Ebook 3o Setor e Conselho de Governança

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MAURÍCIO CHIESA CARVALHO

EBOOK

Perspectivas da Gestão do Terceiro Setor e o G de


Governança em ESG: A unificação dos Conselhos Fiscais,
Deliberativos e Consultivos COMO CONSELHO DE
GOVERNANÇA e a utilização das ISO20400, ISO26000,
ISO37301 e da ABNT Pr2030 ESG

2023
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INTRODUÇÃO

As entidades do terceiro setor no Brasil são organizações que atuam em benefício da


sociedade, mas não têm fins lucrativos como seu objetivo principal. Essas organizações
desempenham um papel fundamental em áreas como assistência social, saúde, educação,
meio ambiente, cultura, direitos humanos, entre outras.
Segundo Bortoleto, tradicionalmente a economia se dividiria em três setores, quais sejam, o
Estado (primeiro setor), o mercado (segundo setor) e as entidades paraestatais (terceiro
setor).

Atuam nesse terceiro setor basicamente pessoas jurídicas de direito privado, sem fins
lucrativos que desenvolvem atividades paralelas ao Estado e, frisa-se, não pertencem à
estrutura da Administração Púbica. A figura baixo ajuda a elucidar o entendimento:

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A) Organização Social (OS)


A lei 9737/98 que trata dessa entidade dispõe em seu artigo primeiro que o Poder Executivo
poderá qualificar, como organizações sociais, pessoas jurídicas de direito privado, sem fins
lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao
desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à
saúde, atendidos aos requisitos previstos da Lei.
Percebe-se pelo texto da norma que em verdade trata-se de fundações privadas ou
associações que recebem o título de organização social e, com isso, podem celebrar contrato
de gestão com o poder público. Importante, ainda, ressaltar que a Administração Pública
poderá contratar com essas organizações com dispensa de licitação, conforme prevê o artigo
24, inciso XXIV, da Lei 8666/93.
B) Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)
As OSCIP’s em muito se assemelham às organizações sociais, na medida em que podem
também ser fundação privada ou associação, a qual receberá a qualificação de OSCIP.
Entretanto, após qualificada poderá celebrar termo de parceria (e não contrato de gestão).
As principais diferenças entre as duas entidades acima mencionadas estão no quadro a seguir:

C) Entidades de Apoio – E.A.

Segundo Bortoleto são pessoas jurídicas do setor privado, sem finalidade lucrativa, que
desenvolvem serviços sociais e, normalmente, se relacionam com a Administração Pública, por
convênio, para atuarem junto a universidades públicas e hospitais públicos.

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Interessante ainda dizer que são instituídas por servidores públicos e, inclusive, a atividade
que desempenham é por estes realizadas na própria sede da entidade público. Não realizam
serviço público, mas executam a mesma atividade desempenhada pela Administração Pública.
Nos termos do que prevê a Lei 8666/93, em seu artigo 24, XIII, algumas dessas instituições
poderão ser contratadas com dispensa de licitação, consoante segue:
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da
pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à
recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-
profissional e não tenha fins lucrativos;
O conteúdo dessas definições de OS, OSCIP e E.A fora elaborado com base em na doutrina de
Leandro Bortoleto, em seu Livro Direito Administrativo - 2. ed. Salvador: Juspodvim.
Em termos de operação, todas essas entidades do terceiro setor devem seguir princípios de
transparência, prestação de contas e governança adequada. Além disso, podem buscar
recursos por meio de doações, convênios, parcerias, eventos beneficentes e captação de
recursos junto à iniciativa privada e ao governo, desde que cumpram os requisitos legais e
regulatórios aplicáveis. Cada tipo de entidade tem sua própria estrutura de governança, mas
todas compartilham o compromisso de atuar em prol do bem-estar da sociedade sem visar o
lucro.
O Estatuto Social é o mais importante documento, que deve refletir efetivamente os objetivos
da OSC, sua forma e área de atuação, estrutura de funcionamento, regras de governança,
sucessão, limites de responsabilidade patrimonial dos administradores, o modo de
constituição do seu patrimônio, forma de prestação de contas, natureza jurídica,
enquadramento tributário e se está sujeita ao controle externo de órgãos públicos.
Os conselhos fiscal, consultivo e deliberativo são órgãos de governança em organizações do
terceiro setor no Brasil, como ONGs (Organizações Não Governamentais) e OSCs (Organizações
da Sociedade Civil). Cada um desempenha funções específicas e tem atribuições estatutárias
distintas.
A decisão de unificar ou manter separados os conselhos deliberativo, consultivo e fiscal em
entidades do terceiro setor, como ONGs (Organizações Não Governamentais) ou OSCs
(Organizações da Sociedade Civil), no Brasil, é uma escolha que depende das necessidades e
circunstâncias específicas de cada organização. Não existe uma resposta única ou uma
abordagem universalmente correta, pois as organizações podem variar significativamente em
tamanho, escopo, missão e objetivos.

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1 - Tipos de Organizações do Terceiro Setor no Brasil


No Brasil, as principais formas legais de organizações do terceiro setor incluem associações,
fundações e organizações religiosas. Abaixo, descreverei como funcionam essas entidades
em termos de legislação e operação:

A). Associações:
Uma Associação é definida por um grupo de pessoas, sem fins lucrativos, unidas em um
objetivo comum relacionada a alguma causa socioambiental. Juridicamente, a exigência para
o funcionamento de uma associação é a elaboração de um Estatuto Social registrado
formalmente em um Cartório de Títulos e Documentos e Pessoas Jurídicas.

Além dos termos utilizados para designar os tipos de organização e/ou seus títulos jurídicos,
algumas outras classificações são comumente utilizadas em referência a entidades do terceiro
setor. O quadro abaixo resume sua definição:

- Definição: As associações são organizações sem fins lucrativos formadas por um grupo de
pessoas que se unem em torno de um objetivo comum, como promover a cultura, a
educação, o esporte, a assistência social, entre outros.

- Legislação: As associações são regidas principalmente pelo Código Civil Brasileiro, nos
artigos 53 a 61. Elas precisam ter um estatuto social que descreva seus objetivos, regras de
funcionamento e estrutura de governança.

- Operação: As associações funcionam com base em um estatuto social e têm uma


assembleia geral de associados como órgão máximo de decisão. Elas podem buscar recursos
financeiros por meio de doações, parcerias, convênios, eventos beneficentes, entre outros.

