Discipulado

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BASES PARA UMA V
CDA CRISTÃ PLENA
I
P
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A
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O
Nome do discípulo (a): __________________________________
Adaptado pelo Pr. Alexandre Pereira
Serve ao Senhor na Assembleia de Deus Ministério de
Sumário
Madureira – Ourinhos – São Paulo

1. O Pecado ...............................................................................................................03
2. Arrependimento ......................................................................................................05
3. Salvação ................................................................................................................07
4. Novo Nascimento ...................................................................................................09
5. A Fé .......................................................................................................................11
6. O Batismo ..............................................................................................................14
7. A Santificação..........................................................................................................17
8. O Espírito Santo .....................................................................................................21
9. A Bíblia ...................................................................................................................24
10. A Oração ..............................................................................................................28
11. A Igreja..................................................................................................................31
12. O Testemunho ......................................................................................................35
13. A Mordomia Cristã.................................................................................................39
14. A Ceia do Senhor...................................................................................................42
15. Imposição de Mãos ...............................................................................................46
16. Dons e Ministérios..................................................................................................48
17. Como Vencer os Obstáculos .................................................................................52

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LIÇÃO 1
PECADO

TEXTO CHAVE
“Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a
transgressão da lei." (I Jo 3.4)

INTRODUÇÃO
Quando Deus criou todas as coisas criou-as em harmonia e estabeleceu princípios
para que a harmonia fosse mantida. Tendo criado o homem a sua imagem e semelhança o
colocou sobre toda a criação com a liberdade para cultivá-la e a autoridade para guardá-la
(Gênesis 2.15). É importante lembrar que Deus criou o mundo para o homem, mas criou
homem exclusivamente para ele.
Entretanto, estabeleceu limites que deveriam ser respeitados. Mas o ser humano
desobedeceu a Deus transgredindo os limites por Ele estabelecidos (Gênesis 3.1-6).
Como consequência a desarmonia chegou à criação por causa do pecado daquele
que deveria tê-la guardado (Gênesis 3.16-19).
Nessa lição estudaremos sobre o pecado e suas consequências.

O QUE É PECADO?
O texto de I João 3.4 diz que o pecado é a transgressão da lei. Mas de qual lei o autor
fala? É lógico que não é a lei judaica (já superada pela igreja cristã).
Pecado é a transgressão dos limites estabelecidos por Deus; a desobediência dos
limites e princípios ensinados por Ele. É errar o alvo.
Quando desobedecemos a Deus cometemos pecado (pecamos).
Os limites e princípios estabelecidos por Deus estão na Bíblia, se quisermos segui-
los, devemos conhecê-la bem.

A TENTAÇÃO E A ORIGEM DO PECADO


Todos nós temos necessidades (físicas, emocionais e espirituais), necessitamos de
alimento, descanso, afeto, atenção, reconhecimento, amor, etc, isso é natural. As nossas
necessidades nos levam a desejar algumas coisas (cobiçar), isso é natural.

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Tiago 1.14 diz que ser tentado é ser atraído e seduzido pela sua cobiça; ou seja, tentar
satisfazer seus desejos de qualquer maneira mesmo que para isso desobedeçamos a Deus.
Quando fazemos isso cedemos a tentação e pecamos (Tiago 1.15).
O pecado tem, portanto sua origem no desejo do ser humano (paixões da carne). O primeiro
pecado aconteceu porque o ser humano desejou ser igual a Deus (Gênesis 3.4-6)
A tentação:
a) Leva o ser humano a descrer de Deus
b) Retira a autoridade da Palavra de Deus
c) Leva o ser humano a desobediência

AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO
A criação foi amaldiçoada por Deus e experimentou a corrupção por causa do pecado do ser
humano (Gênesis 3.17b e Romanos 8.21), mas não foi só ela que sofreu, o próprio ser
humano tem sofrido.
Como consequência de ter desobedecido a Deus o ser humano:
a) Experimenta a morte espiritual (Tiago 1.15 e Romanos 6.23a).
b) Encontra-se separado de Deus (Isaias 59.2).
c) Perdeu a imagem de Deus e corrompeu-se (II Coríntios 11.3, Efésios 4.22, Romanos
3.23).
d) Tornou-se escravo do pecado, perdeu sua liberdade.

CONCLUSÃO
Criados para usufruir de Deus e de Seu amor, por causa de nossa desobediência,
experimentamos o sabor amargo da corrupção e morte espiritual (separação de Deus).
Vivendo para satisfazer os desejos da nossa carne, tornamo-nos escravos do pecado
afastando-nos cada vez mais de Deus e de Seu propósito, e cada vez menos conscientes do
por que fomos criados. Esse ciclo destrutivo sem opção ou esperança, era a nossa história
até ouvirmos o “Evangelho” da salvação, que veremos nas próximas lições.

APLICAÇÃO: Examine a sua vida e observe se você tem desobedecido a Deus (pecado)
em alguma área de sua vida
TAREFA: Durante seu tempo devocional diário tenha um tempo para exame de sua vida,
confessando a seguir o seu pecado e pedindo perdão a Deus.

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LIÇÃO 2
ARREPENDIMENTO

TEXTO CHAVE
“Arrependei-vos, pois e convertei-vos, para que sejam anulados os vossos pecados e
venham então os tempos de refrigério pela presença do Senhor." (At 3.19)

INTRODUÇÃO
Vimos no estudo sobre pecado que estávamos presos num ciclo destrutivo,
experimentando a morte espiritual e destinados ao inferno. Efésios 2.1 nos lembram que
estávamos mortos em nossos delitos e pecados, mas também nos diz que Ele nos deu vida.
Como isso aconteceu?
Antes de experimentarmos a vivificação conhecemos a verdade (a Palavra de Deus) e
cremos nela, isto nos levou a identificar algumas mentiras nas quais acreditávamos e pelas
quais vivíamos. Quando percebemos que vivemos de maneira errada somos tomados pelo
arrependimento. É o que estudaremos nessa lição.

O QUE É ARREPENDIMENTO?
Em Atos 2.37-38 vemos que após ouvirem a pregação de Pedro, e reconhecendo que ele
estava correto, os ouvintes foram exortados a arrependerem-se. Vemos por aí que
arrependimento é mais do que um sentimento.
Arrependimento é o reconhecimento de nosso erro e a decisão de mudar abandonando o
erro.

São sinais de arrependimento:


a) Convencimento do pecado ou o reconhecimento do erro (João 16.8 e Atos 2.37-38)
b) Quebrantamento profundo e tristeza pelo pecado (Isaias 6.1-6 e II Coríntios 7.9-10)
O QUE É NECESSÁRIO?
Em Lucas 15.11-32 temos a história do filho pródigo. É a história de um rapaz que fez
algumas escolhas erradas e como consequência sofreu; em determinado momento ele
reconhece seu erro e decide voltar atrás, pedir perdão ao pai e pagar o preço necessário.
Ele arrepende-se.

Para conseguir transformar a intenção em ação foi necessário:


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a) Humildade – É mais fácil arrumar desculpas ou justificativas para nossos erros do que
reconhecer o erro e assumir a responsabilidade. Só que Deus dá graça ao humilde (Tiago
4.6b)
b) Restituição – Isto é a disposição de voltar atrás quando percebe que tomou uma decisão
errada (Lucas 15.17-19)
c) Confissão – O filho pródigo não só volta a casa do pai como fala ao pai que pecou contra
o céu e diante dele (Lucas 15.20-21)
d) Firme propósito – O rapaz está disposto a ser tratado como empregado para acertar o seu
erro. Está disposto a fazer o que é preciso, pagar o preço necessário.

RESULTADOS DO ARREPENDIMENTO
Quando nos arrependemos de maneira sincera diante de Deus algumas coisas
acontecem:
a) Somos perdoados por Deus (I João 1.9)
b) Somos purificados (Isaías 6.6-7)

CONCLUSÃO
A passagem de João 16.8 nos mostra que o verdadeiro arrependimento é obra do
Espírito Santo, pois é Ele que nos convence do pecado.

APLICAÇÃO
Avalie sua vida e perceba se há alguma ação pecaminosa que você ainda não abandonou.
Avalie se houve verdadeiro arrependimento (tristeza e dor pelo pecado). Confesse ao
Senhor e renuncie ao pecado.

TAREFA
a) Se você precisa restituir a pessoas (defraudou alguém). Procure-as e peça perdão.
b) Procura testemunhar a alguém dos benefícios do arrependimento em sua vida.

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LIÇÃO 3
SALVAÇÃO

TEXTO CHAVE

“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus."
(Ef 2.8)

INTRODUÇÃO
O texto de Efésios 2.1 nos mostra que estávamos mortos em nossos delitos e pecados.
Como vimos o pecado nos separou da comunhão com Deus gerando morte espiritual, mas o
resultado da desobediência do ser humano não foi só a morte espiritual.
A Bíblia nos ensina que um dia todos nós compareceremos diante de Deus para prestar
contas de todos os nossos atos, para aqueles que forem achados em débito (falta) para com
Deus está reservado o juízo e uma eternidade em tormento.
Disso fomos salvos, de uma existência miserável à parte da comunhão com Deus. É o que
veremos neste estudo.

PELA GRAÇA SOIS SALVOS (Efésios 2.8)


Tínhamos uma “dívida” com Deus que precisava ser quitada. O preço pelo pecado
(desobediência) precisava ser pago. Deus, que é amor, desejava nos isentar da punição
(juízo), mas por ser justo não podia desconsiderar nosso erro, inocentando o culpado (Êxodo
34.7b).
Um justo pecou, maculando toda a criação de Deus; um outro justo precisava redimi-la.
Como todos pecaram (Romanos 3.23) ninguém podia trazer salvação a humanidade. Por
isso Cristo Jesus, que era filho de Deus (Filipenses 2.6), assumiu a forma humana
(encarnou-se), viveu uma vida sem pecado (Hebreus 4.15), pagou o preço pela nossa dívida
morrendo na cruz (Colossenses 2.14 e João 19.30) e derramando o seu sangue para nos
purificar ( I João 1.7).
Esta é a graça (favor imerecido) pela qual somos salvos.

POR MEIO DA FÉ (Efésios 2.8)

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Vemos então que a salvação foi um presente concedido por Deus através de Cristo Jesus.
Mas isso tudo de nada adianta se não acreditarmos e aceitarmos o presente de Deus.
Precisamos crer para usufruir do presente.
Somos salvos por meio da fé (no estudo 5 veremos um pouco mais sobre a fé que salva).

COMO PODEMOS TER CERTEZA DA SALVAÇÃO?


Talvez esse seja o maior questionamento das pessoas sobre a salvação, e muitos até
chegam a afirmar, erroneamente, que não se pode ter certeza da salvação.
Os textos bíblicos de João 5.24 e I João 5.11-13 nos mostram que se ouvimos as
boas novas de salvação, cremos e recebemos a Jesus Cristo como Senhor e Salvador de
nossas vidas, já passamos da morte para a vida (fomos salvos).
A passagem de I João 5.13 ainda nos diz que essas coisas foram escritas para que
saibamos que já temos a salvação (vida eterna).
A nossa certeza se baseia na Bíblia (Palavra de Deus) e no fato de que Deus não
mente (Tito 1.2). Se Ele falou é certo que fará.

CONCLUSÃO
Como vemos a salvação é dom de Deus e não fruto de nossas obras (Efésios 2.8-9).
Isso não quer dizer que as obras não são importantes, somente não são a causa, o motivo
da nossa salvação.
A Bíblia nos ensina que devemos praticar obras dignas de arrependimento (Atos
26.20), que Deus nos redimiu (criou em Cristo Jesus) para praticarmos boas obras (Efésios
2.10).
A pessoa arrepende-se e abandona o pecado porque foi salva, não para ser salva. As
boas obras são a consequência da salvação. Aquele que passou pelo novo nascimento
anda em novidade de vida, é o que veremos na próxima aula.

APLICAÇÃO
Reflita sobre o que aprendeu sobre a salvação e agradeça a Deus pelo presente que
recebeu Dele
TAREFA
Como fruto da gratidão que temos pelo presente que Deus nos deu, reavalie a sua vida e
veja se há alguma área na qual você ainda não manifesta a graça de Deus (não manifesta
as “obras de arrependimento”)

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LIÇÃO 4
NOVO NASCIMENTO

TEXTO CHAVE
“...Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o
Reino de Deus." (Jo 3.3)

INTRODUÇÃO
No texto de João 3.3 Jesus diz que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de
Deus.
Se o novo nascimento é assim tão importante precisamos conhecê-lo melhor. É o que
estudaremos nessa lição.

O QUE É “NOVO NASCIMENTO”


Quando nos arrependemos de nossos pecados e confessamos a Deus recebemos o Seu
perdão e Ele nos purifica de toda injustiça (I João 1.9). Nesse momento, além de sermos
justificados, somos feitos novas criaturas (II Coríntios 5.17). Gerados, pela fé em Deus
(Tiago 1.18).
Chamamos a isso de regenerar (gerar de novo); ou seja, novo nascimento.

POR QUE PRECISAMOS NASCER DE NOVO?


