AULA 12 TGP - CLASSIFICACAO Da Acao

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TEORIA GERAL DO PROCESSO

Profa. Ma. Renata Reis


v Renata Reis
Doutoranda em Direito
Ma. Cultura e Sociedade
Esp. Direito Público
Advogada

E-mail:
renata.c.reis@kroton.com.br

@renatareisadvogada
Classificação das Ações
Classificação das Ações

As ações podem ser classificadas e identificadas de acordo com os seus fundamentos, seus resultados e,
ainda pelo tipo de tutela que pretendem do juiz.

As classificações com base em fundamentos e em resultados não são mais aceitas pela doutrina moderna,
uma vez que se fundam no direito material invocado na ação, e a teoria eclética, atualmente adotada pelo
CPC para a definição da ação, não admite que a ação seja vinculada ao direito material envolvido.

Com base em tais classificações, muitos nomeiam as ações como “ação de rescisão de contrato”, “ação
real” (quando envolve direitos reais), “ação pessoal” (pertinente a direitos pessoais) etc.
Classificação das Ações

Atualmente, em razão de a teoria válida da ação considerar que esta é


totalmente separada do direito material, as ações são classificadas em
conformidade com a espécie de tutela jurisdicional que pretendem.

Dessa forma, aceita-se amplamente a seguinte classificação.


Ação declaratória
— É aquela em que o autor, predominantemente, pede ao juiz uma
decisão que declare a existência, a inexistência ou o modo de ser de
uma relação jurídica. É prevista nos arts. 19 e 20 do CPC:

Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração:


I – da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação
jurídica;
II – da autenticidade ou da falsidade de documento.
Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha
ocorrido a violação do direito.
— Mesmo que em uma relação jurídica tenha alguma das partes sofrido
danos, por culpa da outra parte ou de terceiros, é perfeitamente
possível que o sujeito prejudicado ajuíze uma ação meramente
declaratória, buscando tornar imutável o fato de a relação existir,
inexistir ou a forma como a relação ocorreu ou deva ocorrer.
Exemplo popular de ação meramente declaratória é a ação destinada ao
reconhecimento de tempo de serviço de um trabalhador para uma empresa ou pessoa,
na Justiça do Trabalho, a fim de que este tempo seja levado em consideração para
futuras concessões de benefícios previdenciários (aposentadoria, na maioria dos casos).

Não importa se o trabalhador sofreu alguma violação durante o trabalho: ele pode
pedir ao juiz, tão somente, a declaração de existência da relação de emprego.

É plenamente possível que, em ação declaratória, o autor pretenda que


um documento seja declarado pelo juiz como autêntico, ou, em outras
situações, como falso.
Ação constitutiva
Ação condenatória
A ação condenatória é a que mais representa o caráter litigante das ações judiciais.
Trata-se da espécie de ação que visa formar um título executivo judicial.

Este título possibilita que o réu seja obrigado a cumprir uma obrigação de pagar
quantia, de entregar coisa, de fazer ou de não fazer alguma coisa.

Se procedente a ação condenatória, o réu é condenado a cumprir obrigação


descumprida, que, como dito, pode ser de dar (pagar quantia ou entregar coisa),
fazer ou não fazer.

Exemplos práticos são incontáveis: ação indenizatória por danos morais, ação de
despejo, ação de cobrança.
Ação mandamental
São as ações que permitem ao juiz, como meio de satisfação, emitir uma
ordem e/ou comando obrigatório ao réu, que deverá atendê-lo, sob pena
de medidas indutivas e coercitivas (imposição de multa, busca e apreensão,
inscrição em órgãos de proteção ao crédito etc.).
As ações mandamentais caracterizam-se pelo envolvimento de comandos
judiciais que, se descumpridos, dão ensejo à configuração de crime de
desobediência.

Exemplo: mandado de segurança, habeas data, ação fundada em obrigação


de fazer ou não fazer.
ATENÇÃO

Nas ações mandamentais, o comando expedido pelo juiz (mediante


mandado judicial, normalmente) é cumprido pelo próprio devedor.

Este cumprimento ocorre sob certa pressão, como a cominação de


multa, previsão da possibilidade de busca e apreensão etc.