B) Fundações:
Por sua vez, as Fundações são patrimônios constituídos para beneficiar uma causa. De acordo
com o Código Civil, artigo 62, é necessário que o criador da Fundação, antes da sua instituição,
especifique formalmente o destino do patrimônio. Elas podem ser criadas por empresas,
indivíduos ou pelo poder público. O registro oficial é realizado também pelo Ministério
Público.
As Fundações, como é o caso das associações, devem também dar frutos destinados ao
desenvolvimento de causas socioambientais de interesse público e possuir, obrigatoriamente,
um Estatuto Social. O quadro abaixo resume sua definição:

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- Definição: As fundações são organizações sem fins lucrativos criadas por meio de um
patrimônio destinado a cumprir uma finalidade específica, como promoção da educação,
cultura, saúde, assistência social, entre outras.

- Legislação: As fundações são regulamentadas pelo Código Civil Brasileiro, nos artigos 62 a
69, e pela Lei das Fundações (Lei nº 6.015/73). Elas possuem um estatuto social que
estabelece suas regras de funcionamento e governança.

- Operação: As fundações operam com base no patrimônio deixado por seu instituidor
(criador) ou por meio de doações e recursos financeiros. A gestão do patrimônio deve ser
realizada de forma a garantir a perpetuidade da fundação e o cumprimento de seus
objetivos.

C) Organizações Religiosas:
Na legislação do terceiro setor brasileira, uma organização religiosa é uma entidade que está
vinculada a uma instituição religiosa ou religião e tem como finalidade principal a promoção
da fé e da prática religiosa. Essas organizações desempenham um papel fundamental na
sociedade ao proporcionar um espaço para a realização de rituais religiosos, oferecer
assistência espiritual e social aos fiéis e realizar atividades religiosas e caritativas.
A Constituição Federal de 1988, no artigo 150, inciso VI, alínea "b", estabelece que é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre "templos de
qualquer culto". Isso significa que as organizações religiosas, como igrejas, templos e
associações religiosas, têm imunidade tributária, ou seja, são isentas de diversos impostos,
como o Imposto de Renda e o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU),
desde que atendam aos requisitos legais.
A legislação brasileira não define de forma detalhada o que constitui uma organização
religiosa, pois respeita a liberdade religiosa e a autonomia das instituições religiosas em definir
suas estruturas e atividades. No entanto, as organizações religiosas devem cumprir algumas
obrigações legais e regulatórias, como registrar seus estatutos e atender às regras contábeis e
fiscais aplicáveis.
É importante observar que, além das atividades religiosas, muitas organizações religiosas
também se envolvem em ações de caridade, assistência social e educação, contribuindo para
o bem-estar da comunidade em geral. A legislação permite que essas atividades sejam
realizadas desde que estejam em conformidade com as leis e regulamentos aplicáveis.
Assim, organização religiosa na legislação do terceiro setor brasileira é uma entidade
vinculada a uma instituição religiosa ou religião que tem como objetivo principal a promoção
da fé e da prática religiosa. Essas organizações gozam de imunidade tributária, mas devem
cumprir obrigações legais e regulatórias, especialmente em relação ao registro de estatutos e
à conformidade contábil e fiscal. O quadro abaixo resume sua definição:

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- Definição: As organizações religiosas são entidades ligadas a uma instituição religiosa,


como igrejas, templos e associações religiosas, que têm como finalidade a promoção da fé
e da prática religiosa.

- Legislação: As organizações religiosas têm seu funcionamento regulamentado pela


Constituição Federal de 1988, que garante a liberdade religiosa, bem como pelo Código Civil
Brasileiro e leis específicas relacionadas a questões tributárias e trabalhistas.

- Operação: As organizações religiosas podem receber doações e contribuições dos fiéis para
financiar suas atividades. Elas também podem atuar em projetos sociais e de caridade,
desde que não tenham fins lucrativos como objetivo principal.

Mas os institutos? O termo Instituto não é uma classificação oficial, mas uma nomenclatura
genérica. A palavra não consta na legislação brasileira e, portanto, não possui um
enquadramento jurídico. O termo pode ser utilizado livremente como nome fantasia em
qualquer organização do terceiro setor.
Na legislação do terceiro setor brasileiro, um "instituto" geralmente se refere a uma
organização sem fins lucrativos que tem como principal finalidade promover atividades de
cunho social, cultural, educacional, científico, esportivo, ambiental ou de assistência. Um
instituto pode ser considerado uma espécie de associação ou fundação, dependendo de sua
estrutura e finalidades específicas.
A definição e regulamentação dos institutos no Brasil podem variar, uma vez que essas
organizações são, em grande parte, reguladas pelo Código Civil Brasileiro, que estabelece
princípios gerais para entidades sem fins lucrativos. Portanto, um instituto pode ser
formalizado como uma associação ou uma fundação, com base na estrutura e objetivos que
seus fundadores definirem. Aqui estão algumas características comuns de institutos no
contexto do terceiro setor brasileiro:
1. Finalidades Específicas: Institutos são criados com objetivos específicos
relacionados à promoção de atividades sociais, culturais, educacionais, científicas,
esportivas, ambientais ou de assistência. Essas finalidades devem ser claramente
definidas em seu estatuto.
2. Sem Fins Lucrativos: Assim como outras organizações do terceiro setor, os institutos
não têm como objetivo principal a obtenção de lucro. Os recursos arrecadados
devem ser direcionados para o cumprimento de suas finalidades estatutárias.
3. Estrutura de Governança: Institutos devem possuir uma estrutura de governança
que inclui órgãos de gestão, como assembleia geral ou conselho deliberativo,
diretoria e conselho fiscal. A composição e funcionamento desses órgãos são
geralmente definidos em seus estatutos.
4. Registro Legal: Para ser reconhecido como um instituto, a organização deve ser
devidamente registrada junto aos órgãos competentes, como cartórios de registro
de pessoas jurídicas e Receita Federal. O registro legal é necessário para que a
organização adquira personalidade jurídica e possa atuar oficialmente.

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5. Fiscalização e Prestação de Contas: Assim como outras entidades do terceiro setor,


os institutos são obrigados a manter transparência em suas operações e a prestar
contas de suas atividades, especialmente no que diz respeito ao uso de recursos
financeiros.
6. Atuação em Causas Sociais: Os institutos geralmente se dedicam a causas de
interesse público e podem desenvolver projetos, programas e ações que
contribuam para o bem-estar da sociedade em consonância com suas finalidades
estatutárias.

Ou seja, um instituto, na legislação do terceiro setor brasileiro, é uma organização sem fins
lucrativos com finalidades específicas que podem abranger diversas áreas de atuação social e
cultural.
Sua estrutura e funcionamento são regulamentados pelo Código Civil Brasileiro e outras
legislações aplicáveis, e seu registro legal é fundamental para que a organização possa operar
oficialmente e cumprir suas missões e objetivos estatutários.