Quando a raça humana desobedeceu a Deus (pecou) sua natureza foi corrompida. O ser
humano se tornou escravo dos desejos da sua carne. Antes inclinado a fazer a vontade de
Deus, após pecar, o ser humano se torna escravo da sua carne, inclinado a fazer a sua
vontade mesmo que para isso precisasse desobedecer a Deus.
A velha natureza se torna escrava do pecado, foi corrompida. Para se libertar deste jugo só
há uma solução: a morte. Por isso a velha natureza foi crucificada com Cristo, para destruir o
corpo do pecado de modo que não sirvamos mais a ele como escravos (Romanos 6.6 e
Gálatas 5.24).
Com a morte da velha natureza uma nova foi gerada, inclinada a fazer a vontade de Deus
(Romanos 6.4). Se quisermos fazer a vontade de Deus precisamos nos revestir dessa nova
natureza (Efésios 4.22-24).

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Além disso, a velha natureza está morta espiritualmente (Efésios 2.1). Se não nascermos de
novo permanecemos mortos. Somos vivificados espiritualmente pelo novo nascimento (João
3.5-7).
Precisamos nascer de novo para herdarmos a vida eterna. Precisamos ser gerados do
Espírito para vermos o reino de Deus. Em Tito 3.5 vemos que essa regeneração é obra do
Espirito Santo. Isso é fundamental porque a corrupção não pode herdar a incorrupção (I
Coríntios 15.50).

COMO PODEMOS NASCER DE NOVO?


O texto de Efésios 1.13 fala que ouvindo o evangelho da salvação e nele crendo somos
selados com o Espírito Santo. Aí vemos que o novo nascimento é um ato de Deus através
do Espírito Santo, operado na vida de todo que crê.
Quando recebemos o Espírito Santo, como consequência de crer no evangelho da salvação,
nascemos de novo.

CONCLUSÃO
Apesar de serem duas coisas distintas, a justificação pela fé, (redenção ou salvação) e o
novo nascimento, (regeneração) acontecem no mesmo momento e como resultado de uma
mesma coisa: ouvir a Palavra de Deus e crer. A fé se torna elemento essencial tanto para
um quanto para o outro.
Quando cremos nascemos de Deus. Estudaremos sobre fé a seguir.

APLICAÇÃO
A Bíblia fala em Romanos 8.16 que o Espírito de Deus testifica como o nosso espírito que
somos filhos de Deus. Avalie o que estudou e conscientize-se de seu novo nascimento.

TAREFA
Perceba em sua vida a testificação interior de seu novo nascimento e compartilhe com
alguém sobre isso.

LIÇÃO 5
10

TEXTO CHAVE
“De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se
aproxima de Deus creia que Ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam."
(Hb 11.6)

INTRODUÇÃO
A Bíblia ensina que sem fé é impossível agradar a Deus (Hebreus 11.6); também ensina que
o justo vive da sua fé (Habacuque 2.4; Romanos 1.17; Hebreus 10.38). Sabemos também
que usufruímos da salvação e justificação operada por Deus por meio da fé (Efésios 2.8 e
Romanos 4.5).
O recebimento do Espírito Santo e o novo nascimento também se tornam realidade em
nossas vidas por meio da fé (Efésios 1.13).
Por aí, vemos que a fé não é um atributo opcional para a vida cristã, é essencial.
Justamente por isso precisamos compreender bem o que é fé e como obtê-la. É o que
veremos a seguir.

O QUE É FÉ?
A Bíblia define a fé como sendo “ a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos
que não se vêem” (Hebreus 11.1). Mas para que essa definição fique clara é preciso
entender o que não é fé cristã e como obtemos a verdadeira fé cristã.

a) O que não é fé cristã.


Para esclarecermos esse ponto nos reportamos ao sermão de João Wesley. A Salvação
pela Fé . Neste sermão Wesley diferencia a fé cristã da:

a.1) Fé do pagão - Esta fé ele classifica como mero assentimento intelectual a fatos
inegáveis.
Crer que existe um Deus (ser superior) que abençoa os que o buscam, vários pagãos
creem (romeiros, idólatras, etc); mas não são salvos.
Crer que existe um Criador, vários pagãos creem, é um fato exposto pela criação;
mas não são salvos.

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a.2) Fé do demônio - Diz a Bíblia que os demônios creem que há um só Deus
(sabem quem manda) e tremem (Tiago 2.19); creem que Jesus é o Cristo, filho de Deus
(Lucas 4.41); sabem quem são os servos de Deus que falam a verdade (Atos 16:16-17);
mas não se submetem a essas verdades e nem são salvos.
Esta fé que só reconhece e aceita as verdades cristãs, mas não leva a submissão e
obediência, nem a ação e transformação, é comparada a fé dos demônios. Não é a fé cristã.

a.3) Fé circunstancial - É comparada por Wesley a fé dos apóstolos enquanto Jesus ainda
estava sobre a terra. Em determinadas circunstâncias criam (Lucas 10.17) e em outras não
(Lucas 17.5-6 e Mateus 17.19-20).
Essa fé inconstante depende das circunstâncias, sentimentos e sentidos. Não é a fé
cristã.

b) O que é a fé cristã.
O que é essa certeza, essa convicção que Hebreus 11:1 fala? Além do assentimento ao
Evangelho de Cristo, da concordância a fatos e verdades bíblicas, a fé cristã também é a
confiança plena (total) e inconteste em Cristo, Deus e Sua Palavra. Confiança plena que nos
leva a submissão e obediência nos leva a inconformidade com a velha vida e a
transformação pela renovação da mente (Romanos 12.2). Ela também nos leva a crer de
todo o coração. Crer apesar das circunstâncias, sentimentos e sentidos.
Ao ser humano pode parecer uma fé simplista, alienada ou burra, mas não é, pois brota de
Deus e Sua Palavra. Verdade imutável e fundamento de todas as coisas. É o que veremos a
seguir.

COMO OBTÊ-LA?
Em Romanos 12.3 vemos que a uma medida da fé que Deus repartiu a cada um. Pode essa
medida ser acrescida? De certa forma sim. A fé como princípio é inalterável. Não pode ser
acrescentada em nada. Não existe mais ou menos certeza, certeza é certeza; o mesmo
acontece com a convicção. Certeza é por definição, conhecimento exato. Mas em Lucas
17.5 os apóstolos pedem a Jesus, para aumentar-lhes a fé. Em Mateus 17.20 Jesus fala da
pequenez da fé dos apóstolos, e, se é pequena, pode ser aumentada. Como é possível
isto?
Em Romanos 10.17 a Bíblia fala que a fé vem pelo ouvir da Palavra de Cristo. Dessa forma
à medida que o nosso conhecimento de Cristo e da Sua Palavra é acrescido, e a ele damos
crédito, a nossa fé também é aumentada (acrescida).
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Portanto obtemos a fé da parte de Deus, ouvindo e crendo na Palavra de Cristo. Renovamos
a mente pelo conhecer e crer na Palavra de Deus, sendo assim transformados (Romanos
12.2).

DIFERENÇA ENTRE FÉ E ESPERANÇA


A fé cristã e a esperança são parecidas, mas não são iguais. A esperança tem como fonte
geradora a alma humana; a fé cristã, como já vimos, tem a sua fonte na Palavra de Cristo.
A esperança é uma atitude positiva frente ao indefinido; ou seja, como não é alicerçada em
fatos, permite a dúvida, a especulação, o questionamento.
A fé é certeza que brota da imutável Palavra de Deus que não mente; como certeza não
permite a dúvida, por mais que os fatos e coisas ainda não sejam visíveis.
Quando a Palavra de Cristo é proclamada as especulações e questionamentos se encerram.
As opções que temos a partir daí é a de submetermo-nos e obedecer ou de ser achados
infiéis.

CONCLUSÃO
Vemos então o quanto a verdadeira fé é importante para a vida cristã. Por ela vencemos o
mundo (I João 5.4-5), apagamos os dardos inflamados do maligno (Efésios 6.16),
resistimos ao Diabo (I Pedro 5.9), apropriamo-nos das promessas de Deus (Romanos 4.20);
somos feitos vencedores (Romanos 8.33-37); além de, como já vimos, recebermos o perdão
de Deus, a salvação, a graça, o Espírito Santos e nascermos de novo. Portanto ouça o que
Deus diz e creia, pois sem fé é impossível agradar a Deus (Hebreus 11.6).
APLICAÇÃO
Avalie a sua fé respondendo aos questionamentos:
- Em que está alicerçada a minha fé?
- A que tipo de fé ela se assemelha: pagã, demoníaca, circunstancial ou cristã?
TAREFA
Procure agir baseado(a) na sua fé. Analise se há alguma área de sua vida onde você ainda
age baseado no que você pensa e não na Palavra de Deus e, se há, mude a sua maneira de
agir como fruto da fé na Palavra de Deus

LIÇÃO 6
BATISMO

TEXTO CHAVE
13
“...batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo...” (Mt 28.19)

INTRODUÇÃO
No livro de Atos dos Apóstolos, o batismo significa a incorporação à comunidade dos
redimidos por Cristo. Pelo rito batismal, Deus congrega os homens como irmãos em Cristo,
convocando novos membros a comunidade da igreja, para fazer dela um novo Israel
herdeiro de todas as promessas divinas. (Atos 2.41-47; Atos 5.14; Atos 11.24).
O batismo é visto como uma ordenança do Senhor Jesus. Segundo Goedert o batismo é o
sacramento da acolhida por excelência. As pessoas que são batizadas passam a fazer parte
da comunidade da fé.

O QUE É BATISMO?
O batismo é a nossa inserção no corpo de Cristo. Para o apóstolo Paulo o batismo nos une
ao Corpo de Cristo, formando uma só aliança com Ele e com os irmãos.
Entendemos que o Batismo é um sinal visível da graça invisível de Deus, pelo qual nos
tornamos participantes da comunhão do Espírito Santo e herdeiros da vida eterna. É o modo
pelo qual a Igreja reconhece a profunda realidade da incorporação a Cristo e a sua
comunidade.
Cremos que no batismo o Espírito Santo age misteriosamente no coração do cristão e na
comunidade de fé, é seguido pelo sinal de falar em outras línguas, (a Glossolalia) para trazer
o benefício da nova vida em Cristo Jesus.
O batismo não é purificador de pecados, ele é um sinal visível daquilo que Deus realizou por
nós na Cruz, através de Jesus.

IMPORTÂNCIA E SIGNIFICADO DO BATISMO

O batismo, como ordenança tem os seguintes propósitos simbólicos:

a) Identificação com Cristo - Para os crentes, simboliza a identificação com Cristo. No


batismo, o recém-convertido testifica que estava em Cristo, quando Cristo foi condenado
pelo pecado, que foi sepultado com Ele e que ressuscitou para a nova vida Nele.
b) Morte para a velha vida - O batismo indica que o crente morreu para o velho modo de
viver e entrou na novidade da vida, mediante a redenção em Cristo. O ato do batismo não
leva a efeito essa identificação com Cristo, mas a pressupõe e a simboliza.

14
c) Identificação com a Igreja - O batismo também significa que os crentes se identificaram
com o corpo de Cristo, a Igreja. Os crentes batizados são admitidos na comunidade da fé e,
com sua atitude, testificam publicamente diante do mundo sua lealdade a Cristo, juntamente
como povo de Deus.
Desse modo, o batismo não salva, mas confirma a fé. É sinal legítimo, exterior,
da obediência, da vida de quem já é salvo (Gálatas 3.27; I Coríntios 12.13). É um ato de fé
genuína, que precisa ser acompanhada de obras de salvação, indispensáveis ao bom
testemunho cristão (Romanos 2.6; Tiago 2.14; Mateus 5.16; Efésios 2.10).
Deve ser um ato natural, em sequência à conversão. Entre os crentes, nos
primórdios da Igreja, dificilmente se encontrava alguém que não houvesse sido batizado
após a aceitação a Cristo (Atos 8.37-38; Atos 16.33; Atos 18.8).
Aliás, é interessante que se busque a razão pela qual um crente, com muitos
anos de convertido, não seja batizado. Nada justifica tal situação, a não ser que um
impedimento de ordem espiritual, moral ou legal subsista. Neste caso, a pessoa precisa de
orientação e ajuda na busca da solução de seu problema. Em algumas igrejas, as pessoas
só podem assumir cargos ou funções eclesiásticas se forem "membros do Corpo de Cristo",
condição que se completa, na comunidade cristã, após o batismo. (HORTON, Stanley.
Teologia sistemática. Rio, CPAD, 1997.)

FORMAS DE BATISMO
Cremos que o Batismo é com água e deve ser feito em nome do Pai do Filho e do
Espírito Santo.
Existe três formas de batismo: aspersão, derramamento e imersão. Mas a igreja só
considera correto o ultimo.
a) Aspersão - Nesta forma de batismo é posto um pouco de água sobre a cabeça da pessoa
que está sendo batizada.

b) Derramamento - Está forma de batismo não é tão comum em nossos dias. Esta forma de
batismo consiste em derramar, de forma abundante, água sobre a cabeça do batizando.

c) Imersão - Nesta forma de batismo a pessoa a ser batizada é totalmente imersa na água.
Está forma é a forma que mais possui base bíblica, já que a palavra batismo no grego tem o
significado de imergir (Mateus 3.6; Atos 8.2-40).

15
Não cremos no batismo infantil, pois além das crianças demonstrarem inocência, elas não
possuem total consciência de pecado dependendo de sua faixa etária. (Cristo corroborou
isso em Matheus 18.3; 19.14)

CONCLUSÃO
O batismo é uma etapa fundamental na vida do cristão, esse ato simbólico só deve ocorrer
depois que a pessoa teve uma mudança interior promovida pelo Espirito Santo, que
chamamos de batismo em Cristo.