É neste ponto que reside a diferença crucial entre a ação mandamental


e a ação executiva lato sensu, que é a próxima a ser estudada.
Ação executória/executiva lato sensu

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A ação executória Ela tem por objeto a O ponto que
lato sensu, ou estipulação de meios pelos diferencia a ação
executiva lato sensu quais o próprio Estado-juiz executória lato sensu
(como preferir), é, no satisfará a pretensão do autor, da ação mandamental
fim das contas, uma por meio de indisponibilidade é este: quem cumprirá
decorrência da ação de bens, bloqueio de contas o comando judicial.
condenatória. bancárias, penhoras,
expropriações etc.
Se o comando for cumprido pelo próprio devedor, sob pressão do juiz, a ação será
mandamental.

Quando o comando for cumprido como decorrência de atos do próprio juiz


(determinação de penhora, indisponibilidade de bens, bloqueio de contas etc.), a ação
será executória.

As ações são tradicionalmente classificadas em uma dentre cinco categorias. Este fato
enquadra a referida classificação na teoria quinaria (quíntupla) das ações, pois podem
ser classificadas de cinco formas.
Alguns doutrinadores (mais conservadores) adotam a teoria ternária
(trinária) das ações, reconhecendo somente a declaratória, a constitutiva e
a condenatória (três categorias).

Em questões de concurso, são cobradas as cinco categorias – inclusive a


executória lato sensu e a mandamental –, razão pela qual recomendo a
consideração da teoria quinária.
Não consigo classificar as ações com base nesses critérios, uma vez que
existem ações que se encaixariam em vários deles. O que eu faço?

Na prática, as ações enquadram-se em várias dessas classificações.

Você verá ações com objetos declaratórios e constitutivos, condenatórios e


executórios, constitutivos e mandamentais, dentre outros exemplos possíveis.
Inclusive, saliento que o objeto declaratório é presente em quase todas as ações.
— Exemplo
A constituição de uma relação jurídica de prestação de serviços, com o
objetivo final de condenação do réu por perdas e danos, geralmente é
acompanhada da declaração da existência da obrigação de prestar os
serviços.
Ao final, é possível a execução da obrigação descumprida.
Veja que, numa só ação, identificam-se quatro critérios classificadores.
. Classificação teórica tradicional: conhecimento,
execução e cautelar
Notas iniciais
Existe uma forma de classificação das ações, ainda existente na doutrina e cobrada
em questões de foco mais conservador e teórico, que separa as ações em: ação de
conhecimento, ação de execução e ação cautelar.
O CPC de 2015 torna praticamente inócua esta classificação, uma vez que a fase
executiva (cumprimento de sentença) ocorre no mesmo processo em que tenha
existido a fase de conhecimento.
A tutela cognitiva (conhecimento) e a tutela satisfativa (execução) ocorrem na
mesma ação, mas em fases distintas.

Não se sustenta mais a separação das ações em “ação de conhecimento” e “ação de


execução”.
O CPC de 2015 extinguiu as ações cautelares autônomas, que eram ajuizadas com o
objetivo principal de pedir ao juiz uma medida liminar antecipada ou cautelar, com base
em probabilidade do direito (fumus boni juris) e perigo na demora (periculum in
mora).

Agora, as referidas liminares devem ser formuladas de acordo com as regras da tutela
provisória, que normalmente é concedida nos mesmos autos do processo principal,
onde também ocorrem as fases de conhecimento e execução.

Logo, não se sustenta mais, tecnicamente, uma classificação que dê espaço a “ações
cautelares” propriamente ditas.
AÇÃO DE CONHECIMENTO
Tem por finalidade o reconhecimento (certificação) da existência ou
inexistência do direito, bem como da maneira como tal direito pode ser
exercido e de seus parâmetros de aplicação.

É a ação que visa a descoberta da verdade sobre o conflito, mediante


coleta de provas, oportunidade de defesa, narração dos fatos, dentre
outros atos, todos destinados a formar o convencimento do juiz sobre a
verdade real do conflito de interesses (lide) existente.

O objetivo da ação de conhecimento é o esclarecimento do conflito, de


modo que o juiz possa aplicar o direito da forma mais justa possível ao
caso concreto
AÇÃO DE EXECUÇÃO
AÇÃO CAUTELAR

Tem por objeto evitar que um direito ou uma prova se deteriore pelo
transcurso do tempo, bem como buscar a antecipação de um direito, em
razão de eventual demora causar a sua perda definitiva.

Funda-se nos pressupostos probabilidade do direito (fumus boni juris) e


perigo na demora (periculum in mora).
OBRIGADA
Renata Reis

(98) 98773-0215

renata.c.reis@kroton.com.br

@renatareisadvogada

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