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2 – Conselho Fiscal, Consultivo e Deliberativo

Para garantir “todo” o andamento adequado “sócio-moral-legal” destas entidades, contamos


com os conselhos fiscal, consultivo e deliberativo, que são órgãos de governança em
organizações do terceiro setor no Brasil, como ONGs (Organizações Não Governamentais) e
OSCs (Organizações da Sociedade Civil).
Cada um desempenha funções específicas e tem atribuições estatutárias distintas. Abaixo
estão as diferenças e suas principais responsabilidades:

a) Conselho Fiscal: O Conselho Fiscal é um órgão de fiscalização e controle nas organizações


do terceiro setor. Suas principais características e atribuições incluem:
- Fiscalização Financeira: O Conselho Fiscal é responsável por examinar as finanças da
organização, revisando suas demonstrações financeiras, balanços e relatórios contábeis para
garantir a integridade financeira e a conformidade com as leis e regulamentos.
- Verificação de Legalidade: Além das questões financeiras, o Conselho Fiscal também verifica
a legalidade dos atos da administração, garantindo que as ações da organização estejam em
conformidade com seu estatuto e com a legislação aplicável.
- Relatórios e Recomendações: O Conselho Fiscal geralmente emite relatórios periódicos ou
recomendações à assembleia geral da organização, destacando eventuais irregularidades
financeiras ou legais e fazendo sugestões para aprimorar a gestão.

b) Conselho Consultivo: O Conselho Consultivo é um órgão de assessoramento estratégico e


consultoria. Suas principais características e atribuições incluem:
- Aconselhamento Estratégico: O Conselho Consultivo fornece orientações estratégicas à
administração da organização, auxiliando na tomada de decisões importantes e no
desenvolvimento de planos e políticas.
- Experiência e Expertise: Os membros do Conselho Consultivo são escolhidos por sua
expertise em áreas relevantes para a missão da organização, como direito, meio ambiente,
saúde, educação etc.
- Rede de Contatos: Além de oferecer conselhos, os membros do Conselho Consultivo podem
ajudar a organização a estabelecer contatos valiosos com outros líderes e especialistas no
campo de atuação.

c) Conselho Deliberativo: O Conselho Deliberativo é o órgão máximo de tomada de decisões


em uma organização do terceiro setor. Suas principais características e atribuições incluem:
- Gestão Estratégica: O Conselho Deliberativo é responsável pela gestão estratégica da
organização, definindo sua missão, visão, valores e metas de longo prazo.

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- Eleição da Diretoria Executiva: Geralmente, o Conselho Deliberativo elege os membros da


diretoria executiva (presidente, vice-presidente, tesoureiro, etc.) que serão responsáveis pela
administração diária da organização.
- Aprovação de Orçamento e Planos de Ação: O Conselho Deliberativo aprova o orçamento
anual, bem como os planos de ação e projetos estratégicos da organização.

Resumidamente, o Conselho Fiscal se concentra na fiscalização financeira e legal, o Conselho


Consultivo oferece aconselhamento estratégico e especializado, enquanto o Conselho
Deliberativo é o principal órgão de tomada de decisões estratégicas e gestão da organização.
É importante observar que a estrutura e as atribuições de cada órgão podem variar de acordo
com o estatuto e as necessidades específicas de cada organização do terceiro setor. Portanto,
é fundamental consultar o estatuto da organização para obter informações precisas sobre a
composição e funções de seus conselhos.

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3 - Unificação do Conselho de Governança: Vantagens para as Entidades do Terceiro Setor


no Brasil
No cenário atual, as organizações do terceiro setor no Brasil, como ONGs (Organizações Não
Governamentais) e OSCs (Organizações da Sociedade Civil), estão cada vez mais focadas em
adotar práticas de Governança Corporativa que estejam alinhadas com os princípios ESG
(Ambiental, Social e Governança). Nesse contexto, a unificação do conselho de governança,
que engloba as funções dos conselhos deliberativo, consultivo e fiscal em um único órgão,
surge como uma estratégia importante para fortalecer o "G" de Governança em ESG.
Tais entidades do terceiro setor, como ONGs (Organizações Não Governamentais) e OSCs
(Organizações da Sociedade Civil), desempenham um papel fundamental na promoção do
bem-estar social, defesa de direitos e no desenvolvimento de iniciativas com impacto
significativo na sociedade brasileira. Para operar de forma eficiente e eficaz, essas organizações
devem contar com uma estrutura de governança sólida e adaptada às suas necessidades.
A sigla ESG representa os pilares fundamentais que orientam as melhores práticas de
governança corporativa nas organizações. O "E" (Ambiental) refere-se ao impacto ambiental
das operações, o "S" (Social) envolve questões sociais e de responsabilidade corporativa,
enquanto o "G" (Governança) abrange a estrutura de liderança e tomada de decisões. O "G"
de Governança é um componente crucial, pois molda o modo como as organizações gerenciam
seus negócios de forma ética, transparente e responsável.
Uma questão que frequentemente surge é a decisão de unificar o conselho de governança ou
manter conselhos deliberativos, consultivos e fiscais separados e aqui será abordada a
importância, viabilidade e vantagens da unificação do conselho de governança nas entidades
do terceiro setor no Brasil.
A governança é um elemento central para o sucesso das organizações do terceiro setor. Ela
engloba a estrutura de liderança e tomada de decisões que orienta a organização na direção
de sua missão e objetivos. Para que as organizações do terceiro setor alcancem suas metas e
atuem de forma transparente e responsável, uma governança eficaz é essencial.
E mudar todos estes conselhos para apenas o CONSELHO DE GOVERNAÇA é possível? Sim, é
possível mudar o nome e unificar as atribuições em entidades do terceiro setor, como
organizações não governamentais (ONGs) ou entidades filantrópicas.
No entanto, essa mudança deve ser feita seguindo os procedimentos e regulamentos
estabelecidos pela legislação vigente e de acordo com os estatutos ou documentos
constitutivos da organização. Destacam-se algumas considerações gerais a serem lembradas
ao fazer essa alteração:
1. Consulte um advogado ou especialista em direito sem fins lucrativos que
tenha conhecimento das leis e regulamentos aplicáveis a organizações do
terceiro setor e para garantir que a mudança seja feita de forma legal e
adequada.
2. Atualize os documentos constitutivos: Os documentos constitutivos da
organização, como o estatuto social ou o regimento interno, geralmente

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precisarão ser emendados para refletir a mudança de nome do conselho.


Isso pode exigir uma votação ou aprovação por parte dos membros ou
diretores da organização, conforme previsto nos documentos constitutivos.
3. Comunique a mudança: Após a aprovação da mudança, certifique-se de
comunicá-la de forma adequada a todas as partes interessadas, incluindo
membros da organização, doadores, órgãos reguladores e outros
envolvidos.
4. Atualize registros legais: Certifique-se de atualizar os registros legais da
organização para refletir o novo nome do conselho. Isso pode incluir
registros junto ao governo, autoridades fiscais e outros órgãos reguladores.