APLICAÇÃO
Procure refletir sobre os benefícios do batismo e perceba como isto tem sido uma realidade
em sua própria vida.

TAREFA
Leia o livro de Atos dos Apóstolos e tente responder. Os apóstolos estavam preocupados
com a forma em si do batismo ou em divulgar a palavra de Jesus

LIÇÃO 7
SANTIFICAÇÃO

16
TEXTO CHAVE
“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor,..." (Hb 12.14)

INTRODUÇÃO
Os evangelhos nos apresentam um modo de vida, totalmente diferente do que é
apresentado em nossos dias. Enquanto o mundo nos diz que: “temos que ser nós mesmos”,
“siga o caminho”, “curta”, etc. Jesus nos diz para negarmos a nós mesmos, tomarmos a cruz
e segui-lo (Mateus 16.24).
Nesta caminhada cristã aprendemos que a renúncia é imperativa para a santificação.

O QUE É SANTIFICAÇÃO
Entendendo que santificação é o “derramar” de Cristo dentro de nós, nada do que fizermos
pode produzir santificação por mais boa vontade que exista. Somente Deus em Cristo e no
poder do Espírito Santo é que pode nos mudar completamente.
A santificação não é simplesmente mudança comportamental, é mudança de caráter. Esta
mudança é radical e não pode ocorrer se estamos cheios de nós mesmos (II Coríntios 5.17).

O CAMINHO DA SANTIFICAÇÃO
Antes de estarmos em Cristo não tínhamos a santidade que é a glória de Deus (Romanos
3.23; Efésios 2.12, “sem Deus”). O nosso coração era enganoso (Jeremias 17:9) o que
levava a nossa imaginação a fabricar pensamentos que eram continuamente maus (Gênesis
6.5). De tal coração procedeu nossas obras más (Mateus 15.19; Colossenses 1.21). Deus
julga o homem pelas suas obras (Eclesiastes 12.14) e sendo assim, o homem não tem
esperança. Essa é a condição do homem sem Cristo. Cristo faz a diferença no
relacionamento entre Deus e o homem. Note que o ponto fundamental deste relacionamento
é uma pessoa - Cristo - e não um homem ou uma obra de um homem qualquer. Cristo, sem
pecado veio a ser feito pecado (II Coríntios 5.21) no lugar do homem. Dessa forma, morreu a
seu tempo pelos pecadores (Romanos 5.8), mas ressuscitou para a justificação dos
pecadores (Romanos 4.25) e assim vive para sempre e intercede pelos pecadores que
chegam a Deus por Ele (Hebreus 7.25).
a) É obra de Deus.
O esforço não resolve. Rushel Shedd escreveu:
“A vitória sobre a força do mal, que domina nossa personalidade, à revelia do Espírito é
conquistada quando entregamos as rédeas de nossa vida àquele que vive em nós. Andar
17
pelo Espírito quer dizer comprometer-se a nos submetermos a Ele, como quem obedece ao
capitão do exército”.
Deus não aceita o esforço legalista que o cristão faça para alcançar a santidade. A
santificação é fruto do trabalho dos homens e de Deus. Só a alcançaremos se realmente a
desejarmos e a buscarmos. Só por seu esforço, porém, o homem nunca poderá alcançá-la.
Leia Levíticos 20.8 e responda: Quem é que nos santifica? Sim é Deus quem nos
santifica.
Basta que confiemos na graça divina já que tudo que Deus nos oferece nos beneficia pela
graça. O fato de não podermos ser santos pelos nossos próprios esforços não deve nos
conduzir a apatia. É necessário buscar a assistência do Espírito Santo; é necessário
mortificarmos a nossa própria vontade; é necessária uma união vital com Cristo a fim de que
haja progresso no caminho da santificação. É nisto que você crê?

b) Recebendo o chamado (Ouvindo a Palavra da Verdade).


O processo da santificação tem seu início quando entendemos que a santificação é o
desejo do coração de Deus. Somos chamados a sermos santos. Precisamos ouvir e meditar
na palavra de Deus, pois ela nos dirigirá no caminho da Santificação.
A santificação deve proporcionar em nós um desejo de conhecer mais do Senhor.
Este conhecer vem através da Sua palavra. Quem lê a Bíblia com o desejo de conhecer o
Senhor e, conhecendo-o, louvá-lo, receberá o auxílio necessário para desprezar o mundo
com eficácia cada vez maior e subjugar a carne. Por certo não atingiremos a santificação se
não houver em nós um compromisso imutável com a Palavra do Senhor. É necessário
recorrer a ela em todos os momentos de nossas vidas. Ela é o manual, a bússola, o
regulamento, a espada, o alimento que capacitará o crente a conhecer a mente de Deus e
viver a vida santa, separada para o uso exclusivo do Senhor. Qual é o seu compromisso
com a Bíblia querido discípulo?

c) Crendo no que Deus diz


“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus
12.14).
Wesley diz que santificação consiste na recuperação da imagem de Deus no ser humano,
identificando como sendo a “mente de Cristo”, que também é comparada com o amor.
Para Wesley a santificação só é possível pelo ato de fé. Precisamos crer no fato de
que em Cristo se torna não somente possível à santidade, mas uma vida de comunhão
18
íntima com o Senhor. Esta vida na presença de Deus e com Deus não se desenvolve
unicamente nas vivências pessoais de cada momento; são necessárias certas formas de
vivência comunitária, que promovam e conservem essa vida.

d) Renunciando para obedecer a Deus


O que é santidade e como a obtemos? A santidade bíblica vem de uma palavra grega
que significa, basicamente: “uma vida separada para Deus”. Uma pessoa não pode ter uma
vida e conduta santas enquanto tentar segurar-se em Deus com uma mão e ao mundo com
a outra. Uma vida santa é aquela que se rendeu completamente a Deus. Não significa que a
pessoa seja perfeita. Simplesmente, significa que ela deu sua vida a Deus e está no
processo de ser aperfeiçoado.
A santidade de vida, na verdade, começa com ela a nos buscar e continua conosco
buscando-a. A santidade é um processo que começa no momento da conversão. Quando o
Espírito de Cristo entra em nosso coração, a santidade entra junto, porque Seu Espírito é o
Espírito Santo. É nesse momento que o processo começa – a conformidade à imagem de
Cristo. É um processo para toda a vida.

PROPÓSITOS DA SANTIFICAÇÃO
Não só salvação, mas salvação em santidade. Para este fim foi que Deus nos escolheu e
para isso nos chamou. Não temos somente segurança em Cristo, temos santidade Nele.
Este deve ser o entendimento de todo o cristão.
Temos na palavra de Deus, não só a certeza ou segurança da salvação, mas da santidade.
O cristão que pensa que a salvação dele somente consiste em segurança e não em
santidade, tem cometido um grave erro. Cristãos escutem a palavra de Deus: sejam santos.
Eu devo ser santo? Porque Deus é o que nos chama de “santos”, e nos desafia a um modo
de andar em conformidade com Ele. Devemos estar em conformidade com a palavra de
Deus. Devemos ter a mesma disposição do coração de Deus. Estar aquém disso é não
entender nem confiar inteiramente na graça salvadora e capacitadora de Deus. (Êxodo 19.6;
Levíticos 11.44; Levíticos 19.2; Levíticos 20.6-7). A santificação proporciona uma
oportunidade de uma melhor e mais profunda comunhão com Deus. Pois na caminhada da
santificação, deixamos muitas coisas para trás, entendendo que Deus é o nosso maior
prazer.
A vida em santidade também nos leva ao envolvimento social visando a mudança da
sociedade onde estamos inseridos (Atos 17.6).
19
CONCLUSÃO
Cremos ser possível o viver em santidade em nossos dias atuais. Assim como John
Wesley afirmava que a santidade e o amor são aspectos do mesmo trabalhar de Deus em
nós. O amor e a santidade são derramados em nossos corações pela ação do Espírito
Santo. Quando amamos ao Senhor não se torna difícil nem impossível nos separarmos de
tudo àquilo que não lhe agrada.

APLICAÇÃO
Procure pensar de que maneira você tem vivido. Tente perceber em quais momentos há
reflexos da santidade e em quais momentos isto não acontece. Procure perceber o que
esteja faltando e deixe o Senhor trabalhar nesta área.

TAREFA
Leia I Coríntios 1.30 e Hebreus 12.14 e tente responder.

a) Como nos vem à santificação?


b) Quais as consequências de não estarmos no processo de santificação?

LIÇÃO 8
ESPÍRITO SANTO

TEXTO CHAVE
20
“...E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é Dele." (Rm 8.9)

INTRODUÇÃO
Em Romanos 8.9 a Bíblia diz que se alguém não tem o Espírito de Cristo esse tal não é
Dele. Efésios 1.13-14 nos diz que tendo crido no evangelho da salvação somos selados
com o Espírito Santo da promessa, o qual é o penhor (a garantia) da nossa salvação
(herança).
Mas quem é o Espírito Santo? Por que precisamos Dele? Como o recebemos? Como Ele se
manifesta? Como o percebemos?
Tentaremos responder a estas e outras questões nesse nosso estudo.

QUEM É O ESPÍRITO SANTO?


Quando Jesus está esclarecendo aos seus discípulos que terá que ir para o Pai, Ele diz que
enviaria outro Consolador que estaria com eles para sempre. Uma pessoa que o
substituiria, essa pessoa era o Espírito Santo.
A primeira coisa que precisamos saber sobre o Espírito Santo é que Ele é uma pessoa. Não
é uma força, nem uma energia, Ele é uma pessoa.
Como pessoa:
a) Tem vontade (I Coríntios 12.11) b) Fala (João 16.13; Atos 13.2 e Apocalipse 2.7)
c) Entristece-se (Efésios 4.30).mMas também é Deus (Atos 5.3-4). É o Deus que habita em
nós (João 14.17).

COMO RECEBÊ-LO?
Em João 14.16 Jesus diz que rogaria ao Pai para que Ele desse (mandasse) outro
Consolador. Em Lucas 11.13 Jesus diz que o Pai daria o Espírito Santo àqueles que lhe
pedissem. Em Efésios 1.13 a Bíblia diz que quando cremos no Evangelho “somos selados”
com o Espírito Santo.
Como vemos, para receber o Espírito Santo temos que reconhecer nossos pecados nos
arrependermos e deixá-los; crer que o sangue de Jesus nos purifica de todo pecado e
receber a Jesus como Senhor e Salvador. Esse é o evangelho da nossa salvação. Se
crermos e pedirmos a Deus (queremos), Ele nos enviará o Espírito Santo.
Portanto para recebê-lo é necessário crer no evangelho e pedir a Deus que o dá. Crer e
querer.
Mas como podemos ter certeza de que o recebemos?

21
Muitos confundem o recebimento do Espírito com suas manifestações, querendo instituir as
manifestações do Espírito Santo como evidência (sinal) de Seu recebimento. Isto é um erro.
A única evidência visível é a Palavra de um Deus que não mente. Ele disse que se
ouvíssemos, crêssemos e pedíssemos, Ele daria o Espírito Santo.
O outro sinal não é visível, é interior. Romanos 8.16 diz que o Espírito Santo testifica com o
nosso espírito que somos filhos de Deus.

SUAS MANIFESTAÇÕES E ATUAÇÕES


Como já vimos confunde-se as manifestações exteriores do Espírito Santo com as
evidências de Seu recebimento. Estas manifestações ocorrem de acordo com a vontade do
Espírito, como lhe apraz (I Coríntios 12.11). São elas:
a) Os dons e ministérios (Romanos 12.6-8; I Coríntios 12.1-11 e Efésios 4.11).
b) O fruto (Gálatas. 5.22-23).

Além de suas manifestações o Espírito Santo atua:


a) Convencendo do pecado, da justiça e do juízo (João 16.8). b) Regenerando as pessoas
(João 3.5; Tito 3.5). c) Ensinando e fazendo lembrar-se do que Jesus disse (João 14.26). d)
Intercedendo pelos santos (Romanos 8.26-27). e) Dando poder para testemunhar (Atos 1.8).
f) Concedendo dons às pessoas (I Coríntios 12.11). g) Guiando-nos a fazer a vontade de
Deus e agradá-lo (João 16.13 e Romanos 8.8). h) Dirigindo a missão da Igreja (Atos 13.2 e
Atos 16.6-7). i) Revelando a vontade de Deus aos santos (I Coríntios 2.9-10).
Obs.: Sobre as manifestações do Espírito estudaremos de maneira mais detalhada nas
lições seguintes.

O PROPÓSITO EM RECEBÊ-LO
O Espírito Santo nos é concedido para nos regenerar (fazer nascer de novo) (João 3.5); e
nossa nova natureza nos leva a viver para fazer a vontade de Deus (Gálatas 5.16-17).
Se quisermos agradar a Deus, se quisermos obedecê-lo, devemos nos sujeitar a direção do
Espírito de Deus em nossas vidas.
As manifestações do Espírito Santo são para o proveito de todos (I Coríntios 12.7). Para nos
aperfeiçoar, habilitar a servir a Deus e edificar a Igreja (Efésios 4.12).
Sem o Espírito Santo isso nunca seria possível.

