : eixo focal de comprimento d(A1 , A2 ) = 2a.

• B1 B2 : eixo não focal de comprimento d(B1 , B2 ) = 2b.

Vamos apresentar agora alguns exemplos de elipses e sua equação reduzida, referente ao
sistema S de coordenadas.

Exemplo 18. Dados os focos F1 = ( 4, 0), F2 = (4, 0) e a = 5 vamos determinar a equação


reduzida da elipse.
Os focos da elipse são F1 = ( 4, 0) e F2 = (4, 0). Se d(F1 , F2 ) = 2c, então

d(F1 , F2 ) = 2c ) c = 4

e p p p p
b = a2 c2 = 52 42 = 25 16 = 9 = 3.
52 Capítulo 2. Um estudo geométrico das cônicas

Logo, a equação geral da elipse referente ao sistema S é dada por

x2 y2
Elip : + = 1,
a2 b2

x2 y2
Elip : + = 1.
25 9

Figura 29 – Elementos da elipse Exemplo 18

Exemplo
p
19. Considere uma elipse de vértices A1 = (0, 6) e A2 = (0, 6), passando pelo ponto
12 5
(2, 5 ). Vamos determinar a equação reduzida da elipse e esboçar seu gráfico destacando seus
principais elementos.

Como os vértices da elipse são A1 = (0, 6) e A2 = (0, 6), então

d(A1 , A2 ) = 2a ) a = 6.
p
12 5
Temos que o ponto (2, 5 ) pertence a elipse, então

x2 y2
+ = 1,
b2 p a2
22 ( 125 5 )2
+ = 1,
b2 62
4 4
+ = 1,
b2 5
p
b = 20.

Logo, a equação geral da elipse referente ao sistema S é dada por

x2 y2
Elip : + = 1,
b2 a2

x2 y2
Elip : + = 1.
20 36

Figura 30 – Elementos da elipse Exemplo 20


2.2. Hipérbole 53

2.2 Hipérbole
Nesta seção realizaremos um estudo sobre hipérboles. Iniciaremos com a definição
seguindo uma abordagem geométrica apresentando sua construção, destacando seus principais
elementos e posteriormente apresentamos sua forma analítica e a obtenção da sua equação na
forma reduzida.

Definição 13. Considere a um plano e c > a > 0. Considere dois pontos F1 e F2 distintos
.
pertencentes ao plano a e d(F1 , F2 ) = 2c. Uma hipérbole é o lugar geométrico dos pontos P,
pertencentes a este plano a cujo o módulo da diferença de suas distâncias aos pontos F1 e F2
seja constante e igual a 2a, isto é

Hip = {P 2 a : |d(P, F1 ) d(P, F2 )| = 2a}. (2.6)

Sejam C o ponto médio do segmento F1 F2 e A1 um ponto da reta F1 F2 . Os pontos F1 e F2


são chamados de focos da hipérbole e a reta passando por F1 e F2 é chamada de reta focal, que
por simplicidade denotamos por r. Vamos averiguar se A1 pode ser um ponto da hipérbole.
Inicialmente suponhamos que existe um ponto A1 a esquerda de F1 pertencente à hipér-
bole. Então,

d(A1 , F1 ) = d(A1 , F2 ) d(F1 , F2 )


d(A1 , F2 ) d(A1 , F1 ) = d(F1 , F2 )
2a = 2c
Figura 31 – Pontos da Hipérbole
a = c,
contradição. Logo A1 não pode estar a esquerda de F1 .
Afirmamos que A1 pertence ao segmento F1 F2 de tal modo que d(A1 , F1 ) = c a > 0.
De fato,

d(A1 , F2 ) = d(F1 , F2 ) d(A1 , F1 )


d(A1 , F2 ) = 2c (c a) = c + a
d(A1 , F2 ) = 2a + c a
d(A1 , F2 ) = 2a + d(A1 , F1 )
d(A1 , F2 ) d(A1 , F1 ) = 2a.

Portanto A1 2 Hip . Analogamente, podemos mostrar que o simétrico ao ponto A1 em relação a


C denominado A2 , distante c a do foco F2 também pertence à hipérbole. Consequentemente o
tamanho do segmento A1 A2 é 2a, conforme a Figura 32.
54 Capítulo 2. Um estudo geométrico das cônicas

Figura 32 – Focos da Hipérbole

Considere a reta ortogonal à reta focal passando por C, denominada reta não focal, onde
C é o ponto médio de F1 F2 . Podemos afirmar que não existe nenhum ponto da reta não focal
pertencente a hipérbole. De fato,
Se B pertence a reta não focal e a hipérbole então por definição temos

|d(B, F1 ) d(B, F2 )| = 2a.