Vale destacar que a organização deve estabelecer mecanismos para monitorar o desempenho
do conselho unificado e fazer avaliações regulares para garantir sua eficácia.
A decisão de unificar ou manter separados os conselhos deliberativo, consultivo e fiscal em
entidades do terceiro setor, como ONGs (Organizações Não Governamentais) ou OSCs
(Organizações da Sociedade Civil), no Brasil, é uma escolha que depende das necessidades e
circunstâncias específicas de cada organização. Não existe uma resposta única ou uma
abordagem universalmente correta, pois as organizações podem variar significativamente em
tamanho, escopo, missão e objetivos.
Aqui estão algumas considerações sobre a importância de unificar esses conselhos ou mantê-
los separados:

Unificação dos Conselhos: Manutenção de Conselhos Separados:


1. Simplificação e eficiência: Ter um único 1. Especialização: Conselhos separados
conselho de governança pode simplificar a podem permitir que cada órgão se
estrutura de governança da organização, especialize em suas funções específicas,
tornando-a mais eficiente e facilitando a como fiscalização financeira (Conselho
tomada de decisões. Fiscal) ou aconselhamento estratégico
(Conselho Consultivo).
2. Coordenação e alinhamento: A unificação
dos conselhos pode ajudar a garantir maior 2. Maior controle e transparência: A
coordenação e alinhamento entre as separação dos conselhos pode contribuir
diferentes funções de governança, para um maior controle e transparência,
garantindo que a organização siga uma visão uma vez que as funções de fiscalização não
estratégica unificada. se misturam com as funções estratégicas.
3. Economia de recursos: A gestão de um 3. Diversidade de perspectivas: A existência
único conselho pode reduzir custos de múltiplos conselhos pode trazer uma
operacionais, como reuniões separadas e variedade de perspectivas e experiências
estruturas administrativas duplicadas. para a organização, enriquecendo o
processo de tomada de decisões.
4. Agilidade decisória: A tomada de decisões
pode ser mais ágil, uma vez que não é

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necessário buscar a aprovação de conselhos 4. Conformidade regulatória: Em alguns


separados para diferentes aspectos da casos, a legislação ou regulamentação
gestão. específica pode exigir a manutenção de
conselhos separados para cumprir
determinados requisitos legais ou fiscais.

A decisão de unificar ou manter os conselhos separados deve ser baseada nas necessidades e
objetivos específicos da organização, considerando fatores como tamanho, recursos,
complexidade operacional e conformidade regulatória. É aconselhável consultar um
especialista jurídico ou de governança que possa oferecer orientação adequada com base nas
circunstâncias da sua entidade do terceiro setor. A unificação do conselho de governança
envolve a combinação das funções dos conselhos deliberativo, consultivo e fiscal em um único
órgão.
Esta unificação sob a ótica da Coordenação, Alinhamento, Responsabilidade Integrada e
Agilidade Decisória promove uma maior coordenação e alinhamento entre as funções de
governança. Isso ajuda a garantir que a organização siga uma visão estratégica unificada,
evitando conflitos de interesse entre os conselhos. Além disto, um único conselho será
responsável por supervisionar todos os aspectos da organização, garantindo uma abordagem
integrada à governança e à prestação de contas. A tomada de decisões pode ser mais ágil, uma
vez que não é necessário buscar a aprovação de conselhos separados para diferentes aspectos
da gestão.
Ademais, no que tange Economia de Recursos, Simplificação e Eficiência, a unificação reduz a
complexidade da estrutura de governança. Em vez de gerenciar múltiplos conselhos com
diferentes papéis, a organização pode focar seus recursos e esforços em um único conselho. A
gestão de um único conselho reduz custos operacionais, como despesas com reuniões
separadas e estruturas administrativas duplicadas.
A unificação do conselho de governança em entidades do terceiro setor no Brasil pode
oferecer inúmeras vantagens, incluindo simplificação, eficiência, coordenação, economia de
recursos e agilidade decisória.
No entanto, é importante destacar que essa decisão deve ser baseada nas necessidades
específicas de cada organização, levando em consideração sua missão, tamanho e recursos
disponíveis. Independentemente da escolha, uma governança sólida continua sendo
fundamental para o sucesso e a transparência das organizações do terceiro setor, permitindo
que elas continuem a fazer a diferença em suas comunidades e na sociedade como um todo.
A unificação do conselho de governança é uma estratégia que busca fortalecer o "G" de
Governança em ESG. Essa abordagem envolve a fusão das funções dos conselhos deliberativo,
consultivo e fiscal em um único órgão de governança. Aqui estão algumas razões a considerar
essa mudança:

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Vantagens na Unificação Passos para a Implementação

1. Simplificação e Clareza: A unificação reduz 1. Revisão Estatutária: Os estatutos da


a complexidade da estrutura de governança. organização devem ser revisados e
Em vez de lidar com múltiplos conselhos, a atualizados para refletir a nova estrutura de
organização pode contar com um órgão claro governança.
e coeso para supervisionar e orientar as
operações.
2. Comunicação e Engajamento: É crucial
2. Coerência Estratégica e Agilidade na
comunicar a mudança aos membros,
Tomada de Decisões: A estratégia da
doadores e outras partes interessadas,
organização pode ser mais facilmente
envolvendo-os no processo de transição.
alinhada quando todas as funções de
governança estão reunidas em um único
conselho além de tomar decisões mais
3. Treinamento e Capacitação: Membros do
rapidamente, sem a necessidade de
novo conselho devem receber treinamento
aprovações de múltiplos órgãos.
adequado para desempenhar suas funções
3. Melhor Gestão de Riscos: A gestão de com excelência.
riscos é aprimorada quando um único
conselho é responsável por supervisionar
todos os aspectos da organização, incluindo 4. Monitoramento e Avaliação: Mecanismos
finanças, ética e conformidade legal. devem ser estabelecidos para monitorar o
desempenho do conselho unificado e avaliar
4. Transparência e Prestação de Contas: A
sua eficácia.
unificação simplifica a comunicação com
partes interessadas, permitindo uma
prestação de contas mais transparente e
eficaz.

A unificação do conselho de governança em entidades do terceiro setor no Brasil não só é


viável, mas também pode proporcionar vantagens substanciais para fortalecer o "G" de
Governança em ESG.
Ao simplificar a estrutura de governança, promover a transparência e a coerência estratégica,
e melhorar a gestão de riscos, as organizações podem se posicionar de forma mais eficaz para
atingir suas missões e contribuir para uma sociedade mais justa e sustentável. É fundamental
lembrar que essa decisão deve ser tomada com base nas necessidades específicas de cada
organização e que a implementação bem-sucedida requer um planejamento sólido e a
consulta de especialistas em governança e ESG.