CONCLUSÃO

22
Após o novo nascimento inicia-se a nossa “caminhada” no Espírito (Gálatas 5.16). É uma
experiência crescente até que cheguemos a plenitude de Cristo (Efésios 4.13). Nessa
“caminhada” vivemos três momentos.
a) O momento do recebimento do Espírito Santo (Efésios 1.13). b) O batismo com Espírito
Santo (Atos 2.1-4). Ficar cheio do Espírito é uma experiência tremenda, mas passageira,
tanto que os discípulos precisam ser cheios novamente (Atos 4.31). c) O terceiro momento
que deve ser o alvo de todo cristão. O momento em que não vivemos mais nós, mas sim
Cristo vive em nós (Gálatas 2.20), a ponto de não ficarmos cheios, mas sim sermos cheios
do Espírito Santo, como Barnabé (Atos 11.24).

BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO


O batismo com o Espírito Santo é o revestimento de poder marcado pelo do sinal de falar
em outras línguas (Atos 2.1-4 e 10.44-46). Essa manifestação de Deus é o revestimento do
Espírito para o exercício da vida cristã e a proclamação do evangelho do reino. Os
discípulos de Cristo passaram a propagar a mensagem da cruz com ousadia e intrepidez
depois de serem batizados com o Espírito Santo, conforme prometido por Jesus. Atos 1.8
Muitos confundem esta experiência com o primeiro momento, o do recebimento do Espírito
Santo. O recebimento do Espírito Santo e o batismo com o Espírito Santo são experiências
distintas que podem acontecer juntas, ou separadas; por isso não podem ser confundidas
com uma única, e mesma, experiência. Por isso busquemos ao Senhor com todo o nosso
coração, andando no Espírito e sendo transformados de glória em glória, na sua própria
imagem, pelo Senhor, o Espírito (II Coríntios 3.18).
APLICAÇÃO
Avalie se você tem contado com a direção do Espírito Santo em sua vida. Examine seus
passos e observe se você tem se submetido a essa direção ou a sua carne (vontade).

TAREFA
Procure servir ao Senhor com alegria, buscando os melhores dons para isso. Só lembrando
que os melhores dons são os que têm a ver com o serviço que você presta a Deus.
LIÇÃO 9
BÍBLIA

TEXTO CHAVE

23
“...Lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho é a tua Palavra." (Sl 119.105)

INTRODUÇÃO
Para os cristãos a Bíblia constitui-se no mais importante livro. Através da leitura
podemos encontrar na Bíblia, que é a Palavra de Deus, subsídios para viver uma
espiritualidade genuína.
João Wesley cria que a Bíblia proporciona um padrão objetivo de espiritualidade, por
isso dedicou tempo a estudá-la. A Bíblia, para Wesley, era a autoridade na qual ele baseou
todos os seus sermões. Embora tenha publicado seiscentas obras sobre vários temas, ele
resolutamente mantinha a posição de não permitir qualquer regra, fosse ela de fé ou de
prática, que não fosse a Escritura.

O QUE É A BÍBLIA?
A palavra Bíblia vem do termo grego (Biblos) que significa livro. Mas podemos dizer
que a Bíblia não é propriamente um livro. Ela é uma coleção de livros. Também não se trata
de apenas dois livros o Antigo e Novo Testamento.
A Bíblia contém 66 livros, alguns são apenas de um capítulo, mas são contados como
sendo livro. Poderiam ser uma carta ou até um folheto.
Para o católico Romano a Bíblia possui 73 livros.
A língua em que foi escrito o Antigo Testamento foi o Hebraico e o Aramaico,
pertencente ao grupo semítico. Já o Novo Testamento foi escrito na língua grega, o Koiné
(grego popular da época); ou seja, não tem nada a ver com a língua grega moderna.
Mas para nós, acima de tudo, a Bíblia é a Palavra de Deus, eterna e imutável. A “luz para o
nosso caminho” (Salmo 119.105).

A IMPORTÂNCIA DA BÍBLIA

Ela é superior a qualquer outro livro do mundo. O mundo, com sua sabedoria e vasto
acúmulo de conhecimento nunca foi capaz de produzir um livro que chegue perto de se
comparar a Bíblia.
É um livro honesto, pois revelam fatos sobre a corrupção humana, fatos que a
natureza humana teria interesse em acobertar.

24
É um livro harmonioso, pois embora tenha sido escrito por uns quarenta autores
diferentes, por um período de 1.600 anos, ela revela ser um livro único que expressa um só
sistema doutrinário e um só padrão moral; coerentes e sem contradições.

COMO ELA ESTÁ ORGANIZADA


A Bíblia está organizada em dois grandes blocos: Antigo Testamento e Novo
Testamento.
O Antigo Testamento possui 39 livros que estão subdivididos da seguinte forma:
De Gênesis a Deuteronômio: livros da lei (Pentateuco).
De Josué a Ester: livros históricos.
De Jó a Cantares (Cântico dos cânticos): livros poéticos ou sapienciais.
De Isaías a Malaquias: livros proféticos.
Sendo que os livros proféticos estão subdivididos em profetas maiores (Isaías a Daniel) e
profetas menores (Oséias a Malaquias).
O Novo Testamento possui 27 livros subdivididos da seguinte forma:
De Mateus a João: evangelhos.
Atos: livro histórico.
De Romanos a Hebreus: cartas de Paulo ou epístolas paulinas.
De Tiago a Judas: epístolas gerais ou católicas (universais).
Apocalipse: livro da revelação ou profecia.
A Bíblia católica inclui 7 livros a mais no Antigo Testamento, os quais são chamados de
apócrifos.
A palavra “apocrypha” significa aquilo que é velado, secreto ou fechado. Na teologia,
o termo se refere aos livros e textos adicionados ao AT pela Igreja Católica Romana em
1546 d.C. Os livros são: Tobias, Judite, 1 e 2 Macabeus, Sabedoria de Salomão,
Eclesiástico, Baruc.
Numa análise simples dos livros citados, percebemos práticas não condizentes com
os princípios cristãos.
A seguir, algumas razões porque eles são rejeitados:
a) É universalmente reconhecido que eles nunca tiveram um lugar no cânon hebraico.
b)Eles foram escritos nos 400 anos entre Malaquias e João Batista, quando não houve
nenhuma declaração profética inspirada. Foi por isso que os judeus os rejeitaram.
c)Eles nunca são citados no NT por Jesus ou pelos Apóstolos.
25
d)Eles não são encontrados em qualquer catálogo de Livros Canônicos durante os primeiros
quatro séculos da igreja.
e)Inspiração e autoridade divina não são reivindicadas por nenhum dos escritores e alguns
até mesmo a desaprovam.
f)Nenhum de seus escritores falam com uma mensagem de Iavé (Jeová).
g)Os livros contêm muitos erros históricos, geográficos e cronológicos, às vezes
contradizendo a si mesmos, a Bíblia e a história.
h)Eles ensinam doutrinas e defendem práticas que são contrárias às Escrituras Canônicas.
(Exemplo: a mentira é sancionada, o suicídio e assassinato são justificados, orações e
fórmulas mágicas para os mortos são ensinadas e aprovadas).

MEDITANDO NA PALAVRA
Wesley não estava preocupado como a quantidade de leitura, mas com a qualidade.
Ele lia a Bíblia de forma sistemática. Lia um livro da Bíblia e procurava observar os pontos
importantes, que o levariam a conhecer a vontade de Deus. Sua leitura Bíblica era regular,
de manhã e à noite. De acordo com Wesley, devemos ensinar tudo que for aprendido às
outras pessoas.

Como?
Enquanto lê a Bíblia procure responder duas perguntas:
1ª) O que Deus está me falando através deste texto?
2ª) O que vou fazer com base no que Deus me falou?
Chamamos a isso de diário espiritual. Mantenha um caderno de meditação onde você pode
escrever diariamente o que Deus tem lhe falado.
Também procure meditar (ler e pensar) na Bíblia em um local reservado e durante um
período que você possa dedicar toda a sua atenção a leitura da Bíblia.

Para que?
Para conhecermos e obedecermos a vontade de Deus.
A leitura sistemática da Bíblia nos ajuda a mantermos o equilíbrio e uma fé saudável
“Dr. R. A Torrey: “Olha: podes falar em poder, mas se negligenciares o único livro que Deus
te deu como único instrumento pelo que Ele transmite e exerce poder, não o terás. Poderás
ler muitos livros, assistir a muitas conferências, realizar reuniões de vigília para pedir o poder
do Espírito Santo: se não te mantiveres em constante contato com o livro único, a Bíblia, não

26
terás poder. “E se alguma vez obtivesse o poder, não o conservarás senão pelo estudo
diário, empenhado e intensivo desse livro”.

CONCLUSÃO
O uso devocional das escrituras trará para nossas vidas um novo ânimo. A palavra é
um alimento para nosso espírito, alma e corpo.
O salmista diz que guarda a Palavra do Senhor no coração para não pecar contra o
Senhor. Salmo 119:11. Creio que o fato de guardarmos a Palavra do Senhor em nossos
corações traz luz para as nossas decisões. Poderemos falhar menos se continuarmos a
observar esta palavra, que é viva e eficaz. (Hb 4.12).

APLICAÇÃO
Quando você estiver lendo uma porção das escrituras, procure fazer algumas perguntas.
Estas perguntas foram formuladas por Paul Little.

Há aqui, um exemplo que eu deva seguir?


Há algum pecado que eu precise evitar?
Há algum mandamento que eu preciso obedecer?
Há alguma promessa que eu deva reivindicar?
O que esta passagem me ensina sobre Deus e Jesus Cristo?
Há alguma dificuldade que eu deva explorar?
Há alguma coisa nesta passagem sobre qual deva orar hoje?

Estas perguntas podem ser usadas em qualquer texto bíblico.

TAREFA
Escolha um texto Bíblico e faça uso da sugestão oferecida na sessão da aplicação. Comente
com os irmãos o resultado desta experiência.

LIÇÃO 10
ORAÇÃO
27
TEXTO CHAVE

“...Clama a mim e responder-te-ei , coisas grandes e firmes que não sabes... ." (Jr 33.3)

INTRODUÇÃO
Em Lucas 11.1 vemos um dos momentos em que Jesus está orando. Após terminar,
seus discípulos pedem para Ele ensiná-los a orar. Se havia tanta coisa a aprender porque
pedir para Jesus ensinar algo que eles já sabiam?
A resposta é óbvia (lógica). Primeiro porque os discípulos percebem a importância
que a oração tem na vida de Jesus. O Espírito Santo desce sobre Jesus em forma corpórea
de pomba enquanto Ele orava (Lucas 3.21); os apóstolos são escolhidos após uma noite
inteira em oração (Lucas 6.12-13); os pães e os peixes são multiplicados após Jesus orar os
abençoando (Mateus 14.19); Lázaro é ressuscitado após Jesus orar ao Pai (João 11.41-43);
a transfiguração acontece enquanto Jesus está orando (Lucas 9.29); Jesus levanta-se para
enfrentar Seu martírio após uma noite em oração, onde sua sangue e um anjo vem confortá-
lo (Lucas 22.42-44); fora outros momentos de oração na vida de Jesus que a Palavra relata.
Segundo porque percebem nas orações de Jesus (na vida de oração) algo que eles
não têm na deles.
Tentaremos durante o estudo discernir este algo mais da vida de Jesus.

O QUE É ORAÇÃO?
Em Mateus 6.1-6 Jesus deixa claro que orar é estar com Deus. De maneira individual, ou
coletiva, colocar-se diante de Deus e direcionar toda a atenção e preocupação a Ele, falando
e ouvindo, dando e recebendo; ou seja, interagindo com Deus.
Orar é um elemento essencial para conhecermos a Deus e termos comunhão com Ele.
É derramar de modo sincero, consciente e afetuoso o nosso coração diante de Deus, por
meio de Jesus Cristo e na força impulsionadora e inspiradora do Espírito Santo. Buscando
as coisas que foram prometidas por Deus, conforme a Sua Palavra, para o bem da Igreja,
com fiel submissão à soberana vontade do Senhor.
Oração é então estar com Deus. Interagir de maneira profunda e sincera com o
Senhor.

COMO ORAR?
28
Em Mateus 6.5-15 Ele ensina que:
Devemos orar a Deus e não para ser visto pelos homens (v.6).
Não devemos usar de vãs repetições (v.7). A questão aqui não são as repetições, mas sim
as repetições vãs. Jesus no Getsêmani repete durante várias horas a mesma coisa ao Pai,
mas não é algo vazio, sem sentido (Mateus 26.38-44).
Vã repetição é utilizar-se de palavras sem sentido, palavras que não encontram eco em seu
coração, mesmo que seja pronunciada somente uma vez.
Devemos louvar e glorificar a Deus em oração (v.9).
Devemos orar segundo a vontade de Deus (v.10 e I João 5.14-15).
Devemos orar pedindo o suprimento de Deus com fé. Sem duvidar (v.11; Hebreus 11.6 e
Tiago 1.6-7). Não deixe de pedir, mas peça com fé.
Devemos orar pelo perdão e misericórdia de Deus (v.12).
Devemos orar com o coração liberado (v.12 e 14-15).
Devemos orar pela proteção e livramento de Deus (v.13).

Ainda devemos:
Buscar de todo o coração (Jeremias 29.13).
Ter fervor em nossas orações (Apocalipse 3.15-16).
Orando coletivamente (dois, três ou mais pessoas), ter concordância (Mateus 18.18-20).