Como d(B, F1 ) = d(B, F2 ), então

|d(B, F1 ) d(B, F2 )| = 2a ) a = 0, contradição!

Portanto B não pertence a Hip .


Considere B1 e B2 dois pontos distintos pertencentes a reta não focal tal que d(Bi ,C) = b,
no qual b2 = c2 a2 para i = 1, 2. Denominamos os pontos B1 e B2 por vértices da hipérbole
sobre a reta não focal.

Figura 33 – Focos e vértices da hipérbole

Analogamente ao caso da elipse, vamos encontrar outros pontos pertencentes à hipérbole


distintos dos anteriores. Para isso façamos o uso da Geometria Analítica.
2.2. Hipérbole 55

Definimos o sistema de coordenadas dado por S = {C; u~1 , u~2 } no qual u~1 é o versor de
! !
CA2 e u~2 é o versor de CB1 . Por definição, em coordenadas em relação ao sistema S, um ponto
P = (x, y) pertence ao conjunto Hip quando:

|d(P, F1 ) d(P, F2 )| = 2a

que é equivalente a

q q
(x + c)2 + y2 (x c)2 + y2 = ±2a.

Elevando os dois membros ao quadrado temos,


q q
(x + c) + y = ±2a + (x c)2 + y2 )
2 2
q
2 2 2
(x + c) + y = 4a ± 4a (x c)2 + y2 + (x c)2 + y2
m
q
x2 + 2xc + c2 + y2 = 4a2 ± 4a (x c)2 + y2 + x2 2xc + c2 + y2 .

Simplificando e reagrupando os termos temos,


q q
2
2 2
±4a (x c) + y = 4xc 4a ) ±a (x c)2 + y2 = cx a2 .

Elevando a expressão anterior ao quadrado temos,

a2 (x c)2 + a2 y2 = (cx a2 )2
m
a2 x 2 2a2 cx + a2 c2 + a2 y2 = c2 x2 2a2 cx + a4
m
2 2
a x 2a cx + a c + a y = c2 x2
2 2 2 2 2
2a2 cx + a4
m
a2 x 2 c2 x2 + a2 y2 = a4 a2 c2
m
(c2 a2 )x2 a2 y2 = a2 (c2 a2 ).

Como c > a > 0 ) c2 a2 > 0, logo


a2 y2
x2 = a2 . (2.7)
(c2 a2 )

Como c2 = a2 + b2 ) b2 = c2 a2 e assim,a expressão (2.7) torna-se

x2 y2
= 1.
a2 b2
56 Capítulo 2. Um estudo geométrico das cônicas

Esta é a chamada de equação geral da hipérbole Hip na sua forma reduzida referente ao sistema
de coordenadas S.
Reescrevendo a equação da hipérbole temos que
✓ 2 ◆
x2 y2 2 2 x
=1,y =b 1
a2 b2 a2
r
b2 x 2
y=± b2 .
a2

Note que para x suficientemente grande temos:


r
b2 x 2 b
2 ) y ⇡ ± x.
y=± b
a2 a
Obtemos então as assíntotas da hipérbole, que são duas retas que passam pela origem do sistema
de coordenadas e têm inclinação ± ba em relação ao eixo CF2 (reta focal).
A Figura 34 abaixo representa uma hipérbole e os principais elementos, no sistema
! !
S = {C; CF2 , CB1 }.

Figura 34 – Hipérbole

Nomenclatura:

• F1 , F2 : focos.

• A1 , A2 vértices.

• C : centro.

• 2c : distância focal d(F1 , F2 ) = 2c.

• A1 A2 : eixo focal de comprimento d(A1 , A2 ) = 2a.

• B1 B2 : eixo não focal de comprimento d(B1 , B2 ) = 2a.

• r, s : assíntotas.
2.2. Hipérbole 57

Vamos apresentar agora alguns exemplos de hipérboles e como determinar sua equação
reduzida referente ao sistema fixado S.
p p
Exemplo 20. Dados os focos F1 = ( 7, 0), F2 = ( 7, 0) e a = 2 vamos determinar a equação
reduzida da hipérbole e suas assíntotas.
p p
Os focos da hipérbole são F1 = ( 7, 0) e F2 = ( 7, 0). Se d(F1 , F2 ) = 2c, então
p
d(F1 , F2 ) = 2c ) c = 7
e p qp p
b = c2 a2 = ( 7)2 22 = 3.