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4 - Compliance e Governança no Terceiro Setor Brasileiro: Integrando Práticas ESG para um


Impacto Sustentável

O terceiro setor desempenha um papel crucial na promoção do bem-estar social e ambiental


no Brasil, abordando questões que vão desde a assistência social até a conservação do meio
ambiente. No entanto, a complexidade das operações das organizações do terceiro setor exige
uma governança sólida e a adoção de práticas de compliance eficazes.
Com o crescente reconhecimento da importância das considerações ambientais, sociais e de
governança (ESG), essas organizações enfrentam o desafio de integrar princípios ESG em suas
operações e estruturas de governança. Assim aqui estão concatenadas a relação entre
compliance e governança no terceiro setor brasileiro, considerando os aspectos ESG.
O compliance refere-se ao conjunto de políticas, procedimentos e práticas que uma
organização implementa para garantir que esteja em conformidade com as leis, regulamentos
e normas aplicáveis. No terceiro setor, as organizações dependem da confiança dos doadores,
membros e partes interessadas para cumprir sua missão. O compliance é essencial para:
- Cumprimento Legal: As organizações do terceiro setor devem cumprir uma
série de leis e regulamentos, incluindo questões tributárias, trabalhistas,
contábeis e regulamentos específicos relacionados à sua área de atuação.
- Transparência e Prestação de Contas: O compliance promove a transparência
nas operações e ajuda a manter a confiança dos stakeholders, fornecendo
informações claras sobre como os recursos são usados.
- Boas Práticas de Governança: O compliance está intrinsicamente ligado à
governança. A implementação de práticas de compliance eficazes é um
componente-chave de uma governança sólida.

A governança envolve a estrutura de liderança e tomada de decisões em uma organização. No


terceiro setor, a governança desempenha um papel fundamental para garantir que a
organização cumpra sua missão e responsabilidades. Elementos-chave da governança no
terceiro setor incluem:

- Conselhos de Administração ou Fiscalização: Muitas organizações do


terceiro setor têm conselhos de administração ou fiscalização que são
responsáveis por supervisionar as operações e tomar decisões estratégicas.
- Estatutos e Políticas Internas: As organizações devem ter estatutos ou
regulamentos internos que estabeleçam suas regras de funcionamento,
objetivos e estrutura de governança.

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- Transparência e Responsabilidade: Uma governança eficaz requer


transparência na prestação de contas aos stakeholders e a implementação
de controles internos para garantir a integridade operacional.

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5 - Integrando ESG em Compliance e Governança

A incorporação de princípios ESG nas operações e na estrutura de governança do terceiro setor


é fundamental para promover um impacto sustentável. Segundo a ABNT Pr2030:

Aspectos-chave a considerar no contexto ESG incluem:


- Ambiental (E): As organizações podem adotar práticas ambientalmente responsáveis, como
a gestão eficiente de recursos, redução de resíduos e adoção de energias renováveis,
dependendo de sua missão.
- Social (S): Ações sociais, como programas de inclusão, diversidade e igualdade de gênero,
podem ser incorporadas nas políticas de RH e programas de atuação da organização.
- Governança (G): A integridade e a transparência na governança são essenciais para os
princípios de governança ESG. Isso inclui políticas para evitar conflitos de interesses e garantir
que os recursos sejam usados eficazmente para a missão da organização.
A relação entre compliance e governança no terceiro setor é vital para o sucesso das
organizações. A integração de princípios ESG nesse contexto não apenas ajuda a cumprir
obrigações legais e éticas, mas também fortalece o impacto positivo das organizações no meio
ambiente, na sociedade e na governança. As organizações do terceiro setor que adotam uma
abordagem de compliance e governança alinhada com os princípios ESG estão bem-
posicionadas para enfrentar os desafios atuais e contribuir significativamente para um futuro
mais sustentável e inclusivo no Brasil.

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O termo "compliance" refere-se ao conjunto de práticas, políticas e procedimentos adotados


por organizações para garantir que estejam em conformidade com as leis, regulamentos e
normas aplicáveis, além de promoverem a ética e a transparência em suas operações.
Embora o conceito seja frequentemente associado a empresas do setor privado, o compliance
também desempenha um papel importante no terceiro setor, composto por organizações sem
fins lucrativos, como ONGs (Organizações Não Governamentais), OSCs (Organizações da
Sociedade Civil) e entidades religiosas. Abaixo, destacaremos a importância do compliance no
terceiro setor:
1. Cumprimento Legal: As organizações do terceiro setor estão sujeitas a
várias leis e regulamentos, incluindo questões tributárias, trabalhistas,
contábeis, de proteção de dados e de registro de entidades sem fins
lucrativos. O compliance ajuda essas organizações a entenderem e cumprir
todas as obrigações legais relevantes.
2. Transparência e Prestação de Contas: Organizações sem fins lucrativos
dependem da confiança de doadores, membros e da sociedade em geral. O
compliance promove a transparência nas operações e na prestação de
contas, o que pode aumentar a confiança dos stakeholders e a credibilidade
da organização.
3. Boas Práticas de Governança: O compliance é fundamental para uma boa
governança no terceiro setor. Isso envolve a criação de estruturas de
governança eficazes, como conselhos de administração ou fiscalização, a
definição de políticas de conflito de interesses e a garantia de que os recursos
sejam usados de maneira eficiente e para cumprir a missão da organização.
4. Gestão de Riscos: O compliance ajuda as organizações a identificarem e
gerenciar riscos, incluindo riscos legais, financeiros e reputacionais. Isso
permite que as organizações se protejam contra possíveis problemas e
tomem medidas preventivas.
5. Captação de Recursos: Muitas organizações do terceiro setor dependem
de doações e financiamento de projetos. O compliance é essencial para
cumprir os requisitos dos doadores e garantir que os fundos sejam utilizados
de acordo com as restrições e objetivos estabelecidos.
6. Integridade e Ética: O compliance promove uma cultura de integridade e
ética nas organizações do terceiro setor. Isso ajuda a evitar práticas
inadequadas ou ilegais e a manter a reputação da organização.
7. Responsabilidade Social: Organizações do terceiro setor muitas vezes
desempenham um papel fundamental na promoção da responsabilidade
social. O compliance ajuda a garantir que essas organizações atendam a altos
padrões éticos e sociais.