POR QUE ORAR?


Ao estudarmos a vida do nosso Senhor, descobrimos que Ele foi um homem de
oração. O grande Apóstolo Paulo foi um homem de oração. A Palavra de Deus deixa bem
claro que a oração é a chave para o avivamento pessoal, para o avivamento da igreja, e
para um avivamento nacional. Nada significativo jamais foi realizado para a glória de Deus,
sem oração.
Todas as pessoas que foram usadas por Deus de forma significativa através dos tempos
foram pessoas de oração. João Wesley disse a um de seus pregadores itinerantes:
“Começa! Designa uma parte de cada dia para exercícios privados. Quer tenhas prazer
nisso ou não, estuda e ora diariamente. É para benefício da tua vida, não há outra
alternativa: de outro modo permanecerá frívolo todos os teus dias”.
Por aí vemos que devemos orar para:
Mantermo-nos sensíveis a Deus e ao Seu Espírito Santo.
Conhecermos a Deus, sendo transformados a Sua imagem.
29
Conhecermos a vontade de Deus, agindo de acordo com a mesma.
Encontrar alívio, descanso e renovação (Salmo 23.1-4; Salmo 91.1; Mateus 11.28-29 e
Filipenses 4.6-7).
Aprendermos a esperar em Deus e agir no tempo Dele (Isaias 40.31).

BARREIRA À ORAÇÃO
Segundo Wim Malgo há algumas armas que o inimigo utilizará para nos fazer parar
de orar:
Cansaço. Estou muito cansado para orar.
Distração. Não consigo me concentrar no momento da oração.
Intranquilidade interior. Muitas situações tentam roubar a nossa tranquilidade.
Pressa. É preciso investir tempo na vida de oração.
Desânimo. Desanimar é não conseguir olhar longe o suficiente para crer e continuar.
Ainda temos como barreiras:
Pecado (Salmo 66.18; Provérbios 28.13 e Isaias 59.1-3).
Falsidade ou mentira (Isaias 59.1-3 e Malaquias 1.6-14).
Desinteresse pela vontade de Deus (Provérbios 28.9 e Tiago 4.2-4).
Incredulidade (Hebreus 11.6).

CONCLUSÃO
A oração é um dos maiores privilégios da vida cristã. Através da vida de oração
tocamos o coração de Deus e Deus toca o nosso coração. Na oração descobrimos quem
Deus é, e o que podemos ser em Suas poderosas mãos.
Oração não é apenas um momento, é um estilo de vida. Algo que faz parte de nosso
viver cotidiano.
Se quisermos ser identificados como seguidores (discípulos) de Jesus devemos orar.
Jesus é o exemplo, o modelo a ser imitado. Isso já devia ser o bastante, pois se Jesus é o
padrão, não pode haver discípulos de Jesus que não orem, ou deem importância a oração.
Portanto, como diz a Bíblia, oremos sem cessar e sem esmorecer (Lucas 18.1 e I
Tessalonicenses 5.17).

APLICAÇÃO

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Procure marcar um tempo e determine em cumprir este tempo para a oração. Não orar por
orar, mas procurando obter uma intima comunhão com o Senhor. Invista tempo. Muitas
pessoas com suas agendas superlotadas confessaram que quando oravam as coisas eram
cumpridas de forma mais agradável. Agende em primeiro lugar uma hora pela manhã para
falar e ouvir a voz do Senhor.

TAREFA
Leia o Salmo 15 e o Salmo 24.3-6. Procure descobrir os requisitos que são necessários para
se estar na presença do Senhor. Comente com alguns irmãos estes aspectos, e se estiver
faltando algo destes requisitos, ore e peça ao Senhor que dá sabedoria a todos.

LIÇÃO 11
IGREJA

TEXTO CHAVE

“...não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes façamos


admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima." (Hb 10.25)

INTRODUÇÃO
Podemos ver que a origem espiritual da igreja está no plano de Deus de criar um
povo que seria o Seu povo santo, que também seria o corpo místico de Cristo. Esta igreja
teve o seu início existencial histórico com o evento de pentecostes. Os componentes desta
igreja universal e local, chamados de discípulos, têm o dever de crescer espiritualmente,
amadurecer na fé e na esperança, e viver de forma tal que o mundo possa ver o que é este
Reino de Deus, através de nossa conduta, postura, atos e unidade.
É desta maneira que nos tornamos uma “Comunidade Missionária A Serviço do
Povo”.

O QUE É A IGREJA?
O termo igreja vem do grego Eclésia e significa comunidade de pessoas que creem
em Jesus Cristo como o Filho de Deus.
A Igreja é o Corpo Vivo de Cristo. A Igreja não é uma organização, é um organismo.

31
A diferença básica é que um organismo tem vida. Um organismo tem organização,
mas precisa de vida para funcionar (corpo humano).
Uma organização não precisa de vida para funcionar (empresa, computador). O
apóstolo Paulo nos mostra a Igreja como sendo o Corpo de Cristo, um organismo cheio de
vida. Romanos 12.4-7; I Coríntios 12.12-27.
Durante seu ministério na Terra, Jesus tinha um corpo como o nosso, com o qual ele
falava às pessoas, impunha as mãos, curava, pregava, etc. Hoje seu corpo na Terra é a
Igreja. Assim, ela deve continuar a expressar a vida e o poder de Cristo na terra.
A Igreja é o corpo de Cristo. Sozinho ninguém é igreja, mas juntos formamos o Corpo
de Cristo. Os relacionamentos são os ligamentos do corpo, onde cada membro tem a sua
função. A Igreja é composta por pessoas que receberam Jesus como Senhor de suas vidas.
Quando passamos pela Porta do Reino (Atos 2.38) somos inseridos no Corpo. Se
alguém não tem Jesus como Senhor de sua vida, mesmo que congregue em algum lugar,
não faz parte do corpo de Cristo. Um rato num saco de batatas não é uma batata.
Mas se uma pessoa recebe primeiramente a Cristo como Senhor de sua vida, ela
entenderá a igreja e se submeterá a ela. A Igreja é produto do reino de Deus na vida das
pessoas.

PARA QUE EXISTE?


Relacionamento, aperfeiçoamento e serviço. Em I Coríntios temos uma carta,
constituída de uma discussão. Foi escrita, provavelmente, na primavera de 57 (ou 56) d.c.
Este grande documento arde de paixão e poder. É vital para com as dificuldades reais com
que se defrontava a Igreja em Corinto.
Aparentemente, é uma lista, indicando como enfrentar uma emergência, em vez de
um tratado formal teológico. Mas é exatamente nisto que tem o seu tremendo valor para a
vida moderna. Paulo teve que enfrentar os problemas reais duma Igreja nova numa cidade
grande e má.
O objetivo do apóstolo é deixar bem claro a esta nova comunidade, a verdadeira
motivação, para que cada um possa servir ao Senhor na Igreja.
Ao falar no capítulo 13, Paulo cita três coisas que são importantes na comunhão e no
trabalho da comunidade. Fé, esperança e amor, dentre estes o amor é o maior.
O amor é que nos sustenta para vivermos a vida da Igreja. Este mesmo amor nos
leva a desfrutarmos a presença do Senhor Jesus.

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Este é o caminho sobremodo excelente, o qual também nos ajudará a orarmos, para
que recebamos o dom, necessário não para nós mesmos, mas para a edificação da Igreja.
Quando usamos os dons para servir uns aos outros, o melhor deles é o de
“profetizar”. Por isso, Paulo diz que todos podem profetizar na Igreja. A profecia trás deseja
a edificação da Igreja. (1 Coríntios 14.26; Provérbios 29.18 a)
Nosso conceito de edificação é uma pedra sobre a outra. Porém, edificação é quando
a vida de Deus cresce em nós, pela graça e juntos andamos em amor, exalando sempre o
bom perfume de Cristo, trazendo vida, para aqueles que se encontram no deserto.
A base da edificação é Jesus, a “Pedra Angular” (Efésios 2.20-22). A “Pedra Angular”
tem por função unir as paredes. Ela é bem sólida. Ninguém pode lançar outro fundamento,
devemos edificar sobre Ele. (I Coríntios 3.11-15).
´ Há muitos modismos “teológicos”, os quais sempre rondam a vida da Igreja, com
rótulos diferentes, contendo, porém, o veneno mortal.
Busquemos o modo de Deus, para a edificação da Igreja, sem o qual pereceremos.

CONCLUSÃO
“Quando mencionamos o nome igreja, muitos pensamentos ocorrem em nossas
mentes. Como pode a igreja sendo uma instituição divina, ser alvo de tantas contradições?
Como pode a igreja pregar a paz em Jesus Cristo e dentro das suas fileiras as pessoas
estão muitas vezes se digladiando? Como pode a igreja pregar uma ética cristã baseada no
reino de Deus e dentro dela as pessoas estão fazendo as mais incríveis idiotices? Por que a
igreja é contraditória? Creio que devemos meditar sobre este tema com mais frequência,
porque a cada dia que passa esta mesma igreja esta sendo alvo dos mais diversos ataques
de quase todos os setores da sociedade”. A. C. Barro.
O autor do texto acima cita comentando o fato da Igreja ter as suas contradições
levanta quatros áreas que seriam os motivos deste paradoxo.
a) Não podemos nos esquecer de que mesmo salvos pela graça de Deus, ainda estamos
sujeitos ao pecado.
b) Não podemos nos esquecer que nós somos um corpo diversificado.
c) Não podemos nos esquecer que dentro da igreja há pessoas que não são salvas.
d) Não podemos nos esquecer de que existe o problema da liderança que não está em
sintonia com o rebanho.
O Pr. Barro termina a sua análise desafiando a comunidade:
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“Todos nós somos indistintamente responsáveis pela imagem da igreja. Cada um tem que
cumprir com a sua parte no corpo de Cristo para que o todo seja aperfeiçoado”.
Ajudaria muito se falássemos menos da igreja de maneira negativa e gastássemos o mesmo
tempo orando por ela. O exemplo a ser seguido é o de Jesus Cristo que amou a igreja e por
ela se entregou. “Ele pagou o alto preço da morte para que nós pudéssemos viver em
harmonia”.
Oremos, para que seja feita a Sua vontade assim na terra, do mesmo modo que é feito no
céu. Amém.

APLICAÇÃO
Procure analisar a sua própria vida diante dos argumentos que foram apresentados e
procure responder de forma sincera.
a)Em quais áreas tenho falhado como parte do corpo de Cristo?
b)Tenho exercitado o meu dom ou tenho sido negligente
c)Como posso contribuir para que a Igreja cresça de forma saudável?

TAREFA
Sabemos que a vida da Igreja se baseia em relacionamentos saudáveis. Procure analisar
como está o seu relacionamento com os outros membros do corpo. Se existir alguma
indiferença ore para que possa ser sanado, para que nada seja empecilho para o fluir do
Espírito Santo. Se for o caso converse com o seu Pastor, que poderá lhe orientar sobre qual
será a melhor forma de resolver este problema.

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LIÇÃO 12
TESTEMUNHO

TEXTO CHAVE
“...mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas
testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da
terra.” (At 1.8)

1) INTRODUÇÃO
H. Eddie Fox e Geroge E. Morris, afirmam que o testemunho e a pregação teriam o
mesmo significado:
“Proclamar a biografia dos feitos de Deus em termos da nossa própria autobiografia, na
esperança de que pessoas, capacitadas pelo poder do Espírito Santo, respondam ao ato
perdoador de Deus em Jesus Cristo, em arrependimento e fé, e vivam uma vida nova em
fidelidade ao reino de Deus”.
Sendo o evangelho as boas novas de salvação cabe a nós realmente levarmos esta
verdade.
Nesses dias em que estudamos, nosso objetivo não é de simplesmente passarmos
conceitos teóricos, mas princípios práticos que nos ajudem a cumprir o grande mandamento
de anunciar a Palavra do Senhor a tantas pessoas quanto pudermos.
Alguém já escreveu que existem cinco evangelhos. Não, não é uma heresia. O autor
desta frase diz que existem os quatro evangelhos Mateus, Marcos Lucas e João e o quinto é
o cristão. Dificilmente as pessoas não cristãs irão ler os quatros evangelhos, mas irão ler as
nossas vidas. O que as pessoas estão lendo através da sua vida?

O QUE É SER TESTEMUNHA?


Atos 1.8 nos diz: “...mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e
sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até
aos confins da terra”.
Nos dias de hoje para que alguém possa ser testemunha é preciso que o mesmo
tenha visto o fato em si. Quer seja um acidente ou um assalto, ou algum outro
acontecimento. Mas a palavra testemunha, no grego tem um significado mais profundo.

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Não basta ter visto ou ouvido para ser uma testemunha. Há uma exigência de que a pessoa
tenha passado pela experiência, vivenciado o momento, e não apenas assistido.
Para que sejamos testemunhas precisamos ter a convicção da atuação do Espírito
Santo. É Dele que recebemos a capacitação (poder), mas recebemos também a missão ou
direção para que o poder seja usado (sermos testemunhas).
Ninguém que não esteja sendo uma testemunha pode afirmar de forma segura ter em
sua vida o poder do Espírito Santo.
Testemunha é uma pessoa que anda com Deus, num relacionamento que gera vida.
O seu falar reflete o quanto da vida de Deus tem sido derramado no coração.
Dentro desta visão cremos que o lugar em que precisamos ser testemunhas é a
nossa própria casa.
No livro de João 1.40-42, vemos a força do testemunho. Através do testemunho de
João Batista de que Jesus era o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, André
passou a seguir o Senhor. André sai e vai testemunhar. Ele testemunha para o seu irmão,
e como nós sabemos Pedro não tinha um temperamento muito fácil de se lidar. Depois
André consolida o testemunho, levando Pedro a um encontro pessoal com Jesus. Isto é ser
testemunha.