Portanto, a equação geral da hipérbole é:

x2 y2
Hip : = 1.
a2 b2
x2 y2
Hip : = 1.
4 3
Observe que as equações das assíntotas são:
y = ± ba x. Logo:
p p
3 3
y= x e y= x. Figura 35 – Elementos da hipérbole 1
2 2
p
Exemplo 21. Vamos determinar a equação reduzida daphipérbole sabendo que F1 = (0, 10),
p
F1 = (0, 10), a = 2 e a hipérbole passa pelo ponto ( 230 , 3).

p p
Os focos da hipérbole são F1 = (0, 10) e F1 = (0, 10). Se d(F1 , F2 ) = 2c, então
p
d(F1 , F2 ) = 2c ) c = 10
e p qp p
b = c2 a2 = ( 10)2 22 = 6.

Portanto, a equação geral da hipérbole é:

y2 x2
Hip : = 1.
a2 b2
y2 x2
Hip : = 1.
4 6
Observe que as equações das assíntotas são:
y = ± ab x. Logo:
p p
6 6
y= x e y= x.
3 3 Figura 36 – Elementos da hipérbole 2
58 Capítulo 2. Um estudo geométrico das cônicas

2.3 Parábola
Nesta seção apresentamos um estudo sobre parábolas, definindo-as inicialmente do ponto
de vista geométrico. Posteriormente com elementos de Geometria Analítica, obteremos uma
expressão algébrica que a represente.

Definição 14. Considere a um plano. Sejam r uma reta e F um ponto do plano não pertencente
a r. Definimos por parábola de foco F e diretriz r o conjunto dos pontos do plano cuja distância
a F é igual à sua distância a r, isto é

Parab = {P 2 a : d(P, F) = d(P, r)}. (2.8)

Seja C o ponto de interseção da reta perpendicular à reta diretriz r passando por F, tal
que a distância do foco à reta diretriz é chamado de parâmetro da parábola dado por d(F, r) = 2p.
Vamos inicialmente definir um ponto V da parábola com a seguinte propriedade: V é o
ponto médio do segmento FC, então

d(V, F) = d(V,C) = p.

Como C pertence a reta diretriz r, então d(V, F) = d(V, r). Portanto o ponto V pertence a
parábola. A esse ponto chamamos de vértice da parábola.
Seja R pertencente a reta s, onde s é a reta paralela à reta diretriz r passando pelo vértice
da parábola. Definimos o sistema de coordenadas dado por S = {V ; u~1 , u~2 } no qual u~1 é o versor
! !
de V R e u~2 é o versor de V F.
Por definição, em coordenadas em relação ao sistema S, um ponto P = (x, y) pertence ao
conjunto Parab quando d(P, F) = d(P, r).
Seja P 0 um ponto pertencente a reta diretriz r, tal que P 0 = (x, p). Por definição temos que

d(P, F) = d(P, r) = d(P, P 0 )


q q
(x 0) + (y p) = (x x)2 + (y + p)2
2 2
q q
x2 + (y p)2 = (y + p)2 .

Elevando ambos membros ao quadrado, temos

x2 + (y p)2 = (y + p)2
x2 + y2 2yp + p2 = y2 + 2py + p2 .

Simplificando e reagrupando os termos, temos

x2 = 4py
2.3. Parábola 59

isto é,

x2
y= . (2.9)
4p

A equação dada em (2.9) é chamada equação geral da parabola Parab na sua forma reduzida
referente ao sistema S.
Em resumo temos a representação da parábola com seus elementos.

Figura 37 – Parábola

Nomenclatura:

• F : foco.

• 2p : parâmetro.

• r : diretriz.

• V : vértice.

Vamos apresentar agora alguns exemplos de parábolas e sua equação geral reduzida
referente ao sistema S de coordenadas.

Exemplo 22. Vamos determinar a equação geral da parábola de foco F = (0, 3) e reta diretriz
r : y = 3.
60 Capítulo 2. Um estudo geométrico das cônicas

Usando a definição da parábola, temos

d(P, F) = d(P, r) = d(P, P 0 )


q q
(x 0) + (y + 3) = (x x)2 + (y 3)2 ,
2 2
q q
x + (y + 3) = (y 3)2 .
2 2

Elevando ambos membros ao qua-


drado, temos

x2 + (y + 3)2 = (y 3)2 ,
x2 + y2 + 6y + 9 = y2 6y + 9.

Simplificando e reagrupando os ter-


mos, temos

x2
y= .
12
Exemplo 23. Vamos esboçar e determinar a equação geral da parábola com vértice V = (0, 0)
na origem, cujo foco é o ponto F = (0, 5).
Se V = (0, 0) e F = (0, 5), então

d(V, F) = p ) p = 5.

Logo a equação geral da parábola é representada


por:

x2
y= .
20

Você também pode gostar