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Para implementar um programa de compliance eficaz no terceiro setor, as organizações podem


adotar as seguintes práticas:

O compliance desempenha um papel crucial no terceiro setor, ajudando as organizações sem


fins lucrativos a operar de forma legal, ética e transparente, enquanto cumprem sua missão e
mantêm a confiança de seus stakeholders.

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6 - ISO20400, ISO26000, ISO37301 e a ABNT Pr2030 ESG na Gestão do Terceiro Setor


A gestão do terceiro setor é complexa e requer a adoção de práticas que garantam a
transparência, a eficiência e a responsabilidade na busca de suas missões e na prestação de
contas às partes interessadas. Nesse contexto, as normas ISO20400, ISO26000, ISO37301 e a
ABNT Pr2030 ESG desempenham um papel fundamental ao oferecerem diretrizes e estruturas
para uma gestão mais eficaz e responsável. Abaixo, a importância de cada uma dessas normas
e da ABNT Pr2030 ESG na gestão do terceiro setor:

a) ISO 20400 - Compras Sustentáveis:


A ISO 20400 estabelece diretrizes para práticas de compras sustentáveis, incentivando as
organizações a considerarem não apenas o custo, mas também os impactos sociais e
ambientais de suas compras. Para o terceiro setor, essa norma é importante por diversas
razões:
- Redução de Impacto Ambiental: O terceiro setor muitas vezes envolve projetos que impactam
o meio ambiente, como programas de conservação. A ISO 20400 ajuda a minimizar esse
impacto por meio de compras mais sustentáveis.
- Transparência e Responsabilidade: A norma promove a transparência nas práticas de
compras, algo crucial para organizações do terceiro setor que dependem de doações e
financiamento de projetos.

b) ISO 26000 - Responsabilidade Social:


A ISO 26000 fornece diretrizes sobre responsabilidade social, abordando temas como direitos
humanos, práticas de trabalho justas, meio ambiente, práticas leais de operação, questões do
consumidor e envolvimento com a comunidade. Para organizações do terceiro setor, a norma
é relevante por diversos motivos:
- Maior Impacto Social: A ISO 26000 ajuda as organizações do terceiro setor a desenvolverem
programas e ações que tenham um impacto social mais positivo e ético.
- Engajamento das Partes Interessadas: A norma enfatiza o envolvimento das partes
interessadas, o que é fundamental para organizações que dependem da comunidade e de
doações.

c) ISO 37301 - Sistema de Gestão de Compliance:

A ISO 37301 estabelece padrões para sistemas de gestão de compliance, ajudando as


organizações a identificarem, avaliar e lidar com riscos de conformidade. Para o terceiro setor,
isso é importante por várias razões:

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- Transparência e Conformidade Legal: A conformidade com leis e regulamentos é essencial


para organizações do terceiro setor. A ISO 37301 ajuda a garantir que as práticas estejam em
conformidade.
- Prestação de Contas: As organizações do terceiro setor muitas vezes devem prestar contas a
doadores e financiadores. A norma ajuda a demonstrar o compromisso com a
responsabilidade.

d) ABNT Pr2030 ESG:


A ABNT Pr2030 ESG é uma norma brasileira que trata das diretrizes para relatórios de
sustentabilidade. No contexto do terceiro setor, essa norma é relevante pelas seguintes razões:
- Transparência e Prestação de Contas: A ABNT Pr2030 ESG ajuda as organizações a relatarem
suas práticas sustentáveis e responsáveis, proporcionando maior transparência e prestação de
contas.
- Engajamento das Partes Interessadas: A norma incentiva a comunicação eficaz com partes
interessadas, o que é fundamental para organizações do terceiro setor que dependem do
apoio da comunidade e de doações.

Percebe-se então, que embora seja pouco sabido ou explorado, que as ISO20400, ISO26000,
ISO37301 e a ABNT Pr2030 ESG desempenham um papel importante na gestão do terceiro
setor, ajudando as organizações a adotarem práticas mais sustentáveis, éticas e responsáveis.
Ao seguir essas diretrizes e normas, as organizações do terceiro setor podem aumentar sua
eficácia, transparência e impacto positivo na sociedade e no meio ambiente.

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7 - Como as ISO20400, ISO26000, ISO37301 e a ABNT Pr2030 ESG podem contribuir no


recebimento dos reconhecimentos de utilidade pública municipal, estadual e federal por
entidades do terceiro setor no Brasil?

A obtenção do reconhecimento de utilidade pública municipal, estadual e federal é um passo


importante para as organizações do terceiro setor no Brasil, uma vez que confere benefícios
fiscais, credibilidade e acesso a recursos públicos e privados. As normas ISO20400, ISO26000,
ISO37301 e a ABNT Pr2030 ESG podem ser valiosas ao contribuir para que as organizações
atinjam os critérios necessários para obter esses reconhecimentos. Abaixo, destaco como cada
uma dessas normas pode contribuir:

1. ISO 20400 - Compras Sustentáveis: A ISO 20400 promove práticas de compras sustentáveis.
Ao adotar essa norma, uma organização do terceiro setor pode:
- Demonstrar seu compromisso com práticas de compras responsáveis, alinhando-se aos
princípios de responsabilidade social e sustentabilidade.
- Cumprir com requisitos legais relacionados a compras públicas, o que é um critério
importante para o reconhecimento de utilidade pública.
- Melhorar a transparência nas compras, o que pode ser considerado um indicador de boa
governança.

2. ISO 26000 - Responsabilidade Social: A ISO 26000 fornece diretrizes sobre responsabilidade
social. Utilizando essa norma, uma organização do terceiro setor pode:
- Reforçar seu compromisso com a responsabilidade social, o que é uma característica
valorizada no processo de reconhecimento de utilidade pública.
- Desenvolver práticas de trabalho justas, respeitando direitos humanos e questões sociais, o
que é relevante para sua imagem e credibilidade.
- Engajar-se com a comunidade e partes interessadas, o que é importante para a construção
de relacionamentos sólidos, um critério para o reconhecimento.

3. ISO 37301 - Sistema de Gestão de Compliance: A ISO 37301 trata de sistemas de gestão de
compliance. Adotando essa norma, uma organização do terceiro setor pode:
- Garantir o cumprimento de leis e regulamentos, o que é fundamental para obter
reconhecimento de utilidade pública.
- Reforçar sua transparência e responsabilidade, demonstrando um compromisso eficaz com
a conformidade legal e ética.

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- Reduzir riscos de não conformidade que podem prejudicar sua credibilidade e,


consequentemente, sua elegibilidade para o reconhecimento.