POR QUE TESTEMUNHAR?


O dever de testemunhar nasce do nosso relacionamento com Deus. Nasce do nosso
envolvimento com a pessoa do Espírito Santo.
Nós recebemos o poder do Senhor, não para que esteja a nossa disposição para o
usarmos, mas sim, para sermos usados por Deus na evangelização e consolidação de
vidas, “pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (Atos 4.20).
Esta frase foi dita por Pedro e os demais apóstolos. O que eles tinham vivido com o Senhor
Jesus havia marcado as suas vidas. Era impossível deixar de falar desta história de amor
que levou Jesus a dar a Sua vida por todos os homens, “pois o amor de Cristo nos
constrange” (II Coríntios 5.14).
A palavra constranger significa se manter unido. É esta união com o Senhor que
deve ser a nossa maior motivação para testemunharmos. É o amor do Pai que o levou a
testemunhar através do verbo vivo, o Seu desejo de ter para si um povo redimido. É o amor
que nos envolve que nos leva a querer testemunhar aos outros, que em Cristo não temos
somente a salvação, mas um relacionamento com Deus, que além de Pai é nosso amigo.

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O QUE É PRECISO PARA TESTEMUNHAR?
Precisamos andar na verdade. Somente quando andamos em Cristo, que é a
verdade, é que temos as condições necessárias para termos um bom testemunho.
O bom testemunho nasce da coragem de nos expormos, não permanecendo indiferentes,
em relação àqueles que ainda não conhecem ao Senhor.
Esta coragem vem da compreensão de que o convencimento é ação do Espírito Santo (João
16.8-11).
Nasce da compreensão da grande misericórdia de Deus para com a nossa vida (Efésios 2.1-
10).
O testemunho cristão implica em rejeição de tudo aquilo que o próprio Deus rejeita.
(Filipenses 4.8 e 9).
A exigência de nos mantermos fiéis à palavra de Deus, que é a nossa regra de fé e conduta
(II Pedro 2.1-3).
O testemunho cristão é indispensável para que outras pessoas cheguem ao conhecimento
de Cristo Jesus. Somos chamados a sermos luz. Então precisamos andar na luz (Mateus
5.14-16).

COMO FAZÊ-LO?
Passos para dar um bom testemunho, segundo o Pr. Paulo Rogério:
- Pedir orientação e sabedoria de Deus para agir, falar, resolver problemas (Tiago 1.5-6 e
Tiago 3.17).
- Ser zeloso, honesto. Tenha uma conduta moral séria demonstrando cordialidade para
com as pessoas (I Pedro 2.15-17).
- Evitar contendas (brigas, discussões) (II Timóteo 2.14-15).
- Estar sempre preparado para explicar claramente o Evangelho (o plano de salvação),
como o exemplo do apóstolo Paulo em I Coríntios 15.1-4.
- Falar sempre com clareza acerca da condição para a salvação: fé e arrependimento
(Romanos 10.9, Atos 2.37-38).
- Conscientizar-se que as pessoas precisam tomar uma decisão urgente com Cristo
(Atos 1.30-31).
- Demonstrar segurança em Cristo, alegria na certeza da vida eterna (I João 5.10-12).
- Não se deixar vencer pela timidez. Aproveitar todas as oportunidades para falar do
Salvador (II Timóteo 4.2).

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CONCLUSÃO
Ser testemunha não é um convite é um imperativo do Senhor. É cumprirmos com
amor e dedicação a ordem de Jesus: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mateus 28.19).
Que a palavra do profeta Isaías seja viva e eficaz em nós: “Vós sois as minhas
testemunhas, diz o Senhor” (Isaias 43.10).
Seja você uma testemunha fiel e verdadeira.

APLICAÇÃO
Como tem sido a sua vida de testemunho. Como as pessoas têm percebido a vida de Jesus
através da sua vida. Há alguma coisa em que o teu testemunho precisa melhorar.

TAREFA
Faça uma relação de pessoas que você conhece, que fazem parte do seu dia a dia, que
ainda não são cristãs.
Faça um mês de oração por estas pessoas. Peça ao Senhor que te ajude:
a) A ter um momento oportuno para dar o seu testemunho.
b) A agir com sabedoria para não somente ganhar esta pessoa para Jesus, mas para
consolidá-la no caminho da fé

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LIÇÃO 13
MORDOMIA CRISTÃ

TEXTO CHAVE
“... presta contas da tua mordomia ..."
(Lc 16.2)

INTRODUÇÃO
A Bíblia nos ensina que todas as coisas pertencem a Deus, e a Ele somente. Sendo
assim somos desafiados a agir como bons mordomos do que temos, pois tudo é do Senhor.
No decorrer dos últimos anos, tem sido resgatado o princípio da “mordomia cristã”,
porém constatamos que não são muitos os cristãos que conhecem este princípio, e menos
ainda os que praticam.
Esta doutrina não está relacionada somente na área da contribuição financeira, este é
apenas um dos aspectos da mordomia cristã. Ela abrange o nosso tempo, nossa esfera de
relacionamentos, nossa personalidade, as oportunidades que temos, os bens materiais;
enfim, mordomia cristã, fala de como estamos vivendo a nova vida em Cristo Jesus, quais
foram as transformações que tivemos em nossos valores e como somos influenciados ,ou
não, pela simplicidade que há no Senhor.
Estes princípios são abrangentes. O que objetivamos neste estudo, não é somente
descrever o que seja a mordomia cristã, mas desafiar a cada aluno da Escola de Líderes a
ser um bom mordomo do Senhor.

O QUE É MORDOMIA CRISTÃ?


A palavra mordomo, na Bíblia significa uma pessoa que é o servo principal, aquele
que tem a responsabilidade de administrar a casa do seu Senhor. Temos duas referências
Bíblicas que nos ajudarão a compreender melhor este tema.
- Eliézer (Gênesis 24.2). Era Abraão já idoso, bem avançado em anos; e o Senhor em
tudo o havia abençoado. Disse Abraão ao seu mais antigo servo da casa, que governava
tudo o que possuía:
- José (Gênesis 39.4-6). “Vendo Potifar que o Senhor era com ele e que tudo o que ele
fazia o Senhor prosperava em suas mãos, logrou José mercê perante ele, a quem servia; e
ele o pôs por mordomo de sua casa e lhe passou às mãos tudo o que tinha. E, desde que o
fizera mordomo de sua casa e sobre tudo o que tinha, o Senhor abençoou a casa do egípcio
por amor de José; a bênção do Senhor estava sobre tudo o que tinha, tanto em casa como

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no campo. Potifar tudo o que tinha confiou às mãos de José, de maneira que, tendo-o por
mordomo, de nada sabia, além do pão com que se alimentava. José era formoso de porte e
de aparência”.
Quando a Bíblia fala que somos mordomos, significa que tudo o que temos pertence
ao Senhor e nós simplesmente administramos.
Este conceito nos leva a ter uma atitude de simplicidade. Tudo o que temos ou que
somos é para ser usado na expansão do Reino de Deus. Jesus nos chama a atenção
quando a questão de sermos bons mordomos:
"Disse o Senhor: Quem é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor confiará
os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo a
quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim. Verdadeiramente vos digo que lhe
confiará todos os seus bens. Mas se aquele servo disser consigo mesmo: Meu senhor tarda
em vir, e passar a espancar os criados e as criadas, a comer, a beber, e a embriagar-se, virá
o senhor daquele servo em dia que não o espera, e em hora que não sabe, e castigá-lo-á,
lançando-lhe a sorte com os infiéis" (Lucas 12.42-46).
O princípio essencial à prática da mordomia cristã é a fidelidade. Deus não busca
simplesmente pessoas capacitadas, mas pessoas que lhe sejam fiéis. Quando somos fiéis o
que iremos buscar é glorificar ao Senhor em tudo o que fizermos.
“Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a
glória de Deus” (I Coríntios 10.31).
Se o que fizermos para Deus, for algo que é apenas bom, mas que não produza glória
ao Seu nome, então estaremos nos enganando.

O PLANO DE DEUS.
“É o reconhecimento da soberania de Deus, a aceitação do nosso cargo de depositários da
vida e das possessões, e administração das mesmas de acordo com a vontade de Deus”
(Pr. Walter Kaschel).
Devemos utilizar os recursos que Deus nos concede para: a) O suprimento de nossas
necessidades básicas (Filipenses 4.19). b) O suprimento da obra (casa) de Deus (Ageu 1.9
e Malaquias 3.10). c) O suprimento dos irmãos (Igreja) (I Pedro 4.10 e I João 3.17).
Auxílio à missão da Igreja.
Ajuda aos necessitados do mundo.

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Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e
despenseiros dos mistérios de Deus.
Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja
encontrado fiel (I Coríntios 4.1-2).
A palavra despenseiro significa mordomo. Somos desafiados a exercer com sabedoria a
administração que o Senhor nos concede. Sabendo que Ele continua sendo dono de tudo.

COMO SERMOS BONS MORDOMOS DO SENHOR?


Para sermos bons mordomos, se faz necessário uma vida de inteira consagração ao
Senhor. Tudo o que temos, tudo o que somos, tudo o que viermos a ter e tudo o que viermos
a ser, pertence ao Senhor.
Portanto:
Reconheça que tudo é de Deus. (Tiago 1.17)
Utilize os recursos que possui conforme a Bíblia orienta e não segundo o seu próprio desejo.
Não seja avarento e nem egoísta. Lembre-se que “o amor ao dinheiro é a raiz de todos os
males”. (I Timóteo 6.10)
Evite dúvidas.
Contribua regularmente para o sustento da obra de Deus com seus talentos, dons, tempo e
recursos materiais.
Seja sensível a necessidade alheia, e quando for necessário e útil ajude.

Obs.: Algumas “ajudas” só contribuem para reforçar a irresponsabilidade e sem-vergonhice,


prejudicando o crescimento. Na verdade não são “ajudas”, mas sim “atrapalhos”. Use a
Bíblia para discernir quando e como ajudar.

CONCLUSÃO
Nos dias de hoje, somos desafiados a viver com simplicidade. Muitas das coisas que
julgamos necessárias, não são necessárias em si mesmas. Somos mordomos do Senhor,
mas o que nos move a fidelidade é o amor e não a obrigação.
Que sempre tenhamos em mente que somos mordomos, ou seja, estamos cuidando
das coisas do Senhor. Se formos negligentes quanto a este importante negócio, com
certeza não seremos colocados a cuidar do muito que Deus tem reservado para os que lhe
são fiéis.
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APLICAÇÃO
Procure examinar a sua vida. Como você tem administrado os recursos de tempo, bens
dinheiro, inteligência que o Senhor tem lhe concedido.

TAREFA
Faça o propósito de viver a cada momento como um bom despenseiro do Senhor. Se você
não tem dizimado, faça um voto com o Senhor, experimente as bênçãos de uma vida que é
inteiramente fiel ao Senhor.

LIÇÃO 14
CEIA DO SENHOR

TEXTO CHAVE

“...todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor,
até que ele venha." (I Co 11.26)

INTRODUÇÃO
A Santa Ceia como um “meio de graça”, um momento em que a graça de Deus pode
ser percebida, ao trazermos a memória à obra redentora da cruz, em Cristo Jesus. Sobre
os meios de graça Wesley dizia:
“Ponde isto no vosso coração que o simples fato de haver realizado o ato para nada
aproveita; que não há poder para salvação senão no Espírito de Deus; não há mérito senão
no sangue de Cristo... Deus não transmite graça se não confiardes somente N’Ele”.

O QUE É A SANTA CEIA?


Para podermos responder a esta questão iremos utilizar o pensamento de Wesley.
Cremos que se não entendermos este princípio, o ato da ceia se esvaziará do seu
significado. Será um mero ritual, de comer um pedaço de pão e beber um cálice de suco de
uva.
Wesley entendia a Santa ceia como sendo algo que nos apresentava três significados
importantes:
a) Santa Ceia Refeição Memorial.

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Ao comermos e bebermos do cálice, nosso coração se volta para a realidade da obra
da cruz. A redenção que Cristo efetuou por todos nós. O pão e o cálice são símbolos da
Nova Aliança e lembretes de que está aliança ainda vale para os dias de hoje. Lc. 22: 19.
Para Wesley significava recordar um evento de forma tão intensa que esse evento
adquiria um novo frescor. Algo que nos impulsionaria a missão de anunciar a Jesus a todos
os homens.
b) Santa Ceia real presença de Cristo.
Não cremos em transubstanciação, ou seja que o pão e o cálice se transformam
literalmente em corpo e sangue de Cristo. Mas cremos que pela presença do Espírito Santo,
no momento da Santa Ceia Cristo está realmente presente no nosso meio. Crendo assim
entendemos que a Santa Ceia se torna num meio de graça. Cristo não trabalha no pão ou
no cálice, mas no coração daquele que o busca de todo o coração.
c) Santa Ceia penhor da Ceia futura.
A Santa Ceia nos comunica que haverá um futuro na glória. Há um banquete celestial
nos aguardando além da morte. Steve Harper ao comentar sobre este assunto escreve:
“Esta dimensão da comunhão a transforma em uma refeição de celebração em que
louvamos a Deus pela realidade da vida eterna e antecipamos a nossa entrada nos céus”.
Quando consideramos o significado da Ceia do Senhor na nossa própria formação
espiritual, podemos ser facilmente levados a um renovo da decisão de participar nesta
atividade central de adoração.