4. ABNT Pr2030 ESG: A ABNT Pr2030 ESG trata das diretrizes para relatórios de
sustentabilidade. Ao adotar essa norma, uma organização do terceiro setor pode:
- Fornece informações transparentes sobre suas práticas de sustentabilidade,
responsabilidade social e governança, que são critérios para o reconhecimento.
- Reforçar sua credibilidade ao demonstrar um compromisso formal com a divulgação de
informações relevantes para as partes interessadas.
- Alinhar-se com as expectativas dos órgãos reguladores e financiadores que valorizam
relatórios ESG como parte do processo de reconhecimento.

Lembrando que o processo de reconhecimento de utilidade pública pode variar entre


municípios, estados e governo federal e pode envolver requisitos específicos. Portanto, é
importante verificar os critérios e regulamentos específicos de cada instância para garantir a
conformidade.
A adoção dessas normas pode fortalecer a posição de uma organização do terceiro setor ao
demonstrar seu compromisso com a responsabilidade social, sustentabilidade e
conformidade, fatores que geralmente são valorizados no processo de reconhecimento.

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8 – A subutilização do Terceiro Setor no Brasil e a sua Valorização em países desenvolvidos

A utilização do terceiro setor varia de país para país devido a uma série de fatores que podem
incluir histórico-cultural, desenvolvimento econômico, tamanho do Estado, confiança na
sociedade civil e outros aspectos. É importante ressaltar que a classificação de um país como
"primeiro mundo" é uma simplificação, mas podemos explorar algumas razões pelas quais o
terceiro setor pode ser mais proeminente em países desenvolvidos em comparação com o
Brasil ou outros países em desenvolvimento:
1. Desenvolvimento Econômico: Países de primeiro mundo tendem a ter economias mais
avançadas e maior renda per capita. Isso frequentemente se traduz em recursos financeiros
disponíveis para doações e investimentos em organizações do terceiro setor.
2. Cultura de Doação: Em alguns países desenvolvidos, existe uma cultura de doação mais
arraigada, com uma longa tradição de filantropia. Isso pode resultar em doações significativas
para organizações sem fins lucrativos.
3. Educação e Sensibilização: A população de países de primeiro mundo muitas vezes é mais
educada e sensibilizada para questões sociais e ambientais, o que pode levar a um maior
envolvimento cívico e apoio a organizações do terceiro setor.
4. Sistema de Bem-Estar Social: Em alguns países desenvolvidos, o Estado fornece um extenso
sistema de bem-estar social que atende às necessidades básicas da população. Isso pode
liberar recursos financeiros e humanos para organizações do terceiro setor concentrarem-se
em questões mais específicas.
5. Ambiente Regulatório Favorável: Alguns países de primeiro mundo possuem
regulamentações que facilitam a criação e operação de organizações do terceiro setor, além
de oferecerem incentivos fiscais para doações.
6. Conscientização sobre Responsabilidade Social: Empresas em países desenvolvidos muitas
vezes adotam práticas de responsabilidade social corporativa (RSC) e colaboram com
organizações do terceiro setor como parte de suas estratégias de negócios.
7. Confiança nas Instituições: Em países onde as instituições governamentais e não
governamentais são consideradas confiáveis e eficazes, as pessoas podem estar mais dispostas
a apoiar organizações do terceiro setor.
8. Incentivos Governamentais: Alguns governos oferecem incentivos financeiros ou fiscais para
estimular o investimento em organizações do terceiro setor.
9. Crescimento da Sociedade Civil: Países desenvolvidos podem ter uma sociedade civil mais
forte, com uma variedade de grupos e organizações ativas em várias causas.
É importante lembrar que a situação do terceiro setor varia consideravelmente dentro de
países e que o Brasil, apesar dos desafios, tem uma cena do terceiro setor vibrante e crescente.
O desenvolvimento do terceiro setor pode ser promovido através de políticas públicas,
conscientização e educação cívica, promoção de boas práticas de governança e transparência,
e envolvimento de empresas e indivíduos comprometidos com a melhoria social e ambiental.

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Por outro lado, a falta de credibilidade do terceiro setor no Brasil, assim como em outros
lugares, pode ser resultado de vários fatores complexos e interligados. É importante
reconhecer que o terceiro setor é diversificado, incluindo organizações com diferentes
tamanhos, áreas de atuação e níveis de governança.

A seguir, estão algumas das razões que podem contribuir para a falta de credibilidade do
terceiro setor no Brasil:
1. Escândalos de Corrupção: Em alguns casos, organizações do terceiro setor no Brasil foram
envolvidas em escândalos de corrupção que minaram a confiança pública. Isso pode abalar a
credibilidade de toda a área.
2. Falta de Transparência: A falta de transparência nas operações, na prestação de contas e na
alocação de recursos pode levar à desconfiança. Muitas vezes, as organizações não divulgam
informações suficientes sobre como utilizam os recursos financeiros.
3. Má Gestão: Algumas organizações podem enfrentar problemas de má gestão, incluindo
ineficiência, falta de prestação de contas adequada e governança fraca. Isso pode prejudicar a
credibilidade.
4. Falta de Avaliação de Impacto: A ausência de avaliações de impacto sólido e evidências
concretas sobre os resultados das atividades do terceiro setor pode levar à percepção de que
as organizações não estão alcançando seus objetivos.
5. Setor Não Regulado: O terceiro setor, em grande parte, não é tão regulamentado quanto o
setor público e o setor privado. Isso pode resultar em uma variedade de organizações, algumas
das quais podem operar sem a devida supervisão ou prestação de contas.
6. Desinformação e Estereótipos: A desinformação e estereótipos sobre organizações do
terceiro setor podem levar ao ceticismo do público em relação às suas atividades e motivações.
7. Política Partidária: Em um ambiente político polarizado, organizações do terceiro setor pode
ser vistas como alinhadas a interesses políticos, o que pode minar a confiança em sua
imparcialidade.
8. Crescimento Desordenado: O crescimento desordenado do terceiro setor sem uma
estrutura regulatória clara pode resultar em uma grande variação na qualidade e na eficácia
das organizações.
9. Falta de Padronização: A falta de padrões e melhores práticas uniformes em áreas como
governança, transparência e responsabilidade pode dificultar a comparação e a avaliação das
organizações.
Para combater a falta de credibilidade do terceiro setor no Brasil, é fundamental que as
organizações adotem medidas para melhorar sua governança, aumentar a transparência,
prestar contas de forma eficaz e demonstrar impacto positivo. Além disso, é importante que o

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governo, a mídia e as partes interessadas trabalhem juntos para criar um ambiente regulatório
mais claro e promover a conscientização sobre a importância e a diversidade do terceiro setor.
Quando as organizações do terceiro setor agem de maneira ética, transparente e responsável,
elas têm mais chances de reconstruir e manter a confiança do público. Aumentar a
credibilidade das entidades do terceiro setor é essencial para atrair mais apoiadores, seja em
forma de doações, voluntariado ou parcerias. Aqui estão algumas estratégias para fortalecer a
credibilidade e conquistar mais apoiadores:

1. Transparência e Prestação de Contas:


- Mantenha registros financeiros transparentes e disponibilize relatórios anuais detalhados
sobre como os fundos são usados.
- Comunique-se regularmente com seus apoiadores, compartilhando conquistas, desafios e
planos futuros.
- Esteja disposto a responder a perguntas e fornecer informações adicionais sempre que
solicitado.