O QUE REPRESENTA A SANTA CEIA


A Santa Ceia foi instituída por Jesus. A ceia é parte fundamental do culto cristão. A
ceia representa a recordação e a atualização da presença e da Palavra de Jesus.
Ao participarmos da ceia do Senhor estamos exercendo um ato em submissão.
Sendo a Santa Ceia uma ordem do Senhor o não fazer é ato de rebeldia que nos afasta
mais do D’Ele.
A Ceia revela a possibilidade de nos encontramos e sermos renovados pelo Senhor.
Passamos por momentos difíceis, somos tentados a cada instante, pois vivemos em um
mundo tenebroso, no qual o príncipe deste mundo quer nos derrotar. Wesley ao comentar
sobre o significado da Ceia afirmou:

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“Mas quando nos convencemos de que pecamos contra Deus, que meio mais seguro temos
de procurar o perdão do que anunciarmos a morte do Senhor e suplicarmos a Deus que nos
limpe dos nossos pecados em virtude dos sofrimentos do Seu Filho?”.

QUAL A IMPORTÂNCIA DA SANTA CEIA?


Temos comentado sobre o significado da Santa Ceia, disso podemos concluir os seus
benefícios. Cremos que através do Sangue de Cristo, que se tornou o novo e vivo caminho
(Hebreus 10.20), podemos nos aproximar de Deus. Estando próximos de Deus temos
certeza de que nossos pecados foram perdoados e que através D’Ele podemos ter vida
plena. (João 10.10).
Temos que ter a convicção que o participarmos da Santa Ceia hoje, é sinal de que a
graça de Deus continua trabalhando em nós, e que num futuro pela obra de Cristo, iremos
participar da Ceia na glória, na eternidade.
“Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das
bodas do Cordeiro. E acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de Deus” (Apocalipse
19.9).
“Então, vi um anjo posto em pé no sol, e clamou com grande voz, falando a todas as aves
que voam pelo meio do céu: Vinde, reuni-vos para a grande ceia de Deus” (Apocalipse
19.17).

COMO CELEBRAR?
Iremos citar algumas orientações para que a Santa Ceia se torne um momento de
celebração e de adoração ao Deus da vida, que nos concede graça através da obra
redentora de Cristo na cruz.
a) A Santa Ceia deve ser precedida de um momento profundo de contrição, arrependimento
e confissão de pecados.
b) A Santa Ceia não deve ser tomada se nós não estivermos conscientes de que realmente
estamos arrependidos de nossos pecados.
A Santa Ceia é aberta a todos quanto queiram, contanto que estejam em comunhão
com a sua igreja e que já tenham sido batizados nas águas.
Muitos citam o texto de I Coríntios 11.20-34, como um pressuposto para que algumas
pessoas não tomem a Santa Ceia. Wesley cria que o texto se refere às pessoas que comiam
demasiadamente, não deixando os outros participarem. O problema estava com os modos

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do cear e não com o caráter do participante. Steve Harper comentando este assunto
declara:
“Isto muda completamente o sentido da questão, atribuindo-o ao modo de comungar e não
ao caráter do comungante. Wesley demonstra que se nos abstivéssemos de comungar por
causa da nossa pecaminosidade, então todos teriam que se abster! Todos nós somos
pecadores salvos pela graça. Na realidade, a Ceia do Senhor (como meio de graça) é aos
pecadores! Não se trata de uma oferta para aqueles que se consideram sem pecados. O
único problema era participar da Mesa do Senhor sem um coração arrependido”.
Sendo a Santa Ceia um meio de graça, a nossa atitude deve ser uma atitude de fé. Se
alguém não se sente apto confesse o seu pecado e pela fé tome a Santa Ceia. Se alguém
se acha apto para tomar, peça perdão a Deus pela arrogância e pela fé tome a Santa Ceia.
Somente podemos participar da Santa Ceia exclusivamente pelos méritos de Jesus.

CONCLUSÃO
Queremos terminar este estudo citando um trecho da Pastoral Sobre a Santa Ceia.
“A celebração da Ceia do Senhor aproxima a todos igualmente de Cristo e uns dos outros.
Na mesa do Senhor comemos do mesmo pão, bebemos do mesmo vinho, confessamos a
mesma fé e esperança em Jesus: Somos irmãos e irmãs! Neste ato celebramos a comunhão
com Deus e com os irmãos e irmãs. É um momento de profunda igualdade, unidade,
comunhão e espiritualidade”.
Creio que cabe a nós como família do Senhor, participarmos deste momento de Santa Ceia,
todas as vezes que formos convidados. Assim celebramos a vida e o amor. Amor que logo
se revestirá de eternidade.

APLICAÇÃO
Procure refletir sobre a importância da Santa Ceia. Como você tem participado deste
momento importante na vida do cristão e da comunidade?

TAREFA
Procure observar em sua comunidade como as pessoas estão participando deste momento
de Santa Ceia. Procure conversar com outros irmãos sobre este assunto, procurando
orientá-los a desfrutarem com alegria deste momento de celebração.

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LIÇÃO 15
IMPOSIÇÃO DE MÃOS
TEXTO CHAVE
“...então, jejuando, e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram."
(At 13.3)

INTRODUÇÃO
O texto de Hebreus 6.1-2 cita alguns princípios que o autor do livro considera
“princípios elementares da doutrina de Cristo”, e cita a imposição de mãos como sendo um
destes princípios. Se a imposição de mãos é considerada desta maneira pela Bíblia
precisamos compreendê-la; saber o que é, qual o seu propósito, como deve ser e quais os
cuidados a tomar. É o que pretendemos com esta lição que veremos a seguir.

O QUE É?
A imposição de mãos consiste em um ato através do qual alguém com autoridade transmite
bênção à outra pessoa.

QUAL O PROPÓSITO?
Como já falamos o propósito desta prática é abençoar. A Bíblia cita alguns momentos
onde devemos impor a mãos.
a) Para abençoar filhos e descendentes (Gênesis 48.13-20)
b) Para curarem enfermos (Marcos 16.18 e Lucas 4.40)
c) Para delegar autoridade (Números 27.18-20)
d) Para enviar (comissionar) para o serviço (ministério). (Atos 5 e 6 e Atos 13.2-3)
e) Para conceder dons (I Timóteo 4.14 e II Timóteo 1.6)
f) Para que as pessoas recebam o Espírito Santo (Atos 8.14-17; Atos 19.6).
g) Para abençoar (Mateus 19.13-15 e Marcos 10.13-16)

QUEM IMPÕE AS MÃOS?


Ninguém dá do que não tem, por isso, para dar algo temos que ter recebido primeiro.
A autoridade para impor as mãos baseia-se neste fato e difere em cada um dos casos.
Quem impõe as mãos então?
a) Para abençoar os filhos são os pais.

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b) Para curar enfermos são os que verdadeiramente creem.
c) Para delegar autoridade são os que a possuem, as autoridades constituídas.
Obs: É bom observarmos que existem muitos que se acham “autoridades”, dizem terem sido
constituídos por Deus, mas não possuem o reconhecimento da Igreja (Corpo de Cristo).
Esses na verdade não são e não possuem autoridade para delegá-la, são uma farsa.
d) Para comissionar para o serviço são os líderes (a liderança) da Igreja.
e) Para conceder dons são os comissionados para isso, a liderança ou aqueles que
exercem ministério apostólico.
f) Para conceder o Espírito Santo a Bíblia diz que seria o próprio Deus que o enviaria
(João 14.26 e Atos 5.32). Porém vemos os apóstolos e Paulo (um “apóstolo fora do tempo”)
impondo as mãos sobre as pessoas e elas recebiam o Espírito Santo.
Obs: Entendemos que os apóstolos como os primeiros não existem mais, existem pessoas
que exercem um ministério apostólico trabalhando pela unidade do corpo de Cristo, zelando
pela doutrina cristã e orientando a Igreja de Cristo em questões polêmicas.
É absurdo pessoas se autodenominarem apóstolos e querer que outros os
considerem como tais. O reconhecimento do ministério apostólico de alguém vem dos
pastores e líderes do rebanho do Senhor.
Por isso entendemos que quem envia o Espírito Santo hoje é o próprio Deus, utilizando
quem ele quer para isso.
g) Para abençoar são os que têm recebido a Jesus Cristo como Salvador e Senhor,
Isto é, os seus discípulos.

CONCLUSÃO
Vimos à importância da imposição de mãos, mas I Timóteo 5.22 diz que devemos ter
o cuidado de não nos precipitarmos no impor as mãos para não abençoarmos situações
pecaminosas nos tornando assim cúmplices no erro.
Não devemos impor as mãos e abençoar coisas que Deus abomina.
Também devemos cuidar com quem é impõe as mãos sobre nós porque se essa
pessoa não honra a Deus podemos estar sendo amaldiçoados e não abençoados
(Malaquias 2.2).
Mas, tomando os cuidados necessários, não deixemos de impor as mãos e abençoar
aqueles que procuram. Não os embaracemos.

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APLICAÇÃO
Aprofunde-se no estudo do assunto e disponha-se para que Deus possa usar a você como
um canal para abençoar a outros.

TAREFA
Procure discernir se existem áreas de sua vida nas quais você precisa da benção de Deus
para e procure alguém com autoridade para impor as mãos e ministrar sobre a sua vida.

LIÇÃO 16
DONS E MINISTÉRIOS

TEXTO CHAVE

“...servi uns aos outros conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da
multiforme graça de Deus." (Sl 119.105).

INTRODUÇÃO
Um dom é uma dádiva. A palavra “dádiva” ou dom vem do grego “Caris”, que
significa "graça", algo que é dado gratuitamente. É a palavra que aparece em Romanos
12.3-6; Efésios 4.7 e 1 Pedro 4.10.
Um dom é um poder ou uma capacidade miraculosa. Vem do grego “Charisma”, que
significa “dom”. (Romanos 1.11; Romanos 11.29; Romanos 12.6; 1 Coríntios 1.7; I Coríntios
7.7; I Coríntios 12.4, 9, 28, 30, 31; 1 Timóteo 4.14; 2 Timóteo 1.6; 1 Pedro 4.10).
Um dom espiritual é um presente divino. Do grego “Doma”, um dom (Efésios 4.8).
Um dom, portanto, é uma capacitação espiritual gratuitamente concedida pelo Espírito
Santo ao cristão para expressar, de alguma maneira, um poder espiritual ou miraculoso,
além da capacidade humana de realizar; com um fim proveitoso. Resumindo, dom é a
capacidade sobrenatural para o serviço.

QUAL A ORIGEM DOS DONS?


Os dons procedem da graça de Deus, portanto, é um presente imerecido que o Pai
nos concede tão somente porque Ele nos ama (Romanos 12.6). A Bíblia fala em I Coríntios
12.11 que o Espírito Santo é quem distribui os dons.

COMO E A QUEM O ESPÍRITO DISTRIBUI OS DONS?

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É o Espírito Santo quem distribui os dons a cada um (1 Coríntios 12.7). Ele concede dons a
todos os membros do corpo, a cada um individualmente, como Ele quer (1 Coríntios 12.11).
Portanto, todos os membros do corpo de Cristo podem receber dons espirituais.
Ninguém tem o direito de escolher os dons que deseja. É o Espírito quem concede a cada
um conforme Ele quer. No entanto, a exortação para buscarmos os melhores dons infere
que o Espírito está solícito a atender-nos na concessão daqueles dons que são mais úteis
para o Corpo numa dada situação. Pois o Espírito Santo concede dons àqueles que desejam
e buscam a edificação da igreja toda (1 Coríntios 14.12).

POR QUE DEUS NOS CONCEDE OS DONS? QUAL A NECESSIDADE DELES?


Deus nos concede dons para o proveito comum, ou seja, o bem de todos (1 Co 12.7).
O Pai ama a cada um de Seus filhos e nos abençoa com os dons para que possamos servir
para o bem dos outros.
Deus também nos concede dons para o aperfeiçoamento dos santos, para que a
igreja cresça em maturidade pelo auxílio de toda junta e pela justa cooperação de cada parte
(Efésios 4.12-16). Nós precisamos dos dons para contribuir com a edificação da igreja (1
Coríntios 12.7-11 e 12-27). Cada dom é importante para que a igreja cresça em qualidade e
quantidade.
Nós precisamos dos dons para servir uns aos outros (1 Pedro 4.10). Cada dom é
necessário para servir aos outros.
Como já vimos o Espírito Santo distribui os dons a cada um, individualmente como lhe
apraz (I Coríntios 12.11). Então, pode ser que haja fatores específicos em cada um de nós
para que o Espírito dê certos dons a uns e a outros não. Pelo fato do Espírito conhecer a
mente e o plano de Deus para cada um de nós, Ele concede-nos os dons de acordo com o
serviço ao qual somos chamados.
Todos possuem os mesmos dons? A resposta óbvia do apóstolo é não! (1 Coríntios
12.28-31).
Os dons exercitados nas reuniões da igreja devem ser aqueles que trazem edificação a
todos (1 Coríntios 12.7; I Coríntios 14.6 e 26). Os dons não devem ser usados como prova
de maior espiritualidade ou comunhão com Deus, para ostentação ou status social.
Tudo deve ser feito para edificação dos outros (1 Coríntios 14.26). Ninguém deve
exercer seu dom apenas por prazer pessoal ou com outros fins que não seja o crescimento
dos outros.

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Tudo deve ser feito com decência e ordem e sem confusão (1 Coríntios 14.40; I
Coríntios 14.32-33). Obviamente, nós entendemos que aqui se trata da ordem de Deus e
não a ordem do homem.

CARÁTER E DONS
O amor é um tema fundamental quando se trata de dons espirituais. Sem amor os
dons não servem para a edificação do corpo, mas apenas atendem aos desejos egoístas de
quem está usando-os (I Coríntios 13.1-3).
Os dons espirituais podem ser usados carnalmente se a motivação do usuário estiver
errada.
Os dons não foram dados para proveito próprio, mas edificação de todos na Igreja (1
Coríntios 14.12; 1 Pedro 4.10). Os dons foram dados para o bem coletivo da igreja, não para
o individualismo egocêntrico. Sem amor podemos usar os dons recebidos do Espírito Santo
de maneira carnal.
Os dons do Espírito não garantem nem determinam a espiritualidade de ninguém. Um
dom é um instrumento para edificação do corpo de Cristo. Santificação é outra coisa! Não é
a santidade que faz os dons funcionarem, mas sim a Palavra de Deus. Deus honra a Sua
Palavra, independente da pessoa a quem usa. Uma pessoa não precisa ser espiritualmente
madura para ministrar baseado nos dons espirituais.
É bom que quem use os dons espirituais tenha um caráter santo. Mas os dons não
são dependentes do caráter. Um crente pode orar pela cura de enfermos e mesmo assim
ser um pai deficiente. Esta falha poderá prejudicar a abrangência do seu ministério, mas não
o uso em si do seu dom espiritual.
Sendo assim entendemos porque alguns são usados por Deus, mesmo que seja
somente durante um tempo, mas tem falhas gritantes de caráter.
Contudo, vale a pena enfatizar que o desejo de Deus é que tenhamos um caráter
santo e um ministério poderoso. Não é uma questão de escolher uma coisa em detrimento
da outra. Nós devemos abraçar ambos os aspectos da vida e ministério cristão.

DONS E TALENTOS
Muitas pessoas confundem dons espirituais com talentos naturais. Contudo, eles são
consideravelmente diferentes:

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a) Na fonte os dons são capacidades que o Espírito Santo nos concede depois que somos
salvos, mas nós já nascemos com os talentos naturais, só precisamos desenvolvê-los
posteriormente.
b) Na origem os dons são de origem espiritual; os talentos são de origem natural.
c) Na natureza os dons são capacidades que recebemos sem estudo ou treinamento prévio;
os talentos naturais necessitam de estudo e/ou treinamento para poderem ser
desenvolvidos.
d) No poder, por ser espiritual, um dom tem um poder muito maior do que os talentos
naturais. Uma pessoa pode ser naturalmente um músico habilidoso, mas sua música não
contribui para a transformação de vidas. Alguém, porém, menos habilidoso musicalmente,
no entanto, ungido pelo Espírito, pode ser um poderoso instrumento para a edificação de
vidas.
e) No propósito os dons espirituais são dados para a edificação da Igreja, mas os talentos
são dados para o nosso bem pessoal e daqueles que nos rodeiam.
Apesar destas diferenças fundamentais, os talentos naturais podem ser santificados para o
uso do Senhor. Entendemos que os talentos também são dados por Deus, mas não são de
natureza sobrenatural como os dons.
CONCLUSÃO
Entendemos que assim a pessoa tem a oportunidade de servir ao corpo de Cristo na área
que ela sente-se chamada e capacitada por Deus a servir. Como disse o apóstolo Paulo em
I Coríntios 12:4-6, os dons são diversos, há diversidade nos serviços e nas realizações; mas
o Espírito é o mesmo, o Senhor é o mesmo e é Ele quem opera tudo em todos.
Esperamos, com o estudo, despertar o discípulo a servir ao Reino de Deus através de
seus dons e talentos, desempenhando com isso seu ministério.

APLICAÇÃO
Procure orar meditar na Palavra de Deus, para que você possa perceber qual é o seu dom,
não basta à pessoa afirmar que tem um dom, este deve ser reconhecido pela comunidade.
Se o dom é dado para um fim proveitoso, nada mais justo do que termos o respaldo da
comunidade. Quem tem convicção do seu dom não terá nenhum receio disso.

TAREFA
Leia estes textos é procure fazer uma lista dos dons. Romanos 12.6-8/ I Coríntios 12.9-
10,28-29; Efésios 4.11; I Pedro 4.10-11.

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LIÇÃO 17
COMO VENCER OS
OBSTÁCULOS
TEXTO CHAVE

“...Lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho é a tua Palavra." (Ef 6.12)

INTRODUÇÃO
A Bíblia, em Judas v.3, nos orienta a batalhar diligentemente pela fé. Também em
Efésios 6.11-18 ela fala da nossa luta e que devemos tomar a armadura de Deus para poder
resistir no dia mau e ficar firmes contra as ciladas do inimigo.
Estes textos nos falam de batalha, luta, armadura; e isto serve para ilustrar de
maneira clara que a nossa carreira cristã tem vários obstáculos que precisam ser vencidos
(superados).
Mas como devemos lutar? Como podemos vencer os obstáculos? Qual a maneira que
a Bíblia nos apresenta para enfrentar estas questões? Qual os maiores obstáculos a serem
vencidos? É o que veremos neste estudo.

IDENTIFICANDO OS OBSTÁCULOS
Existem várias coisas que, dependendo das circunstâncias, podem atrapalhar a
carreira cristã. Abordaremos aqui três obstáculos mais comuns: são eles: o mundo, a carne
e o diabo.
a) O mundo. Em Romanos 12.2 a Bíblia fala para não nos conformarmos com este mundo;
Em Mateus 13.22 fala que os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas podem
sufocar a Palavra, tornando-a infrutífera. Em João 17.16 Jesus fala que seus discípulos
deixam de ser cidadãos deste mundo, ou seja, não são mais dirigidos e orientados pelos
padrões e valores deste mundo e sim pelos valores e padrões e valores deste mundo, e sim
pelos valores e padrões de Deus.
A Bíblia também diz em I João 5.19 que o mundo inteiro jaz no maligno.
Nestes textos vemos que o mundo que durante tanto tempo nos fascinou e serviu hoje se
tornou nosso adversário.
Seus valores e princípios se opõem aos valores e princípios do Reino de Deus e seu
príncipe (João 16.11) é adversário do nosso Senhor Jesus Cristo.

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Precisamos renovar nossa mente, reaprender, pois nossa educação e formação foram
baseadas nesses valores que hoje são opostos ao que Deus tem para nós. A sociedade vai
nos confrontar perseguir ou tentar seduzir por isso precisamos resistir.
b) A carne. Deus nos criou com desejos legítimos; porém somos tentados a satisfazer esses
desejos a qualquer preço, além de estabelecermos como objetivo de vida a satisfação dos
desejos da nossa carne. A Bíblia chama isso de paixões da nossa carne.
A tentação é satisfazer nossas necessidades e desejos mesmo que para isso precisemos
desobedecer a Deus.
Antes vivíamos para fazer a nossa vontade, hoje vivemos para fazer a vontade de Deus,
mas nem sempre é fácil mudar velhos hábitos. Vemos em Tiago 1.14-15 que somos
tentados pelos nossos desejos, atraídos e seduzidos por eles a desobedecer a Deus (a
pecar); por isso Gálatas 5.17 diz que a carne milita (luta) contra o Espírito de Deus.
A nossa carne quer ser satisfeita de qualquer maneira, quer nos governar; e não há como
servir a dois senhores, por isso hoje ela tornou-se um obstáculo ao senhorio de Jesus Cristo
em nossas vidas.
c) O diabo. A Bíblia em I Pedro 5.8, deixa claro que o diabo é nosso adversário. Na verdade
ele é adversário de nosso Senhor Jesus Cristo, e a partir do momento que entregamos
nossas vidas a Jesus e nos dispomos a serví-lo e obedecê-lo tornamo-nos,
automaticamente, alvos da ira do diabo, seus adversários.
O diabo usará de várias artimanhas (astutas ciladas) para levar-nos a descrer de
Deus (abater a nossa fé) ou para levar-nos a desobedecer a Deus. Ele tentou a Jesus
(Mateus 4.1-11) e com certeza também nos tentará.
O termo diabo significa aquele que entra no meio para causar divisão, separação; é o que
ele tenta fazer nos separar de Deus e causar divisão no meio da igreja (Corpo de Cristo) por
isso ele é um dos nossos adversários.

COMO VENCÊ-LOS?
Em II Coríntios 10.4 nós vemos que as armas para lutarmos não são carnais, mas
poderosas em Deus. Quais são as armas que temos em Deus para enfrentar esses
obstáculos (adversários) e vencê-los?

a) A armadura de Deus (Efésios 6.13-18). Ela é composta da:

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a.1) Verdade. João 8.44 fala que o pai da mentira é o diabo. I João 1.7 fala que se andarmos
na luz mantemos comunhão uns com os outros. O andar na verdade, ser sincero é
indispensável para a vitória.
a.2) Justiça. Temos que ter cuidado para não fazermos acepção de pessoas, não sermos
parciais, agirmos sempre de maneira justa.
Para o cristão o ditado que diz que para os amigos tudo e para os inimigos a lei não pode
valer.
a.3) Evangelho (boa nova) da Paz. Mateus 5.9 fala que bem-aventurados são os
pacificadores e I Coríntios 5.18 e 19 diz que os discípulos de Jesus receberam o ministério e
a palavra da reconciliação. Toda discórdia, facção e divisão devem deixar de existir no meio
do povo de Deus; nova luta não é contra pessoas, somos ministros da Paz (a Shalom) de
Deus.
a.4) Fé. Em I Pedro 5.9 somos exortados a resistir ao diabo firmes na fé e Efésios 6.16 deixa
claro que é com o escudo da fé que apagamos os dardos que o diabo lança contra nós.
Já estudamos sobre a fé, por isso sabemos da sua importância.
a.5) Palavra de Deus. Nela temos as promessas de Deus, a verdade. Conhecendo-a
podemos desmascarar as mentiras que o adversário levanta para nos confundir e
enfraquecer.
Jesus, quando tentado, resistiu ao diabo citando as Escrituras Sagradas
b) Oração. Efésios 6.18 nos mostram que na luta contra os obstáculos soma-se a oração e
súplica. Já estudamos sobre a oração, mas queremos lembrar que Lucas 18.78 diz que
Deus faz justiça depressa aos seus que clamam a Ele.
c) Renovar a mente. Romanos 12.2 fala para transformarmo-nos através da renovação da
mente e II Coríntios 10.5 fala para levar todo pensamento cativo a obediência de Cristo.
Devemos encher as nossas mentes com a Palavra de Deus.
d) Sangue de Jesus. Em Apocalipse 12.10-11 vemos que o acusador foi vencido pelo
sangue do Cordeiro. E o sangue de Jesus derramado na cruz que quitou a nossa dívida que
nos purificou de todo pecado, que nos justificou.
Se hoje temos acesso a Deus em oração livremente é por causa do sangue de Jesus
(Hebreus 10.19). Fomos libertos pelo sangue.
e) A palavra do testemunho. Esta é a segunda coisa que Apocalipse cita como instrumento
de vitória sobre o acusador. A confissão pública da nossa fé (o nosso testemunho), o viver

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pela Palavra de Deus. Estas duas coisas unidas cancelam toda legalidade do inimigo sobre
nós.
f) A autoridade delegada. Em Mateus 28.18 Jesus deixa claro que Ele recebeu toda
autoridade e em Lucas 10.19 Jesus diz que deu autoridade aos seus discípulos sobre todo
poder do inimigo. Já recebemos a autoridade de Jesus para vencer, só precisamos crer e
utilizá-la.
g) Unidade. Em Mateus 12.25 vemos que a casa, reino ou cidade dividida não subsistirá. É
isso que o diabo tenta fazer, entrar no meio para dividir.
Quando nos unimos em concordância Deus responde (Mateus 18.19) e ministra a benção e
a vida para sempre (Salmo 133).

CONCLUSÃO
Como já vimos vencemos os obstáculos em oração, crendo em Deus e agindo de
acordo com a Sua Palavra.
A nossa vitória não é alcançada pela força, violência ou pelo poder humano mas pelo
Espírito de Deus (Zacarias 4.6).

APLICAÇÃO
Avalie sua vida e veja como você tem lutado contra os obstáculos que tem se levantado na
vida cristã. Se tem lutado pela carne tome a firme decisão de mudar e passar a lutar com as
armas de Deus.

TAREFA
Medite sobre as “armas” que Deus nos dá e veja se você tem negligenciado alguma. Caso
isso esteja acontecendo procure alguém para orar por você e mude passando a utilizar as “
armas” de Deus.

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