2. Governança Eficaz:
- Estabeleça uma estrutura de governança sólida com conselhos de administração
responsáveis e profissionais.
- Siga práticas de governança corporativa e cumpra todas as obrigações legais e
regulamentares.

3. Avaliação de Impacto:
- Meça e demonstre o impacto tangível de suas atividades. Mostre como as doações e o apoio
dos voluntários fazem a diferença.
- Utilize avaliações de impacto independentes, quando possível, para validar seus resultados.

4. Colaboração e Parcerias:
- Colabore com outras organizações do terceiro setor, empresas e entidades governamentais
para aumentar a eficácia de seus projetos e programas.
- Parcerias bem-sucedidas podem melhorar sua reputação e expandir seu alcance.

5. Compliance Legal:

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- Cumpra todas as leis e regulamentos relevantes, incluindo requisitos fiscais e de prestação


de contas.
- Demonstre conformidade legal em suas comunicações e materiais.

6. Comunique a Missão e Valores:


- Defina claramente sua missão, visão e valores, e comunique-os consistentemente em todos
os materiais e canais.
- Mostre como sua organização está alinhada com causas e preocupações relevantes.

7. Envolva-se com a Comunidade:


- Estabeleça presença ativa em sua comunidade, interagindo com as partes interessadas locais
e ouvindo suas necessidades e preocupações.
- Realize eventos e programas que beneficiem diretamente a comunidade que você serve.

8. Promoção da Diversidade e Inclusão:


- Promova a diversidade em sua equipe, diretoria e voluntários.
- Adote práticas inclusivas em todos os aspectos do seu trabalho.

9. Desenvolvimento Profissional:
- Invista na formação e desenvolvimento profissional da sua equipe para melhorar a eficácia e
a eficiência da sua organização.
- Demonstre expertise na sua área de atuação.

10. Comunicação Eficaz:


- Utilize canais de comunicação adequados para alcançar seu público-alvo.
- Conte histórias impactantes sobre o trabalho da sua organização para criar empatia e
conexão com os apoiadores.

11. Avaliação Contínua:


- Esteja disposto a receber feedback construtivo e use-o para melhorar suas operações e
práticas.
- Realize avaliações periódicas do desempenho e das operações da organização.

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A construção de credibilidade é um processo contínuo que leva tempo, mas, à medida que
sua organização demonstra consistência, transparência e impacto, você estará mais bem
posicionado para atrair e reter apoiadores engajados. A confiança é um ativo valioso que
pode resultar em apoio duradouro e crescente para sua causa.

Pergunto: Como conseguir maior apoio então?


Primeiro, é importante remeter ao título deste ebook:
Perspectivas na Gestão do Terceiro Setor e o G de Governança em
ESG: A unificação dos Conselhos Fiscais, Deliberativos e Consultivos
COMO CONSELHO DE GOVERNANÇA e a utilização das ISO20400,
ISO26000, ISO37301 e da ABNT Pr2030 ESG
Ninguém se relaciona com quem não confia. Feita toda esta “reengenharia”, aí, há o que se
falar realmente em estabelecimento de ALIANÇAS com empresas e demais organizações para
apoiar as entidades do terceiro setor. E isto, gera inclusive um Marketing Social Positivo.

O marketing social desempenha um papel crucial nas entidades do terceiro setor, permitindo
que elas comuniquem suas missões, atraíam apoiadores, arrecadem fundos e promovam suas
causas de maneira eficaz.

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O apoio de organizações e o uso estratégico do marketing social podem ser poderosos


diferenciais competitivos para as entidades do terceiro setor. Aqui estão algumas razões pelas
quais isso é importante:
1. Visibilidade e Reconhecimento: O marketing social ajuda as organizações do terceiro setor
a aumentar sua visibilidade e reconhecimento público. Isso é essencial para atrair a atenção
de potenciais apoiadores e parceiros.
2. Captação de Recursos: Organizações do terceiro setor dependem de doações,
financiamento e recursos para realizar suas missões. O marketing social eficaz pode inspirar
doadores e investidores a contribuir financeiramente.
3. Engajamento da Comunidade: O marketing social envolve a comunidade e as partes
interessadas em torno de questões importantes. Isso fortalece o relacionamento da
organização com seu público, criando apoiadores mais engajados e leais.
4. Construção de Parcerias Estratégicas: Através do marketing social, as organizações podem
atrair a atenção de empresas e outras organizações que compartilham valores e objetivos
semelhantes. Isso pode levar a parcerias estratégicas valiosas.
5. Impacto Maior: Ao promover suas causas por meio do marketing social, as organizações do
terceiro setor podem aumentar seu impacto e alcançar um público mais amplo.
6. Diferenciação e Credibilidade: Organizações que adotam uma abordagem profissional para
o marketing social demonstram credibilidade e compromisso com suas missões, o que pode
diferenciá-las da concorrência.
7. Mobilização Online: O marketing social aproveita as mídias sociais e outras plataformas
online para mobilizar apoiadores e aumentar a conscientização. Isso é especialmente eficaz
para angariar recursos e promover ações de base.
8. Influência de Opinião Pública: As organizações do terceiro setor têm o potencial de
influenciar a opinião pública e a agenda política por meio de campanhas de marketing social
eficazes.
9. Alcance Global: Com o marketing digital e as mídias sociais, as organizações do terceiro setor
podem alcançar apoiadores em todo o mundo, ampliando seu impacto além das fronteiras
geográficas.
10. Sustentabilidade Financeira: O apoio de organizações, como empresas e fundações, pode
proporcionar um fluxo de financiamento mais estável, permitindo que as organizações do
terceiro setor planejem a longo prazo.
O marketing social desempenha um papel fundamental na capacidade das entidades do
terceiro setor de cumprir suas missões e de se destacar em um ambiente competitivo.
O apoio de organizações, parcerias estratégicas e campanhas de marketing bem planejadas
podem ser diferenciais cruciais para o sucesso e o impacto das organizações do terceiro setor.
Portanto, investir em marketing social e cultivar relacionamentos com apoiadores é uma
estratégia fundamental para o terceiro setor.

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Adm. Maurício Chiesa Carvalho


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